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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CAMPUS ACADÊMICO DO AGRESTE NÚCLEO DE TECNOLOGIA ENGENHARIA CIVIL ANÁLISE DA QUALIDADE DE ÁGUAS ALINE ADRIANE PEREIRA DE SIQUEIRA NASCIMENTO CLENILDO DUDA DE LIRA E SILVA ELYAQUIM DOMINGOS TORRES REBECA THAYS FLORENCIO TEODORO DE SIQUEIRA SOFFIA VALÉRIA SOUZA LIMA Caruaru 2018 ALINE ADRIANE PEREIRA DE SIQUEIRA NASCIMENTO CLENILDO DUDA DE LIRA E SILVA ELYAQUIM DOMINGOS TORRES REBECA THAYS FLORENCIO TEODORO DE SIQUEIRA SOFFIA VALÉRIA SOUZA LIMA ANÁLISE DA QUALIDADE DE ÁGUAS Trabalho acadêmico de modelo de relatório laboratorial, como requisito à obtenção de nota do primeiro exercício escolar, apresentado à disciplina de Química Geral II da Universidade Federal de Pernambuco. Orientadora: Professora Drª. Érika Pinto Marinho Caruaru 2018 RESUMO Este relatório descreve os métodos aplicados e resultados obtidos na realização das atividades práticas laboratoriais dos discentes do curso de Engenharia Civil da Universidade Federal de Pernambuco – Campus Agreste na disciplina de Química Geral II, e tem como principal objetivo avaliar parâmetros da qualidade da água, visto que a água é o elemento fundamental para a vida, e portanto, faz-se necessário controlar as particularidades da mesma garantindo uma boa qualidade e expectativa de vida. Palavras-chave: Química. Análise. Água. Parâmetros. Qualidade. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ........................................................................................... 5 2. PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS ...................................................... 6 2.1 Análise da Cor ........................................................................................ 6 2.2 Análise da Turbidez ............................................................................... 6 2.3 Análise do pH ......................................................................................... 7 2.4 Teste de Alcalinidade ............................................................................ 7 2.5 Detecção de Nitrito ................................................................................ 7 3. RESULTADOS ........................................................................................... 8 3.1 Resultados da análise do pH ................................................................ 8 3.2 Resultados da análise da alcalinidade ................................................. 8 3.3 Resultados da análise de cor ................................................................ 8 3.4 Resultados da análise de turbidez........................................................ 8 3.5 Resultados da detecção de nitrito ........................................................ 9 4 CONCLUSÃO .............................................................................................. 10 REFERÊNCIAS .............................................................................................. 10 ANEXO ........................................................................................................... 12 Questionário............................................................................................... 12 5 1. INTRODUÇÃO A água é um recurso natural intimamente ligado a todo progresso da civilização humana, desde o desenvolvimento agrícola e industrial à questões de valores culturais e religiosos enraizados nas sociedades. Ela está diretamente atrelada à existência da vida e é indispensável, visto que tem um grande valor socioeconômico e biológico. Os recursos hídricos são extremamente necessários para uma larga gama de atividades humanas como o abastecimento público e industrial, a produção de energia em hidrelétricas e principalmente a agricultura - onde a falta de água pode chegar a destruir lavouras ou até mesmo ecossistemas já devidamente instaurados-. Mesmo com a vasta área de aplicabilidade, apenas 0,02% dos 2,4% da água doce do planeta está disponível para o uso mundial, portanto, é crucial o uso prudente e racional da mesma, evitando o desperdício e a poluição de rios e lagos - já que as alterações de sua qualidade a torna imprópria para o consumo e prejudicial aos organismos vivos que dela dependem-. Atualmente, é reconhecido que grande parte das alterações químicas e físicas aplicadas à água provém de ações antrópicas. Essas variações acabam por alterar o equilíbrio natural culminando em prejuízos não só à região circunvizinha que é abastecida pelo recurso, mas também ao próprio homem. Portanto, faz-se necessário a existência de critérios que precisam ser atendidos, de forma que, mesmo com o uso e alterações humanas, a água possa ser utilizada causando impacto ambiental mínimo e concomitantemente seja considerada própria para consumo humano. Tais critérios são classificados como: físicos, químicos, microbiológicos, hidrobiológicos e ecotoxicológicos. 6 2. PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS Os procedimentos experimentais foram realizados de forma não sequencial considerando a independência de um teste a outro, de modo que a análise da qualidade da água pudesse ser aferida. Foram realizadas quatro análises: cor, turbidez, potencial hidrogeniônico e alcalinidade, utilizando conceitos de espectrofotometria molecular. Os materiais utilizados foram: agitador magnético, barra Magnética, béquer, fenolftaleína, pHmetro, turbidímetro e nova60. 2.1 Análise da Cor No controle da qualidade das águas nas estações de tratamento, a cor é um parâmetro fundamental, não só por tratar-se de padrão de potabilidade como também por ser parâmetro operacional de controle da qualidade da água bruta. Isto porque a cor da água está associada ao grau da redução de intensidade que a luz sofre ao atravessá-la. Dependendo do resultado pode revelar a presença de material no estado coloidal orgânico ou inorgânico. Nesse sentido, foi limpado as cubetas com água destilada 2 vezes. Em seguida, foi enchido a cubeta com a amostra da água e então efetuado a leitura de cor no nova 60. 2.2 Análise da Turbidez A turbidez pode ser entendida como a medida do espalhamento de luz produzido pela presença de partículas em suspensão ou coloidais, tais como partículas inorgânicas (areia, silte, argila) e de detritos orgânicos, algas e bactérias, plâncton em geral, etc. Sendo expressa como Unidade Nefelométrica de Turbidez (NTU – Nephelometric Turbidity Unity). Antes do teste as cubetas foram lavadas com água destilada 2 vezes. Em seguida, foi enchido a cubeta com a amostra da água e foi aferido o grau de turbidez no turbidímetro. 7 2.3 Análise do pH Em um béquer, transferiu-se parte da amostra de água. Posteriormente, submergiu-se os eletrodos do pHmetro na água com o intuito de descobrir o pH da amostra. Para ratificar os resultados, o pH da amostra de água foi testado em dois pHmetros diferentes. 2.4 Teste de Alcalinidade Transferiu-se 50 ml da amostra de água para um béquer de 100 ml. Após isso, agitou-se o béquer com o auxílio de uma barra de agitação magnética e um agitador magnético. Adiciona-se 2 gotas defenolftaleína, para descobrir a alcalinidade da água. A titulação não foi necessária. 2.5 Detecção de Nitrito Inicialmente a amostra foi filtrada com papel quali e foram adicionados 25 ml da amostra filtrada num béquer de 50 ml. Após isso, foi adicionado 1 ml de uma solução mista de sulfanilamida com dicloreto de n- naftalenodiamino, foram aguardados 20 minutos para que fosse realizada a leitura no espectrofotômetro, no comprimento de onda 543 mm, em cubeta de 1 cm. 8 3. RESULTADOS Segue abaixo os resultados obtidos para os experimentos descritos acima. 3.1 Resultados da análise do pH O pH da amostra foi medido duas vezes em dois pHmetros diferentes. Em ambos o pH medido foi de 3,77, ou seja, a amostra de água apresentou caráter ácido não sendo adequada para o consumo humano. 3.2 Resultados da análise da alcalinidade Após a adição das duas gotas de fenolftaleína, a amostra apresentou a coloração incolor, ou seja, a amostra tem caráter ácido ou não alcalino. Fato comprovado também na medição do pH, no experimento anterior. Por esse motivo a titulação, que só deveria ser feita caso a amostra apresentasse caráter alcalino, não foi realizada. 3.3 Resultados da análise de cor Após a análise da amostra no nova 60, foi obtido o resultado de 1 U.C. (uma unidade de cor). 3.4 Resultados da análise de turbidez Ao analisar a amostra contida na cubeta no turbidímetro, foi obtido o valor de 0,1 NTU. Abaixo é possível observar os valores permitidos de turbidez, a depender do uso da água, o valor obtido é inferior ao limite recomendado para água potável (de 0,5 a 5,0) e para todos os outros tipos. Limites de Turbidez Recomendados USOS DA ÁGUA UNT Água Potável <0,5 a 5,0 9 3.5 Resultados da detecção de nitrito Foi calculada a concentração de (mg/L de N-NO2) a partir do valor obtido no espectrofotômetro, obtendo uma concentração de 0,092 mg/L de água. USOS DA ÁGUA UNT Água subterrânea típica <1,0 Piscicultura 10 a 40 10 4 CONCLUSÃO Após a prática experimental que teve como objetivo verificar qualidade da água em alguns parâmetros físico-químicos por meio de algumas técnicas de análises praticadas pelas diversas companhias de distribuição de água. De acordo com os dados expostos em “resultados”, a amostra da água estava dentro dos padrões impostos pelo CONAMA (Conselho Nacional de Meio Ambiente) ao apresentar uma cor natural e turbidez de 0,1 NTU, visto que a turbidez máxima aceitável segundo esse conselho é de 40 NTU. Mas em contrapartida, o parâmetro de pH da amostra estava fora do esperado, já que a água estava muito mais ácida do que o ideal, apresentando um pH de 3.77, longe do valor esperado de pH que deve estar compreendido entre 6 e 9. Além disso, o teste de alcalinidade constatou que a alcalinidade da amostra é mínima ficando perto dos parâmetros no qual deveria ser inexistente, constatando um quadro ácido ou não alcalino. Quanto ao teste envolvendo a concentração do nitrito na amostra, certificou-se que a amostra de água com uma concentração de nitritos equivalente a 0,092 mg/L está dentro dos parâmetros das águas doces cujo valor máximo de nitrito permitido é 1,0 mg/L Decerto, a amostra analisada obtinha apenas o fator pH fora do ideal, parâmetro que poderia ser simplesmente corrigido por meio da adição da cal hidratada, método muito comum utilizado nas diversas estações de tratamento de esgoto. 11 REFERÊNCIAS ATKINS, Peter. Principios de Química: Questionando a Vida Moderna e o Meio Ambiente. 5ª ed. São Paulo: Bookman, 2011. INDICADORES DE QUALIDADE - ÍNDICE DE QUALIDADE DAS ÁGUAS (IQA). PQA. Disponível em: <http://pnqa.ana.gov.br/indicadores-indice- aguas.aspx>. Acesso em: 17 set. 2018 ÁGUA POTÁVEL. MUNDO EDUCAÇÃO. Disponível em: <https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/biologia/agua-potavel.htm>. Acesso em: 16 set.2018 QUALIDADE DAS ÁGUAS INTERIORES NO ESTADO DE SÃO PAULO. CETESB. 2009. Disponível em: <https://www.passeidireto.com/arquivo/20816613/variaveis-de-qualidade-das- aguas>. Acesso em: 17 set. 2018 12 ANEXO Questionário a. O que são variáveis físicas, químicas, microbiológicas, ecotoxicológicas e hidrobiológicas na análise de qualidade das águas? Variáveis físicas - Parâmetros mensuráveis que podem ser visualizados, sentidos ou parcialmente analisados, a princípio, através dos sentidos humanos por se tratar de aspectos macroscópicos. Exemplo: temperatura, cor e turbidez. Variáveis químicas - Compostos químicos que podem ser naturais ou não da água analisada. São estabelecidos parâmetros em relação a presença (quantidade) de cada um deles. No Brasil, o Portal da Qualidade das Águas analisa a presença do nitrogênio total, fósforo total, oxigênio dissolvido, o potencial hidrogeniônico (pH), entre outros. Variáveis microbiológicas - Análise da quantidade de seres microbiológicos e alterações que os mesmos causam na água analisada, baseado em parâmetros definidos, que possam afetar a saúde humana. Exemplo: Coliformes termotolerantes. Variáveis hidrobiológicas - Análise das comunidades que vivem no ambiente a ser analisado e dos pigmentos orgânicos presentes no mesmo. Exemplo: comunidade fitoplanctônica e clorofila. Variáveis ecotoxicológicas - Ensaios realizados na água a fim de encontrar substâncias tóxicas na água ou em organismos aquáticos. Esses procedimentos são gerenciados pela CPRH - Agência Estadual de Meio Ambiente no Estado de Pernambuco. b) Pesquise sobre importância das variáveis químicas na qualidade das águas. A presença de átomos ou compostos químicos presentes na água é benéfica se respeitado os parâmetros estabelecidos. Porém, em demasiada quantidade (utilizando os parâmetros como referencial) pode causar diversas doenças, alterar processos orgânicos, composição óssea ou de tecidos e em alguns casos a ocorrência de magnificação trófica, de forma que o afetado possa não perceber o que está ocorrendo. Ademais, processos ecológicos podem ser 13 drasticamente afetados de acordo com a quantidade e o tipo de composto que está fora da quantidade estabelecida por lei. c) Por que mesmo alguns elementos que estão normalmente presentes nas águas devem ser quantificados nas metodologias de análises de águas? Porque em excesso os mesmos componentes podem vir a causar danos não somente a saúde humana mas também a processos ecológicos. Por exemplo: o nitrogênio é um elemento indispensável para o crescimento de algas mas em excesso pode ocasionar um demasiado crescimento desses organismos, culminando no processo de eutrofização: diminuindo a quantidade de oxigênio na água, provocando a morte de organismos aeróbicos e aumentando a quantidade de matéria orgânica morta no local. d) Qual a importância do controle da qualidade das águas nas atividades de engenharia? A água é usada em quase todos os serviços de engenharia, na engenharia civil especificamente, ela atual na composição do concreto e sua cura, na umidificação do solo, compactação de aterros,etc. Sabendo de sua grande importância, uma água que não está nos parâmetros de qualidade de água afeta na homogeneidade da mistura da argamassa, por exemplo, podendo reduzir drasticamente sua qualidade e trazer problemas para a obra. e) Qual a reação química envolvida no teste de alcalinidade?Mecanismo de reacção: H3In+ (em ambiente fortemente ácido) → H2In (em ambiente ácido) → In2− (em ambiente básico) → In(OH)3− (em ambiente fortemente básico). f) O que são colóides e como contribuem para prejudicar as características das águas? Colóides são misturas que apresentam aspecto de solução, ou seja, de uma mistura homogênea. Sendo eles realmente misturas heterogêneas (visível mediante a um microscópio). 14 Prejudicando a água no aspecto de turbidez (variável física) que não traz inconvenientes sanitários diretamente, porém é esteticamente desagradável na água potável, e os colóides em suspensão podem servir de abrigo para microrganismos patogênicos (diminuindo a eficiência da desinfecção). g) Como características de cor e turbidez estão relacionadas à qualidade das águas? A cor de uma amostra de água está associada ao grau de redução de intensidade que a luz sofre ao atravessá-la (e esta redução dá-se por absorção de parte da radiação eletromagnética), devido à presença de sólidos dissolvidos, principalmente material em estado coloidal orgânico e inorgânico. Dentre os colóides orgânicos pode-se mencionar os ácidos húmico e fúlvico, substâncias naturais resultantes da decomposição parcial de compostos orgânicos presentes em folhas, etc. Vale a pena ressaltar que os esgotos sanitários se caracterizam por apresentarem predominantemente matéria em estado coloidal, além de diversos efluentes industriais contendo taninos (efluentes de curtumes, por exemplo), anilinas (efluentes de indústrias têxteis, indústrias de pigmentos, etc.), lignina e celulose (efluentes de indústrias de celulose e papel, da madeira, etc.). A turbidez de uma amostra de água é o grau de atenuação da intensidade que a luz sofre ao atravessá-la (e esta redução se dá por absorção e espalhamento, uma vez que as partículas que provocam turbidez nas águas são maiores que o comprimento de onda da luz branca), devido à presença de sólidos em suspensão, tais como partículas inorgânicas (areia, silte, argila) e de detritos orgânicos, algas e bactérias, plâncton em geral, etc. A erosão das margens dos rios em estações chuvosas é um exemplo de fenômeno que resulta em aumento da turbidez das águas e que exigem manobras operacionais, como alterações nas dosagens de coagulantes e auxiliares, nas estações de tratamento de águas. h) Por que é necessário remover a cor da amostra antes de proceder a determinação de nitrito? Para evitar erros na leitura do espectrofotômetro e para facilitar a visualização de uma possível mudança na coloração da amostra. 15 i) No ensaio de nitrito, por que são adicionados sulfanilamida e diidrocloreto de N-naftalenodiamino à amostra de água? O nitrito reage com a sulfanilamida em meio ácido. A concentração de nitrito é determinada através da formação de um corante azo, púrpura avermelhado, por diazotação da sulfanilamida pelo nitrito presente na água, em meio ácido e posterior reação com N-naftiletilenodiamina. No caso do dicloreto sua presença indicaria a incompatibilidade química, necessitando assim adicionar reagentes na ordem inversa. j) Por que se deve esperar 15 a 20 minutos para fazer a leitura? Porque essa reação química necessita de cerca de 15 a 20 minutos para atingir o equilíbrio, antes desse tempo os resultados da leitura são imprecisos. l) Qual a reação envolvida? A reação teria acontecido em meio alcalino? A reação química envolvida se dá entre aminas com ácido nitroso, produzindo sais de diazônio. E não teria acontecido em meio alcalino. m) A amostra foi analisada através de um método espectrofotométrico. O que são métodos fotométricos? Os métodos fotométricos são técnicas analíticas que usa a luz para medir as concentrações das soluções se utilizando da interação da luz com a matéria. Sendo a concentração na solução da substância proporcional à quantidade de luz absorvida. n) Por que a leitura é realizada no comprimento de onda 543 nm? Porque é nessa faixa de comprimento de onda onde é encontrada a absorbância máxima do nitrito na região do espectro visível.
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