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02 egito

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THAU I
Teoria e História da Arquitetura e do Urbanismo
Prof. Msc. Cristiana Grobe
Arquitetura e Cidade - EGITO
Cronologia 
Império Antigo (2.850 a.c. a 2052 a.c.)
Faraó: encarnação do deus águia Horus – encarnação 
do deus sol Rá. O culto ao sol torna-se a principal 
religião;
Construídas principais pirâmides;
Surgem os hieróglifos e o calendário.
Império Médio ( 2052 a.c. a 1570 a.c.)
Unificação do Egito;
Construção dos grandes templos em Karnak.
Império Novo (1570 a.c. a 332 a.c.)
Torna-se potencia dominante;
Construção de templos gigantescos em Karnak, Luxor 
e Abu Simbel.
Período Final (715 a. c. a 332 a.c.)
Alexandre o Grande conquista o Egito.
O desenvolvimento das bases
Construir como necessidade básica e ato social
	As construção representam o espírito de sua época. 
	Um ato social, quase sempre dependendo das relações de poder e econômicas.
“Reflexo das pessoas, dos objetivos que em determinada altura são importantes para os grupos dominantes”.
“Obras sacras” – ligadas a religiosidade determinante do espaço e do tempo.
	Religião como a necessidade mais profunda da alma humana, o que da sentido a existência.
	Assim, junto as construções dos homens, surgem as moradas para os deuses.
	No Egito, os deuses eram o próprio homem. 
	A morte: uma passagem – o faraó era o monarca a quem era atribuído o status de Deus – ritual de passagem.
	O significado do rio Nilo: o ciclo de sua natureza determinou a concepção e a relação com o mundo.
Singularidade Geográfica. 
	A dádiva do Nilo: é a espinha do país, cujas cheias regulares fertilizam suas margens, permitindo a vida ao seu redor e tornando possível o florescimento dos assentamentos humanos. - LABORATÓRIO
Mastabas
	A arquitetura do Egito Antigo floresceu com a unificação do Alto e do Baixo Egito sob o primeiro faraó, Menés. 
	As primeiras evidencias de monumentalidade aparecem nas mastabas, construídas no Antigo Império.
	Segundo a religião egípcia, a vida física era temporária, mas a espiritual era eterna, assim os monumentos para a eternidade deveriam ser duradouros.
	O túmulo (portal para a eternidade) e o templo (a casa dos deuses) tornam-se o foco dessa crença.
	As mastabas (túmulos dos faraós das primeiras dinastias) eram planejadas, desenhadas e decoradas unindo estética e utilitarismo.
	As cidades e a maior parte dos monumentos do Egito Antigo desapareceram, mas suas “moradas espirituais” ainda inspiram a arquitetura moderna.
	Mastaba: simulação de uma casa egípcia (túmulo em forma de um “banco”). Laterais inclinadas e teto plano, tinha vários quartos pequenos sobre um buraco amplo, com espaço para o morto e as provisões para o além-vida. A estrutura era formada por pilares de madeira ou adobe cobertos de cascalho e paredes de adobe.
Mastabas
	Uma porta falsa era construída na fachada do túmulo. De adobe ou pedra, imitando madeira, a porta falsa permitia ao espírito (Ká), entrar e sair da tumba à vontade. Era localizada, em geral no lado oriental da mastaba, dando para o Nilo, possibilitando ao espírito acessar o rio.
Mastabas
	As tumbas mais sofisticadas tinham várias divisões, constituindo uma casa completa para o morto, além de um portal para a eternidade. Os aposentos (despensas, capela, quartos e sala de jantar) eram decorados com temas da vida cotidiana e da natureza, mostrando o além vida como um Egito ideal, uma continuação da vida.
Mastabas
	Um cemitério de mastabas destinados aos altos oficiais associadas as tumbas dos reis. Provavelmente estas mastabas eram cedidas pelos reis. Incorporavam uma pequena capela: um nicho simples com uma mesa com oferendas para o morto.
Mastabas
	Mastabas de adobe: uma mistura de barro e palha. Era o material básico usado para as construções no Egito. Seu uso permitia a aplicação de técnicas cotidianas à arquitetura de grande porte.
Mastabas
Pirâmides
	O elemento arquitetônico mais associado ao Egito é a pirâmide, cujo exemplar mais conhecido é a Grande Pirâmide de Quéops, em Gizé, a única das sete maravilhas do mundo antigo que se conservou.
	A pirâmide surgiu como túmulo da realeza na 3° Dinastia e foi aperfeiçoada na 4° Dinastia.
	O interior decorado com escritos religiosos (os “textos de pirâmides”) propiciava alento espiritual e abrigo físico ao espírito. 
	Acreditava-se que essas estruturas deixavam o faraó mais perto do deus Rá, com quem ele atravessava o céu, junto dos altos oficiais enterrados em mastabas próximas.
	Os primeiros recintos da pirâmide do faraó Djoser, incluíam uma réplica de palácio, edifícios de celebração e templos. A pirâmide em degraus foi uma das inovações mais significativas do Antigo Império, e seu arquiteto, Imhotep, foi depois deificado. Pirâmide de degraus de Saqqara, 3°Dinastia.
Pirâmides
Pirâmides
	Com uma estrutura de seis mastabas sobrepostas, a pirâmide era feita de barro e cascalho e a câmara funerária era cavada na própria pedra. Revestida de pedras esculpidas de modo a imitar madeira ou junco, a pirâmide de degraus é a evidencia mais antiga do uso da pedra como material de construção em arquitetura de grande porte. Pirâmide de Saqqara.
	Corte transversal da pirâmide de Meidum. A transformação da estrutura escalonada em pirâmide verdadeira foi realizada pelo preenchimento dos vãos com blocos de calcário cortados de modo a deixar a superfície plana. Oito camadas de alvenaria cobriam a câmara funerária.
Pirâmides
	Complexo norte de Saqqara incluía as pirâmides dos três faraós, vales sagrados para a recepção dos mortos após o transporte pelo rio e estradas de acesso aos templos mortuários, onde eram feitas as últimas oferendas antes do enterro na pirâmide. Complexo Abusir, 5° Dinastia. 
Pirâmides
	Grade levadiça da pirâmide de Unas. Na entrada da câmara funerária, grades ou portas levadiças mostravam a necessidade de proteger os mortos dos saqueadores de tumbas. Roldanas de madeira e contrapesos de pedra sustentavam a grade ou a porta até a múmia ser posta no lugar. Ao remover os contrapesos, a grade caía, vedando a passagem.
Pirâmides
	Pirâmide privada Abidos. 
	A partir do médio Império, a pirâmide tornou-se parte da arquitetura funerária em geral. Estruturas simples com os elementos básicos dos túmulos reais – uma capela e uma câmara no topo em forma de pirâmide – tornam-se populares e eram usadas até sobre tumbas comuns de pedra.
Pirâmides
A Grande Pirâmide de Gizé
	O complexo de Gizé, da 4° Dinastia marca o auge das pirâmides egípcias.
	Erguido por três faraós – Quéops, seu filho Quéfren e o neto Miquerinos -, incluía, em grande escala, todos os elementos arquitetônicos associados aos túmulos reais. 
	Milhares de blocos de pedra foram transportados por rio e arrastados até a orla do deserto para construí-lo. 
	A escala descomunal das pirâmides e das edificações do complexo deram margem a muitas lendas sobre a crueldade dos reis do período, embora os processos de construção permaneçam obscuros.
	A pirâmide de Quéops, grande demonstração da mais pura geometria aplicada à arquitetura, ainda inspira edifícios modernos, como a pirâmide do Louvre.
	Cemitério de Gizé. 
	Os três elementos principais da necrópole de Gizé: são as pirâmides de Quéops, de Quéfren e de Miquerinos, alinhados num eixo quase diagonal. Os templos mortuários e os caminhos se orientam em direção ao Nilo, e a oeste está o cemitério de mastabas construído para os altos oficiais.
A Grande Pirâmide de Gizé
	Construída junto à pirâmide de Quéfren, a Esfinge foi esculpida em pedra maciça. Exemplo mais antigo de gênero – um leão com cabeça de faraó, adereço de cabeça e barba falsa -, figurava como guardiã dos túmulos reais.
Pirâmides
	Grande Pirâmide de Quéops, a maior das três pirâmides tem 146 metros de altura e 231 metros quadrados de base, ocupando 5,2 hectares. Na construção usou-se rocha calcária importada. Em cada lado da pirâmide, havia um pequeno lago com um barco para o espírito do faraó viajar livremente.
Pirâmides
	Corredores da Grande Pirâmide
de Quéops. Feitos de pedra, tinham até 100 metros de extensão, levavam para cima e para baixo as câmaras funerárias do rei e da rainha. Os corredores sem nenhuma decoração, criavam uma atmosfera solene para a passagem do morto.
Pirâmides
	Revestimento externo, Grande Pirâmide de Quéops. Originalmente, as pirâmides tinham um revestimento liso de rocha calcária. O topo da construção era rematado pelo piramidon, uma pequena pirâmide dourada com inscrições sagradas. É provável que o reflexo do sol no piramidon, além de conferir beleza à pirâmide, fosse uma forma de associar o rei morto ao deus Rá.
Pirâmides
	Câmara funerária, Grande Pirâmide de Quéops. Separa da galeria por uma porta levadiça, a câmara funerária tinha o teto formado por cinco blocos de pedra, um sobre o outro, e era rematada por um vão triangular. Para chegar a ela, era preciso passar por dois vãos estreitos e baixos, cujo propósito era desconhecido.
Pirâmides
	Pedra de sustentação na Grande Pirâmide de Quéops: quatro pedras de sustentação sobrepostas na entrada da pirâmide, suportavam a maior parte do peso, demonstrando o domínio da aplicação da física na arquitetura monumental pelos antigos egípcios. A entrada, vedada e coberta com pedra calcária, era invisível do exterior, para maior segurança.
Pirâmides
Túmulos cavados na rocha
No Antigo Império, as pirâmides eram a base da arquitetura funerária real. Durante 
o Médio Império, os túmulos particulares passaram de mastabas a câmaras cavadas
 em morros ao longo do rio Nilo. 
Os faraós adotaram essa prática para proteger suas tumbas de violadores e ladrões. 
Esse tipo de arquitetura culminou com os túmulos espetaculares do Novo império, 
criados por artesãos financiados pelo rei.
A escolha da escarpa ocidental de Tebas para ser o Vale dos Reis talvez se devesse 
à forma natural de pirâmide da montanha do Oeste. 
A prática de imitar a arquitetura doméstica no interior dos túmulos se manteve, com 
vários ambientes destinados à estocagem de bens funerários e ao jazido do falecido. 
A decoração colorida representava temas da vida cotidiana, rituais sagrados, mitos 
dos deuses e , em muitos casos, imagens do próprio funeral. 
	Pórtico de entrada do túmulo, Beni Hassan: túmulos destinados a oficiais da província eram inteiramente talhados em pedra. A entrada se orientava para o sol nascente e simulava o pórtico de miniaturas de casas do Médio Império incluídas nos bens funerários. Construído durante a 11° e a 12° dinastias.
Túmulos cavados na rocha
	Planta e elevação do túmulo Beni Hassan. Uma planta simples, mostra a entrada sustentada por dois pilares e a câmara retangular subsequente, suportada por quatro colunas e com um nicho ao fundo cavado na própria pedra. O teto era reto ou levemente arqueado, e a entrada era a única fonte de luz.
Túmulos cavados na rocha
	As colunas se apoiavam em grandes bases circulares de pedra lisa. Estrutura que, com ligeiras mudanças foi adotada depois em toda arquitetura egípcia. 
Túmulos cavados na rocha
	As colunas tinham forma octogonal ou de dezesseis lados: ao que tudo indica, era uma medida puramente estética para suavizar a aparência da estrutura quadrada tradicional. Elas se afinavam um pouco da base ao topo e não tinham capitel, à exceção de ábaco quadrado.
	Planta de túmulo real cavados na pedra eram simples, mas na era ramessida da 19° Dinastia tornaram-se séries de câmaras sofisticadas, com decorações em relevo, ligadas por corredores e escadarias construídos por equipes especializadas de trabalhadores da cidade hoje chamada Deir el-Medina.
Túmulos cavados na rocha
	Sarcófagos: câmaras funerárias que abrigavam grandes caixões de pedra nos quais as múmias eram encerradas. Em geral, eles eram talhados em blocos de pedra maciços e adornados com hieróglifos. São considerados um dos mais belos exemplos da arte egípcia.
Túmulos cavados na rocha
Templos
	Como os túmulos, os templos deveriam durar para sempre e eram, para isso, construídos de pedra. Moradas de deuses ou espíritos, eles mantiveram a tradição de mimetizar construções domésticas na arquitetura monumental (prática derivada da crença num mundo espiritual paralelo ao físico). 
	Há poucos vestígios dos primeiros templos, devido a construções posteriores nos mesmos locais. Apesar disso, templos greco-romanos e do Novo Império egípcio ainda subsustem em cidades modernas. 
	Os templos explicitavam o poder do faraó e sua relação com os deuses, exibindo em seus espaços públicos imagens de vitórias do rei e de sua devoção. 
	Também eram importantes centros sociais e políticos; no Novo Império, os sacerdotes exerciam grande poder, e os templos, dedicados apenas aos deuses, tinham independência econômica.
	Os templos mortuários eram espaços construídos ao lado dos túmulos para as oferendas ao morto e o descanso do Ka. Apresentavam os mesmos elementos básicos de outros templos: saguão, pátio, santuário e nicho.
Templos
	Templo da Esfinge, Gizé. Templo adjacente à Esfinge se associa à Pirâmide de Quéfren. As múmias eram levadas pelo rio até este templo no vale, onde eram recebidas antes das oferendas e da cerimônia fúnebre.
Templos
	Templo do Sol, Abu Gurab. Templo dedicado ao deus Rá. Os templos mais requintados foram construídos na 5° Dinastia. Cada complexo consistia em dois edifícios – o templo superior e o do vale – conectados por um caminho. Em Abu Gurab, um muro protegia o templo superior, cujo pátio continha um obelisco maciço e um grande altar de alabastro.
Templos
	O templo mortuário de Ramsés II mostra o retorno aos tradicionais pilão, pátio, hipostilo e santuário, e tinha como foco a adoração ao faraó.
Templos
	A entrada do templo era ladeada por duas torres de pedra trapezoidais, ou pilões, levemente inclinadas para dentro e rematadas por uma cornija. Seus elaborados altos-relevos mostravam em geral propaganda política, na frente, e religiosa, na parte de trás. Possuíam colossos ou nichos para bandeiras e estandartes.
Templos
	Colossos eram estátuas monolíticas (talhadas em um só bloco de pedra) do faraó como divindade – em pé ou sentado, com as coroas do Alto e do Baixo Egito ou outro adereço de cabeça. Em geral, eram colocadas na entrada dos templos do Novo Império e pesavam até 1 tonelada.
Templos
Templo de Karnak, Tebas
	Construído na margem leste do Nilo, em Tebas, Karnak era o centro do culto a Amon, o principal dos deuses. 
	Tornou-se o centro religioso do Egito no Novo Império, talvez em função da escolha da mesma região para a construção da necrópole real.
	Maior complexo religioso da Antiguidade, Karnak foi ampliado por diversos faraós, em retribuição aos favores do deus, o que contribuiu para sua magnificência. 
	O Novo Império viu os templos crescerem em escala e grandiosidade e ficarem menos acessíveis à população
	Complexo do templo. O muro englobava o templo principal, um lago sagrado, templos secundários, casas, centros educacionais e edifícios auxiliares – um complexo que tornava a cidade de Tebas o foco das atividades sociais e religiosas do império. A essa altura, os templos já substituíam as pirâmides como elementos de arquitetura monumental, e Karnak era o mais importante deles.
Templo de Karnak, Tebas
	A área imensa de Karnak incluía seis pilões, um primeiro pátio grande o suficiente para acomodar um pequeno templo, o maior hipostilo conhecido e um santuário que data do Médio Império. Ele foi construído principalmente com blocos de arenito e calcário; granito e quartzo eram utilizados em estátuas e obeliscos para embelezar o templo.
Templo de Karnak, Tebas
	O hipostilo (teto sustentado por pilares) do saguão do Templo de Karnak era formado por 134 colunas que suportam enormes blocos de pedra. Construído durante o reinado de Ramsés II, o saguão tinha um corredor central delimitado por altas colunas em forma de papiro ladeadas por colunas mais curtas em forma de lótus, o que permitia erguer o teto e introduzir janelas entre os dois níveis do telhado.
Templo
de Karnak, Tebas
	Uma sequencia cerimonial de esfinge de pedra com cabeça de carneiro levava à entrada do templo. Era uma escolta simbólica àqueles que entravam, criando uma transição para o reino espiritual. Esta esfinge mostra o faraó protegido entre as garras de um leão com cabeça de carneiro, animal que era manifestação de Amon.
Templo de Karnak, Tebas
	O obelisco demonstra os avanços tecnológicos do Novo Império. Este pilar quadrado de pedra maciça terminado em ponta, muitas vezes de granito, pesava até 350 toneladas e era transportado até o templo para ser decorado no local. Os exemplos mais requintados da 18°Dinastia tinham hieróglifos de ouro incrustados em homenagem ao deus Rá.
Templo de Karnak, Tebas
	Capitéis de coluna inspirados em plantas – papiro, lótus ou palmeiras – eram comuns na arquitetura monumental egípcia. Acredita-se que suas formas derivem de santuários arcaicos construídos com junco. Feitas de pedra, as colunas egípcias eram decoradas com entalhes e pinturas de textos hieroglíficos, imagens rituais e motivos naturais.
Templo de Karnak, Tebas
	Dedicado a Khonsu (filho de Amon e Mut), este templo segue o modelo do Novo Império. O piso sobe, com uma série de degraus, e o teto baixa até chegar ao santuário. A crescente intimidade assim criada reflete as restrições de acesso ao santuário, permitido apenas ao sacerdote e ao faraó.
Templo de Karnak, Tebas
Fronteiras com a Núbia
	Ao sul, a fronteira do Egito com a Núbia, foi de grande importância para o poder e a riqueza do império. 
	A Núbia fornecia pedras e ouro, e o controle desses recursos fez do Egito uma grande potencia do mundo antigo. 
	A cidade de Assuã, onde há uma importante jazida de granito, fica nos limites do país, e as expedições ao sul traziam ao faraó minerais e espécies de fauna e flora exóticas. 
	Antigos templos e propriedades de egípcios se estabeleceram na Núbia e há evidencias de que as leis egípcias eram respeitadas. 
	No Médio Império, postos de fronteira criados para proteger as importações deram apoio a comunidades inteiras. 
	A Núbia tornou-se província do Egito no Novo Império, e as decorações de túmulos passaram a apresentar núbios de pele negra.
	Templo de Abu Simble, Baixa Núbia. Construído no reinado de Ramsés II, este templo memorial foi talhado no arenito rosa da encosta. Com quatro estátuas colossais de reis sentados em tronos e de semblante benevolente, a fachada se orienta para o leste e tem uma fileira de babuínos celebrando o nascer do sol. A estátua central é do deus sol com cabeça de falcão, Rá. 
Fronteiras com a Núbia
	Planta de Abu Simbel. A entrada estreita entre os dois colossos centrais leva a um amplo saguão com hipostilo e a um nicho com estátuas das três divindades nacionais do Egito e do rei, em igualdade de condições. Orientado de modo que na data de nascimento de Ramsés o sol recaísse nas estátuas de Amon e Ramsés, o saguão era ladeado por câmaras estreitas, que, acredita-se, serviam para armazenagem.
Fronteiras com a Núbia
	Corte transversal de Abu Simbel. O templo penetra fundo na encosta de arenito, seguindo o modelo do templo de Tebas. Monumental e complexa, a construção visava antes ao impacto que à praticidade ou à segurança. Na decoração, há imagens da Batalha de Kadesh e da proximidade do rei com os deuses. Esses elementos são demonstrações físicas do poder militar do faraó, de sua divindade e de seu domínio sobre a natureza. 
Fronteiras com a Núbia
	Pilares de Osíris em Abu Simbel. Oito pilares quadrados sustentam estátuas de Ramsés II representado como Osíris, deus que levou a civilização ao Egito primitivo e rei dos mortos. O culto a Osíris readquiriu força no Novo Império e suas estátuas exibem barba lisa (símbolo da vida) em vez da tradicional, encaracolada, do deus morto. A imagem cravada na coroa de Osíris mostra o rei como imortal, adorado ainda em vida.
Fronteiras com a Núbia
	Os fortes e as muralhas exibiam elementos mais tarde incorporados a castelos europeus. As ameias nas paredes permitiam a ação de arqueiros, enquanto fossos e parapeitos tornavam a estrutura intimidadora. Os fortes protegiam os que exploravam os recursos minerais da Núbia e reforçavam a presença do faraó no sul durante o Médio Império.
Fronteiras com a Núbia
Templos greco-romanos
	As edificações greco-romanas no Egito tiveram seu auge na dinastia ptolomaica (305 – 330 a. C.) Os invasores retomaram formas e tradições egípcias, mas ouve mudanças fundamentais.
	Os escuros templos egípcios pareciam envoltos em mistério, comparados aos majestosos templos públicos do Novo Império.
	Edifícios de grande escala foram iniciados, e templos, reconstruídos ou ampliados. 
	As crenças religiosas egípcias foram mantidas, ao lado das dos reis estrangeiros. 
	Os elementos básicos de construção e disposição de ambientes se mantiveram, com o acréscimo do pronau (antecâmara) e do altar central isolado. 
	Sob os últimos reis, os templos ainda cumpriram importante função social nas cidades, não só sagrada, mas também econômica e administrativa.
	Planta do Templo de Edfu. Construído em arenito, o templo era ao mesmo tempo simples e intrincado. As escadarias de acesso ao terraço eram sustentadas por pilões, e um amplo pátio levava ao pronau, ao hipostilo, à antecâmara e, por fim, ao santuário central cercado por um corredor. Textos decorativos declaram que o templo foi construído segundo o antigo ideal de priorizar o culto.
	O pronau é a área interna de um pórtico, utilizado em templos gregos e romanos. Os templos romanos costumavam ter um pronau aberto, quase sempre com colunas e sem paredes. A palavra pronau significa "diante do templo”.
Templos greco-romanos
	Pronau ou antecâmara do Grande Trono, era o saguão que antecedia a entrada da casa do deus. Em Edfu, era formado por três fileiras de seis colunas dispostas atrás de um mural. A única fonte de luz era uma claraboia, símbolo de transição entre o mundo exterior, físico, e o interior, espiritual.
Templos greco-romanos
	Projetado para restringir a entrada de luz no pronau e criar um clima de purificação próximo ao santuário, o mural era feito de pedra fina e se estendia entre as colunas da primeira fileira. Com requintadas imagens do rei e da rainha, temas mitológicos e de culto, o mural enfatizava o papel sagrado do faraó.
Templos greco-romanos
	A cornija, moldura adornada na parte superior das paredes e pilões do templo, era comum na decoração egípcia e conferia elegância às estruturas monumentais. Variada de simples blocos de adobe até peças decoradas com requintados símbolos de culto (como a naja e disco do sol).
Templos greco-romanos
	REFERÊNCIA
	História ilustrada da arquitetura / Elily Cole (org); [traduzido por Livia Chede Almendary] – São Paulo: Publifolha, 2011.
Exercícios
1) O Egito, por sua singularidade e excentricidade, pode ser considerado um laboratório de arquitetura. Comente esta afirmação dando os exemplos desta singularidade.
2) Explique sobre as noções de orientação e ortogonalidade, estabelecidos pela civilização egípcia, que reforçou a posição fundamental da geometria como base da arquitetura.
3) A história da arquitetura egípcia pode ser contada como história das formas absolutas. Comente sobre as formas absolutas mais usadas no Egito e seus significados.
4) O templo egípcio, apresenta a concretização simbólica da experiência e da existência, buscando ser uma imagem direta do cosmo e uma representação do Egito. Explique a imagem do templo e seus elementos. Ver figura 4.9, pg. 43. (Planta Baixa do Templo de Amon em Karnac)

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