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Modelo de mensuração de riscos e vulnerabilidade social a desastres de populações sujeitas a desastres ambientais 1ª Parte

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Modelo de mensuração de riscos e vulnerabilidade social a desastres de populações sujeitas a 
desastres ambientais: 1ª Parte 
 
Antonio Fernando Navarro1 
 
Introdução 
 
A definição de modelos de avaliação dos comportamentos sociais e de 
comportamentos coletivos assumidos pelas populações por ocasião do surgimento de desastres não 
é uma das tarefas mais fáceis, já que o inconsciente coletivo e as reações dessas populações pode 
variar em função de inúmeros fatores, como por exemplo: grau de aculturamento das populações, 
experiências acumuladas, conhecimento sobre os resultados das tragédias, confiança nos órgãos 
públicos, conscientização dos níveis de perdas e da capacidade de recuperação, grau de exposição, 
entre outros fatores tão importantes quanto. 
As populações desassistidas residentes em áreas normalmente colapsáveis sofrem 
continuamente com as perdas do que conseguem amealhar com seus trabalhos, por ocasião de 
eventos climáticos mais intensos. Nessas ocasiões a primeira mobilização se dá através de uma 
parcela da população que ainda se condói com essas tragédias. Os governos buscam, politicamente, 
liberar gêneros alimentícios e verbas para a reconstrução das moradias, os quais quase nunca 
chegam ao seu destino final. Mesmo com todas essas perdas e sofrimentos, inclusive morais, por 
razões não de todo explicadas esses mesmos desassistidos terminam por voltar aos seus locais de 
moradia. Por que? Por falta de outras opções ou de assistência social? 
Estas questões nunca foram de todo respondidas, principalmente porque a 
resiliência não é apenas um fato cultural ou social. Populações oriundas de culturas distintas sofrem 
da mesma forma. 
Quanto à questão associada a vulnerabilidades sociais a desastres, quase são 
avaliadas considerando os vários fatores convergentes, eventuais associações passam a não ser 
aplicadas a todos os casos em que há populações vulneráveis. As vulnerabilidades são avaliadas 
 
1
 Antonio Fernando Navarro é Engenheiro Civil, Engenheiro de Segurança do Trabalho e Mestre em Saúde e Meio 
Ambiente, tendo atuado em atividades industriais por mais de 30 anos. Também é professor da Universidade Federal 
Fluminense – UFF. 
após a ocorrência dos acidentes e o surgimento de vítimas. Em função dessas variáveis fica muitas 
vezes difícil definir-se os graus de riscos a que as populações encontram-se expostas. 
Na Vila Socó, até então um grupamento de moradias dispostas no canteiro 
divisório das pistas da rodovia que liga São Paulo ao Litoral, em Cubatão, edificadas sobre a faixa 
de dutos da Petrobras, ardeu em chamas na madrugada de 24 de fevereiro de 1984 em decorrência 
do vazamento de 700 mil litros de gasolina de um dos dutos. O combustível misturou-se com a água 
do mangue sob as casas de palafitas. Uma faísca provocada por fósforo ou curto circuito em fio 
elétrico pôs fogo à mistura de água com combustível. As chamas chegaram rapidamente ao 
oleoduto e provocaram a explosão. Os dados oficiais divulgados à época informavam que 93 
pessoas morreram e mais de 4.000 ficaram feridas. A faixa de dutos existia no canteiro central entre 
as duas faixas de rolamento da rodovia há muito tempo e com o conhecimento de todos. As casas 
sobre palafitas foram sendo construídas e ninguém se preocupou, aparentemente, com a questão dos 
riscos, até a ocorrência do acidente. Na época chegou-se a dizer que moradores estavam extraindo 
combustível de pequenos furos de corrosão das tubulações. 
Vila Socó não foi o primeiro e nem o último acidente afetando comunidades 
carentes. Além desse tipo de acidentes, os ambientais tem afetado grande número de pessoas 
provocadas por furacões, ciclones, tornados, granizos, vendavais, escorregamentos ou 
deslizamentos de encostas, transbordamento de rios, explosões em indústrias afetando áreas 
vizinhas. 
A ocorrência de acidentes envolvendo as comunidades pode ser prevista com 
razoável grau de previsibilidade. Alguns dos riscos que as podem afetar são reconhecidos quase que 
de imediato. Por exemplo, em Bangladesh periodicamente chuvas torrenciais das monções destroem 
moradias e provocam a morte de centenas de pessoas. Na Islândia erupções vulcânicas já 
provocaram mortes, da mesma forma que em outros países com atividades vulcânicas. No Japão 
grandes terremotos destruiram cidades em 2011, com tsunamis que afetaram usina nuclear. Pessoas 
morrem e ou ficam deabrigadas nas cheias do rio Amazonas/Solimões. Esses e outros exemplos são 
razoavelmente previsíveis. Essa previsibilidade deveria servir para alertarem-se as populações 
expostas. 
Aqui se entende que a partir de um momento em que a causa é previsível o risco é 
certo. A partir daí medidas eliminadoras ou mitigadoras devem ser adotadas. Em áreas afetadas por 
tsunamis, as populações são avisadas por sirenes. No entorno da Usina Nuclear de Angra dos Reis 
idêntico procedimento é adotado, apesar de o evento previsível ser o de vazamento nuclear. No 
Município do Rio de Janeiro, pela falta de uma estrutura de evacuação das áreas de riscos mais 
adequada e também pela ausência de uma cultura coletiva para salvaguardar-se as populações 
passou-se a adotar, como medida de alerta, as sirenes. 
Muitas vezes é possível prever-se os grandes desastres, como os tsunamis, os 
ciclones ou tufões e mesmo as chuvas mais fortes. Esses eventos podem provocar eventos 
subsequentes, como deslizamentos de encostas menos protegidas por vegetações ou 
transbordamento de rios assoreados ou com matas ciliares removidas. 
O desastre ambiental que teve como papel principal o Morro do Bumba, no bairro 
Viçoso Jardim, em Niterói/RJ, ficou conhecido em 2010, em função do deslizamento de grande 
parte de encostas entre morros. No topo do terreno uma grande comunidade com ruas asfaltadas, luz 
elétrica e IPTU. No subsolo, camadas e camadas de lixo acumuladas durante décadas. 
Os eventos consequentes, apesar de previsíveis, não se manifestam em períodos 
de tempo mais longos de observação, como os furacões ou os tsunamis decorrentes de terremotos 
submarinos. Em alguns momentos as sirenes podem ser acionadas e as populações não têm para 
onde ir. Não sabem o que fazer no day after. 
Nos grandes desastres ambientais afetando as populações, percebe-se claramente 
que as moradias encontravam-se erigidas em encostas de morros, ao longo de rios ou da orla do 
mar, e mesmo próximas a indústrias com elevado potencial de serem responsáveis por tragédias, 
como refinarias, unidades químicas ou petroquímicas e usinas nucleares. Quase que 
instantaneamente vem à baila temas como Urbanismo, Planejamento Urbano, Plano Diretor e outros 
associados a Psicologia e Sociologia, já que as populações encontravam-se no caminho das 
tragédias, como se isso fosse possível de definir-se. Assim, os aspectos mais técnicos passam a se 
entrelaçar a questões de ordem do comportamento humano, de maneira isolada ou em conjunto. 
As crescentes migrações produzidas pelas propagandas de implantação de grandes 
empreendimentos industriais em municípios que não foram preparados para tal, ou que não 
elaboraram seus planejamentos de maneira a contemplar esses grandes contingentes migracionais 
terminam por deixar aos migrantes áreas ainda não ocupadas, ou fracamente ocupadas, quase 
sempre próximas a áreas de riscos, nas encostas dos morros, proximidades de manguezais, margens 
de rios, enfim, áreas onde as primeiras populações não as ocuparam, preferindo o centro da cidade. 
Assim, esses novos migrantes são conduzidos ou vão para áreas ainda não ocupadas. Aqui cabe um 
questionamento: será que antes do início desses movimentos migracionais induzidos as áreas já não 
poderiam ter sido adequadamente preparadas pelos Urbanistas ou Administradores Públicos? 
A leniência ou complacência dos organismos de fiscalização termina por aceitarpassivamente os assentamentos. Por outro lado, com o adensamento dessas populações, as mesmas 
passam a ser vistas como oportunidades de votos em processos políticos, bastando para tal as 
promessas de melhorias aparentes das áreas, como a construção de praças e a pavimentação de ruas. 
Em situações críticas, como a de deslizamentos de encostas, vão-se as praças, 
ruas, moradias e pessoas, todas envolvidas na lama do sofrimento provocado pelos deslizamentos, 
ou cobertas pelas águas poluídas dos rios. 
Assim, apresentam-se neste artigo considerações técnicas, relatos de autores que 
se preocupam com essas questões e um mapeamento, ou modelo de mensuração que teve seu inicio 
na avaliação de encostas sujeitas a riscos. Como a questão básica é a da capacidade de suportação 
das encostas e mesmo a redução das calhas dos rios ou das áreas de espraiamento tão necessárias 
para a coleta das águas transbordantes é que os processos de modelagem ou de definição de 
parâmetros passa a ser importante não só para a área de Urbanismo como também de Planejamento 
Urbano. 
 
Discussão do tema 
 
A relevância do tema para os Urbanistas e para aqueles que elaboram Planos 
Diretores Urbanos é notória, já que os desastres causam sempre um impacto visual negativo e a 
consequente comoção social. Os noticiários jornalísticos voltam-se com maior frequência para os 
eventos onde a quantidade de mortos é elevada. Passado o período sensacionalista, as populações 
atingidas aguardam passivas as propaladas ajudas governamentais, os auxílios espontâneos das 
populações e, depois de não lograrem êxito na tão almejada nova moradia terminam por retornar 
aos locais atingidos, cumprindo-se assim um ciclo contínuo. Novas tragédias, novas vítimas, novas 
promessas, desencanto, novas tragédias, ... 
A relação de cidades atingidas e do que ocorreu após as tragédias pode variar 
pouco, mais em função da “cultura da população atingida” do que da classe social dominante na 
área. Blumenau, cidade periodicamente assolada por cheias seguidas de transbordamento do rio 
Itajaí Açu é um rico exemplo. Em alguns períodos ou épocas as ocorrências se deram pouco antes 
de sua principal festa anual em outubro. Os moradores motivados pelos ganhos proporcionados pela 
festa Ocktober Fest deixavam a cidade como se nada tivesse ocorrido lá. Os visitantes ficavam 
impressionados com a mobilização dos moradores, que suplantava a mobilização dos governantes. 
No ano de 2011 sete municípios do Rio de Janeiro foram assolados por fortes 
chuvas, que causou o deslizamento de encostas e o transbordamento de rios. Neste caso a tragédia 
nivelou as classes sociais, atingindo ricos e pobres. Ainda hoje se percebe que pouco foi feito para a 
recomposição local, faltando pontes, ruas e moradias. Será que as diferentes culturas existentes em 
nosso país podem contribuir para a mobilização das pessoas mais rapidamente? 
Ainda retornando á tragédia do Rio de Janeiro, em Niterói, um de seus municípios 
ficou com uma quantidade muito grande de desassistidos improvisadamente albergada em galpões 
do Exército. Passados muitos meses a situação pouco mudou. Aliás, mudou em um aspecto, Surgiu 
a geração do Morro do Bumba, localidade do bairro Viçoso Jardim. Nos Galpões do Exército as 
famílias eram divididas em áreas cercadas por tapumes de pouca altura. A convivência entre os 
jovens era muito próxima, ao ponto de meses depois se observar meninas de 12 e treze anos 
grávidas. Uma nova geração se criou ou surgiu fruto de um grande problema social que ainda não 
foi resolvido. Culpa das pessoas que se acomodaram? Talvez, mas nem tanto. A aludida ajuda 
humanitária do aluguel social fez com que os “barracos” existentes no morro, com três cômodos, 
tivessem o aluguel aumentado de R$ 250,00 para R$ 350,00 ou mais. Em entrevistas realizadas 
muitos moradores disseram que com esses aumentos e o fato de terem que pagar os impostos e mais 
o custo de água e de luz nada sobraria para as famílias, muitas sobrevivendo do “dinheiro de 
plástico” distribuído pelo Governo. 
Mudar, nesses casos, pode significar alterar o status quo. Se as tragédias são 
prenunciadas, por que esperar-se passivamente novas mortes e mais infortúnios, mantendo-se as 
pessoas assentadas em um mesmo local perigoso? Eliminar-se “barracos”, alguns, para a construção 
de praças, pintarem-se casas, construírem-se teleféricos, não muda nada a situação. As áreas não 
podem deixar de serem áreas de riscos por um simples decreto ou pela vontade de alguns. 
Manterem-se pessoas nesses locais é responsabilizar-se pelas tragédias. 
Algumas palavras ou expressões de repente passam a ser moda, como 
sustentabilidade, e mesmo resiliência. 
A respeito de sustentabilidade tem-se uma interessante crítica; 
(...) Quando uma palavra se torna tão popular que começa a pipocar em todos os 
lugares, em todo tipo de contextos minimamente relacionados, ou até mesmo nos não relacionados, 
isso quer dizer uma de duas coisas: ou ela se tornou um clichê sem sentido ou tem uma consistência 
conceitual verdadeira. 
"Ecológico" (ou, pior ainda, "virar ecológico") cabe inteiramente na primeira 
categoria. Mas "sustentável", que à primeira vista remete a um sentido igualmente vago de virtude 
ambiental, pertence à segunda. É verdade que ouvimos a palavra se referindo a qualquer assunto, de 
carros à agricultura e à economia. Isso ocorre, porém, porque o conceito de sustentabilidade é, em 
essência, tão simples, que se aplica legitimamente a todas essas áreas e a outras ainda. (...) Michael 
D. Lemonick (Revista Scientific American Brasil – Terra 3.0 – ed.1) 
Quanto a palavra resiliência, essa última, que se aplicava à capacidade de um 
metal de retornar à sua posição original, quando sujeita a forças externas, sob o olhar dos psicólogos 
passou a significar também a resistência das pessoas de saírem dos locais de riscos ou de mudarem, 
inclusive interiormente. Assim, pessoas que tiveram suas casas atingidas pelas tragédias, por falta 
de outras opções reconstroem o que se perdeu e continuam lá. 
Os ribeirinhos, que residem sobre palafitas nas margens dos rios amazônicos, não 
saem de suas casas, muito pelo contrário. Por compreenderem o regime das cheias, constroem suas 
moradias em locais à salvo das águas. Quando essas chegam eles lá continuam. Quando as águas 
baixam, eles aproveitam a terra úmida para o plantio da mandioca e de umas poucas hortaliças. 
Após a colheita, satisfeitos, aguardam novas cheias. Para eles, “é normal”. E os residentes em 
encostas? O que esperar. Suas casas se deslocam junto com a lama. Juntar? Não há mais. 
Segundo a concordância da maioria dos autores, a resiliência pode ser difundida 
entre vários aspectos da vida e deve ser compreendida pela consideração de fatores anteriores e 
posteriores às circunstâncias vividas. É um fator extremamente importante para este novo século em 
todas as áreas da vida: pessoal, profissional, da saúde, social, familiar, ambiental, cultural, etc., pois 
estamos vivendo momentos de grandes transformações e provas. A resiliência pode ser pensada 
como capacidade de adaptação ou faculdade de recuperação. Alguns autores enfatizam a capacidade 
de “fazer bem com as coisas”, apesar das diversidades, ou seja, soma-se à capacidade de resiliência 
uma “faculdade de construção positiva”.2 
De acordo com Yunes e Szymans (2012)3 Na língua portuguesa, a palavra 
resiliência aplicada às Ciências Sociais e Humanas vem sendo utilizada há poucos anos. Nesse 
sentido, seu uso no Brasil restringe-se ainda a um grupo bastante limitado de pessoas de alguns 
círculos acadêmicos. Nossa experiência tem mostrado que a maior parte dos colegas da área de 
Psicologia, Sociologia ou Educação não conhecem a palavra e desconhecem seu uso formal ou 
 
2
 Galieta, I.C. Resiliência, o Verdadeiro Significado, FaeBusinnes School Administração, São Paulo, 2010. 
3
YUNES, M.A.M & SZYMANS, H. RESILIÊNCIA: NOÇÃO, CONCEITOS AFINS E CONSIDERAÇÕES CRÍTICAS, Psiquiatria 
Geral, http://www.psiquiatriageral.com.br/psicossomatica/resiliencia_nocoes_conceitos.htm, acessado em 
14/02/2012. 
informal, bem como sua aplicação em quaisquer das áreas da ciência. Por outro lado, profissionais 
das áreas de Engenharia, Física e Odontologia revelam certa familiaridade com a palavra quando 
esta se refere à resistência de materiais. 
Em certos países da Europa, nos Estados Unidos e no Canadá, a palavra 
resiliência já vem sendo utilizada com freqüência não só por profissionais das Ciências Sociais e 
Humanas, mas também através de referências da mídia a pessoas, lugares, ações e coisas em geral. 
Uma pesquisadora canadense (Martineau, 1999: 96-7) cita, em seu importante trabalho de 
doutorado sobre a resiliência na criança, alguns exemplos das contradições desse uso coloquial, em 
que pessoas famosas são consideradas resilientes pela mídia tanto por tolerarem como por 
terminarem seus casamentos. Pessoas ou coisas que tanto resistem como provocam mudanças 
também são descritas como resilientes nos comerciais de TV e em diálogos informais é comum as 
pessoas classificarem-se como resilientes ou não resilientes. 
Os precursores do termo resiliência na Psicologia são os termos invencibilidade 
ou invulnerabilidade ainda bastante referidos na literatura atual sobre resiliência. Vários autores 
(Rutter, 1985; Masten & Garmezy, 1985; Werner & Smith, 1992) relatam que "em 1974, o 
psiquiatra infantil E. J. Anthony introduziu o termo invulnerabilidade na literatura da psicopatologia 
do desenvolvimento, para descrever crianças que, apesar de prolongados períodos de adversidades e 
estresse psicológico, apresentavam saúde emocional e alta competência" (Werner & Smith, 1992: 
4). Alguns anos depois, já se discutia a aplicação do termo, que parecia implicar que as crianças 
seriam totalmente imunes a qualquer tipo de desordem, independentemente das circunstâncias. 
Como afirmaram Masten & Garmezy (1985), um termo menos Olímpico como resiliência ou 
resistência ao estresse, se faziam necessários. 
Segundo Michael Rutter (1985 e 1993), um dos pioneiros no estudo da resiliência 
no campo da Psicologia, invulnerabilidade passa uma idéia de resistência absoluta ao estresse, de 
uma característica imutável, como se fôssemos intocáveis e sem limites para suportar o sofrimento. 
Rutter (1993) considera que invulnerabilidade passa somente a idéia de uma 
característica intrínseca do indivíduo, e as pesquisas mais recentes têm indicado que a resiliência ou 
resistência ao estresse é relativa, cujas bases são tanto constitucionais como ambientais e que o grau 
de resistência não tem uma quantidade fixa, e sim, varia de acordo com as circunstâncias (Rutter, 
1985). Resiliência e invulnerabilidade não são termos equivalentes, afirmam Zimmerman & 
Arunkumar (1994).4 Segundo esses autores, .resiliência refere-se a uma "habilidade de superar 
adversidades" (Zimmerman & Arunkumar, 1994: 4), não significando que o indivíduo saia da crise 
ileso, como implica o termo invulnerabilidade. Apesar dessas considerações, é essa versão inicial de 
resiliência como invulnerabilidade frente às adversidades que ainda vem orientando a produção 
científica de muitos pesquisadores da área, dando lugar à construção de um conceito que define a 
resiliência como um conjunto de traços e condições que podem ser reificados e replicados, 
conforme afirma Martineau (1999) em sua análise crítica sobre o discurso dos denominados por ela 
de "experts" no assunto. Essa mesma autora afirma que a maioria dos estudos sobre resiliência é 
realizada mediante uma abordagem quantitativa tendo como foco a criança, que é identificada como 
resiliente ou não, a partir de testes psicométricos, notas na escola, testes de personalidade ou de 
perfil de temperamento, que levam a um conjunto de características observáveis que definiriam a 
"criança resiliente". 
... Em 1981, Rutter publica um livro que trata da relação entre a ausência da figura 
materna e o desenvolvimento de psicopatologias na criança (Rutter, 1981a), com um capítulo que 
versa sobre resiliência e o comportamento parental de adultos que na infância tenham sofrido 
abandono. Entre as principais questões levantadas pelo autor, aparece a mais freqüente formulação 
inicial dos estudos sobre resiliência: Por que, apesar de passar por terríveis experiências, alguns 
indivíduos não são atingidos e apresentam um desenvolvimento estável e saudável? Rutter (1987) 
define resiliência como uma "variação individual em resposta ao risco", e afirma "que os mesmos 
estressores podem ser experienciados de maneira diferente por diferentes pessoas". De acordo com 
esse autor, a resiliência não pode ser vista como um atributo fixo do indivíduo", e "se as 
circunstâncias mudam a resiliência se altera" (1987: 317). 
Tais observações procuram dar ao conceito um toque de relatividade, que nem 
sempre aparece nos estudos quantitativos que usam medidas e critérios estatísticos baseados em 
comportamentos observáveis para identificar crianças resilientes num determinado ponto de suas 
vidas. O estudo desenvolvido por Martineau deixa claro que "resiliência tem diferentes formas entre 
diferentes indivíduos em diferentes contextos, assim como acontece com o conceito de risco" 
(1999: 103). 
Deve-se considerar, ao associar-se Resiliência à Teimosia ou o fato do morador 
teimar em permanecer no mesmo local, que em muitos dos casos analisados, a razão principal era a 
da proteção da família. A preocupação de onde a família iria passar a residir. 
Segundo BRAGA, OLIVEIRA e GIVISIEZ (2012)4, Todos os anos, desastres 
naturais resultam em numero -dos mortos, feridos, bem como em onerosas perdas econômicas. A 
literatura recente aponta para um incremento na freqüência e intensividade dos desastres naturais 
(DILLEY et al., 2005; BRAUCH, 2005; CARDONA, 2004), bem como para um aumento da 
 
4 BRAGA, T.M; OLIVEIRA E.L. & GIVIZIEZ G.H.N. AVALIAÇÃO DE METODOLOGIAS DE MENSURAÇÃO DE RISCOS E VULNERABILIDADE SOCIAL A 
DESASTRES NATURAIS ASSOCIADOS A MUDANÇA CLIMÁTICA, Revista São Paulo em Perspectiva, v. 20, n. 1, p. 81-95, jan./mar. 2006. 
consciência e do engajamento da comunidade internacional em torno do problema. Segundo 
relatório do UNDP (2004), 75% da população mundial habita em áreas que foram afetadas pelo 
menos uma vez por ciclones, enchentes, secas ou terremotos entre os anos de 1980 e 2000. 
Desta forma, há fortes argumentos para que se considere como urgente o 
aprofundamento do conhecimento científico sobre as causas dos efeitos desiguais de tais desastres 
sobre a população, bem como o desenvolvimento de metodologias de mensuração da 
vulnerabilidade aos mesmos. 
As conseqüências dos desastres naturais não são sentidas igualmente por todos. 
Pobres, minorias, mulheres, crianças e idosos são freqüentemente os mais afetados em desastres 
naturais em todo o planeta. Ademais, a exposição e vulnerabilidade a desastres representam um 
fator importante no recrudescimento da vulnerabilidade sociodemográfica de indivíduos e 
populações (AVISO, 2005; DILLEY et al., 2005). 
De maneira geral, vulnerabilidade pode ser entendida como a suscetibilidade a 
perigo ou dano (BRAUCH, 2005). A despeito da existência do conceito geral, de ampla aceitação, 
tem se dado um frutífero debate sobre uma definição mais precisa do termo dentro da comunidade 
internacional de pesquisa em desastres naturais. Destacamos abaixo dois autores que clarificam 
pontos essenciais do debate que dão suporte às escolhas metodológicas da presente proposta. 
Para O’Riordan (2002), a vulnerabilidade a desastres naturais pode ser descrita 
como a incapacidade de uma pessoa, sociedade ou grupo populacionalde evitar o perigo 
relacionado a catástrofes naturais ou ao fato de ser forçado a viver em tais condições de perigo. Tal 
situação decorre de uma combinação de processos econômicos, sociais, ambientais e políticos. 
Cardona (2004), que também propõe pensar vulnerabilidade a desastres naturais em uma 
perspectiva abrangente, identifica três componentes principais em sua composição: fragilidade ou 
exposição; suscetibilidade; e falta de resiliência. Fragilidade, ou exposição, é a componente física e 
ambiental da vulnerabilidade, que captura em que medida um grupo populacional é suscetível de ser 
afetado por um fenômeno perigoso em função de sua localização em área de influência do mesmo, e 
devido à ausência de resistência física à sua propagação. Suscetibilidade é a componente 
socioeconômica e demográfica, que captura a predisposição de um grupo populacional de sofrer 
danos em face de um fenômeno perigoso. Tal predisposição é decorrente do grau de marginalidade, 
da segregação social e da fragilidade econômica às quais um determinado grupo populacional se 
encontra submetido. 
Falta de resiliência é a componente comportamental, comunitária e política, que 
captura a capacidade de um grupo populacional submetido a um fenômeno perigoso de absorver o 
choque e se adaptar para voltar a um estado aceitável. 
Já o risco é definido pelo relatório sobre Redução do Risco de Desastres do 
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (UNDP, 2004, p. 98), como “o número 
de mortes em um evento perigoso em relação à população total exposta a tal evento”. 
Partindo do pressuposto comum de que é a vulnerabilidade que explica o porquê dos diferentes 
níveis de risco que diferentes grupos experimentam ao serem submetidos a perigos naturais de 
mesma intensidade. A fórmula R = V + P (risco = vulnerabilidade + perigo), bem como versões 
mais sofisticadas da mesma, tem sido usada em trabalhos que buscam mensurar riscos e 
vulnerabilidades a desastres naturais (UNDP, 2004; PEDUZZI et al., 2001; DILLEY et al., 2005; 
CARDONA et al., 2005). 
Dada a complexidade das diferentes dimensões da vulnerabilidade, mensurá-los 
requer a integração de um grande número de informações relacionadas a uma pluralidade de 
disciplinas e áreas de conhecimento. Apreender a riqueza dessas informações de forma consistente 
exige a produção de indicadores claros e sintéticos. Se, por um lado, os índices sintéticos possuem a 
clara vantagem de uma comunicação ágil, são muitas as críticas a eles dirigidas. 
Conforme TAVARES et al. (2007)5 Os riscos materializam processos ou 
ações, naturais ou tecnológicos, que adquirem relevância socioeconômica e têm expressão 
territorial. A análise e gestão dos riscos constituem foros de ação e decisão integrantes das 
atividades em sociedade, embora com diferentes graus de visibilidade e explicitação. 
Sob condições globais de menor admissibilidade social, económica e jurídica às 
perdas e incertezas relacionadas com os processos e modelos, assumem importância crescente as 
respostas proativas, preventivas e planeadas aos acontecimentos que possam afetar as expectativas, 
o objetivos estratégicos e tácticos das organizações. 
Nas chamadas sociedades de risco, em que aumenta a consciência individual e 
coletiva quanto aos potenciais perigos, e em que estes mesmos perigos podem assumir contornos 
difusos e terem efeitos prolongados no tempo, os cidadãos, técnicos, cientistas e agentes políticos 
organizam-se em torno desta problemática. Os intervenientes projetam nos instrumentos e critérios 
 
5 TAVARES, S.O.; QUINTELA, D.; VIEGAS, D.X.; GOIS, J.C.; BARANDA, J.M.; MENDES, J.M.; CUNHA, L.; NEVES, L.; FIGUEIREDE, R.; PATRICIO, J.; 
RIBEIRO,J.; SILVA, N.G. & FREIRIA, S.PLANO REGIONAL DO ORDENAMENTO DO TERRITÓTIO DO CENTRO – CCDRC, Riscos Naturais e Tecnológicos – 
contributo para a síntese de diagnóstico e visão estratégica, Coimbra, Portugal, 2007. 
de ordenamento e planeamento, bem como nas instituições da proteção civil, emergência e socorro, 
a gestão, a capacidade de redução dos riscos, ao nível local, regional, nacional e global. 
Com as transformações globais, as dinâmicas populacionais de urbanização e 
litoralização, a não reversibilidade de muitos dos processos naturais, adquirem importância a 
expressão espacial dos riscos e a qualificação da probabilidade de ocorrência de eventos 
extraordinários. A preocupação dos cidadãos, dos grupos, das comunidades, das instituições, ou 
dos estados relativamente aos valores ambientais e aos critérios de segurança e fiabilidade dos 
processos, estruturas e equipamentos, determinou a incorporação de princípios éticos na gestão dos 
perigos. 
Assim, risco constitui o dano ou perda estimada em consequência da ação de um 
perigo sobre um bem a preservar, seja a vida humana, os bens económicos ou os valores ambientais. 
O risco R pode expressar se em termos quantitativos, em valores de perda total ou anual, ou em 
valores qualitativos (baixo, aceitável, não aceitável). A expressão seguinte expressa os vários 
componentes da análise do risco: 
R = Σ Pi x (E x Vi) 
em que Pi – Perigosidade – representa a probabilidade de um território ser afectado por um evento 
ou processo natural ou tecnológico, e função nomeadamente de parâmetros como a magnitude e 
severidade (capacidade de produzir danos); 
Vi – Vulnerabilidade é o grau de perda de um determinado elemento de risco (humanos, 
económicos, estruturais ou ambientais) quando exposto a um processo natural, ambiental ou 
tecnológico (expresso probabilisticamente entre 0 e 1). 
E – Exposição ou elementos em risco (conjunto de bens a preservar e que podem sofrer danos por 
ação do perigo); 
Outro conceito determinante na análise regional foi a incidência espacial, ou 
susceptibilidade, representada pela propensão para uma área ser afetada por um determinado perigo, 
em tempo indeterminado, sendo avaliada através de fatores condicionantes e desencadeantes dos 
processos ou ações. 
Assim, a análise do risco, de processos ou sistemas, sendo qualitativa ou 
quantitativa, inicia-se por uma avaliação iterativa que vai sendo detalhada pela incorporação e 
gestão dos dados, pela formulação do problema, delimitação do âmbito e definição da escala de 
análise. A fase ulterior consiste na comparação do risco calculado com o risco aceitável, de acordo 
com condições de admissibilidade ou as especificações de fiabilidade. 
A análise da gestão e redução do risco engloba um conjunto de medidas de 
carácter decisório com vista ao controlo, do ponto de vista dos custos e perdas ou dos benefícios 
resultantes da redução. 
 
Conclusão Parcial do Tema 
 
Pretende-se que este tema aqui tratado parcialmente seja complementado a 
posteriori. Para que se apresente um modelo de avaliação, passamos a apresentar modelo construído 
para avaliação dos impactos ambientais e sociais decorrentes da implantação de empreendimento 
industrial de grandes proporções, afetando, direta ou indiretamente 11 municípios do Estado do Rio 
de Janeiro. Pesquisas complementares demonstraram que as maiores preocupações das populações 
eram com os aspectos sociais decorrentes, Muitos chegaram a dizer: ... E depois? O que será de 
nós? Quem será por nós? 
Claro é que modelos podem ser construídos e desconstruídos de acordo com as 
visões dominantes e interesses momentâneos. Desta maneira, apresenta-se um modelo de avaliação, 
para em um momento seguinte tratarmos da questão da modelagem dos riscos e vulnerabilidades 
sociais. 
Análise Integrada dos Cenários / Riscos 
Classificação dos eventos quanto às categorias de freqüência de ocorrência de perdas e danos 
Categoria Cor indicativa Características (freqüência de eventos possíveis que possam se 
manifestar ao longo do tempo do empreendimento) 
A Conceitualmentepossível, extremamente improvável que ocorra 
B Não esperado que ocorra 
C Pouco provável que ocorra 
D Esperado que ocorra durante a vida útil da instalação 
E Esperado que ocorra várias vezes durante a vida útil da instalação (até 
o descomissionamento) 
 
No Cenários / Riscos 
Impactos prováveis nos 
vários ambientes 
Interno/
Interno 
Interno/
Externo 
Externo/
Interno 
Externo/
Externo 
1. Acidentes com veículos com colisões com objetos fixos 
2. Acidentes com veículos com colisões de veículos X veículos 
3. Acidentes com veículos por tombamento de cargas perigosas 
e ou outras 
4. Acidentes com veículos envolvendo atropelamentos múltiplos 
5. Acidentes com veículos por queda de cargas transportadas 
sobre pessoas 
6. Acidentes com veículos por queda de cargas transportadas 
sobre veículos 
7. Acidentes com veículos com queda de cargas transportadas 
sobre bens 
8. 
Acidentes com veículos por excesso de cargas provocando 
danos à pista de rolamento, instalações subterrâneas (água, 
luz, esgoto, dados, sinalização, e outras) 
 
 
1. Acidentes múltiplos devido a queda de materiais 
movimentados 
2. Acidentes múltiplos causados durante a execução das obras 
3. Acidentes múltiplos ocorridos durante o transporte dos trabalhadores 
4. Acidentes múltiplos causados por intoxicação alimentar 
 
1. Acidentes de construção e montagem por falha de material 
ou de projeto, afetando equipamentos críticos 
2. Acidentes de construção e montagem por falhas de 
montagem de equipamentos críticos 
 
1. Atos de sabotagens envolvendo equipamentos críticos 
2. Atos de sabotagens envolvendo danos aos sistemas de lógica 
ou de controle de equipamentos críticos 
 
1. Acidentes devido a aumento de queda de raios em função das 
estruturas metálicas do empreendimento 
2. 
Acidentes devido a restrições geotécnicas que possam não ter 
sido adequadamente avaliadas na fase de projeto e que 
tenham potencial para causar perdas ou danos a equipamentos 
críticos durante a fase de operação 
 
 
1. Acidentes operacionais por fadiga de materiais envolvendo 
equipamentos críticos 
2. Acidentes operacionais durante a operação das instalações por explosões 
3. Acidentes operacionais devidos a vazamentos de produtos químicos 
4. 
Acidentes operacionais com equipamentos ou instalações, 
em operação, testes, comissionamento, gerando danos 
ambientais ou pessoais 
 
5. 
Acidentes operacionais com equipamentos por explosões de 
vasos de pressão que possam afetar equipamentos ou terceiros 
por ondas de choque 
 
6. Acidentes operacionais por causas diversas 
 
1. 
Danos ambientais por poeiras, fumaças, material particulado 
lançado durante a fase de construção, atingindo pessoas, e 
bens 
 
2. Danos ambientais por poeiras, fumaças, material particulado lançado durante a operação, atingindo pessoas e bens 
3. Danos ambientais causados por tombamento de cargas 
perigosas nas proximidades de leitos de rios ou canais 
4. Danos ambientais por fogo no mato, em lixo, material 
armazenado, espontâneo, acidental ou proposital 
5. Danos ambientais causados a cursos d`água ou manguezais 
6. Danos ambientais por manifestação de pragas infestativas 
naturais ou alienígenas 
7. Danos ambientais por contaminação de lençóis freáticos por 
vazamento de produtos perigosos 
8. 
Danos ambientais por contaminação do meio ambiente por 
contato com produtos acidentalmente lançados no ar, em 
cursos d`água, ruas 
 
9. 
Danos ambientais por alagamento ou inundação causados nas 
vizinhanças cuja responsabilidade possa ser atribuída ao 
empreendimento, por assoreamento ou obstruções nos cursos 
d`água ou estuários dos mesmos 
 
10. 
Danos ambientais por alterações climáticas provocados pela 
implantação do empreendimento, mudança da temperatura, 
regime de ventos, pluviosidade e umidade 
 
 
1. Danos sociais por ações criminosas ou produzidas por 
sabotadores que possam afetar pessoas ou bens patrimoniais 
2. Danos sociais por perdas patrimoniais ou pessoais causados a torres de transmissão 
3. Danos sociais por perdas patrimoniais ou pessoais causados a dutos ou dispositivos de controle 
 
1. 
Danos à imagem da Instituição por atrasos no cronograma 
devido a falha de fornecimento de insumos por questões 
econômico financeiras que independam do Empreendimento 
 
2. 
Danos à imagem da Instituição em função da poeira gerada e 
do barulho que afetem os moradores na vizinhança do 
empreendimento 
 
3. 
Danos à imagem da Instituição em função de prejuízos que os 
pescadores possam ter em função de vazamentos que atinjam 
áreas de rios e manguezais 
 
4. 
Danos à imagem da Instituição por acidentes que ocorram em 
faixas de dutos ou em linhas de transmissão e que possam ser 
atribuídos à responsabilidade do Empreendimento 
 
5. 
Danos à imagem da Instituição por acidentes ambientais 
provocados por vazamentos de oleodutos e polidutos durante a 
operação dos mesmos, ou sabotagens ou movimentações de 
terreno 
 
6. 
Danos à imagem da por acidentes pessoais ou materiais 
envolvendo terceiros que tenham invadido faixas de dutos ou 
de linhas de transmissão do Empreendimento 
 
 
1. Danos pessoais por manifestação de doenças infecto 
contagiosas 
2. Danos pessoais ou patrimoniais ocorridos durante greves, piquetes ou lockouts 
3. 
Danos pessoais ou materiais causados a terceiros que tenham, 
intencionalmente ou não, tido acesso às instalações do 
empreendimento 
 
4. Danos pessoais pelo surgimento de doenças respiratórias 
crônicas ou não, por produtos químicos liberados na atmosfera 
no entorno do empreendimento 
5. Danos pessoais causados a terceiros por animais, insetos que possam ser atribuídos à responsabilidade do empreendimento 
6. 
Danos pessoais causados a terceiros ou ao patrimônio desses 
devido a desavenças entre a população local e prestadores de 
serviços do empreendimento 
 
7. Danos pessoais por brigas em alojamentos ou repúblicas de prestadores de serviços 
 
1. Impactos sociais causados por atraso na programação da obra 
2. 
Impactos sociais por ações de empregados do 
empreendimento ou de terceiros afetando pessoas da 
comunidade 
 
3. 
Impactos sociais por perdas ou danos causados às 
comunidades por pânico causado por acidentes no interior do 
empreendimento, mesmo que esses acidentes não tenham 
gerado danos às comunidades 
 
4. Impactos sociais causados pelo aumento da mendicância ou prostituição 
5. 
Impactos sociais causados em função do aumento do 
consumo de álcool em bares e botequins que tenham sido 
abertos para atender aos prestadores de serviços do 
empreendimento 
 
6. 
Impactos sociais causados pela emissão de cheques sem 
fundo ou calotes no comércio local por prestadores de serviços 
do empreendimento, identificados como tal 
 
7. 
Impactos sociais provocados pela disseminação de doenças 
sexualmente transmissíveis, por contato entre os prestadores 
de serviços eventuais e a população local 
 
8. Impactos sociais provocados pelo aumento do desemprego 
com o fim das obras 
9. Impactos sociais provocados por desníveis financeiros 
10. Impactos sociais por aumento dos níveis de criminalidade, tráfico de drogas 
11. 
Impactos sociais por desestruturação urbana nas cidades 
próximas devido a construções irregulares, surgimento de 
favelas, aumento do fluxo de veículos, saturação das vias 
urbanas 
 
12. 
Impactos sociais por sobrecarga de atendimentos em postos 
de saúde ou hospitais da rede municipal, para atendimentoa 
trabalhadores do empreendimento 
 
13. 
Impactos sociais causados pela paralisação ou diminuição dos 
investimentos por razões políticas ou econômicas da 
Instituição 
 
14. Impactos sociais causados pela redução do escopo do projeto por razões políticas ou econômicas 
15. Impactos sociais por atrasos no andamento das obras por 
atrasos de fornecimento de equipamentos críticos ao processo 
16. Impactos sociais provocados por atrasos ou não pagamento de 
salários pelos fornecedores 
17. Impactos sociais em função de autuações ou fiscalizações de 
higiene de trabalho em repúblicas ou alojamentos de 
trabalhadores contratados 
18. 
Impactos sociais causados por atrasos nas obras por má 
gestão financeira das contratadas ou pelo atraso dos 
pagamentos pelo Empreendimento por causas diversas 
 
19. 
Impactos sociais provocados pela permanência de 
empregados de prestadoras de serviços ou de contratadas que 
permaneçam na região após as obras, em licença ou auxílio 
doença ou acidente 
 
20. 
Impactos Sociais com a saída dos trabalhadores e suas 
famílias após a conclusão dos serviços (em função de grandes 
contingentes deslocados) 
 
 
Cenários Propostos: 
Com base em uma avaliação preliminar do Empreendimento e suas circunvizinhanças, levantou-se 
os cenários mais prováveis, conforme indicado na tabela I e a quantidade de eventos com a 
categoria “D” e “E” esperadas para cada situação específica, conforme indicado na tabela II 
(especificamente neste caso somam-se as freqüências das classes “D” e “E” e divide-se o resultado 
pela quantidade de impactos versus cenários propostos). 
Ações necessárias: 
Tendo como parâmetro os cenários propostos, o passo seguinte será o da validação dos mesmos, 
com eventuais acréscimos e supressões, e a seguir, definir as estratégias melhor indicadas para cada 
caso.

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