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O Direito de Ser Julgado em Um Prazo Razoável
José Alberto Pereira Junior[2: Bacharel em Direito pela Faculdade Educacional Araucária. Pós-graduando em Direito Penal e Processo Penal pela Universidade Estácio de Sá. E-mail: josealbertopjr@gmail.com.]
Resumo
O presente trabalho de conclusão de curso, pesquisa descritiva, bibliográfica em relação às fontes de informação e procedimentos de coleta, e qualitativa, no que se refere à abordagem do problema, objetivou tratar do princípio da razoável duração do processo – inserido no ordenamento jurídico pátrio desde que nosso País aderiu ao Pacto de São José da Costa Rica, em 06 de novembro de 1992, cujo texto foi materialmente recriado em nossa Constituição Federal, por meio da Emenda Constitucional nº 45, que inseriu o inciso LXXVIII ao artigo 5º da Carta Maior – mas, especificamente, na seara do Direito Penal. Até mesmo ensinamentos da física, aparentemente alheia ao Direito, foram trazidos a lume, afinal, o protagonista o presente estudo é o tempo, sob a ótica, é claro, do direito processual penal. Além disso por meio de pesquisa na doutrina, jurisprudência e diplomas legais nacionais e estrangeiros, procurou-se analisar como outros ordenamentos jurídicos tratam a questão e definir uma solução para que o princípio em voga tenha efetividade, elencando, por fim, soluções compensatórias e sancionatórias em caso de não observância.
Palavras-chave:processo penal. Prazo razoável. Tempo.
Introdução
Versa esta pesquisa sobre o princípio constitucional da duração razoável do processo, mormente do processo penal. Tal princípio, muito embora já faça parte do ordenamento jurídico pátrio por meio da ratificação de tratados internacionais de direitos humanos (Pacto de São José da Costa Rica), foi inserido expressamente na Constituição Federal, em seu artigo 5º, que passou a contar com o inciso LXXVIII, por meio da Emenda Constitucional nº 45
Inicialmente, o princípio da razoável duração do processo é estudado a partir de sua perspectiva legal, com a análise de sua previsão legislativa em nossa Constituição Federal, assim como tratados de direitos humanos onde fora elencado.
Em um segundo momento, a pesquisa parte para o direito comparado, trazendo à baila, por exemplo, o que diz o ordenamento jurídico do Paraguai, que prevê expressamente medidas que forçam a observância de um processo penal sem dilações indevidas. Além disso, constam notas sobre a legislação canadense, espanhola, italiana, portuguesa e alemã, as quais, ainda que se refiram a prazos de duração de medidas cautelares e não do processo em si, são de grande valia para o tema.
Depois, a investigação passa a ter foco no sistema processual penal brasileiro e a chamada “Doutrina do Não Prazo”, uma vez que existem alguns prazos previstos, entretanto, sua não observância não acarreta nenhum tipo de sanção, ou seja, são prazos inúteis, ineficazes.
Em seguida, o próprio tempo passa a ser examinado, desde quando era absoluto (concepção de Isaac Newton), até os dias atuais, onde passou a ter perspectiva relativa (Albert Einstein).
Logo após, são destacados os efeitos nefastos (estudados logo na sequência) e, muitas vezes, irreversíveis, causados por um processo que se arrasta injustificadamente no tempo, negado a própria tutela da Justiça, findando o trabalho com algumas soluções compensatórias (civis, penais e processuais) e sancionatórias (aos atores jurídicos que derem causa a dilação indevida do processo), que, ao menos, mitiguem as consequências de ser acusado por tempo superior ao necessário, conforme indicações doutrinárias.
O Direito a Ser Julgado em um Prazo Razoável – Perspectiva Legal
No Brasil, a duração razoável do processo é direito fundamental assegurado desde o dia 06 de novembro de 1992, data em que o País aderiu, por meio do Decreto nº 678, à Convenção Americana Sobre Direitos Humanos – CADH (Pacto de São José da Costa Rica, de 22 de novembro de 1969).
Após isso, em 08 de dezembro de 2004, sem trazer grande inovação, veio a Emenda Constitucional nº 45, que incluiu no artigo 5º da Constituição da República (BRASIL, 1988), o inciso LXXVIII, seguindo o raciocínio da CADH ao prescrever, in verbis, que “[...] a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação”.
Nada obstante, ainda que tardia sua recepção do ordenamento jurídico pátrio, Pastor (2002, apud LOPES JR., 2018, p. 79/80) ensina que a preocupação mais intensa com a razoável duração do processo começou logo após a Segunda Guerra Mundial.
Tanto é que o fim da Segunda Grande Guerra é contemporâneo à promulgação da Declaração Universal dos Direitos do Homem – CADH, que ocorreu em 10 de dezembro de 1948, cujo artigo 10 do referido diploma legal serviu de inspiração direta aos artigos 7.5 e 8.1 da CADH, bem como ao artigo 6.1 da Convenção Europeia dos Direitos do Homem (CEDH).[3: Artigo 10. Todo o homem tem direito, em plena igualdade, a uma justa e pública audiência por parte de um tribunal independente e imparcial, para decidir de seus direitos e deveres ou do fundamento de qualquer acusação criminal contra ele.][4: Artigo 7. Direito à liberdade pessoal[...]5. Toda pessoa detida ou retida deve ser conduzida, sem demora, à presença de um juiz ou outra autoridade autorizada pela lei a exercer funções judiciais e tem direito a ser julgada dentro de um prazo razoável ou a ser posta em liberdade, sem prejuízo de que prossiga o processo.  Sua liberdade pode ser condicionada a garantias que assegurem o seu comparecimento em juízo.Artigo 8. Garantias judiciais1. Toda pessoa tem direito a ser ouvida, com as devidas garantias e dentro de um prazo razoável, por um juiz ou tribunal competente, independente e imparcial, estabelecido anteriormente por lei, na apuração de qualquer acusação penal formulada contra ela, ou para que se determinem seus direitos ou obrigações de natureza civil, trabalhista, fiscal ou de qualquer outra natureza.][5: Artigo 6º Direito a um processo equitativo1. Qualquer pessoa tem direito a que a sua causa seja examinada, equitativa e publicamente, num prazo razoável por um tribunal independente e imparcial, estabelecido pela lei, o qual decidirá, quer sobre a determinação dos seus direitos e obrigações de carácter civil, quer sobre o fundamento de qualquer acusação em matéria penal dirigida contra ela. O julgamento deve ser público, mas o acesso à sala de audiências pode ser proibido à imprensa ou ao público durante a totalidade ou parte do processo, quando a bem da moralidade, da ordem pública ou da segurança nacional numa sociedade democrática, quando os interesses de menores ou a proteção da vida privada das partes no processo o exigirem, ou, na medida julgada estritamente 10 11 necessária pelo tribunal, quando, em circunstâncias especiais, a publicidade pudesse ser prejudicial para os interesses da justiça.]
Mesmo assim, violação ao direito fundamental em comento, com a demora judicial em dar uma resposta aos casos que lhe são apresentados, mormente no âmbito processual penal, onde as consequências são as mais severas, ainda é um dos maiores e mais atuais problemas da Administração da Justiça. (LOPES JR., 2018, p.79)
A Duração Razoável do Processo no Direito Comparado
O Código de Processo Penal do Paraguai (Ley 1.286/1998) está em consonância com a CADH e fornece um ótimo exemplo de limite temporal, ao estabelecer, em seu artigo 136, que o processo penal será julgado extinto pelo juiz, caso ultrapasse quatro anos. Até mesmo a fase pré-processual tem um prazo determinado para se encerrar, sendo que sua não observação impede o posterior exercício da ação penal.[6: No original: Artículo 136. DURACION MAXIMA. Toda persona tendrá derecho a una resolución judicial definitiva em um plazo razonable. Por lo tanto, todo procedimiento tendrá una duración máxima de três años, contados desde el primer acto Del procedimiento.Este plazo sólo se podrá extender por seis meses más cuandoexista una sentencia condenatoria, a fin de permitir La tramitación de los recursos.La fuga o rebeldíadel imputado interrumpiráelplazo de duracióndelprocedimiento. Cuandocomparezca o sea capturado, sereiniciará elplazo.][7: No original: Artículo 139. PERENTORIEDAD EN LA ETAPA PREPARATORIA. CuandoelMinisterio Público no haya acusado ni presentado otrorequerimientoenla fecha fijada por eljuez, ytampocohaya pedido prórroga o ella no corresponda, eljuez intimará al Fiscal General del Estado para que requieralo que considere pertinente enelplazo de diezdías. Transcurrido este plazosin que se presente una solicitud por parte delMinisterioPúblico, eljuez declarará extinguida laacción penal, sinperjuicio de laresponsabilidadpersonaldel Fiscal General del Estado o del fiscal interviniente.]
A legislação processual penal do nosso País vizinho trás, ainda, uma benesse ao imputado preso (artigo 141), que poderá exigir que eventual recurso interposto para combater sua prisão, quando não respeitado o prazo previsto, seja julgado em até 24 horas. Se não for, sua liberdade é concedida.[8: No original: Artículo 141. DEMORA EN LAS MEDIDAS CAUTELARES PERSONALES. RESOLUCION FICTA. Cuando se haya planteado larevisión de una medida cautelar privativa de libertado se haya apelado laresolución que deniegalalibertad y eljuez o tribunal no resuelva dentro de losplazosestablecidosen este código, el imputado podrá urgir pronto despacho y si dentro de lasveinticuatro horas no obtiene resolución se entenderá que se ha concedido lalibertad. En este caso, eljuez o tribunal que le siga enelorden de turno ordenará lalibertad.Una nueva medida cautelar privativa de libertadsólopodrá ser decretada a peticióndelMinisterio Público o delquerellante, segúnel caso]
Semelhante é o que ocorre quando a Corte Suprema daquele País não julgar qualquer recurso interposto, dentro do prazo determinado. Se quem recorreu foi o imputado, tem-se que seu pedido foi provido. Caso o recurso seja do acusador, a rejeição é automática quando o tempo concedido expira (artigo 142).[9: No original:Artículo142. DEMORA DE LA CORTE SUPREMA DE JUSTICIA. RESOLUCION FICTA. Cuandola Corte Suprema de Justicia no resuelvaun recurso dentro de losplazosestablecidos por este código, seentenderá que ha admitido lasoluciónpropuesta por elrecurrente, salvo que seadesfavorable para el imputado, caso enelcual se entenderá que el recurso ha sido rechazado. Si existenrecursos de variaspartes, se admitirá lasoluciónpropuesta por el imputado. Cuandoel recurso a resolver se refiera a lacasación de una sentencia condenatoria, antes de aplicar lasreglas precedentes, se integrará una nueva Sala Penal dentro de lostresdías de vencido elplazo, la que deberá resolver el recurso enunplazo no superior a losdiezdías.Los ministros de la Corte Suprema de Justicia que hayan perdido sucompetencia por este motivo tendránresponsabilidad por mal desempeño de funciones.El Estado deberá indemnizar al querellantecuandohaya perdido su recurso por estemotivo, conforme lo previsto en este capítulo.]
A Constituição Canadense (1989) também determina que qualquer pessoa acusada de um delito tem o direito de ser julgada em um prazo razoável.[10: No original:11. Any person charged with na offence hás the right (...) b) to be tried whithin a reasonable time.]
Outras legislações, muito embora não delimitem o tempo que o processo deve durar, o fazem quanto as prisões cautelares, de forma que conhecer suas disposições também é útil ao tema ora estudado.
A título de exemplo, na Espanha, a medida deve durar tempo suficiente para a consecução do objetivo que a decretou. Lá, a prisão cautelar será de, no máximo, um ano, caso a pena máxima em abstrato prevista seja de até três anos; se superior, a prisão pode durar até dois anos, com possível prorrogação de seis meses, mas apenas em situações especiais. O legislador espanhol ainda estabeleceu que eventual apelação interposta contra decisão que decreta ou prorrogue a segregação cautelar, tem trinta dias para ser julgado.
Em Portugal, as medidas cautelares vigentes devem ser revisadas a cada três meses, a fim de comprovar se persistem seus motivos. Se não iniciado o processo em até seis meses da data da prisão, o imputado é colocado em liberdade, salvo situação excepcional.
Na Alemanha, o prazo máximo da prisão provisória é de seis meses, mas isso é a regra geral e ele pode ser aumentado, conforme o caso. Se prorrogada, como em Portugal, a prisão também deve ser revisada a casa três meses.
O processo penal italiano, de maneira semelhante ao da Espanha, se baseia no tempo da pena em abstrato para medir quanto durará a segregação provisória, sendo os prazos autônomos e independentes para cada fase do processo. Isso pode até dar margem a uma prisão por prazo excessivo, mas, pelo menos existe um parâmetro legal que oriente a questão (LOPES JR., 2018, p. 84)
A Ineficácia do Direito a Duração Razoável do Processo no Sistema Jurídico Brasileiro: a Doutrina do Não Prazo
Ainda que a nossa Constituição e a CADH não tenham fixado prazos máximos para os processos, ou mesmo delegado a regulamentação da matéria para lei ordinária, existem algumas referências a limites de duração dos atos processuais: no rito comum ordinário, a audiência de instrução e julgamento tem um prazo máximo de 60 dias para ser realizada; no rito comum sumário, o prazo é de 30 dias; no que se refere ao rito do Tribunal do Juri, é de 90 dias o prazo para encerramento da primeira fase.[11: Art. 400.Na audiência de instrução e julgamento, a ser realizada no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, proceder-se-á à tomada de declarações do ofendido, à inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, nesta ordem, ressalvado o disposto no art. 222 deste Código, bem como aos esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando-se, em seguida, o acusado.][12: Art. 531. Na audiência de instrução e julgamento, a ser realizada no prazo máximo de 30 (trinta) dias, proceder-se-á à tomada de declarações do ofendido, se possível, à inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, nesta ordem, ressalvado o disposto no art. 222 deste Código, bem como aos esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando-se, em seguida, o acusado e procedendo-se, finalmente, ao debate.][13: Art. 412. O procedimento será concluído no prazo máximo de 90 (noventa) dias.]
Apesar disso, com a simples leitura do Código de Processo Penal, verifica-se que o descumprimento dos prazos impostos não implica em nenhum tipo de sanção. Isso é a chamada “Doutrina do não Prazo”, brilhantemente resumida na seguinte equação, elaborada por Lopes Jr. (2018, p. 80): “prazo-sanção = ineficácia”.
Estabelecer prazos que não resultam em sanção, caso não cumpridos, é igual a não ter prazo.
Mesmo assim, o Tribunal Europeu de Direitos Humanos – TEDH, em julgamento realizado ainda em 1968 (caso “Wemhoff” contra a Alemanha), iniciou uma caminhada rumo a definição de critérios que servem para valorar se a duração do processo é indevida.
Ainda que merecedores de severas críticas, eis que passíveis de extrema subjetividade e arbitrariedade por parte do julgador, os critérios, chamados de “doutrina dos sete critérios”, eram:
A duração da prisão cautelar;
A duração da prisão cautelar em relação à natureza do delito, à pena fixada e à provável pena a ser aplicada em caso de condenação;
Os efeitos pessoais que o imputado sofreu, tanto de ordem material, como moral ou outros;
A influência da conduta do imputado em relação a demora do processo;
As dificuldades para a investigação do caso (complexidade dos fatos, quantidade de envolvidos, provas etc.);
A maneira como a investigação foi conduzida;
A conduta das autoridades judiciais.
Os sete critérios acima relacionados, ainda que utilizados em diversos casos posteriores, não foram completamente aceitos e acabaram por ser modificados e reduzidos, dando início à “teoriados três critérios básicos”, a saber:
A complexidade do caso;
A atividade processual do interessado (imputado);
A conduta das autoridades judiciais;
Inobstante a redução do número de critérios, ela só atingiu isso, a quantidade, pois a possibilidade de discricionariedade ainda é muito grande.
O ideal seria uma definição exata do tempo em que o processo – a investigação e as medidas restritivas que lhes são inerentes –, deveria durar, bem como de sanção para eventual inobservância. Até porque é isso que tornaria possível delimitar claramente quando as dilações são indevidas, de forma objetiva, não dando margem a subjetividade do julgador.
Em síntese, por conta de o sistema processual penal brasileiro não ter adotado a prática de impor limites de forma expressa, o que resta é a utilização dos critérios supracitados, sob a luz da proporcionalidade/razoabilidade.
No trâmite do processo, portanto, deve haver uma dilação. Mais do que isso, tal dilação deve ser indevida, não sendo justificada, por exemplo, pelo excesso de trabalho do órgão jurisdicional, que acaba transformando o “devido” em “indevido”. (LOPES JR., 2018, p. 82)
O grande problema que enseja essa maneira de cuidar da razoável duração do processo, todavia, é que para definir o que é “indevido”, deve-se ter um modelo do que é “devido”, ou seja, um referencial. Enquanto isso não ocorre, Lopes Jr. (2018, p. 83), sugere que quatro deverão ser os referenciais adotados, como já feito pelo TEDH e na CIDH:
A complexidade do caso;
A atividade processual do interessado (imputado), que, por óbvio, não poderá ter benefícios por demora própria;
A conduta das autoridades judiciais como um todo, ou seja, polícia, Ministério Público, juízes, servidores etc.;
Princípio da razoabilidade.
Mesmo assim, as críticas feitas pelo autor ainda persistem, até porquê os critérios não são suficientes e a não definição de um prazo máximo para a duração do processo e respectiva sanção ao seu descumprimento, são graves lacunas ainda existentes.Nada resolverá, de fato, o problema e garantirá a eficácia do princípio da razoável duração do processo, senão a definição legal de prazos que resultem em sanções quando não observados, pois, de outro modo, são ineficazes, a despeito do que já acontece com o prazo definido pelo Código de Processo Penal para realização das audiências de instrução e julgamento. (LOPES JR., 2018, p. 83, 84)
O Tempo Através dos Tempos: de Absoluto(Newton), a Relativo(Einstein)
Isaac Newton, um dos mais influentes cientistas da história, definiu o tempo como:
[...] absoluto, verdadeiro e matemático, por si mesmo e da sua própria natureza, flui uniformemente sem relação com qualquer coisa externa e é também chamado de duração; o tempo relativo, aparente e comum é alguma medida de duração perceptível e externa (seja ela exata ou não uniforme) que é obtida através do movimento e que é normalmente usada no lugar do tempo verdadeiro, tal como uma hora, um dia, um mês, um ano. (NEWTON, 2011, p. 6-7)
Para ele, portanto, o tempo é algo absoluto, independente de qualquer fator externo, ou seja, pouco importa seu objeto ou quem o observa: é igual em todos os lugares, o mesmo para todos. Assim, para que se conheça o futuro, basta dominar o presente, afinal, o tempo é linear.
A visão de Newton, no entanto, foi fortemente combatida por Gottfried W. Leibniz, seu contemporâneo, sendo que, já no século XIX, as críticas foram retomadaspor Ernst Mach, o qual, negando a possibilidade de um tempo absoluto, foi um grande influenciador da Teoria da Relatividade, elaborada por Albert Einstein, ainda que esta última não tenha sido feita para criticar o conceito acima citado. (MARTINS, ZANETIC, 2002)
O trabalho de Einstein, dividido nasteorias da Relatividade Especial (de 05 de junho de 1905) e Relatividade Geral (1916) forçou o abandono da concepção de que o tempo seria uma quantidade universal passível de medição por todos os relógios, passando ele a ser visto como algo relativo, como o conjunto dos tempos objetivo e subjetivo, variando, pois, de acordo com a posição e deslocamento do observador. (LOPES JR., 2018, p. 73)
As ideias do universo preenchido pelo meio contínuo chamado “éter” – onde a luz, em tese, tem uma velocidade fixa, que parece menor se o observador viaja no mesmo sentido, e maior, se vai no sentido contrário –, do repouso absoluto e do tempo universal, medido por todos os relógios, foram derrubadas por Einstein, ao demonstrar que tudo é relativo, não existindo um padrão a ser seguido. (HAWKING, 2016, p. 12-14)
Um exemplo prático disso é o chamado “paradoxo dos gêmeos”, onde um deles, “a”, sai em uma viagem pelo espaço, em velocidade que se aproxima à da luz, ao mesmo tempo que seu irmão, “b”, fica na Terra; quando a nave volta, fica constatado que “b” envelheceu mais que “a”, por conta do movimento imprimido pelo irmão viajante, que faz o tempo andar mais devagar em relação àquele que ficou no planeta. Por mais que pareça controverso, vários experimentos (por exemplo, um em que dois relógios de alta precisão foram colocados em aviões que voaram em direções opostas e, ao retornarem, mostravam horários ligeiramente diferentes) apontam que, de fato, o gêmeo viajante voltaria mais jovem que seu irmão. (HAWKING, 2016, p. 19)
Para reforçar a ideia, basta uma simples explicação de Einstein à sua empregada, sobre o que é a Relatividade, ao dizer:
quando um homem se senta ao lado de uma moça bonita, durante uma hora, tem a impressão de que se passou apenas um minuto. Deixe-o sentar sobre um fogão quente durante um minuto somente – e esse minuto lhe parecerá mais comprido que uma hora. – Isso é relatividade. (EINSTEIN, 2002, p. 100)
Não há como negar, então, que cada um tem seu próprio tempo, independentemente de qualquer construção social que tente dizer o contrário, tentando impor um tempo absoluto, igual para todos.
O Tempo como Pena e as Consequências de Dilações Indevidas em um Processo Penal Alheio a sua Razoável Duração
É certo que, sob o ponto de vista da Teoria da Relatividade, o tempo se divide em objetivo e subjetivo, sendo diferente a cada um que o observa. Todavia, o Processo Penal Brasileiro parece ignorar este fato.
Pastor (2002 apud LOPES JR., 2018, p. 75) demonstrou que o tempo é quem fundamenta o Direito Penal, criando-o e matando-o, ao sintetizar essa relação dizendo que “[...] a pena é tempo e o tempo é pena”.
Na mesma esteira, Messuti (2003, p. 33) identifica que “Assim como há uma ruptura no espaço marcada pelos muros da prisão, há também uma ruptura no tempo” e continua dizendo que “[...] o tempo, mais que o espaço, é o verdadeiro significante da pena”.
Nada obstante, como dito há pouco, nosso sistema processual penal, ainda que pautado pelo tempo, ignora a face subjetiva deste último, dando ênfase apenas ao tempo objetivo. Basta observar os prazos trazidos na legislação, contados em meses, dias, anos etc., ou seja, de forma objetiva.
O grande problema da desconsideração do tempo subjetivo é que, na seara do Processo Penal, o próprio tempo (e, consequentemente, o processo) se transforma em pena, ainda que o acusado não esteja preso (se estiver, a situação é ainda mais grave), na medida em que pode ver restringidos vários de seus direitos fundamentais, como a livre disposição de seus bens, a inviolabilidade de seu domicílio, a privacidade de suas comunicações e, claro, sua própria dignidade. (LOPES JR., 2018, p. 76)
Até porque ser investigado/acusado penalmente está muito mais para “sentar sobre um fogão quente”, que “conversar com uma moça bonita”, nas expressões de Einstein.
Tanto é assim, que o direito de ser julgado dentro de um prazo razoável já era defendido por Beccaria, ainda no século XVIII, quando disse:
Quando o delito é constatado e as provas são certas, é justo que se conceda ao acusado o tempo e os meios para se justificar, se isso lhe for possível; é necessário, contudo, que tal tempo seja bem curto para não atrasar muito o castigo que deve acompanhar de perto o delito,se se quer que ele seja um útil freio contra os criminosos. (BECCARIA, 2000, p. 42)
Para o autor, quanto menor o lapso temporal entre o crime e a aplicação da pena, mais justa e útil esta será, pois evita que o acusado seja atormentado pela incerteza.
Compreensível que, mesmo há tanto tempo, houvesse preocupação com o prazo de duração do processo, já que, se submetido a um processo que acaba sendo dilatado injustificadamente, o acusado é tolhido, também, de vários outros direitos e garantias fundamentais. Senão, vejamos.
De plano, viola-se a garantia da Jurisdicionalidade (nullapoena, nulla culpa sineiudicio), já que o próprio processo passa a ser uma pena, antes mesmo de eventual sentença condenatório (até porque, não raro, após anos submetido à tortura psicológica do processo penal, o indivíduo é absolvido ao final), através da estigmatização, restrição de bens, angústia prolongada, ou mesmo das prisões cautelares. (LOPES JR., 2018, p. 78)
Logo depois, cai por terra a Presunção de Inocência, pouco a pouco sepultada, conforme o processo penal se arrasta, já que, quanto maior o estigma, menor a crença de que o acusado é inocente. Por fim, o próprio direito de defesa e o contraditório são afetados, já que uma dilação indevida dificulta qualquer tipo de resistência processual, além de acarretar um custo financeiro que só tente a aumentar. (LOPES JR., 2018, p. 78)
A própria pena, se eventualmente aplicada, perde seu sentido, independentemente do que causou a demora, uma vez que a pessoa a ser julgada, anos após o fato, tem grandes chances de já não ser a mesma que praticou o delito, em razão de relações familiares e sociais posteriormente constituídas, e outros fatores.
Um exemplo curioso é o caso de Anderson Luiz Moreira da Costa (LEITÃO; SANTOS; LUCCHESE, 2018), traficante de drogas no Rio de Janeiro, que chefiava o Morro da Serrinha na década de 1990 e início dos anos 2000. Cansado de fugir da polícia carioca, Anderson, ao escapar de um presídio onde estava preso, conseguiu documentos falsos e, agora com o nome Adson Moreira de Menezes, fugiu para a Bahia.
Em Salvador, virou comerciante, dono de restaurante, loja de instrumentos musicais e uma loja de peças para motocicletas. Não bastasse, cursou faculdade de Direito, se formou e passou a atuar como advogado, após aprovação no Exame da Ordem dos Advogados do Brasil.
Adson estava cursando, inclusive, pós-graduação em ciências criminais, com o que pretendia dar aulas em universidades, no entanto, teve seus planos frustrados ao ser preso em agosto de 2018 por policiais civis da Bahia, já que, contra ele, constavam mandados de prisão por tráfico de drogas e latrocínio, por conta de suas atividades exercidas como Anderson, no Rio de Janeiro.
Por mais que tenha feito tudo com documentos falsos, não há como negar que se trata de pessoa totalmente distinta daquela que traficava drogas e praticava roubos na capital carioca.
Aliás, neste ponto, cumpre ressaltar que o direito a ser assegurado é o de ser julgado em um prazo razoável, ou seja, o processo não deve se arrastar indiscriminadamente ao longo dos anos, pois isso implica na supressão de direitos fundamentais e prejuízos financeiros, psicológicos etc., não só ao acusado, mas a todos que estão a sua volta.
Noutro giro, não pode ser demasiadamente acelerado, sob pena de atropelo das mesmas garantias fundamentais que também se afetam pela demora excessiva, como consequência da falta de tempo para a reflexão necessária em cima do caso concreto.
A solução, para que o direito a ser julgado em um prazo razoável não seja apenas uma previsão não observada da letra fria da lei, é fixar prazos que dêem suporte para saber se o tempo de determinado processo é devido ou não, estabelecendo medidas compensatórias (que serão vistas adiante) caso não seja, pois, nas palavras de Morais da Rosa (2014), “[...] prometer-se a duração razoável do processo sem medidas compensatórias é o mesmo que prometer amor”, posto que, continua o autor, em sua brilhante observação:
O sofrimento experimentado pelo acusado ou pela vítima é manifestado desde seu lugar de implicado (interno). Por outro lado, tanto Ministério Público, Magistratura e Defensoria (pública ou privada), normalmente, tratam o processo singular do acusado e da vítima como sendo mais um. (MORAIS DA ROSA, 2014)
Ou seja, sob a ótica ainda da relatividade, muito embora para alguns dos personagens do processo a demora na efetivação da justiça seja apenas um problema de gestão, para outros, mormente para o acusado no processo penal, pode ser caso de vida ou morte.
Soluções Compensatórias
Conforme já debatido, a violação ao direito a ser julgado em um prazo razoável, principalmente no que se refere ao processo penal, é um dos principais problemas da Administração da Justiça.
Assim sendo, a demora na condução dos processos, até chegar, finalmente, a uma sentença, deve ser observada de dois prismas. O primeiro mostra que, normalmente, para juízes, membros do Ministério Público e da defesa (pública ou privada) um processo com dilações indevidas não passa disso, só mais um caso que faz parte da avalanche processual com a qual lidam diariamente (MORAIS DA ROSA, 2014).
Por outro lado, merece observação (e maior preocupação) a posição daqueles que são internos ao processo, ou seja, acusado e vítima, em especial do primeiro, para quem se trata de caso de vida ou morte. Um processo julgado em tempo razoável, mais que problema de gestão, faz parte do patrimônio constitucional que forma a dignidade da pessoa humana, logo, ao ser negado a um sujeito de direitos, é dever do Estado estabelecer mecanismos de mensuração e compensação, a fim de, ao menos, diminuir os severos efeitos de um processo (MORAIS DA ROSA, 2014).
Diante disso, a doutrina tomou para si o papel de apontar quais seriam eventuais soluções capazes de mitigar as consequências de um processo penal indevidamente demorado, ainda que, repita-se, o ideal seja a observância do princípio ora estudado, com o processo sendo julgado em um tempo razoável.
De início, podem ser utilizadas algumas soluções compensatórias, que tem natureza civil ou penal. No âmbito civil, a compensação pode se dar em forma de uma indenização por danos morais e/ou materiais, devendo ser superada a ultrapassada concepção de que o “simples” fato de estar submetido a um processo penal não enseja danos indenizáveis ao imputado. Penalmente falando, a compensação pode ser uma pena atenuada, com fulcro na atenuante genérica do artigo 66 do Código Penal (que enfrenta séria e injustificada resistência no dia a dia forense), ou mesmo perdoada, já que a dilação indevida do processo penal (consequência da infração) atinge o imputado sobremaneira, tornando desnecessária a pena; ainda, em caso de existência de prisão cautelar, a compensação pode ser por meio da detração (artigo 42 do Código Penal). (LOPES JR., 2018, p. 88)[14: Art. 66 - A pena poderá ser ainda atenuada em razão de circunstância relevante, anterior ou posterior ao crime, embora não prevista expressamente em lei.][15: Art. 42 – Computam-se, na pena privativa de liberdade e na medida de segurança, o tempo de prisão provisória, no Brasil ou no estrangeiro, o de prisão administrativa e o de internação em qualquer dos estabelecimentos referidos no artigo anterior.]
Processualmente falando, a exemplo do que fazem alguns países, os autos poderiam ser arquivados ou declarados nulos os atos efetivados após o marco de legitimidade da duração (o que implicaria a existência de um marco). Malgrado isso, a solução mais adequada seria a extinção do feito que violasse o direito de ser julgado em um prazo razoável, até por que a instrumentalidade do processo diz respeito a impedir uma pena sem o dueprocessoflaw, não sendo necessário quando não existir pena a ser aplicada. Mesmo assim, ainda que seja o caminho mais adequado a ser tomado, já que o processo deve ser posto a termo assim que reconhecida a ilegitimidade do poder punitivo do Estado por sua própria desídia, a solução éferrenhamente resistida e praticamente não tem guarida da jurisprudência nacional. (LOPES JR., 2018. p. 89)[16: Rara decisão que adota a “solução processual extintiva” foi adotada pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul:ROUBO. TRANSCURSO DE MAIS DE SEIS ANOS ENTRE O FATO E A SENTNEÇA. PROCESSO SIMPLES EM COMPLEXIDADE. ABSOLVIÇÃO.1. O tempo transcorrido, no caso em tela, sepulta qualquer razoabilidade na duração do processo e influi na solução final. Fato e denúncia ocorridos há quase sete anos. O processo, entre o recebimento da denúncia e a sentença demorou mais de cinco anos. Somente a intimação do Ministério Público da sentença condenatória tardou quase de cinco meses. Aplicação do artigo 5º, LXXVIII, Processo sem complexidade a justificar a demora estatal.[...](TJRS. Apelação 70019476498. 6ª Câmara Criminal. Relator: Des. Nereu Giacomolli. Julgamento: 14/06/2007)]
Vale destacar que, no processo penal pátrio, havia a possibilidade da prescrição do poder punitivo em razão da pena em perspectiva, construção doutrinária e jurisprudencial de acordo com a qual, conhecido o fato e suas circunstâncias, bem como as do agente, permitindo, assim, ao juiz projetar qual seria a eventual pena do sujeito (se condenado), e declarar, antecipadamente, a extinção da punibilidade do agente, uma vez que, ao final da instrução, a pena estaria prescrita. (GOMES; SOUZA. 2010)
Tal espécie de prescrição era uma (das poucas) forte aliada do direito de ser julgado em um prazo razoável, evitando processos que, ao final, seriam simplesmente arquivados, ainda que resultassem em condenação, sem contar a economia de recursos, tanto humanos, quanto financeiros, que a prática trazia. Apesar disso, o Superior Tribunal de Justiça editou a súmula 438, vedando ao juiz reconhecer a prescrição em perspectiva.[17: Súmula 438: é inadmissível a extinção da punibilidade pela prescrição da pretensão punitiva com fundamento em pena hipotética, independentemente da existência ou sorte do processo penal.]
Finalmente, a doutrina mais abalizada sugere, ainda, soluções sancionatórias, ou seja, punição ao servidor que, indevidamente, dilatou o processo, afinal de contas, com a Emenda Constitucional nº 45, também foi elencada a possibilidade de sanção administrativa ao juiz que der causa à demora, logo, não há óbice para punições direcionadas a membros do parquet, outros servidores do Judiciário etc.
conclusão
Como restou demonstrado, o direito de ser julgado em um prazo razoável, previsto em nossa Constituição Federal, tratados internacionais de direitos humanos e legislações dos mais diversos países, é uma das mais importantes garantias fundamentais do cidadão.
Apesar disso, tem pouca (ou nenhuma) efetividade no processo penal brasileiro, culminando em sérios prejuízos para quem o sofre, de ordem psicológica, social, financeira etc., além de privar o jurisdicionado de vários outros direitos fundamentais.
Deve-se buscar, portanto, a agilização do processo penal, que já é em si mesmo uma pena ao imputado (que só piora, conforme se prolonga no tempo), mas sob o ponto de vista deste último, diminuindo a demora judicial sem atropelar garantias processuais, sob a perspectiva do garantismo, não do simples utilitarismo (acelerar para diminuir a carga de trabalho).
As soluções compensatórias (indenizações, atenuação de penas etc.) são importantes nesse sentido, no entanto, insuficientes, pois os efeitos de um processo que se propaga no tempo de forma injustificada são irreversíveis, ainda que resultem em condenação.
Logo, o ponto nevrálgico da questão é o estabelecimento de um marco temporal normativo, feito de acordo com as particularidades do processo penal brasileiro, baseando-se nas diretrizes da Corte Interamericana de Direitos Humanos e legislações de outras nações, como do Paraguai, por exemplo.
Só assim, com a fixação de critérios objetivos que permitam definir o que é um prazo razoável, além de sanções em caso de descumprimento, já que estabelecer prazos sem consequências é o mesmo que não fazê-lo (doutrina do não prazo), é que se poderá efetivar a importante garantia de ser julgado em um prazo razoável, tão desprezada em nosso sistema jurídico.
referências
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