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Termo de consentimento livre e esclarecido em odontologia
 Tiago Sato de Freitas*
 Flávio Yukio Tominaga*
 Luiz Fernando Tomazinho**
 Vanessa Rodrigues do Nascimento***
Resumo: Este trabalho tem como objetivo realizar uma revisão bibliográfica do uso do consentimento informado na odontologia assim como discutir o conhecimento do profissional sobre este, que é de primordial importância tanto para segurança profissional em caso de problemas no decorrer do tratamento, quanto para o paciente em caso de negligencia do profissional. Assim, melhorar o vinculo entre cirurgião-dentista e paciente, para que ambos tenham consciência do que será realizado e principalmente para que o paciente tenha conhecimento dos prováveis riscos, desconfortos, benefícios e outras alternativas para a resolução do seu problema. Essas informações devem ser passadas de forma que sejam suficientes para serem compreendidas, entendidas, possibilitando ao paciente ter autonomia sobre sua decisão, retirando o autoritarismo e a relação de submissão da pessoa que receberá o tratamento com o profissional que irá realizá-lo. Com isso, fazendo vigorar o acatamento das decisões, tolerância a qualquer tipo de recusa por parte do paciente, enfim estabelecendo um vínculo de respeito à moral e autonomia do cidadão.
PALAVRA-CHAVE: Bioética - Autonomia - Consentimento Livre e Esclarecido – Odontologia
CONSENT FORM FOR FREE AND CLEAR IN DENTISTRY
ABSTRACT: This work has as objective to carry through a bibliographical revision of the use of the assent informed in the dentistry as well as arguing the knowledge of the professional on this, that is of primordial importance in such a way for professional security in case of problems in elapsing of the treatment, and for the patient in case of it neglects of the professional. Thus I tie to improve it between surgeon-dentist and patient, so that both have conscience of what it will be carried through and mainly the patient is along with the probable risks, discomforts, benefits and other alternatives these information must be passed of form that is enough so that it can be understood, be understood, being able to have autonomy on its decision, being removed the authoritarianism and the relation of submission of the person who will receive the treatment with the professional who will go carries through it. With this making to invigorate the observance of the decisions, tolerance to any type of refusal on the part of the patient, in end establishing one I tie of respect the moral and autonomy of the citizen. 
Keywords: Bioethic – Autonomy – Informed Consent - Dentistry 
FORMULARIO DE CONSENTIMIENTO PARA LIBRE Y TRANSPARENTE EN ODONTOLOGÍA
RESUMEN: Este artículo pretende realizar una revisión bibliográfica del uso de consentimiento informado en odontología, así como discutir los conocimientos profesionales acerca de esto, es de vital importancia para la seguridad del empleo en caso de problemas durante el tratamiento y el paciente en caso de negligencia profesional. Por lo tanto, mejor vínculo entre el dentista y el paciente, de modo que ambos son conscientes de lo que se hará y, sobre todo para el paciente sea consciente de posibles riesgos, incomodidades, beneficios y alternativas para resolver el problema. Esta información debe ser transmitida de manera que sean suficiente para ser entendido, comprendido, permite que el paciente tiene autonomía sobre su decisión de retirar la relación de autoritarismo y de la presentación de la persona que recibe el tratamiento de la persona que va a hacer. Por lo tanto, haciendo que el plazo del cumplimiento de las decisiones, la tolerancia a cualquier tipo de rechazo por parte del paciente, por último establecer un vínculo de respeto y la autonomía moral de los ciudadanos. 
Palabras Clave: Bioética - Autonomía - Consentimiento - Odontología
UNIPAR Universidade Paranaense
*Acadêmico de odontologia - Universidade Paranaense- UNIPAR – campus Umuarama – tiago-sato@hotmail.com
*Acadêmico de odontologia - Universidade Paranaense- UNIPAR – campus Umuarama – flaviotominaga@hotmail.com
**Professor da disciplina de Estágio Multidisciplinar II
luizft@usp.br 
***Professora da disciplina de Odontologia Legal
vanessanascimento@unipar.br 
INTRODUÇÃO
Desde o momento em que cirurgiões-dentistas tornaram-se sujeitos em freqüentes demandas, especialmente reparatórias, e muitas perícias necessárias a averiguação e comprovação de eventuais danos começaram a ser realizadas de formas expressivas nos documentos odontológicos produzidos durante o tratamento, uma questão passou a ser discutida com grande ênfase: a titularidade do prontuário odontológico (PERES AS. ET AL., 2007).
Umas das principais preocupação atuais da Bioética e com a relação entre o profissional e o paciente, no que concerne ao uso do poder, adquirido pelo saber de um em relação da liberdade do outro (SOARES ET AL.,1999).
Os cirurgiões dentistas e demais profissionais de saúde se habituaram a agir de forma paternalista com seus pacientes, na maioria das vezes buscando o benefício desse indivíduo. A questão paternalista interfere na liberdade pessoal, portanto torna-se importante que haja o consentimento da pessoa que ira receber o beneficio e para, que isso ocorra, o paciente deve ter sua autonomia respeitada. A sociedade brasileira devido ao considerável número de pessoas com nível de educação insuficiente ou baixo, facilita e, até certo ponto, justifica a pratica do paternalismo no cuidado a saúde, portanto o paternalismo deve ser contemplado e avaliado pelos princípios da beneficência e da autonomia (KIPPER, D. J.; CLOTET, J. 1998).
Segundo (MUNOS E FORTES, 1998) a autonomia é um termo derivado do grego “auto” (próprio) e “homos” (lei, regra, norma), que significa auto-governo, auto determinação da pessoa de tomar decisões que afetem sua vida, sua saúde, sua integridade físico-psiquica, suas relações sociais. A pessoa autônoma é aquela que tem liberdade de pensamento, é livre de coações internas ou externas para escolher entre as alternativas que lhe sai apresentadas. Conforme (SGRECCIA, 1996), a autonomia funda-se no respeito à pessoa humana, à individualidade, à manifestação da vontade. Para existir uma reação autônoma, é preciso que se tenha a possibilidade de alternativa de ação ou que seja possível que o agente crie, pois, se existe apenas um único caminho a ser seguido, uma única forma de algo ser realizado, não há propriamente o exercício da autonomia. Assim, o paciente tem o direito moral de ser esclarecido sobre a natureza e os objetivos dos procedimentos diagnósticos, preventivos ou terapêuticos; ser informado da duração dos tratamentos, dos benefícios, prováveis desconfortos, inconvenientes e possíveis riscos físicos, psíquicos, econômicos e sociais que ele possa ter (MUNOS; FORTES, 1998) 
O consentimento informado e uma decisão voluntária, realizada por pessoa autônoma e capaz, tomada após processo informativo e deliberativo visando à aceitação de tratamento específico ou experimentação, sabendo a natureza do mesmo, das suas conseqüências e dos seus riscos (SAUDERS JR WL, 1994;).
O exercício do consentimento informado efetiva-se após a junção da autonomia, capacidade, voluntariedade, informação, esclarecimento e o próprio consentimento informado, entre os elementos de validade do consentimento informado talvez a informação seja um dos mais importantes, e por isso deve ser clara, objetiva e em linguagem compatível com o entendimento individual de cada paciente (DICKENS BM, COOK Rj, 2004).
A informação deve ser prestada de acordo com a personalidade,o grau de conhecimento e as condições clínicase psíquicas do paciente, abordando dados do diagnóstico ao prognóstico, dos tratamentos a efetuar, dos riscos conexos, dos benefícios e alternativas, se existentes. Quanto à forma de fornecimento das informações, pode ser oral ou por escrito, desde que haja certeza da compreensão dos dados, por ser elementar para a validade do consentimento (SCHMITZ EF, CUNHA DJD, GOLDIM JR. 2005).
O consentimento informado e agora uma pré-condição ética e legal na prática odontológica e o principio ético do respeito pela autonomia das pessoas requer que elas saibam as opções de tratamento, entre as quais pode escolher. (GOLDIN JR, 2005).
O sistema social estabelece leis e normas que determinam o que pode e o que não pode ser praticado, este trabalho objetiva uma revisão bibliográficas sobre a utilização do consentimento informado na área odontológica.
Desenvolvimento
Nesta revisão bibliográfica estaremos analisando sobre a utilização do termo de consentimento livre e esclarecido na área odontológica.
 	O consentimento livre e esclarecido é um processo pelo qual o paciente confirma voluntariamente sua disposição a aceitar o tratamento, de forma consciente e responsável, conhecendo suas conseqüências, riscos e benefícios (Emmerich, Damaceno. ET AL, 2000).
O termo de consentimento livre e esclarecido tem como principal objetivo o respeito à autonomia do paciente, este respeito implica da parte profissional a clareza absoluta dos prováveis benefícios e limites da prática odontológica e por conseqüência o devido esclarecimento ao paciente, o esclarecimento se traduz em beneficência quando se procura dar ao paciente o melhor que a profissão possibilita, obtendo decorrente deste, a sua conivência, o seu aceite sem coações, de forma espontânea e livre (MUÑOZ & FORTES, 1996).
O consentimento esclarecido deve ser recolhido anteriormente à realização de todo procedimento sobre o organismo humano de natureza física ou psíquica, deve ser livre, voluntário, consciente, não comportando vícios e erros, não pode ser obtido mediante prática de coação física, psíquica ou moral por meio de simulação ou práticas enganosas, ou quaisquer outras formas de manipulação impeditivas da livre manifestação da vontade pessoal (Fortes, P.A.C. 1994).
Devendo ser preenchido em duas vias, ambas identificadas com nome do participante e do representante legal, se houver, datadas e assinadas, sendo uma retida pelo Cirurgião dentista, e outra arquivada pelo paciente, ou por seu representante legal (Emmerich, Damaceno. ET AL.2000).
O termo de consentimento livre e esclarecido deve ser empregado de acordo com a personalidade, o grau de conhecimento e as condições clínicas e psíquicas do paciente, abordando dados do diagnóstico ao prognóstico, dos tratamentos a efetuar, dos riscos conexos, dos benefícios e alternativas, se existentes. Quanto à forma de fornecimento das informações, pode ser oral ou por escrito, desde que haja certeza da compreensão dos dados, por ser elementar para a validade do consentimento (PESSOLE, et. al. 2007).
O paciente deve ser informado de todo o material e riscos previsíveis a fim de que possa tomar a sua decisão de maneira informada. Ainda alega que, ao incorporar o termo de consentimento em sua rotina clinica beneficiará o cirurgião-dentista, seu exercício profissional e seus pacientes (Graskemper, JP. 2005).
 	De forma geral os cirurgiões dentistas, assim como os médicos, se acostumaram a agir de forma paternalista com seus pacientes. Baseados em conhecimentos técnicos, em princípios da beneficência e da não-maleficência, eles decidem por seus pacientes os que são melhores para eles ou ainda não informam sobre os prognósticos do tratamento, além de realizarem procedimentos sem discutir possíveis alternativas (SOARES ET AL, 1999). 
Um ato paternalista poderia ser definido como a desconsideração intencional das preferências ou atitudes conhecidas de alguém por outra pessoa, em que aquele que desconsidera justifica sua ação pela intenção de propiciar um beneficio ou evitar um risco a pessoa que foi alvo de sua ação (BECAUCHAMP; CHILDRESS, 2001). 
A moralidade do paternalismo começou a ser discutida a partir da crescente valorização do principio de respeito à autonomia e, ainda hoje, constitui uma questão em aberto na ética aplicada (Almeida, J. L. T. 1999).
(CALVIELLI, SIMONETTI, 1996) Descrevem dois institutos que norteiam todo o entendimento da responsabilidade do cirurgião-dentista: obrigação de meios e de resultados. Na obrigação de meio (ou meios), o profissional deve atuar com diligencia, colocando à disposição do paciente todo o seu conhecimento e utilizar todos os meios mais atuais e disponíveis no momento para obtenção de cura do paciente. Se não houver êxito, isso não significa o descumprimento da sua obrigação. Para nosso direito, essa é a obrigação assumida pelo médico e advogado. O médico não se obriga a curar, assim como o advogado não se obriga a ganhar a causa (DRUMOND J.G.F. 2002). Na obrigação de resultado (ou resultados), é diferente: no caso de o profissional não alcançar o fim a que se propõe, fica obrigado a indenizar o paciente, pois o que interessa é o resultado final, não importando a diligência demonstrada durante o tratamento. A vítima não precisara provar a culpa do cirurgião-dentista; este devera provar que teve conduta da mais prefeita técnica do momento e agiu de forma cuidadosa, contudo sobreveio o evento maléfico ao paciente caberá provar que o cirurgião-dentista não agiu de forma diligente e de acordo com as técnicas mais acuradas (SIMONETTI F.A.A. 1999) Portanto a importância do profissional ter o termo assinado para que este esteja ciente dos possíveis danos no tratamento. 
O nível de esclarecimento da população, tem aumentado bastante nos últimos anos, o número de ações judiciais e éticas contra os profissionais em detrimento da insatisfação com o tratamento executado isso salienta que se o cirurgião-dentista não tiver a conduta de arquivar sua documentação, ficará o mesmo à disposição da análise judicial e também vulnerável as declarações do paciente. Fato este que também ira ocorrer se a documentação for entregue de bom grado pelo profissional ao seu cliente (Ferreira R.A. 1995).
 Dentro dos consultórios Odontológicos particulares ou públicos, percebemos o estabelecimento de uma nova relação: pacientes que antes não questionavam o tratamento proposto por seu cirurgião-dentista, agora buscam informações mais detalhadas sobre os procedimentos realizados (Gonçalves, M. Miotto, M.2005).
O direito moral do ser humano à autonomia gera um dever dos outros em respeitá-lo, a manifestação da essência do princípio da autonomia é o consentimento esclarecido. Este deve ser emitido pelo indivíduo quando de atos que afetem sua integridade físico-psíquica. Aceitamos a noção de consentimento esclarecido enquanto ato de decisão voluntária, realizado por uma pessoa competente, embasada em adequada informação e que seja de decisão voluntária, e que seja capaz de deliberar tendo compreendido a informação revelada, aceitando ou recusando proposta de ação:sumoÇ ��������������������������������������������� que lhe afetem ou lhe poderão ofertar. (Fortes PAC 1994)
Art.7º. Constitui infração ética:
XII. Iniciar qualquer procedimento ou tratamento odontológico sem o consentimento prévio do paciente ou do seu responsável legal, exceto em caso de urgência ou emergência.
VIII. Iniciar tratamento em menores sem a autorização dos seus responsáveis ou representante legais, exceto em caso de urgência ou emergência.
IV. Deixar de esclarecer adequadamente os propósitos, riscos, custo e alternativa de tratamento. (código ética odontológica resolução CFO-42/2003)
 No código de defesa do consumidor – Lei n.º 8.078/90:
Art.31 – A oferta e apresentação de produtos ou serviços devem assegurar informações corretas, claras, precisas, ostensivas, e em língua portuguesa sobre suas características, qualidades,quantidade, composição, prazos de validade e origem, entre outros dados, bem como sobre os riscos que apresentam à saúde e à segurança dos consumidores. (código de defesa do consumidor – Lei n.º 8.078 de 11 de setembro de 1990).
Por princípio, o Código de Ética Odontológica deve ser um guia orientador, longe de vislumbrar um objetivo punitivo ao colega, bem como integralizar a característica de profissional liberal, rejeitando idéias dispostas, permitindo o livre arbitro em uma convivência harmoniosa que vise à saúde do paciente de modo prioritário.( PERES AS, 2004) Podendo ser definido como um conjunto de normas que, por força da lei, determinam quais são os direitos e deveres de um grupo profissional em relação as suas atribuições e responsabilidades, apresentando os princípios fundamentais e os direitos, responsabilidades e deveres dos que exercem determinada atividade. ( NARCHI NZ. 2002)
 A nova postura do profissional contemporâneo implica, portanto na interação com o paciente, tratando-o com dignidade, respeitando seus valores e crenças e submetendo-o sempre à avaliação e consentimento sobre as intervenções que se lhe predestinam. (GOMES, J.)
 O esclarecimento se traduz em beneficência quando se procura dar ao paciente o melhor que a profissão possibilita, obtendo decorrente deste, a sua conivência, o seu aceite sem coações, de forma espontânea e livre, ou seja, seu consentimento esclarecido (MUÑOZ & FORTES, 1996).
É de tal importância que no Código de Defesa do Consumidor, o paciente é entendido como um consumidor de serviços e o cirurgião-dentista um prestador de serviços odontológicos e a questão da informação ao paciente através do consentimento livre e esclarecido deve ter uma linguagem compatível com o seu grau de compreensão, sem tecnicismo inerente ao discurso profissional, devendo ser simples, inteligível, respeitosa, clara, objetiva, sem erudições ou dificuldades maiores de interpretação, pois as informações mal organizadas levam a uma condição de desinformação (MUÑOZ & FORTES. 1996).
As informações e esclarecimentos sobre o plano de tratamento seus objetivos e justificativas, os riscos e desconfortos devem ser interpretadas como a possibilidade de insucessos, os benefícios, as alternativas, no caso de pacientes que juridicamente se justificarem incapazes, forem analfabetos, o termo de consentimento deverá ser lido para este e na frente de uma testemunha imparcial, sem envolvimento direto no atendimento (Emmerich, Damaceno. ET AL, 2000).
Para que um termo informado seja considerado válido deve apresentar quatro elementos: fornecimento de informação, compreensão, voluntariedade e consentimento, podendo ser oral ou escrito, mas a forma escrita, principalmente do ponto de vista legal, é mais aconselhável. A aplicação eticamente correta desses princípios é resultado do exercício da prudência, que sempre deve acompanhar toda atividade e decisão do profissional (Gonçalves, M. Miotto, M. 2005).
 O uso do consentimento livre e esclarecido é um instrumento fundamental para a comunicação entre o paciente e o profissional da saúde, capaz de proporcionar uma relação honesta e transparente (Maluf, F, ET AL. 2007).
Estudos comprovaram que o conhecimento sobre o termo de consentimento livre e esclarecido assim como seu emprego na clinica odontológica é maior em profissionais em inicio de carreira.
Deve-se ressaltar que a odontologia tem a responsabilidade de oferecer Saúde aos seus pacientes, o que caracteriza a obrigação assumida pelo profissional liberal, como o cirurgião-dentista, de meio, pois o mesmo iria se comprometer em aplicar todos os mecanismos necessários no tratamento, para a cura ou para a solução do problema sem, entretanto, assumir a responsabilidade de que tal resultado irá realmente ocorre (ANTUNES FCM, 2006).
A beneficência e a não-maleficência são dois princípios que podem pautar a conduta do profissional de saúde e ajudá-lo em situações de conflito, contudo, nenhum desses princípios tem caráter absoluto, a aplicação éticamente correta desses princípios é resultado do exercício da prudência, que sempre deveria acompanhar toda atividade e decisão do profissional (KIPPER; CLOTET, 1998).
 Finalmente embora possamos concordar, ao afirmar que apesar de existirem acordos quanto aos princípios éticos à aplicação destes em casos concretos é tarefa difícil e delicada, julgamos necessário que cada vez mais as políticas de saúde e as políticas educacionais orientadas à informação dos profissionais de saúde estejam voltadas à redução das violações aos princípios éticos, tal como o cotidiano dos serviços de saúde facilmente demonstra, caminhando para a construção de um sistema de saúde comprometido com uma pratica mais humanista (Fortes PAC. 1994).
Considerações Finais
O consentimento informado é, portanto, uma condição necessária ao exercício da autonomia, cuja validade moral e legal depende da capacidade do indivíduo, respeitar a autonomia é valorizar a consideração sobre opiniões e escolhas, evitando, da mesma forma, a obstrução de suas ações, a menos que elas sejam claramente prejudiciais para outras pessoas. (EMMERICH A. ET AL.2000)
Devemos readequar nossa idéia sobre a titularidade dos prontuários, respeitando os direitos do paciente, mas sem que haja desconsideração dos direitos autorais ou quaisquer outros que caibam ao cirurgião-dentista no que tange o prontuário. (PERES AS. 2007).
Devemos nos deter na questão da competência dos indivíduos em decidir. Aqui se observa a abordagem de ética poder diferir das normas jurídicas, não âmbito legal presume-se que um adulto é competente ate que a justiça o considere incompetente e restrinja seus direitos civis, mas no campo da ética raramente se julga uma pessoa incompetente com respeito a todas esferas de sua vida.
Consideramos que a assinatura de termo de responsabilidade fórmula adotada pela maioria dos estabelecimentos, quando o paciente ou seu representante legal declara estar ciente de todos os riscos que poderão advir das medidas adotadas durante sua estadia no estabelecimento e autoriza a realização de todos os atos que os profissionais julgarem necessários tem valor ético e legal nulo. (FORTES PAC 1994).
Mediante a isso, se faz necessária à conscientização da classe odontológica de que a odontologia é uma profissão que oferta saúde aos pacientes e não apenas procedimentos de estéticas, por isso deve-se caracterizar a profissão em todas as suas especialidades, a princípio, como obrigação de meio e não como de resultados. (GARBIN C.A.S. ET AL. 2007)
Referência:
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