PROCESSO PENAL I primeiro bimestre CEUMA

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

1
PROCESSO PENAL
Prof. Dr. Roberto Veloso
2
AS NOVAS TENDÊNCIAS DO PROCESSO PENAL:
1) ROMPIMENTO COM O DOGMA DA OBRIGATORIEDADE DA AÇÃO PENAL;
2) A ATRIBUIÇÃO DA INVESTIGAÇÃO PRELIMINAR AO MINISTÉRIO PÚBLICO;
3) BUSCA DE UM SISTEMA ACUSATÓRIO PURO;
3
4) TRATAMENTO DIFERENCIADO PARA OS DIVERSOS TIPOS DE CRIMINALIDADE:
4.1. CRIMINALIDADE LEVE;
4.2. CRIMINALIDADE COMUM;
4.3. CRIMINALIDADE GRAVE OU ORGANIZADA.
4
5) A INTERNACIONALIZAÇÃO DO PROCESSO PENAL.
A PRISÃO CIVIL POR DÍVIDA E O DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO (A POSIÇÃO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL DIANTE DO PACTO DE SÃO JOSÉ DA COSTA RICA).
5
AS FORMAS DE SE VÊ O PROCESSO:
A) PROCESSO COMO PROCEDIMENTO (VISÃO EXTRÍNSECA);
B) PROCESSO COMO RELAÇÃO JURÍDICA (VISÃO INTRÍNSECA);
6
	O DIREITO PENAL NÃO TEM ATUAÇÃO E NEM REALIDADE CONCRETA FORA DO PROCESSO.
O PROCESSO É EFEITO DA NECESSIDADE DE IMPOR A PENA AO DELITO.
O DIREITO PENAL MÍNIMO CORRESPONDE A UM PROCESSO PENAL GARANTISTA.
7
PODE-SE DIZER QUE A ESTRUTURA DO PROCESSO PENAL DE UMA NAÇÃO É UM TERMÔMETRO DE SUA REALIDADE CONSTITUCIONAL.
O PROCESSO É A ÚNICA ESTRUTURA LEGÍTIMA PARA A IMPOSIÇÃO DA PENA.
8
O PROCESSO PENAL POSSUI DUPLA FUNÇÃO:
TORNAR VIÁVEL A APLICAÇÃO DA PENAL.
SERVIR COMO EFETIVO INSTRUMENTO DE GARANTIA DOS DIREITOS E LIBERDADES INDIVIDUAIS.
9
É QUE SE ESTÁ, DE FATO, PERANTE UM PROCESSO QUE, PELA PRÓPRIA NATUREZA, É APTO A ABARCAR UM CONJUNTO DE PROCEDIMENTOS QUE PODEM AFETAR, DE FORMA GRAVE, OS DIREITOS FUNDAMENTAIS DAS PESSOAS. 
10
ISTO LEVA À DEDUÇÃO DE QUE O DIREITO PROCESSUAL PENAL NÃO PODE DEIXAR DE SE APRESENTAR, INEVITAVELMENTE, COMO UM ASSUNTO CONSTITUCIONAL.
11
 
É QUE, NO BRASIL CONSTITUCIONAL DA ATUALIDADE, O CONTRADITÓRIO, A AMPLA DEFESA, O JUÍZO NATURAL, A MOTIVAÇÃO E A PUBLICIDADE CONSTITUEM DIREITOS PÚBLICOS SUBJETIVOS DAS PARTES.
12
ASSIM, NA CONSTITUIÇÃO PROCESSUAL PENAL HÁ UMA FORTE PREOCUPAÇÃO EM CONSAGRAR UM MODELO BASICAMENTE ACUSATÓRIO. 
13
PRINCÍPIOS DO PROCESSO PENAL 
Princípio do Estado de Inocência
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória;
Princípio do contraditório
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
Princípio da ampla defesa
 
14
Princípio da verdade real
Art. 156 do CPP.  A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado ao juiz de ofício:
Princípio da oralidade
Art. 204.  O depoimento será prestado oralmente, não sendo permitido à testemunha trazê-lo por escrito.
Princípio da publicidade
Art. 93, IX e X, da CF
15
Princípio da oficialidade
Arts. 23 e 24 do CPP e 109 e 129 da CF
Princípio da obrigatoriedade
Art. 28 do CPP.
Art. 98, da CF
 
Princípio da indisponibilidade do processo
Art. 42, do CPP.  O Ministério Público não poderá desistir da ação penal.
 
16
Princípio do Juiz Natural 
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;
 
Princípios da iniciativa das partes (ou da inércia do juiz)
Princípio do impulso oficial
17
APLICAÇÃO DO DIREITO PROCESSUAL PENAL
A LEI PROCESSUAL NO TEMPO
 
Princípio do efeito imediato – art. 2º
 
Irretroatividade – (art. 5º, XXXIX e XL, XXXVI)
 
Vigência e revogação – CC
 
Repristinação
18
A LEI PROCESSUAL NO ESPAÇO
 
Conceito – art. 1º, art. 5º, § 1º, do CP – ficção
 
Aplicação da lei processual penal no espaço
 
Art. 5º e 7º, CP
Art. 1º, I, do CPP
19
Imunidades diplomáticas
		
Imunidade de jurisdição
20
Imunidades parlamentares materiais – art. 53 da CF.
 
Imunidades parlamentares formais 
 
Senadores;
Deputados Federais;
Deputados Estaduais:
Vereadores.
21
O SISTEMA PROCESSUAL PENAL ACUSATÓRIO
22
OS SISTEMAS PROCESSUAIS PENAIS:
O SISTEMA INQUISITIVO
O SISTEMA ACUSATÓRIO
O SISTEMA MISTO
23
A CONSTITUIÇÃO NÃO CONSAGRA UMA ESTRUTURA ACUSATÓRIA EM QUE, AO JEITO ANGLO-SAXÔNICO, OS SUJEITOS PROCESSUAIS SEJAM VERDADEIRAS PARTES QUE VISAM DIRIMIR UM LITÍGIO, COMO SE DE UM INTERESSE PÚBLICO SE NÃO TRATASSE. 
24
A EXCLUSIVIDADE DO MINISTÉRIO PÚBLICO PARA A PROPOSITURA DA AÇÃO PENAL PÚBLICA.
ART. 129, I, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL
25
OS PODERES INSTRUTÓRIOS DO JUIZ:
O ART. 156 DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL.
A VERDADE FORMAL E A VERDADE MATERIAL
26
A VERDADE MATERIAL AO SER PERSEGUIDA FORA DAS REGRAS E CONTROLES DEGENERA O JUÍZO DE VALOR.
A VERDADE PROCESSUAL NÃO PODE SER OBTIDA MEDIANTE PRÁTICAS INQUISITIVAS.
27
O CONTROLE DA BUSCA DA VERDADE FORMAL SE REALIZA DA SEGUINTE FORMA:
A TESE ACUSATÓRIA DEVE ESTAR FORMULADA SEGUNDO E CONFORME A NORMA.
A ACUSAÇÃO DEVE ESTAR CORROBORADA PELA PROVA RECOLHIDA ATRAVÉS DE TÉCNICAS NORMATIVAMENTE PREESTABELECIDAS.
28
DEVE SER SEMPRE UMA VERDADE PASSÍVEL DE PROVA E OPOSIÇÃO.
A DÚVIDA, FALTA DE ACUSAÇÃO OU DE PROVAS RITUALMENTE FORMADAS IMPÕEM A PREVALÊNCIA DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA E ATRIBUIÇÃO DE FALSIDADE FORMAL OU PROCESSUAL ÀS HIPÓTESES ACUSATÓRIAS.
29
É PURA ENGANAÇÃO UM SISTEMA FORMALMENTE ACUSATÓRIO E ESSENCIALMENTE AUTORITÁRIO E INQUISITIVO.
30
A PROBLEMÁTICA DA APLICAÇÃO DOS ARTIGOS 383, 384 E 385 DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL FRENTE AO SISTEMA PROCESSUAL PENAL ACUSATÓRIO.
31
A DESCLASSIFICAÇÃO MENCIONADA NO ART. 419 DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL E O CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA.
32
O PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA E O SISTEMA PROCESSUAL ACUSATÓRIO.
O PRINCÍPIO RESOLVE O PROBLEMA DE QUEM DEVE SER A RESPONSABILIDADE PELA PROVA NO PROCESSO PENAL.
33
AS NOVAS TENDÊNCIAS DA INVESTIGAÇÃO CRIMINAL
JUSTIÇA FEDERAL
33
34
	NOTITIA CRIMINIS: O CONHECIMENTO ESPONTÂNEO OU PROVOCADO QUE TEM A AUTORIDADE PÚBLICA DA PRÁTICA DE UM FATO DELITUOSO.
35
NOTÍCIA DO CRIME APRESENTA-SE SOB TRÊS MODALIDADES:
1) NOTÍCIA DIRETA OU DE COGNIÇÃO IMEDIATA;
2) NOTÍCIA INDIRETA OU DE COGNIÇÃO MEDIATA, QUE É A PROVOCAÇÃO DA PERSECUTIO CRIMINIS POR PESSOA OU ÓRGÃO DELA INCUMBIDO NO TODO OU EM PARTE;
3) NOTITIA CRIMINIS DE COGNIÇÃO COERCITIVA - A PRISÃO EM FLAGRANTE DELITO.
36
INVESTIGAÇÃO PRELIMINAR
1º INVESTIGAÇÃO ADMINISTRATIVA
1.1. INVESTIGAÇÃO POLICIAL;
1.2. INVESTIGAÇÃO ADMINISTRATIVA PROPRIAMENTE DITA;
1.3. INVESTIGAÇÃO PELO MINISTÉRIO PÚBLICO.
37
	2º INVESTIGAÇÃO LEGISLATIVA: 
	A LEI 1.579, DE 18 DE MARÇO DE 1952 NO SEU ART. 2º DETERMINA QUE AS COMISSÕES PARLAMENTARES DE INQUÉRITO PODERÃO REALIZAR AS DILIGÊNCIAS QUE SE FIZEREM NECESSÁRIAS, TAIS COMO:
	
	1. TOMAR O DEPOIMENTO DE QUAISQUER AUTORIDADES FEDERAIS, ESTADUAIS OU MUNICIPAIS;
38
2. REQUISITAR DE REPARTIÇÕES PÚBLICAS E AUTÁRQUICAS INFORMAÇÕES E DOCUMENTOS;
3. OUVIR OS INDICIADOS, INQUIRIR TESTEMUNHAS SOB COMPROMISSO;
4. TRANSPORTAR-SE AOS LUGARES ONDE SE FIZER MISTER A SUA PRESENÇA.
39
3º NOTITIA CRIMINIS INFORMATIVA
Art. 40, do Código de Processo Penal.
40
INQUÉRITO POLICIAL
NATUREZA JURÍDICA - O inquérito é apenas uma peça informativa que vai auxiliar a acusação quando da denúncia ou queixa.
 CARÁTER INQUISITIVO DO INQUÉRITO POLICIAL
O indiciado não tem direito ao contraditório.
ATRIBUIÇÃO.
 
A distribuição da atribuição é feita em razão de dois fatores:
 
1) do lugar onde ocorreu o fato, ou seja, da circunscrição territorial;
2) da matéria pertinente ao fato, ou seja, em razão da natureza do crime; ex: delegacia de homicídios; delegacia de anti-tóxicos, delegacia de furtos e roubos, etc.
 
A nulidade do inquérito policial (não se projeta para a ação penal.
41
IMPRESCINDIBILIDADE DO INQUÉRITO
O inquérito é apenas uma informatio delicti para possibilitar ao titular da ação penal sua propositura, é claro que, se o titular do jus persequendi in judicio tiver em mãos os elementos que o habilitem a ingressar em juízo, torna-se desnecessário.
42
INSTAURAÇÃO DO INQUÉRITO
Art. 5o  Nos crimes de ação pública o inquérito
policial será iniciado:
I - de ofício;
II - mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público, ou a requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo.
 § 4o  O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, não poderá sem ela ser iniciado.
 § 5o  Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá proceder a inquérito a requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la.
43
NOTITIA CRIMINIS: 
 
1) notitia criminis de COGNIÇÃO IMEDIATA - é o conhecimento que o delegado toma a respeito de um crime através de seus próprios atos. 
 
2) notitia criminis de COGNIÇÃO MEDIATA - é o conhecimento de fato delituoso chegado ao delegado por meio de requerimento do ofendido ou por seu representante legal. Pode-se dar também por meio do MP. 
3) notitia criminis de COGNIÇÃO COERCITIVA - quando o delegado toma conhecimento do fato e o infrator já está sofrendo uma repressão. É coercitiva em relação ao autor do fato.
44
Hipóteses de não cabimento de instauração de Inquérito Policial
O Delegado NÃO instaurará o inquérito quando:
1) o fato não constitui crime;
2) o fato já estiver prescrito -art. 38
3) a parte é ilegítima. Ex: vizinha comunica fato que não lhe diz respeito.
4) o requerimento não atender os requisitos legais (data, local, circunstância, etc).
5) o ofendido for incapaz e não se fizer representar nas ações penais privadas.
6) autoridade a quem for dirigido não tiver atribuição
45
46
VALOR PROBATÓRIO DO INQUÉRITO
COM BASE NAS PROVAS COLHIDAS NO INQUÉRITO O JUIZ NÃO PODE CONDENAR. PORÉM, OS EXAMES PERICIAIS DEVEM SER LEVADOS EM CONTA, DESDE QUE NÃO TENHAM SIDO CONTRADITADOS NA ESFERA JUDICIAL.
47
INDICIADO MENOR
A INFLUÊNCIA DO NOVO CÓDIGO CIVIL.
48
 
PRAZOS
ESTANDO O RÉU PRESO O PRAZO DE CONCLUSÃO DO INQUÉRITO NA ÓRBITA DA JUSTIÇA ESTADUAL É DE 10 (DEZ) DIAS.
NA ÓRBITA FEDERAL DEVERÁ SER CONCLUÍDO EM 15 (QUINZE) DIAS, PRORROGÁVEIS POR MAIS 15 (QUINZE) DIAS A CRITÉRIO DO JUIZ.
Existem dois tipos básicos de prisão:
 
1) prisão penal - aquela que resulta de uma sentença penal condenatória, ligando-se a idéia de culpabilidade do réu.
2) prisão processual - é uma modalidade de prisão cautelar; decretada em favor da ordem pública, celeridade processual, como garantia de que o réu irá cumprir a pena. É por simples, um tipo de prisão antecipada.
 
É de bom tom ressaltar que não cumprido o prazo de 10 dias para a feitura do inquérito, estando o réu preso, é válido impetrar habeas corpus.
49
50
ARQUIVAMENTO
A REQUERIMENTO DO MINISTÉRIO PÚBLICO O JUIZ DETERMINA O ARQUIVAMENTO DO INQUÉRITO. DIZ-SE QUE ESSA DECISÃO É HOMOLOGATÓRIA.
EM CASO DE O JUIZ NÃO CONCORDAR DEVERÁ SE UTILIZAR DO ART. 28 DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL.
O PROMOTOR DESIGNADO ESTÁ OBRIGADO A OFERECER A DENÚNCIA. POSIÇÃO DO MPF.
51
UMA PRIMEIRA QUESTÃO HÁ DE SER RESPONDIDA: É NECESSÁRIA A CONTINUAÇÃO DO INQUÉRITO POLICIAL?
52
O INQUÉRITO POLICIAL NÃO DEVE SER APENAS UMA PEÇA INFORMATIVA, INSTRUMENTAL, MAS, PRINCIPALMENTE, DEVE SERVIR PARA SE EVITAR ACUSAÇÕES INFUNDADAS.
53
SEGUNDO CARNELUTTI, O INQUÉRITO (INVESTIGAÇÃO PRELIMINAR) DEVE SER ENTENDIDO COMO UM OBSTÁCULO A SUPERAR ANTES DE PODER ABRIR O PROCEDIMENTO JUDICIAL.
54
	PARTINDO DE UM PONTO DE VISTA GARANTISTA O PROCEDIMENTO PRELIMINAR DE INVESTIGAÇÃO TEM POR FINALIDADE: 
A BUSCA DO FATO OCULTO; 
2) SALVAGUARDA DA SOCIEDADE; 
3) EVITAR ACUSAÇÕES INFUNDADAS.
55
A conduta delitiva é geralmente praticada de forma dissimulada, oculta para não frustrar os próprios fins do crime e para evitar a pena como efeito jurídico. 
A criminalidade real e a criminalidade conhecida.
56
A SALVAGUARDA DA SOCIEDADE SE MANIFESTA POR MEIO DA CERTEZA DE QUE TODAS AS CONDUTAS DELITIVAS SERÃO OBJETO DE INVESTIGAÇÃO.
57
SE A INSTRUÇÃO DEFINITIVA PROVA OU NÃO PROVA QUE EXISTE CRIME OU CONTRAVENÇÃO, A INSTRUÇÃO PRELIMINAR PROVA OU NÃO PROVA SE EXISTE BASE PARA A ACUSAÇÃO.
58
A FUNÇÃO DE EVITAR ACUSAÇÕES INFUNDADAS É O PRINCIPAL FUNDAMENTO DA INSTRUÇÃO PRELIMINAR.
59
A INVESTIGAÇÃO PRELIMINAR DEVE FUNCIONAR COMO FILTRO, PRIMEIRO PARA EVITAR O ELEVADO CUSTO DO PROCESSO E AS CHAMADAS PENAS PROCESSUAIS.
60
 PARA FERRAJOLI A PENA INFAMANTE DO ABSOLUTISMO FOI RESSUSCITADA, SOLO QUE EL ROLLO Y LA PICOTA HAN SIDO HOY SUSTITUIDOS POR LA EXHIBICIÓN PÚBLICA DEL ACUSADO EM LAS PRIMERAS PÁGINAS DE LOS PERIÓDICOS O EN EL TELEVISOR.
61
EM MUITOS CASOS, A VERDADEIRA PUNIÇÃO PRETENDIDA NÃO É DADA PELA CONDENAÇÃO, MAS PELA SIMPLES ACUSAÇÃO.
62
A ESTIGMATIZAÇÃO DO PROCESSO PENAL.
A PESSOA SUBMETIDA AO PROCESSO PENAL PERDE SUA IDENTIDADE, SUA POSIÇÃO E RESPEITABILIDADE SOCIAL, PASSANDO A SER CONSIDERADA DESDE LOGO COMO DELINQÜENTE.
63
A INVESTIGAÇÃO PRELIMINAR DEVE CONDUZIR AO JUÍZO DE PROBABILIDADE DA AUTORIA E DA MATERIALIDADE. SE NÃO ATINGIR TAL OBJETIVO DEVERÁ SER ARQUIVADA. SE FOR EXERCIDA A AÇÃO PENAL NÃO DEVERÁ SER ADMITIDA.
64
EM SENDO NECESSÁRIO, A QUEM COMPETE A SUA DIREÇÃO? AO DELEGADO DE POLÍCIA, AO MINISTÉRIO PÚBLICO OU AO JUIZ?
65
O INQUÉRITO DIRIGIDO PELA AUTORIDADE POLICIAL ESTÁ EM CRISE. PESA SOBRE ELE A ACUSAÇÃO DE NÃO SERVIR AO MINISTÉRIO PÚBLICO, NEM À DEFESA E MUITO MENOS AO JUIZ QUE NÃO CONFIA NAS PROVAS COLHIDAS.
66
JORGE FIGUEIREDO DIAS E COSTA ANDRADE TRAZEM OS SEGUINTES INCONVENIENTES DA INVESTIGAÇÃO CRIMINAL REALIZADA PELA AUTORIDADE POLICIAL:
1. A DISCRICIONARIEDADE DA AUTORIDADE POLICIAL FRENTE À GRAVIDADE DO DELITO.
67
2. A POLÍCIA EVITA INVESTIGAR CRIMES, EMBORA GRAVES, CONTRA A EXPRESSA VONTADE DA VÍTIMA.
3. O EMBRUTECIMENTO DA POLÍCIA E O DESRESPEITO AOS DIREITOS FUNDAMENTAIS.
68
4. A POLÍCIA ENCARA A JUSTIÇA COMO BENEVOLENTE PARA COM OS “DELINQÜENTES”.
5. EM NOME DO PODER, A POLÍCIA NEGA EFETIVIDADE ÀS NORMAS CONSTITUCIONAIS.
69
6. CONFORME A CLASSE SOCIAL DO INFRATOR A POLÍCIA AGE DE UMA MANEIRA.
PARA OS DE CLASSE MAIS BAIXA, GERALMENTE A SEVERIDADE.
PARA OS MAIS ABASTADOS, OU A CONIVÊNCIA OU O ARBÍTRIO.
70
 AS VANTAGENS E DESVANTAGENS DO JUIZ INSTRUTOR.
A PROBLEMÁTICA DA IMPARCIALIDADE DO JUIZ.
71
A IMPARTIALIDADE E A IMPARCIALIDADE.
72
O JUIZ INSTRUTOR PODE SER O MESMO QUE PRESIDE A FASE PROCESSUAL, SENTENCIANDO AO FINAL?
73
AS VANTAGENS:
1. SER REALIZADA POR UM ÓRGÃO SUPRAPARTES, DESDE QUE NÃO PARTICIPE DO JULGAMENTO FINAL.
74
2. A MELHOR QUALIDADE DO RESULTADO DAS INVESTIGAÇÕES.
3. O PRÓPRIO JUIZ INSTRUTOR É O GARANTE DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS.
75
3. GARANTIA DE QUE O JUIZ QUE INSTRUI NÃO JULGUE.
4. NA INVESTIGAÇÃO É NECESSÁRIO ADOTAR MEDIDAS CAUTELARES QUE LIMITAM DIREITOS FUNDAMENTAIS.
76
INCONVENIENTES:
1. DOTAR O JUIZ DE PODERES INQUISITORIAIS; AGE SEM NECESSIDADE DE PROVOCAÇÃO DAS PARTES. ELE INVESTIGA, PROCEDE A UMA ACUSAÇÃO FORMAL E AINDA PODE DEFENDER.
77
2. O JUIZ QUE INVESTIGA NÃO PODE SER O GARANTIDOR DE SUAS PRÓPRIAS AÇÕES OFENSIVAS AOS DIREITOS FUNDAMENTAIS.
78
3. GERA CONFUSÃO ENTRE QUEM ACUSA E QUEM JULGA.
4. A INVESTIGAÇÃO PRELIMINAR LEVADA A CABO PELO JUIZ PODE GERAR PROVAS, O QUE É INCONCEBÍVEL SEM A PRESENÇA DO CONTRADITÓRIO.
79
A INVESTIGAÇÃO PRELIMINAR A CARGO DO PROMOTOR.
80
VANTAGENS:
É UMA ALTERNATIVA À CRISE DO JUIZ INSTRUTOR;
MANTÉM O JUIZ LONGE DA INVESTIGAÇÃO.
81
3. SE O MINISTÉRIO PÚBLICO É O TITULAR DA AÇÃO PENAL A ELE DEVE SER DADA A CONDUÇÃO DA INVESTIGAÇÃO PRELIMINAR.
82
4. NÃO HÁ O PERIGO DE SEREM CONSIDERADAS PROVAS OS ATOS PRATICADOS NA INVESTIGAÇÃO.
5. O PROMOTOR TEM DE REQUERER AO JUIZ AS MEDIDAS QUE RESTRINJAM DIREITOS FUNDAMENTAIS.
83
INCONVENIENTES:
PODE LEVAR O PROMOTOR A SER O NOVO INQUISIDOR.
O MINISTÉRIO PÚBLICO NÃO É IMPARCIAL.
3. O MP NÃO É FORMADO E NEM TEM ESTRUTURA PARA INVESTIGAR.
84
AÇÃO PENAL
85
AÇÃO PENAL
	O direito de pedir ao Estado-Juiz a aplicação do Direito Penal Objetivo.
86
CONDIÇÕES DA AÇÃO PENAL(art. 395, II, do CPP) 
Possibilidade jurídica do pedido (art. 397, III, do CPP)
Interesse de agir (art. 397, IV, do CPP) 
legitimidade das partes
(art. 564, II, do CPP)
Justa Causa (art. 395, III, c.c. art. 648, I, tudo do CPP)
87
CONDIÇÕES DE PROCEDIBILIDADE (ESPECÍFICAS)
ART. 7º, § 2º, “a” do CP
art. 145, parágrafo único, do CP
arts. 130, 140, c.c. 141, II, 147, 151 do CP
art. 236 sentença que anula o casamento
STJ falso testemunho e falsa perícia
PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS
PRESSUPOSTO DE EXISTÊNCIA – A existência de uma relação processual válida: o processo.
88
REQUISITOS DE VALIDADE:
Quanto ao juiz:
A) competência e imparcialidade, ausência de suspeição, impedimento ou incompatibilidade, art. 564, I, do CPP.
89
B) QUANTOS ÀS PARTES
1) capacidade processual ou legitimatio ad processum. Art. 30, do CPP.
2) capacidade postulatória. Exceções: Habeas Corpus (art. 654, do CPP), ação de revisão criminal (art. 623, do CPP), recursos (art. 577, CPP), incidentes da execução (art. 187, LEP), e reabilitação (art. 743, do CPP).
90
REQUISITOS OBJETIVOS DE VALIDADE
Citação válida (art. 564, III, e, do CPP);
Requisitos formais da denúncia (art. 41, do CPP);
Litispendência (art. 95, III, do CPP);
Coisa julgada (art. 95, V, do CPP).
91
92
CLASSIFICAÇÃO
ações de conhecimento: declaratória, constitutiva e condenatória.
ação declaratória: habeas corpus preventivo
ação constitutiva: revisão criminal e homologação de sentença estrangeira
ação penal condenatória: reconhecimento de uma pretensão punitiva
93
ações cautelares
perícia complementar, depoimento ad perpetuam rei memoriam (art. 225); prisão preventiva; prisão temporária; busca e apreensão.
ações executivas
ação penal executiva: a doutrina e a jurisprudência não mais aceitam sua existência, porque já não há mais a execução penal da pena de multa, diante da modificação do art. 51 do Código Penal.
94
AÇÃO CONDENATÓRIA
Ação penal pública incondicionada e condicionada
Ação penal privada exclusiva (ação penal privada personalíssima) e subsidiária da pública
95
Ação penal pública incondicionada
Promovida pelo Estado-administração, por meio do Ministério Público, que é o titular da ação penal pública, por força do art. 129, I, da Constituição Federal.
96
Princípios:
Oficialidade: é promovida por um órgão oficial, o Ministério Público.
97
 
OBRIGATORIEDADE: HAVENDO INDÍCIOS DA AUTORIA, PROVA DA MATERIALIDADE E ESTANDO PRESENTES OS REQUISITOS PARA O EXERCÍCIO DA AÇÃO PENAL, O MINISTÉRIO PÚBLICO É OBRIGADO A DENUNCIAR.
ESSE PRINCÍPIO NÃO VIGORA ESTANDO AUSENTE QUALQUER DOS REQUISITOS ACIMA ENUMERADOS.
98
INDISPONIBILIDADE: O MINISTÉRIO PÚBLICO NÃO PODERÁ DESISTIR DA AÇÃO PENAL.
DIVISIBILIDADE: O PROMOTOR DE JUSTIÇA PODERÁ DIVIDIR A AÇÃO PENAL ENTRE OS VÁRIOS ACUSADOS.
99
AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA
INTRODUÇÃO: CONDIÇÃO OBJETIVA DE PUNIBILIDADE - TORNAGUI OU CONDIÇÃO DE PROCEDIBILIDADE - FERNANDO DA COSTA TOURINHO FILHO
ESPÉCIES: 
CONDICIONADA À REQUISIÇÃO DO MINISTRO DA JUSTIÇA
CONDICIONADA À REPRESENTAÇÃO
100
REPRESENTAÇÃO DO OFENDIDO
NECESSÁRIA PARA INSTAURAÇÃO DO INQUÉRITO POLICIAL – Par. 4. do art. 5. do CPP
(ART. 130, § 2º, 147, Par. Único, do CP)
PRAZO DECADENCIAL: SEIS MESES A CONTAR DA DATA EM QUE O OFENDIDO OU SEU REPRESENTANTE LEGAL SABE QUEM É O AUTOR DO FATO. (art. 38, do CPP)
101
OFENDIDO OU SEU REPRESENTANTE LEGAL
A INFLUÊNCIA DO NOVO CÓDIGO CIVIL.
O OFENDIDO MENOR DE 18 ANOS.
102
NÃO EXIGE FORMA - PODE SER DIRIGIDA AO JUIZ, AO MP OU À AUTORIDADE POLICIAL.
É IRRETRATÁVEL APÓS O OFERECIMENTO DA DENÚNCIA (ART. 25 DO CPP).
103
REQUISIÇÃO DO MINISTRO DA JUSTIÇA
DUAS SITUAÇÕES:
CRIMES CONTRA A HONRA DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA OU CHEFE DE ESTADO ESTRANGEIRO (art. 145, par. Único)
E NA HIPÓTESE DO ART. 7º, § 3º, b, DO CP.
NÃO HÁ PRAZO DECADENCIAL.
ENQUANTO NÃO ESTIVER PRESCRITO, O MINISTRO DA JUSTIÇA PODERÁ OFERECER A REQUISIÇÃO.
104
AÇÃO PENAL NOS CRIMES COMPLEXOS (ART. 101, DO CÓDIGO PENAL)
105
AÇÃO PENAL PRIVADA
DIREITO DE PUNIR DO ESTADO
DIREITO DE AGIR DO PARTICULAR
TITULAR: O OFENDIDO OU O SEU REPRESENTANTE LEGAL (ART. 100, § 2º DO CP E ART. 30 DO CPP)
106
DISCIPLINA LEGAL:
ART. 32 DO CPP
ART. 33 DO CPP
ART. 31: MORTE DO OFENDIDO
107
PRINCÍPIOS:
OPORTUNIDADE (OU CONVENIÊNCIA): SEGUNDO ESSE PRINCÍPIO O OFENDIDO OU SEU REPRESENTANTE PODERÁ DEIXAR DE OFERECER A QUEIXA-CRIME MESMO ESTANDO PRESENTES OS REQUISITOS PARA TANTO. 
RENÚNCIA (Arts. 49 e 50, do CPP)
108
DISPONIBILIDADE: O OFENDIDO OU SEU REPRESENTANTE LEGAL PODERÁ DESISTIR DA AÇÃO PENAL. 
PERDÃO – arts. 51 a 59, do CPP.
PEREMPÇÃO - art. 60 do CPP.
109
INDIVISIBILIDADE (ART. 48 DO CPP): O OFENDIDO OU SEU REPRESENTANTE LEGAL NÃO PODERÃO DIVIDIR A AÇÃO PENAL.
INTRANSCENDÊNCIA – A AÇÃO PENAL SOMENTE PODE SER PROPOSTA CONTRA A PESSOA A QUEM SE IMPUTA A PRÁTICA DO DELITO.
110
AÇÃO PENAL PRIVADA DE INICIATIVA EXCLUSIVA DO OFENDIDO
AÇÃO PENAL PRIVADA PERSONALÍSSIMA (ART. 236 DO CP)
AÇÃO PENAL PRIVADA SUBSIDIÁRIA
(Art. 29, do CPP)
Prazo para oferecimento da denúncia:
Réu preso - 5 dias
Réu solto – 15 dias
(art. 46, do CPP)
111
DENÚNCIA E QUEIXA
112
DENÚNCIA E QUEIXA
O que são?
São petições iniciais da ação penal.
A denúncia é a petição inicial da ação penal pública incondicionada ou condicionada.
A queixa é a petição inicial da ação penal privada.
113
REQUISITOS (art. 41, CPP)
 
a) Descrição do fato em todas as suas circunstâncias
 
b) Qualificação do acusado ou fornecimento de dados que possibilitem sua identificação.
Art. 259, do CPP
114
c) Classificação jurídica do fato (arts. 383 e 384, CPP).
Art. 383 – EMENDATIO LIBELLI
ART. 384 – MUTATIO LIBELLI
 
d) Rol de testemunhas
ART. 202 E SEGS
115
e) Pedido de condenação
 
f) Endereçamento da petição
 
g) nome, cargo e posição funcional do denunciante.
 
h) assinatura
116
OMISSÕES
 
São meras irregularidades que podem ser supridas até a sentença (art. 569 do CPP). 
117
PRAZO PARA A DENÚNCIA 
 
Regra - 15 dias para réu solto e 5 dias para réu preso (ART. 46, DO CPP)
 
Crime eleitoral - 10 dias 
 
Crime contra a economia popular - 2 dias
 
Lei de Drogas – 10 dias.
 
Federal – 15 dias prorrogáveis por mais 15 – réu preso (Lei 5.010/66)
118
PRAZO PARA A QUEIXA
 
Seis meses a contar da data em que se sabe quem é o autor do fato. (art. 38, do CPP)
É um prazo decadencial (material), conta-se de acordo com o art. 10 do CP. Extingue a punibilidade (art. 107, IV, do CP)
Na ação penal privada subsidiária da pública, o prazo será de seis meses contados do fim do prazo para o oferecimento da denúncia (art. 29 do CPP). 
119
ADITAMENTO DA QUEIXA
A queixa é exclusivamente de autoria do ofendido ou de seu representante legal e pode ser aditada. 
Previsão legal: ART. 45, DO CPP
 
120
REJEIÇÃO DA DENÚNCIA OU QUEIXA
 
Art. 395, CPP - A denúncia ou queixa será rejeitada quando: 
I – for manifestamente inepta, 
II – faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal, 
III – faltar justa causa para o exercício da ação penal. 
 
121
RECURSO
A decisão que recebe a denúncia é irrecorrível.
Pode ser impetrado habeas corpus, que não é recurso. (art. 5, LVIII, da CF e art. 647 e segs do CPP)
Da rejeição cabe recurso em sentido estrito.
Art. 581, I do CPP: Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença: que não receber a denúncia ou queixa. 
122
ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA
 
Nas hipóteses do art. 397, do CPP, o juiz poderá absolver sumariamente o acusado e usar as causas também para rejeitar a denúncia.
123
A prerrogativa de foro abrange as pessoas que não gozam de foro especial, sempre que houver concurso de pessoas. (arts. 77, I, e 78, III).
O caso do Tribunal do Júri.
A súmula 394 do Supremo Tribunal Federal.
A alteração do art. 84 do CPP.