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Resumo Tributário

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Resumo Direito Tributário e Fiscal II 
PROVA 1 
 
 REGRA MATRIZ DE INCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA 
 
• Fato Gerador: 
a) Material: alguma coisa 
 
b) Espacial: algum lugar (onde ocorreu o fato) 
 
c) Temporal: momento da ocorrência do fato (importante para saber a legislação a ser 
aplicada) 
 
• Obrigação Tributária: 
a) Pessoal: entre pessoas – quem está vinculado a este fato gerador. Sujeito Ativo e 
Sujeito Passivo. 
SUJEITO ATIVO SUJEITO PASSIVO 
Entes Federativos 
União 
Estados 
Municípios 
DF 
 
 
 
O contribuinte¹ ou o responsável 
tributário² 
¹ de fato foi quem efetuou a ocorrência do fato gerador 
² não gerou o fato, mas é o responsável 
b) Quantitativa: quando terá que se pagar de tributo? Para saber esse montante deve-se 
analisar duas coisas: 1ª base de cálculo = valor do bem adquirido, 2ª alíquota = 
percentual jogado em cima da base de cálculo. 
 
 RELAÇÃO OBRIGACIONAL TRIBUTÁRIA 
 
• Elementos 
a) Partes: Sujeito Ativo e Sujeito Passivo 
b) Objeto: pagamento do tributo/prestações positivas ou negativas 
c) Vínculo: criada por lei/legislação tributária 
 
FATO 
GERADOR
OBRIGAÇÃO 
TRIBUTÁRIA
Art. 113º, CTN 
a) Obrigação PRINCIPAL: surge com a ocorrência do fato gerador, tem como objeto o 
pagamento do tributo ou penalidade pecuniária, é criada somente por LEI. É de natureza 
patrimonial. 
b) Obrigação ACESSÓRIA: decorre de legislação tributária (leis/decretos/atos 
normativos), tem por objeto as prestações positivas (de fazer) e prestações negativas (de 
não fazer), no interesse da fiscalização e arrecadação de tributos. 
 
 CRÍTICAS 
 
1ª Obrigação Principal – Penalidade Pecuniária: art. 3º, CTN – tributo não é sanção de ato 
ilícito. Ato ilícito não pode ser fato gerador de tributo. 
2ª Conversão de obrigação principal em acessória: art. 113º, §3º, CTN – a conversão seria 
impossível, tendo em vista que as duas espécies de obrigação possuem natureza jurídica 
diferentes. 
3ª Obrigação acessória não é obrigação, tão pouco acessória: falta às obrigações acessória uma 
natureza patrimonial e um aspecto de transitoriedade; já que obrigações em si possuem prazo de 
existência, e as acessórias são perenes.  Paulo de Barros Carvalho: obrigações acessórias = 
deveres formais ou deveres instrumentais. 
 
 FATO GERADOR 
 
a) Instantâneo: ocorre no exato momento em que se completa uma operação que configura o fato 
gerador e se repete toda vez que o fato ocorrer novamente. 
c) Complexivo (periódico): ocorre periodicamente em dado momento determinado pela lei. 
d) Continuados: consiste na realização repetida ao longo do tempo, tentando manter-se estável, 
pois persiste no presente e no futuro. 
 
 PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO (ação fiscal) 
 
• Conceito: é o conjunto de atos interligados, vinculados, nos quais o agente administrativo fica 
obrigado a agir de acordo com o que determina a legislação de que trata a matéria tributária. É o 
conjunto de atos necessários à solução, na instância administrativa, de questões relativas à 
aplicação ou interpretação de legislação tributária. 
PROCESSO ADMINISTRATIVO 
TRIBUTÁRIO 
PROCESSO JUDICIAL TRIBUTÁRIO 
 
Busca-se o pronunciamento de uma autoridade 
administrativa, que deve decidir ou homologar 
determinado ato. 
 
 
Busca-se a sentença declaratória, constitutiva ou 
condenatória 
 
• Processo Judicial Tributário: 
 
- A Fazenda Pública só ajuíza uma execução fiscal após esgotar todas as formas de constrição 
administrativas. 
- A competência do ajuizamento é do foro do devedor. 
 
• Processo Administrativo Tributário: 
- Aplicação de normas de natureza tributária à relação jurídica entre o Fisco e o contribuinte. 
- Pode ser classificado como: 
a) Consulta; 
b) Reconhecimento de direitos; 
c) Determinação do crédito tributário; 
d) Repetição do indébito; 
e) Parcelamento do débito. 
 
 PRINCÍPIOS DO PAT 
 
a) Legalidade : o administrador público está sujeito ao que determina a lei e às exigências do bem-
comum, não podendo se desviar ou se afastar dos mesmos, sob pena da prática de um ato inválido 
a se expor à responsabilidade de ordem disciplinar, civil e criminal. 
b) Moralidade : a atividade do administrador público deve corresponder à vontade honesta e não 
prejudicar outrem, dando a cada um o que lhe pertence. 
c) Finalidade : todo ato praticado pelo administrador público deve atender a finalidade do 
interesse público e aos objetivos da lei. 
d) Publicidade : a divulgação do ato realizado para conhecimento público e disseminação de seus 
efeitos externos. 
e) Hierarquia: uns órgãos do Poder Executivo são subordinados a outros, sendo a autoridade de 
cada um graduada por essa coordenação. 
f) Fiscalização: para que seja assegurada a legitimidade e conveniência, a atividade dos órgãos 
administrativos é realizada sobre constante vigilância. 
 * Devem ser considerados também os deveres de eficiência, de prestação de contas e de poder e 
dever de agir, uma vez que o administrador não pode deixar de agir (omissão) no exercício de 
suas funções. 
 
 ESPÉCIES DE PAT: 
 
a) Determinação e exigência do crédito tributário: é aquela destinada à constituição do crédito 
tributário e a sua cobrança “amigável”. É o processo de lançamento do tributo. De acordo com o 
CONTRIBUINTE DÍVIDA ATIVA
FAZENDA 
PÚBLICA
EXECUÇÃO 
FISCAL
art. 5º do Decreto nº 70.235/72, o contribuinte tem um prazo de 30 dias para apresentar 
impugnação administrativa e de manifestação de inconformidade que, se feita dentro do prazo 
estipulado, instaura de fato o processo administrativo. 
- Caso o contribuinte não apresente a sua impugnação, não se configura processo administrativo, 
pois o mero lançamento em si constitui mero procedimento. 
- O processo de determinação e exigência do crédito tributário/acertamento/lançamento tributário 
se divide em duas fases: 
1ª FASE: Unilateral (não contenciosa) 
Começa com o primeiro ato da autoridade competente para fazer o lançamento, este ato 
é necessariamente escrito. O Ato só é tido como existente e pronto para produzir efeitos quando 
é levado ao conhecimento do sujeito passivo da obrigação tributário, ou seja, o contribuinte. 
Em regra, a ação fiscal tem início com a lavratura de um termo chamado de “Termo de 
Início de Fiscalização” (TIAF), mas pode iniciar-se com outros atos. Esse ato inicial tem um prazo 
de 60 dias para ser iniciado. 
O principal efeito da fiscalização é a exclusão da espontaneidade da denúncia apresentada 
pelo sujeito passivo (denúncia voluntária), conforme o art. 138º do CTN. 
Essa fiscalização de tributos federais se dá mediante autorização específica constante de 
um Mandado de Procedimento Fiscal (MPF). 
PRAZO MPF 
 
MPF-Fiscalização e MPF-Especial 
 
 
MPF-Diligências 
 
120 dias para o cumprimento 
 
 
60 dias para o cumprimento 
 
Esses prazos podem ser prorrogados, sendo necessária a ampliação do objeto de 
fiscalização, sendo expedido um MPF-Complementação. 
Caso o contribuinte não apresente a documentação para análise que lhe foi solicitada no 
TIAF, implicará em um descumprimento de obrigação tributária acessória. 
A fase não contenciosa se encerra com o termo de encerramento de fiscalização, que será 
acompanhado de um auto de infração nos casos em que alguma infração tributária tenha sido 
encontrada. 
2ª FASE : Bilateral (contenciosa) 
Começa com a impugnação do lançamento/exigência formulada no auto de infração. 
De acordo com o art. 15º do Decreto nº 70.235/72, o contribuinte tem um prazo de 30 
dias, para apresentar, por escrito, as suas impugnações, instituídas de prova documental das suas 
alegações. A impugnação é dirigida a Delegacia da Receita Federaldo Brasil de Julgamento 
(DRFJ). 
Caso o contribuinte não apresente impugnação dentro do prazo, preclui o seu direito. Diz-
se, então, que se torna definitiva a constituição do crédito tributário, começando, então, a 
contagem o prazo prescricional, nos termos do art. 174º do CTN. 
Se a impugnação for apresentada de maneira parcial, não haverá suspensão da 
exigibilidade do crédito da parte que não foi impugnada. 
 
b) Consulta: é a oportunidade que o contribuinte tem de eliminar/elucidar dúvidas que tenha a 
respeito da interpretação da legislação tributária. 
- O contribuinte indaga o fisco sobre sua situação legal diante de determinado fato concreto, 
porém, de duvidoso entendimento. 
- Regulada pelo Decreto nº 70.235/72 e pela Lei nº 9.430/96, além de outras legislações esparsas, 
a consulta precisa preencher uma série de requisitos. Seus efeitos estão elencados no art. 162º do 
CTN. 
c) Repetição de indébito: é a restituição de um tributo que foi pago indevidamente pelo 
contribuinte. Regido pela Instrução Normativa nº 900 da Secretaria da Receita Federal. 
d) Parcelamento do débito: estimulação do adimplemento da obrigação tributária. 
e) Reconhecimento de direitos : destina-se a formalização de isenções e imunidades que 
dependem de manifestação de Autoridade Tributária. 
 
PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO 
 
PREVENTIVO 
 
 
VOLUNTÁRIO 
 
CONTENSIOSO 
- Consulta tributária 
- Denúncia espontânea – art. 138º do 
CTN 
- Repetição de indébito 
- Parcelamento de Débito 
- Reconhecimento de Direitos 
- Determinação e exigência do 
crédito tributário. 
*Decreto nº 70.235/72 
 
* Lei nº 8.748/93 
* Lei nº 9.532/97 
* MP 1973-57/2000 
 
FASES DO PAT CONTENSIOSO 
 
 
INSTAURAÇÃO
1º ato da autoridade competente
Termo de Início de Fiscalização 
(TIAF)
Termo de Encerramento de 
Fiscalização
Auto de Infração
Intimação
IMPUGNAÇÃO
Defesa escrita apresentada no prazo 
de 30 dias
Suspenção do crédito tributário
JULGAMENTO
Diligências necessárias
Julgamento em 1ª Instância 
DRFJ
Decisão improcedente/procedente 
total ou procedente parcial
Julgamento em 2ª Instância
CARF
Recurso Voluntário
Julgamento em 3ª Instância 
Câmera Superior de Recursos Fiscais
 PROCESSO JUDICIAL TRIBUTÁRIO: 
• Conceito: 
É o processo que, após configurado o lançamento e o crédito tributário, serve como 
instrumento para o contribuinte exercer o seu direito de questionar a legalidade do tributo, caso 
ache que este seja indevido, ou, por outro lado, para que Fazenda Pública tenha seu direito de 
crédito efetivado. 
É regulamentado pelo Código de Processo Civil, com exceções da Execução Fiscal e 
Cautelar Tributária, que são regulamentadas por diplomas legais específicos. 
 
• Garantias Constitucionais: 
a) Princípio da Inafastabilidade do Controle Jurisdicional: segundo este princípio, a lei não 
excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito, garantindo livre acesso ao 
judiciário, tendo a parte direito a ver apreciadas pelo juízo competente as suas razões e a ver 
fundamentadas as decisões que lhes negam conhecimentos. 
b) Contraditório e Ampla Defesa: o primeiro é a garantia de que ninguém pode sofrer os efeitos 
de uma sentença sem ter tido a possibilidade de ser parte ativa do processo do qual está envolvido. 
Implica em uma dualidade das partes opostas entre si. O segundo entende-se como a defesa 
técnica, relacionada aos aspectos jurídicos, sendo: o direito de trazer ao processo todos os 
elementos necessários para esclarecer a verdade, o direito de omitir-se, produzir provas, recorrer 
de decisões, etc. 
 
• Espécies de Processo: 
a) Processo de conhecimento: tem por fim a composição de um litígio. Instaura-se diante de uma 
controvérsia sobre o direito material. O processo de conhecimento é a principal sede onde se 
desenvolve a atividade jurisdicional 
b) Processo de execução: neste tipo de processo não ocorre a composição de litígio, porque este 
não existiu ou já foi composto em anterior processo de conhecimento. Por isto mesmo a 
propositura do processo de execução só é possível quando se dispõe de um título, cuja formação 
pode ser judicial, como é o caso de sentença proferida no processo de conhecimento, ou 
extrajudicial, um documento ao qual a lei atribui essa qualidade, como é o caso da certidão de 
inscrição da dívida tributária. Quem promove um processo de execução já possui, portanto, um 
título executivo. 
c) Processo Cautelar: no processo cautelar também não se coloca para o juiz um conflito para 
ser resolvido. Pede-se uma providência para a preservação de um direito que está sendo ou vai 
ser questionado, mas poderá perecer se aquela providência não for adotada. 
 
 AÇÕES DE INICIATIVA DO FISCO (AÇÕES EXACIONAIS): 
 
a) Execução fiscal: É a ação que dispõe a fazenda pública para a cobrança de seus créditos, 
sejam tributários ou não, desde que inscritos como dívida ativa. A matéria é regulada pela lei n. 
6830/80. O objeto da execução fiscal, não é a constituição nem a declaração do direito, mas a 
efetivação deste, que se presume, por força de lei, líquido e certo. Tal presunção é relativa e 
pode, portanto, ser afastada por prova a cargo do executado. A prova, porém, há de ser 
produzida no processo de embargos. Obs: Até a decisão de primeira instância a certidão de 
dívida ativa poderá ser emendada ou substituída, assegurada ao executado a devolução do prazo 
de embargos. 
- Inexistência e autoexecutoriedade do lançamento – inscrição do débito na dívida ativa – 
extração da Certidão de Dívida Ativa (título executivo) – ação fiscal 
CERTIDÃO DE DÍVIDA ATIVA 
PRESSUPOSTO DE 
VALIDADE 
CARACTERÍSTICAS REQUISITOS 
Art. 204º do CTN e art. 3º da LEF. 
 
Art. 201. Constitui dívida ativa 
tributária a proveniente de crédito 
dessa natureza, regularment e 
inscrita na repartição administrativa 
competente, depois de esgotado o 
prazo fixado, para pagamento, pela 
lei ou por decisão final proferida em 
processo regular. 
 Art. 204. A dívida regularment e 
inscrita goza da presunção de 
certeza e liquidez e tem o efeito de 
prova pré-constituída. Parágrafo 
único. A presunção a que se refere 
este artigo é relativa e pode ser 
ilidida por prova inequívoca, a cargo 
do sujeito passivo ou do terceiro a 
que aproveite. 
CERTEZA 
 
 
LIQUIDEZ 
 
 
EXIGIBILIDADE 
Art. 2º, § 5º e 6ºda LEF e art. 202º 
do CTN 
 
* Nome do devedor e dos co-
responsáveis 
* Valor originário da dívida, termo 
inicial e forma de calcular os juros 
de mora e demais encargos 
* Origem, natureza e o fundamento 
legal da dívida; 
* Indicação da atualização 
monetária e forma de seu cálculo; 
* Data, nº de inscrição e Registro da 
Dívida Ativa; 
* Nº do processo administrativo e/ou 
auto de infração 
* Ausência de quaisquer dos 
requisitos: nulidade (art. 203 do 
CTN) 
* A presunção de liquidez e certeza 
é apenas relativa, cabendo ao 
executado demonstrar fatos que a 
retirem (art. 3º da LEF e 204 do 
CTN) 
 
Valendo-se do princípio da autotutela, a Administração Pública pode, uma vez 
constituído definitivamente o crédito tributário, inscrevê-lo unilateralmente em dívida ativa. 
Tal documento representa o título executivo que dá lastro ao ajuizamento de 
execução fiscal pelo sujeito ativo do tributo. 
Uma vez ajuizada a execução fiscal, o contribuinte é citado para pagar o débito ou 
nomear bens à penhora. Os bens penhoráveis são os listados no art. 11 da Lei 6.830/80. A fiança 
bancária não é prevista em tal lista, mas, no rol das garantias, é considerada a segunda em 
preferência, atrás apenas do depósito judicial dos valores. 
Com o advento da Lei 11.382/06, que instituiu novo regime jurídicopara as 
execuções de títulos executivos extrajudiciais, alterando o regramento da matéria no Código de 
Processo Civil, passou-se a controverter a respeito do termo inicial para a oposição dos embargos 
pelo executado. De acordo com esse novo regime, o prazo teria início com a citação do executado. 
Prevaleceu no Superior Tribunal de Justiça, no entanto, entendimento no sentido de que essa regra 
não seria aplicável às execuções fiscais (REsp 1112416/MG). Sendo assim, segue vigente o 
regime previsto pela própria Lei de Execuções Fiscais, segundo a qual uma vez formalizada a 
penhora, o contribuinte disporá de trinta dias para a oposição de embargos à execução. 
Essa mesma reforma também previu, para o âmbito das execuções de títulos 
extrajudiciais de natureza cível, que os embargos são, em regra, destituídos de efeito suspensivo, 
podendo o juiz atribuir tal efeito excepcionalmente, caso presentes a relevância da argumentação 
e o risco de dano irreparável ou de difícil reparação. 
Tal questão é mais controvertida no âmbito da jurisprudência, havendo precedentes 
tanto no sentido de que essa previsão não se aplica às execuções fiscais (REsp 1178883/MG) 
quanto no sentido de que, a partir da Lei 11.382/06 os embargos só teriam efeito suspensivo caso 
assim expressamente deferido pelo juiz após a análise dos pressupostos necessários para tanto 
(AgRg no AgRg no REsp 1212281/RJ). 
Se há controvérsia quanto aos efeitos do recebimento dos embargos, no caso do 
recebimento de eventual apelação contra sentença de improcedência da ação em foco é pacífico 
que não cabe a atribuição de efeito suspensivo, salvo se expressamente comprovada a presença 
dos pressupostos. 
Os embargos à execução são ação sujeita ao procedimento ordinário previsto para o 
processo de conhecimento. Tem, portanto, instrução ampla, podendo haver a produção de 
qualquer espécie de prova. 
No curso da execução poderá haver a sua prescrição intercorrente. Tal se passa 
quando, após a citação do contribuinte, não há a formalização da penhora durante o prazo 
prescricional de cinco anos. Esse prazo, no entanto, não flui na hipótese de mora decorrente dos 
serviços judiciários. É necessário, portanto, que o quinquênio esteja marcado por efetiva inércia 
da Fazenda, quer por não requerer a penhora, quer por não adotar meios idôneos para obter tal 
medida. Esse prazo de cinco anos pode restar suspenso durante um ano, caso a Fazenda pleiteie 
o arquivamento administrativo dos autos, na forma que lhe autoriza o artigo 40 da Lei de 
Execuções Fiscais. 
Caso presente um dos requisitos previstos no artigo 135 do Código Tributário 
Nacional, poderá a Fazenda, ainda, postular o redirecionamento da execução fiscal contra os 
administradores ou os sócios da pessoa jurídica executada. 
EMBARGOS A EXECUÇÃO FISCAL – Art. 16º da LEF 
 
 
OBJETIVO 
 
 
PRAZO 
 
OBJETO 
Desconstituição da Certidão de 
Dívida Ativa 
30 dias da constituição da garantia Vícios da Certidão de Dívida Ativa 
ou do processo executivo, e 
aspectos formais e materiais do 
crédito tributário 
 
- O que é? Ação autônoma que permite a defesa do executado, mas que lhe impõe o gravame da 
penhora e observância dos requisitos previstos no artigo 282º do CPC 
- O embargo tem efeito suspensivo? A LEF não deixa isso claro. 
Art. 739-A. Os embargos do executado não terão efeito suspensivo. § 1º O juiz poderá, a 
requerimento do embargante, atribuir efeito suspensivo aos embargos quando, sendo relevantes 
seus fundamentos, o prosseguimento da execução manifestação possa causar ao executado grave 
dano de difícil ou incerta reparação, e desde que a execução já esteja garantida por penhora, 
depósito ou caução suficientes. 
 
b) Cautelar Fiscal: garantia de futura cobrança 
Após a constituição do crédito tributário, pode a Fazenda se ver em situação de 
incerteza quanto ao recebimento dos valores supostamente devidos pelo contribuinte. 
Processualmente, situações tais provocariam o ajuizamento de ação cautelar de 
arresto, a qual tem por finalidade, justamente, evitar a dissipação do patrimônio do suposto 
devedor. 
Todavia, desde o advento da Lei 8.397/92 a Fazenda dispõe de meio específico para 
atingir tal finalidade. De acordo com a aludida lei, o sujeito ativo do tributo poderá ajuizar ação 
cautelar fiscal quando o devedor: “I - sem domicílio certo, intenta ausentar-se ou alienar bens que 
possui ou deixa de pagar a obrigação no prazo fixado; II - tendo domicílio certo, ausenta-se ou 
tenta se ausentar, visando a elidir o adimplemento da obrigação; III - caindo em insolvência, aliena 
ou tenta alienar bens; IV - contrai ou tenta contrair dívidas que comprometam a liquidez do seu 
patrimônio; V - notificado pela Fazenda Pública para que proceda ao recolhimento do crédito 
fiscal a) deixa de pagá-lo no prazo legal, salvo se suspensa sua exigibilidade ou b) põe ou tenta 
por seus bens em nome de terceiros; VI - possui débitos, inscritos ou não em Dívida Ativa, que 
somados ultrapassem 30% do seu patrimônio conhecido; VII - aliena bens ou direitos sem 
proceder à devida comunicação ao órgão da Fazenda Pública competente, quando exigível em 
virtude de lei; VIII - tem sua inscrição no cadastro de contribuintes declarada inapta, pelo órgão 
fazendário; ou IX - pratica outros atos que dificultem ou impeçam a satisfação do crédito”. 
Em última análise, tais previsões nada mais são do que a parametrização do 
periculum in mora necessário para o deferimento de medida restritiva de bens, cuja natureza em 
muito se assemelha ao arresto. 
Trata-se de enumeração exaustiva, numerus clausus. Embora possa parecer, em um 
primeiro momento, que esse rol restringiria a atuação da Fazenda, na verdade vem em seu 
benefício. É que a lei contempla fatos que, usualmente, não permitiriam a configuração do 
periculum in mora, caso da existência de débitos em valor superior a 30% do ativo permanente 
da empresa e, sobretudo, da omissão em pagar o débito se houver notificação pela Fazenda. Além 
disso, a última hipótese legal é verdadeira cláusula aberta, tendente a contemplar os casos mais 
diversos de risco ao adimplemento da dívida. 
A medida legalmente prevista, no caso da cautelar fiscal, é mais gravosa do que a 
estabelecida para o arresto. Se deferido o pleito da Fazenda, os bens do contribuinte ficarão 
indisponíveis, ao passo que o arresto segue o regime jurídico da penhora. 
Essa nota mais gravosa serve, em grande parte, para compelir o contribuinte a ofertar 
garantia idônea para a satisfação da dívida. Por essa razão, o artigo 10 prevê que a ordem de 
indisponibilidade poderá ser substituída, a qualquer tempo, por bem ofertado como garantia do 
juízo de futura execução fiscal pelo contribuinte. 
De acordo com o artigo 1º da aludida lei, a cautelar fiscal só pode ser ajuizada após 
a constituição do crédito tributário. Em vista dessa previsão, controverte-se hoje sobre a 
possibilidade de ajuizamento dessa ação enquanto o processo administrativo está em curso. A 
questão ainda não foi pacificada pelo Superior Tribunal de Justiça. 
A aludida lei contém, ainda, em seu artigo 5º, § 2º, a previsão de extensão da medida 
contra o patrimônio de quem já administrou a empresa. Tal previsão, no entanto, implica 
regramento de questão sujeita a lei complementar, na forma do art. 146 da Constituição. Por essas 
razões, o Superior Tribunal de Justiça já pacificou entendimento no sentido de que tal dispositivo 
deve ser interpretado em consonância com o artigo 135 do CTN, o qual exige a configuração de 
algum de seus pressupostos para se atingir o patrimônio de sócios ou administradores. 
 
 
 
EXCEÇÃO PRÉ-EXECUTIVIDADE 
 
- Em regra, não suspende o curso da execução fiscal 
- Cabimento: matérias de ordem pública (art. 267, § 3º do CPC) e outras matérias desde que não 
demandem dilação probatória. Exemplos:Ilegitimidade passiva (sócio); Prescrição e decadência; 
Pagamento Compensação Inconstitucionalidade de tributo (Resp 625.203); Causas Suspensivas 
da Exigibilidade do Crédito Tributário (exemplo: depósito, liminar/antecipação de tutela) 
 
 
EMBARGOS A EXECUÇÃO 
 
 
EXCEÇÃO DA PRÉ-EXECUTIVIDADE 
 
LEF, Art. 16º 
Construção Jurisprudencial 
CF, art. 5º inc.XXXIV “a” e XXXV 
Súmula 393 - STJ 
 
Ação própria – distribuída por dependência á execução Petição nos próprios autos do processo de execução 
Cabimento: qualquer matéria 
Cabimento: matéria de ordem pública e prova pré-
constituída 
Garantia do Juízo Sem garantia do juízo 
Suspensão ou não da Execução Efeito Suspensivo 
Prazo de 30 DIAS Sem prazo para arguição, até o trânsito em julgado 
 
 
 AÇÕES DE INICIATIVA DO CONTRIBUINTE (AÇÕES ANTIEXACIONAIS): 
 
a) Mandado de Segurança: Lei nº 12.016/2009 e CF, art. 5º, inc. LXIX - É a garantia 
constitucional do cidadão contra o poder público. O mandado de segurança pode ser impetrado 
pelo contribuinte desde que tenha um direito líquido e certo e que seja lesado ou ameaçado por 
ato de autoridade. Direito líquido e certo é aquele que sua demonstração independe de prova. 
Ao mandado de segurança impetrado contra ameaça de prática de ato lesivo dá-se o nome de 
preventivo A doutrina têm afirmado que a impetração preventiva só é admissível com a prova 
de ameaça. Tal entendimento é inadmissível pois mandado de segurança preventivo não se 
confunde com impetração contra a lei em tese. 
 
 
CARACTERÍSTICAS 
 
 
REQUISITOS 
 
 
ESPÉCIES 
 
 
 
Celeridade + Preventibilidade 
ato coator e existência de direito 
líquido e certo A liminar concedida 
no “writ” anteveio à liminar na ação 
cautelar (CPC/73) e a tutela 
antecipada 
 
 
Preventivo e Repressivo 
 
 
 
 
 
PREVENTIVO 
 
 
REPRESSIVO 
 
 
- Ato de Fiscalização 
- Consulta Fiscal 
- Planejamentos 
 
 
- Ato de Lançamento 
- AIIM 
 
- Justo Receio: ato coator e existência de direito líquido e certo A liminar concedida no “writ” 
anteveio à liminar na ação cautelar (CPC/73) e a tutela antecipada 
- Prazo – 120 dias. 
MANDADO DE SEGURANÇA LIMINAR 
 
REQUISITOS 
 
 
RITO 
 
 
CAUÇÃO 
 
 
VEDAÇÕES 
 
1.Plausibilidade 
2.Necessidade de proteção 
imediata 
 
O juiz tem o DEVER, e 
não mera faculdade, 
quandos esses dois 
elementos estiverem 
presentes. 
1. Após a concessão ou 
denegação da liminar, há 
manifestação do MP e, em 
seguida, prolação de 
sentença. 2. É possível 
pleitear compensação em 
Mandado de segurança 
(Súmula 213 do STJ) 
3. Não há condenação em 
honorários (Súmula 512 
do STF e Súmula 105 do 
STJ) 
 
1. Art. 7º Art. 7, § 2º 
 
 
b) Ação Anulatória: 
Em contraponto às ações declaratórias, as ações anulatórias em matéria tributária se 
destinam justamente a combater débito tributário que já tenha sido constituído em desfavor do 
contribuinte. 
Em apertada síntese, portanto, as ações anulatórias se distinguem das declaratórias 
pela sua carga constitutiva negativa. Aqui, não busca o contribuinte mero resguardo contra 
potencial exigência tributária. A exigência já existe e é contra ela que se volta o sujeito passivo. 
A ação anulatória, tal como a declaratória, segue o procedimento ordinário. 
Justamente por isso, pode o autor cumular ambos os pedidos na mesma ação. Assim, pode voltar-
se contra determinada autuação fiscal, ao tempo em que já pede guarida para evitar futuras 
exigências tributárias indevidas decorrentes da mesma situação fática que gerou o débito que 
pretende anular. 
De acordo com o caput do artigo 38 da Lei 6.830/80, a ação anulatória deve ser 
acompanhada do depósito judicial do montante controvertido. 
Tal dispositivo, no entanto, não foi recepcionado pela nova ordem constitucional. De 
acordo com o art. 5º, XXXV, da Constituição, “a lei não excluirá da apreciação do Poder 
Judiciário lesão ou ameaça a direito”. Logo, não pode a lei – no caso a Lei 6.830/30 – buscar 
afastar do Poder Judiciário, ainda que de forma oblíqua, discussão sobre débito tributário 
mediante imposição de depósito do montante integral objeto da lide. 
CONCEITO OBJETO ANTECIPAÇÃO DE 
TUTELA 
meio de provocação do Poder 
Judiciário a ser proposto pelo 
sujeito passivo direto ou indireto 
em face da Fazenda Públ ica ou 
entidades parafiscais, com vistas a 
desconstituir o lançamento. 
 lançamento de ofício ou decisão 
administrativa i rreformável 
Impossibilidade de anulatória no 
auto-lançamento. 
É possível, mediante o 
cumprimento dos requisitos 
previstos, que são idênticos na Ação 
Declaratória. 
 
PARTES CAUSA DE PEDIR PEDIDO 
Autor: sujeito passivo da relação 
jurídica tributária 
Réu: sujeito ativo da relação jurídica 
tributária 
Causa de pedir (remota): relação 
jurídica tributária posta pelo 
lançamento ou decisão 
administrativa i rreformável 
Causa de pedir (próxima): qualquer 
motivo de natureza fática ou 
jurídica, formal ou material, que 
possa comprometer a va lidade do 
ato-norma do lançamento. 
Pedido (imediato): prolação de 
sentença de mérito. 
 
Pedido (mediato): produção de 
norma individual e concreta que 
tenha como eficácia a 
desconstituição do lançamento 
 
c) Ação Declaratória: Visa obter tutela jurisdicional acerca da existência ou não de relação 
jurídica (no caso, tributária). Previne litígios mediante o aclaramento (acertamento) de relação 
jurídica obscura e duvidosa. Poderá ser utilizada nos mais diversos casos: declarar a inexistência 
de obrigação jurídica tributária; fixação da obrigação tributária em quantia menor; declaração de 
não-incidência tributária (imunidade, isenção etc). 
OBJETIVO ARGUIÇÃO PARTES 
CAUSA DE 
PEDIR 
PEDIDO 
Obter certeza 
jurídica relativa à 
existência ou 
inexistência de 
obrigação tributária, 
tornando 
desnecessária a 
reprodução de ações 
idênticas 
Antes da ocorrência 
do evento tributário 
ou, tendo ocorrido o 
evento tributário, 
não tenha sido 
constituída a relação 
jurídica-tributária 
com a ponência, no 
sistema, de norma 
individual e 
concreta, pelo fisco 
ou pelo contribuinte. 
Autor: futuro sujeito 
passivo da relação 
jurídica tributária 
 
 
 
Réu: futuro sujeito 
ativo da relação 
jurídica tributária 
(ente político) 
Remota: relação 
jurídica tributária 
em potencial 
 
Próxima: incerteza 
quanto à 
possibilidade de um 
fato social ser objeto 
de incidência de 
norma tributária 
geral e abstrata 
Pedido (imediato): 
prolação de sentença 
de mérito. 
 
Pedido (mediato): 
constituição de 
norma individual e 
concreta de natureza 
proibitiva da 
realização do 
lançamento para 
cobrança do tributo. 
 
EFEITOS REQUISITOS 
Suspensivo – “antecipação dos efeitos práticos de uma 
possível decisão” 
1) Requerimento da parte 
2) Prova inequívoca 
3) Verossimilhança da alegação 
4) Fundado receio de dano irreparável 
5) revers ibilidade 
 
d) Ação de Repetição de Indébito: 
É aquela ação de procedimento ordinário em que o autor pede que seja condenada a 
Fazenda Pública a restituir tributo pago indevidamente. Questão importante é a do ART.166, que 
diz que a restituição de tributo que comportem, por sua natureza, transferência do respectivo 
encargo financeiro somente será feita a quem prove haver assumido o referido encargo. Este 
dispositivo é de flagrante inconstitucionalidade, como afirma Hugo de Brito, pois viola de forma 
indireta o princípio da legalidade. 
A súmula 71 do STF dizia que "embora pago indevidamente, não cabe restituição de 
tributoindireto". Por sua vez, a súmula 546 determinava "cabe restituição do tributo pago, 
indevidamente, quando reconhecido por decisão, que o contribuinte de jure não recuperou do 
contribuinte de facto o quantum respectivo". O art. 166 do CTN, distanciando-se da súmula 71 e 
abrandando o rigor da súmula 546, determinou: 
"a restituição de tributos que comportem, por sua natureza, transferência do respectivo 
encargo financeiro somente será feita a quem prove haver assumido o referido encargo, ou, no 
caso de tê-lo transferido a terceiro, estar por este expressamente autorizado a recebê-la".

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