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DIREITO CIVIL – Analista Judiciário do Superior Tribunal de Justiça PROFESSOR LAURO ESCOBAR Prof. Lauro Escobar www.pontodosconcursos.com.br 11 AULA 03 BENS: Objeto do Direito (arts. 79 a 103 do Código Civil) Itens específicos do edital que serão abordados nesta aula: 5. Bens: conceito e espécies. Subitens: BENS: Diferentes Classes de Bens. Conceito. Espécies. Classificação Geral: considerados em si mesmos; reciprocamente considerados; considerados em relação ao titular da propriedade; considerados quanto à possibilidade de comercialização. Bem de família legal e bem de família convencional. CONTEÚDO ESQUEMÁTICO DA AULA Dispositivos do Código Civil referentes a esta aula: arts. 79 ao 103. BENS: OBJETO DO DIREITO I. CONCEITO – são as coisas (materiais ou imateriais) enquanto economicamente valoráveis, satisfazendo a necessidade humana. II. CLASSIFICAÇÃO DOS BENS A doutrina (não há previsão legal expressa) inicialmente classifica os bens em Corpóreos (são os que têm existência material, como um terreno, uma casa, um carro ou um livro) e Incorpóreos (são os que possuem existência abstrata e que não podem ser percebidos pelos sentidos, mas podem ser objeto de direito, como os direitos autorais, a propriedade industrial, etc.). A) BENS CONSIDERADOS EM SI MESMOS – arts. 79/91, CC 1. Quanto à Mobilidade 1.1 – Imóveis – são os que não podem ser removidos ou transportados de um lugar para o outro sem a sua destruição. Subdividem-se em: a) imóveis por natureza (ex: solo, subsolo e espaço aéreo); b) acessão física ou artificial (ex: plantações e construções); c) disposição legal (ex: direito à sucessão aberta, ainda que a herança seja formada apenas por bens móveis). Não perdem o caráter de imóvel: as edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade, forem removidas para outro local; materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se reempregarem. 1.2 – Móveis – são os que podem ser transportados de um lugar para outro, por força própria ou estranha, sem alteração da sua substância ou da destinação econômico-social. Subdividem-se em: a) móveis por natureza – podem ser transportados por força própria (semoventes – animais de uma DIREITO CIVIL – Analista Judiciário do Superior Tribunal de Justiça PROFESSOR LAURO ESCOBAR Prof. Lauro Escobar www.pontodosconcursos.com.br 22 forma geral) ou alheia (carro, joia); b) móveis por antecipação (árvore plantada para corte ou frutos de um pomar que ainda estão no pé, mas destinados à venda - safra futura); c) móveis por determinação legal (energias que tenham valor econômico, direitos autorais). 1.3 – Observações: a) os materiais de construção enquanto não forem empregados nesta construção, ainda são considerados como bens móveis; b) as árvores, enquanto ligadas ao solo, são bens imóveis por natureza, exceto se se destinam ao corte. Quando isso ocorre, elas se convertem em móveis por antecipação. 1.4 – Importância prática na distinção entre Imóveis e Móveis: forma de aquisição da propriedade (tradição para móveis e registro para os imóveis), necessidade de outorga uxória ou marital em casos de bens imóveis (sendo dispensada tal providência se for bem móvel), prazos de usucapião (geralmente maiores para os bens imóveis) e os direitos reais (como regra hipoteca para imóveis e penhor para os móveis). 1.5 - Navios e Aeronaves - fisicamente são bens móveis, mas possuem uma disciplina jurídica como se imóveis fossem. 2. Quanto à Fungibilidade 2.1 – Infungíveis – não podem ser substituídos por outros do mesmo gênero, qualidade e quantidade (ex: um apartamento, um veículo, um quadro famoso). Os imóveis só podem ser infungíveis. 2.2 – Fungíveis – podem ser substituídos por outros do mesmo gênero, qualidade e quantidade (ex: gêneros alimentícios, dinheiro, etc.). 3. Quanto à Consuntibilidade 3.1 – Inconsumíveis – proporcionam reiterados usos, permitindo que se retire toda a sua utilidade, sem atingir sua integridade (ex: imóveis, roupas, livros, etc.). 3.2 – Consumíveis – são bens móveis, cujo uso importa na destruição imediata da própria coisa. Admitem apenas um uso (gêneros alimentícios, bebidas, dinheiro, etc.). 3.3 – Há bens que são consumíveis, conforme a destinação que o homem lhe dá. Ex: os livros, em princípio, são bens inconsumíveis, pois permitem usos reiterados. Mas expostos numa livraria são considerados como consumíveis, pois a destinação é a venda. 4. Quanto à divisibilidade 4.1 – Divisíveis – podem ser partidos em porções reais e distintas, formando cada qual um todo perfeito. 4.2 – Indivisíveis – não podem ser fracionados em porções, pois deixariam de formar um todo perfeito. A indivisibilidade pode ser: por natureza (um cavalo), por determinação legal (herança, módulo rural, lotes urbanos) e pela vontade das partes (contrato). 5. Quanto à Individualidade 5.1 – Singulares – são os que, embora reunidos, se consideram de per si, independentemente dos demais. 5.2 – Coletivos (ou Universais) – são as coisas que se encerram agregadas em um todo. a) Universalidade de Fato – pluralidade de bens singulares, corpóreos e homogêneos, que, pertinentes à mesma pessoa, DIREITO CIVIL – Analista Judiciário do Superior Tribunal de Justiça PROFESSOR LAURO ESCOBAR Prof. Lauro Escobar www.pontodosconcursos.com.br 33 tenham destinação unitária pela vontade humana (biblioteca, pinacoteca, rebanho, etc.). b) Universalidade de Direito ⎯ pluralidade de bens singulares, corpóreos, dotadas de valor econômico, ligadas pela norma jurídica (patrimônio, herança, massa falida, etc.). B) BENS RECIPROCAMENTE CONSIDERADOS – arts. 92/97, CC 1. Principais – existem por si mesmos, exercendo função e finalidade independentemente de outro bem (terrenos, joias, etc.). 2. Acessórios – sua existência depende da existência de outro. Regra → o acessório acompanha o principal. 2.1 – Frutos – são as utilidades que a coisa principal produz periodicamente; nascem e renascem da coisa e sua percepção mantém intacta a substância do bem que as gera (frutas, aluguéis, etc.). 2.2 – Produtos – são as utilidades que se retiram da coisa, alterando a substância da coisa, com a diminuição da quantidade até o seu esgotamento. 2.3 – Pertenças – são os bens que, não constituindo partes integrantes (como os frutos, produtos e benfeitorias), se destinam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro. Ex: acessórios de um veículo; ornamentos de uma residência, um trator destinado a uma melhor exploração de propriedade agrícola, etc. 2.4 – Benfeitorias – são obras ou despesas que se fazem em um bem móvel ou imóvel, para conservá-lo, melhorá-lo ou embelezá-lo. Espécies: a) necessárias (realizada para a conservação do bem – alicerce da casa), úteis (são as que aumentam ou facilitam o uso da coisa – garagem) e voluptuárias (mero embelezamento, recreio ou deleite – piscina). 2.5 – Indenização das Benfeitorias: A) Possuidor de Boa-fé: direito à indenização das benfeitorias necessárias e úteis. Caso elas não sejam indenizadas, o possuidor tem o direito de retenção pelo valor das mesmas. Já as benfeitorias voluptuárias não serão indenizadas, mas elas poderão ser levantadas (art. 1.219, CC). B) Possuidor de Má-fé: são ressarcidas somente as benfeitorias necessárias. Não há indenização pelas benfeitorias úteis e voluptuárias. Não pode levantar nenhuma das benfeitorias realizadas e não tem direito de retenção sobre nenhuma delas (art. 1.220, CC). 2.6 – Deixam de ser bens acessórios e passam a ser principais: a pintura em relação à tela, a escultura em relação à matéria-prima, a escritura ou qualquer trabalho gráfico em relação à matéria-prima, qualquer trabalho gráfico em relação ao papel utilizado. C) BENS CONSIDERADOS EM RELAÇÃOAO TITULAR DO DOMÍNIO – arts. 98/103, CC 1. Particulares – são os que pertencem às pessoas naturais (físicas) ou às pessoas jurídicas de direito privado. 2. Res Nullius – são as coisas de ninguém (ex: um peixe no fundo do mar; as coisas abandonadas – estas são conhecidas como res derelictae). Não confundir coisa abandonada, onde há um ato voluntário, o abandono, com a coisa perdida, em que o ato foi involuntário e a coisa continua a pertencer (ao menos em tese) ao patrimônio do titular. 3. Públicos – são os bens de domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno. DIREITO CIVIL – Analista Judiciário do Superior Tribunal de Justiça PROFESSOR LAURO ESCOBAR Prof. Lauro Escobar www.pontodosconcursos.com.br 44 3.1 – Uso comum do povo – destinados à utilização do público em geral (rios, mares, estradas, ruas, etc.). 3.2 – Uso especial – imóveis utilizados pelo próprio poder público para a execução de serviço público (hospitais e escolas públicas, secretarias, ministérios, etc.). 3.3 – Dominicais – constituem o patrimônio disponível das pessoas de direito público: terras devolutas e terrenos de marinha. 3.4 – Característica dos Bens Públicos: inalienáveis, impenhoráveis, imprescritíveis (não podem ser objeto de usucapião, qualquer que seja a sua natureza – Súmula 340 STF). 3.5 – Observação – Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação. Os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas as exigências da lei. 3.6 – Conversão ⎯ os bens públicos dominicais podem ser convertidos em bens de uso comum ou de uso especial (afetação). Já pela desafetação permite-se que um bem de uso comum do povo ou de uso especial seja reclassificado como sendo um bem dominical. D) BENS CONSIDERADOS QUANTO À POSSIBILIDADE DE COMERCIALIZAÇÃO (COISAS FORA DO COMÉRCIO) 1. Coisas insuscetíveis de apropriação – coisas de uso inexaurível (ar, luz solar, água do alto-mar, etc.). 2. Bens personalíssimos – são os preservados em respeito à dignidade humana (ex: vida, honra, liberdade, nome, bens como os órgãos do corpo humano, cuja comercialização é expressamente proibida pela lei, etc.). 3. Bens legalmente inalienáveis – apesar de suscetíveis de apropriação, têm sua comercialidade excluída pela lei para atender a interesses econômicos- sociais, defesa social e proteção de certas pessoas. Estes bens somente podem ser alienados de forma excepcional. Ex: bens públicos (uso comum do povo e especial – art. 100, CC), bens das fundações (arts. 62 a 69, CC), terras ocupadas pelos índios (art. 231, §4º, CF), bens de menores (art. 1.691, CC), bens gravados com cláusula de inalienabilidade (art. 1.911, CC), bens de família. 4. Bens gravados com cláusula de inalienabilidade (art. 1.911, CC) – tornam-se inalienáveis por vontade humana inter vivos (ex: doação) ou causa mortis (testamento), de forma vitalícia ou temporária. A pessoa deve apontar a “justa causa” para tornar o bem inalienável (art. 1.848, CC). 5. Bem de Família – arts. 1.711 a 1.722, CC (voluntário) X Lei n° 8.009/90 (ou Impenhorabilidade do único imóvel – legal) – Não confundir os institutos!! Cuidado, também, com a fiança nos contratos de locação (trata-se de uma exceção que se aplica somente em relação à Lei n° 8.009/90). GRÁFICO CÓDIGO CIVIL LEI ESPECIAL 1. Artigos 1.711 a 1.722 do CC 1. Lei n° 8.009/90 2. Ato voluntário. Necessita de registro. Máximo 1/3 do patrimônio 2. Instituído pela lei. Automático. Único imóvel para residência da família. DIREITO CIVIL – Analista Judiciário do Superior Tribunal de Justiça PROFESSOR LAURO ESCOBAR Prof. Lauro Escobar www.pontodosconcursos.com.br 55 líquido. 3. Acarreta inalienabilidade e impenhorabilidade. 3. Acarreta somente a impenhorabilidade. 4. Exceções: somente condomínio e tributos que recaem sobre o próprio imóvel. 4. Exceções previstas no art. 3°. Ex: trabalhistas (empregados do imóvel), hipoteca, financiamento, impostos, condomínio, pensão alimentícia, produto de crime e fiança nos contratos de locação. TESTES As questões adiante seguem o padrão que a CESPE/UnB costuma usar, julgando as assertivas e colocando CERTO ou ERRADO. QUESTÃO 01 (CESPE/UnB – Ministério Público/AM - 2005) A respeito das pessoas e dos bens, julgue os itens seguintes. a) O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece residência definitiva, mesmo que dele se ausente. Esse domicílio é único, pois determina o local onde a pessoa deve cumprir suas obrigações e onde é aberta a sucessão hereditária. b) No negócio jurídico de alienação de um bem imóvel, incluem-se os bens acessórios, ainda que não constem expressamente do contrato, pois, em regra, a coisa acessória segue a principal e pertence ao titular da principal. c) As pertenças não seguem necessariamente a lei geral de gravitação jurídica, por meio da qual o acessório sempre seguirá a sorte do principal. Por isso, se uma propriedade rural for vendida, desde que não haja cláusula que aponte em sentido contrário, o vendedor não estará obrigado a entregar máquinas, tratores e equipamentos agrícolas nela utilizados. COMENTÁRIOS: a) Errado. Vimos na aula passada que o Brasil adotou a pluralidade domiciliar. Prevê o art. 71, CC que se a pessoa natural tiver diversas residências, onde, alternadamente, viva, considerar-se-á domicílio seu qualquer delas. b) Certo. A regra em relação aos bens é que o acessório segue o principal. Isto fica mais claro com a análise do art. 233, CC: a obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios dela embora não mencionados, salvo se o contrário resultar do título ou das circunstâncias do caso. c) Certo. Ver arts. 93 e 94, CC. QUESTÃO 02 (CESPE/UnB – Juiz de Direito – Sergipe/2007) Considerando o direito civil dos bens, julgue os itens a seguir. DIREITO CIVIL – Analista Judiciário do Superior Tribunal de Justiça PROFESSOR LAURO ESCOBAR Prof. Lauro Escobar www.pontodosconcursos.com.br 66 a) Os armários embutidos instalados em um imóvel residencial são considerados bens imóveis por acessão. b) A cota de capital e as ações que o indivíduo possua em uma sociedade empresária constituem exemplos de bens imóveis por determinação legal. c) Não perdem o caráter de imóvel os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se reempregarem. d) Os materiais de construção, enquanto não forem empregados para tal finalidade continuam sendo bem móveis. COMENTÁRIOS: a) Certo. Acessão significa acréscimo. Assim, os bens móveis que forem incorporados a um imóvel, passam também a ter esta natureza. b) Errado. Embora não haja previsão expressa do Código Civil neste sentido, a doutrina entende que “estão na classe dos móveis incorpóreos a quotas de capital ou ações que possua o indivíduo em uma sociedade empresária” (Caio Mário da Silva Pereira – Instituições de Direito Civil). c) Certo. Ver art. 81, inciso II, CC. d) Certo. Ver art. 84, CC. QUESTÃO 03 (UnB/CESPE – Juiz de Direito Substituto/SE – 2007) Quanto ao bem de família, julgue os itens subsequentes. a) O bem de família, quer seja voluntário ou legal, institui-se com o registro da escritura pública no registro imobiliário competente. Esse bem permanece vinculado enquanto viver um dos cônjuges ou enquanto existirem filhos menores ou incapazes. b) O imóvel, urbano ou rural, destinado à moradia da família é impenhorável (Lei n° 8.009/90). Por essa característica, não responde por dívida civil ou bancária, mesmo quando se tratar de obrigação decorrente de fiança concedida em contrato de locação. COMENTÁRIOS: a) Errado. Somente o chamado bem de família voluntário (previsto no CódigoCivil) exige o registro da escritura pública no registro imobiliário. O bem de família legal (Lei n° 8.009/90) além de não exigir o registro, não determina a vinculação. Ou seja, neste caso o bem é impenhorável, mas pode ser vendido (não é inalienável). b) Errado. Depois de muitas idas e vindas, a jurisprudência dominante é de que se uma pessoa se dispuser a ser fiador, estará abrindo mão do chamado bem de família legal (Lei n° 8.009/90), não podendo invocar esse benefício para deixar de pagar eventual dívida de inquilino. Portanto o imóvel, mesmo destinado à moradia da família, pode ser penhorado para pagamento de obrigação decorrente de fiança concedida em contrato de locação. QUESTÃO 04 (CESPE/UnB – Procurador Federal – 2007) No Código Civil de 2002, no capítulo da parte geral dedicado aos bens reciprocamente DIREITO CIVIL – Analista Judiciário do Superior Tribunal de Justiça PROFESSOR LAURO ESCOBAR Prof. Lauro Escobar www.pontodosconcursos.com.br 77 considerados, introduziu-se a figura das pertenças, verdadeira novidade legislativa no âmbito do direito privado brasileiro. A respeito dos bens reciprocamente considerados, julgue os itens a seguir. a) Principal é o bem que existe sobre si, abstrata ou concretamente. b) De acordo com o direito das obrigações, em regra, a obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios dessa coisa, ainda que não mencionados. c) São pertenças os bens que, constituindo partes integrantes, destinam-se, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro. d) As pertenças são bens acessórios. e) Em regra, os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal não abrangem as pertenças. f) Frutos e produtos, por serem bens acessórios, não podem ser objeto de contrato, enquanto não forem separados do bem principal. COMENTÁRIOS: a) Certo. É o que prevê o art. 92, CC. b) Certo. Confiram, mais uma vez, o art. 233, CC. c) Errado. As pertenças não se constituem partes integrantes de outro bem (art. 93, CC). d) Certo. As pertenças são bens acessórios. e) Certo. Observem o raciocínio desenvolvido na questão. Pertença é um bem acessório. O acessório segue o principal... Porém os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal não abrangem as pertenças, salvo se o contrário resultar da lei, da manifestação de vontade, ou das circunstâncias do caso (art. 94, CC). f) Errado. Nos termos do art. 95, CC, apesar de ainda não separados do bem principal, frutos e produtos podem ser objeto de negócio jurídico. QUESTÃO 05 (CESPE/UnB – Defensor Público/AM – 2004) À luz do Código Civil, julgue os itens a seguir, com relação ao bem de família. a) Sendo o patrimônio do casal constituído tão-somente por um imóvel residencial, os cônjuges poderão instituí-lo por escritura pública como bem de família, sem quaisquer outros requisitos a não ser a concordância de ambos. b) Com a nova regulamentação no Código Civil a respeito do bem de família, revogou-se a Lei n° 8.009/1990, que instituiu esse tipo de bem. COMENTÁRIOS: a) Errado. Há uma série de outros requisitos previstos no Código Civil para se instituir o chamado bem de família voluntário (ver art. 1.711 e seguintes, CC). DIREITO CIVIL – Analista Judiciário do Superior Tribunal de Justiça PROFESSOR LAURO ESCOBAR Prof. Lauro Escobar www.pontodosconcursos.com.br 88 b) Errado. Tanto o Código Civil (lei geral), como a Lei n° 8.009/90 (lei especial) coexistem. Ambas vigoram normalmente, sem que tenha havido qualquer revogação quer de uma ou de outra legislação. QUESTÃO 06 (CESP/UnB – Advocacia Geral da União) Julgue os itens que se seguem, acerca da classificação de bens públicos. a) Um prédio adquirido pela União para que nele funcione repartição da Secretaria de Receita Federal, em um estado da Federação, pode ser classificado como bem público federal dominial. b) A Praça dos Três Poderes, situada no Distrito Federal, é classificada como bem público distrital de uso comum. c) A natureza jurídica do rio Tietê, cujo percurso, desde sua nascente, limita-se ao estado de São Paulo, é de bem público de uso comum federal. d) Prédio em que funciona repartição da Advocacia-Geral da União pode ser vendido sem nenhuma operação preliminar à venda. e) O uso comum dos bens públicos só pode ser gratuito, pois são destinados à utilização pela sociedade que já paga os impostos, sendo vedado o uso oneroso dessa classe de bens. COMENTÁRIOS: a) Errado. Trata-se de um bem público federal especial. b) Certo. Uma praça é considerada como sendo bem público de uso comum do povo (art. 99, I, CC); como a praça mencionada na questão está situada no Distrito Federal é chamada de distrital. c) Errado. Os rios são bens públicos de uso comum do povo (art. 99, I, CC). Como o Tietê possui um percurso somente no Estado de São Paulo, que não possuiu fronteiras com outro País, trata-se de bem estadual. d) Errado. Este prédio é um bem público de uso especial (art. 99, II, CC). Ele até pode ser alienado. Mas antes deve ser desafetado, pois os bens públicos de uso especial são inalienáveis (art. 100, CC). Sendo desafetado se torna um bem público dominical e neste caso o prédio pode ser alienado (art. 101, CC), observadas uma série de exigências legais. e) Errado. O fato do Estado exigir uma contraprestação pelo uso dos bens públicos, isso não os desnatura, mesmo que sejam de uso comum do povo. O exemplo clássico é a cobrança de pedágios nas rodovias. QUESTÃO 07 (CESPE/UnB – TCE/RN – Assessor Jurídico - 2009) Julgue o item subsequente, relativos ao direito civil brasileiro. a) Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determina; os bens públicos dominicais podem ser alienados, se forem observadas as exigências da lei. COMENTÁRIOS: DIREITO CIVIL – Analista Judiciário do Superior Tribunal de Justiça PROFESSOR LAURO ESCOBAR Prof. Lauro Escobar www.pontodosconcursos.com.br 99 a) Certo. Trata-se do texto literal dos arts. 100 e 101, CC. Esta questão caiu de forma idêntica no concurso para Advogado da Embasa (Empresa Baiana de Águas e Saneamento – S/A). QUESTÃO 08 (CESPE/UnB – TRE/BA - Analista Judiciário - 2010) Tendo em vista a classificação dos bens prevista no Código Civil, julgue os itens que se seguem. a) O uso comum dos bens públicos deve ser gratuito ou retribuído, conforme for estabelecido legalmente pela entidade a cuja administração pertencerem. b) Ao contrário dos bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial, os bens públicos dominicais podem ser alienados, desde que observadas as exigências legais. c) Os bens públicos dominicais estão sujeitos à prescrição aquisitiva. COMENTÁRIOS: a) Certo. Nos termos do art. 103, CC. b) Certo. Nos termos dos arts. 100 e 101, CC. c) Errado. Prescrição aquisitiva é outro nome que a doutrina dá à prescrição. E o art. 102, CC prevê que os bens públicos não estão sujeitos à usucapião. QUESTÃO 09 (CESP/UnB – Defensoria Pública/AL - 2006) Em relação ao Direito Civil, julgue o item a seguir. a) Define-se o patrimônio como o complexo de relações jurídicas, apreciáveis economicamente de uma pessoa, nele incluindo-se os créditos e excluindo-se os débitos, que forma o seu passivo. COMENTÁRIOS: a) Errado. O patrimônio do devedor responde por suas dívidas e constitui garantia geral dos credores. Seu conceito jurídico abrange tanto os bens e direitos (ativo), como as obrigações (passivo) de uma pessoa (natural ou jurídica). Portanto, está errado afirmar que se excluem os débitos. Acrescente- se: o patrimônio pode ser positivo (ativo maior que passivo) ou negativo (passivo maior que ativo – trata-se da insolvência). TESTES DE OUTRAS BANCAS EXAMINADORAS01) (FCC – Adaptado pelo professor) Dadas as seguintes afirmações: I – Podemos classificar os bens em: considerados em si mesmos, reciprocamente considerados, considerados em relação ao titular do domínio e coisas fora do comércio. II – Os bens considerados em si mesmos possuem uma vasta subdivisão, sendo que uma delas é: infungíveis ou fungíveis. DIREITO CIVIL – Analista Judiciário do Superior Tribunal de Justiça PROFESSOR LAURO ESCOBAR Prof. Lauro Escobar www.pontodosconcursos.com.br 1100 III – Os bens reciprocamente considerados podem ser divididos em principais e acessórios. IV – O direito à autoria de um livro é uma coisa fora do comércio. Somente estão CORRETAS: a) I e III. b) II e IV. c) I e II e III. d) I, III e IV. e) todas estão corretas. COMENTÁRIOS. Alternativa correta: letra “e”. Todas as afirmações estão corretas. Trata-se de classificação doutrinária e legal acerca dos bens. A afirmativa I está correta, pois é a classificação doutrinária geral dos bens. A doutrina ainda acrescenta a seguinte classificação: a) bens corpóreos (que têm um corpo, como uma caneta, um livro, um carro) e bens incorpóreos (que não podemos perceber pelos sentidos; sua existência é abstrata, como os direitos autorais, marcas e patentes, etc.). A afirmativa II está correta, pois em relação à primeira das classificações (bens considerados em si mesmos – arts. 79/91, CC) a lei faz uma subdivisão em: imóveis ou móveis, infungíveis ou fungíveis, inconsumíveis ou consumíveis, indivisíveis ou divisíveis e singulares ou coletivos. A afirmativa III está correta, pois os bens reciprocamente considerados realmente podem se dividir em Principais e Acessórios (estes possuem uma vasta subdivisão, como os frutos, os produtos, as pertenças e as benfeitorias). Finalmente a afirmação IV também está correta, pois as coisas fora do comércio podem ser: as insuscetíveis de apropriação (ar, luz solar, etc.), os legalmente inalienáveis (como regra os bens públicos, os bens das fundações, bens de família, etc.) e os personalíssimos (vida, honra, liberdade, nome, etc.). A autoria de um livro é um bem personalíssimo; portanto é bem inalienável, sendo coisa fora do comércio. Cuidado para não confundir autoria com os direitos autorais (que são bens móveis incorpóreos e podem ser vendidos, doados, etc.). Se eu escrever um livro ou uma música, a autoria é minha; ninguém pode tirar isso de mim e nem eu posso vender tal direito. No entanto eu posso vender os direitos autorais sobre o livro ou a música. Um exemplo clássico na vida real são as músicas dos “Beatles”. John Lennon e Paul McCartney estão imortalizados com as músicas que fizeram. A autoria destas músicas é deles. No entanto, até pouco tempo atrás, os direitos autorais de muitas dessas músicas pertenciam a Michael Jackson... 02) (FCC – Analista Judiciário – TRF 1a Região – 2006) Mário possui direito real sobre imóvel; João direito à sucessão aberta e Maria direito pessoal de caráter patrimonial. Neste caso, de acordo com o Código Civil brasileiro, os direitos de Mário, João e Maria são considerados, para os efeitos legais, respectivamente, bem a) imóvel, imóvel e móvel. b) móvel, imóvel e imóvel. c) imóvel, móvel e imóvel. DIREITO CIVIL – Analista Judiciário do Superior Tribunal de Justiça PROFESSOR LAURO ESCOBAR Prof. Lauro Escobar www.pontodosconcursos.com.br 1111 d) imóvel, móvel e móvel. e) móvel, móvel e imóvel. COMENTÁRIOS. Alternativa correta: letra “a”. Direitos reais sobre bens imóveis são os direitos que uma pessoa tem sobre uma propriedade imóvel (ex: um terreno, uma casa, um apartamento, etc.), ou sobre um usufruto (que é o direito que uma pessoa tem de usar e retirar os frutos da propriedade alheia – ex: morar ou alugar para terceiros), ou sobre uma hipoteca, etc. O art. 80, II, CC prevê que são considerados como bens imóveis, não só os direitos reais sobre o imóvel propriamente ditos, mas também as ações que os asseguram. Exemplo: Eu tenho um sítio. Ele é um bem imóvel. Assim, o meu direito de propriedade sobre este sítio é um bem imóvel. Mas se alguém invadir o meu sítio eu terei então uma ação específica para reavê-lo. No caso trata-se de uma ação reivindicatória. Pois esta ação que visa proteger o bem imóvel também é considerada como imóvel pelo Código Civil. O direito à sucessão aberta também é considerado como bem imóvel, segundo o art. 80, II, CC. Exemplo: Uma pessoa faleceu. Vamos supor que ela deixou de herança um carro, uma joia e um pouco de dinheiro em caderneta de poupança. Portanto deixou apenas bens móveis. No entanto, quando se abre a sucessão, vamos reunir todos estes bens. E vamos chamar a reunião destes bens de espólio ou herança. Trata-se, então do direito à sucessão aberta. E isto é considerado com bem imóvel. Mesmo que só tenha bens móveis. Se um herdeiro quiser ceder a sua parte na herança, deve tomar todas as cautelas, como se fosse uma cessão de um imóvel, necessitando para tanto de escritura pública. Finalmente, os direitos pessoais de caráter patrimonial são considerados bens móveis, por força do art. 83, III, CC. Um exemplo disso são os direitos autorais. Por força de lei eles são considerados como bens móveis. Da mesma forma os direitos sobre a propriedade industrial (que são oriundos do poder de criação e invenção da pessoa). A lei considera como bens móveis não somente estes direitos, mas também as ações que visam à proteção das patentes de invenção, das marcas de indústria, do nome comercial, etc. 03) Sobre as pertenças, tendo em vista o Código Civil de 2002, é CORRETO afirmar que: a) são bens acessórios e por isso sempre seguem a sorte do principal. b) constituem parte integrante do bem principal e se destinam ao seu aformoseamento. c) são consideradas benfeitorias úteis, pois ampliam o uso da coisa. d) apesar de serem consideradas como bens acessórios, nem sempre seguem a sorte do principal. e) são bens acessórios e equiparados aos frutos e aos produtos. COMENTÁRIOS. Alternativa correta: letra “d”. O Código atual insere as pertenças na classificação de bens acessórios (art. 93 e 94, CC) e não mais como “imóveis por acessão intelectual”. Pertenças são bens que, não constituindo partes integrantes de um bem (como são os frutos, os produtos e as benfeitorias), se destinam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço da coisa. DIREITO CIVIL – Analista Judiciário do Superior Tribunal de Justiça PROFESSOR LAURO ESCOBAR Prof. Lauro Escobar www.pontodosconcursos.com.br 1122 O exemplo clássico é o de um trator destinado a uma melhor exploração de uma propriedade agrícola. Em relação às pertenças, embora realmente elas sejam consideradas como bens acessórios, nem sempre se aplica a elas a regra de que “o acessório segue o principal”. Assim, quando se tratar de negócio que envolva transferência de propriedade de um bem que tenha pertenças, é conveniente que as partes se manifestem expressamente sobre os acessórios, evitando situações dúbias. 04) (CESPE - OAB/SP – 2008) Os bens jurídicos que, não constituindo partes integrantes, se destinam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro são classificados como: a) pertenças. b) imóveis por acessão física. c) imóveis por acessão industrial. d) acessórios. COMENTÁRIOS. Alternativa correta: letra “a”. Pertenças (ver os arts. 93 e 94, CC). 05) (FCC – Analista Judiciário –Tribunal Regional Federal – 4a Região RS/SC/PR –2007) Analise: I – O subsolo correspondente em profundidade útil ao seu exercício. II – As jazidas, minas e demais recursos minerais. III – Os potenciais de energia hidráulica. IV – O espaço aéreo correspondente em altura útil ao seu exercício. De acordo com o Código Civil brasileiro, a propriedade do solo abrange os itens indicados APENASem: a) I, II e IV. b) I e III. c) I, III e IV. d) I e IV. e) III e IV. COMENTÁRIOS. Alternativa correta: letra “d”. A questão é sutil (para não dizer difícil). O art. 79, CC prevê que são bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar de forma natural (árvores, frutos pendentes), mais adjacências (espaço aéreo, subsolo) ou artificialmente (construções e plantações). Já o art. 1.229, CC (que ainda não vimos, mas complementa o tema) dispõe que a propriedade do solo abrange a do espaço aéreo e subsolo correspondente em altura e profundidade úteis ao seu exercício. Ou seja, quem é proprietário do solo também é do subsolo e do espaço aéreo. Portanto, estão corretos os itens I e IV. Já quanto aos itens II e III (jazidas e potenciais para energia hidráulica), podemos afirmar que os mesmos também são bens imóveis. No entanto, a propriedade do solo não lhes é abrangente, pois o art. 176 da Constituição Federal dispõe que os recursos minerais (jazidas) e hídricos DIREITO CIVIL – Analista Judiciário do Superior Tribunal de Justiça PROFESSOR LAURO ESCOBAR Prof. Lauro Escobar www.pontodosconcursos.com.br 1133 constituem propriedade distinta da do solo e pertencem à União. Assim, quem é proprietário do solo pode não ser proprietário de uma jazida ou do potencial de energia hidráulica. 06) Os bens reciprocamente considerados se classificam em Principais ou Acessórios. As benfeitorias, que são bens acessórios, são obras ou despesas que se fazem em um bem móvel ou imóvel para conservá-lo, melhorá-lo e embelezá-lo. Cite, respectivamente, a benfeitoria voluptuária, a necessária e a útil, na ordem: a) a construção de uma edícula nos fundos da casa, a instalação de uma piscina na casa e uma pintura artística. b) a pintura do imóvel para sua impermeabilização, o conserto de um encanamento rompido e a instalação de uma antena parabólica. c) o ajardinamento de uma residência, o conserto do telhado da casa e a construção de uma garagem. d) a colocação de piso de mármore na casa, a pintura interna do apartamento e a instalação de uma sauna nos fundos da casa. e) a construção de uma piscina, o conserto do piso da casa que ameaça ceder e uma pintura de um mural na casa, com finalidade artística. COMENTÁRIOS. Alternativa correta: letra “c”. Na prática há muita dificuldade em se classificar e fornecer exemplos precisos de todas as espécies de benfeitorias. Por isso os exemplos que costumam cair em concursos são bem estereotipados, como os que estão nesta questão. Esta dificuldade prática tem razão de ser por causa da indenização das benfeitorias. O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias necessárias e úteis. As voluptuárias não são indenizadas, mas elas podem ser levantadas (isto é, retiradas), desde que o objeto principal não haja danificado. Por outro lado, ao possuidor de má-fé serão ressarcidas somente as benfeitorias necessárias. Ele perde o direito sobre as úteis e as voluptuárias. Assim, se serei eu quem irá indenizar uma benfeitoria, vou alegar que ela (por mais necessária que seja) é voluptuária. Mas se é você quem está pedindo a indenização, por mais voluptuária que seja, você vai dizer que ela é necessária. E as decisões judiciais são diferentes em cada caso concreto. Além disso, há uma “área cinzenta” em alguns exemplos, como no caso da pintura. Que tipo de benfeitoria é uma pintura? A rigor pode ser qualquer uma delas: ela é necessária quando realizada em uma casa situada em uma região muito chuvosa; neste caso ela tem a missão de impermeabilizar o imóvel, evitando a sua deterioração. A pintura pode ser útil, como uma pintura normal feita no interior de uma casa, pois ela melhora o uso da coisa. Mas uma pintura artística é considerada como voluptuária. Assim, o conselho que eu costumo dar é saber o conceito legal de cada uma das benfeitorias (os examinadores se atém muito ao texto literal da lei) e os exemplos citados em aula, pois as hipóteses que caem nos exames são quase sempre as mesmas, como nesta questão. DIREITO CIVIL – Analista Judiciário do Superior Tribunal de Justiça PROFESSOR LAURO ESCOBAR Prof. Lauro Escobar www.pontodosconcursos.com.br 1144 07) (Procurador da CONAB – Companhia Nacional de Abastecimento – 2006) São características dos bens públicos: a) a inalienabilidade (dos bens de uso comum do povo e dos bens de uso especial, enquanto afetados a fins públicos), a impenhorabilidade, a imprescritibilidade e a impossibilidade de oneração. b) a alienabilidade (dos bens de uso comum do povo e dos bens de uso especial, quando desafetados de fins públicos) a imprescritibilidade, a penhorabilidade e a impossibilidade de oneração. c) a inalienabilidade (sem exceções), a impenhorabilidade, a imprescritibilidade e a possibilidade de oneração. d) a alienabilidade (dos bens de uso comum do povo e dos bens de uso especial, enquanto afetados a fins públicos), a prescritibilidade, a impenhorabilidade e possibilidade de oneração. e) a inalienabilidade (dos bens de uso comum do povo e dos bens de uso especial, enquanto afetados a fins públicos), a impenhorabilidade, a prescritibilidade e a impossibilidade de oneração. COMENTÁRIOS. Alternativa correta: letra “a”. Trata-se de uma boa questão, pois ela é completa, fornecendo as características essenciais dos Bens Públicos. Eles são inalienáveis, pois não podem ser vendidos, doados ou trocados, desde que destinados ao uso comum do povo e ao uso especial, ou seja, enquanto tiverem afetação pública (art. 100, CC). Já os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas as exigências legais (art. 101, CC). Eles são também impenhoráveis, pois não podem passar do devedor (o poder público) a um credor qualquer, por força de execução judicial (arrematação). Eles são imprescritíveis, ou seja, não pode recair sobre eles a usucapião (arts. 183, §3° e 191, parágrafo único, da Constituição Federal e 102, CC). Finalmente, eles também não podem sofrer oneração, ou seja, não podem ser hipotecados (pois a hipoteca, na verdade, é um ônus que recai sobre o bem). 08) (Procurador do Banco Central – 2005) O Bem de Família previsto no Código Civil pode consistir: a) somente de prédio urbano, destinado à residência da família. b) de prédio residencial urbano ou rural, com suas pertenças e acessórios, destinando-se em ambos os casos a domicílio familiar, e poderá abranger valores mobiliários, cuja renda será aplicada na conservação do imóvel e no sustento da família. c) somente de prédio urbano destinado à residência da família ou de pequena propriedade rural explorada pela família. d) de aplicações financeiras destinadas ao sustento da família, sem limitação de valores. e) apenas do imóvel de menor valor, quando o instituidor tiver mais de um, mesmo que a instituição se dê por escritura pública registrada no serviço de Registro de Imóveis. DIREITO CIVIL – Analista Judiciário do Superior Tribunal de Justiça PROFESSOR LAURO ESCOBAR Prof. Lauro Escobar www.pontodosconcursos.com.br 1155 COMENTÁRIOS. Alternativa correta: letra “b”. O Bem de Família é um instituto do direito civil pelo qual se vincula o destino de um prédio para ser domicílio ou residência de sua família. É mais uma forma de se proteger a família, reforçando o art. 6o, CF/88 (“São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição”). Instituído como bem de família, o prédio se torna inalienável e impenhorável, ficando isento de execuções por dívidas posteriores à instituição, salvo as que provierem de tributos relativos ao prédio (ex: IPTU), ou despesas de condomínio. Prevê o art. 1.711, CC que “podem os cônjuges, ou a entidadefamiliar, mediante escritura pública ou testamento, destinar parte de seu patrimônio para instituir um de família, desde que não ultrapasse um terço do patrimônio líquido existente ao tempo da instituição, mantidas as regras sobre a impenhorabilidade do imóvel residencial estabelecida em lei especial” (que é a Lei n° 8.009/90). Já o art. 1.712, CC determina que o bem de família constituirá em prédio residencial, urbano ou rural, com suas pertenças e acessórios, destinando-se em ambos os casos a domicílio familiar, e poderá abranger valores mobiliários, cuja renda será aplicada na conservação do imóvel e no sustento da família. 09) O Bem de Família regulado pelo Código Civil de 2002: a) não revogou o bem de família criado pela Lei n° 8.009/90, regulando o bem de família voluntário imóvel. b) revogou o bem de família criado pela Lei n° 8.009/90 (residencial). c) não revogou o bem de família criado pela Lei n° 8.009/90, regulando o bem de família independentemente da vontade (involuntário). d) não revogou o bem de família criado pela Lei n° 8.009/90, regulando o bem de família voluntário móvel. e) não está em vigor face às disposições da Lei n° 8.009/90 que são especiais em relação ao Código Civil. COMENTÁRIOS. Alternativa correta: letra “a”. Conforme vimos, existem duas espécies de Bem de Família: a do Código Civil, que deve ser registrado pelo interessado (por isso é chamado de voluntário – pois a pessoa faz se quiser) e o da Lei n° 8.009/90, que é automático, independentemente da vontade (por isso é também chamado de legal ou involuntário). As duas espécies continuam em vigor. Uma completa a outra. Por isso, as alternativas “b” e “e” estão erradas, pois não houve revogação. A letra “c” está errada, pois afirma que a espécie do CC é involuntária; na realidade a espécie prevista pelo CC é voluntária, pois depende da vontade da pessoa em registrar o bem como sendo bem de família. Por fim a letra “d” também está errada, pois afirma que a espécie do CC regulou o bem família voluntário móvel, quando na verdade o art. 1.712, CC prevê que o bem de família consiste em prédio (qualquer construção imóvel) residencial urbano ou rural, com suas pertenças e acessórios, destinando-se a domicílio familiar, podendo abranger valores mobiliários. Portanto a regra é de que o bem deve ser imóvel, mas admite exceção de bens móveis, quando abrangidos pelo imóvel. DIREITO CIVIL – Analista Judiciário do Superior Tribunal de Justiça PROFESSOR LAURO ESCOBAR Prof. Lauro Escobar www.pontodosconcursos.com.br 1166 10) (Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro – Admissão ao Estágio Forense) O manuscrito de uma rara obra literária, exposto à venda em livraria é classificado como bem: a) móvel, fungível e consumível materialmente. b) imóvel, fungível e inconsumível. c) móvel, fungível e inconsumível materialmente. d) móvel, infungível e juridicamente consumível. e) imóvel, infungível e inconsumível materialmente. COMENTÁRIOS. Alternativa correta: letra “d”. O manuscrito, como pode ser removido de um local para o outro sem alteração de sua substância (art. 82, CC), é considerado bem móvel. Como ele é “rara obra literária”, não podendo ser substituído por outro igual (art. 85, CC) é considerado como infungível. Pode-se dizer que o manuscrito é um bem materialmente inconsumível, pois pode ser usado (no caso lido) continuamente. No entanto, sendo destinado à alienação (venda) torna-se juridicamente consumível. 11) (AOCP – Advogado da Caixa Estadual – RS/2010) Assinale a alternativa CORRETA. a) são considerados bens imóveis por força de lei: o direito à sucessão aberta, o direito à herança e as energias que tenham valor econômico. b) segundo o princípio da gravitação jurídica, uma obrigação de entregar um bem determinado (coisa certa) não pode ser cumprida de forma diversa da avençada. c) uma obra de arte é considerada bem indivisível por determinação legal, uma vez que não pode ser fracionada sem que se diminua seu valor ou se perca a sua substância. d) bens de uso comum do povo são aqueles usados livre e gratuitamente pela população, embora o domínio pertença à administração pública; por terem como condição a gratuidade, a eventual instituição de cobrança de taxa, para o uso desses bens, lhes retira a característica de bens de uso comum do povo. e) bens de uso especial são aqueles utilizados pela própria administração pública na busca de seus fins. Sendo afetados, não podem ser alienados enquanto conservarem tal característica. COMENTÁRIOS. Alternativa correta: letra “e”, nos termos do art. 100, CC. A letra “a” está errada, pois as energias que tenham valor econômico são bens móveis (art. 83, I, CC). A letra “b” está errada, pois o princípio da gravitação jurídica é aquele que estabelece que o acessório segue o principal. A letra “c” está errada, pois embora uma obra de arte seja considerada como bem indivisível, não o é por determinação legal, mas sim por sua própria natureza. A letra “d” também está errada, pois os bens públicos de uso comum do povo podem ser gratuitos ou onerosos; se o uso for oneroso, esta onerosidade não lhe retira a característica de uso comum do povo, nos termos do art. 103, CC. DIREITO CIVIL – Analista Judiciário do Superior Tribunal de Justiça PROFESSOR LAURO ESCOBAR Prof. Lauro Escobar www.pontodosconcursos.com.br 1177 LISTA DE EXERCÍCIOS SEM COMENTÁRIOS CESPE/UnB – Certo ou Errado QUESTÃO 01 (CESPE/UnB – Ministério Público/AM - 2005) A respeito das pessoas e dos bens, julgue os itens seguintes. a) O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece residência definitiva, mesmo que dele se ausente. Esse domicílio é único, pois determina o local onde a pessoa deve cumprir suas obrigações e onde é aberta a sucessão hereditária. b) No negócio jurídico de alienação de um bem imóvel, incluem-se os bens acessórios, ainda que não constem expressamente do contrato, pois, em regra, a coisa acessória segue a principal e pertence ao titular da principal. c) As pertenças não seguem necessariamente a lei geral de gravitação jurídica, por meio da qual o acessório sempre seguirá a sorte do principal. Por isso, se uma propriedade rural for vendida, desde que não haja cláusula que aponte em sentido contrário, o vendedor não estará obrigado a entregar máquinas, tratores e equipamentos agrícolas nela utilizados. QUESTÃO 02 (CESPE/UnB – Juiz de Direito – Sergipe/2007) Considerando o direito civil dos bens, julgue os itens a seguir. a) Os armários embutidos instalados em um imóvel residencial são considerados bens imóveis por acessão. b) A cota de capital e as ações que o indivíduo possua em uma sociedade empresária constituem exemplos de bens imóveis por determinação legal. c) Não perdem o caráter de imóvel os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se reempregarem. d) Os materiais de construção, enquanto não forem empregados para tal finalidade continuam sendo bem móveis. QUESTÃO 03 (UnB/CESPE – Juiz de Direito Substituto/SE – 2007) Quanto ao bem de família, julgue os itens subsequentes. a) O bem de família, quer seja voluntário ou legal, institui-se com o registro da escritura pública no registro imobiliário competente. Esse bem permanece vinculado enquanto viver um dos cônjuges ou enquanto existirem filhos menores ou incapazes. b) O imóvel, urbano ou rural, destinado à moradia da família é impenhorável (Lei n° 8.009/90). Por essa característica, não responde por dívida civil ou bancária, mesmo quando se tratar de obrigação decorrente de fiança concedida em contrato de locação. QUESTÃO 04 (CESPE/UnB – Procurador Federal – 2007) No Código Civil de 2002, no capítulo da parte geral dedicado aos bens reciprocamente considerados, introduziu-se a figura das pertenças, verdadeiranovidade DIREITO CIVIL – Analista Judiciário do Superior Tribunal de Justiça PROFESSOR LAURO ESCOBAR Prof. Lauro Escobar www.pontodosconcursos.com.br 1188 legislativa no âmbito do direito privado brasileiro. A respeito dos bens reciprocamente considerados, julgue os itens a seguir. a) Principal é o bem que existe sobre si, abstrata ou concretamente. b) De acordo com o direito das obrigações, em regra, a obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios dessa coisa, ainda que não mencionados. c) São pertenças os bens que, constituindo partes integrantes, destinam-se, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro. d) As pertenças são bens acessórios. e) Em regra, os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal não abrangem as pertenças. f) Frutos e produtos, por serem bens acessórios, não podem ser objeto de contrato, enquanto não forem separados do bem principal. QUESTÃO 05 (CESPE/UnB – Defensor Público/AM – 2004) À luz do Código Civil, julgue os itens a seguir, com relação ao bem de família. a) Sendo o patrimônio do casal constituído tão-somente por um imóvel residencial, os cônjuges poderão instituí-lo por escritura pública como bem de família, sem quaisquer outros requisitos a não ser a concordância de ambos. b) Com a nova regulamentação no Código Civil a respeito do bem de família, revogou-se a Lei nº 8.009/1990, que instituiu esse tipo de bem. QUESTÃO 06 (CESP/UnB – Advocacia Geral da União) Julgue os itens que se seguem, acerca da classificação de bens públicos. a) Um prédio adquirido pela União para que nele funcione repartição da Secretaria de Receita Federal, em um estado da Federação, pode ser classificado como bem público federal dominial. b) A Praça dos Três Poderes, situada no Distrito Federal, é classificada como bem público distrital de uso comum. c) A natureza jurídica do rio Tietê, cujo percurso, desde sua nascente, limita-se ao estado de São Paulo, é de bem público de uso comum federal. d) Prédio em que funciona repartição da Advocacia-Geral da União pode ser vendido sem nenhuma operação preliminar à venda. e) O uso comum dos bens públicos só pode ser gratuito, pois são destinados à utilização pela sociedade que já paga os impostos, sendo vedado o uso oneroso dessa classe de bens. QUESTÃO 07 (CESPE/UnB – TCE/RN – Assessor Jurídico - 2009) Julgue o item subsequente, relativos ao direito civil brasileiro. a) Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determina; os bens públicos dominicais podem ser alienados, se forem observadas as exigências da lei. DIREITO CIVIL – Analista Judiciário do Superior Tribunal de Justiça PROFESSOR LAURO ESCOBAR Prof. Lauro Escobar www.pontodosconcursos.com.br 1199 QUESTÃO 08 (CESPE/UnB – TRE/BA - Analista Judiciário - 2010) Tendo em vista a classificação dos bens prevista no Código Civil, julgue os itens que se seguem. a) O uso comum dos bens públicos deve ser gratuito ou retribuído, conforme for estabelecido legalmente pela entidade a cuja administração pertencerem. b) Ao contrário dos bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial, os bens públicos dominicais podem ser alienados, desde que observadas as exigências legais. c) Os bens públicos dominicais estão sujeitos à prescrição aquisitiva. QUESTÃO 09 (CESP/UnB – Defensoria Pública/AL - 2006) Em relação ao Direito Civil, julgue o item a seguir. a) Define-se o patrimônio como o complexo de relações jurídicas, apreciáveis economicamente de uma pessoa, nele incluindo-se os créditos e excluindo-se os débitos, que forma o seu passivo. LISTA DE EXERCÍCIOS SEM COMENTÁRIOS OUTRAS BANCAS EXAMINADORAS 01) (Elaborado pelo professor) Dadas as seguintes afirmações: I – Podemos classificar os bens em: considerados em si mesmos, reciprocamente considerados, considerados em relação ao titular do domínio e coisas fora do comércio. II – Os bens considerados em si mesmos possuem uma vasta subdivisão, sendo que uma delas é: infungíveis ou fungíveis. III – Os bens reciprocamente considerados podem ser divididos em principais e acessórios. IV – O direito à autoria de um livro é uma coisa fora do comércio. Somente estão CORRETAS: a) I e III. b) II e IV. c) I e II e III. d) I, III e IV. e) todas estão corretas. 02) (T.R.F. – 1a Região – Analista – Técnico Administrativo – 2006) Mário possui direito real sobre imóvel; João direito à sucessão aberta e Maria direito pessoal de caráter patrimonial. Neste caso, de acordo com o Código Civil brasileiro, os direitos de Mário, João e Maria são considerados, para os efeitos legais, respectivamente, bem a) imóvel, imóvel e móvel. DIREITO CIVIL – Analista Judiciário do Superior Tribunal de Justiça PROFESSOR LAURO ESCOBAR Prof. Lauro Escobar www.pontodosconcursos.com.br 2200 b) móvel, imóvel e imóvel. c) imóvel, móvel e imóvel. d) imóvel, móvel e móvel. e) móvel, móvel e imóvel. 03) Sobre as pertenças, tendo em vista o Código Civil de 2002, é CORRETO afirmar que: a) são bens acessórios e por isso sempre seguem a sorte do principal. b) constituem parte integrante do bem principal e se destinam ao seu aformoseamento. c) são consideradas benfeitorias úteis, pois ampliam o uso da coisa. d) apesar de serem consideradas como bens acessórios, nem sempre seguem a sorte do principal. e) são bens acessórios e equiparados aos frutos e aos produtos. 04) (CESPE - OAB/SP – 2008) Os bens jurídicos que, não constituindo partes integrantes, se destinam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro são classificados como: a) pertenças. b) imóveis por acessão física. c) imóveis por acessão industrial. d) acessórios. 05) (FCC - Tribunal Regional Federal – 4a Região RS/SC/PR – Analista Judiciário – 2007) Analise: I – O subsolo correspondente em profundidade útil ao seu exercício. II – As jazidas, minas e demais recursos minerais. III – Os potenciais de energia hidráulica. IV – O espaço aéreo correspondente em altura útil ao seu exercício. De acordo com o Código Civil brasileiro, a propriedade do solo abrange os itens indicados APENAS em: a) I, II e IV. b) I e III. c) I, III e IV. d) I e IV. e) III e IV. 06) Os bens reciprocamente considerados se classificam em Principais ou Acessórios. As benfeitorias, que são bens acessórios, são obras ou despesas que se fazem em um bem móvel ou imóvel para conservá-lo, melhorá-lo e embelezá-lo. Cite, respectivamente, a benfeitoria voluptuária, a necessária e a útil, na ordem: DIREITO CIVIL – Analista Judiciário do Superior Tribunal de Justiça PROFESSOR LAURO ESCOBAR Prof. Lauro Escobar www.pontodosconcursos.com.br 2211 a) a construção de uma edícula nos fundos da casa, a instalação de uma piscina na casa e uma pintura artística. b) a pintura do imóvel para sua impermeabilização, o conserto de um encanamento rompido e a instalação de uma antena parabólica. c) o ajardinamento de uma residência, o conserto do telhado da casa e a construção de uma garagem. d) a colocação de piso de mármore na casa, a pintura interna do apartamento e a instalação de uma sauna nos fundos da casa. e) a construção de uma piscina, o conserto do piso da casa que ameaça ceder e uma pintura de um mural na casa, com finalidade artística. 07) (Procurador da CONAB – Companhia Nacional de Abastecimento – 2006) São características dos bens públicos: a) a inalienabilidade (dos bens de uso comum do povo e dos bens de uso especial, enquanto afetados a fins públicos), a impenhorabilidade, a imprescritibilidade e a impossibilidade de oneração. b) a alienabilidade (dos bens de uso comum do povo e dos bensde uso especial, quando desafetados de fins públicos) a imprescritibilidade, a penhorabilidade e a impossibilidade de oneração. c) a inalienabilidade (sem exceções), a impenhorabilidade, a imprescritibilidade e a possibilidade de oneração. d) a alienabilidade (dos bens de uso comum do povo e dos bens de uso especial, enquanto afetados a fins públicos), a prescritibilidade, a impenhorabilidade e possibilidade de oneração. e) a inalienabilidade (dos bens de uso comum do povo e dos bens de uso especial, enquanto afetados a fins públicos), a impenhorabilidade, a prescritibilidade e a impossibilidade de oneração. 08) (Procurador do Banco Central – 2005) O Bem de Família previsto no Código Civil pode consistir: a) somente de prédio urbano, destinado à residência da família. b) de prédio residencial urbano ou rural, com suas pertenças e acessórios, destinando-se em ambos os casos a domicílio familiar, e poderá abranger valores mobiliários, cuja renda será aplicada na conservação do imóvel e no sustento da família. c) somente de prédio urbano destinado à residência da família ou de pequena propriedade rural explorada pela família. d) de aplicações financeiras destinadas ao sustento da família, sem limitação de valores. e) apenas do imóvel de menor valor, quando o instituidor tiver mais de um, mesmo que a instituição se dê por escritura pública registrada no serviço de Registro de Imóveis. DIREITO CIVIL – Analista Judiciário do Superior Tribunal de Justiça PROFESSOR LAURO ESCOBAR Prof. Lauro Escobar www.pontodosconcursos.com.br 2222 09) O Bem de Família regulado pelo Código Civil de 2002: a) não revogou o bem de família criado pela Lei n° 8.009/90, regulando o bem de família voluntário imóvel. b) revogou o bem de família criado pela Lei n° 8.009/90 (residencial). c) não revogou o bem de família criado pela Lei n° 8.009/90, regulando o bem de família independentemente da vontade (involuntário). d) não revogou o bem de família criado pela Lei n° 8.009/90, regulando o bem de família voluntário móvel. e) não está em vigor face às disposições da Lei n° 8.009/90 que são especiais em relação ao Código Civil. 10) (Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro – Admissão ao Estágio Forense) O manuscrito de uma rara obra literária, exposto à venda em livraria é classificado como bem: a) móvel, fungível e consumível materialmente. b) imóvel, fungível e inconsumível. c) móvel, fungível e inconsumível materialmente. d) móvel, infungível e juridicamente consumível. e) imóvel, infungível e inconsumível materialmente. 11) (AOCP – Advogado da Caixa Estadual – RS/2010) Assinale a alternativa CORRETA. a) são considerados bens imóveis por força de lei: o direito à sucessão aberta, o direito à herança e as energias que tenham valor econômico. b) segundo o princípio da gravitação jurídica, uma obrigação de entregar um bem determinado (coisa certa) não pode ser cumprida de forma diversa da avençada. c) uma obra de arte é considerada bem indivisível por determinação legal, uma vez que não pode ser fracionada sem que se diminua seu valor ou se perca a sua substância. d) bens de uso comum do povo são aqueles usados livre e gratuitamente pela população, embora o domínio pertença à administração pública; por terem como condição a gratuidade, a eventual instituição de cobrança de taxa, para o uso desses bens, lhes retira a característica de bens de uso comum do povo. e) bens de uso especial são aqueles utilizados pela própria administração pública na busca de seus fins. Sendo afetados, não podem ser alienados enquanto conservarem tal característica. DIREITO CIVIL – Analista Judiciário do Superior Tribunal de Justiça PROFESSOR LAURO ESCOBAR Prof. Lauro Escobar www.pontodosconcursos.com.br 2233 GABARITO “SECO” TESTES CESPE/UnB Questão 01 a) Errado b) Certo c) Certo Questão 02 a) Certo b) Errado c) Certo d) Certo Questão 03 a) Errado b) Errado Questão 04 a) Certo b) Certo c) Errado d) Certo e) Certo f) Errado Questão 05 a) Errado b) Errado Questão 06 a) Errado b) Certo c) Errado d) Errado e) Errado Questão 07 a) Certo Questão 08 a) Certo b) Certo c) Errado Questão 09 a) Errado GABARITO “SECO” DOS TESTES DE OUTRAS BANCAS 01) E 02) A 03) D 04) A 05) D 06) C 07) A 08) B 09) A 10) D 11) E
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