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Trabalho Fundações Diretas e Indiretas

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ESCOLA TÉCNICA SANDRA SILVA 
CURSO TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES 
 (Modalidade à distância) 
Trabalho da AV1 
 
 
 
TÍTULO: FUNDAÇÕES DIRETAS E INDIRETAS 
TUTOR: WALQUIRIA PEREIRA DE LIMA PASSOS 
 
 
 
 
NOME: JOSUÉ AVELINO DA SILVA 
EMAIL: josuehlx@gmail.com 
2 
 
Sumário 
Introdução – Fundações .................................................................................. 4 
Tipos De Fundações ....................................................................................... 9 
Fundações Diretas ......................................................................................... 11 
Bloco ............................................................................................................. 11 
Sapatas ......................................................................................................... 12 
Sapata Corrida ........................................................................................... 13 
Sapata Isolada ........................................................................................... 14 
Sapatas Associadas .................................................................................. 14 
Sapatas Alavancadas ................................................................................ 15 
Radier ........................................................................................................... 16 
Fundações Indiretas ...................................................................................... 18 
Estacas ......................................................................................................... 18 
Estacas de Deslocamento ......................................................................... 19 
Estacas Escavadas ................................................................................... 19 
Estacas Pré-Moldadas De Concreto ............................................................. 20 
Estaca Vibrada .......................................................................................... 21 
Estaca Centrifugada .................................................................................. 21 
Estaca Protendida ..................................................................................... 22 
Estaca Mega ou de Reação ....................................................................... 22 
Estacas Metálicas ......................................................................................... 24 
Estacas de Madeira ...................................................................................... 26 
Estaca Moldada "In Loco" ............................................................................. 27 
Estaca Broca ................................................................................................. 29 
Estaca Strauss .............................................................................................. 30 
Estacas Simplex............................................................................................ 31 
Estacas Duplex ............................................................................................. 32 
Estacas Vibrex .............................................................................................. 33 
Estacas Ômega............................................................................................. 34 
Estacas Franki .............................................................................................. 35 
Estaca Escavada e Estaca Barrete ............................................................... 37 
Estacas Injetadas .......................................................................................... 42 
Estacas Escavadas Com Trado Mecanizado - Trado Helicoidal ................... 43 
Estacas de Hélice Contínua .......................................................................... 44 
3 
 
Estaca Raiz ................................................................................................... 45 
Tubulões ....................................................................................................... 49 
Tubulões a Céu Aberto .............................................................................. 49 
Tubulão Tipo Chicago ................................................................................ 50 
Tubulão Tipo Gow ..................................................................................... 50 
Tubulão Pneumático .................................................................................. 51 
Caixão ........................................................................................................... 53 
Referências ................................................................................................... 54 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
Introdução – Fundações 
Fundação é o componente estrutural condicionado para receber, 
suportar e transmitir as cargas da construção ao solo, garantindo as condições 
de segurança. 
A importância da escolha do tipo de fundação depende de certos fatores 
que devem ser cuidadosamente avaliados como: 
 A carga da edificação - a fundação deve apresentar segurança à 
ruptura suficiente, seja do terreno sobre o qual se apoia a 
superestrutura, como também do material que constitui o 
elemento de fundação. 
 Capacidade para conduzir a valores de deformações, recalques 
ou mesmo deslocamentos horizontais, compatíveis com 
superestrutura projetada. 
 Não oferecer riscos de segurança às fundações de estruturas 
vizinhas. 
 Atender aos aspectos econômicos e prazos de execução. 
 A segurança à ruptura do elemento de fundação como peça estrutural é 
perfeitamente compreensível, devendo suportar ainda os eventuais esforços 
executivos, como também a possível agressividade do meio em que se 
encontra. 
No que se refere ao terreno de fundação, o segundo requisito de 
limitação das deformações, tem influência preponderante. Como todos os 
materiais se deformam sob ação de cargas quaisquer, todas as fundações 
também apresentarão deformações, cujos valores dependerão da grandeza e 
forma de aplicação dos esforços, como da constituição e características dos 
terrenos localizados abaixo da cota de fundação. 
Envolvendo a execução de uma fundação a realização de trabalhos e/ou 
operações especiais, tais como: escavações, esgotamento e rebaixamento de 
lençol d'água, além de cravação de estacas, injeções de produtos químicos, 
etc., perturbações sensíveis poderão ser transmitidas ao terreno vizinho, 
modificando suas características iniciais de suporte das cargas das estruturas 
sobre ele assentes, que poderiam assim ter suas condições de fundações 
5 
 
alteradas, chegando mesmo a prejudicar sua segurança, em casos extremos. 
Deverá ser verificada ainda a influência da nova construção sobre as 
adjacentes mais antigas, de forma a evitar que o campo de distribuição das 
pressões da fundação a construir venha a se somar ao da existente, 
conduzindo forçosamente a maiores deformações do terreno de suporte de tais 
estruturas. 
Na Tabela 1 vemos um resumo básico dos tipos de fundações, sistemas 
e formas de execução. 
 
 
 
 
Tabela 1 - Quadro demonstrativo dos tipos de sistemas de infraestrutura de edificações e obras de engenharia
 
 
A escolha, detalhamento e execução de uma fundação exigirá o 
conhecimento, em cada caso, de um certo número de informações como as a 
seguir relacionadas: 
a) Características gerais da construção a executar, envolvendo não 
somente os valores e forma de atuação das cargas, como ainda sua finalidade 
e limites máximos das deformações compatíveisem cada caso. 
b) Características gerais do terreno local, cuja constituição básica e 
condições de limites de resistência, deformabilidade, permeabilidade e 
trabalhabilidade, serão obtidas através de estudos geológicos e geomecânicos. 
c) Levantamento topográfico, plani-altimétrico e cadastral. 
d) Estudos hidrológicos, em particular se tratando de fundações de 
pontes, barragens e obras hidráulicas em geral. 
e) Características gerais das construções vizinhas, compreendendo 
estado de conservação, estimativa das cargas aplicadas e solução da fundação 
empregada. 
f) Disponibilidade de mão de obra, materiais e equipamentos, inclusive 
suas condições de acesso ao local da obra. 
De posse de tais elementos será possível definir, de forma então a 
atender aos requisitos relacionados, o tipo, cota de assentamento e processo 
executivo da fundação a adotar. 
Os problemas que governam o estudo de uma fundação podem ser 
classificados em dois grupos distintos, que inclusive definem as diferentes 
situações críticas inerentes ao comportamento da mesma: 
a) problemas de deformações em geral. 
b) problemas de ruptura ou de estabilidade. 
Limitando as considerações a seguir ao campo da Geomecânica, ao 
primeiro grupo pertenceriam os problemas dos recalques, enquanto no 
segundo estariam incluídos aqueles referentes à capacidade dos terrenos, isto 
é, a carga limite capaz de ser suportada pelo terreno, sem ruptura. 
As teorias e métodos disponíveis para o estudo de tais problemas 
baseiam-se fundamentalmente, em critérios básicos pertencentes aos campos 
da matemática aplicada e da mecânica dos meios contínuos, devidamente 
simplificados e adaptados de forma a permitir sua extensão ao estudo do 
8 
 
comportamento do terreno, em particular do solo de fundação, que se 
caracteriza como um sistema de partículas, por excelência. 
No estudo das fundações, as deformações verticais (recalques) têm 
especial importância, principalmente se for considerado o fato de que são 
poucos os acidentes de obras envolvendo a ruptura do terreno de suporte. O 
quê não ocorre em se tratando de recalques, causadores de inúmeros 
acidentes em construções. Por sua influência sobre as condições de 
estabilidade estrutural das construções, são os recalques diferenciais, 
considerados como os mais críticos na maioria dos casos, ao contrário dos 
absolutos, causadores de problemas de ordem estética e funcional, mas sem 
atentar contra a estabilidade da construção. Por tais razões é que se costuma 
afirmar ser o dimensionamento da fundação de qualquer estrutura, governado 
por critérios de recalques (deformações) admissíveis, a serem fixados em cada 
caso em estudo. 
Na tabela 2 a seguir fornece uma idéia geral a respeito de limites de 
recalques totais e diferenciais para os casos específicos: 
 
Tabela 2 – limites de recalques totais e diferenciais 
Na Tabela 3 abaixo vemos alguns tipos de fundações aplicados em 
condições específicas. 
9 
 
 
Tabela 3 – Aplicações específicas de fundações 
Tipos De Fundações 
As fundações se classificam em diretas e indiretas, de acordo com a 
forma de transferência de cargas da estrutura para o solo onde ela se apóia. 
Fundações diretas são aquelas que transferem as cargas para camadas 
de solo capazes de suportá-las, sem deformar-se exageradamente. Esta 
transmissão é feita através da base do elemento estrutural da fundação, 
considerando apenas o apoio da peça sobre a camada do solo, sendo 
desprezada qualquer outra forma de transferência das cargas. As fundações 
diretas podem ser subdivididas em rasas e profundas. 
A fundação rasa se caracteriza quando a camada de suporte está 
próxima à superfície do solo (profundidade até 2,5 m), ou quando a cota de 
apoio é inferior à largura do elemento da fundação. Por outro lado, a fundação 
é considerada profunda se suas dimensões ultrapassam todos os limites acima 
mencionados. 
Fundações indiretas são aquelas que transferem as cargas por efeito de 
atrito lateral do elemento com o solo e por efeito de ponta. As fundações 
indiretas são todas profundas, devido às dimensões das peças estruturais. 
A Tabela 4 apresenta uma classificação com os vários tipos de 
fundações. 
 
 
 
 
 
 
Tabela 4 – Classificação das fundações
 
 
Fundações Diretas 
O principal fator a ser considerado no projeto de fundações é a Tensão 
Admissível, também conhecida como resistência ou capacidade de carga do 
solo. 
A Tensão Admissível consiste no limite de carga que o solo pode 
suportar sem se romper ou sofrer deformação exagerada (tabela 5). 
 
Tabela 5 – tensão admissíveis sobre o solo 
Bloco 
 O bloco é um elemento de fundação superficial de concreto 
ciclópico. Podendo ter faces verticais inclinadas ou em degraus e formas 
quadradas ou retangulares (Fig. 2). 
 O bloco se difere da sapata quanto à forma de resistir às cargas. 
São dimensionados para resistir cargas à compressão. Não são empregadas 
armaduras, apenas concreto na sua composição. Quanto às sapatas, são 
dimensionadas para resistir à flexão. 
12 
 
 
Figura 1 - Blocos 
Vantagens dos blocos 
 Rapidez na sua execução; 
 Baixo custo; 
 Boa capacidade de suporte para obras de pequeno porte. 
Sapatas 
As sapatas são elementos de apoio de concreto, de menor altura que os 
blocos, que resistem principalmente por flexão (Fig.3). 
As sapatas podem ser circulares, quadradas, retangulares ou corridas. 
13 
 
 
Figura 2 - Sapata 
Vantagens das sapatas 
 Baixo custo; 
 Capacidade de construção sem equipamentos e ferramentas 
especiais; 
 Rapidez de execução; 
 Pouca escavação; 
 Baixo consumo de concreto. 
Sapata Corrida 
É o tipo de fundação que distribui as cargas do edifício para o solo de 
modo linear. Também é chamada de Viga de Fundação ou Baldrame. É uma 
fundação rasa e econômica usada em solos firmes para cargas pequenas. 
Podendo ser usado na execução pedras de mão, ou tijolo maciço, ou concreto 
ciclópico (Fig.1). 
 
Figura 3 – Sapata corrida 
14 
 
 
Vantagens das sapatas corridas 
 Baixo custo 
 Versatilidade 
 Rapidez de execução 
 Capacidade de construção sem peças e ferramentas especiais no 
canteiro. 
 Pode ser executada com pouca escavação e baixo consumo de 
concreto. 
Sapata Isolada 
São aquelas que transmitem para o solo, através de sua base, a carga 
de uma coluna (pilar) ou um conjunto de colunas (Fig. 4). 
 
 
Figura 4 – Sapata isolada 
Sapatas Associadas 
Sapatas associadas ou combinadas são utilizadas quando não é 
possível a utilização de sapatas isoladas para cada pilar, por estarem muito 
próximas entre si, o que provocaria a superposição de suas bases. Neste caso, 
convém empregar uma única sapata para receber as cargas de dois ou mais 
pilares (Fig. 5). 
15 
 
 
Figura 5 – Sapatas associadas 
Sapatas Alavancadas 
No caso de sapatas de pilares de divisa ou próximos a obstáculos onde 
não seja possível fazer com que o centro de gravidade da sapata coincida com 
o centro de carga do pilar, cria-se uma viga alavanca ligada entre duas sapatas 
(Fig. 6), de modo que um pilar absorva o momento resultante da excentricidade 
da posição do outro pilar. 
16 
 
 
Figura 6 – Sapatas alavancadas 
Radier 
É o tipo de fundação superficial que distribui toda a carga da edificação 
em um único elemento estrutural, ou seja, quando todas as paredes ou todos 
os pilares de uma edificação transmitem as cargas ao solo através de uma 
única sapata, tem-se o que se denomina uma fundação em radier (Fig. 7). Os 
radiers são elementos contínuos que podem ser executados em concreto 
armado,protendido ou em concreto reforçado com fibras de aço. 
17 
 
 
Figura 7 - Radier 
Vantagens da fundação em Radier 
 Baixo custo em relação a sapatas corridas; 
 Tempo de execução reduzido; 
 Redução na mão de obra; 
 Indicado para terrenos argilosos. 
Desvantagens da fundação em Radier: 
Se for necessário aumentar a resistência do radier devido às cargas 
atuantes na laje, é preciso aumentar o volume de concreto, o que acaba 
tornando esse tipo de fundação mais cara, ocasionando maior dificuldade na 
execução. Ainda podem ocorrer várias fissuras já que se trata de uma estrutura 
de concreto armado. 
 
 
 
 
 
 
18 
 
Fundações Indiretas 
Estacas 
São peças alongadas cravadas ou confeccionadas no solo para 
transmissão de carga às camadas profundas, contenção de empuxos laterais e 
compactação de terrenos (Fig. 8). As estacas podem ser de madeira, aço, 
concreto pré-moldado ou moldado no local. Na Tabela 6 vemos a capacidade 
de carga das estacas mais comuns. 
 
Figura 8 - Estacas 
 
 
Tabela 6 – Capacidade de carga das estacas mais comuns 
19 
 
Quanto à forma de execução, as estacas podem ser de deslocamento 
ou escavadas. 
Estacas de Deslocamento 
As estacas de deslocamento são aquelas introduzidas no terreno por 
meio de algum processo que não provoca a retirada de material. São do tipo 
moldada “in loco” e se caracteriza pelo deslocamento lateral do solo que é 
compactado na parede do furo até atingir a profundidade do projeto. Neste 
caso, a concretagem ocorre juntamente com a retirada do equipamento 
utilizado para o furo e a armadura pode ser inserida após o bombeamento do 
concreto. Podem ser estacas pré-moldadas de concreto, metálicas, de madeira 
ou do tipo Franki. 
As vantagens das estacas de deslocamento são: 
 Alta produtividade. 
 Monitoração das estacas. 
 Baixíssima remoção de solo. 
 Dispensa a necessidade de máquinas auxiliares. 
 Aumento das tensões laterais, melhorando as condições de atrito. 
 Redução do volume concreto das estacas. 
Estacas Escavadas 
As estacas escavadas são aquelas em que ocorre a retirada de material 
em sua perfuração no solo. São do tipo moldada “in loco” e podem ser 
realizadas com ou sem revestimento, com ou sem a utilização de fluido 
estabilizante. Podem ser estacas do tipo Strauss, trado rotativo, hélice contínua 
e estacas raiz. 
As vantagens das estacas escavadas são: 
 Ausência de vibração no terreno, pois a escavação se faz por 
rotação, podendo ser executadas próximos a divisas sem causar 
problemas ao vizinho. 
 Conhecimento imediato e real de todas as camadas atravessadas 
de solo e possibilidade de uma segura avaliação de capacidade 
20 
 
de carga da estaca, mediante a coleta de amostra e seu eventual 
exame em laboratório. 
 Grande mobilidade, versatilidade e produtividade. 
 Atingem grandes profundidades e suportam grandes cargas. 
 Capazes de serem executadas mesmo em presença de água com 
o uso de revestimento ou camisa metálica. 
Estacas Pré-Moldadas De Concreto 
As estacas pré-moldadas de concreto podem ser de concreto armado ou 
concreto protendido e concretadas em formas horizontais ou verticais. São 
cravadas por percussão, prensagem ou vibração e a escolha de um destes 
tipos deve ser feita de acordo com a dimensão da estaca, características do 
solo e do projeto e condições da vizinhança. Na figura 9 vemos diversos 
formatos empregados nas estacas pré-moldadas. 
 
Figura 9 – Formatos das estacas pré-moldadas 
A sua grande vantagem em relação às estacas no solo reside na 
concretagem, que é suscetível de uma fácil fiscalização. Mais ainda, em 
terrenos extremamente pouco consistentes ou onde se deva atravessar uma 
corrente de água subterrânea, as estacas pré-moldadas levam vantagem sobre 
as estacas moldadas no solo, pois estas exigem precauções e cuidados 
especiais. 
Como desvantagens das estacas pré-moldadas, citam-se: necessidade 
de decorrer pelo menos três semanas da data de concretagem até a de 
cravação, consumo do tempo e de dinheiro em prolongar e encurtar estacas 
21 
 
em vista de variações locais do terreno, armazenamento e transporte dentro da 
obra (donde ocupação de área do canteiro e atrasos na marcha dos serviços), 
grande consumo de ferro, pois a estaca deverá ser armada para resistir 
também aos esforços devidos aos choques do pilão e às solicitações que ficam 
sujeitas durante o transporte, etc. De acordo com a fabricação, ferragem e 
forma, temos quatro tipos: vibrada, centrifugada, protendida e mega ou de 
reação. 
Estaca Vibrada - Quando sua seção é quadrada, de cantos 
chanfrados, vibrada em mesa vibratória ou com vibrador manual de imersão, 
armadura longitudinal de aço comum estribada normalmente, possuindo na 
ponta armadura reforçada, assim como na cabeça (Fig. 10). Essa estaca pode 
trabalhar à tração, assim como receber cargas com pequena excentricidade; 
suas dimensões e capacidade de carga são: 
- 20,0 X 20,0 cm, 4,00 a 10,00 m de comprimento, carga de 20 t; 
- 25,0 x 25,0 cm, 4,00 a 14,00 m de comprimento, carga de 30 a 35 t; 
- 30/0 x 30,0 cm, 4,00 a 10,00 m de comprimento, carga de 35 a 40 t. 
 
Figura 10 – Estaca pré-moldada tipo vibrada 
Estaca Centrifugada - Com seção circular, confeccionada pelo 
método de centrifugação à alta velocidade; a armadura longitudinal é de aço 
especial de alta resistência CA-50 e o cintamento é duplo. A estaca pode ser 
apresentada com núcleo vazado (Fig. 11). Apresenta-se no comércio com as 
seguintes características: 
- 25,0 cm de diâmetro, 4,00 a 14,00 m de comprimento, carga de 25 t; 
- 40,0 cm de diâmetro, 4,00 a 10,00 m de comprimento, carga de 60 t. 
 
Figura 11 - Estaca pré-moldada tipo centrifugada 
22 
 
Estaca Protendida - Com seção quadrada, comprimento variável, 
cantos vivos, onde se localizam os ferros longitudinais de protensão e cintada 
(Fig. 12). É empregado aço CA-150 que apresenta resistência três vezes maior 
que o aço CA-50. Esse tipo de estaca apresenta as seguintes características: 
- seção 15,0 x 15,0 em carga de 16 t; 
- seção 18,0 x 18,0 em carga de 20 t; 
- seção 23,0 x 23,0 em carga de 30 t. 
 
Figura 12 - Estaca pré-moldada tipo protendida 
Estaca Mega ou de Reação 
É constituída de elementos justapostos (de concreto armado, protendido 
ou de aço) ligados uns aos outros por emenda especial e cravados 
sucessivamente por meio de macacos hidráulicos. Estes buscarão reação ou 
sobre a estrutura existente ou na estrutura que esteja sendo construída ou em 
cargueiras especialmente construídas para tanto (cravação estática). A 
solidarização da estaca com a estrutura é feita sob tensão: executa-se um 
bloco sobre a extremidade da estaca; com o macaco hidráulico se comprime a 
estaca calçando a estaca sob a estrutura (Fig. 13); retira-se o macaco e 
concreta-se o conjunto. A solidarização é conseguida, após atingir a nega (por 
reação), colocando-se a armadura e concretando-se na parte oca da estaca, 
deixando esperas (Fig. 14). Por fim é conveniente executar um bloco de 
coroamento logo acima de um travesseiro, para solidarizar a estrutura a ser 
reforçada com a estaca prensada colocada. Costumam ser utilizadas para 
reforço de fundações, mas às vezes também são empregadas como solução 
direta, permitindo em alguns casos até a execução da estrutura antes da 
fundação. 
23 
 
 
Figura 13 – Estaca mega ou de reação 
 
Figura 14 – Estaca mega oca com processo de solidificação 
Vantagens 
 Possibilidade de substituição das fundações existentes 
simultâneas ao uso da edificação; 
 Acréscimo da capacidade de suporte das fundações existentes; Modificação parcial de fundações existentes em virtude de uma 
eventual deficiência localizada (recalques diferenciais); 
 Execução em locais pequenos e de difícil acesso a pessoas e 
equipamentos; 
24 
 
 Isenção de vibrações durante a cravação, reduzindo os riscos de 
uma eventual instabilidade que por ventura venha ocorrer, devido 
à precariedade de fundações existentes; 
 Aumento imediato da segurança da obra após a cravação 
sucessiva de cada estaca MEGA; 
 Limpeza da obra durante a execução, sem adição de água ou 
formação de lama. 
Desvantagens 
 Tem alto custo e longo tempo de cravação 
Estacas Metálicas 
São estacas “pré-fabricadas” pela indústria, em que se tem como 
material o aço. Apresentam assim elevada resistência à compressão, havendo 
uma variabilidade muito grande de seções (Fig. 15). 
Observa-se que são estacas de seções muito mais esbeltas que às de 
concreto armado, assim, consequentemente “deslocaram” um volume de solo 
muito menor no seu processo de penetração nos solos. 
 
Figura 15 – Perfis das estacas de metal 
 
 
Características 
25 
 
 As Estacas Metálicas são indicadas para solos residuais, onde a 
profundidade não é constante, o que na utilização de estacas pré-
moldadas, pode se gerar perdas por quebras de estacas, em 
solos que existe a necessidade de ultrapassar grandes camadas 
de argila ou pedregulho e em locais com camadas de solos 
moles, onde é possível a diminuição da seção da estaca. 
 As Estacas Metálicas podem ser cravadas por meio de 
prensagem, vibração ou percussão. O método de prensagem é 
utilizado em obras que é necessário evitar vibrações, o método de 
vibração é feito utilizando-se um martelo dotado de garra para a 
fixação da estaca e por fim o método de percussão que utilizam-
se pilões de queda livre, é instalado no topo da estaca peças de 
cepo e coxim nos bate estacas para amortizar os golpes e 
tensões. 
Vantagens 
 Processo de cravação é fácil e rápido e o transporte é favorável, 
pois as peças são leves e possuem comprimento padrão. 
 Alta eficiência de cravação em solos de difícil penetração. 
 Menor peso em relação a outros tipos de estacas. 
 Redução de perda, comparada à estaca pré-moldada de concreto 
que correm o risco de quebrar no momento da cravação. 
 Podem ser cravadas sem riscos de perda em solos de 
profundidade inconstantes. 
 Inexistência de vibração no momento da cravação quando por 
meio de percussão. 
Desvantagens 
 Encurvadura; 
 Ruído na cravação por percussão; 
 Vibração; 
 Reduzida resistência de ponta; 
 Custo; 
 Corrosão 
26 
 
Estacas de Madeira 
 São utilizadas sempre abaixo do nível d’água do subsolo. 
 Duração ilimitada abaixo do N.A., pois não sofrem o ataque de 
organismos aeróbios e organismos inferiores, que delas se 
alimentam, causando seu apodrecimento. 
 Permitem uma emenda fácil, como pode ser visto na figura 16. 
 
 
Figura 16 – Emenda e esquema de proteção da estaca de madeira 
Madeiras mais utilizadas são: Eucalipto, Aroeira e Peroba do campo. 
 
Diâmetros usuais: 25 cm, 30 cm, 35 cm, 40 cm, com comprimento 
disponível de 4 a 10 metros com possibilidade de emendas. 
Desvantagens 
 Dificuldade de encontrar. 
 Só para ser utilizada abaixo do N.A. 
 Ataque por microorganismos quando utilizada acima do N.A. 
 Limitações de carga. 
 Alto custo. 
Vantagens 
 Facilidade de emendas. 
 Duração ilimitada quando utilizada abaixo do N.A. 
 Oferece grande resistência a solicitação oriunda de 
levantamentos e transportes. 
27 
 
Estaca Moldada "In Loco" 
As estacas moldadas in loco são executadas preenchendo de concreto 
as perfurações previamente executadas tio terreno, mediante escavações ou 
cravações de tubo. As estacas podem ou não ler base alargada. Essas 
perfurações podem ler suas paredes suportadas ou não e o suporte ser provido 
por um revestimento, recuperável ou perdido, ou por tanta tixotrópica (adiante 
descrita). Só é admitida a perfuração não suportada em terrenos coesivos, 
acima do lençol de água, natural ou rebaixado. Quanto á concretagem, 
admitem-se as seguintes variantes: 
 Perfuração não suportada (isenta de água): o concreto ê 
simplesmente lançado do topo da perfuração, por meio de tromba 
(funil) de comprimento adequado: usualmente, é suficiente que o 
comprimento do tubo do funil seja 5 vezes o seu diâmetro; 
 Perfuração suportada com revestimento perdido isenta de água: o 
concreto é simplesmente lançado do topo da perfuração; 
 Perfuração suportada com revestimento perdido ou a ser 
recuperado, cheio dc água: é adotado um processo de 
concretagem submersa, de preferência com emprego de 
tremonha; 
 Perfuração suportada com revestimento a ser recuperado, isenta 
de água: nesse caso, a concretagem pode ser feita em duas 
modalidades: 
 O concreto é lançado em pequenas quantidades, que são 
compactadas sucessivamente, à medida que se retira o tubo de 
revestimento; emprega-se concreto com fator água-cimento baixo 
(0,40 a 0,45); 
 O tubo é inteiramente cheio de concreto plástico e em seguida é 
retirado de uma só vez com auxilio de equipamento adequado. 
Em cada caso, o concreto deve ter plasticidade adaptada à modalidade 
de execução. 
 Perfuração suportada por lama: é adotado um processo de 
concretagem submersa, utilizando-se tremonha; no caso de uso de 
28 
 
bomba de concreto, ela tem de despejar o concreto no topo da 
tremonha. Sendo vedado bombear diretamente para o fundo da 
estaca. 
A execução de estacas moldadas in toco, sem revestimento ou com tubo 
de revestimento recuperado, onde houver espessas camadas de argilas moles, 
exigirá cuidados especiais, tais como dosagem e plasticidade adequadas do 
concreto, armadura especial etc. No caso de estaca Strauss. Para garantia da 
sua qualidade, necessitam ser considerados os aspectos a seguir: 
 Centralização da estaca: o tripé ou torre será posicionado de maneira 
que o soqueie preso ao cabo de aço fique centralizado no piquete de 
locação: 
 Inicio da perfuração: a perfuração é iniciada com o soquete até I m a 
2 m de profundidade. O furo servirá de guia para introdução do 
primeiro tubo de revestimento, dentado na extremidade inferior e 
chamado de coroa; 
 Perfuração: após a introdução da coroa, o soquete é substituído pela 
sonda (piteira), a qual. por golpes sucessivos, vai retirando o solo do 
interior e abaixo da coroa, que vai se aprofundando no terreno. 
Quando a coroa estiver toda cravada, é roscado o tubo seguinte, e 
assim sucessivamente, até que se atinja a profundidade prevista 
para a estaca e as condições previstas para o terreno. 
Imediatamente antes da concretagem, deve ser feita a limpeza 
completa do fundo da estaca, com total remoção da lama e da água 
eventualmente acumuladas durante a perfuração; 
 
 Concretagem: 
 
 Com o furo completamente seco: é lançado o concreto no tubo 
com quantidade suficiente para se ter uma coluna de, 
aproximadamente, 1 m. Sem puxar a tubulação de revestimento, 
apiloa-se o concreto, para formar uma espécie de bulbo; 
 Para execução do fuste, o concreto é lançado dentro da tubulação 
e, à medida que é apiloado, ela vai sendo retirada com o emprego 
29 
 
do guincho manual. Para garantia de continuidade do fuste, 
precisa ser mantida dentro da tubulação, durante o apiloamento, 
urna coluna de concreto suficiente para que ele ocupe todo o 
espaço perfurado e eventuais vazios e deformações, no subsolo. 
O pilão não pode ter condições de entrar em contato com o solo 
da parede ou da base da estaca, para não provocar desabamentoou mistura de solo com o concreto; 
 A concretagem é feita até pouco acima da cota de arrasamento 
da estaca, deixando um excesso para o corte manual da cabeça 
da estaca; 
O concreto utilizado tem de apresentar, no mínimo, Fck = 12 MPa e 
consumo de cimento superior a 300 kg/m1, e deve ter consistência plástica. 
Nesse caso, recomenda-se fator água cimento não superior a 0,55. 
Estaca Broca 
 É um tipo de fundação profunda com perfuração a trado e depois 
concretada (Fig. 17). Com o diâmetro entre 20cm e 50cm, a perfuração pode 
ser feita com trado manual. O lançamento do concreto só pode ser executado 
na perfuração sem o acúmulo de água do lençol freático. Quanto à ferragem, a 
broca não são armadas, somente são usados barras de ligação com a coroa do 
bloco. 
 
Figura 17 – Estaca Broca 
30 
 
Estaca Strauss 
As estacas tipo Strauss foram projetadas, inicialmente, como alternativa 
às estacas pré-moldadas cravadas por percussão devido ao desconforto 
causado pelo processo de cravação, quer quanto à vibração ou quanto ao 
ruído. O processo é bastante simples, consistindo na retirada de terra com 
sonda ou piteira e, simultaneamente, introduzir tubos metálicos rosqueáveis 
entre si, até atingir a profundidade desejada e posterior concretagem com 
apiloamento e retirada da tubulação (Fig. 18). 
 
Figura 18 – Estaca Strauss 
Por utilizar equipamento leve e econômico a estaca tipo Strauss possui 
as seguintes vantagens: 
 ausência de vibrações e trepidações em prédios vizinhos; 
 possibilidade de execução da estaca com o comprimento 
projetado; 
 possibilidade de verificar durante a perfuração, a presença de 
corpos estranhos no solo, matacões, etc, permitindo a mudança 
de locação antes da concretagem; 
 possibilidade da constatação das diversas camadas e natureza do 
solo, pois a retirada de amostras permite comparação com a 
sondagem à percussão; 
31 
 
 possibilidade de montar o equipamento em terrenos de pequenas 
dimensões; 
 autonomia, importante em regiões ou locais distantes. 
Como principais desvantagens das estacas tipo Strauss podemos citar: 
 quando a pressão da água for tal que impeça o esgotamento da 
água no furo com a sonda, a adoção desse tipo de estaca não é 
recomendável; 
 em argilas muito moles saturadas e em areias submersas, o risco 
de seccionamento do fuste pela entrada de solo é muito grande, e 
nesses casos esta solução não é indicada; 
 é indispensável um controle rigoroso da concretagem da estaca 
de modo a não ocorrer falhas, pois a maior ocorrência de 
acidentes com estas estacas devem-se a deficiências de 
concretagem durante a retirada do tubo. 
As estacas tipo Strauss podem ser armadas ou não. No caso das 
estacas não armadas, o concreto utilizado deve ter um consumo mínimo de 
300 kgf/m3, consistência plástica (abatimento mínimo de 8 cm) e fck de 15 
MPa. Já o concreto das estacas armadas deve ter um abatimento mínimo de 
12 cm e fck de 15 MPa. Não deverá ser utilizada a pedra 2, mesmo se 
necessário executivamente. A tabela 7 apresenta as cargas admissíveis para 
estacas tipo Strauss não armada de acordo com a NBR 6122 em função do 
diâmetro externo do tubo de revestimento. A carga de trabalho será fixada após 
análise do perfil geotécnico do terreno. 
Estacas Simplex 
Neste tipo de estaca, procede-se a descida do tubo dentro do terreno 
por cravação (ou por perfuração – neste caso torna-se “escavada” – sem 
deslocamento), como se faz com a estaca Strauss (Fig. 19). Os golpes de 
martelo, para a cravação, são aplicados sobre um capacete de proteção fixado 
no topo do tubo. Para impedir a entrada de terra no interior do tubo, emprega-
se uma ponteira pré-moldada de concreto, perdida após a cravação. Alcançada 
a profundidade desejada, enche-se o molde com concreto plástico e, em 
seguida, retira-se o molde de uma só vez. 
32 
 
As estacas Duplex e Triplex são variantes da Simplex. 
 
Figura 19 – Estaca simplex 
Estacas Duplex 
 No caso da estaca duplex, usa-se a estaca de compressão 
simples, em seguida, sobre esta, ainda com concreto fresco, repete-se a 
operação anterior. 
Com isso obtém-se uma estaca de diâmetro maior e consequentemente 
de maior capacidade de carga (Fig. 20). O problema de não se encontrar nega 
com uma taca duplex é solucionado com uma estaca triplex ou pela execução 
da chamada estaca comprimida, a qual possui base alargada. Esse 
alargamento é obtido erguendo-se o tubo cerca de 4,00 m, enchendo-se de 
concreto e recravando. Como vantagem específica para estaca duplex ou 
triplex apresentam grande capacidade de carga e podem ser executadas com 
comprimento até 20 m. A capacidade de carga pode chegar a até 100 t. No 
caso da execução da estaca em terreno com argilas orgânicas, usa-se o 
seguinte artifício: crava-se o tubo até o terreno firme e Imre com areia, arranca-
se o tubo e torna-se a cravá-Io no mesmo lugar como se fosse uma duplex. 
Desse modo formamos uma camada de areia que protegerá o concreto fresco, 
contra o efeito da argila orgânica. 
 
33 
 
 
Figura 20 – Estaca Duplex 
Estacas Vibrex 
Trata-se de variação das estacas tipo Simplex, também conhecidas 
como “Vibrofranki”. 
Observe que neste tipo de estaca, procede-se a descida do tubo dentro 
do terreno por cravação, conforme ilustrado abaixo (Fig. 21). 
Observa-se que a extração do tubo após concretagem se faz com o 
auxílio da vibração, o que melhora as condições de assentamento do concreto 
ao longo da estaca. 
34 
 
 
Figura 21 – Estaca Vibrex 
Estacas Ômega 
Trata-se de estacas moldadas “in loco” em que o solos é deslocado 
lateralmente quando da execução da estaca, conforme ilustrado na figura 
adiante (Fig. 22). 
 
Figura 22 – Processo da estaca Omega com deslocamento 
35 
 
A estaca ômega é uma estaca com o fuste moldado no solo (Fig. 23). 
Durante a sua implantação no solo, dispositivos especiais no trado do processo 
provocam uma ação dupla de deslocamento do solo, inicialmente durante a 
fase de perfuração e posteriormente durante a fase de concretagem do fuste. 
Não há escavação (retirada do solo) durante a execução dessa estaca. 
A forte compressão lateral do trado ao longo do fuste provoca aumento 
das tensões radiais da compressão, o que resulta em uma mobilização mais 
eficiente da resistência lateral sobre o fuste da estaca, com isso o comprimento 
e o sobreconsumo de concreto é menor, se comparado às estacas HÉLICE 
CONTÍNUA. A instalação da estaca ÔMEGA é baseada no processo de 
perfuração por rotação para baixo e para cima sem troca na direção de rotação 
do equipamento. 
 
Figura 23 – Estaca ômega 
Para a implantação das estacas ÔMEGA no solo, os equipamentos têm 
de ter torque entre 150 kNm a 400 kNm. 
Estacas Franki 
A estaca Franki é um tipo de fundação profunda que apresenta grande 
capacidade de carga e pode alcançar grandes profundidades. São executadas 
enchendo-se de concreto as perfurações executadas por meio da cravação de 
um tubo de ponta fechada com o auxílio de um bate-estacas. A armadura e o 
concreto são inseridos na estaca à medida que o tubo vai sendo retirado do 
Solo (Fig. 24). 
36 
 
 
Figura 24 – Estaca Franki 
Execução: Crava-se no solo um tubo de aço cuja ponta é obturada por 
uma bucha de concreto seco, areia e brita, estanque e fortemente comprimida 
contra a parede do tubo. Ao bater com o pilão na bucha, arrasta-se o tubo, 
impedindo a entrada de solo ou água. Atingida a profundidade desejada, o tubo 
é preso e a bucha é expulsa por golpes de pilão e fortemente socada contra o 
terreno, formando uma base alargada. Coloca-se a armadura, inicia-se a 
concretagem,extraindo-se o tubo simultaneamente. 
Indicações: Recomendadas quando a camada resistente localiza-se em 
profundidades variáveis. Também no caso de terrenos com pedregulhos ou 
pequenos matacões relativamente dispersos. A forma rugosa do fuste garante 
boa aderência ao solo (resistência por atrito). 
Limitações: Seus maiores inconvenientes dizem respeito à vibração do 
solo durante a execução. 
Demanda área para o bate-estacas. Há possibilidade de alterações do 
concreto do fuste por deficiência 
do controle. 
 Vantagens: Suportam grandes cargas e podem atingir grandes 
profundidades. Por ter uma grande área da base e ter uma superfície muito 
rugosa no fuste (lateral), apresentam grandes resistências de ponta e lateral. 
 
37 
 
 Desvantagens: A estaca tipo Franki causa grande vibração 
durante sua cravação e um grande tempo de execução, demandando maiores 
custos com equipamentos e mão de obra. 
Estaca Escavada e Estaca Barrete 
Estaca escavada, também chamada de estacão, é aquela com seção 
circular, executada por escavação mecânica com equipamento rotativo, 
utilizando lama bentonítica e concretada com uso de tremonha (Fig. 25). 
A estaca barrete possui seção retangular, executada por escavação com 
guindaste acoplado com "clamshell", também utilizando lama bentonítica e 
concretada com uso de tremonha. 
 
Figura 25 – Estaca Escavada 
A lama bentonítica é constituída de água e bentonita, sendo esta última 
uma rocha vulcânica, onde o mineral predominante é a montimorilonita. No 
Brasil, existem jazidas de bentonita no Nordeste (Bahia e Rio Grande do 
Norte). Trata-se de um material tixotrópico que em dispersão muda seu estado 
físico por efeito da agitação (em repouso é gelatinosa com ação anti-infiltrante; 
38 
 
agitada fluidifica-se). Seu efeito estabilizante é eficaz quando a pressão 
hidrostática da lama no interior da escavação é superior à exercida 
externamente pelo lençol e a granulometria do terreno é tal que possa impedir 
a dispersão da lama. 
A coluna de lama exerce sobre as paredes da vala uma pressão que 
impede o desmoronamento, formando uma película impermeável denominada 
"cake", a qual dispensa o uso de revestimentos. 
A lama bentonítica é preparada em uma instalação especial denominada 
central de lama, onde se faz a mistura da bentonita (transportada em pó, 
normalmente embalada em sacos de 50 kg) com água pura, em misturadores 
de alta turbulência, com uma concentração variando de 25 a 70 kg de bentonita 
por metro cúbico de água, em função da viscosidade e da densidade que se 
pretende obter. Na central há um laboratório para controle de qualidade. 
Os processos de execução usuais das estacas escavadas e dos 
barretes podem ser divididos nas seguintes operações básicas: escavação do 
terreno com preenchimento da perfuração com lama bentonítica, colocação da 
armadura (quando necessária) e concretagem submersa. 
Para estaca escavada, o equipamento de escavação consta 
essencialmente de uma mesa rotativa que aciona uma haste telescópica 
("kelly-bar") que tem acoplada em sua extremidade inferior a ferramenta de 
perfuração, cujo tipo varia em função da natureza do terreno a perfurar: trado, 
caçamba ou coroa. À medida que penetra no solo por rotação, a ferramenta se 
enche gradualmente e, quando cheia, a haste é levantada e a ferramenta 
automaticamente esvaziada por força centrífuga (trado) ou por abertura do 
fundo (caçamba). 
A mesa rotativa ou perfuratriz, normalmente instalada em um guindaste 
de esteiras, é acionada por um motor diesel e transmite, por meio de um 
redutor, o movimento rotatório à haste telescópica. A mesa também é dotada 
de uma central hidráulica que comanda o "pull down" da haste telescópica para 
dar maior penetração à ferramenta de perfuração. As manobras da mesa são 
controladas pelo operador do guindaste que aciona um cabo de aço para 
descida e subida da haste telescópica. 
39 
 
Como geralmente existe possibilidade de desmoronamento das paredes 
da vala e a escavação atinge horizontes abaixo do lençol freático, a perfuração 
é executada em presença de lama bentonítica. 
Terminada a perfuração inicia-se a colocação da armadura, com 
guindaste auxiliar ou com o próprio guindaste utilizado na abertura da 
escavação. A armadura deve ser dotada de roletes distanciadores para garantir 
o necessário cobrimento (aproximadamente 5 cm). 
O sistema de concretagem é o submerso, aquele executado de baixo 
para cima de modo uniforme. Tal processo consiste na aplicação de concreto 
por gravidade através de um tubo ("tremie"), central ao furo, munido de uma 
tremonha de alimentação (funil) cuja extremidade, durante a concretagem, 
deve estar convenientemente imersa no concreto. A fim de evitar que a lama se 
misture com o concreto lançado, coloca-se um obturador no interior do tubo, 
que funcionando como êmbolo, expulsa a lama pelo peso próprio da coluna de 
concreto. Prossegue-se a concretagem em um fluxo constante e regular de 
baixo para cima (não é possível interromper a concretagem uma vez iniciada). 
No caso da estaca barrete (Fig. 26), geralmente utiliza-se um 
equipamento de escavação denominado "clamshell" mecânico ou hidráulico, 
com descida livre (cabo) ou com haste de guia ("kelly") que permite uma 
melhor condição de verticalidade da estaca. As demais técnicas executivas 
(uso de lama bentonítica, colocação da armadura e concretagem submersa) 
são substancialmente idênticas às das estacas escavadas. 
 
40 
 
 
Figura 26 – Estaca barrete 
As estacas escavadas e barretes possuem as seguintes características 
vantajosas: 
 rápida execução; 
 capacidade de suportar cargas elevadas; 
 o solo fica livre de deformações, inclusive nas vizinhanças da 
obra, visto que não há vibração; não é capaz de afetar estruturas 
vizinhas; 
 o comprimento das estacas é grande e pode ser muito variável 
(até 45 m, com cargas até 10.000 kN usualmente), além de 
prontamente alterado conforme conveniência, de furo para furo do 
terreno; 
 o solo, à medida que se escava, pode ser inspecionado e 
comparado com dados de investigação do local, fazendo um 
feedback (realimentação) para o projeto de fundações; 
 a armadura não depende do transporte ou das condições de 
cravação; 
 importante quando há solo de grande dureza, que seria capaz de 
danificar estacas que fossem cravadas ou quando o volume de 
41 
 
trabalho é menor e não compensa montagem de aparelhagem 
mais complexa. 
Para o barrete, pode-se acrescentar vantagens que sua seção não 
circular (escavada com "clamshell") pode representar no "layout" do edifício. Os 
pilares que saem do barrete podem ser alargados em uma direção, se 
encaixando melhor nos pavimentos de garagem, quando o espaço é restrito. 
Por outro lado, as estacas escavadas e barretes possuem as seguintes 
desvantagens: 
 os métodos de escavação podem afofar solos arenosos ou 
pedregulhos, ou transformar rochas moles em lama, como o 
calcário mole ou marga; 
 necessidade de local nas proximidades para deposição de solo 
escavado; 
 susceptíveis a estrangulamento da seção em caso de solos 
compressíveis; 
 dificuldade na concretagem submersa, pois há impossibilidade de 
verificar e inspecionar posteriormente o concreto; falta de 
confiança que oferece o concreto fabricado in situ; depois de 
pronta a estaca, nunca se sabe como os materiais nela se 
encontram; 
 entrada de água pode causar danos ao concreto, caso não tenha 
ainda ocorrido a pega; a água subterrânea pode lavar o concreto 
ou pode reduzir a capacidade de carga da estaca por alteração do 
solo circundante; quando a estaca fica abaixo do lençolfreático e 
a vedação inferior da estaca depender apenas do concreto, este 
deve ser compacto e impermeável (concretos com baixa relação 
água/cimento); também deve-se tomar cuidado com possíveis 
ataques de agentes químicos da água e do solo sobre o concreto. 
Controle De Execução: 
– locação do centro da estaca; 
– profundidade de escavação; 
– velocidade de concretagem e ascensão da tremonha; 
– colocação da armadura. 
42 
 
Estacas Injetadas 
As estacas injetadas são aquelas produzidas a partir da injeção sob 
pressão de produtos aglutinantes, normalmente calda de cimento(Fig. 27). Elas 
podem ser executadas com maiores inclinações (0º a 90º), apresentar 
resistência de fuste superior, se comparada aos demais tipos de estaca com 
mesmos diâmetros, e resistir a esforços de compressão e tração, desde que 
convenientemente armadas. Dentre as suas aplicações, destacam-se a 
estabilização de encostas, o reforço de fundações, a execução de fundações 
em terrenos com blocos de rocha ou antigas fundações, e a execução de 
fundações em obras offshore. 
A execução de uma estaca injetada moldada no solo compreende as 
seguintes fases: 
 1) Escavação do furo com equipamentos mecânicos apropriados de 
pequenas dimensões; 
 2) Colocação da armadura; 
 3) Moldagem do fuste. 
 
Figura 27 – Estaca injetada 
43 
 
A injeção deve ser feita de maneira a garantir que a estaca tenha a 
carga admissível prevista no projeto. O consumo de cimento da calda ou 
argamassa injetada deve ser no mínimo de 350 kgf/m³. A resistência estrutural 
do fuste deve ter um fator de segurança mínimo à ruptura de 2, calculada em 
relação às resistências características dos materiais. Já a capacidade de carga 
deve ser verificada experimentalmente, por meio de provas de carga à 
compressão e ou tração. Quando utilizadas estacas injetadas com diâmetros 
iguais ou menores que 20 cm atravessando espessas camadas de argila mole, 
deve ser considerado o efeito de flambagem na estaca. 
Estacas Escavadas Com Trado Mecanizado - Trado 
Helicoidal 
Trata-se de uma evolução da broca, mas em vez da escavação manual, 
é utilizado um trado mecânico. Com isso, torna-se possível atingir 
profundidades maiores, porém, ainda acima do nível da água. A escavação 
com trado sem lama bentonítica é indicada para obras de pequeno porte e para 
solos com boa resistência, para garantir que a escavação permaneça estável 
durante a inserção da armação e da concretagem (Fig. 28). 
 
Figura 28 – Estaca escavada com trado 
A vantagem dessa solução reside na grande mobilidade e produção do 
equipamento e na ausência de vibração. Além disso, permite a amostragem do 
solo escavado, possibilita atingir a profundidade desejada e determinada em 
44 
 
projeto e pode ser executada bem próxima às divisas. Uma vez instalado e 
nivelado o equipamento, posiciona-se a ponta do trado sobre o piquete de 
locação e inicia-se a perfuração. Quando a haste é totalmente helicoidal, a 
perfuração prossegue até a cota projetada e inicia-se a retirada da haste sem 
girar. 
Aproximadamente a cada 2 m, a haste é girada no sentido contrário ao 
da perfuração e, com o auxílio de uma pá, o solo é removido entre as lâminas. 
Quando somente um trecho da haste é helicoidal, a operação é repetida várias 
vezes antes de se atingir a cota prevista em projeto. 
Quando a cota de projeto é atingida, pode-se iniciar a concretagem da 
estaca após o apiloamento do fundo. No caso de estacas armadas, após o 
apiloamento do fundo, a armação é posicionada no furo antes do lançamento 
do concreto. 
Estacas de Hélice Contínua 
 Nesse tipo de fundação o solo é perfurado com trado contínuo e o 
concreto é injetado por meio da própria haste do trado (Fig. 29). 
Na perfuração a haste atinge a profundidade indicada no projeto, então o 
concreto é injetado através da haste central e ao mesmo tempo a hélice 
contínua, sem rotação, retira o material escavado. 
45 
 
 
Figura 29 – Estaca de hélice contínua 
Estaca Raiz 
A estaca raiz é uma estaca escavada que integra o grupo de estacas 
utilizadas em fundações profundas, podendo atingir profundidade maior que 50 
metros e com diâmetro de 80 a 500 mm, tanto em solo como em rochas. 
É uma estaca argamassada “in loco”, ou seja, é produzida no canteiro de 
obras, diretamente no local designado no projeto de fundações. Caracteriza-se 
por perfuração rotativa ou rotopercussiva e por apresentar elevada tensão de 
trabalho ao longo do fuste (coluna que liga a base e o topo) que é inteiramente 
armado em todo seu comprimento. 
Para a execução da estaca raiz, utiliza-se tubos de revestimento 
metálico integralmente em todo o trecho do solo após a escavação, pois em 
solos mais arenosos (ou até mesmo pouco argilosos) pode ocorrer 
desmoronamento. Esses tubos metálicos são recuperados após o 
preenchimento da estaca com argamassa cimento-areia e da fixação da 
armadura. 
46 
 
A argamassa utilizada é adensada com o auxílio de pressão, 
normalmente dada por ar comprimido. 
Principais características da Estaca Raiz: 
A principais características da estaca raiz que realmente solucionam 
com êxito os problemas de fundações, reforços de fundações e consolidação 
do terreno são: 
 Recalques muito reduzidos; 
 Alta capacidade de carga (até 140 tf); 
 Possibilidade de execução em área restritas e alturas limitadas; 
 Perturbação mínima do ambiente circunstante; 
 Podem ser executadas em qualquer tipo de terreno e em direções 
especiais (inclinadas); 
 Podem ser executadas com utilização a compressão ou a tração; 
 São moldadas in loco; 
 São inteiramente armadas ao longo de todo seu comprimento; 
 Possui elevada tensão de trabalho do corpo da coluna (fuste). 
Processo executivo da Estaca Raiz: 
O processo executivo da estaca raiz é dividido em 3 etapas: perfuração, 
fixação da armadura, injeção da argamassa e retirada dos tubos metálicos. 
Perfuração: A perfuração pode ser vertical ou inclinada e executada 
com equipamentos mecânicos chamados de perfuratrizes (pneumáticas, 
hidráulicas, ou mecânicas). Para a perfuração, normalmente é utilizado o 
processo rotativo com circulação de água, lama bentonítica ou polímero 
sintético, que permite a fixação do tubo metálico para o revestimento provisório 
até a ponta da estaca. 
No caso de descobrir algum material resistente durante a perfuração, 
como matacões ou rocha, pode ser utilizada uma coroa diamantada, ou pode-
se prosseguir a perfuração por processo percussivo. 
Para o correto posicionamento da perfuratriz, é necessário que o terreno 
esteja nivelado. Antes do início da perfuração, deve-se conferir a verticalidade 
e o ângulo de inclinação do tubo metálico em relação à estaca. O tubo metálico 
é inserido conforme a perfuração vai ganhando profundidade sendo composto 
por vários segmentos que serão ligados entre si por juntas rosqueáveis. 
47 
 
A profundidade e o diâmetro da perfuração são definidos previamente 
em projeto, de acordo com as características do solo encontradas na 
sondagem SPT do terreno. Deve-se ter cuidado e verificar se o material que sai 
pelo tudo durante a perfuração é o mesmo indicado nas sondagens. 
Fixação da armadura: Após a perfuração, deve-se fazer a limpeza 
interna do tubo metálico, esta limpeza é feita através de golpes de água dentro 
da estaca, então, a armadura é inserida no interior do tubo, esta armadura é 
constituída por uma ou mais barras de aço, devidamente estribadas, conforme 
especificação do projeto estrutural da estaca, também de acordo com as 
características informadas pela sondagem. O diâmetro de cada estaca é o que 
indica a quantidade de armaduraque deverá ser utilizada, é importante ter o 
cuidado de usar espaçadores plásticos (ou similares) para manter a estrutura 
centralizada e não ocorrer movimentação dos estribos. Para que as estacas 
sejam dimensionadas corretamente, deve-se seguir as orientações da norma 
ABNT NBR 6122/2010 – Projeto e Execução de Fundações. 
Injeção da argamassa e retirada dos tubos metálicos: A argamassa 
constituída por cimento e areia é bombeada através de um tubo até a ponta da 
estaca (Fig. 30), o macaco hidráulico utilizado para retirar os tubos metálicos 
deve ser programado de forma que a retirada não aconteça muito rápida, 
senão a distribuição uniforme da massa pode ser comprometida. 
À medida que a argamassa sobe pelo tubo de revestimento, o tubo é 
concomitantemente retirado. Quando o tubo estiver cheio, a extremidade 
superior é fechada e são aplicados golpes de pressão com ar comprimido para 
o adensamento da argamassa e a interação com o solo (atrito lateral). 
A argamassa deve atingir resistência de pelo menos 20 Mpa para este 
tipo de estaca, consumindo cerca de 600 kg/m³ de cimento, valores estipulados 
pela NBR 6122. 
48 
 
 
Figura 30 – Processo executivo da estaca raiz 
Vantagens da Estaca Raiz 
As vantagens apresentadas pela estaca raiz são: 
 Alta capacidade de carga com recalques muito reduzidos; 
 Perturbação mínima do ambiente circunstante; 
 Podem ser executadas em qualquer tipo de terreno e em direções 
especiais; 
 Podem ser executadas com utilização a compressão ou a tração. 
 Possibilidade de execução em áreas de espaço limitado, devido 
ao equipamento ser de pequeno e médio porte; 
 Ausência de vibração e descompressão do terreno, podendo 
então ser utilizada em terrenos com construções vizinhas; 
 Utilização em terrenos com presença de matacões, rochas e 
concreto, tem capacidade de perfuração de matérias rígidas; 
 Possibilidade de combater esforços de flexão; 
 Execução com maiores inclinações (0 a 90º); 
 Não provoca poluição sonora. 
 
49 
 
Desvantagens da Estaca Raiz 
As desvantagens apresentadas pela estaca raiz são: 
 Custo elevado; 
 Alto consumo de cimento; 
 Alto consumo de ferragens para as armaduras; 
 Grande impacto ambiental; 
 Obra alagada devido ao grande consumo de água. 
Tubulões 
 É um tipo de fundação profunda. Que consiste na escavação, 
manual ou mecânica de um poço até encontrar terreno firme a fim de transmitir 
a carga do pilar através de uma pressão compatível com as características do 
terreno (Fig. 31). Pode ser feito a céu aberto ou sob ar comprimido. 
 
Figura 31 - Tubulão 
Tubulões a Céu Aberto 
Os tubulões a céu aberto podem ser executados com ou sem 
revestimento, podendo este ser de aço ou de concreto (Fig. 32). O fuste do 
tubulão normalmente é de seção circular, adotando-se 70 cm como diâmetro 
mínimo para permitir a entrada e saída de operários. Já a projeção da base 
poderá ser circular ou em forma de falsa elipse. 
50 
 
 
Figura 32 – Tubulões 
Tubulão Tipo Chicago 
No tubulão tipo Chicago o poço é aberto por etapas. Após escavar-se 
até uma certa profundidade, colocam-se pranchas de escoramento que são 
mantidas em posição por meio de travamento de anéis metálicos (Fig. 33). 
Escorado o primeiro trecho, escava-se novo trecho e escora-se como 
anteriormente. Repete-se essa sequencia de operação até atingir o terreno 
onde será feita a base; estando esta concluída, passa-se à concretagem. 
 
 
Figura 33 – Tubulão tipo chicago 
Tubulão Tipo Gow 
O tubulão tipo Gow, é um tipo de tubulão escavado a céu aberto, onde 
os escoramentos laterais da parede do fuste são executados com anéis 
51 
 
metálicos de diâmetro variável, cravados por percussão. O diâmetro dos anéis 
metálicos diminui à medida que a profundidade aumenta (Fig. 34). Os 
elementos de escoramento são recuperados durante a concretagem. 
O escoramento é feito por meio de tubos de chapas de aço da seguinte 
forma: crava-se um tubo de 02,00 m, escavando-se no seu interior; terminada 
essa primeira escavação, outro tipo de diâmetro menor é cravado por dentro do 
primeiro; executa-se nova escavação, novo tubo é cravado dentro do segundo 
tubo, e assim sucessivamente. Os tubos são recuperados à medida que a 
concretagem progride. A vantagem que o método Gow apresenta sobre o 
Chicago é a de poder atravessar uma camada de areia abaixo do nível de 
água, desde que sob essa camada de areia se encontre uma camada de argila 
onde o tubo venha a se apoiar. Com isso, torna-se possível terminar a 
escavação antes que a água tenha atravessado a argila. 
 
 
Figura 34 - Tubulão tipo gow 
Tubulão Pneumático 
Pretendendo-se executar um tubulão em um terreno onde haja muita 
água, o esgotamento da escavação, por meio de bombas, é difícil, além do que 
é inexequível a construção da base abaixo do nível de água, devido ao perigo 
de desmoronamento do solo. Esses obstáculos são vencidos com o uso do 
tubulão pneumático, o qual mantém a água afastada da câmara de trabalho por 
meio de ar comprimido (Fig. 35). 
52 
 
 
Figura 35 – Tubulão Pneumático 
 Vantagens do Tubulão Pneumático 
 Execução abaixo do NA; 
 Processo executivo com pouca produção de ruídos ou vibrações 
se comparado com cravação de estacas, por exemplo; 
 O solo retirado das escavações pode ser avaliado por um 
engenheiro de fundações e compará-lo com o projeto; 
 É possível apoiar cada pilar em fuste único, ao invés de cravação 
de diversas estacas e, por consequente, execução de blocos de 
coroamento. 
53 
 
 As escavações podem atravessar horizontes com pedras e 
matacões, se mecanizadas. 
 
Desvantagens do Tubulão Pneumático 
 Alto custo; 
 Empresas executantes concentram-se na região sudeste do 
Brasil; 
 Atividade de alto risco; 
 Doenças ocupacionais relacionadas ao ar comprimido (portaria n° 
1389/gm/1999); 
 Doenças auriculares. 
Caixão 
 É um tipo de fundação profunda com fôrma de seção retangular. 
Concretado na superfície e instalado por escavação interna. Seu volume é 
maior que o dos tubulões. Podendo ser de aço ou concreto, apoiada no terreno 
ou escavada até atingir o solo resistente (Fig. 36). Podem ter ou não base 
alargada e serem executados com ou sem ar comprimido. 
 
Figura 36 - Caixão 
 
 
54 
 
Referências 
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Edgard Blücher, 1977. 
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- São Paulo: Pini : SindusCon, 2009. 
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il. (Série informações tecnológicas; Área construção civil). 
 REBELLO, Yopanan Conrado Pereira, 1949 – Fundações: guia prático 
de projeto, execução e dimensionamento / Yopanan C. P. Rebello. São 
Paulo: Zigurate Editora, 2008. 
 PEREIRA, Caio. Estaca Raiz: Características, Processo Executivo, 
Vantagens e Desvantagens. Escola Engenharia, 2018. 
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Grande, MS, 2018. 
 Apostila: Fundações E Obras De Contenções. Universidade Potiguar. 
Natal, 23 de setembro de 2013. 
 Apostila: Projeto Estrutural De Sapatas. Gerson Moacyr Sisniegas Alva. 
Universidade Federal De Santa Maria. 2007 
 Apostila: Introdução ao Estudo das Fundações - Universidade Católica 
do Salvador: Eduardo Fernando Orrico de Mattos. Fev/2001 
 Apostila: Tecnologia da construção de edifícios. Escola Politécnica da 
Universidade de São Paulo. Professora Mercia Barros, 2003. 
 Apostila: FUNDAÇÕES - Professor Douglas Constancio – Engenheiro 
Lucas A. Constancio.Americana, junho de 2004. 
 Apostila: Estacas Cravadas. Instituto Superior Técnico. Autor: Eng.º 
Paulo Pedro 
 Apostila: Geotecnia de Fundações. Prof. M. Marangon 
 Apostila: Notas De Aulas Da Disciplina Construção Civil Assunto: 
Fundações -Universidade Estadual De Ponta Grossa -Curso De 
Engenharia Civil. Prof. Carlan Seiler Zulian, Elton Cunha Doná, Carlos 
Luciano Vargas. Abril De 2002 
 Apostila: Fundações. Caderno de Conteúdo / Exercícios da disciplina de 
55 
 
 Fundações dos Cursos de Engenharia Civil da Universidade Católica 
Dom Bosco e da Facsul. Professor: Eng. Civil Esp. Talles Mello. 1º 
Semestre/2018. 
 Apostila: Escola Politécnica Da Universidade De São Paulo. 
Departamento De Engenharia De Construção Civil. Tecnologia da 
Construção de Edifícios I. Prof. Dr. Silvio Burrattino Melhado, Prof. 
Ubiraci Espinelli Lemes de Souza, Profa. Mercia M. S. Bottura de Barros, 
Prof. Dr. Luiz Sergio Franco, Eng. Maurício Kenji Hino, Eng. Eduardo 
Henrique Pinheiro de Godói, Eng. Gregory Kwan Hoo, Eng. Júlio Yukio 
Shimizu. MARÇO / 2002. 
 Apostila: Tecnologia das Construções II. Professores: Márcio M. Fabrício 
/ João A. Rossignolo. 
 Apostila: Fundações Profundas. Tubulões a céu aberto e a ar 
comprimido. FATEC – SP 
 Apostila de Fundações. Técnicas Construtivas. Edificações. Instituto 
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Professora Carolina Barros. Abril 2011. 
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execucao-de-fundacoes-299192-4.aspx 
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engenharia-civi.html?page=3 
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