Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
DANOS PSICOLÓGICOS Humanos do Rio Doce “Eu achei que a gente fosse apenas recolher alguns animais em Bento Rodrigues, que o próprio canil da cidade ia comportar, mas essa não é a realidade.” “O que essa lama trouxe foi tristeza para nós porque a barragem acabou com a nossa água. E a água para nós é sagrada. Ela é a nossa mãe e o nosso pai. É a nossa vida, a nossa cultura. Por isso eu chorei. Até hoje não posso nem lembrar que dói.” Dejanira Krenak, professora da tribo Krenak “Estou aqui desde as 9h da manhã na fila esperando água. Ai chegou um caminhão, foi embora e a gente está esperando outro doador. Não se sabe quando, só que vai chegar.” “Tem minha tia, que está tendo reação alérgica à água. Aí a prefeita e as autoridades dizem que a água está boa para beber. Eu não acho que a gente vai morrer amanhã bebendo essa água, só que o que vai acontecer daqui a três, cinco anos? Quem vai se responsabilizar por nós?” “Lá arrancou tudo, né? Acabou tudo. Não sobrou nada. Agora é esperar para ver o que vai acontecer. O Iago, meu filho, está tranquilo. É criança, né? Eles esquecem. Agora, a gente não esquece mais não. Isso fica na lembrança para o resto da vida...” ‘’O rio sempre esteve presente na vida dos Krenaks, com a pesca, os costumes e a nossa cultura. Por ser fonte de vida, nos dar peixe, caça, fazer parte da nossa História, da nossa música e nos dar força nos rituais, na parte religiosa. O povo Krenak está aqui desde antes da chegada dos invasores, em 1500. Sempre esteve nessa margem do rio.’’ Itamar Krenak, índio da tribo Krenak
Compartilhar