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“Quem sabe faz a hora e não espera acontecer?” A socialização dos indivíduos Um dilema: É o pensamento e a ação dos indivíduos que influenciam a sociedade como um todo? - ou é o contrário, ou seja, é a sociedade que influencia e determina o pensamento e o comportamento de cada indivíduo? Falar em socialização dos indivíduos é sugerir que aquilo que somos é o resultado daquilo que aprendemos na convivência com outros seres humanos, com base em valores, ideias, atitudes e fazeres comuns. Isto significa afirmar que os nossos sentimentos sobre uma criança, nossas ideias sobre um determinado assunto, a forma como tratamos os idosos ou nosso modo de vestir são aprendidos através do nosso contato com as gerações anteriores. Responda: quando uma criança nasce, como ela será vista? 1- Se for do sexo masculino 2- Se for do sexo feminino 3- Se for branca ou negra 4- Se nascer pobre ou rica 5- Se nascer com alguma deficiência física ou mental 6- Se nascer dentro de uma família com uma religião não cristã... 7- E se nascer..... A SOCIALIZAÇÃO DOS INDIVÍDUOS Primeira fase SOCIALIZAÇÃO PRIMÁRIA: aquela que ocorre nas FAMÍLIAS e, quando os pais trabalham fora, nas creches. Segunda fase SOCIALIZAÇÃO SECUNDÁRIA: colegas da rua, grupo de jovens na igreja, colegas da escola, através da TV e da internet etc. Socialização Primária Socialização Secundária Socialização Secundária Papel Social • Os dois tipos de socialização condicionam nossas relações com outros indivíduos e, dependendo da forma, do ambiente social e da educação que recebemos nós adotamos ou abandonamos uma série de papéis sociais. Um papel social é um comportamento esperado de um indivíduo que ocupa uma determinada posição na sociedade. Então, vamos pensar: Mas ,quer dizer, então, que cada um de nós não tem liberdade ou uma margem de manobra para adotar um certo papel social? A resposta a esta questão foi e continua sendo um dos grandes debates dos teóricos da SOCIOLOGIA até hoje. Essas reflexões surgiram em um período de grandes mudanças na Europa a partir do século XVI Contexto de grandes mudanças... FEUDALISMO (até meados do século XV) ECONOMIA • A produção econômica era restrita aos feudos. • A principal propriedade era a terra, que pertencia ao senhor feudal. • O servo podia usar uma parte das terras do senhor e era proprietário de alguns instrumentos de trabalho, porém estava preso a algumas obrigações feudais. • Grande parte da produção sustentava o senhor feudal e a Igreja. • O lugar principal para se viver era o campo. • Duas classes sociais: senhores e servos. Contexto de grandes mudanças... CAPITALISMO ECONOMIA • Produção de excedentes com objetivos de mercado. • A principal propriedade passou a ser o capital com objetivos de obter lucro. • Trabalhador livre, porém forçado a vender sua força de trabalho por não possuir os meios de produção (terras, ferramentas etc.). • Produção com o objetivo de aumentar os lucros. • Aparecimento das grandes cidades europeias. • Duas classes sociais: burguesia e trabalhadores assalariados. Contexto de grandes mudanças... FEUDALISMO MENTALIDADES E CONHECIMENTOS • Teocentrismo. • A verdade estava na Bíblia e na autoridade da Igreja. • A religião era tudo. A realidade era explicada pela vontade de Deus. • Qualquer mudança era contrária à vontade de Deus. • O conhecimento significava contemplar a realidade criada por Deus. Contexto de grandes mudanças... CAPITALISMO MENTALIDADES E CONHECIMENTOS • Antropocentrismo. • A verdade obtida pela razão e pelos métodos científicos. • A realidade explicada a partir do que acontecia na Terra entre os homens. • O progresso passou a ser o objetivo humano. • O conhecimento significava transformar a natureza, dominá-la. Contexto de grandes mudanças... FEUDALISMO ORGANIZAÇÃO POLÍTICA • Senhores feudais e a Igreja dominavam os servos e camponeses. • Ausência de Estados e Nações. • As teorias que justificavam o poder do senhor feudal e da Igreja se baseavam na “vontade de Deus”. Contexto de grandes mudanças... CAPITALISMO ORGANIZAÇÃO POLÍTICA • Surge o Estado Nacional patrocinado principalmente pela burguesia. • Surgimento da concepção de cidadania, vinculada à identidade de pertencimento a um dado território. • São elaboradas as teorias políticas que sustentavam a ideia de Estado Nacional. A SOCIOLOGIA, portanto, surgiu neste contexto de mudanças, a partir da necessidade do homem europeu em tentar explicar cientificamente o mundo, suas relações com outros homens e com outras sociedades que passou a conhecer. Ora, como explicar que na Europa, com toda a riqueza gerada pela Revolução Industrial, houvesse, simultaneamente, o aumento da pobreza e da miséria dos trabalhadores? Por que a Revolução Francesa clamava pela igualdade e pela fraternidade, mas o que se via era o aumento da desigualdade social e econômica? Por outro lado, por que nas Américas, entre os nativos, não existiam pessoas passando fome antes da chegada dos europeus? Da mesma forma, por que na África existiam sociedades inteiramente diferentes, com costumes, deuses, tradições familiares diferentes? Na verdade, o que estava ocorrendo também era a “libertação” dos homens europeus das explicações de origem divina em direção ao predomínio da razão humana, ou seja, tudo passava a ser explicado pelos próprios homens e não mais somente por Deus. E mais: com o desenvolvimento das técnicas e da ciência, os homens europeus começavam a dominar mais a natureza e as próprias relações entre eles. Enfim, fazia-se necessária uma explicação para todas essas mudanças, com a elaboração de leis científicas, conceitos e teorias. Portanto, a SOCIOLOGIA surge como uma tentativa de resposta diante das grandes mudanças que ocorreram nessa época. Dentre as diversas teorizações que são elaboradas, três autores se destacam e são considerados, até os dias de hoje, como as grandes referências “fundadoras” desse novo campo do conhecimento científico. São eles Karl Marx, Émile Durkheim e Max Weber. Conversaremos sobre eles no próximo momento Reflexão final Dê exemplos em relação à socialização primária e secundária, pensando na realidade de seu bairro ou cidade. Justifique sua resposta. Referência: OLIVEIRA, L. F.; COSTA, R. C. R. Sociologia para Jovens do Século XXI. 4ª ed. Rio de Janeiro: Imperial Novo Milênio, 2016, p. 19-36 [Cap. 2].
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