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Mitologia ATENA (MINERVA) DEUSA DO SABER E DAS CIENCIAS

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ATENA 
(Minerva)
Deusa do Saber e das Ciências
Os cidadãos atenienses estão protegidos por uma deusa virgem e guerreira chamada Atena, a filha do Rei do Olimpo, a mesma que plantou a produtiva oliveira nas altas colinas de Ática depois que o poderoso Netuno perfurou a rocha com seu tridente para fazer manar um abundante caudal de água que formou um terso lago e acabou com a secas daquelas terras, até então baldias e áridas. Do fruto prensado da oliveira, e com a ajuda de Atena, os camponeses tiraram o azeite. E também, sob a consagração da deusa Atena, floresceu entre os atenienses o amor pela sabedoria, se incrementou o raciocínio criativo, se fortaleceu a lucidez e germinou a semente da argumentação que, ao desenvolver-se e crescer, formaria a mais frondosa árvore de folhas perenes: a Filosofia.
Assim pois, Atena proporcionava em todo momento o bem e a prosperidade dos cidadãos gregos, e era invocada como protetora da agricultura, das artes, da saúde..., assim como lhe era atribuída a invenção dos artigos para fiar e muitas outras ferramentas úteis e práticas. Foi a deusa Atena, a Minerva dos romanos, quem entregou a Hércules os crótalos ou castanholas de bronze que o mítico herói fez soar para espantar as monstruosas e perigosas aves do lago Estínfalo. Assim mesmo, Atena tinha o poder de enviar sonhos aos mortais para comunicar-lhes uma notícia ou predizer-lhes o futuro.
For outro lado, Atena não só ficou do lado dos gregos na guerra de Tróia, como também, em tempos de paz, ensinou às pessoas os ofícios artesanais, o fiado e a agricultura. De virgem guerreira converteu-se em mãe protetora e em mestra da vida. 
Mas, os gregos, que até então haviam edificado maravilhosos templos — o mais importante deles, o Panteão — em honra da sua deusa preferida e protetora, permitiram que a profetisa Cassandra, que morava no recinto proibido e secreto do Oráculo e interpretava suas respostas, se ocultasse no interior do templo sagrado, o que foi considerado uma profanação pela deusa Atena, que imediatamente pediu ajuda a Netuno para que agitasse as águas do mar e enviasse fortes tormentas contra as naves gregas que retornavam de Tróia.
Os tempos em que Atena e Netuno litigaram pela posse de Acrópolis e das colinas de Ática, onde estava plantada a oliveira da abundância e brotava o manancial das águas caudalosas, ficaram para atrás. Agora, ambas deidades se ajudavam quando era necessário, de maneira que, logo que Netuno recebeu o aviso de Atena, o deus do mar fez soçobrar as naves que vinham da luta contra os troianos até que se afundaram no mais profundo do obscuro oceano.
Assim pois, mesmo sendo Atena uma deusa justiceira, sempre acabava perdoando os cidadãos de Acrópolis e protegendo-os, já que Zeus lhe permitia usar a égide — um poderoso escudo que estava forrado com a pele de uma cabra Amaltea e que levava gravado em seu anverso, a horrível cabeça de uma medusa Gorgona, cuja mirada todos evitavam para não serem convertidos em pedra — e também seu poderoso raio.
Na região de Lídia, lugar famoso pela variedade e qualidade das tintas usadas para tingir roupa, vivia uma formosa e solícita jovem chamada Aracne; era filha de um tintureiro e, desde criança, a menina havia visto seu pai manipular toda classe de tecidos e preparar os corantes à base de púrpura para tingir os tecidos. A jovem Aracne cresceu entre lãs, tecidos, fusos e rocas, pelo que muito nova aprendeu a costurar até que, com o tempo, se convertera na mais famosa tecedeira e bordadeira de toda a região. Ninguém a igualava no seu oficio, e quanto melhor bordava e tecia mais se estendia sua fama por toda a região. 
Um dia, a jovem Aracne pensou que só ela seria capaz de tecer e bordar o mais formoso dos tapete que pudera-se imaginar, pelo que atreveu-se a desafiar a deusa Atena, mestra e protetora das artes e dos ofícios. Estou segura, pensou a atrevida Aracne, de que nem sequer a deusa Atena, mestra e protetora das artes e dos ofícios, me iguala em destreza nem é capaz de tecer e bordar um tapete tão formoso como os que saem de minhas mãos.
Assim que a divinal Atena soube das pretensões de Aracne, transformou-se para parecer uma mulher anciã e foi pedir trabalho na sua oficina. A jovem pensou que não seria demais a experiência e a sabedoria da anciã e a admitiu em sua oficina.
Apenas havia passado uns dias quando a anciã falou à jovem, com palavras persuasivas para convencê-la, para que não comparasse suas habilidades com as da deusa Atena. Mas Aracne não fez caso algum da anciã e manteve seu desafio. Imediatamente a anciã esticou seu corpo, ergueu sua cabeça e tirou suas roupas negras. Aracne tinha agora diante si a deusa Atena que, com toda rapidez e grande domínio da agulha, bordou um tapete no qual apareciam todos os deuses do Olimpo revestidos de grande majestade, cada um em seu trono, julgando e castigando todos os humanos que, por um ato de soberba, haviam pretendido igualar-se aos deuses.
A jovem Aracne não se intimidou e imediatamente se pôs a trabalhar. Teceu, fiou e costurou dia e noite, sem descanso, até que no fim apresentou um formoso tapete cujo bordado representava os deuses e mostrava com detalhes suas infidelidades, seus namoricos e seus abusos com as mulheres e as filhas dos mortais. A deusa Atena ficou furiosa, rasgou com sua lança o tapete que acabara de bordar Aracne e golpeou a jovem na cabeça. Então, Aracne se assustou, fugiu apavorada e, muito confusa, tentou tirar sua vida. Mas, a deusa Atena impediu que a jovem se enforcasse e não a deixou morrer, salvou sua vida, porém, em castigo pela sua soberba, a transformou em aranha para que, daí em diante, passasse todo o tempo tecendo e suspensa de uma teia de aranha.
O relato de Aracne, cujo nome significa aranha, e Atena foi recolhido e narrado com detalhes por Ovídio na sua obra As Metamorfoses, e inspirou a muitos artistas de todos os tempos. Por exemplo, o motivo do quadro As Hilanderas de Velasquez, exposto no Museu do Prado, guarda relação com o mito de Aracne.
1. Um Infeliz Dia
O mito original e mais antigo narra que a deusa Atena nasceu no território dos pelasgos, os ancestrais dos gregos clássicos que se estabeleceram no Peloponeso, já que as ninfas dos montes a encontraram abandonada na margem do lago das montanhas da Arcádia e a cobriram e vestiram com suas samarras de pele de carneiro. Atena foi criada pelas ninfas e viveu uma infância feliz até que, num infeliz dia, quando já se havia convertido numa deusa guerreira, matou involuntariamente uma jovem chamada Palas, que noutros tempos tinha sido uma das mais queridas companheiras de jogo. Doída por semelhante ação, para lembrar e honrar a sua amiga e companheira, e a fim de que sua memória perdurasse, a deusa Atena deu o nome a si mesma de Palas, de maneira que, daí em diante, se chamaria Palas Atena.
Mesmo assim, para que a memória de sua infortunada amiga perdurasse através dos séculos, e as pessoas de todas as condições tivessem presente o lutuoso sucesso, e as gerações vindouras não se esquecessem dos feitos acontecidos nos tempos pretéritos, a deusa Atena encarregou ao mais afamado dos escultores da Argólida que realizasse um torso com o formoso busto de Palas; uma vez feito, a estátua foi colocada num lugar de destaque da cidade de Atenas, de maneira que todos os cidadãos puderam admirá-la.
Quando o artista acabou sua grandiosa obra, todos os presentes puderam admirar a beleza da jovem Palas. Seu olhar sereno, seu formoso rosto, seus peitos cobertos com a couraça da égide e o acréscimo de algumas de suas prerrogativas ao conjunto escultórico, como a roca e o fuso, converteram sua figura no talismã ou amuleto da cidade. 
2. A Égide Mágica
Outra versão do mito assinala que Atena e Palas foram criadas como irmãs desde a infância, e que sentiam ciúmes uma da outra que, quando chegaram a idade adulta, não podendo evitar suas desavenças, se enfrentaram num duelo mortal. Contrariamente ao esperado, foi Palas quem feriu gravemente a Deusa Atena,mas, quando ia acertar o golpe definitivo, o deus Zeus deteve seu braço e cobriu o debilitado e ferido corpo de Atena com a égide mágica, o escudo de pele de cabra do qual sobressaía a cabeça de uma serpente que impedia que ninguém se aproximasse nem pudesse tocar o corpo da deusa. Este episódio confirma que, tal como narra o mito clássico, Atena era filha do deus-Rei do Olimpo, quer dizer, o Poderoso Zeus.
Assim pois, achando-se Metis, a primeira esposa de Zeus, grávida e quase dando a luz à deusa Atena, aconteceu que o Poderoso deus do Olimpo recebeu a visita de outros deuses, também poderosos, entre os quais se encontravam Gea, a Terra, e Urano, o Céu, os filhos do velho Caos, cujas vidas começaram naquele universo onde só existia o vazio e tudo estava misturado e a ponto de explodir. Gea, a Terra, e Urano, o Céu, informaram a Zeus que caso tivesse descendência, nasceria com o tempo um filho varão que o destronaria. Ao ouvir tais palavras, Zeus saiu à procura de sua esposa e, por adulação e enganos, conseguiu que Metis repousasse sem temor no interior de seu ventre.
O relato do mito explica que Zeus tragou sua esposa Metis e, como estava grávida, imediatamente surgiu a deusa Atena da cabeça do Rei do Olimpo, já que o ferreiro Vulcano, o deus do fogo Hefesto, por conselho de Hermes, o deus Mercúrio, abriu com uma machadada a cabeça de Zeus... E assim nasceu Atena, a deusa dos olhos vivos e brilhantes, a deusa que levava consigo o casco protetor, a deusa das artes e das ciências, a deusa protetora da cidade de Atenas, a deusa que tinha por atributo a coruja, o animal que simboliza a inteligência, a sabedoria, a moderação, a sensatez e a prudência...
Os autores dos mitos clássicos deixaram escrito que a sabedoria dos homens consiste em conhecer e saber as coisas, os sucessos que ocorrem e amoldar-se às circunstâncias, pois em tudo ajuda a deusa Atena. Por outro lado, o mito cretense assinala que, no princípio dos tempos, quando Zeus começou a governar o mundo, juntou as nuvens com os oceanos para que Atena nascesse das águas e fosse tida como uma divindade eterna e universal.
Segundo as explicações de Platão, destacado pensador e filósofo grego, Atena era uma divindade universal, que protegia diretamente os homens e as mulheres da antiguidade sem necessidade de mediadores ou sacerdotes que realizassem oferendas, já que seu culto estava dirigido unicamente para sacerdotisas que recusavam todo contato com homens, e inclusive, tal qual belicosas amazonas, guerreavam contra eles.
3. Amor de Hefesto
Ainda que as narrações mitológicas sempre falem da virginal Atena, o certo é que houve na sua vida episódios amorosos, como aquele em que se descreve sua relação com o deus dos mares, em ocasiões seu inimigo, mas também seu amante. Mesmo assim em alguns textos clássicos se menciona a relação passageira de Atena com Bóreas, o vento do norte que, convertido em doce brisa, conseguiu acariciar com seus sopros suaves o corpo da deusa. Mas, a única paixão amorosa digna de ser narrada teve como protagonista Vulcano, que se apaixonou perdidamente pela deusa Atena e a perseguia por todas as partes.
O relato do mito clássico narra que o coração de Vulcano, o deus do fogo, o divino ferreiro Hefesto dos gregos, tinha uma chama maior da que possuía o forno da sua frágua, já que ardia em desejos pela deusa Atena. Mas, mesmo que a deidade de olhos brilhantes, a divinal Atena, nunca acedesse às pretensões de Vulcano, o certo é que, segundo se narra no relato do mito, ambos jazeram e tiveram um filho ao qual chamaram Erictonio, e ao qual sua mãe ensinou a arte de trazer a vida aos mortos, o que se conseguia com o sangue de uma gorgona Medusa, pelo que se lhe associava com a regeneração, as mudanças e mutações. 
O mito também narra que Atena entregou a Esculápio, deus da saúde e da medicina, o sangue da gorgona Medusa, e ensinou os métodos para curar os doentes e lhe revelou os segredos dos rituais que as sacerdotisas praticavam nos templos para afastar as enfermidades e a morte da vida dos cidadãos atenienses.
4. Representação
A estátua da deusa Atena, conhecida com o nome de Atena Giustiniani, conserva os rasgos característicos das figuras clássicas, os quais pode-se apreciar nos traços serenos de seu rosto e no detalhe das pregas da sua túnica. É executada em mármore e é considerada uma réplica de um antigo modelo clássico de bronze que dataria do século quinto, antes da nossa era. As representações de Atena dotada com lança, casco e escudo são bastante frequentes. E, entre as estátuas mais célebres e valiosas, merece menção a chamada Atena Parteno, baseada numa das obras do grande escultor clássico Fídias, que viveu no século quinto, antes de nossa era. 
No conjunto escultórico original que Fídias cinzelou em Acrópolis para o famoso templo do Panteão, aparecia a deusa Atena com seu longo manto, sob o qual levava a túnica de pele de cabra, ou de serpente, dotada com os atributos mais usuais, o casco e a égide. Na palma de sua mão esquerda destacava-se uma estatueta da Vitória, enquanto que a direita sustinha uma lança. Nas laterais da imagem da deusa apareciam dois animais fabulosos, dos míticos e fabulosos grifos que simbolizam a necessidade de vigiar e estar alerta. A imagem da deusa Atena media quase doze metros de altura e seus olhos eram duas pedras preciosas, enquanto que seu corpo estava forrado de ouro e marfim. 
Também são freqüentes os relevos, com a imagem da deusa em atitude tranqüila e aprazível, dos quais o intitulado Atena Pensativa é o mais conhecido e famoso. Encontra-se numa esteira aproximadamente do século quinto, antes da nossa era, e nela aparece a deusa de pé, com a mão direita numa jarra e com a esquerda apoiada numa lança. Outras representações de Atena mostram a deusa com casco, com couraça, em companhia da coruja da inteligência e junto à oliveira da abundância.
Tais motivos aparecem na imagem alegórica do artista Cartari quem, no século dezesseis, desenhou a deusa Atena coberta com uma capa que chegava até aos pés e vestida com roupas similares aos uniformes dos guerreiros. Sua cabeça aparece protegida por um casco, com a mão direita sujeita a égide, em cujo centro destaca-se a cabeça da gorgona Medusa, e na mão esquerda, que está levantada, repousa a coruja da inteligência. Em primeiro plano se ergue altiva a figura da deusa com os pés desnudos, apoiados numa enorme rocha recortada, enquanto que sua cabeça quase roça as espessas nuvens. No fundo hã uma paisagem com o mar, um barco, uma edificação com um tipo de torre ou atalaia e, mais ao fundo, uma cadeia de montanhas e vales. Nos pórticos, fachadas e frontões dos templos mais célebres, como no Panteão, também se gravavam cenas com a imagem da deusa Atena e diversos fatos relacionados com seu nascimento, assim como suas desavenças com Netuno, deus das águas. 
Outra das esculturas mais célebres é a chamada Atena Promacos, cuja colossal figura, que representa a divinal Atena, media perto de vinte metros de altura e foi executada com ingentes quantidades de metal e bronze fundidos, produtos dos saques e o roubo após os vencedores terem ganho as batalhas. Pintores e artistas de todos os tempos hão considerado a deusa Atena como o símbolo da inteligência e da sabedoria. Mostra disto é o quadro de Mantegna, no Museu do Louvre, intitulado O triunfo da Virtude, onde se vê a deusa expulsando os vícios para fora do jardim da Virtude.

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