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O MÉDICO VETERINÁRIO E A MEDICINA VETERINÁRIA LEGAL Conceito de medicina legal Conjunto de conhecimentos médicos e biológicos que se prestam, na esfera jurídica, para o esclarecimento de problemas judiciais que carecem destes objetos para suas elucidações Sinonímia Medicina jurídica ou dos tribunais Medicina da lei ou criminal Biologia criminal/legal/forense Medicina pericial Antropologia jurídica Medicina veterinária legal É a aplicação dos conhecimentos médicos veterinários aos problemas judicias Arte de pôr os conceitos médicos veterinários a serviço da administração da justiça A aplicação dos conhecimentos médicos veterinários na elaboração e execução das leis que delas carecem É o conjunto de conhecimento médicos veterinários, destinados a servir ao direito e cooperando na elaboração, auxiliando na interpretação e colaborando na execução dos dispositivos legais no seu campo de ação de medicina veterinária aplicada Lei nº 5517 de 23 de outubro de 1968 Art. 5. É da competência privativa do médico veterinário o exercício das seguintes atividades e funções: A peritagem sobre animais, identificação, defeitos, vícios, sanidade, doenças, acidentes, e exames técnicos em questões judicias As perícias, os exames e as pesquisas reveladoras de fraudes ou operação dolosa nos animais inscritos nas competições desportivas ou nas exposições pecuárias Art. 6. Constitui, ainda, competência do médico veterinário o exercício de atividades ou funções públicas e particulares, relacionadas com: A avaliação e peritagem relativas aos animais para fins administrativos de credito e de sangue Os exames periciais tecnológicos e sanitários dos subprodutos da indústria animal Resolução nº 722 de 16 de agosto de 2002 ¨código de ética do médico veterinário¨ Capítulo Xll – das relações com a justiça Art. 28. O médico veterinário na função de perito deve guardar segredo profissional, sendo-lhe vedado: Deixar de atuar com absoluta isenção, quando designado para servir como perito ou auditor, assim como ultrapassar os limites das suas atribuições Ser perito de cliente, familiar ou de qualquer pessoa cujas relações influem em seu trabalho Intervir, quando em função de auditor ou perito, nos atos profissionais de outro médico veterinário, ou fazer qualquer apreciação em presença do interessado, devendo restringir suas observações ao relatório Peritos veterinários e atuação profissionalPERÍCIAS CRIMINAIS Remuneração estimada (2017) Perito criminal federal – 22.102,37 Perito da polícia cientifica estadual – 9,501,98 PERÍCIAS MILITARES Atividade de CSI no exército brasileiro – perícia e investigação criminal ESIE PERÍCIAS JUDICIAIS Remuneração estimada (2017) Perito judicial – de acordo com a complexidade da perícia Perito da polícia federal – concurso publico Perito da polícia cientifica no ic (estadual) – concurso publico Perito legista (IML) Perito judicial (oficial ou nomeado/louvado) Perito administrativo (fins de credito e de seguro) Perito militar (requisito: ser tenente de carreira da arma de infantaria) Comprovação de especialização quanto ao objeto da perícia O perito a ser escolhido pelo juiz deve ser, necessariamente, um expert no tema objeto de elucidação técnica ou cientifica Após nomeado, o expert deverá, em 5 dias, apresentar seu currículo com comprovação de especialização quanto ao objeto da perícia (art. 465,2º, ll, CPC), devendo ser substituído se ¨faltar-lhe conhecimento técnico ou cientifico¨ (art. 468, l, CPC) Lei nº 13.105 de 16 de março de 2015 ¨NOVO CPC¨ Art. 156. O juiz será assistido por perito quando a prova do fato depender de conhecimento técnico ou cientifico Para formação do cadastro, os tribunais devem realizar consulta pública para a indicação de profissionais ou de órgãos técnicos interessados Os tribunais realizarão avaliações e reavaliações periódicas para manutenção do cadastro, considerando a formação profissional, a atualização de conhecimentos e a experiência dos peritos interessados O novo CPC expande a possibilidade de o juiz também ser assistido por ¨orgaos técnicos ou científicos¨, não estando limitado apenas a pessoas físicas na condição de ¨profissionais de nível universitário¨, tal como dispunha o código revogado Art. 158. O perito que, por dolo ou culpa, prestar informações inverpidicas responderá pelos prejuízos que causar à parte e ficará inabilitado para atuar em outras perícias no prazo de 2~5 anos, independentemente das demais sanções previstas em lei, devendo o juiz comunicar o fato ao respectivo órgão de classe para adoção das medidas que entender cabíveis SISCAD – CFMV No sistema de cadastro de profissionais e empresas (SISCAD Web), médicos veterinários, zootecnistas e empresas registrados no sistema CFMV/CRMVs podem consultar débitos, emitir certidões negativas e boletos ainda não vencidos SOBRE O CRIME Entende-se por ¨crime¨ toda ação ou omissão ilícita, culpável e triplificada na norma penal como tal A existência de um crime pressupõe 3 elementos: Vítima Criminoso Local do crime Toda infração criminal que deixa vestígios deve ser periciada: se deixar vestígio é indispensável (humano ou animal) exame de corpo delito (no IML), direto ou indireto não podendo supri-lo a confissão da acusação – deve ser feito mesmo se a pessoa assumir sendo culpado Instituto de criminalistas – pode ser direto (no corpo) ou indireto (fotos) LOCAL DO CRIME – No local dos fatos, nos instrumentos, nas peças ou nas vítimas (vivas ou mortas) Tem que ter a presença de um policial no local O local do crime pode ser subdiluido Corpo de delito – objeto quebrado, machucado ou morto Vestígios – sempre tem casos que ficam em volta Corpo de delito – CD Material relacionado ao crime e que é possível fazer um exame pericial – pode ser um corpo animal ou objeto Corpo de delito DIRETO – análise ¨in loco¨ dos vestígios Corpo de delito INDIRETO – fotos, filmes, relatos testemunhal e a partir de emitir um laudo Como adentrar na cena do crime Não pode entrar direto e pisar nas evidencias 1ª cenas fotografar o cenário geral e colocar números – isolar a cena do crime 2º pensar em hipóteses e examinar 3º andar em círculos e vai pegando o material, analisa o teto (ex: exame sangue pelo que está no teto) Definições – Vestígio/Indício/Evidencia VESTÍGIOS – em quanto há suspeita!! Qualquer marca, objeto, local sensível que possa ter relação com o fato investigado Assim, sua existência pressupõe haver um agente que o causou ou contribuiu para tanto INDÍCIO É a circunstância conhecida e provocada, que tendo relação com o fato, autoriza por indução concluir-se a existência de outra ou outras circunstancias EVIDÊNCIA É a qualidade daquilo que é evidente, que é incontestável, que todos veem ou podem ver e verificar, certeza manifesta O vestígio encaminha, o indício aponta, a evidencia prova O vestígio pode ser: Verdadeiro / Ilusório / Forjado Verdadeiro: são produzidas diretamente pelos infratores Ilusório: elemento ali acrescentado aleatoriamente que não está diretamente vinculada as ações dos autores, desde que não tenha ocorrido de forma intencional Forjado: todo elemento encontrado na cena do crime quando qualquer pessoa teve a intenção de induzi-lo, visando modificar a cena original do crime Tipos de vestígios Orgânicos ou biológicos: sangue, saliva, pelos, unhas, larvas, plantas Inorgânicos: poeiras, solos, tintas, explosivos Morfológicos: vestígios de pegadas, rastros, marcas de objetos A idoneidade do vestígio A idoneidade do vestígio só pode ser garantida se iniciada pela manutenção intacta do local do crime, por meio de supervisão policial, seguida de ações diretas pelos peritos bem como do encaminhamento de documentos dos vestígios aos laboratórios de imagem O registro e a identificação são essenciais para o adequado encaminhamento, o que permite a realização da cadeia de custódia – se assemelha ao rastreamento de prova,que prova que o material que chegou ao perito é verdade A idoneidade é assegurada pela manutenção da cadeia de custodia dos vestígios coletados Fazer a coleta duplicada, 2 frascos com etiqueta e depois que coletar todos assinam 1 vai para perícia e tribunal e o 2º fica para conter prova Tanatologia Forense Cuida dos problemas relacionados com a morte naquilo que possa interessar ao DIREITO, estabelecendo o vínculo entre o FATO BIOLÓGICO e suas CONSEQUÊNCIAS JURÍDICAS A tanatologia procura estabelecer: A identificação do cadáver O mecanismo da morte A causa da morte O diagnóstico diferencial médico-legal (acidente, morte intencional, ou morte de causa natural) Importância jurídica da morte – é preciso fixar uma data Assim, no animal, sua morte faz, do ponto de vista do DIREITO CIVIL parecer ¨a coisa de direito¨ visto o animal ser considerado um BEM JURÍDICO – tem que ver para quem vai o dinheiro (documentos) quem reclamar A morte de um animal, se criminosa, implica em crime ambiental devendo a materialidade e a autoria ser conhecidas, para a imputação das devidas penas legais Maus tratos é um crime ambiental – a lei garante esse crime Os animais são do estado Cronotanotognose – conhecimento do tempo transcorrido do momento até o êxito letal É o capítulo da Tanatologia que estuda os meios de determinação do tempo transcorrido entre a morte e o exame necroscópico A cronologia das lesões – pode ser verificada nas seguintes etapas: Lesões produzidas bem antes da morte Lesões produzidas imediatamente antes da morte Lesões produzidas logo após a morte Lesões produzidas certo tempo depois da morte Fenômeno de sobrevivência residual Córnea – vitalidade de até 6 horas Musculatura – excitabilidade elétrica até 6 horas Epitélio respiratório – pode se movimentar até 13 horas após a morte Espermatozoide – pode se movimentar até 36 horas após a morte Glândulas sudoríparas – excitabilidade elétrica até 30 horas Fenômenos post-mortem – Abióticos/Transformativos ABIÓTICOS (ou vitais negativos) que podem ser: Imediatos Perda da consciência, Perda da sensibilidade, Perda da mobilidade e tono muscular, Cessação da respiração, Cessação da circulação, Cessação Consecutivos Desidratação cadavérica – ressecamento das mucosas e globos oculares e a pele fica com aspecto de pergaminho Algor mortis (resfriamento cadavérico, temperatura) O tempo de perda da temperatura depende dos níveis de temperatura ao redor, os níveis de umidade, circulação de ar e gordura no corpo, desta forma quanto mais precocemente for esta verificação, menos variáveis afetarão Livor mortis (o sangue vai descendo em direção a partes mais baixa) Surgem cerca de 30 minutos após o óbito e se tornam evidentes em 2~3 horas Para circulação, a gravidade e a permeabilidade A localização do acúmulo de sangue indica a posição do corpo no momento de formação do agrupamento de sangue onde encosta no chão (branco) e sangue ao redor Rigor mortis Pode iniciar de 30 minutos a 3 horas após a morte, por falta de sangue, falta de oxigênio, devido a glicólise anaeróbica, permeabilidade de membranas Primeiro endurece e depois amolece Morte Até 3 horas 3~8 horas 8~36 horas Mais que 36 horas Mole Quente com rigor Fica flácido de novo e frio Volta a endurecer Destrutivos Autólise – destruição enzimática Putrefação – decomposição fermentativa por ação de macrófagos Maceração – ocorre com o cadáver imerso em liquido CONSERVADORES – morre mas continua com o mesmo formato Mumificação Saponificação Calcificação Corificação Congelação Mumificação Rápida desidratação natural ou artificial Ocorre em meio quente, arejado e seco quando o cadáver é ressecado naturalmente ou pelo embalsamento Os tecidos ficam com aspecto de couro curtido Saponificação A saponificação é um processo transformativo conservador do cadáver que ocorre de forma espontânea; tem relevante importância médico-legal porque permite realizar uma série de exames algum tempo depois da morte O processo inicia-se após a sexta semana depois da morte, em meio onde haja água estagnada e pouco corrente, e solo argiloso, úmido e de difícil acesso ao ar atmosférico Também está sujeito a fatores como idade, sexo, obesidade e doenças que originam degeneração de gordura O cadáver saponificado apresenta consistência untuosa, mole e quebradiça, de tonalidade amarelo-escura, que dão aparência de cera ou sabão Além disso, exala odor de queijo rançoso Calcificação Formam os lipídeos Corificação Mumificação rara de cadáveres em urnas metálicas fechadas Desidratação tegumentar com aspecto de couro submetido a tratamento industrial. Congelação Cadáveres conservados quase indefinido a temperaturas menores que -40ºC
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