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104 Morcegos do Brasil da espécie seja composta principalmente por fru- tos e, ocasionalmente, insetos. GRAHAM (1987) capturou fêmeas pre- nhes de R. fischerae entre junho e julho na Amazô- nia peruana. BERNARD et al. (2001) e BERNARD & FENTON (2002) obtiveram uma boa taxa de cap- tura da espécie na Amazônia Central, relatando uma maior freqüência de captura em fragmentos florestais e uma freqüência menor em áreas de savana e de floresta contínua primária. O estado de conservação atual para R. fischerae é de baixo risco, mas a espécie está próxima (nt) de ser considerada vulnerável (IUCN, 2006). Rhinophylla pumilio Peters, 1865 Há registros da espécie para os seguintes países: Brasil, Colômbia, Equador, Guianas, Peru, Suriname e Venezuela (SIMMONS, 2005). A lo- calidade tipo da espécie encontra-se no Estado da Bahia, Brasil (SIMMONS, 2005). No Brasil, R. pumilio foi capturada nos seguintes estados: AC, AM, PA, BA, ES, MT, RO e RR (PERACCHI et al., 2006). A descrição de R. pumilio foi baseada em HUSSON (1978) e SIMMONS & VOSS (1998), sendo: comprimento cabeça-corpo de 41,0 a 54,0 mm, medida do antebraço variando de 33,0 a 36,0 mm, folha nasal bem de- senvolvida (comprimento duas vezes mai- or que a largura) e lanceolada, membrana interfemural estendendo-se até o meio da tíbia, sem pêlos conspícuos, calcâneo me- dindo aproximadamente 5 mm, sem cau- da, pêlos dorsais de coloração marrom, com a base esbranquiçada, pêlos ventrais de co- loração marrom acinzentada, com a base esbranquiçada, coloração negra das asas contrastando fortemente com os metacarpos e falanges esbranquiçadas. Os exemplares examinados por SIMMONS & VOSS (1998) apresentaram peso corporal variando de 7,0 a 13,5g. Rhinophylla pumilio foi classificado por di- versos autores como frugívoro (REIS & PERACCHI, 1987; WILSON et al., 1996; BURTON & ENGSTROM, 2001; BERNARD, 2002; FARIA, 2006). WILSON et al. (1996), BERNARD (2002) e FARIA (2006) relataram que esta espé- cie é bastante comum em formações florestais al- teradas, sendo que WILSON et al. (1996) propu- seram a utilização de R. pumilio, junto com os ou- tros taxa da subfamília Carolliinae, como bioindicadores de áreas degradadas. Segundo BERNARD (2002) e FARIA (2006), esta elevada densidade em áreas de floresta secundária pode estar associada à maior disponibilidade de alimen- to, visto que R. pumilio ingere preferencialmente frutos de espécies vegetais pioneiras, tais como Vismia spp. (Clusiaceae), Piper spp. (Piperaceae), Solanum spp. (Solanaceae), Miconia spp. (Melastomataceae) e Cecropia spp (Cecropiaceae). A dieta parece influenciar a distribuição vertical da espécie, visto que a vegetação pioneira normalmente possui porte arbustivo. Analisando a ocupação espacial, BURTON & ENGSTROM Rhinophylla sp. (Foto: Luciano F.A. Montag)
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