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HIDROLOGIA E SISTEMAS DE DRENAGEM ENGENHARIA CIVIL 8º PERÍODO Prof.ª. ANA LÚCIA MAIA INFILTRAÇÃO EVAPOTRANSPIRAÇÃO Passagem da água através da superfície do solo, ocupando os poros (volume de vazios) existentes no solo. Importante para: crescimento da vegetação abastecimento dos aquíferos (mantém vazão dos rios durante as estiagens) reduzir escoamento superficial, cheias, erosão INFILTRAÇÃO Processos difíceis de quantificar Estimativas por equações empíricas ajustadas para reproduzir dados medidos no campo. INFILTRAÇÃO É um fenômeno que depende: – Da água disponível para infiltrar – Da natureza do solo – Do estado da superfície – Das quantidades de água e ar, inicialmente presentes no solo Enquanto há aporte de água, o perfil de umidade tende à saturação em toda a profundidade, sendo a superfície, naturalmente, o primeiro nível a saturar. Quando o aporte de água à superfície cessa (isto é, deixa de haver infiltração), a umidade no interior do solo se redistribui, evoluindo para um perfil de umidade inverso, com menores teores de umidade próximo à superfície e maiores nas camadas mais profundas. PERFIL DE UMIDADE PERFIL DE UMIDADE A infiltração da água no solo pode ser considerada como sendo a sequência das três seguintes fases: FASE DE INTERCÂMBIO: Corresponde à entrada da água pela superfície; FASE DE DESCIDA: É o deslocamento vertical da água através do perfil do solo até encontrar o extrato impemeável; FASE DE CIRCULAÇÃO: A relação da capacidade de armazenamento da água no solo, formação dos lençóis subterrâneos. INFILTRAÇÃO CAPACIDADE DE INFILTRAÇÃO Capacidade de infiltração é a quantidade máxima de água que um solo em determinadas condições pode absorver. Ela varia no decorrer da chuva. Se uma precipitação atinge o solo com a uma intensidade menor que a capacidade de infiltração toda a água penetra no solo, provocando uma progressiva diminuição da própria capacidade de infiltração, já que o solo está se umedecendo. FATORES QUE INTERFEREM NA INFILTRAÇÃO 1-Textura do solo: Porosidade, densidade e compactação. maior quantidade de poros grandes: maior infiltração maior compactação: menor a infiltração 2- Cobertura vegetal: Um solo coberto por vegetação é mais permeável do que um solo desmatado. 3- Declividade do terreno: em declividades acentuadas a água corre mais rapidamente, diminuindo o tempo de infiltração. 5- Umidade do Solo: Em um solo mais úmido a infiltração é menor do que um solo mais seco. 6- Temperatura do solo: Escoamento no solo é laminar (tranquilo) em função da viscosidade da água. Quanto maior a temperatura maior a infiltração de água no solo. FATORES QUE INTERFEREM NA INFILTRAÇÃO 4- Tipo de chuva: Chuvas intensas saturam rapidamente o solo, ao passo que chuvas finas e demoradas têm mais tempo para se infiltrarem. O método mais conhecido para o cálculo da infiltração é o método de Horton apresentado em 1939. Intuitivamente pode-se dizer que a infiltração geralmente é maior no início e decai ao longo do processo até atingir um patamar constante. Horton formulou tal hipótese através de uma relação exponencial válida quando o potencial de vazão de infiltração é maior ou igual a precipitação. A relação proposta por Horton é a seguinte: CÁLCULO DA INFILTRAÇÃO f = taxa de infiltração (mm/hora) fc = taxa de infiltração em condição de saturação (mm/hora) fo = taxa de infiltração inicial (mm/hora) t = tempo (minutos) = parâmetro que deve ser determinado a partir de medições no campo – constante de Horton (1/minuto) tefcfofcf EQUAÇÃO DE HORTON A. Anéis concêntricos MEDIÇÃO DA CAPACIDADE DE INFILTRAÇÃO (em campo) diâmetro entre 20 e 90 cm MEDIÇÃO DA CAPACIDADE DE INFILTRAÇÃO A água é colocada, ao mesmo tempo nos dois anéis e, com uma régua graduada, faz-se a leitura da lâmina d’água no cilindro interno ou anota-se o volume de água colocado no anel, com intervalos de tempo pré-determinados. A diferença de leitura entre dois intervalos de tempo, representa a infiltração vertical neste período. A finalidade do anel externo é evitar que a água do anel interno infiltre lateralmente, mascarando o resultado do teste. A altura da lâmina d’água nos dois anéis deve ser de 15 cm, permitindo-se uma variação máxima de 2 cm. No início do teste, essa altura pode influenciar nos resultados, entretanto, com o decorrer do tempo, ela passa a não ter efeito. O teste termina quando a taxa de infiltração permanecer constante. Na prática, considera- se que isto ocorre quando a taxa de infiltração varia menos que 10% no período de 1 (uma) hora. Neste momento, considera-se que o solo atingiu a chamada taxa de infiltração estável. Aconselha-se que seja feito um teste para cada 0,7km2 ou seja 1 teste para cada 70ha Parâmetros de Horton para diferentes tipos de solos ff = fc B. Simuladores de Chuva MEDIÇÃO DA CAPACIDADE DE INFILTRAÇÃO Os infiltrômetros chamados de simuladores de chuva, são aparelhos nos quais a água é aplicada por aspersão, com intensidade de chuva maior que a capacidade de infiltração. As áreas são circundadas por canaletas que recolhem a água do escoamento superficial. A taxa de infiltração é obtida pela diferença entre a intensidade de precipitação e a taxa de escoamento resultante. Infiltrômetro de aspersão rotativo – simulador de chuva simulador de chuva C. Balanço Hídrico MEDIÇÃO DA CAPACIDADE DE INFILTRAÇÃO Outra forma de se conhecer a capacidade de infiltração média na área de uma bacia hidrográfica, é utilizando -se a equação do balanço hídrico. Se forem conhecidos a precipitação e o escoamento superficial e a evapotranspiração, poder-se-á calcular, por diferença, a infiltração. ETIESP t V V/t = variação de volume de água armazenada no solo por tempo; P = precipitação; ES = escoamento superficial (ou vazão); I = infiltração; ET = evapotranspiração CONCEITO GERAL Ocorre quando o estado da água é transformado de líquido para gasoso devido à energia solar EVAPOTRANSPIRAÇÃO Evaporação (E) – Processo pelo qual se transfere água do solo e das massas líquidas para a atmosfera. Transpiração (T) – Processo biofísico pelo qual a água que passou pela planta, fazendo parte de seu metabolismo, é transferida para a atmosfera preferencialmente pelos estômatos e finalmente indo para a atmosfera. EVAPOTRANSPIRAÇÃO Evapotranspiração (ET) Processo simultâneo de transferência de água para a atmosfera através da evaporação (E) e da transpiração (T). TEET Potencial (ETP) Real (ETR) EVAPOTRANSPIRAÇÃO ETP Quantidade de água transferida para a atmosfera por evaporação e transpiração, em uma unidade de tempo, de uma superfície extensa, completamente coberta de vegetação de porte baixo e bem suprida de água (Penman,1956) ETR Quantidade de água transferida para a atmosfera por evaporação e transpiração, nas condições reais (existentes) de fatores atmosféricos e umidade do solo. A ETR é igual ou menor que a ETP FATORES QUE INTERFEREM • Temperatura do ar: Quanto maior a temperatura, maior a pressão de saturação do vapor de água no ar, isto é, maior a capacidade do ar de receber vapor. Para cada 10oC, P0 é duplicada Umidade relativa medida do conteúdo de vapor de água do ar em relação ao conteúdo de vapor que o ar teria se estivesse saturado sw w 100UR UR é a umidade relativa; w é a massa de vapor por massa de ar e ws é a massa de vapor por massa de ar no ponto de saturação. % em Ar com umidade relativa de 100% estásaturado de vapor, e ar com umidade relativa de 0% está completamente isento de vapor UMIDADE DO AR Classificação dos estados de criticidade: Entre 21 e 30% - Estado de Atenção Entre 12 e 20% - Estado de Alerta Abaixo de 12% - Estado de Emergência UMIDADE DO AR Em um deserto a umidade relativa do ar pode chegar a 15%, sendo que a média mundial ideal é de 60% (Organização Mundial de Saúde - OMS) VENTO • O vento renova o ar em contato com a superfície que está evaporando (superfície da água; superfície do solo; superfície da folha da planta). • Com vento forte a turbulência do ar é maior trazendo para perto da superfície evaporante o ar das regiões mais altas da atmosfera. • O vento retira a umidade, aumentando a taxa de evaporação Vento remove ar úmido da superfície onde ocorre ET menos umidade mais ET Umidade do solo uma das variáveis mais importantes na evapotranspiração Solo úmido plantas transpiram livremente taxa de transpiração controlada pelas variáveis atmosféricas Solo começa a secar fluxo de transpiração começa a diminuir Condições ideais de umidade do solo ETP Condições reais de umidade do solo ETR SOLO E VEGETAÇÃO MEDIDA DA EVAPORAÇÃO - TANQUE CLASSE A • Equipamento mais usado forma circular com um diâmetro de 121,9 cm e profundidade de 25,4 cm • Construído em aço ou ferro galvanizado • Pintado na cor alumínio • Instalado numa plataforma de madeira a 15 cm da superfície do solo • permanecer com água variando entre 5,0 e 7,5 cm da borda superior. Tanque "Classe A" – US Weather Bureau O fator que relaciona a evaporação de um reservatório e do tanque classe A oscila entre 0,6 e 0,8, sendo 0,7 o valor mais utilizado • manutenção da água entre as profundidades recomendadas evita erros de até 15% • a água deve ser renovada turbidez evita erros de até 5% • A leitura do nível d’água no tanque é sempre feita pela manhã, em intervalos de 24 horas; TANQUE CLASSE A A lâmina d’água evaporada do tanque entre duas observações consecutivas pode ser obtida pela seguinte expressão: Ev = L1 − L2 + P − H Onde: Ev = evaporação no intervalo transcorrido entre as leituras L1 e L2, (24 horas); L1 = leitura inicial do nível d’água; L2 = leitura final do nível d’água; P = precipitação ocorrida no intervalo de tempo entre as leituras L1 e L2 e H = altura de lâmina d’água transbordada, quando da ocorrência de grandes chuvas (geralmente desconhecida e, portanto, a leitura é perdida) e a equação é: Ev = L1 − L2 + P MEDIDA DA EVAPOTRANSPIRAÇÃO Método de Thornthwaite a I T10 16ET Estimar evapotranspiração potencial mensal T = temperatura média do mês (oC) a = parâmetro que depende de um índice de temperatura regional I = índice de temperatura, correspondente à soma de 12 índices mensais 12 1j 1,514 j 5 T I j = cada um dos 12 meses do ano Tj = temperatura média de cada um dos 12 meses 0,49239I101,792I107,71I106,75a 22537 APLICAÇÃO 1) As leituras de um TCA foram 45,42 mm no dia 21 de junho e 50,65 mm no dia seguinte. Sabendo-se que a precipitação total no período foi 10,23 mm, calcule a lâmina evaporada Ev, para o período. 2) Calcule a evapotranspiração potencial mensal para o mês de setembro de 2006, em Porto Alegre onde as temperaturas médias mensais são dadas na tabela abaixo. 1º passo: Obter I 2º passo: Obter a 3º aplicar a fórmula de ET REFERÊNCIAS Vilela, S. Marcondes e Mattos, A. – Hidrologia Aplicada - SP – McGraw-Hill do Brasil, 1975; Notas de aula hidrologia UFOP – Prof. Antenor Barbosa. Tucci. C.E.M, et all. Drenagem Urbana, ABRH, 1995
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