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Disciplina: Empreendedorismo Educacional Autores: M.e Adriano Standler Revisão de Conteúdo: Esp. Marcelo Alvino da Silva Revisão Ortográfica: Jacqueline Morissugui Cardoso Ano: 2015 PALAVRA DA INSTITUIÇÃO Caro(a) aluno(a), Seja bem-vindo(a) à Faculdade São Braz! Nossa faculdade está localizada em Curitiba, na Rua Claudio Chatagnier, nº 112, no Bairro Bacacheri, criada e credenciada pela Portaria nº 299 de 27 de dezembro 2012, oferece cursos de Graduação, Pós-Graduação e Extensão Universitária. A Faculdade assume o compromisso com seus alunos, professores e comunidade de estar sempre sintonizada no objetivo de participar do desenvolvimento do País e de formar não somente bons profissionais, mas também brasileiros conscientes de sua cidadania. Nossos cursos são desenvolvidos por uma equipe multidisciplinar comprometida com a qualidade do conteúdo oferecido, assim como com as ferramentas de aprendizagem: interatividades pedagógicas, avaliações, plantão de dúvidas via telefone, atendimento via internet, emprego de redes sociais, e grupos de estudos com alunos e tutores, o que proporciona excelente integração entre professores e estudantes. Bons estudos e conte sempre conosco! Faculdade São Braz APRESENTAÇÃO Esta disciplina tem como objetivo apresentar o tema empreendedorismo, as características do empreendedor e a importância de desenvolver essas características para o sucesso pessoal e da organização. Serão apresentados modelos e formas de empreendedorismo, abordando exemplos e conceitos, realizando um paralelo entre o empregado comum e o empreendedor. O empreendedorismo não acontece somente no ambiente empresarial, ocorre também no ambiente escolar denominado como empreendedorismo educacional e com ele é possível realizar melhorias na instituição escolar (nomeado como Educação Empreendedora), evidenciando quais as maneiras de trabalhar o empreendedorismo na escola e na sala de aula. Aula 1 - A Relação do trabalho para a humanidade e as diferenças culturais Apresentação Aula 1 Esta aula evidenciará a terminologia e as características do empreendedor enfatizando as habilidades empreendedoras e a importância de desenvolvê-las. 1. Entendendo o empreendedorismo 1.1 O que é empreendedorismo? Para Refletir O termo empreendedorismo é sempre cercado de muita curiosidade, afinal o que é ser um empreendedor? Seria aquela pessoa com “poderes especiais” ou aquela que nasceu com um “dom divino” que a torna diferente? A resposta é não, o empreendedor é aquela pessoa que consegue enxergar oportunidades onde outras pessoas não veem, e vão além disso, conseguem empreender e tirar boas ideias do papel e colocá-las em prática. Fonte: http://www.gazetadopovo.com.br/talento-em-pauta/wp- content/uploads/sites/123/2015/02/empreender.jpg Logicamente essas pessoas possuem talentos muito especiais, que as diferenciam da grande maioria, porém não são dons especiais, o empreendedorismo, assim como a liderança é uma habilidade que podemos aprender e aperfeiçoar, por isso a importância de conhecer as principais definições da palavra empreendedor: “O empreendedor é uma pessoa criativa, marcada pela capacidade de estabelecer e atingir objetivos e que mantém um alto nível de consciência do ambiente em que vive usando-a para de detectar oportunidades de negócios”. (FILION, 1998, p. 18) Saiba Mais Complemente seus estudos com a leitura da reportagem publicada na revista Veja e verifique se você possui características necessárias para ser um bom empreendedor. Disponível no acesso: http://veja.abril.com.br/noticia/economia/saiba-o-que-e-preciso- para-ser-um-bom- empreendedor?gclid=CIyezZn9gL0CFTBk7AodoQIAFA Muitas vezes, uma pessoa trabalha durante anos em determinada função, conhece muito bem tecnicamente o seu trabalho, conhece as limitações das empresas e as necessidades do mercado, mas não possui ousadia suficiente para detectar oportunidades e propor soluções para aqueles clientes, dessa forma, perde oportunidades de montar o seu próprio negócio e assim deixar de ser empregado para ser “patrão”. Ainda o mesmo autor nos mostra que: “Um empreendedor que continua a aprender a respeito de possíveis oportunidades de negócios e a tomar decisões moderadamente arriscadas que objetivam a inovação continuará a desempenhar um papel empreendedor”. (FILION, 1998 p. 18). Filion (1998) mostra que pessoas com espírito empreendedor, sempre o serão, seja no trabalho, na vida pessoal, familiar, entre amigos, enfim em todas as ocasiões em que sua visão abrangente e criativa possa atuar. O empreendedorismo acontece à medida em que se aliam competências técnicas, humanas e conceituais. Nesse contexto as organizações são formadas pelos recursos humanos, materiais, tecnológicos e financeiros. Amplie Seus Estudos SUGESTÃO DE LEITURA A leitura do livro Empreendedores Extraordinários do autor John A. Byrne, a obra permitirá conhecer as histórias e conselhos valiosos sobre algumas ideias que transformaram e criaram empreendimentos sustentáveis. Este livro será uma valiosa fonte de inspiração para todos os que desejam criar algo diferente e criativo para o mundo atual. As definições apresentam empreendedores como detentores de altas habilidades, de modo especial ligadas a criatividade, a capacidade de ter ideias e de diagnosticar oportunidades, as quais podem se tornar novos negócios, ou empreender em negócios já existentes (empreendendo projetos como empregado de uma empresa), por meio do que chamamos de “intraempreendedorismo”. Os intraempreendedores são funcionários de organizações, que desenvolvem carreira e tem por função a utilização das mesmas habilidades dos empreendedores de novos negócios, só que fazendo parte do quadro funcional de organizações públicas, empresas privadas ou organizações do terceiro setor, que também podemos chamar de empreendedores sociais. Historicamente se tem dois focos para a questão do empreendedorismo, o foco econômico e o foco comportamental. O foco econômico foi preconizado por Joseph Schumpeter o qual associou o termo à inovação, relatando que empreendedores eram aqueles que utilizavam matérias-primas, métodos de trabalho, emprego de tecnologias e formas de apresentação de produtos e serviços inovadores, em busca de reconhecimento, diferenciação ou liderança nos mercados onde atuam. FOCO ECONÔMICO FOCO COMPORTAMENTAL O empreendedorismo e sua aplicabilidade se dá à medida em que se aplicam no cotidiano pessoal e profissional os conceitos básicos citados Casson (1982), Max Weber (1930) o qual associou o termo à tomada de decisão, indicado por Casson o empreendedorismo com foco comportamental, diz que as habilidades pessoais ligadas às atividades empreendedoras ou intraemprendedoras eram as que caracterizavam um profissional de sucesso. É inegável que ainda hoje perceba-se e associa-se empreendedores àquelas pessoas que têm habilidades incomum, como empreender negócios com poucos recursos e tirar dessas situações resultados muito positivos, até além das próprias expectativas. Saiba Mais Joseph Alois Schumpeter (1883 - 1950) nasceu em Triesch (Áustria), foi economista de maior importância na primeira metade do século XX, representante da Escola Austríaca. Mark Casson (1945) nasceu naInglaterra, é professor de economia na Universidade de Reading e diretor do Centro de Desempenho Institucional. Sua pesquisa abrange o empreendedorismo, negócios internacionais, negócios e história econômica e da economia da cultura. Juntamente com Peter Buckley, ele desenvolveu a teoria da internalização da empresa multinacional, que é amplamente utilizado para analisar a internacionalização das empresas. Ele também desenvolveu a teoria econômica moderna do empreendedorismo através de uma síntese das ideias de Joseph Schumpeter, Friedrich Hayek e Frank Knight. Dessa forma as duas visões históricas podem ser percebidas até hoje, assim aceita-se as duas formas para categorizar os empreendedores, fazendo com que cada um de nós busque melhorar as habilidades pessoais e profissionais visando ser empreendedores de novos negócios ou dentro da própria organização em que se trabalha. Um empreendedor que continua a aprender a respeito de possíveis oportunidades de negócios e a tomar decisões moderadamente arriscadas que objetivam a inovação, continuará a desempenhar um papel empreendedor. (FILION, 1998, p.18) A partir do momento em que se reconhece o que o mercado necessita, pode- se começar o processo de construir nosso perfil empreendedor, pois assim como a liderança, o empreendedorismo pode ser aprendido, por isso tem-se muitos cursos que desenvolvem as habilidades empreendedoras, por exemplo, o Programa Empretec do SEBRAE, o qual é fundamental para os futuros empresários. Fonte: http://www.acipatos.org.br/noticias:sebrae-patos-de-minas-promove-o- empretec Dornelas (2008) e Dolabela (2008) defendem algumas características importantes da qualificação de um empreendedor: Busca de oportunidades e iniciativa: trata-se de pessoas que fazem as coisas antes de ser solicitado ou obrigado, aproveita oportunidades que surgem para iniciar novos projetos e age para expandir o negócio, maximizam a produtividade da empresa e por meio da proatividade empreende o seu negócio ou para a empresa que trabalha; Corre riscos calculados: avalia as alternativas e calcula os riscos, agindo para reduzi-los ou controlar os resultados, aceita riscos moderados, pois nenhum resultado é alcançado sem a existência de objetivos desafiadores; Exige qualidade e eficácia: a busca pela qualidade e eficácia é um desafio constante para os empreendedores, pois se baseia em encontrar maneiras diferentes de fazer as coisas e agir de maneira a satisfazer ou exceder a excelência, assegurando qualidade na execução das tarefas; Persistência: esta atitude deve fazer parte do nosso dia a dia, pois o empreendedor deve persistir diante de um obstáculo significativo, agindo para enfrentar ou superar os obstáculos, de forma que assuma responsabilidade pessoal pelo alcance de metas e objetivos; Comprometimento: partindo do princípio que comprometer-se popularmente significa “vestir e suar a camisa da empresa”, entende-se como comprometimento o “fazer sacrifício pessoal ou esforço para a realização das tarefas”, de forma a colaborar com o grupo de trabalho para a realização e acompanhamento dos resultados, fazendo com que haja satisfação entre o grupo de trabalho e o consumidor dos produtos e serviços; Planejamento: a capacidade de planejamento refere-se a dedicar pessoalmente a obter informações de clientes, fornecedores ou concorrentes, investigando o processo de produção de bens ou serviços, da mesma forma que se estabelece metas, que sejam desafiadoras, claras e específicas. Esta capacidade também envolve a elaboração de planos táticos, e a possibilidade de revisar e atualizar o plano sempre que necessário. Não se pode deixar de lembrar a relevância da utilização do feedback como uma forma de utilizar as informações do final do processo de planejamento para retroalimentar e melhorar constantemente os planos e resultados; Persuasão: é a capacidade de comunicação, capaz de influenciar e convencer os outros, utilizando termos palavras-chave como formas de atingir seus próprios objetivos. A persuasão é uma habilidade que permite o desenvolvimento gerencial de cada empreendedor, concedendo a ele a possibilidade de se tornar líder; Autoconfiança: no cotidiano do profissional empreendedor a autoconfiança é fator imprescindível para o sucesso, pois dá a segurança necessária para o desempenho de suas tarefas, mantém seu ponto de vista, mesmo diante da oposição ou de resultados inicialmente desanimadores, sendo base para enfrentar novos desafios. Vocabula rio Proatividade: iniciativa, superação das expectativas iniciais. Feedback: devolutiva. Fonte: www.flickr.com. 1.2 Onde Encontra-se o empreendedorismo Para Refletir Reflita: Só existe empreendedorismo em empresas privadas? O empreendedorismo não aplica-se somente em empresas privadas, também pode ser aplicado no governo e em organizações do terceiro setor. No Brasil as diversas esferas da administração pública, municipal, estadual ou distrital, e federal, intervêm no domínio econômico por meio da criação de empresas estatais, locução que compreende tanto as empresas públicas quanto as sociedades de economia mista, criadas justamente para imprimir maior flexibilidade e eficiência à máquina administrativa. As empresas públicas encontram-se numa fase de transição entre o formalismo exagerado da administração burocrática e a eficiência do Estado contemporâneo, necessitando de funcionários empreendedores, pois o mercado exige que o mesmo no exercício de sua função seja ágil e flexível, cumprindo com excelência os imprevistos que possam surgir no exercício de sua função. Assim deve-se perceber que em quaisquer setores da sociedade civil que se deve empreender, utilizando dos conceitos aqui apresentados para trazer resultados positivos para a sociedade, por meio da promoção do bem-estar social na utilização consciente dos recursos públicos. Os autores Bernardi e Guimarães (2008) em seu artigo Empreendedores públicos: uma experiência de gestão estratégica de pessoas na administração pública do governo do estado de Minas Gerais, apresentam uma série de características e habilidades que compõe o perfil dos empreendedores públicos, sendo elas: inovação; autoconfiança; habilidades para conduzir situações. INOVAÇÃO AUTOCONFIANÇA HABILIDADE PARA CONDUZIR SITUAÇÕES Liderança Envolvimento a longo prazo Criatividade Riscos moderados Iniciativa Energia Independência Capacidade de aprendizagem Tenacidade Orientação para resultados Flexibilidade Originalidade Necessidade de realização Tendência a confiar nas pessoas Otimismo Fonte: Adaptado de Bernardi e Guimarães (2008). Com base nessas características é necessário realizar um diagnóstico e verificar quais das habilidades citadas possuímos suficientemente e quais delas fazem parte do nosso perfil empreendedor e, a partir deste diagnóstico elaborar um planejamento de como adquirir características que permitam alcançar os nossos objetivos pessoais. As habilidades dos administradores correspondentes às atividades operacionais que são desempenhadas pelos funcionários dos primeiros níveis hierárquicos são as habilidades técnicas. 1.3 Habilidade do Empreendedor Empreendedor é aquela pessoa que consegue visualizar uma oportunidade e criar negócios que se tornem lucrativos. Dornelas (2008, p.23) ainda acrescenta que em cada empreendedor devemos encontrar algumas caracterísitcascomo: Tem iniciativa para criar um novo negócio e paixão pelo que faz; Aceita assumir os riscos calculados e a possibilidade de fracassar; Utiliza os recursos disponíveis de forma criativa, transformando o ambiente social e econômico onde vive. É lógico que o ato de empreender é um somatório de muitas variáveis. Há aqueles que dizem que podemos empreender em duas ocasiões: pela oportunidade ou pela necessidade. EMPREENDER PELA OPORTUNIDADE é quando conseguimos enxergar um negócio de sucesso onde ainda não existe. PELA NECESSIDADE é quando os fatos da nossa vida, como a perda do emprego, por exemplo, nos faz abrir o próprio negócio. Fonte: Elaborador pelo DI (2015). Empreender pela oportunidade ou pela necessidade, trazem grandes oportunidades de prosperar, dependendo do estudo de mercado, de conhecer o público alvo, possuir grande conhecimento técnico e principalmente da realização de um plano de negócio. Dados do GEM (Global Entrepreneurship Monitor - é o órgão que realiza o maior estudo contínuo sobre a dinâmica empreendedora no mundo, o qual inclui comparações globais, relatórios nacionais e ranking dos países empreendedores, sendo a instituição que realiza a pesquisa a respeito do empreendedorismo em diversos países), apontam que no Brasil é grande o número de empreendedores, 13 de cada 100 brasileiros são empreendedores. Assim o Brasil fica à frente de países como Estados Unidos, França e Japão, consideradas grandes potências econômicas do mundo. Fonte: http://www.mastersininternationalbusiness.org/international-business.html O empreendedor é antes de tudo um indivíduo automotivado, o que o faz não desistir dos seus objetivos e principalmente acreditar em seus projetos. Projetos esses que se tornam realidade quando aplicados em prática. Para Bernardi e Guimarães (2008) as principais características dos empreendedores são: inovação, liderança, riscos moderados, independência, orientação para resultados, necessidade de realização, autoconfiança, envolvimento a longo prazo, iniciativa, capacidade de aprendizagem, flexibilidade, tendência a confiar nas pessoas, habilidade para conduzir situações, criatividade, energia, tenacidade, originalidade e otimismo. Neste contexto, evidenciando as características empreendedoras, as quais podem ser distinguidas entre as características dos empregados tradicionais, dos empresários e intraempreendedores (o empreendedorismo reside nas atitudes da pessoa frente à empresa). Dentre as habilidades requeridas pelos profissionais das modernas organizações, estão aquelas em que o empregado desempenha funções proativas, agindo como se o negócio fosse seu, caracterizando-se como intraempreendedorismo. EMPREGADO TRADICIONAL EMPREENDEDOR EMPRESÁRIO INTRAEMPREENDEDOR Menos liberdade Mais liberdade Mais sujeito a controle Menos sujeito a controle Menos autonomia Mais autonomia Responsabilidade restrita Responsabilidade geral Atividades restritas Atividades diversas (faz-tudo) Trabalha por horário Trabalha por horários flexíveis Conforto do ambiente interno Vulnerável ao ambiente externo Sem riscos patrimonial Corre riscos moderados, podendo ou não arriscar seus bens e patrimônios, não arriscando-se totalmente. Convive com mais certeza Convive com a incerteza, mas como possui a capacidade de empreendedor, efetua suas ações de forma planejada. Vive “DA” empresa Vive “A” empresa Recompensa fixa Recompensa variável (e incerta) Dependência Independência Fonte: Elaborado pelo autor (2015). Resumo Aula 1 Nesta aula evidenciou-se a terminologia de empreendedorismo e destacaram- se as habilidades e características das pessoas empreendedoras. Atividade de Aprendizado Descreva sobre as habilidades do empreendedor e as compare com as características do funcionários comum, indicando quais as características estão ligadas ao caráter automotivado. Aula 2 - Empreendedorismo e Sociedade Apresentação Aula 2 Esta aula tem como objetivo apresentar a evolução do Empreendedorismo no Brasil e no mundo, bem como a forma que este fenômeno pode transformar positivamente a sociedade. O empreendedorismo é atualmente um assunto bastante discutido na sociedade, seja no meio empresarial, pela imprensa, governos ou na comunidade acadêmica, mas é importante saber sobre a evolução do termo, e de que forma a atual configuração do empreendedorismo sofreu modificações. Também será abordado o conceito e as habilidades necessárias para se tornar um líder. 2. Empreendedorismo e sociedade 2.1 Evolução do empreendedorismo Historicamente pode-se considerar que o conceito de empreendedorismo divide-se em três momentos marcantes. Em 1934, o economista Joseph Schumpeter afirma que empreendedor é aquela pessoa com criatividade e capaz de fazer sucesso com inovações. Já em 1967, Kenneth E. Knight ampliou o conceito de empreendedorismo e em 1970, Peter Drucker (escritor, professor e consultor administrativo) introduziu o conceito de risco ao ato de empreender informando que negócios que trazem riscos demandam mais pelo talento do que pelas habilidades dos empreendedores. Gifford Pinchot III, introduz em 1985 o conceito de intraempreendedorismo, ou seja, aquele que atua dentro da organização como funcionário. Observando as três grandes etapas do processo de evolução, verifica-se que o empreendedorismo deixou de ser um tema focado apenas na abertura de novos negócios, daqueles projetos arriscados que demandam a atuação de um profissional com grandes habilidades de visão e de gestão, para se tornar um conhecimento aplicado a todos os setores da sociedade. Atualmente estuda-se empreendedorismo nas escolas para desenvolver habilidades nos alunos, seja para o seu próprio crescimento pessoal, de carreira, de comportamento nas organizações, ou para efetivamente empreender um novo negócio. O relevante é perceber que não se pode deixar de conhecer, e de aderir a estes conceitos e aplicar na vida pessoal e profissional. Saiba Mais Peter Ferdinand Drucker (1909 - 2005) nasceu em Viena, foi escritor, jornalista, professor, analista financeiro e consultor administrativo, considerado como um dos maiores especialistas em Administração Moderna, reconhecido como um dos pensadores do fenômeno e dos efeitos da globalização, na economia em geral e em particular nas organizações (evidenciando a administração moderna como a ciência que trata sobre pessoas nas organizações). Gifford Pinchot III (1942 - ) nasceu nos EUA e é um empreendedor, autor e co-fundador do Instituto de Pós-Graduação Bainbridge (atualmente nomeada como Universidade Pinchot). Responsável por criar o conceito de empreendedorismo em 1978 intitulado Intra- Empreendedorismo Corporativo enquanto participava de Tarrytown Escola para Empreendedores em Nova Iorque. O primeiro livro sobre o intraempreendedorismo (1985). 2.2 Escola Econômica Os autores que tratam o empreendedorismo na conhecida Escola Econômica, como Drucker e Pinchot associam o termo à criatividade e inovação. Segundo Lenzi (2008) com criatividade tem-se o que se entende por empreendedorismo pois, utilizam-se de todas as formas (estratégias) de prestar um serviço, fabricar um produto, desenvolver um processo de trabalho, ou qualquer outra atividade que seja diferente do que já é feito habitualmente. Nesse contexto, a criatividade aplica-se como a proposta por novos meios de chegar aos fins, e principalmente fazer com que essesfins sejam mais eficazes, produtivos, rentáveis e com maior valor agregado ao consumidor final. Abordar criatividade, bem como inovação é tratar das bases do empreendedorismo, já que as formas tradicionais de realizar uma atividade não podem ser consideradas como ações empreendedoras. Sendo assim a inovação aplicada à esta atividade trará sempre do que costuma-se chamar de "diferenciais competitivos". 2.4 Escola Comportamentalista Paralelamente a Escola Econômica, mais especificamente na década de 1960, surgiu a escola comportamentalista, ou seja, aquela visão de que o empreendedorismo depende também das habilidades pessoais dos indivíduos chamados de empreendedores. A escola comportamentalista centra seus estudos nos aspectos criativos e intuitivos, atribuindo a estes agentes o papel decisivo no sucesso ou insucesso do projeto ou empreendimento e não apenas à inovação ou criatividade como anteriormente era percebido. O autor que trouxe maior número de contribuições sobre o comportamento empreendedor foi David C. McClelland (1961), que estudou o aparecimento de grandes civilizações e analisou seus indivíduos a fim de identificar os fatores que tornavam uma civilização mais forte e poderosa que outra. Os autores comportamentalistas afirmam que há duas formas de empreender, ou seja, empreende-se por: OPORTUNIDADE NECESSIDADE Ocorre quando o empreendedor consegue enxergar um negócio de sucesso onde ainda não existe. Este é o modelo ideal de empreender, afinal quando visualizam-se as oportunidades existe a possibilidade de planejar e pesquisar o mercado, avaliar os riscos que estará sujeito, trazendo assim maiores chances do negócio prosperar. Ocorre quando o empreendedor é forçado a tomar decisões decorrentes a imprevistos da vida, os quais de forma direta influenciam as suas ações, como a perda do emprego, por exemplo, faz com que o empreendedor abra o próprio negócio. Empreender por necessidade geralmente faz com que não sejam realizados os planejamentos adequados (a intuição é um dos fatores que exercerá mais influência a decisão do empreendedor e o que empreender). Fonte: Elaborado pelo DI (2015). Desta forma, os métodos como o plano de negócio, podem trazer maior certeza para o empreendedor, pois apresenta uma série de itens que devem ser seguidos para provar a viabilidade do empreendimento. Importante O Plano de Negócio (PN) é um documento, antes utilizado apenas por grandes corporações, mas, que está se tornando popular pela necessidade de pequenas instituições planejarem a implantação de novos negócios ou processos de ampliação, os mesmos podem ser elaborados para universidades, bancos públicos e público interno. No plano de negócios o conjunto de produtos ou serviços prestados por uma empresa é a parte de grande importância para o sucesso de seus negócios, os mesmos serão responsáveis por atrair ou não o consumidor. Ao verificar os dados do SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) será possível perceber que pesquisas apontam que quase 60% das empresas fecham suas portas em até 5 anos. Isto demonstra que um bom planejamento prévio diminuiria o insucesso dessas instituições, que acabam na falência, e trazem consigo problemas sociais como desemprego, dívida dos sócios e clientes desatendidos. As principais etapas do plano de negócios são: as finanças; a análise socioambiental; as normas e regulamentos técnicos; o marketing de relacionamento. A etapa do plano de negócio responsável por demostras a viabilidade econômica do negócio são as finanças. Vale reforçar que a análise socioambiental é a etapa do plano de negócio, a qual objetiva regular as relações entre a empresa, sociedade e o meio ambiente, tendo como características principias: os procedimentos para eliminar (ou diminuir) os impactos ambientais ou sociais eventualmente levantados; o cumprimento das legislações ambientais; o diagnóstico dos aspectos e impactos ambientais de cada atividade. Saiba Mais Para saber mais sobre Plano de Negócios e informações sobre abertura de empresas acesse: http://www.sebrae.com.br/momento/quero-abrir-um- negocio/planeje-sua-empresa/plano-de-negocio 2.5 Identificação de Oportunidades e Habilidades para Empreender [...] o que conta não é ser o primeiro a pensar e ter uma ideia revolucionária, mas sim o primeiro a identificar uma necessidade de mercado e saber como atendê-la, antes que outros o façam. (DORNELAS, 2008) Para Pimentel (2008) apenas 5% de uma ideia pode representar um potencial de sucesso, entende-se que o restante, ou seja, os 95% dessa ideia podem ou não ser sucesso, pois dependerão da identificação de oportunidades, com a aplicação prática e principalmente com a demanda de mercado existente para que essa ideia seja passível de implantação. Algumas tendências podem gerar oportunidades reais de mercado, mas para isso será necessário a criação de um projeto organizacional, afinal projetos, negócios e inovações são efetivados quando há uma demanda, de forma que satisfaça as necessidades das pessoas que normalmente buscam métodos criativos e inovadores de empreender. São métodos considerados de sucesso: Fonte: Elaborado pelo DI (2015). O importante é lembrar que os valores éticos devem pautar todos as atividades empreendedoras, pois buscar um novo mercado, novos clientes ou atender uma demanda pouco satisfeita não deve ser realizado a qualquer preço. Todas as organizações devem ter seu código de ética, e fazer com que seus profissionais tenham conhecimento de seu conteúdo. O empreendedor além de conhecer o mercado, deve ter como características a criatividade, inovação, disposição ao risco, capacidade de planejamento, resolução de conflitos, otimismo, gostar de se comunicar e tantos outros itens que são comumente tratados como sinônimos de pessoas empreendedoras, precisa conhecer também habilidades de gestão que são requeridas para o indivíduo que pretende empreender um projeto que tenha sucesso no negócio. Conforme cita Dornelas (2008) as características fundamentais são: Parcerias com os clientes Globalização econômica: unificação mercados Valorização do conhecimento Reconhecimento da importância do consumidor Alianças estratégicas com fornecedores e parceiros Inovação, padronização e adaptação aos clientes Empreendimentos concorrentes com formatos diversos Valorização do capital intelectual Diferenciação pelo serviço prestado ao cliente Essas habilidades são utilizadas na medida em que os projetos são executados, de forma que as habilidades técnicas são menos utilizadas no dia a dia do trabalho, e que as gerenciais, que são aquelas ligadas à liderança, à condução das pessoas e dos processos são muito mais exigidas do empreendedor, e por falar em liderança, vamos conhecer um pouco mais sobre a liderança e empreendedorismo. Em relação às habilidades dos administradores, as habilidades técnicas correspondem às atividades operacionais, as quais são desempenhadas pelos funcionários dos primeiros níveis hierárquicos. 2.6 Liderança Estratégica: Empreendendo com Motivação e Comprometimento Um tema bastante relevante na gestão das modernas instituições é a liderança, e de que forma um bom empreendedor - líder consegue motivar e comprometer a equipe de trabalho. Para Refletir Você já deve ter percebido como a palavra liderança é comum no meio profissional e em nossa vidapessoal também? Técnicas: saber escrever, ouvir as pessoas, ser organizado e saber liderar e trabalhar em equipe e possuir know how técnico de sua área; Gerenciais: áreas de criação, desenvolvimento e gerenciamento de uma nova empresa; Pessoais: envolvem características como ser disciplinado, assumir riscos, ser inovador, orientado a mudanças, persistente e ser um líder visionário. Um exemplo disso são as entrevistas de emprego, onde buscam-se pessoas com espírito de líder e que consigam influenciar pessoas na busca de um trabalho em equipe eficaz e que as comprometam na busca de objetivos positivos para o grupo. Amplie Seus Estudos SUGESTÃO DE LEITURA Leia o livro O Monge e o Executivo do autor James Hunter, que trata do tema liderança com um foco bastante particular, a liderança servidora. O autor prega que o líder deve servir seus liderados, pois assim ele conseguirá o respeito e a admiração das pessoas. Neste livro o autor apresenta as habilidades do líder e a humildade é enfatizada como a maior das habilidades de um verdadeiro líder. Em diversos segmentos de uma empresa, os profissionais trabalham reunindo recursos, processos, negociam com fornecedores, clientes, funcionários, prestadores de serviços terceirizados, enfim estão lidando o tempo todo com pessoas. Assim uma habilidade esperada de um colaborador é a liderança. Segundo Hunter (2004, p. 105) “liderança representa a sua capacidade de influenciar pessoas a agir”. Assim percebe-se que o que nos torna um líder é o fato de conseguir modificar comportamentos e atitudes de outras pessoas por meio da influência pessoal, que são decorrentes da personalidade e de modo especial pelo caráter. Dessa maneira fica mais claro compreender que a liderança representa a capacidade de influenciar pessoas e grupos de pessoas a agir em busca de objetivos comuns a todos os envolvidos por meio das suas habilidades pessoais e interpessoais, fazendo com que dessa forma seja possível a contribuição como forma de desenvolvimento das pessoas, reforçando os pontos fortes e ajudando-as a melhorar os pontos fracos dos liderados, ou seja, a liderança é uma característica pessoal que deve ser desenvolvida e potencializada por cada um de nós. Saiba Mais Um líder não nasce pronto, por isso ele deve ter como foco a vontade de ajudar as pessoas e manter a clareza nos objetivos do grupo. Se você realmente espera conseguir envolver as pessoas ao seu redor e conseguir grandes realizações, precisa ajudá-las a enxergar os motivos que o levaram a planejar a rota. Para isso veja as sugestões dessa reportagem: http://cio.com.br/carreira/2013/12/30/as-5-reportagens-mais-lidas- em-2013-sobre-lideranca/ 2.6.1 Tipos de líderes Para Refletir Todos os líderes são iguais ou possuem um perfil específico? Em seu ambiente de trabalho, quais as pessoas que você consideraria como líder? Neste contexto fica claro evidenciar que existem diversos tipos de líder. Para Stadler (2010) existem três tipos de liderança: Líder autocrático: é aquele centralizador, controlador, possessivo que impõe ordens às pessoas, também conhecido por meio do ditado “manda quem pode, obedece quem tem juízo”. Este tipo de liderança dificulta a proatividade, criatividade e cooperação no trabalho, os liderados trabalham pressionados e com medo de punições. Líder democrático: é aquele que consegue a participação de todos os liderados, tanto na elaboração das metas, quanto no alcance dos objetivos. Os líderes democráticos criam um clima de trabalho competitivo e cooperativo, eles apenas mediam as atitudes e ações de seu grupo. Nesse caso a comunicação é clara, direta e aberta em todos os sentidos: chefia/funcionário; funcionário/funcionário; e funcionário/chefia. Líder liberal: o poder é totalmente delegado aos liderados, assim o grupo é responsável por estabelecer as metas, gerenciar as atividades, elaborar os cronogramas e cumprir os prazos, sem a presença constante do líder. Para que haja a liderança liberal, os empregados devem possuir um ótimo espírito de equipe e grande capacidade de gerenciar e superar conflitos. Algumas características são primordiais para um líder na construção de uma boa gestão de liderança, destacando-as como: PERFIL CONCILIADOR Consegue compatibilizar interesses dos participantes do grupo. GERENCIAMENTO DE CONFLITOS Consegue evitar que se criem conflitos e quando eles ocorrem, facilidade para a sua solução. FLEXIBILIDADE Deve ser adaptável às mudanças e às necessidades de seus liderados. RELACIONAMENTO INTERPESSOAL Consegue respeitar o grupo e esperar ser respeitado pelos integrantes é a chave para um bom relacionamento interpessoal. FOCO NOS OBJETIVOS Deve ter clareza no que busca para sua carreira e para seu grupo de trabalho. HUMILDADE É a chave para ganhar a confiança dos liderados, sendo a essência da liderança servidora. ACEITAR CRÍTICAS Boa capacidade de ouvir e assimilar as críticas, buscando sempre aprender e crescer com elas. PERSEVERANÇA Senso de automotivação e acreditar com firmeza no alcance dos objetivos. ATITUDE Consegue agir imediatamente, sem a necessidade de que alguém ordene, assim a pessoa se antecipa aos problemas, e quando eles ocorrem rapidamente busca a solução. Fonte: Elaborado pelo DI (2015). Baseado nessas características percebe-se que a liderança é uma capacidade que todos podem desenvolver. Logicamente, algumas pessoas têm mais facilidade para desenvolver e utilizar a sua liderança no ambiente familiar e profissional e outros não conseguem espaço nesses ambientes para utilizar sua liderança. Assim como a oratória, a comunicação clara e direta e o trabalho em equipe, a liderança também pode ser aprendida. Para Refletir Leia o texto A Pedra de autoria de Antônio Pereira e reflita a respeito da importância da forma como vemos as situações para que consigamos alcançar o sucesso e avalie se você tem desenvolvido seu perfil de líder. A Pedra O distraído, nela tropeçou, o bruto a usou como projétil, o empreendedor, usando-a construiu, o campônio, cansado da lida, dela fez assento. Para os meninos foi brinquedo, Drummond a poetizou, Davi matou Golias... Por fim; o artista concebeu a mais bela escultura. Em todos os casos, a diferença não era a pedra. Mas o homem. (PEREIRA, 1999. S/p.) Importante Lembre-se para ser um empreendedor é necessário ter consciência dos pontos importantes que irão mantê-lo firme em seu propósito. Verifique se você está pronto para empreender respondendo às perguntas abaixo. • Você já teve vontade de ter o seu próprio negócio? • Na sua cidade há alguma oportunidade de processo seletivo que gostaria de participar? Descreva essas oportunidades? • Comece analisar cautelosamente essa possibilidade, pois com muito planejamento ela pode se tornar realidade. Resumo Aula 2 Nesta aula evidenciou-se a evolução do empreendedorismo no mundo e no Brasil verificamos como esse conceito influenciou e transformou positivamente a sociedade. Salientou-se que o empreendedorismo é um assunto bastante discutido na sociedade, e por isso procurou-se explicar a respeito da evolução do termo, e de que forma a atual configuração do empreendedorismo sofreu modificações, abordando o conceito e as habilidades necessárias para que um empreendedor seja também um líder. Atividade de Aprendizado Nesta aula abordou-se o sobre os tipos de líder e suas características. Com base neste tema discorra sobre qualdas características é primordial para uma boa liderança. Aula 3 - Intraempreendedorismo Apresentação Aula 3 Nesta aula será apresentado o intraemprendedorismo, um ramo muito importante do empreendedorismo por envolver todos os funcionários de uma instituição. O intraemprendedorismo incentiva o funcionário a agir de forma criativa e desemprenhar sua função de forma inovadora e empreendedora. Neste contexto se evidenciarão as principais competências que envolvem o empreendedor e o intraempreendedor. 3. Intraempreendedorismo 3.1 O que é intraempreendedorismo? Para Pinchot (1989) pode-se dizer que qualquer indivíduo pode se tornar um empreendedor, sem ter que abrir seu próprio negócio ou ter que deixar de trabalhar numa empresa, pois entende-se que os intraempreendedores são todos aqueles que tornam seus sonhos em realidade, ou seja, aqueles que assumem a responsabilidade pela criação de inovações de qualquer espécie dentro de uma organização. Segundo Hashimoto (2010) ações originadas na organização para facilitar o processo de geração de ideias e permitir que as barreiras impostas por estruturas, regras e agentes sejam minimizadas usando a mesma base da satisfação no trabalho, porém objetivando a inovação como forma de atingir competitividade. Tanto na definição de Pinchot como na de Hashimoto é possível perceber que intraempreendedorismo é desenvolver projetos dentro da própria organização, na função de colaborador, e não mais na função de empresário. Schumpeter apud in Pinchot (1978) define que empreendedor também é aquele que atua dentro das corporações agindo de modo proativo e responsável pela implementação de ideias inovadoras. Importante O intraempreendedor age dentro das organizações como empreendedores, assumindo riscos decorrentes de suas ideias, persistindo na defesa de seus projetos e criando caminhos alternativos para a solução dos desafios originados nas demandas do ambiente de operação das empresas. Esse tema se torna importante pelo fato do empreendedorismo ser uma habilidade que deve ser desenvolvida nos empregados, para que hajam como os donos da própria empresa, ou seja, para que tomem decisões, empreendam projetos com o mesmo afinco e determinação como se fosse em sua própria empresa. Da mesma forma a empresa precisa criar mecanismos para que pessoas com essas habilidades possam desempenhar suas funções, de forma que haja espaço para a criatividade, para os riscos moderados, para as inovações que este empregado irá desempenhar no dia a dia do trabalho. Assim como a boa comunicação, habilidade de trabalhar em grupo, visão ampla do negócio da empresa, o intraempreendedorismo deve passar a figurar entre as competências e habilidades necessárias para a eficácia do negócio de uma organização. Fonte: http://www.boletimdoempreendedor.com.br/img/upload/image/iStock_000013749421L_NOV A.jpg 3.2 Competências empreendedoras e intraempreendedoras A busca pelo perfil empreendedor tem motivado muitos estudos para identificar competências que favoreçam o surgimento de novas ideias, soluções, negócios e principalmente uma empresa viva, flexível, adaptável e competitiva. O conceito de competência se fundamenta na articulação de conhecimentos, comportamento humano e ação, ou seja, saber, saber fazer e ser. Essa articulação só é possível utilizando-se das influências que o meio exerce no indíviduo, ou seja, suas experiências em família, na sociedade, no trabalho e sua forma de transformá-las em estratégias para gerenciar e executar as ações que levem as organizações ao desempenho desejado. [...] três elementos fundamentam e complementam as definições de competências como sendo uma inteligência prática das situações que se apóia em conhecimentos adquiridos e os transforma, à medida que a diversidade das situações aumenta” (ZARIFIAN, 2002, p.20). Destaca-se ainda a capacidade de mobilizar pessoas que compartilham das mesmas situações, desafios, iniciativas e responsabilidade para enfrentar problemas e novos cenários. Fleury (2002) completa a ideia de que a articulação dos saberes se reflete no resultado prático do trabalho. Destacando ainda que para a organização as competências devem agregar valor econômico e para o indivíduo devem agregar o valor social. Outro autor que destaca a necessidade de associar a definição de competências com desempenho é Dutra (2001) que define o valor da entrega pessoal, do quanto o indívíduo se dispõe a usar seu conjunto de saberes para agir de forma responsável e ser reconhecido por isso. Acerca da constituição das competências, pode-se verificar que basicamente três elementos: conhecimentos; habilidades; comportamento. Alguns autores evidenciam a constituição das competências de acordo com os conceitos propostos abaixo: Compreendem os aspectos intelectuais inatos e adquiridos, conhecimentos, capacidades, experiência, maturidade. (MOSCOVICI, 1994). Conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes interdependentes, necessárias à consecução de determinado propósito. (DURAND, 1998). Referem-se ao conhecimento individual, habilidades ou características de personalidade que influenciam diretamente o desempenho da pessoa. (BECKER et al., 2001). São características demonstráveis de um indivíduo, que incluem conhecimentos, habilidades e comportamentos, ligados diretamente com a performance. (LAWLER III, 1998). Neste contexto vale analisar que por diversas vezes utilizam-se as expressões atitudes ou características de personalidade, para se referir ao comportamento do empreendedor. Avançando no conceito de competência emerge a necessidade de aprendizado nas organizações e, portanto a necessidade de inovar nos processos, produtos e serviços. Quais são as competências empreendedoras mais recorrentes no ambiente de trabalho citadas por pesquisadores: AUTORES COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS Cheetham e Chivers (1996) Cognitivas; Funcionais; Pessoais ou comportamentais; Valores e ética. Man e Lau (2000) Oportunidades; Conceituais; Administrativas e organizadoras; Estratégicas; Comprometimento; Competências de apoio; Equilíbrio entre vida pessoal e trabalho. Hisrich e Peters (2004) Habilidades técnicas e administrativas; Empreendedora (pessoal). Man e Lau (2005) Aprendizagem, relacionamento; Inovação (social). Fonte: Elaborado pelo autor (2015). Ainda tratando da diferenciação do intraempreendedorismo e as demais nomenclaturas, analise o comparativo do mesmo com o empreendedorismo corporativo (ver quadro a seguir). EMPREENDEDORISMO CORPORATIVO INTRAEMPREENDEDORISMO Iniciativas surgem da alta administração. Iniciativas surgem do funcionário de nível intermediário ou operacional. O horizonte da inovação está direcionada à gestão e criação de novos negócios. O horizonte da inovação está direcionada a produtos, processos e procedimentos internos. Projetos relacionados com o negócio (interesse nas relações interorganizacionais). Projetos abrangem qualquer área da organização (interesse nas relações intraorganizacionais) Visa a estratégia corporativa (ambiente externo). Visa o comportamento do colaborador e a cultura corporativa (ambiente interno). Projetos liberados pela alta administração. Projetos liberados por membros de qualquer nível hierárquico. Riscos relacionados com o mercado. Riscos primordialmente internos da organização. Projetos dealta complexidade. Projetos de baixa complexidade. Fonte: Elaborado pelo DI (2015). Define-se aqui a forma com que os projetos são implantados e a quem compete as responsabilidades, perceba que no empreendedorismo corporativo, os projetos são de alta complexidade, envolvendo o todo organizacional, afetando a organização de maneira global, dessa forma compete ao diretor presidente (ou até ao empresário) efetivar esses planos. Entretanto na coluna Intraempreendedorismo, percebe-se que são as atitudes que partem do próprio empregado, envolvendo atividades do dia a dia e suas relações com os demais departamentos, por meio de projetos de baixa complexidade, ou seja, são ações que partem do empregado, mas que podem trazer resultados positivos, desde que implantadas de maneira planejada e coordenada com as estratégias da empresa. Amplie Seus Estudos SUGESTÃO DE LEITURA Para entender mais a respeito sugere-se a leitura do livro Intraempreendedorismo na Prática - Um Guia de Inovação de Pellman e Pinchot. O principal objetivo dos autores é acordar que é possível inovar e ser eficaz de forma rápida trazendo a prática através de exemplos de intraempreendedorismo. De acordo com Rodrigues, Maccari e Pereira (2009) quando a organização utiliza o empreendedorismo como um de seus planos de ação, ela geralmente: I. Impacta sobre as estratégias organizacionais, corporativas e as competitivas. II. Contribui para a definição do melhor design estrutural da organização. III. Define formas de alocação dos novos recursos e desenvolvimento de novas capacidades ou processos. IV. Posiciona a empresa nos mercados e chama a atenção a novos segmentos. (RODRIGUES, MACCARI E PEREIRA, 2009. p. 183.) Pinchot III e Pellman (2004) ressaltam que as organizações precisam apropriar estruturas, sistemas, processos e recursos que estimulem a presença de empreendedores dentro do ambiente interno das empresas. Com base nesses argumentos pode-se ter certeza que o empreendedorismo interno só pode trazer resultados positivos para organizações de qualquer natureza. 3.3 O Que é empreendedorismo? Seguem abaixo a lista de algumas ações que os gestores das organizações devem implantar para que ocorra o sucesso no intraempreendedorismo: Apropriação das estruturas organizacionais - É preciso desenvolver estruturas flexíveis, orgânicas e que permitam comunicação fácil e ampla. Da mesma forma é preciso também prover regras claras para aumentar a eficiência do processo decisório, que nesses ambientes é mais participativo; A apropriação dos recursos humanos - Os recursos humanos devem ser estimulados a exporem diretamente suas ideias e terem-nas devidamente consideradas pela empresa; Estratégias Corporativas - Os executivos precisam estabelecer e praticar políticas de apoio ao empreendedorismo, investindo na construção de capacidades especiais e no desenvolvimento de mecanismos organizacionais de apoio à prática do empreendedorismo. Para que isso ocorra Mintzberg (1995) caracteriza essa organização como uma estrutura orgânica, empresa horizontalizada e voltada à especialização, com pouca formalização e que pratique a descentralização do poder e autoridade. As definições de Poder e Autoridade são amplamente discutidas nas organizações quando é abordado o tema Liderança. Em relação ao Poder e Autoridade, Max Weber afirma que poder é a habilidade de forçar alguém a obedecer uma ordem a despeito de resistência, pelo uso da força, da imposição ou da coação. Max Webber, reforça que a liderança ocorre quando há, num mesmo profissional o poder e autoridade. Para Refletir Reflita: Você alguma vez pensou em Empreender no seu próprio trabalho? Projetos pessoais, empresariais, sociais e filantrópicos, podem ajudar a desenvolver nossas competências empreendedoras? Existem alguns mecanismos organizacionais que podem ser utilizados pelos líderes para estimular um ambiente empreendedor. São eles: A empresa deve ter uma visão empreendedora claramente definida e reforçada constantemente; Deve haver um sistema de recompensas e reconhecimento aos funcionários, incluindo participação nos resultados, stock options (opções de compra de ações da empresa), etc.; Incentivar a melhoria de performance, assumindo riscos calculados, sem penalidades ou punições por falhas (a menos que sejam repetidas); Reduzir os níveis hierárquicos e as segmentações de unidades organizacionais; Possuir pequenas unidades organizacionais com equipes multifuncionais; Estabelecer papéis variados às pessoas, encorajar/estimular a iniciativa e a experimentação; Possibilitar altos níveis de empowerment (descentralização de poderes); Possibilitar acesso irrestrito à informação; Implementar fundos corporativos para investimento nos novos negócios; Trazer para dentro da empresa (em todos os níveis) a voz do consumidor. Resumo Aula 3 Nesta aula entendeu-se que é possível ser empreendedor estando numa organização, esta atitude é chamada de intraempreendedorismo. Qualquer indivíduo pode se tornar um empreendedor, mesmo sem ter que abrir seu próprio negócio. Pois, como apresentado nesta aula, existem competências que envolvem o empreendedor e o intraempreendedor, bem como o papel das organizações para que essas pessoas sejam percebidas e reconhecidas. Abordaram-se os itens que precisam ser aplicados, respeitando as particularidades de cada organização, que podem proporcionar resultados muito positivos em todos os tipos de organização. Atividade Descreva de que forma as empresas podem desenvolver habilidades intraempreendedoras em seus colaboradores. Aponte alguns indicadores de sucesso esperado por meio do intraempreendedorismo. Aula 4 - Educação Empreendedora Apresentação Aula 4 O foco desta aula será o Empreendeorismo dentro da educação (nomeado como Educação Emprendedora), evidenciando quais as maneiras de trabalhar o empreendedorismo na escola e na sala de aula. Será abordada a Liderança, como uma habilidade requisitada para o mercado de trabalho atual, o empreendedorismo também pode ser aprendido, por meio da educação formal, da prática de trabalho e do exercício desses requisitos aplicados ao cotidiano do trabalho. 4. Educação empreendedora 4.1 Empreendedorismo na escola Para Refletir Reflita: O empreendedorismo pode ser ensinado? Para algumas pessoas a reposta para o questionamento é a de que o empreendedorismo é um dom, uma habilidade que nasce com a pessoa, e que é incapaz de ser aprendido, mas como qualquer habilidade, existem pessoas que possuem predisposição para adquirir tais requisitos, além da capacidade de empreender seu próprio negócio ou permanecendo dentro das organizações. [...] o treinamento para a atividade empreendedora deve capacitar o empreendedor para imaginar e identificar visões, desenvolver habilidades para sonhos realistas” enquanto o treinamento para gerentes “enfatiza as habilidades analíticas”. (FILION, apud SALIM et al, 2004, p. 7) Essa definição mostra que assim como a Liderança é uma habilidade tão requisitada para o mundo do trabalho atual, e o empreendedorismo também pode ser aprendido, por meio da educação formal, da prática de trabalho e do exercício desses requisitos aplicados ao cotidiano do trabalho. Utilizar habilidades empreendedoras em todas oportunidades que se têm, tanto no âmbito profissional, quanto no pessoal, é a forma mais correta de desenvolver habilidadesque poderão fazer a diferença para o sucesso. Fonte: https://www.flickr.com Para Dornelas (2010), um dos mais respeitados autores brasileiros do tema “o processo empreendedor pode ser ensinado e entendido por qualquer pessoa” (DORNELAS, 2001, p. 38). 4.2 Ensino para o Empreendedorismo ou Educação Empreendedora? Independente da forma que se utiliza para explicar seu conceito, é importante perceber que esse processo são mecanismos educacionais que visam desenvolver competências focadas na implementação de projetos na vida pessoal ou profissional, como intraempreendedor ou empreendedor de seu próprio negócio. Outra definição relevante da educação empreendedora (EE), de acordo com Vasconcelos et al (2012) é que o processo da EE é baseado no autodirecionamento da aprendizagem, desenvolvimento do raciocínio crítico, prático e funcional, objetivando o desenvolvimento humano e cidadão. Utiliza da inovação e criatividade para gerar desenvolvimento econômico, pautado em projetos relacionados à realidade das regiões onde os estudantes estão ligados. O ensino do empreendedorismo contribuirá para a formação de melhores empresários e, desta forma, melhores empresas o que irá gerar mais riqueza ao país. Dornelas (2008) observa que o ensino do empreendedorismo pode variar de instituição para instituição, conforme já destacamos acima e, principalmente de professor para professor, mas enfatiza a importância de que os cursos deveriam focar na identificação e no entendimento das habilidades do empreendedor. Importante A partir dessas definições é relevante destacar que no Brasil, apenas 14% dos empreendedores têm formação superior e 30% sequer concluíram o ensino fundamental, enquanto que nos países desenvolvidos, 58% dos empreendedores possuem formação superior. Isso demonstra que quanto mais alto for o nível de escolaridade de um país, maior será a proporção de empreendedorismo por oportunidade, que são aquelas ocasiões em que se cria um negócio com base no planejamento, com base na busca de nichos de mercados pouco explorados e de forma que esse negócio apresente diferenciais que o distanciem dos concorrentes, proporcionando maiores chances de obtenção de sucesso nos mercados. 4.3 Objetivo da Educação Empreendedora A educação empreendedora reflete ações nos indivíduos e sociedade, no que tange à necessidade de desenvolver atitudes, habilidades e comportamentos, bem como qualidades pessoais para o exercício no mundo do trabalho do sistema econômico atual. Algumas áreas podem ser percebidas como indicadores de empreendedorismo a partir dos mecanismos de educação, são eles: Empregabilidade: o desenvolvimento de habilidades empreendedoras proporcionam ao cidadão uma melhor empregabilidade, a partir do momento em que essa habilidade traz maior visibilidade ao empregado, fazendo com que as empresas conheçam as qualidades profissionais, o qual pode ser melhor explorado utilizando o Marketing Pessoal. Melhoria das condições de trabalho: a educação empreendedora faz com que o profissional consiga, por meio de sua influência pessoal, trazer ao seu setor, departamento ou local onde trabalha, melhores condições para todos aqueles que trabalham na organização, pois o empreendedor por meio de suas habilidades de realizar projetos e apresentar resultados aos seus empregadores adquire confiança e ganha espaço na organização, proporcionando condições propícias para a melhor produtividade. Abertura de novos negócios: Educar para o empreendedorismo possui como um dos seus principais objetivos a abertura de negócios, mas como já vimos anteriormente, por meio da oportunidade pois, quando se aprende como pesquisar mercados, planejar financeiramente a organização e principalmente oferecer produtos e serviços que venham ao encontro das expectativas dos consumidores, a certeza que o sucesso do empreendimento é maior. Progresso profissional: Quando exercita-se as habilidades empreendedoras dentro do ambiente de trabalho, o que chamamos de intraempreendedorismo. Assim é possível que o profissional alcance melhores postos de trabalho no nível hierárquico, ou seja, obtenha chances reais de melhores cargos, com mais autoridade e responsabilidade. Esses objetivos apresentam um cenário bastante positivo para aqueles que acreditavam que "empreendedorismo é apenas para quem quer abrir seu negócio”, mostra que na vida pessoal e profissional, ser uma pessoa com essas habilidades a torna mais forte, próspera e capaz de realizar nossos objetivos pessoais e profissionais. Existe no meio acadêmico diversos estudos que tratam da educação empreendedora, e seus benefícios para a sociedade, para a organização e para o próprio indivíduo, dentre estes estudos cita-se a tese de doutorado de Drewinski (2009), que informa que do ponto de vista ideológico, a educação para o empreendedorismo apresenta situações positivas a partir das possibilidades de seu desenvolvimento: Pode propiciar ao sujeito sua inserção no mercado de trabalho formal, através do primeiro emprego, da saída da informalidade, da possibilidade de desenvolvimento pessoal e profissional, e em especial por meio do intraempreendedorismo; e, por meio dessa ideia, temos o caráter social do empreendedorismo, o qual proporciona a geração de emprego e renda, podendo inclusive ser pauta de políticas públicas que proporcionem ensino formal de empreendedorismo em programas governamentais, nas ementas de cursos profissionalizantes, técnicos, tecnológicos e superiores que abordam o tema. Pode contribuir para a criação de seu próprio negócio, ocupando lacunas existentes no mercado, públicos alvo que não são atendidos a contento, sendo essa a concepção plena do termo. Com base nessa ideia, aplica-se uma visão clássica do empreendedorismo que é a criação de empresas, o que consequentemente traz benefícios sociais, pois a geração de renda, criação de postos de trabalho, geração de impostos e desenvolvimento local, são fatores sociais relevantes e benéficos para os governos nas esferas federal, estadual e municipal. 4.4 Práticas Pedagógicas para a Educação Empreendedora Ao abordar o ensino do empreendedorismo, temos que refletir sobre as formas que se utilizam para propiciar tal ensino, assim Drewinski (2009) afirma que esta aprendizagem deve ser realizada sob a perspectiva do "aprender a aprender", pois assim a eficácia da aprendizagem é maior, e ela ocorre quando há o exercício operacional da inteligência. Assim, dessa forma o professor não fica restrito à transmissão de conteúdo, mas se torna capaz de organizar todo o cenário propício para que haja um aprendizado com qualidade. Os professores se tornam mediadores de situações conflituosas, desafiadoras e devem ser capazes de provocar a reflexão por parte daquele que aprende, havendo assim a possibilidade de contínuas aprendizagens. Vieira et al (2013), por meio de estudo que objetivou levantar as práticas didático-pedagógicas praticadas na educação empreendedora em instituições de ensino superior, o qual visa entender quais são as metodologias de ensino mais exitosas no ensino do empreendedorismo no cenário brasileiro. O quadro apresenta as práticas pedagógicas executadas por Instituições de Ensino Superior para o ensino do empreendedorismo, as quais estão descritas com base na incidência diagnosticada nas 135 instituições pesquisadas, na qual os coordenadores dos cursos superiores de administração responderam à pesquisa. PRÁTICA PEDAGÓGICA PORCENTUAL Aulas Expositivas98% Estudo de caso 94% Trabalhos técnicos em grupo 92% Elaboração de plano de negócios 86% Palestras com executivos ou empresários 85% Apresentação de seminários pelos alunos 82% Visitas a empresas 80% Depoimento de empreendedores 79% Trabalhos teóricos individuais 78% Provas dissertativas 65% Trabalho prático individual 55% Adoção de livro texto 50% Solicitação de desenvolvimento de produtos 47% Atendimento individualizado 44% Jogo virtual de empreendedorismo 40% Exigência de ficha de leitura 24% Fonte: Adaptado de Vieira et al (2013). De Acordo com Vieira et al (2013), as técnicas tradicionais estão presentes na maioria das práticas pedagógicas do ensino, como aulas expositivas, estudos de caso e trabalhos em grupo. Já palestras, visitas a empresas e depoimentos de empreendedores também são bastante frequentes, fazendo com que se perceba que há uma disposição dos docentes em trazer a realidade prática do mundo do trabalho para dentro das atividades de sala de aula, tornando assim o aprendizado mais efetivo. De acordo com Vieira et al (2013), os trabalhos teóricos em grupo, os estudos de caso e aulas expositivas são as práticas pedagógicas mais frequentes para o ensino do empreendedorismo. Destaca-se que a adoção de livro texto e fichas de leitura são utilizados por menos da metade dos entrevistados, fazendo com que se compreenda que o empreendedorismo se aprende pela vivência e observação da prática, mais do que pela leitura. Devemos ressaltar que a utilização de livros textos continua sendo fundamental para qualquer nível de ensino, mas que na percepção dos próprios professores existe a necessidade de trazer a prática para o dia a dia dos alunos. Para que se tenha grande eficácia, o ensino do empreendedorismo deve vir da base, ou seja, desde o ensino fundamental. Dolabela (2012), em seu artigo Pedagogia empreendedora: ensino de empreendedorismo na educação básica, define o conceito de Pedagogia Empreendedora. A Pedagogia Empreendedora é uma metodologia de ensino de empreendedorismo para a Educação Básica: educação infantil até o ensino médio. Atinge, portanto, idades de 4 a 17 anos. É vinculada a tecnologias de desenvolvimento local, sustentável; por isto tem como alvo não só o indivíduo, mas a comunidade. Estimula a capacidade de escolha do aluno sem influenciar as suas decisões, preparando-o para as suas próprias opções. Trata o empreendedorismo como uma forma de ser e não somente de fazer, transportando o conceito que nasceu na empresa para todas as áreas da atividade humana. (DOLABELA, 2012. S/p) Já nas fases mais avançadas do ensino, como no ensino superior, Dolabela (1999) afirma que a inclusão do ensino do empreendedorismo nas universidades brasileiras foi um primeiro avanço, que tem por objetivo criar uma cultura de empreendedorismo na sociedade, e para isso o assunto precisa ser discutido em todos os níveis de ensino, desde o ensino fundamental até a educação superior. Amplie Seus Estudos Leia o livro O Segredo de Luísa de Fernando Dolabela, este livro apresenta uma história muito interessante sobre Empreendedorismo que vale a pena todos lerem. Nesse processo educacional, a escola deve ter a função de ensinar pautada por valores como a autonomia, independência, capacidade de inovar, assumir riscos, atuar em ambientes de alta mutação, pois essas capacidades serão fundamentais para que tais empreendedores possam gerar empregos, riquezas e promover o desenvolvimento social. Já Dornelas (2001) concorda com as ideias expostas por Dolabela, e acrescenta que diversos países que apoiam e incentivam novos empreendedores, tornam-se economias mais dinâmicas, desenvolvendo assim um crescimento mais rápido, contribuindo dessa forma para diminuir as taxas de desemprego, fazendo com que se conclua que a educação empreendedora pode ser o motor do desenvolvimento socioeconômico das localidades onde é desenvolvida. A inserção no mercado de trabalho formal e contribuição para a criação do seu próprio negócio são os principais benefícios da Educação Empreendedora. Saiba Mais O portal Educação Empreendedora Brasil é uma iniciativa da Endeavor e do SEBRAE que objetiva identificar, valorizar e divulgar experiências inovadoras e bem-sucedidas. Disponível em: http://www.educacaoempreendedora.org.br/ 4.5 Políticas Públicas para a Educação Empreendedora Buscam por meio da educação para o mundo do trabalho, a inserção de pessoas no mercado formal e a abertura de novos negócios por meio de novos empreendedores, os quais cumprirão sua função social, que é a geração de emprego e renda, contribuindo assim para o desenvolvimento econômico e social. De acordo com Drewinski (2009), no Brasil, embora existam iniciativas anteriores de capacitação dos jovens para sua inserção no mercado de trabalho, foi somente a partir da década de 1990 que surgiram políticas governamentais, em nível federal, voltadas para a formação e qualificação profissional da juventude. Tais políticas foram sistematizadas a partir do governo do presidente Fernando Henrique Cardoso e, posteriormente, retomadas e reformuladas no governo do presidente Luís Inácio Lula da Silva. Especificamente falando de Educação Profissional no Brasil, é possível citar a lei que institui os Institutos Federais Lei n° 11.892 de 29/11/2008. Essa foi uma iniciativa da SETEC - Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica no que tange ao ensino profissionalizante com foco na educação empreendedora. Seu papel está sendo disseminar a educação profissional no Brasil, capacitando os estudantes para o exercício de suas funções no mundo do trabalho, e a partir da criação dessas instituições, está sendo possível aliar a aprendizagem das funções técnicas, com conhecimentos de empreendedorismo, visto que em grande parte dos cursos regulares ofertados, a disciplina empreendedorismo faz parte dos conteúdos que compõe as grades curriculares. Amplie Seus Estudos SUGESTÃO DE LEITURA Para conhecer mais a respeito de Empreendedorismo leia o livro Empreendedorismo e Responsabilidade Social de Stadler, Halicki e Arantes (2011). Faz-se necessário conhecer melhor a proposta dessas disciplinas, verificando se há um alinhamento entre a proposta do curso e a realidade do mercado, se há reais chances desses profissionais empreenderem, e também se outras disciplinas atribuem um horizonte possível aos estudantes a chance de possuírem seus próprios negócios. Para Refletir Reflita: Mas você já parou para pensar a importância de ensinar o Empreendedorismo? Veja no quadro abaixo algumas razões desse estudo. 1. Alta taxa de mortalidade infantil1 das empresas; 2. Empresas necessitam profissionais com visão; 3. Profissionais para gerenciar e viabilizar recursos; 4. Metodologia tradicional não forma empreendedores; 5. Relações universidades/empresas ainda são incipientes no Brasil; 6. Cultura e valores do ensino não sinalizam para o empreendedorismo; 7. Percepção da importância das MPEs ainda é insuficiente; 8. Cultura da grande empresa predomina no ensino; 9. Ética; 10. Cidadania. Fonte: Adaptado de Dolabela (2008). O quadro acima mostra um retrato bastante claro dos motivos do ensino dessa atividade ressaltando que um conhecimento dinâmico não se aprende somente por meio de métodos tradicionais, sendo necessário ousar nas estratégias de formação de novos profissionais com tais habilidades. Outros paradigmas precisam ser transpostos para a realidade do profissional, como a ideia de que apenas asgrandes corporações são boas para trabalhar e que oferecem reais chances de crescimento profissional. Em tempos de alta tecnologia e de negócios virtuais, não podemos acreditar que boas chances estão apenas nas mãos de poucos. Esses cenários são propícios para que os pequenos empreendedores com boas ideias possam trazer soluções aos mercados e ganhem rapidamente destaque e prosperidade. 1 Uma pesquisa realizada pelo SEBRAE de São Paulo mostra que 27% das empresas paulistas fecham em seu 1.º ano de atividade. Na comparação com as primeiras edições da pesquisa observa-se tendência de queda na taxa de fechamento de empresas. Todos os profissionais de diferentes áreas em determinados momentos serão aprendizes do empreendedorismo ou professores do tema, seja no dia a dia de trabalho, num treinamento da instituição em que trabalha, seja ensinando um filho, um amigo, enfim sempre terão a chance de proporcionar esses conhecimentos para as pessoas, e com base nesses conhecimentos adquiridos, poderemos traçar melhores metas, uma boa estratégia de ensino, objetivando sempre que qualquer projeto a ser planejado, possa ser executado com a máxima eficácia. Ser empreendedor é ter a noção de que os desafios propostos precisam ser empreendidos com muito empenho, dedicação, planejamento e amor em todas as etapas do seu desenvolvimento, pois com base nesses elementos, a probabilidade do sucesso é muito maior. Amplie Seus Estudos Leia o livro Desafios Educacionais na Formação de Empreendedores do autor Adelar Hengemühle, a obra traz referenciais teórico-práticos do autor para apontar caminhos que tornam os conteúdos e as práticas pedagógicas mais significativos, úteis e provocantes, a fim de envolver os estudantes de forma afetiva e emocional. Para concluir, é preciso ressaltar que esse conhecimento se aplica em qualquer área da sociedade, independente de trabalhar no governo, empresas privadas ou terceiro setor (exercendo o cargo de patrão ou empregado). O desenvolvimento das habilidades empreendedoras servirá para que as pessoas possam alcançar objetivos cada vez maiores, mais audaciosos, por meio de muita pesquisa, planejamento e organização de informações que permitam colocar projetos em prática. Para isso verificou-se alguns requisitos necessários para compor o perfil empreendedor como ter criatividade, disposição em assumir riscos, assumir responsabilidades, estimular a criação de iniciativas e vontade de propor novos negócios. Todas essas características resultam em geração de ideias inovadoras, e soluções para os públicos aos quais atuamos, pois a realização exitosa desses projetos, geram uma grande satisfação pessoal e a certeza que grandes desafios começam com pequenos passos. Resumo Aula 4 O objetivo dessa aula foi conscientizar a importância de se ensinar o empreendedorismo para os profissionais, destacando-se os benefícios que a educação empreendedora traz para as organizações, conceituando a pedagogia empreendedora e destacando as principais razões para que ela esteja presente nas instituições de ensino. Atividade O desenvolvimento das habilidades empreendedoras serve para que o indivíduo possa alcançar objetivos, por mais audaciosos que eles sejam, por meio de muita pesquisa, planejamento e organização de informações que permitam colocar projetos em prática. Mediante a estas afirmações, discorra sobre o tema. Resumo Disciplina Nesta disciplina evidenciou-se que o ato de empreender é enxergar oportunidades e transformá-las em prática, utilizando de técnicas de administração que permitam o negócio prosperar. As principais características dos empreendedores estão ligadas ao caráter automotivado, criativo e de foco nos objetivos. Foram evidenciadas os principias recursos: humanos, tecnológicos, materiais e financeiros, os quais são responsáveis na formação das organizações. Verificou-se que não necessariamente existirá empreendedorismo apenas em empresas privadas, mas em diversos setores, incluindo o escolar (evidenciando as habilidades e características das pessoas empreendedoras). Evidenciando também o intraempreendedorismo, o qual é uma habilidade a ser incentivada pela organização, sendo assim as empresas na iniciativa deve contemplar a pesquisa de mercado (e de novas tecnologias) e a definição de estratégias corporativas e dos recursos humanos, no que tange o desenvolvimento do empreendedorismo. Contextualizaram-se os benefícios que a educação empreendedora traz para as organizações, conceituando a pedagogia empreendedora e destacando as principais razões para que ela esteja presente nas instituições de ensino, objetivando conscientizar a importância de se ensinar o empreendedorismo. Referências BERNARDI, M. & GUIMARÃES, T. B. Empreendedores públicos: uma experiência de gestão estratégica de pessoas na administração pública do governo do estado de Minas Gerais, 2008. BUCKLEY, P.J. & CASSON, M. The Future of the Multinational Enterprise. McMillan: Londres. 1976. BUCKLEY, P.J. & CASSON, M.C. A Theory of International Operations, en Chertman, J.P., y Leontiades, J. (Eds.), European Research in International Business, North-Holland, Amsterdam. 1976. DOLABELA, F. O segredo de Luísa. Rio de Janeiro: Sextante, 2008. DOLABELA, F. Oficina do empreendedor. São Paulo: Cultura, 1999. DOLABELA, F. Oficina do empreendedor: ensino universitário de empreendedorismo. Belo Horizonte, 2012a. Disponível em: <http://fernandodolabela. wordpress.com/servicos-oferecidos/oficina-do-empreendedor/>. Acesso em: Ago/2015. DOLABELA, F. Pedagogia empreendedora. São Paulo: Cultura, 2003. DOLABELA, F. Pedagogia empreendedora: ensino de empreendedorismo na educação básica. 2012. Disponível em: <http://fernandodolabela.wordpress.com/servicos-oferecidos/pedagogia- empreendedora/>. Acesso em: Ago/2015. DORNELAS, J. Empreendedorismo corporativo: como ser empreendedor, inovar e se diferenciar na sua empresa. 2 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. DORNELAS, J. C. A. 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