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A ESCRAVIDÃO NA ATUALIDADE

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SUMÁRIO
31 INTRODUÇÃO	�
42 DESENVOLVIMENTO	�
42.1 O TRABALHO FORÇADO NO BRASIL	�
62.2 ATUAIS POLÍTICAS DE COMBATE AO TRABALHO EM CONDIÇÕES ANÁLOGAS DE ESCRAVIDÃO	�
11Considerações finais	�
12REFERÊNCIAS	�
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INTRODUÇÃO
Ao longo dos séculos existiram grandes sociedades, principalmente na Antiguidade, quando as cidades estavam começando a se formar e a prosperar. Com uma cultura vasta e riquezas que são encontradas até hoje em todo o mundo, essas sociedades tinham economias, culturas e um modo de vida diferentes, mas também tinham uma coisa em comum: a escravidão. 
A escravidão é um tipo de relação de trabalho que existia há muito tempo na história da humanidade. Já na Antiguidade, o código de Hamurabi, conjunto de leis escritas da civilização babilônica, apresentava itens discutindo a relação entre os escravos e seus senhores. Não se restringindo aos babilônios, a escravidão também foi utilizada entre os egípcios, assírios, hebreus, gregos e romanos. Dessa forma, podemos perceber que se trata de um fenômeno histórico extenso e diverso. (SOUSA, 2016).
Na Antiguidade, se estabeleceu uma divisão dos tipos de trabalho, entre manuais e intelectuais. Trabalhos braçais e manuais eram desprezíveis, e as atividades intelectuais eram valorizadas e próprias dos homens que podiam se dedicar à vida cidadã, como fala Aristóteles:
“A utilidade do escravo é semelhante à do animal. Ambos prestam serviços corporais para atender às necessidades da vida. A natureza faz do corpo do escravo e do homem livre de forma diferente. O escravo tem corpo forte, adaptado naturalmente ao trabalho servil. Já o homem livre tem corpo ereto, inadequado ao trabalho braçal, porém apto à vida do cidadão.
Os cidadãos não devem viver uma vida de trabalho trivial ou de negócios (estes tipos de vida são ignóbeis e incompatíveis com as qualidades morais); tampouco devem ser agricultores os aspirantes à cidadania, pois o lazer (ócio) é indispensável ao desenvolvimento das qualidades morais e à prática das atividades políticas.” (ARISTÓTELES. A Política. cap. II, 12546b. e cap. VIII, 1329a.)
Em contra partida, durante a Idade Média passou a existir o conceito de servidão.
A servidão era uma relação de trabalho no qual uma pessoa (servo) devia obrigações a outra (senhor). Estas obrigações geralmente eram pagas em forma de tributos, em troca de um pedaço de terra para produzir, de proteção e de segurança militar, fornecidas por seus senhores feudais. Como os escravos, os servos deviam obediência e lealdade ao seu senhor. (TURINI, 2014).
Na Idade Média o trabalho era considerado um bem árduo, necessário à evolução do homem, e o trabalho braçal era uma forma de provação e fortalecimento espiritual em busca do Reino de Deus. 
Outro conceito a ser abordado será o de trabalho, que pode ser definido como “a medida do esforço feito pelos seres humanos.” A forma predominante de trabalho ao longo da história foi a escravidão, mas a partir do século XIX, ela começou a diminuir e foi declarada ilegal. Assim, a forma dominante de trabalho passou a ser o trabalho assalariado, que confere ao trabalhador diversos benefícios, entre eles o salário e leis que o protegem.
DESENVOLVIMENTO
Segundo o artigo 149 do Código Penal Brasileiro, com redação dada pela lei nº 10.803, de 11 de dezembro de 2003, entende-se por condição análoga à de escravo, a submissão da vítima a trabalhos forçados, jornada exaustiva e a sujeição a condições degradantes de trabalho, restringindo sua locomoção em razão de dívida contraída com o empregador ou preposto. Observa-se que não é somente a liberdade de ir e vir que caracteriza tal crime, mas também o trabalho sem as mínimas condições de dignidade. 
O Brasil só começou a reconhecer a existência de trabalho escravo em seu território em meados de 1990. As primeiras denúncias de trabalho análogo à escravidão foram feitas por Dom Pedro Casaldáliga, então bispo de São Félix do Araguaia – MT, em meio à Ditadura Militar no início da década de 70. Em 1995, o presidente da época, Fernando Henrique Cardoso, reconheceu oficialmente e tomou providências, criando uma estrutura que com ajustes e avanços alcançados no governo Lula, se mantém na linha de frente no combate ao trabalho escravo. O governo FHC criou o Grupo Executivo de Repressão ao Trabalho Forçado (GERTRAF), substituído em 2003 pela Comissão Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo (CONATRAE). Também instituiu o Grupo Especial de Fiscalização Móvel (GEFM), que se transformou no mais importante instrumento de repressão aos escravagistas. De acordo com um texto encontrado na internet, a constatação de qualquer um dos quatro pontos citados abaixo é suficiente para configurar a exploração de trabalho escravo.
– TRABALHO FORÇADO: o indivíduo é obrigado a se submeter a condições de trabalho em que é explorado, sem possibilidade de deixar o local seja por causa de dívidas, seja por ameaça ou violência física e psicológica; 
– JORNADA EXAUSTIVA: expediente desgastante que vai além de horas extras e coloca em risco a integridade física do trabalhador, já que o intervalo entre as jornadas é insuficiente para a reposição de energia. Há casos em que o descanso semanal não é respeitado. Assim, o trabalhador também fica impedido de manter vida social e familiar; 
– SERVIDÃO POR DÍVIDA: fabricação de dívidas ilegais referentes a gastos com transporte, alimentação, aluguel e ferramentas de trabalho. Esses itens são cobrados de forma abusiva e descontados do salário do trabalhador, que permanece cerceado por uma dívida fraudulenta;
 – CONDIÇÕES DEGRADANTES: um conjunto de elementos irregulares que caracterizam a precariedade do trabalho e das condições de vida sob a qual o trabalhador é submetido, atentando contra a sua dignidade. 
O Trabalho Forçado no brasil
Historicamente, a região Norte e Nordeste do Brasil sempre lideraram o ranking nacional de trabalho escravo, mas em 2009, pela primeira vez a região Sudeste e a região Sul, consideradas as mais ricas e desenvolvidas do país, bateram esse recorde. Mas o problema não se concentra em apenas uma região. 
Além de brasileiros, encontram-se também estrangeiros que migram para o Brasil em busca de melhores condições de vida e acabam sendo explorados. Um exemplo disso são os casos de bolivianos que chegam para trabalhar em confecções de grandes marcas e são escravizados com cargas horárias intermináveis e péssimas condições de trabalho. Já os brasileiros vítimas do trabalho escravo, encontram-se em grande parte na zona rural. O agronegócio é o setor de economia que mais alista pessoas para trabalhar nesse regime que se assemelha à escravidão, e um exemplo disso acontece na Amazônia, onde pessoas são contratadas para realizar o desmatamento para a expansão da fronteira agrícola.
 O índice de trabalhadores libertados por região é liderado pela região Norte, com 1595 trabalhadores, o que equivale a 31% do total, em seguida vem a região Centro Oeste, com 1222 libertos, o equivalente a 28%, depois a região Nordeste, com 940 trabalhadores resgatados, representando 22%, depois a região Sudeste, com 430 libertos, sendo 10% do total e por último segue a região Sul, com 153 libertos, compondo 4%. Estes dados correspondem aos anos de 2003 a 2009, visto que em 2009 esse índice começa a mudar com o crescimento do crime nas regiões Sul e Sudeste. Na pecuária, o trabalho escravo produz principalmente café (3%), açúcar e etanol (3%), pimenta do reino (3%), algodão e soja (10%), e carne e leite (80%). 
Na cidade de Sete Lagoas, em 2014, houveram denúncias e através delas foram encontrados 18 trabalhadores em condições análogas à de escravo. Os próprios operários denunciaram o crime para o Sindicato dos Trabalhadores da Construção de Belo Horizonte, que acionou o Ministério do Trabalho. Os operários foram aliciados na Bahia, nas cidades de Santo Antônio de Jesus,Ipirá e Salvador. Segundo as vítimas, eles eram impedidos de ir embora por falta de pagamento do acerto. O gerente da obra teria afirmado que se quisessem deixar a cidade, não seria feito o pagamento da passagem para os locais de origem, e pressionava os trabalhadores psicologicamente, comentando que eles não conseguiriam ir até a Bahia a pé. Além disso, alguns desses trabalhadores passavam mal por não se adaptarem a culinária local, e também não recebiam por horas extras.
atuais políticas de combate ao trabalho em condições análogas de escravidão
Há distintos instrumentos que atuam na prevenção e repressão ao trabalho escravo, que iremos abordar a seguir.
Ministério do Trabalho e Emprego:
 A missão institucional do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) é “promover o desenvolvimento da cidadania nas relações de trabalho, buscando a excelência na realização de suas ações, visando à justiça social.”
Estabelece o art. 626, da CLT que “Incumbe às autoridades competentes do Ministério do Trabalho, ou àquelas que exerçam funções delegadas, a fiscalização do fiel cumprimento das normas de proteção ao trabalho”. 
 Medidas de fiscalização, combate e repressão: o Grupo Especial de Fiscalização Móvel (GEFM) foi criado pelo Ministério do Trabalho e Emprego, buscando tornar efetiva a determinação legal, por meio de uma política antiescravista aliada à repressão ao trabalho escravo.
Na sua criação em 1995, o Grupo era formado por três equipes, sendo que atualmente existem oito. O GEFM pode ser entendido como um instrumento eficaz do MTE, que vem em resposta à necessidade de se ter um comando centralizado para diagnosticar o problema, garantir a padronização dos procedimentos e supervisionar diretamente as operações pelo órgão central, além de assegurar o sigilo absoluto na apuração das denúncias e, finalmente, reduzir as pressões ou ameaças sobre a fiscalização.
Cadastro de empregadores infratores: “Lista Suja”:
Em outubro de 2004, por meio da Portaria nº 540, o Ministério do Trabalho e Emprego criou o “Cadastro de Empregadores que tenham mantido trabalhadores em condições análogas à de escravo”, que contém o nome de pessoas físicas e jurídicas flagradas pela fiscalização. 
O cadastro é atualizado semestralmente pelo MTE e encaminhado aos Ministérios da Fazenda, da Integração Nacional, do Desenvolvimento Agrário, do Meio Ambiente, à Secretaria Especial de Direitos Humanos, aos bancos públicos e privados e à sociedade civil, a fim de que cada instituição adote as medidas corretas em seu âmbito de competência.
 Medidas de assistência e inclusão Assistência Emergencial:
 Nos casos em que o empregador não assume a responsabilidade, o Ministério do Trabalho e Emprego se encarrega da assistência emergencial aos trabalhadores resgatados. São providenciadas alimentação e hospedagem enquanto houver a investigação fiscal. Por meio desta ação, o Ministério pode devolver esses trabalhadores ao seu lugar de origem. 
Seguro-Desemprego Especial: 
Com a publicação da Lei nº 10.608/2002, o trabalhador resgatado da condição análoga à de escravo conquistou o direito de receber três parcelas do seguro-desemprego, no valor de um salário-mínimo cada, e de ser encaminhado pelo Ministério do Trabalho e Emprego, para qualificação profissional e recolocação no mercado de trabalho, por meio do Sistema Nacional de Emprego – SINE, além de receber prioridade de inserção no Programa Bolsa Família e inclusão no Programa Brasil Alfabetizado.
Sistema de Acompanhamento e Combate ao Trabalho Escravo (SISACTE): 
Permite registrar denúncias de trabalho escravos apresentados ao MTE e dados das operações de fiscalização realizadas. 
Ministério Público da União (MPU):
Normatizado como “instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis”, é composto, na área laborativa, pelo Ministério Público do Trabalho (MPT). 
Este tem a função de atuar judicialmente e extrajudicialmente na defesa dos direitos coletivos e individuais cuja competência seja da Justiça do Trabalho (arts.127 e 128 – CR), tendo especial atenção nas questões relativas à erradicação do trabalho infantil, do trabalho forçado e escravo, bem como no combate a quaisquer formas de discriminação no mercado de trabalho. Em setembro de 2002, o MPT criou a Coordenadoria Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo (CONAETE), com a finalidade de erradicar o trabalho análogo ao de escravo e o trabalho degradante, resguardando o direito à liberdade, zelando pelas garantias decorrentes da relação de emprego, bem como agregando valores a ações em andamento, como por exemplo, as ações realizadas pelo Grupo Especial de Fiscalização Móvel (GEME), que são:
- Ação Anulatória (judicial);
- Ação Civil Pública (judicial);
- Ação Preventiva (extrajudicial);
- Inquérito Civil Público (extrajudicial);
- Termo de Ajuste de Conduta (extrajudicial);
- Termo de Ajustamento de Conduta (TAC).
 Previsto na Lei Complementar nº 75/1993, o Termo de Ajuste de Conduta (TAC), é um título executivo extrajudicial, que surge em situações em que ocorram violações aos direitos trabalhistas, e traz a possibilidade da auto composição das partes e reparação de danos, além de promover o ajustamento da conduta ilícita do empregador.
Visando ajustar a conduta do empregador rural que esteja em desacordo com a lei, e consequentemente indenizar os trabalhadores lesados, o TAC não contribui para a sobrecarga existente em nosso Judiciário, resultando em um resultado prático e efetivo do MPT.
 Atuação da Justiça Do Trabalho:
Segundo Márcio Túlio Viana (2008), a atuação da justiça do trabalho tem sido decisiva. Mais sensíveis e atentos aos problemas sociais, seus juízes têm se envolvido totalmente no combate à escravidão. 
Neste sentido pode-se citar o trabalho realizado pelas chamadas Varas Itinerantes. Com previsão normativa dada pela EC 45, analisada as devidas necessidades, os Tribunais Regionais do Trabalho poderão instalar a “Justiça itinerante”:
 “Art. 115, § 1º: Os Tribunais Regionais do Trabalho instalarão a justiça itinerante, com a realização de audiências e demais funções de atividade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos e comunitários.” 
Com estes instrumentos, a Justiça do Trabalho leva aos lugares mais remotos, e com condições precárias o acesso à Justiça. Sua composição se dá por um juiz, conciliadores e defensores públicos, que através de unidades móveis vão a locais propícios para realização deste nobre trabalho.
O terceiro setor e o combate ao trabalho escravo:
É certo que existem inúmeras organizações não governamentais que se esforçam para preservar o trabalho digno, sendo este um dos direitos fundamentais garantidos constitucionalmente, todavia, podemos citar duas entidades que prestam relevantes serviços de informação, fiscalização e educação, referente ao combate da exploração do trabalhador, e em especial ao trabalhador em condições análogas a de escravo, e que ganharam repercussão nacional e internacional. São elas a ONG Repórter Brasil e a Comissão da Pastoral da Terra. 
A ONG Repórter Brasil foi Fundada em 2001, por Educadores, Cientistas Sociais e Jornalistas.
 “[….] tem sido uma das principais organizações a atuar no combate ao trabalho escravo no Brasil e a pautá-lo na mídia e nos debates da opinião pública. A Repórter Brasil atua em parceria com outros veículos de comunicação para a publicação de notícias, artigos e reportagens. Com isso, tem contribuído para o aumento da incidência desse tema na grande mídia.” (Repórter Brasil)
 Alguns de seus objetivos são: 
Combater todo e qualquer tipo de injustiça e violação aos direitos fundamentais do ser humano, dos recursos naturais e do meio ambiente.
Atuar na prevenção e na erradicação do trabalho escravo e de todas as formas de exploração do trabalhador, visando à garantia e à proteção de seus direitos.Produzir conhecimento e disseminar informações que contribuam para a formulação de políticas públicas, atuando politicamente com o objetivo de mobilizar a estrutura e a legitimidade do Estado para a garantia dos direitos humanos e a preservação do meio ambiente.
Fomentar e fortalecer esferas de controle e participação social, com o objetivo de assegurar o respeito aos direitos humanos e trabalhistas e a preservação do meio ambiente.
A Comissão Pastoral da Terra (CPT), é resultado de um Encontro da Pastoral da Amazônia, realizado em 1975 na cidade de Goiânia, organizado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) em resposta à grave situação dos trabalhadores rurais, posseiros e peões. Fora o vínculo existente entre a CPT e a CNBB, que durante os anos de ditadura militar, sustentou a manutenção das realizações dos seus trabalhos, resultando atualmente em uma das principais organizações que atuam no Combate à Exploração do Trabalhador Rural. Desde 1997, a CPT promove uma campanha de prevenção e combate ao trabalho escravo intitulada “De olho aberto para não virar escravo!”, tendo os estados do Pará, Mato Grosso, Maranhão e Tocantins como principais áreas de atuação. 
Entidades Sindicais:
A Central Única dos Trabalhadores (CUT), principal entidade sindical do país, no ano de 2008, através do Instituto Observatório Social (IOS), assinou o Pacto Nacional Pela Erradicação do Trabalho Escravo, resultado de um acordo em que empresas, entidades representativas e organizações comprometeram-se a defender os direitos humanos, eliminar o trabalho escravo e auxiliar a incluir no mercado de trabalho pessoas resgatadas de condições degradantes de trabalho. 
 Atualmente, o Comitê de Coordenação e Monitoramento do Pacto pela Erradicação do Trabalho Escravo é composto pela OIT, Ethos, Repórter Brasil e IOS/CUT. Apesar desta atuação da CUT através do IOS, entende-se que as entidades sindicais ainda atuam de forma tímida sobre o tema, pois deveriam promover ações específicas, como instalações de comissões de fiscalização em áreas de incidência do trabalho escravo, acompanhamento junto às operações do Grupo Especial de Fiscalização Móvel, cursos de capacitação dos trabalhadores e promoção de atividades de prevenção, para assim contribuir efetivamente para o trabalho digno e erradicar de vez esse mal, que ainda hoje em pleno século XXI, faz vítimas em todo o mundo. 
Considerações finais
Tendo em vista os aspectos observados ao longo da história, a humanidade, para se desenvolver, necessitou de uma organização social, porém essa organização não era igualitária, era baseada em um modelo de dependência. Hoje sabemos que o trabalho é um conjunto de atividades realizadas, é um esforço feito por indivíduos com o objetivo de atingir uma meta pessoal, o que contribui para o desenvolvimento da sociedade. 
É certo que o homem sempre inventou meios para produzir o seu sustento, e como vimos, sempre sofreu nas mãos de poderosos, sejam eles reis ou governantes. O termo escravidão surgiu na antiguidade e seu significado sofreu variações ao longo do tempo, mas basicamente “é uma pratica social em que o ser humano tem direito e propriedade sobre o outro”. Já a servidão foi um tipo de relação social predominante no feudalismo, em que a condição do servo se assemelhava em termos com a do escravo. Estes se submeteram a formas de serviço degradante em troca de proteção e uso das terras de seus senhores. Tanto escravidão e servidão coexistiram na Idade Média. 
Ainda hoje notamos que em todo o planeta existem situações semelhantes às vividas na Antiguidade e na Idade Média. Reduzir uma pessoa a condição análoga a de escravo, submetendo-a a trabalhos forçados ou a jornadas exaustivas, além de condições degradantes de trabalhos, tira a dignidade do ser humano e nos leva aos tempos em que os homens eram acorrentados e arrastados por seus “donos” como animais. Analisando a situação do nosso país, esse trabalho escravo não se concentra em apenas uma região, e não acomete somente trabalhadores brasileiros, mas também estrangeiros que se mudam pra cá em busca de uma melhora de vida. No Brasil atualmente há um interesse maior em buscar justiça para essas pessoas. Contamos com mais serviços de fiscalização e combate a repressão, e nosso povo está mais participativo denunciando. Existem medidas de assistência resguardando os direitos a essas pessoas que sofreram este tipo de abuso, o que não significa que temos uma solução ou que estes fatos irão se erradicar.
A questão do serviço forçado nos acompanha desde a antiguidade, só alterando o nome em cada período social, mas continua ainda oprimindo milhares de cidadãos, o que nos leva a concluir que somente com uma mobilização mais preponderante teremos chances de amenizar ou até mesmo erradicar estes fatos.
REFERÊNCIAS
SWEEZY, Paul. A transição do Feudalismo para o Capitalismo. 5ª Edição. São Paulo, SP. Paz e Terra S.A, 2004
Trabalho análogo à escravidão. Disponível em: <http://www6g.senado.gov.br/busca/?q=trabalho+analogo+a+escravid%C3%A3o>. Acesso em 05 de maio 2017.
Trabalho Escravo Existe? Disponível em: <http://g1.globo.com/economia/trabalho-escravo-2014/platb/>. Acesso em 05 de maio 2017.
Ministério do Trabalho e Emprego. Manual de Combate ao Trabalho em Condições Análogas ás de Escravo. 2011. Cartilha. Brasília. 2011. Disponível em: <http://acesso.mte.gov.br/data/files/8A7C816A350AC88201350B7404E56553/combate%20trabalho%20escravo%20WEB.PDF>. Acesso em 06 de maio 2017.
O Trabalho Escravo no Brasil. Disponível em: <http://escravonempensar.org.br/sobre-o-projeto/o-trabalho-escravo-no-brasil/>. Acesso em 6 de maio 2017.
BAETA, Juliana; CARMONA, Bruna. Nordestinos eram escravizados em obra de Sete Lagoas. 2014. Reportagem. O TEMPO. Disponível em: <http://www.otempo.com.br/cidades/nordestinos-eram-escravizados-em-obra-de-sete-lagoas-1.790906>. Acesso em 6 de maio 2017.
LOURENÇO, Aline. Minas Gerais é o segundo Estado em ranking de trabalho degradante. 2014. Reportagem. O TEMPO. Disponível em <http://www.otempo.com.br/cidades/minas-gerais-%C3%A9-o-segundo-estado-em-ranking-de-trabalho-degradante-1.780474>. Acesso em 6 de maio 2017.
Repórter Brasil. Disponível em: <http://www.reporterbrasil.org.br/>. Acesso em 6 de maio 2017.
ALMEIDA, André Henrique de. Condições análogas a escravo normatização e efetividade. 2011. Disponível em: <https://jus.com.br/artigos/19167/condicoes-analogas-a-escravo-normatizacao-e-efetividade/3>. Acesso em 6 de maio 2017.
UNIVERSIDADE NORTE DO PARANÁ. Biblioteca Digital. Modelo para Elaboração de Trabalho Acadêmico. EAD, 2017. Disponível em: <http://www.unoparead.com.br/sites/bibliotecadigital/>. Acesso em 15 de maio 2017.
Sistema de Ensino Presencial Conectado
LICENCIATURA EM HISTÓRIA
Alice Moreira Silva
Ana Luiza de Jesus Carvalho
Ana Paula de Andrade Silva
bRUNA GABRIELLE MOURA ABREU
Fernanda Inocêncio Campos
Jairo Nascimento da Rocha
Karine Duarte Guimarães Paschoal
A ESCRAVIDÃO NA ATUALIDADE:
Um comparativo entre o Trabalho Análogo à Escravidão, A Escravidão na Antiguidade e a Servidão na Idade Média.
Sete Lagoas
2017
ALICE MOREIRA SILVA
ANA LUIZA DE JESUS CARVALHO
ANA PAULA DE ANDRADE SILVA
BRUNA GABRIELLE MOURA ABREU
FERNANDA INOCÊNCIO CAMPOS
JAIRO NASCIMENTO DA ROCHA
KARINE DUARTE GUIMARÃES PASCHOAL
A ESCRAVIDÃO NA ATUALIDADE:
Um comparativo entre o Trabalho Análogo à Escravidão, A Escravidão na Antiguidade e a Servidão na Idade Média.
Trabalho de Licenciatura em História apresentado à Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção de média bimestral nas disciplinas de História Medieval; Introdução aos Estudos Históricos; Metodologia Científica; Seminário da Prática III e Sociedades Ágrafas e História Antiga.
Orientador: Professores.Julho Zamariam; Marina Costa de Oliveira; Patrícia Graziela Gonçalves e José Osvaldo Henrique Correa.
Sete Lagoas
2017

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