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MEIO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE Ficha Catalográfica DIRETORIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Meio Ambiente e Sustentabilidade São Paulo 2018 FICHA TÉCNICA Prof. José Fernando Pinto da Costa Presidência da Mantenedora Prof. José Fernando Pinto da Costa Reitoria Sthefano Bruno Pinto da Costa CEO Profa. Me. Patrícia Paiva Goncalves Bispo Diretoria de EaD Prof. Me. Fernando Henrique Ferreira Coordenador Pedagógico Prof. Me. Fernando da Silveira Lobo Coordenador de Área Felipe Galesi Raimo Coordenador AVA Priscila Corrêa Dias Analista de Conteúdo EaD Rogério Batista Furtado Web Designer Fabiano Melo Autoria APRESENTAÇÃO Car@ Alun@, Nesta disciplina sobre “Meio Ambiente e Sustentabilidade”, você estudará a origem da discussão sobre as questões ambientais em âmbito internacional. Em seguida, compreenderá os princípios norteadores do ordenamento jurídico brasileiro sobre o tema. Com a base de conhecimentos político-jurídicos necessários, avançará nas questões ambientais voltadas propriamente às questões educacionais. Analisará a Política Nacional de Educação Ambiental, as Diretrizes Curriculares e com isso terá formação para aplicar seus conhecimentos no cotidiano educacional. Ademais, compreender-se-á a Política Nacional de Recursos Hídrico e a Política Nacional de Resíduos Sólidos e, com esses conhecimentos, será capaz de diagnosticar os problemas ambientais mais imediatos e confeccionar projetos de intervenção com seus alunos, para que melhore a qualidade de vida de toda a comunidade. Bons estudos! A PROTEÇÃO AMBIENTAL MUNDIAL 1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 10 2. TEMA PRIMÁRIO ................................................................................................... 10 Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento ................... 12 Agenda 21 ...................................................................................................... 12 Convenção-Quadro sobre Mudanças do Clima .......................................... 12 Convenção sobre Diversidade Biológica ou da Biodiversidade ................. 13 Declaração de Princípios sobre Florestas ................................................... 13 3. Rio +10 e Rio + 20 .................................................................................................. 13 4. REVISÃO DA AULA ................................................................................................ 15 5. REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 17 1 8 9 AULA 1 A PROTEÇÃO AMBIENTAL MUNDIAL Conhecer a gênese do processo de consolidação da proteção ambiental no âmbito mundial. Identificar os principais documentos internacionais de proteção ambiental. Avaliar quais as temáticas ambientais mais relevantes nas instâncias de discussão internacionais. 10 1. INTRODUÇÃO Nessa aula você estudará o processo histórico de consolidação da proteção ambiental. Desde os primórdios o homem mantém uma relação intrínseca com a natureza tanto para suprir suas necessidades de sobrevivência quanto a reverenciando no contexto do sagrado (OLIVEIRA; SILVA, 2012). No entanto, a ideia de uma proteção ambiental estruturada surgiu no momento em que se percebeu a finitude dos recursos naturais e que o futuro das atividades humanas estava relacionado com o imperativo de proteção ao meio ambiente. As transformações do modo de produção que ocorreram a partir da Revolução Industrial (século XIX) juntamente com o aumento da população mundial ampliaram as intervenções e agressões na natureza. Com isso, a consciência ecológica encontrou solo propício para despontar. 2. TEMA PRIMÁRIO O mundo começou a preocupar-se com o meio ambiente no final da década de 1960. Em 1970, alguns acontecimentos contribuíram para que fosse repensada a ideia de proteção e qualidade ambiental, uma vez que eram incompatíveis com desenvolvimento econômico. Podemos destacar os seguintes acontecimentos: a crise do petróleo, divulgação de relatório produzido pelo Clube de Roma – conhecido como “Os limites do crescimento”, de 1972, – e alguns acidentes ambientais que acabaram influenciando a produção de convenções internacionais e/ou regras internas. De 5 a 16 de junho de 1972, na cidade de Estocolmo, Suécia, ocorreu a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano com a participação de 113 Estados; esse é considerado um marco do direito ambiental no domínio internacional. No curso de seus trabalhos, os países participantes dividiram-se em duas correntes de interpretação sobre as questões ambientais (MELO, 2017): a) de um lado, os preservacionistas, corrente radical, liderados pelos países desenvolvidos, que defenderam a mitigação nas intervenções antrópicas sobre o meio ambiente; e, 11 b) de outro, os desenvolvimentistas, composta pelos países em desenvolvimento, entre os quais o Brasil; que defendiam sua preocupação com o crescimento econômico. Ao final da Conferência foi editada a Declaração de Estocolmo sobre Meio Ambiente Humano, com 26 princípios. Além disso, foi elaborado um Plano de Ações para o Meio Ambiente, com um conjunto de 109 recomendações. Como decorrência da Convenção de Estocolmo, estabeleceu-se em dezembro de 1972 o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), com sede em Nairóbi, Quênia, como programa do Sistema das Nações Unidas responsável por promover a proteção ao meio ambiente e o uso eficiente de recursos naturais no contexto do desenvolvimento sustentável. Atualmente o PNUMA, como agência do Sistema das Nações Unidas, é a principal autoridade global em meio ambiente. Depois de uma década após a realização da Conferência de Estocolmo sobre o Meio Ambiente Humano, a ONU criou em 1983 a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, que após um longo processo de audiências e discussões com líderes políticos e organizações em todo o planeta apresentou, em 1987, como conclusão de suas atividades, o Relatório Nosso Futuro Comum, também conhecido como Relatório Brundtland – em homenagem à senhora Gro Harlen Brundtland, ex-primeira ministra da Noruega, que presidiu os trabalhos dessa Comissão Mundial. O Relatório Brundtland definiu os contornos do conceito clássico de desenvolvimento sustentável, como aquele “que atende às necessidades das gerações atuais sem comprometer a capacidade de as futuras gerações terem suas próprias necessidades atendidas”. Com a conclusão desse Relatório, a ONU decidiu em 1990 a necessidade da realização de uma nova conferência sobre meio ambiente, que ocorreria no Brasil em 1992. A Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio/92 ou Eco/92), realizada em 1992, no Rio de Janeiro, também conhecida como a Cúpula da Terra, representou o ápice da preocupação ambiental mundial. Sua relevância se reflete na participação de 179 países, 116 chefes de Estado e de governo e mais de 10.000 participantes. Como resultado, a Rio/92 produziu cinco documentos internacionais (MELO, 2017). 12 Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Documento que contém27 princípios; esses são fundamentais para a compreensão do direito ambiental não somente na esfera internacional, mas como importante fonte para o desenvolvimento principiológico na legislação ambiental de cada país. Embora seja uma recomendação, a Declaração do Rio traz preceitos fundamentais para o desenvolvimento de uma agenda internacional de proteção ao meio ambiente, com uma série de compromissos e obrigações para os Estados. Agenda 21 Pode ser definida como “um instrumento de planejamento para a construção de sociedades sustentáveis, em diferentes bases geográficas, que concilia métodos de proteção ambiental, justiça social e eficiência econômica”, segundo o Ministério do Meio Ambiente. Com 40 capítulos, em que se estabelecem diretrizes para a implementação do desenvolvimento sustentável. O êxito de sua execução é responsabilidade, antes de mais nada, dos Governos. Para concretizá-la, são cruciais as estratégias, os planos, as políticas e os processos nacionais. A cooperação internacional deverá apoiar e complementar tais esforços nacionais. Para acompanhar o progresso na implementação da Agenda 21, a Assembleia-Geral das Nações Unidas criou em dezembro de 1992 a Comissão das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, que é uma comissão funcional vinculada ao Conselho Econômico e Social da ONU. Apesar de ser um documento da Rio/92, a implementação da Agenda 21 é um objetivo que permeou as conferências posteriores, em especial a Rio+10 e a Rio+20. Convenção-Quadro sobre Mudanças do Clima Adotada em Nova York em 09 de maio de 1992 e aberta para assinatura em junho de 1992, durante a Rio/92, com entrada em vigor em 21 de março de 1994, a convenção possui como objetivo a estabilização das concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera num nível que impeça uma interferência antrópica perigosa no sistema climático. O que se pretende evitar são os chamados efeitos negativos da mudança do clima, que significa as mudanças no meio ambiente físico ou biota resultantes da mudança do clima que tenham efeitos deletérios significativos sobre a composição, resiliência ou produtividade de 13 ecossistemas naturais e administrados, sobre o funcionamento de sistemas socioeconômicos ou sobre a saúde e o bem-estar humanos. O que se pretende com essa Convenção é estabilizar a emissão de gases de efeito estufa no sistema climático, decorrentes de atividades antrópicas, para que não se potencializem os efeitos do aquecimento global. Convenção sobre Diversidade Biológica ou da Biodiversidade Como principal documento internacional de proteção da biodiversidade, a Convenção tem como objetivos a conservação da diversidade biológica com a utilização sustentável de seus componentes e a repartição justa e equitativa dos benefícios derivados da utilização dos recursos genéticos. Declaração de Princípios sobre Florestas É um documento genérico que estabelece princípios para a proteção das florestas. É uma declaração de princípios sem força jurídica obrigatória e que exprime fundamentalmente que os países, em especial os desenvolvidos, deveriam empreender esforços para recuperar a Terra por meio de reflorestamento e conservação florestal. 3. Rio +10 e Rio + 20 Após 10 anos da Rio/92, em 2002, realizou-se em Joanesburgo, na África do Sul, a Cúpula Mundial para o Desenvolvimento Sustentável, conhecida como Rio+10. Discutiram-se medidas concretas para executar os objetivos da Agenda 21, que não tinham sido suficientemente implementados; acreditava-se que o grande enfoque deveria ser a concretização de políticas públicas necessárias a um crescimento com sustentabilidade. Dois foram os documentos oficiais da cúpula mundial (MELO, 2017): Declaração Política: denominada “O compromisso de Joanesburgo sobre desenvolvimento sustentável”, reafirma os princípios das duas conferências anteriores e faz uma análise da pobreza e da má-distribuição de renda no mundo; 14 o Plano de Implementação: composto de três objetivos: a erradicação da pobreza, a mudança nos padrões insustentáveis de produção e consumo e a proteção dos recursos naturais. No ano de 2012, no Rio de Janeiro, foi realizada a Rio+20, a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável. A conferência teve dois temas principais, a saber: a economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza; e a estrutura institucional para o desenvolvimento sustentável. O documento final da Conferência foi denominado “O Futuro que Queremos”; possui 283 tópicos que renovam os compromissos políticos das Conferências anteriores (Estocolmo/1972, Rio/1992 e Joanesburgo/2002) e consignam proposições genéricas sobre a economia verde, o quadro institucional para o desenvolvimento sustentável e os meios de implementação. SAIBA MAIS Em 1997, ocorreu na COP 3, a aprovação do Protocolo de Kyoto, como componente da Convenção-Quadro, que estabeleceu metas de redução de emissões para os países desenvolvidos. Em dezembro de 2015, com a proximidade do fim do Protocolo de Kyoto e em sua substituição, durante a 21ª Conferência das Partes (COP 21), realizada em Paris, celebrou-se um novo acordo chamado Acordo de Paris. Com ele se pretendeu reforçar a resposta mundial às ameaças que representam as mudanças climáticas para o desenvolvimento sustentável e em fazer esforços para erradicar a pobreza. Os objetivos centrais foram: a - manter o aumento da temperatura média global bem abaixo dos 2°C acima dos níveis pré-industriais e buscar esforços para limitar o aumento da temperatura a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais, reconhecendo que isso reduziria significativamente os riscos e impactos das mudanças climáticas; b - aumentar a capacidade de adaptar-se aos impactos adversos das mudanças climáticas e fomentar a resiliência ao clima e o desenvolvimento de baixas emissões de gases de efeito estufa, de uma forma que não ameace a produção de alimentos; c - promover fluxos financeiros consistentes com um caminho de baixas emissões de gases de efeito estufa e de desenvolvimento resiliente ao clima. Em 2016, realizou-se em Marrakesh, Marrocos, no mês de novembro, a 22ª Conferência das Partes (COP 22), em que as discussões centraram no estabelecimento de planos para implementar e monitorar o cumprimento do Acordo de Paris até dezembro de 2018. O documento final da COP 22, Declaração de Marrakesh, prevê a instituição do "Green Climate Fund" até 2020, com a estimativa de disponibilizar até US$ 100 bilhões, tendo em conta as necessidades específicas dos países em desenvolvimento, dos países 15 menos desenvolvidos e dos países particularmente vulneráveis aos impactos adversos das mudanças climáticas (MELO, 2017). FIQUE ATENTO No Brasil, a ONU Meio Ambiente trabalha para disseminar informações sobre sua agenda ambiental, envolvendo os programas e os temas ambientais relevantes do ponto de vista global e regional. Para mais informações acesse o link: https://nacoesunidas.org/agencia/onumeioambiente/ EXEMPLIFICANDO O acidente na Usina de Chernobyl, na Ucrânia (1986) – integrante da antiga União Soviética –, serviu para demonstrar que o mundo era muito pequeno e que os impactos ambientais deveriam ser analisados de forma global, pois, pelo que se sabe, este acidente lançou um volume de radiação cerca de 30 vezes maior do que a bomba de Hiroshima, sendo que tal radiação atingiu vários países europeus, chegando até o Japão. Na época, calculava-se que cerca de 100 mil pessoas sofreriam danos genéticos ou teriam câncer, devido ao acidente, nos cem anos subsequentes ao ocorrido. 4. REVISÃO DA AULA Nesta unidadevimos os principais documentos internacionais de proteção ambiental; Aprendemos também sobre a gênese da ideia de proteção ambiental; Refletimos que a ação antrópica é danosa ao meio ambiente, mas ao mesmo tempo o desenvolvimento dos países está ligado à sua produção e à emissão de gases oriunda dessa; Importante ressaltarmos que o mundo precisa pensar em modelos sustentáveis de produção e desenvolvimento. 16 17 5. REFERÊNCIAS OLIVEIRA, Fabiano Melo G.; SILVA, Telma Bartholomeu. Direitos difusos e coletivos VI: Direito Ambiental. São Paulo: Saraiva, 2012. MELO, Fabiano. Direito Ambiental. 2. ed. São Paulo: Método, 2017. ______ . Direitos Humanos. São Paulo: Método, 2016. ONU. ONU meio ambiente. Disponível em: https://nacoesunidas.org/agencia/onumeioambiente/. Acesso em 03 de fevereiro de 2018. 18 1. INTRODUÇÃO 2. TEMA PRIMÁRIO 2.1. Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento 2.2. Agenda 21 2.3. Convenção-Quadro sobre Mudanças do Clima 2.4. Convenção sobre Diversidade Biológica ou da Biodiversidade 2.5. Declaração de Princípios sobre Florestas 3. Rio +10 e Rio + 20 4. REVISÃO DA AULA 5. REFERÊNCIAS
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