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ESTÁCIO DE SÁ
PSICOLOGIA
JEAN RODRIGUES GONÇALVES 
A Importância e desafios do esporte adaptado
SÃO JOSÉ
2018
A importância e desafios do esporte adaptado
As atividades físicas, esportivas ou de lazer podem possuir valores terapêuticos evidenciados benefícios tanto na esfera física quanto psíquica. Além destes benefícios, o portador de necessidades educativas especiais tem nestas atividades a oportunidade de testar seus limites e potencialidades, prevenir contra enfermidades secundárias à deficiência, além de promover a integração total do indivíduo. O esporte adaptado tem mostrado aspectos positivos e benefícios na reabilitação, saúde e inclusão social.
Esporte adaptado é um termo utilizado apenas no Brasil e consiste em uma possibilidade de prática para pessoas com deficiência. Para tanto regras, fundamentos e estrutura são adaptados para permitir a participação destas pessoas. Também existe o termo esporte Paralímpico que designa as modalidades adaptadas que fazem parte do programa dos Jogos Paralímpicos. Estudiosos afirmam que o crescimento do esporte paralímpico se deve a três fatores: efetividade do esporte no processo de reabilitação, direito das pessoas com deficiência à prática do esporte e, caráter da modalidade enquanto entretenimento. Porém, pode-se sugerir que tais componentes não se aplicam apenas ao esporte paralímpico e sim ao esporte adaptado em geral.
O esquema abaixo, de Lev Matveev, define a teoria geral do esporte. Em tal modelo o autor tece considerações sobre as inter-relações recorrentes entre as diversas áreas do conhecimento quando estas convergem no esporte. Com base no esquema proposto sugere-se um modelo para compreensão dos fundamentos do esporte adaptado, no qual os grandes fatores determinantes do fenômeno exercem sua influência.
Seguindo o esquema de Lev Matveev apresentarei os aspectos que o autor coloca no esquema acima.
Aspectos Biológicos
Trata-se de compreender as complicações relativas à funcionalidade fisiológica, metabólica e/ou neuromuscular, decorrentes da deficiência (adquirida ou congênita), que influenciam diretamente o comportamento motor do atleta. Dessa forma, a evolução no processo de treinamento de alto rendimento no esporte adaptado se deve à análise do impacto que a prática esportiva tem na aptidão física. 
Aspectos Sociais
O esporte é um fenômeno permeado por valores e simbolismos próprios, que tanto transformam quanto sofrem influência da sociedade em que se insere. Analisá-lo como ambiente de relações humanas exige compreendê-lo como objeto com múltiplas formas de manifestação. O esporte adaptado se configura como uma delas e tem no movimento paralímpico sua faceta de maior destaque atualmente, principalmente por suas características de alto rendimento. O profissionalismo tem sido a fonte do crescimento e abrangência do esporte paralímpico em escala mundial, mas ao mesmo tempo também tem motivado algumas discussões sobre formas de atuação de administradores, técnicos, atletas, árbitros, classificadores, entre outros agentes sociais. Um tópico importante caracteriza-se pelo potencial inclusivo deste fenômeno. O esporte adaptado posiciona-se na sociedade contemporânea como importante meio de inclusão social e empoderamento de pessoas com deficiência, porém o componente competitivo lhe confere uma face excludente, na qual sujeitos são selecionados e comparados frente sua capacidade atlética. O crescimento da importância social e do profissionalismo presente no esporte paralímpico lhe confere um papel paradoxal frente à inclusão de pessoas com deficiência. Por um lado, pode ser tomado como importante meio de divulgação de práticas esportivas adaptadas e forma de ascensão social, mas por outro, os mecanismos de classificação e competição esportiva remetem ao destaque de poucos atletas neste espaço . A prática esportiva pode ser um componente facilitador para a inclusão social, pois possibilita aos atletas fazerem parte de um grupo no qual existem mais pessoas com as mesmas condições e seus feitos são valorizados. Porém, o limiar entre o sucesso e o fracasso é muito tênue, sendo dependente de configurações específicas, como os sistemas de classificação. Outra questão relevante quanto à inclusão social diz respeito à representatividade política de pessoas com deficiência em órgãos de administração paralímpica. Atletas canadenses, norte-americanos, britânicos e israelenses apontaram o esporte como um meio de manifestação política das pessoas com deficiência, tanto como forma de posicionamento e exigência de melhores condições na sociedade como um todo, quanto dentro do próprio movimento paralímpico . A presença de administradores com deficiência nos principais cargos de organização esportiva pode ser consequência do anseio por representatividade da classe de atletas e forma de afirmação de autonomia destes sujeitos frente ao espaço social . 
Aspectos de Mobilidade
Cada modalidade é dotada de particularidades que irão direcionar o planejamento e a subsequente condução das atividades. Um princípio primordial a ser observado é que em função da classificação funcional, os atletas irão apresentar diferentes potenciais funcionais. O foco da prática pedagógica deve ser na pessoa que pratica a atividade, portanto ao lidar com o atleta com deficiência, é importante considerar as especificidades que cercam o sujeito, como por exemplo, tempo de lesão, funcionalidade e experiências motoras prévias. Dessa forma, o profissional deve controlar o ambiente e os objetivos de acordo com o indivíduo, para que a prática seja benéfica . Um aspecto interessante do esporte adaptado é que diferentemente do esporte convencional o processo de iniciação esportiva muitas vezes tende a ser acelerado/condensado. Espera-se que na fase de iniciação esportiva, o atleta deva conhecer os fundamentos básicos de cada modalidade. Segundo FERREIRA et al.31, ao ensinar uma modalidade coletiva, deve-se combinar elementos específicos do jogo, como aspectos técnicos e táticos, com a compreensão do jogo, através de situações-problema, em ambientes abertos. No esporte adaptado, essas estratégias são fundamentais na aquisição de habilidades motoras, principalmente na fase de iniciação, onde relações com a cadeira de jogo, entendimento da modalidade, são imprescindíveis para o sucesso esportivo. Além da organização do ambiente, para se obter êxito esportivo, deve-se levar em conta aspectos genéticos e a metodologia da aprendizagem e do treinamento. Outro fator importante, na fase de iniciação, é a variedade de estímulos nas primeiras fases e o trabalho com a especificidade de cada modalidade e a posterior especialização. 
Aspectos Psicológicos 
Na busca do processo do autoconhecimento, a psicologia, como uma ciência comprometida com a compreensão do comportamento humano e suas características psicológicas, vem estruturar metodologicamente esse processo. Aliando esse comprometimento com a questão da deficiência e percebendo a prática esportiva como uma possibilidade de integração e inclusão social, que colabora para a reabilitação física, social e psicológica do indivíduo, cria-se a tríade da psicologia do esporte adaptado para apoiar e complementar esse processo.
A preparação de um atleta é composta por fatores físicos, técnicos, táticos e psicológicos. Embora estas quatros áreas sejam reconhecidas como importantes para aumentar o rendimento esportivo, devem ser apontadas algumas particularidades. Em primeiro lugar, temos a capacitação e atualização do treinador e, segundo, o equilíbrio psicológico dos atletas. Devemos levar em conta um fator muito importante que é a individualidade, pois cada um tem uma percepção do ambiente que o rodeia. Essa percepção varia de acordo com a personalidade de cada um, podendo haver, portanto, reações diferentes a situações semelhantes.
 A personalidade será essencialmente concebida como uma unidade, uma totalidade dinâmica, cujas particularidades cognitivas (relativas às operações do conhecimento:percepção, inteligência, memória), afetivas (relativas à vida emocional, aos sentimentos e ao nível do vivido propriamente dito), conativas (relativas aos fenômenos da vontade ou esforços voluntários) e físicas (relativas ao próprio corpo e ao seu substrato biológico) estão em interdependência. Assim como não há operações intelectuais sem a implicação de sentimentos de êxito ou fracasso, prazer ou aborrecimento, também não existem esforços físicos sem intervenção das discriminações perceptivas e de fatores motivacionais ou de sentimentos. Enfim, para o portador de deficiência, a prática esportiva possibilita o conhecimento e a vivência do significado da superação de limites e a confirmação de que ele pode conquistar e viver esse prazer.
Aspectos de avaliação motora em esporte adaptado 
A avaliação serve a um objetivo muito importante na área do desenvolvimento motor. Quando realizada em vários aspectos do comportamento motor de um indivíduo, torna possível ao especialista em Educação Física Adaptada monitorar alterações desenvolvimentistas, identificar atrasos e obter esclarecimentos sobre estratégias instrutivas.
 Segundo DePauw (1990) a investigação, anterior aos anos 70, sobre a atividade física em indivíduos deficientes, foi sobretudo descritiva, concentrando-se em três áreas fundamentais: 
1 - identificação de problemas motores;  2 - efeitos da atividade física, e 3 - descrição do crescimento e do desenvolvimento das crianças deficientes. Naquela década, centraram-se, sobretudo na fisiologia e na biomecânica. 
O interesse em investigar a coordenação motora em pessoas com deficiência intelectual deve-se à necessidade de melhor compreender o desenvolvimento desta população. A identificação das variáveis da coordenação em que se encontra o indivíduo poderá determinar a necessidade de haver intervenção em termos de ensino.     Não existem indicadores referenciais quando associados à idade cronológica em crianças com deficiência intelectual. De um modo geral, toma-se como referência parâmetros normais de desenvolvimento, e evidencia-se o atraso no desenvolvimento da coordenação motora da criança com deficiência intelectual.  Existem muitos instrumentos de avaliação propostos para mensurar habilidades motoras. Os testes formais, tanto publicados quanto não publicados, são projetados com a mensuração de várias características de comportamento motor. Existem também, métodos de avaliação que representam uma abordagem menos formal e mais autêntica para a avaliação das características motoras de um indivíduo. O desafio para o avaliador é identificar os procedimentos de avaliação mais apropriados e os instrumentos para o indivíduo ou grupo que serão avaliados.
Por fim, apresento neste trabalho melhorias que Diversos autores como Guttman (1976b), Seaman (1982), Lianza (1985), Sherrill (1986), Rosadas (1989), Souza (1994), Schutz (1994) e Give it a go (2001), e ressaltam que os objetivos estabelecidos para as atividades físicas ou esportivas para portadores deficiência, seja esta física mental, auditiva ou individual devem considerar e respeitar as limitações e potencialidades individuais do aluno, adequando as atividades propostas a estes fatores, bem como englobar objetivos, dentre outros:
Melhoria e desenvolvimento de autoestima, autovalorização e autoimagem;
O estímulo à independência e autonomia;
A socialização com outros grupos;
A experiência com suas possibilidades, potencialidades e limitações;
A vivência de situações de sucesso e superação de situações de frustração;
A melhoria das condições organo-funcional (aparelhos circulatório, respiratório, digestivo, reprodutor e excretor);
Melhoria na força e resistência muscular global;
Ganho de velocidade;
Aprimoramento da coordenação motora global e ritmo;
Melhora no equilíbrio estático e dinâmico;
A possibilidade de acesso à prática do esporte como lazer, reabilitação e competição;
Prevenção de deficiências secundárias;
Promover e encorajar o movimento;
Motivação para atividades futuras;
Manutenção e promoção da saúde e condição física 
Desenvolvimento de habilidades motoras e funcionais para melhor realização das atividades de vida diária
Desenvolvimento da capacidade de resolução de problemas.

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