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Incorporação de empresas

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Incorporação de empresas 
É o ato de absorção de uma ou mais empresas por outra organização. A pessoa jurídica da empresa incorporada se extingue, transferindo direitos e obrigações para aquela que a incorpora. A natureza jurídica da incorporada permanece inalterada, e há apenas uma alteração de contrato no sentido de comunicar o aumento do PL, que é passado integralmente de uma empresa para a outra.
Está descrito na Lei n° 6.404/76 em seu art. 227:
Art. 227. A incorporação é a operação pela qual uma ou mais sociedades são absorvidas por outra, que lhes sucede em todos os direitos e obrigações.
§ 1º A assembléia-geral da companhia incorporadora, se aprovar o protocolo da operação, deverá autorizar o aumento de capital a ser subscrito e realizado pela incorporada mediante versão do seu patrimônio líquido, e nomear os peritos que o avaliarão.
§ 2º A sociedade que houver de ser incorporada, se aprovar o protocolo da operação, autorizará seus administradores a praticarem os atos necessários à incorporação, inclusive a subscrição do aumento de capital da incorporadora.
§ 3º Aprovados pela assembléia-geral da incorporadora o laudo de avaliação e a incorporação, extingue-se a incorporada, competindo à primeira promover o arquivamento e a publicação dos atos da incorporação.
A incorporação é causa direta de extinção de sociedade, já que sobre ela não se aplicam os dispositivos atinentes a dissolução e liquidação. Difere de liquidação por que não ocorre a partilha do patrimônio entre os sócios, e também não há uma previa liquidação de obrigações antes de sua extinção. O quadro a seguir, apresenta uma situação de incorporação.
Empresa a passa a ter o
Patrimônio total de A, B e C
Empresa B
Incorporada
Empresa C
Incorporada
Empresa A
Incorporadora
A incorporação representa, simultaneamente, um ato constitutivo, pela agregação do patrimônio de duas sociedades em uma só e ao mesmo tempo desconstitutivo, pelo desaparecimento da empresa incorporada, tendo como efeito principal o desaparecimento da personalidade jurídica dessa sociedade, com a absorção de seu patrimônio por outra empresa.
Um aspecto relevante a ser considerado é o da variação patrimonial que ocorre entre a data do laudo e a da efetiva subscrição; nesse caso, deve a incorporadora absorver os eventuais ganhos ou perdas ocorridas durante esse período; caso contrário, se adiaria indefinidamente o prazo da incorporação.
Em relação às assembleias gerais, serão realizadas duas na incorporadora, sendo que a primeira deverá ocorrer quando da apreciação da justificação e quando da aprovação do protocolo, seguindo se a autorização para aumento de capital a ser subscrito e realizado pela incorporada, bem como a nomeação dos peritos. O valor autorizado para aumento de capital é estimado com base no protocolo, devendo ser ratificado pela segunda assembleia. Já na segunda assembleia os acionistas deverão aprovar o laudo de avaliação e na sequencia subscrever e integralizar o aumento de capital pela incorporada.
Em relação à sociedade que está sendo incorporada, ocorrerá apenas uma assembleia geral na qual se deverá apreciar a justificação, aprovar o protocolo e também o laudo da avaliação.
Os registros contábeis da incorporação constam basicamente do zeramento dos ativos e passivos da incorporada em contrapartida de uma conta corrente de incorporação, que por sua vez é zerada em contrapartida às contas de patrimônio líquido, desde que, é claro, a incorporação ocorra pelos valores contábeis dos ativos líquidos das empresas, conforme exemplos que serão vistos nas secções seguintes.
Na incorporação, podem ser operadas entre sociedades de tipos iguais ou diferentes e deverão ser deliberadas na forma prevista para a alteração dos respectivos estatutos ou contrato sociais. Se a incorporação envolver companhia aberta, as sociedades que sucederem serão também abertas.
Deve se ressaltar que a incorporação não deve ser confundida com uma simples compra do controle acionário, caso em que um determinado investidor, empresa ou uma pessoa física, simplesmente compra o controle acionário de uma empresa, assume o seu comando, pode trazer a empresa para o grupo de outras, porém não há o instrumento jurídico da incorporação. Ou seja, a empresa comprada continua a existir sob o controle de outro investidor.
Incorporação reversa
A elisão é o meio pelo qual o contribuinte busca por meio lícitos e dentro do direito, um planejamento com o objetivo de evitar ou minimizar a tributação. Já a evasão fiscal, se dá quando o contribuinte se utiliza de meios ilícitos para reduzir a carga tributária.
Desde que feito dentro da legalidade, o planejamento tributário é uma forma de minimizar os custos fiscais e aproveitar eventuais benefícios que estejam à disposição da empresa.
Nesse sentido, a legislação que trata do IRPJ permite que eventuais prejuízos fiscais apurados em períodos anteriores, seja, compensados com os lucros apurados posteriormente pela empresa tributada pelo lucro real, reduzindo, em alguns casos, a carga tributária.
A operação de incorporação reversa como sendo estratégia de planejamento tributário, com vistas à manutenção das atividades de distintas sociedades, não poderá ser considerada evasão fiscal, ao passo que o aproveitamento dos prejuízos fiscais é consequência e não o objetivo principal desse planejamento.

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