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Censura nos meios de comunicação Memórias reveladas Com informação, você ajuda o Brasil a seguir em frente. Abílio Clemente Filho – 1971 Adriano Fonseca Filho – 1973 Aluísio Palhano Pedreira Ferreira – 1971 Amaro Félix Ferreira - 1972 Ana Rosa Kucinski Silva – 1974 André Grabois – 1973 Antônio Alfredo Lima – 1973 Antônio Carlos Monteiro Teixeira – 1972 Antônio de Pádua Costa – 1974 Antônio dos Três Reis Oliveira – 1970 Antônio Guilherme Ribeiro Ribas – 1973 Antônio Joaquim de Souza Machado - 1971 Antonio Teodoro de Castro – 1974 Arildo Valadão – 1973 Armando Teixeira Frutuoso – 1975 Áurea Eliza Pereira – 1974 Aylton Adalberto Mortati – 1971 Boanerges de Souza Massa – 1972 Caiupy Alves de Castro – 1973 Carlos Alberto Soares de Freitas – 1971 Celso Gilberto de Oliveira – 1970 – RJ Cilon Cunha Brum – 1974 Ciro Flávio Salazar Oliveira – 1972 Custódio Saraiva Neto – 1974 Daniel José Carvalho - 1974 Daniel Ribeiro Callado – 1974 David Capistrano da Costa – 1974 Dênis Casemiro – 1971 Dermeval da Silva Pereira – 1974 Dinaelza Santana Coqueiro - 1974 Dinalva Oliveira Teixeira – 1974 Divino Ferreira de Souza – 1973 Divo Fernandes de Oliveira – 1965 Durvalino de Souza – 1973 Edgar de Aquino Duarte – 1973 Edmur Péricles Camargo – 1974 Eduardo Collier Filho - 1974 Elmo Correa – 1974 Elson Costa – 1975 Enrique Ernesto Ruggia – 1974 Ezequias Bezerra da Rocha – 1972 Félix Escobar – 1971 Fernando Augusto Santa Cruz Oliveira - 1974 Francisco das Chagas Pereira - 1971 Francisco Manoel Chaves – 1972 Gilberto Olímpio Maria – 1973 Guilherme Gomes Lund - 1973 Hamilton Pereira Damasceno - 1972 Helenira Rezende de Souza Nazareth – 1972 Heleny Ferreira Telles Guariba – 1971 Hélio Luiz Navarro de Magalhães – 1974 Hiran Lima Pereira – 1975 Honestino Monteiro Guimarães – 1973 Horácio Domingo Campiglia - 1980 Idalísio Soares Aranha Filho – 1972 Ieda Santos Delgado – 1974 Isis Dias de Oliveira – 1972 Israel Tavares Roque – 1964 Issami Nakamura Okano – 1974 Itair José Veloso – 1974 Ivan Mota Dias – 1971 Jaime Petit da Silva – 1973 Jana MoronI Barroso – 1974 Jayme Amorim Miranda – 1975 João Alfredo Dias – 1964 João Batista Rita – 1974 João Carlos Haas Sobrinho – 1972 João Gualberto Calatroni – 1973 João Leonardo da Silva Rocha – 1975 João Massena Mello – 1974 Joaquim Pires Cerveira – 1974 Joel José de Carvalho - 1974 Joel Vasconcelos Santos – 1971 Jorge Leal Gonçalves Pereira - 1970 Jorge Oscar Adur, Padre - 80 José Carlos Costa – PA José Huberto Bronca – 1974 José Lavechia 1974 José Lima Piauhí – Dourado – 1974 José Maria Ferreira de Araújo - 1970 José Maurílio Patrício - 1974 José Montenegro de Lima - 1975 José Porfírio de Souza - 1973 José Roman - 1974 José Toledo de Oliveira - 1972 Kleber Lemos da Silva - 1972 Líbero Jeancarlo Castiglia - 1973 Lorenzo Ismael Viñas - 80 - RS - desaparecido novo Lourival de Moura Paulino - 1972 Lucia Maria de Souza - 1973 Lucio Petit da Silva - 1974 Luís Inácio Maranhão Filho - 1974 Luiz Almeida Araújo - 1971 Luiz Renê Silveira e Silva - 1974 Luiz Vieira - 1973 Luíza Augusta Garlippe - 1974 Manoel Alexandrino Manoel José Nurchis - 1972 Márcio Beck Machado - 1973 Marco Antônio Dias Batista - 1970 Marcos José de Lima - 1973 Maria Augusta Thomaz - 1973 Maria Célia Correa - 1974 Maria Lúcia Petit da Silva - 1972 Mariano Joaquim da Silva - 1971 Mario Alves de Souza Vieira - 1970 Maurício Grabois - 1973 Miguel Pereira dos Santos - 1972 Mônica Suzana Pinus Binstock - 80- desaparecido novo Nelson de Lima Piauhí Dourado - 1974 Nestor Vera - 1975 Norberto Armando Habeger - 78 Onofre Pinto - 1974 Orlando da Silva Rosa Bonfim Júnior - 1975 Orlando Momente - 1973 Osvaldo Orlando Costa - 1974 Paulo César Botelho Massa - 1972 Paulo Costa Ribeiro Bastos - 1972 Paulo de Tarso Celestino da Silva - 1971 Paulo Mendes Rodrigues - 1973 Paulo Roberto Pereira Marques - 1973 Paulo Stuart Wright - 1973 Paulo Torres Gonçalves - - 1969 Pedro Alexandrino de Oliveira Filho - 1974 Pedro Inácio de Araujo - 1964 Ramires Maranhão do Vale - 1973 Rodolfo de Carvalho Troiano - 1974 Rosalindo Souza - 1973 Rubens Beirodt Paiva - 1971 Ruy Carlos Vieira de Berbert - 1972 Ruy Frazão Soares - 1974 Sérgio Landulfo Furtado - 1972 Stuart Edgar Angel Jones - 1971 Sueli Yumiko Kamayana - 1974 Telma Regina Cordeiro Correia - 1974 Thomás Antônio da Silva Meirelles Neto - 1974 Tobias Pereira Júnior - 1973 Uirassu de Assis Batista - 1974 Umberto Albuquerque Câmara Neto - 1973 Vandick Reidner Pereira Coqueiro - 1974 Victor Carlos Ramos - 1974 Virgílio Gomes da Silva - 69 Vitorino Alves Moitinho - 1973 Walquíria Afonso Costa - 1974 Walter de Souza Ribeiro - 1974 Walter Ribeiro Novais - 1971 Wilson Silva - 1974 Zelmo Bosa - 1976 Se você tem informações ou documentos sobre o período de 64/85, colabore. O sigilo da sua identidade é garantido. Clique aqui e saiba como http://www.memoriasreveladas.arquivonacional.gov.br/campanha/censura-nos-meios-de-comunicacao/ CENSURA NOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO A imprensa foi alvo da censura durante a ditadura instaurada pelo golpe civil-militar de 1964, que assumiu múltiplas formas: a lei da imprensa de 1967, a censura prévia, em 1970, a autocensura. Tratando-se, por princípio, de violação à liberdade de expressão, direito essencial e elementar da democracia, atingiu a imprensa de maneira diferenciada uma vez que o termo refere-se a um conjunto muito amplo e variado de órgãos de informação. Assim, se a censura serviu para cercear periódicos de grande circulação como Última Hora e Correio da Manhã e os da imprensa alternativa ou nanica, como Opinião, Movimento, Em Tempo, Pasquim, igualmente foi útil a muitos outros para calar aqueles que veiculavam posições contrárias ao regime e/ou à ordem capitalista. A censura, assim, desempenhou papel fundamental na implantação e na consolidação da ditadura, silenciando uns e servindo a outros. Houve abençoados pela censura que construíram impérios de comunicações. Lembrar os jornalistas que resistiram ao arbítrio não pode implicar no esquecimento daqueles – jornalistas e jornais – que estiveram a favor do arbítrio, louvando em suas páginas os grandes feitos dos militares, suas conquistas econômicas e a pacificação do país, celebrando a eliminação dos terroristas e dos maus brasileiros que ameaçavam a ordem e o progresso. Essas palavras eram recorrentes na maior parte da grande imprensa não exclusivamente devido à censura, mas, principalmente, porque seus editores – e leitores - assim viam a realidade. Não se pode silenciar tampouco a respeito das manchetes e dos editoriais às vésperas do 31 de março de 1964, clamando pela intervenção militar contra a baderna, sinônimo aí usado para se referir aos movimentos que defendiam projetos por reformas e/ou revolucionários. Esse sentido civil do golpe e da ditadura precisa ser resgatado e, sobretudo, compreendido. A ABI, Associação Brasileira de Imprensa, conhecida desde o final dos anos 1970 e nas décadas seguintes como a trincheira da liberdade, era uma instituição de representação dos jornalistas com muitas nuanças e interesses diferenciados, muito longe da unidade e do combate sugeridos por certas versões. Houve resistência à ditadura, sem dúvida, quando muitos, demonstrando coragem, enfrentaram os rigores de uma situação de exceção, mas é preciso não esquecer que, em 1964, o seu presidente aceitou desempenhar o papel de interventor no Sindicato dos jornalistas; a presença do general-presidente Costa e Silva na sede da ABI, em 1968, convidado de honra da comemoração dos sessenta anos da instituição; a eleição de Adonias Filho, intelectual do golpe e da ditadura, presidente da instituição no biênio 1972-1974 eleito por seus pares. A atuação dos alternativos Opinião, Movimento, Em Tempo, Pasquim, que enfrentaram as arbitrariedades e imposições do regime, com a espada da censura sobre suas cabeças, deve ser situada nesse contexto, sob pena de, ao se homenagear aresistência, silenciarmos sobre a imensa zona cinzenta, com suas muitas nuanças que variaram ao longo do tempo e das circunstâncias, na qual esteve a maior parte dos jornais e jornalistas lidos pela maioria da população. É nessa zona cinzenta, portanto, que se encontram igualmente seus leitores, não porque manipulados e enganados, mas, porque encontrava neles muito de seus valores e referências. Homenagear a resistência de jornais e jornalistas é antes de tudo compreender a complexidade e as evoluções da época, nas quais a imprensa teve lugar relevante, intermediando as relações entre opinião e regime. Homenageá-los não é ver os censores-imbecis enganados por jornalistas-inteligentes, encontrando aí mais uma dualidade simplificadora que contorna o esforço de compreensão, levando a lugar nenhum. Homenagear os jornalistas resistentes é enxergar o universo no qual atuaram, é resistir a uma certa memória que silencia a história. Autoria: Daniel Aarão Reis e Denise Rollemberg.
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