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TEORIA ZETÉTICA, DOGMÁTICA E CRÍTICA Aparecida Correia da Silva1 Nahyra Ferreira dos Santos2 Thays Fructuoso Moreira Pinto3 RESUMO A busca por uma interpretação cada vez mais justa só cresce em todo e qualquer âmbito do direito. Para atingir esse objetivo, depara-se inúmeras vezes com teorias de extrema importância tanto para uma fundamentação bem elaborada, quanto para uma argumentação com forte poder de convencimento; teorias essas que têm como base experiências sociais e vivências, que buscam cada vez mais responder as questões impostas pela própria sociedade. Porém, para que se possa entender como aplicar essa interpretação, é preciso, primeiramente, entender as teorias das disciplinas do direito que, atualmente, pouco são discutidas e desenvolvidas durante a formação do bacharel, tornando-o cada vez mais dependente de especializações posteriores, isso sem que tenha a base para desfrutar da mesma com o melhor aproveitamento possível. Visando dissertar sobre três teorias bases do direito – a zetética em todas as suas espécies; a dogmática; e a crítica, tanto em relação à sociedade quanto a crítica jurídica –, o presente artigo busca explorar desde o surgimento às principais variáveis dessas teorias, bem como sua aplicação no direito e as consequências, tanto positivas quanto negativas, que o conhecimento e um desenvolvimento satisfatório destas disciplinas pode acarretar, guiando sempre para um enfoque em favor do advogado e sua forma de aplicá-lo na sociedade atual. PALAVRAS-CHAVE: Teoria; Dogmática; Crítica. 1. INTRODUÇÃO A ciência do direito teve sua evolução diferenciada das demais ciências, visto que não há uma história a respeito da ciência jurídica, separada da história que envolve o próprio direito; pois, enquanto para outras ciências o objeto de estudo deriva de um dado, pressuposto pelo cientista como uma unidade, para o jurista o seu objeto de estudo é, pode-se assim dizer, um resultado, que só existe e pode ser alcançado numa prática interpretativa4. Para entender o fenômeno jurídico do direito, é necessário analisar algumas teorias, sendo escolhidas as teorias zetética, dogmática e crítica. Que, seguindo a terminologia de Viehweg, citado por Ferraz Junior em sua obra4, define que zetética significa perquirir; já dogmática significa doutrinar, ensinar. Para Viehweg, não há uma linha divisória radical entre essas duas teorias, – posto que toda investigação acaba por acentuar um enfoque mais que outro, porém sempre se utilizando de ambos –, a diferença entre elas é importante, uma vez que a dogmática está relacionada com o ato de opinar e ressalvar opiniões; já a zetética é oposta a isso, significa questionar as opiniões, colocá- las em dúvida. Enquanto uma se preocupa mais com a pergunta e a outra com a resposta, ambas têm como fim a busca de uma crítica, dando origem assim ao enfoque buscado através deste artigo, o qual tem por objetivo expor as três teorias que são de suma importância, porém de pouco uso atualmente, para ao final relacioná-las com a prática jurídica do advogado. 2. ZETÉTICA JURÍDICA Começando pela teoria zetética, a qual tem como característica principal a “abertura constante para o questionamento dos objetos em todas as direções (questões infinitas)”4. Como o estudo da zetética é muito amplo, de acordo Tércio Sampaio Ferraz Junior4, ela se divide tendo em vista os limites zetéticos, no qual se enquadra a zetética empírica, que pode ser definida como o modo de aplicação técnica dos resultados, e tem como objetivo a investigação da realidade social, política no plano da experiência. Há também a zetética analítica, a qual se preocupa com a investigação dos pressupostos lógicos. Ambas são subdivididas em pura e aplicadas. Como exemplos dessas classificações têm a sociologia jurídica, a antropologia jurídica, a história do direito, a psicologia jurídica, fazendo parte da zetética empírica pura; enquanto como exemplos de zetética empírica aplicada há a psicologia forense, a criminologia, e a penalogia. Já como zetética analítica pura se enquadra a filosofia do direito, a lógica formal das normas, e a metodologia jurídica; e, por último, como exemplos de zetética analítica aplicada existe a teoria geral do direito e a lógica do raciocínio jurídico. Os conceitos de cada uma dessas zetéticas são definidos por Ferraz Junior4, em sua obra: Zetética analítica pura: o teórico ocupa-se com os pressupostos últimos e condicionantes bem como a crítica dos fundamentos formais e materiais do fenômeno jurídico e de seu conhecimento; Zetética analítica aplicada: o teórico ocupa-se com a instrumentalidade dos pressupostos últimos e condicionantes do fenômeno jurídico e seu conhecimento, quer nos aspectos formais, quer nos materiais; Zetética empírica pura: o teórico ocupa-se do direito enquanto regularidades de comportamento efetivo, enquanto atitudes e expectativas generalizadas que permitam explicar os diferentes fenômenos; Zetética empírica aplicada: o teórico ocupa-se do direito como um instrumento que atua socialmente dentro de certas condições sociais. Todas as disciplinas que envolvem a zetética não são exclusivamente jurídicas, porém continuam sendo importantes pelo fato de fazer com que o raciocínio para a solução dos problemas seja mais amplo, e não apenas seguindo a lei seca. Deste modo, são tidas como auxiliares do direito. 3. DOGMÁTICA JURÍDICA Dogmatismo significa uma atitude de “submeter e acatar” do jurista ao estabelecido como direito positivo que, independentemente do seu conteúdo material, desempenha sempre a função de dogma – proposição apresentada como incontestável e indiscutível –, já que “dogmática é a formulação e não o conteúdo do formulado” segundo Hernandez Gill4. O dogmatismo da ciência jurídica figura, portanto, como um ponto de partida; como uma atitude invariável de acatamento acrítico a um direito que varia temporal e espacialmente. Assim, aquilo que há na dogmática de respeito e sujeição ao direito estabelecido reflete, de certo modo, a liberação dos juristas da incumbência desta formulação normativa. Do ponto de vista de Luiz Fernando Coelho5, falar sobre a dogmática jurídica é falar sobre uma das manifestações do positivismo; enquanto a análise de pressupostos ideológicos, nos quais se encaixa a concepção dogmática do direito, é buscar sobre a própria ideologia positivista, sendo essa análise de senso comum dos juristas. Já para Ferraz Junior a dogmática pode ser instrumentalizada em serviço da ação sobre uma sociedade, pois, é um pensamento conceitual, tendo como vínculo o direito posto4. De modo que, por um lado atua como um agente pedagógico, ao institucionalizar a tradição jurídica, e, ao mesmo tempo, a dogmática atua como um agente social, pois cria uma “realidade” consensual em relação ao direito, ao passo que seus corpos doutrinários não só especificam um campo de solução de problemas que são considerados relevantes, mas também cortam alguns outros, dos quais ela acaba por desviar a atenção. É na Dogmática Jurídica que se encontram as matérias exclusivamente jurídicas que são o direito civil, constitucional, penal, processual, tributário, entre outros, sendo a teoria dogmática predominante nos cursos de direito na atualidade, pois é através dela que se explica aos juristas, em termos específicos de um estudo do direito, o modo como devem procurar sempre compreender sua teoria, de torná-la aplicável dentro dos marcos da ordem vigente. É como se fosse criada, por ela, uma espécie de limitação, que deve incentivá-los a explorar as diferentes combinações, dentro do problema, para uma determinaçãooperacional de comportamentos juridicamente possíveis. Estando a dogmática relacionada a tantos diferentes ramos do direito, pode-se dizer que ela se apresenta como neutra, no sentido de ser compatível a qualquer tipo de direito, não sendo solidário a nenhum conteúdo de direito especifico, de modo que abrange a todos da mesma forma. Deste modo, pode-se dizer que a dogmática, do ponto de vista jurídico, trata-se de uma ciência de “dever-se” (normativa), sistemática, descritiva, não valorativa (axiologicamente neutra) e prática, sendo utilizada em países influenciados pelo pensamento jurídico germânico como sinônimo para ciência. Já do ponto de vista histórico, é possível estabelecer três grandes tradições que servem hoje como herança jurídica, e acabaram por constituir a base da dogmática jurídica: herança jurisprudencial (romana), herança exegética (medieval) e a herança sistemática (moderna). A herança jurisprudencial trouxe do direito romano o que eles chamavam de jurisprundentia, uma técnica elaborada que se caracterizava pelo peculiar modo de se pensar nos problemas não como uma forma de conflitos a serem resolvidos através das decisões de autoridades, mas sim procurando, sempre, as chamadas doutrinas, que foram constituídas por fórmulas generalizadoras6. A herança exegética veio acrescentada a técnica jurisprudencial à vinculação a certos textos, na época sendo o Código Justiniano muito utilizado, o que acabou por dar às disciplinas jurídicas um meio de pensar eminentemente exegético – interpretativo –; porém com o advento do racionalismo, a crença em textos romanos perdeu sua força, sendo substituída pela crença nos princípios da razão, acreditando que primeiramente estes deveriam ser investigados, para então serem aplicados de modo sistemático, constituindo, assim, uma herança sistemática. Levando-se em consideração os argumentos expostos, pode-se concluir que não se pode utilizar, apenas, uma evolução universal de conceitos para se definir a dogmática jurídica, tampouco apenas métodos da história do pensamento científico. Assim, “a dogmática não se limita somente a um enfoque determinado das questões fundamentais da ciência do direito – representa, igualmente, uma atitude ideológica que lhe serve de base e um ethos cultural específico”6. 3.1. ZETÉTICA X DOGMÁTICA Antes de especificar mais uma teoria, vale lembrar que a zetética parte de evidências, já a dogmática parte da ideia dos dogmas. Para diferenciar um do outro, o modo mais simples é utilizar exemplos. Um deles seria uma questão a respeito do funcionário público poder ou não fazer greve, igual a qualquer outro trabalhador, pois esta possibilidade não foi expressamente discutida, tendo apenas especulação se pode, ou não. Sendo esta uma questão exposta, o sociólogo do direito, por não ter um comprometimento jurídico para solucionar a questão, se importará com outros pressupostos para, assim, estabelecer seu ponto de partida na resolução do caso, podendo até desprezar a lei vigente. No entanto o dogmático, por maior que possa ser o leque de interpretações a sua disposição, está submetido ao ordenamento vigente, de modo que suas soluções para o caso têm de estar de acordo com a ordem vigente, propostas neste padrão1. Por isso, em alguns casos há como predominante a teoria zetética, enquanto em outros a dogmática. Nas universidades é utilizado o pensamento dogmático, mas a análise utilizada tem predominância zetética. “Uma introdução ao estudo do direito é uma análise zetética de como a dogmática jurídica conhece, interpreta e aplica o direito, mostrando-lhe as limitações”3. Tercio Sampaio Ferraz Junior4 entende que, como a dogmática é uma sistematização do ordenamento e sua interpretação, as chamadas “teorias” em relação às doutrinas são, antes, argumentos complexos e não, compara o autor, no sentido zetético, ou seja, proposições descritivas sistematizadas que, de um lado, “compõem um conjunto lógico de termos primitivos, não observáveis e, de outro, um conjunto de regras que permitem interpretar empiricamente, relacionando a fenômenos observáveis os termos não observáveis”4. As matérias, em suas diversas discriminações, que compõe a zetética jurídica, correspondem às matérias não necessariamente de direito, mas que o tem como objetivo precípuo, como filosofia do direito, lógica jurídica, entre outras. Sendo que, em geral, o jurista considera-as como auxiliares da ciência jurídica, que, nos últimos 150 anos, tem se configurado como um saber dogmático, assim, “o estudo do direito pelo jurista não se reduz a esse saber. Assim, embora ele seja um especialista em questões dogmáticas, é também, em certa medida, um especialista nas zetética”4. 4. TEORIA CRÍTICA DA SOCIEDADE Antes que se possa falar em teoria crítica do direito, deve-se ter conhecimento da teoria crítica da sociedade, pois foi dela que se originou. A teoria crítica da sociedade nada mais buscava que uma teoria social que fosse elaborada sem preconceitos nem dogmas, e abrisse mão de julgar a moral social que se desenvolve fora dela, assim como as panaceias para a felicidade, sendo esse “o resultado do trabalho interdisciplinar vislumbrado nos campos epistemológicos, sociológico, semiológico e psicanalítico”5. As vertentes do pensamento crítico obtiveram dois resultados relevantes, um relacionado à descoberta de que o importante não é a teoria em si, mas o seu resultado humano; e um segundo que se mostra através da dialética da participação, “o de que a sociedade não pode ser considerada como objeto no sentido positivista, mas como uma totalidade em transformação”5. De acordo com Schweppenhaeuser7, o objetivo da Teoria Crítica é alterar a sociedade como um todo. Para isso busca eliminar tudo aquilo que está destorcendo o homem, assim como tudo que o oprime e o deixa incapaz de se opor à injustiça, podendo este ser considerado o seu critério normativo. Deste modo pode-se definir a crítica da sociedade como autorreflexiva, pois se baseia em um conhecimento real da sociedade criticada, como Adorno6 expõe, o primeiro passo da crítica é ir de encontro à realidade com o regramento que a norteia, porque é através da compreensão desta relação que a realidade vai ser realmente entendida. 4.1. TEORIA CRÍTICA DO DIREITO Teoria Crítica pode ser definida como uma corrente de pensamento criada por um grupo de intelectuais, que acabou ficando conhecida também como Escola de Frankfurt. Do ponto de vista de Boaventura de Sousa Santos5, entende-se como teoria crítica, toda teoria que não se reduz somente a “realidade” existente. Para ele a realidade, independente do modo como é concebida, na teoria crítica é vista como uma larga esfera de opções, na qual seu trabalho consiste, especificamente, em investigar o âmbito e a proveniência dessas opções ao que está costumeiramente dado. Deste modo, não há espaço para criticar sem ter objetivos nem consequências, pois o objetivo da desta teoria é analisar, interpretar e entender as relações sociais, não apenas através de pesquisas e dados sociais, e sim tendo a finalidade de contextualizar os fenômenos que ocorrem na sociedade, para isso deve-se procurar por um esclarecimento6. Tendo, assim, a meta de desenvolver uma sociedade e organizações independentes de qualquer dominação, livres. 5. CRÍTICA AO ENSINO JURÍDICO PELO ENFOQUE DO ADVOGADO Como função de pensar em uma crítica ao ensino jurídico pelo enfoque do advogado pensando também no direito processual, a crítica aqui relatada busca enfatizar essas variáveis. Tércio Sampaio Ferraz Junior6 procura identificarquatro variáveis para pensar na crítica do ensino de direito, começando pela própria sociedade; depois o próprio direito; a figura do advogado; e por fim a ciência do direito. Com uma explicação simples, ele fala sobre cada uma dessas variáveis. A primeira delas aborda “o advento da economia empresarial”6 que, surgido nos últimos sessenta anos, engloba a “passagem para uma burocracia instrumental”6, bem como o aparecimento do Estado com poder de intervenção e o surgimento de uma sociedade de massas. Já a segunda variável aborda a própria concepção do direito, inserido nessa sociedade como uma forma de interagir com ela própria, pois, na década de cinquenta, por exemplo, havia a chamada “forma tradicionalista do direito”6. Tem-se assim, como conceito de direito, um modo de organizar juntamente a sociedade. Pois, a partir da década de cinquenta, o direito deixou de ser um objeto ético, um conceito passado de geração em geração que prega que quem reconhece é o Estado, e ele o aperfeiçoa também; para ser “fundamentalmente identificado com normas que são produtos de uma máquina, que tem exatamente essa função, e nós começamos cada vez mais a identificar essa máquina com o próprio Estado”6. Ou seja, pode-se entender que “o direito é norma e essa norma é produzida pelo Estado”6. O terceiro fator é o papel do advogado, que antes dos anos cinquenta poderia ser definido como um advogado tradicional, mas que, após esse período, começa a se adaptar as mudanças sociais e do próprio direito e suas concepções, tornando-se um novo tipo de profissional. Ferraz Junior define o advogado tradicional como “advogado generalista, o profissional que, além de ter a sua banca, se intitula pura e simplesmente advogado”6; uma característica cada vez mais distante em relação aos advogados de hoje, pois o novo tipo de profissional é o advogado especializado, onde temos como exemplo o advogado tributarista, trabalhista, criminalista, civilista, entre outros. A quarta, e principal, variável é o ensino do direito. Antes dos anos cinquenta, como possuía as características das anteriores variáveis já citadas, havia um ensino jurídico dominantemente geral e humanista; porém a intenção era de se criar um que fosse profissional em termos éticos. Depois dos anos cinquenta, esse ensino foi se tornando ultrapassado sendo necessária uma mudança, foi então que surgiram as especializações do ensino. Especializações essas que, impostas nos cursos de Direito, acabaram por conduzir a um ensino cada vez mais legista, pois está cada vez mais se voltando para um conhecimento especifico de normas e do direito, em uma especialização em crescimento dessa visão “técnico-legal” do direito. Porém, atualmente encontra-se em um impasse, pois o desenvolvimento das especializações dentro das faculdades de direito acabou conduzindo o ensino a um método cada vez mais legista, ou seja, “cada vez mais voltado para o conhecimento abrangente de normas e do direito, como norma e como direito instrumentalizado, numa especialização crescente dessa visão técnico- legal do direito”6, pois, com o advento da especialização coube a ela suprir as lacunas deixadas pelo método legista. Porém não é esta uma abrangência geral, ainda há no país inteiro diversas faculdade de direito com uma vertente mais tradicional, empenhadas em formar o tipo de advogado generalista, o que causa um impasse, além de um incômodo devido à massificação. Portanto, o ideal a ser alcançado deveria ser um “ensino mais humanista, misturado com essa especialização que é uma pseudo-especialização”6. O problema é que as disciplinas zetéticas estão sendo abolidas da maioria das faculdades particulares de direito, fazendo com que o bacharel não seja tão bom profissional, pois aquele que possui uma formação teórica mais forte, mesmo que sua formação especializada seja menor, tende a aprender mais rápido como se adaptar melhor às exigências do próprio mercado. Por isso Ferraz Junior defende que “a grande arte da advocacia não está, propriamente, na informação especializada, mas na capacidade, de comparar os diversos campos para descobrir, para inovar”6. Assim árbitros e mediadores vêm ganhando espaço no mercado, pois, tendo em vista a massificação, a solução seria esta, visando à diversificação como forma de adequação. 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS Analisando o que foi exposto no presente artigo, pode-se concluir que as três teorias exploradas estão relacionadas com todas as matérias de bacharelado de Direito, porém cada uma com a sua característica. A Teoria Zetética visa à investigação da realidade social, política no plano da experiência e se preocupa com a investigação dos pressupostos lógicos; já a Teoria Dogmática busca abranger os vários ramos hoje encontrados no direito, com um sentido de “submeter e acatar”, pois é seguindo a dogmática jurídica que os juristas acatam as leis escritas, mesmo sem saber que o fazem em razão desta teoria; enquanto a Teoria Crítica, veio contextualizar os fenômenos que ocorrem na sociedade, buscando desvendar o homem e deixá-lo livre de qualquer dominação a que ele possa estar sendo submetido, pois só assim ele poderá tomar uma decisão de forma correta. Conclui-se, assim, que não há como se falar em aplicar apenas uma das teorias, mas sim as três que, de certo modo, se complementam e acarretam grande desenvoltura ao bacharel em direito. 7. REFERÊNCIAS 6ANDRADE, Vera Regina Pereira de. Dogmática jurídica: escorço de sua configuração e identidade. 2. ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2003. 5COELHO, Luiz Fernando. Teoria Crítica do Direito. 2. ed. Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris Editor, 1991. 9FERRAZ JR., Tercio Sampaio. A Visão Crítica do Ensino Jurídico. 23 ago 2011. Disponível em <http://www.terciosampaioferrazjr.com.br/?q=/publicacoes-cientificas/20>. Acesso em 08 out 2011. 4FERRAZ JR., Tercio Sampaio. Introdução ao Estudo do Direito: Técnica, decisão, dominação. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2003. 10REBOUÇAS, Fernando. Teoria Crítica. 20 jun 2010. Disponível em <http://www.infoescola .com/filosofia/teoria-critica/>. Acesso em 06 out 2011. 8SANTOS, Boaventura de Sousa Santos. Por que é tão difícil construir uma Teoria Crítica? jun 1999. Disponível em <http://www.boaventuradesousasantos.pt/media/pdfs/Porque_e_tao_dificil_construir _teoria_critica_RCCS54.PDF>. Acesso em 09 out 2011. 7VILELA, Rita Amélia Teixeira. A Teoria Crítica da Educação de Theodor Adorno e sua apropriação para análise das questões atuais sobre currículo e práticas escolares. 2004-2006. Disponível em <http://www.ich.pucminas.br/pged/arquivos/publica/ratv/ritavilela_relatoriopesquisaadorno.pdf>. Acesso em 09 out 2011. 1 Professora de Teoria Geral do Processo na graduação do Curso de Direito, na Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI. acs1773@gmail.com 2 Estudante do 6º período do curso de graduação em Direito da Universidade do Vale do Itajaí – Campus Itajaí. nana_kofmann@hotmail.com 3 Estagiária no Ministério Público do Estado de Santa Catarina. Estudante do 6º período do curso de graduação em Direito da Universidade do Vale do Itajaí – Campus Itajaí. E-mail: thaysfmp@gmail.com
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