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CENTRO DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL DIOMÍCIO FREITAS Apostila de Logística e Distribuição I - 2º Fase Unidade I Curso Técnico em Administração Professor: Ricardo Costa 01/08/2018 Apostila auxiliar para a disciplina de Logística e Distribuição do Curso Técnico em Administração do CEDUP. Constam conceitos de logística e distribuição, referências, história da logística, aplicações práticas, esquemas visuais, logística empresarial, modais de transporte, esquemas de armazenagem entre outros tópicos. Centro de Educação Profissional Diomício Freitas – CEDUP Curso: Técnico em Administração Disciplina: Logística e Distribuição Professor: Ricardo Costa Turma: 2 Fase _____ 1 SUMARIO 1. INTRODUÇÃO A LOGÍSTICA ...................................................................................................... 2 1.1 CONCEITO DE LOGÍSTICA ...................................................................................................... 3 1.2 CONCEITO DE DISTRIBUIÇÃO ............................................................................................... 4 1.3 HISTÓRIA DA ORIGEM E EVOLUÇÃO DA LOGÍSTICA ..................................................... 5 1.4 HISTÓRIA DA LOGÍSTICA NO BRASIL .................................................................................. 7 2 ESTRUTURAÇÃO DA LOGÍSTICA EMPRESARIAL .............................................................. 12 2.1 ATIVIDADES PRIMÁRIAS NA LOGÍSTICA .......................................................................... 12 2.1.1 Atividades de apoio logístico ........................................................................................... 13 2.2 CLASSIFICAÇÃO DAS EMBALAGENS ................................................................................ 15 2.2.1 Unitização .............................................................................................................................. 19 2.2.2 Granéis sólidos, líquidos e neo-granéis ....................................................................... 21 2.2.3 Materiais tradicionais utilizados nas embalagens ..................................................... 21 2.2.4 Tendências Emergentes .................................................................................................... 22 2.3 GESTÃO DA CAPACIDADE E DA DEMANDA EM SERVIÇOS LOGÍSTICOS ............ 22 2.3.1 PLANEJAMENTO LOGÍSTICO ........................................................................................... 23 2.3.2 ESTRATÉGIAS PARA GESTÃO DA CAPACIDADE EM SERVIÇOS .......................... 24 2.3.3 TRABALHANDO A CAPACIDADE ..................................................................................... 25 2.3.3.1 Mecanismos para gerenciar a capacidade ............................................................... 25 2.3.4 GERENCIAMENTO DA DEMANDA ................................................................................... 27 2.3.4.1 Mecanismos para influenciar a demanda ................................................................. 28 3 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................................... 30 Centro de Educação Profissional Diomício Freitas – CEDUP Curso: Técnico em Administração Disciplina: Logística e Distribuição Professor: Ricardo Costa Turma: 2 Fase _____ 2 1. INTRODUÇÃO A LOGÍSTICA O poder do consumidor sobre as empresas nunca foi tão intenso como nos tempos atuais. Mesmo quem não atua em contato direto com o elo final de uma cadeia produtiva já se deparou com essa verdade. Qualquer melhoria de qualidade ou no tempo de entrega de um componente ou rotação de uma determinada mercadoria no ponto de venda (PDV) tem por objetivo a competitividade, visando à satisfação do cliente. As cadeias de abastecimento tornaram-se vitais para qualquer segmento da atividade econômica, dado que a sua maior ou menor eficiência pode ter poder decisivo sobre a opção do consumidor. A compra não é mais decidida apenas pela tradição, pela fidelidade ou pela comodidade do cliente e sim por um conjunto muito mais amplo de atributos que incluem, dentre outras coisas, qualidade, preço, agilidade na entrega, acessibilidade e, acima de tudo, credibilidade. As empresas aumentam a competitividade através de melhorias na qualidade e ajustamento do produto e produtividade, o que faz com que o cliente perceba um valor maior. O mundo tem se caracterizado por transformações e mudanças rápidas e profundas que exigem capacidade de compreensão, de adaptabilidade e de decisões tempestivas. Também as empresas, públicas e privadas, são obrigadas a mudar porque está se modificando a sociedade inteira, e o mercado em que operam. O que vem a ser logística? Para muitos é algo ligado diretamente ao transporte. Para outros é a estocagem de material. Alguns acham que é um departamento ligado a administração, enfim, há realmente muita confusão em torno do que é logística e para que ela possa servir. Muitos profissionais procuram simplificar a logística empresarial, às vezes por não conhecer realmente, outras vezes por não dar a devida importância a esta área que pode maximizar os resultados de qualquer organização. Ela envolve principalmente os processos da cadeia produtiva, cadeia de suprimentos, canais de distribuição, parcerias comerciais com outras empresas, ferramentas diversas, entre muitos outros itens. Também existe uma confusão quanto a logística “moderna” e a logística “antiga”. Na antiga dava-se maior importância ao estoque, armazenagem e transporte e na moderna e um enfoque geral como atividade militar (campanhas bélicas) ou econômica (troca de bens). Na moderna, com a concorrência acirrada dos dias atuais, considera novas exigências com enfoque em velocidade, agilidade e serviços. No início, era muito utilizada na área militar, pois combinava a forma mais eficiente, em relação a tempo e custo, de realizar o deslocamento das tropas e supri- las com armamentos, munição e alimentação durante o trajeto, expondo-as o mínimo possível ao inimigo. Nos dias atuais as empresas se organizam cada vez mais na forma de redes logísticas. Para controlar a complexidade das operações e de seus respectivos fluxos, é crescente o número de empresas que procuram adotar o modelo de gerenciamento de atividades baseado no conceito de redes logísticas. Centro de Educação Profissional Diomício Freitas – CEDUP Curso: Técnico em Administração Disciplina: Logística e Distribuição Professor: Ricardo Costa Turma: 2 Fase _____ 3 Com a competitividade cada vez mais acirrada, empresas que vendem produtos de forma tradicional, ou pela internet, não têm condições de obter vantagem sobre seus concorrentes sem a implantação de redes logísticas de alto desempenho. Atualmente, a logística é fator de sucesso imprescindível em todos os setores. À medida que a economia mundial vai se tornando cada vez mais globalizada e o Brasil incrementando gradativamente o seu comércio exterior, a logística passa a ter um papel acentuadamente mais importante. Não se pode considerar o sistema logístico apenas como um centro de custo necessário para o encaminhamento das mercadorias; é preciso enxergá-lo, também, como uma arma ofensiva indispensável para obter vitórias no cenário da concorrência industrial. Portanto, sua missão consiste, fundamentalmente, em criar valor e ajudar a empresa a desenvolver vantagem sustentável perante a concorrência. 1.1 CONCEITO DE LOGÍSTICA No dicionário encontramos que logística é: Aritmética aplicada, Álgebra elementar,lógica simbólica e também que é uma ciência militar que trada do alojamento, equipamento e transporte de tropas, produção, distribuição, manutenção e transporte de materiais e de outras atividades não combatentes relacionadas, como por exemplo, cozinha, enfermaria, comunicação, códigos secretos. Ballou (1993, p.24), define que a logística “trata de todas as atividades de movimentação e armazenagem, que facilita o fluxo de produtos desde o ponto de aquisição da matéria-prima até o ponto de consumo final, assim como os fluxos de informação que colocam os produtos em movimento, com o propósito de providenciar níveis de serviços adequados aos clientes, a um custo razoável”. Um outro conceito de Ballou (2001) de “O objetivo ou “missão da logística é dispor a mercadoria ou o serviço certo, no lugar certo, no tempo certo e nas condições desejadas, ao mesmo tempo em que fornece a maior contribuição à empresa”. Tudo isto ao menor custo possível”. No entanto, Christopher (1997, p.2), “a logística é o processo de gerenciar estrategicamente a aquisição, movimentação e armazenagem de materiais, peças e produtos acabados (e os fluxos de informações correlatas) através da organização e seus canais de marketing, de movo a poder maximizar as lucratividades presente e futura através do atendimento dos pedidos a baixo custo”. Segundo Campos (2007), a logística é responsável pelo processo que faz com que o produto final ou serviço chegue ao consumidor na hora certa, no lugar certo, da forma correta, ao menor custo possível, dentro dos padrões de qualidade exigidos pelo cliente. Para Razzolini Filho (2012), “A logística pode ser definida como parte do processo de gestão da cadeia de suprimentos que objetiva planejar, implementar e controlar, de maneira eficaz, o fluxo bidirecional físico e de informações, bem como o armazenamento de bens e serviços, da origem ao ponto de consumo, sempre tendo em mente os objetivos da empresa e dos clientes”. Centro de Educação Profissional Diomício Freitas – CEDUP Curso: Técnico em Administração Disciplina: Logística e Distribuição Professor: Ricardo Costa Turma: 2 Fase _____ 4 Para Gomes e Ribeiro (2004), a logística é o processo de gerenciar estrategicamente a aquisição, a movimentação e o armazenamento de materiais, peças e produtos acabados (e os fluxos de informações correlatas) por meio da organização e dos seus canais de marketing, de modo a poder maximizar a lucratividade presente e futuras com o atendimento dos pedidos a baixo custo. Segundo a Society of Logistics Engineers (htto://www.orlandosole.gov), logística é: “A arte e a ciência das atividades técnicas, de gestão e engenharia relacionadas com as necessidades e recursos de desenho, aprovisionamento e manutenção necessários para alcançar objetivos, solucionando problemas e desenvolver planos e dar suporte a operações”. O Council of Logistics Management, entidade americana, que possui milhares de associados em todo o mundo, tem definido a Logística como “o processo de planejar, implementar e controlar eficientemente, ao custo correto, o fluxo e armazenagem de matérias-primas, estoques durante a produção e produtos acabados. Além das informações relativas a estas atividades, desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o propósito de atender aos requisitos do cliente" A logística também pode ser entendida como uma ferramenta que pode proporcionar vantagens competitivas em relação aos seus concorrentes. Visto que podem descobrir novas tecnologias, formas específicas e inovadoras para melhorar seus processos internos e externos. Logo, podemos definir logística como o conjunto de todas as atividades de movimentação e armazenagem necessárias, de modo a facilitar o fluxo de produtos do ponto de aquisição da matéria-prima até o ponto de consumo final, como também dos fluxos de informação que colocam os produtos em movimento, obtendo níveis de serviço adequados aos clientes, a um custo razoável. Por fim, logística é a integração da administração do estoque e da sua distribuição física, e tem como principal finalidade colocar a disposição os insumos corretos, na quantidade correta, com qualidade, no lugar correto, no tempo adequado, com método, preço justo e com boa impressão, ajudando a aumentar o grau de satisfação do cliente. Destacando que temos o fornecedor (insumos), o cliente (atravessador) e o consumidor final (aquele que consome). 1.2 CONCEITO DE DISTRIBUIÇÃO No dicionário, distribuição é o ato ou efeito de distribuir, repartição, classificação, disposição, ordenamento, repartição dos vários papéis de uma peça teatral ou de um filme entre os artistas. Fornecimento ou transporte de mercadorias, jornais, etc., dos pontos de produção para os de uso ou consumo. Parte de um sistema de suprimento elétrico entre as fontes de energia (usinas elétricas ou estações de transformação) e as instalações dos consumidores. Distribuição geográfica. Distribuição natural das várias formas de animais e plantas nas diversas regiões da terra. A distribuição acontece por meio de um distribuidor que é o comerciante que tem a função de, através de estoque próprio, atender o varejo em determinada região, Centro de Educação Profissional Diomício Freitas – CEDUP Curso: Técnico em Administração Disciplina: Logística e Distribuição Professor: Ricardo Costa Turma: 2 Fase _____ 5 com ou sem limitação geográfica definida, e podendo ou não ser exclusivo dentro desta. Pode ser distribuidor de um ou mais fabricantes, também pode ser chamado de atacadista ou atacarejo. Segundo Lins e Miniacci (2002) distribuição pode ser entendido como todo o negócio posterior à fase produtiva em que o principal objetivo seja levar o produto acabado diretamente à sua fonte de consumo, ou a intermediários que o repassem e que tenham o consumidor final como o próximo elo nessa cadeia. Como exemplo desses atravessadores, temos os revendedores de alimentos como mercados, lojas de tintas e utensílios gerais, lojas automóveis, distribuidores bebidas, casas de baile e bares em geral, distribuidores de material de limpeza, materiais de construção, postos de gasolina, entre tantos outros. Resumindo: Distribuição – conjunto de operações por meio das quais produtos e serviços são postos à disposição dos consumidores. Distribuidor – empresa responsável pela distribuição. Revenda – ato ou efeito de revender. Franquia – sistema pelo qual a empresa detentora de uma marca registrada, processo patenteado de produção ou direitos similares concede a outra empresa (em geram de menor porte) liença de utilização dessas marcas ou processos, sob condições específicas 1.3 HISTÓRIA DA ORIGEM E EVOLUÇÃO DA LOGÍSTICA A denominação Logística teve origem na função de um oficial do exército francês cuja tarefa básica era alojar (em francês “loger”, origem da palavra “logistique”) soldados para recompor as tropas na frente de batalha. Para fazer chegar carros de guerra, grandes grupos de soldados e transportar armamentos pesados aos locais de combate era necessário uma organização logística das mais fantásticas: envolvia a preparação dos soldados, o transporte, a armazenagem e a distribuição de alimentos, munição e armas e controle de estoques dentre outras atividades. Até cerca de 1950, o campo permanecia em estado de dormência. Não existia nenhuma filosofia dominante para guiá-lo. As empresas fragmentavam a administração de atividades-chave em logística. Ou seja: o transporte era encontrado freqüentemente sob o comando gerencial da produção; os estoques eram responsabilidade de marketing,finanças ou produção; e o processamento de pedidos era controlado por finanças ou vendas. Isto resultava no conflito de objetivos e de responsabilidades para as atividades logísticas. A atividade militar na Segunda Guerra Mundial foi um início para muitos dos conceitos logísticos utilizados atualmente. Infelizmente, o exemplo militar somente influenciou as atividades logísticas das empresas comerciais alguns anos depois. Por volta de 1945, outras empresas Centro de Educação Profissional Diomício Freitas – CEDUP Curso: Técnico em Administração Disciplina: Logística e Distribuição Professor: Ricardo Costa Turma: 2 Fase _____ 6 já haviam colocado transporte e armazenagem de produtos acabados sob um único gerente, sendo as indústrias alimentícias as pioneiras neste aspecto. O período entre o início dos anos 1950 até a década de 1960 representa a época de decolagem para a teoria e a prática da logística. O ambiente era propício para novidades pensamento administrativo. O marketing estava bem estabelecido em muitas instituições educacionais e orientava muitas empresas. Em meados de 1954 professores renomados de marketing salientavam que as empresas prestavam muito mais atenção à compra e venda do que a distribuição física. Esta era muitas vezes subestimada e colocada de lado como algo de pouca importância. Um estudo sobre o papel que o transporte aéreo poderia desempenhar na distribuição física, mostrou que o alto custo do transporte aéreo, comparado aos demais modais, não necessariamente deteria o uso deste serviço, mas que a chave para sua aceitação deveria ser o seu menor custo total decorrente da soma das taxas do frete aéreo e do menor custo devido à diminuição de estoques, conseguido pela maior velocidade da movimentação por via aérea. Este estudo foi reconhecido como um evento-chave para o desenvolvimento da logística empresarial como disciplina. A soma das atribuições forneceu ao responsável pela logística as condições para ter conhecimento privilegiado do conjunto das atividades no “teatro de operações”, qualificando-o como valioso assessor no processo de tomada de decisão tanto no nível tático quanto no estratégico. Segundo Gomes e Ribeiro, os primeiros indícios da logística foi na Grécia Antiga, que com o distanciamento das batalhas, foi preciso analisar os meios de abastecimento das tropas com armas, alimentos, medicamentos, água e os locais para montar acampamento. Na antiguidade, os soldados era quase auto-suficientes, pois não havia meios de apoiá-los em profundidade, se limitando a buscar na retaguarda os mantimentos necessários para a sobrevivência e os combates. Napoleão se interessou pelo apoio logístico, sofreu por falta de viveres e rações na campanha contra a Rússia, quando se afastou muito das fontes de suprimentos e se abasteceu de territórios ocupados. O primeiro a utilizar a expressão “logística” foi Barão Antoine Henri de Jomini, um general de Napoleão. Acredita-se que essa palavra venha do vocábulo francês “loger”, que significa “alocar”. Logística tornou-se matéria escolar na Escola de Guerra Naval dos Estados Unidos em 1888, e tem seu primeiro tratado científico em 1917, com o tenente – coronel Thorpe, do Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos, por meio do livro “Logística Pura: A Ciência da Preparação para a Guerra”. No começo do século XX havia a preocupação com o escoamento da produção agrícola. Fase chamada de “do campo ao mercado”. Em 1940 até meados de 1960, a logística continuou com grande influência militar, onde a grande preocupação era com a movimentação de materiais, Centro de Educação Profissional Diomício Freitas – CEDUP Curso: Técnico em Administração Disciplina: Logística e Distribuição Professor: Ricardo Costa Turma: 2 Fase _____ 7 principalmente armazenamento e transporte de bens. Fase chamada de “funções segmentadas”. De 1960 a 1970, período em que começou a acontecer a integração dos sistemas, onde se focou de forma mais ampla nos transportes, distribuição, armazenagem, estoque e manuseio de materiais. Durante a década de 1970 até metade dos anos 80, iniciou-se a fase do “foco no cliente”, ressaltando a produtividade e custos de estoques e passou a fazer parte dos curós de Administração de Empresas. Atualmente entende-se que estamos na fase “logística como elemento diferenciador”, destacando-se a globalização, a tecnologia da informação, a responsabilidade social e ambiental. A logística tem como função principal, disponibilizar produtos, ao menor custo possível, no tempo e no local adequado, de forma que seus clientes possam consumir os produtos, satisfazendo assim, as suas necessidades ou desejos. Pode-se concluir então que a origem da logística vem do meio militar, com a finalidade de dar suprimentos necessários às tropas em campanhas, em especial depois da segunda guerra mundial. Existe uma proposta no congresso brasileiro sobre definir o dia 06 de junho como o dia da logística, em homenagem ao dia 06/06/1994, quando aconteceu o chamado dia “D” da invasão aliada ao continente europeu tomado pelo nazismo. Onde houve então a maior concentração de navios já registrada na história. Além de outros pontos importantíssimos que possibilitaram um resultado positivo. 1.4 HISTÓRIA DA LOGÍSTICA NO BRASIL Segundo (Christopher, 1997), foi no início dos anos 1990, que no Brasil, as organizações começaram a compreender que o adequado gerenciamento logístico pode apresentar um impacto vital para a obtenção de vantagens competitivas duradouras. Segundo (Christopher, 1997), foi no início dos anos 1990, que no Brasil, as organizações começaram a compreender que o adequado gerenciamento logístico pode apresentar um impacto vital para a obtenção de vantagens competitivas duradouras. Segundo Gomes e Ribeiro, a logística no Brasil, está passando por um período de mudanças, tanto em termos de praticas empresariais como de eficiência, qualidade e possibilidade de infraestrutura de transportes e comunicações, elementos fundamentais para uma logística moderna. É um período de riscos dado às mudanças de grande envergadura que precisam ser implementadas e oportunidades que possibilitam melhoria na qualidade dos serviços. A abertura comercial e a expansão do comércio internacional permitiram que se tivesse uma demanda logística internacional, área para a qual o país nunca havia se preparado, tanto em termos burocráticos como em infraestrutura. Com o fim do processo inflacionário a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) liderou o movimento com empresas de bens de consumo duráveis, com o Centro de Educação Profissional Diomício Freitas – CEDUP Curso: Técnico em Administração Disciplina: Logística e Distribuição Professor: Ricardo Costa Turma: 2 Fase _____ 8 objetivo de reduzir custos e melhorar a qualidade dos serviços. Com a entrada de grandes grupos varejistas como o Wal Mart, o processo de modernização tende a ser implementado bem antes do que se planejava. Atualmente a logística expandiu sua área de atuação, e passou a incluir ações sobre todas as formas de movimentação de produtos, informações e recursos financeiros. Atualmente a logística expandiu sua área de atuação, e passou a incluir ações sobre todas as formas de movimentação de produtos, informações e recursos financeiros. 1.5 CONDIÇÕES ECONÔMICAS E TECNOLÓGICAS QUE INFLUENCIARAM A LOGÍSTICA Quatro condições chave foram identificadas para a evolução das atividades logísticas: (a) alterações nos padrões e atitudes da demanda dos consumidores, (b) pressão por custosnas Indústrias, (c) avanços na tecnologia de computadores e (d) influencias do trato com a logística militar. A - Alterações nos padrões e atitudes da demanda dos consumidores - A cada dez anos, um censo populacional é realizado no país. Alterações dramáticas na população podem ocorrer, sendo reveladas pelas estatísticas do período de dez anos. Durante os anos de formação da logística empresarial existiram mudanças populacionais com substancial impacto nos custos logísticos. Houve migração das áreas rurais com direção aos centros urbanos já estabelecidos. Isto em si poderia reduzir a distribuição pelo incremento dos volumes movimentados para uma menor quantidade de centros de demanda. Ao mesmo tempo, populações começaram a migrar do centro das cidades para os subúrbios circundantes. Varejistas seguiram a população para os subúrbios com pontos de venda adicionais. Servir com entregas uma maior área metropolitana e manter maiores os estoques totais requeridos pelas filiais adicionais incrementaram o custo da distribuição. Além das migrações populacionais, os consumidores demandavam maior variedade das mercadorias ofertadas. Os produtos proliferaram de poucos milhares de itens para 12.000 nos grandes supermercados. Automóveis eram oferecidos em diversas áreas, motores e tamanhos. A tendência era a mesma para quase todas as indústrias, variedade geralmente significa maiores custos de manutenção de estoques. Se um produto é substituído por três para atender a mesma demanda, o nível de estoque para todos os produtos pode aumentar de até 60%. Finalmente, os padrões de distribuição em si começaram a mudar. Onde antes o varejista tipicamente carregava estoques substanciais - por exemplo, um bem estocado no depósito nos fundos de uma mercearia – ele passou a manutenção do estoque para seu fornecedor ou para centrais de distribuição mais especializadas e, portanto, passou a demandar entregas mais freqüentes para ressuprimento. Isto aumentou a importância de fornecedores e centrais de distribuição (CD), pois maiores níveis de inventário deviam ser administrados e, ao mesmo tempo, maior disponibilidade de estoques e entregas mais velozes deviam ser providenciadas. Centro de Educação Profissional Diomício Freitas – CEDUP Curso: Técnico em Administração Disciplina: Logística e Distribuição Professor: Ricardo Costa Turma: 2 Fase _____ 9 B - Pressão por custos nas indústrias - O clima econômico geral dos anos de 1950 era instrumental para fomentar o interesse em logística. Houve crescimento econômico substancial após a Segunda Guerra, seguido de recessão e um período de prolongada pressão nos lucros. Períodos recessivos tipicamente forçam os administradores a procurarem maneiras de melhorar a produtividade. Os novos conceitos logísticos ofereciam esta oportunidade. Poucas empresas tinham uma idéia clara de quanto eram seus custos logísticos. Quando analistas iniciaram suas pesquisas, os níveis de custos mostraram-se surpreendentes. Por qualquer medida, os custos logísticos são substanciais para a maioria das indústrias. Este reconhecimento começou a emergir durante as décadas de 1950 e 1960. C - Avanços na Tecnologia de Computadores - Com o passar dos anos, os problemas logísticos tendem a tornar-se, mais complicados. Existem mais tipos de serviços de transportes para selecionar, a proliferação de variedade de produtos leva a maior número de itens de estoque para serem administrados e a demanda dos consumidores por melhores níveis de serviço muitas vezes resulta em maior quantidade de depósitos no sistema de distribuição. Esta complexidade podia ser tratada efetivamente por novas tecnologias que emergiam em meados da década de 1950. O computador acabava de realizar sua estreia no mundo dos negócios. Os profissionais da área poderiam agora lidar mais efetivamente com problemas como localizar depósitos, alocar clientes a depósitos, controlar estoques em múltiplos locais e roteirizar e programar veículos. D - A Experiência Militar - Antes que as empresas em geral mostrassem muito interesse em administrar atividades logísticas de forma coletiva os militares já haviam reconhecido a importância de coordenação das atividades logísticas. Mais de uma década antes de o mundo dos negócios interessar-se pelo assunto, os militares haviam executado aquela que foi chamada de mais sofisticada e mais bem planejada operação logística da história – A invasão da Europa. A logística militar inclui atividades como aquisição, estoque, definição de especificações, transporte e administração de estoques, a maior parte das quais está incluída na definição de logística. A experiência militar nestas áreas é substancial. Muito tem sido falado sobre a tecnologia da informação (TI), o computador e suas diversas formas de interligação, dentro das empresas, entre empresas, entre pessoas e entre empresas e pessoas. Esta maravilha dos novos tempos é o principal impulsionador das mudanças que estão ocorrendo em velocidade espantosa neste início de século. Está provocando mudanças no modo de produzir, na organização do trabalho, na forma de administrar, nos formatos de relacionamentos com o mercado, com as pessoas, na forma de vender, na forma de distribuir e na forma de controlar as atividades. É um mundo diferente. O conhecimento e a imaginação agora são mais importantes do que o capital físico. Os produtos e serviços estão se tornando apenas artigos em oferta, as negociações transformam-se em "intercâmbios" e o mercado, de um modo geral, tem assumido um formato com a agilidade do mercado financeiro. Neste novo tempo a capacidade de adaptação é fundamental em face da grande permeabilidade que as empresas estão construindo no relacionamento dos negócios entre fornecedores, distribuidores e funcionários. E, ainda, a necessária adaptação das pessoas, em Centro de Educação Profissional Diomício Freitas – CEDUP Curso: Técnico em Administração Disciplina: Logística e Distribuição Professor: Ricardo Costa Turma: 2 Fase _____ 10 função da diversificada possibilidade de criação de relacionamentos, através da rede criada em torno do mundo. São três as vertentes que alavancam esta situação: Tudo aquilo que envolve os negócios e as organizações em geral está cada vez mais ocorrendo em tempo real. Decisões podem ser tomadas no momento em que a oportunidade ou o problema ocorre. A barreira do tempo tem sido quebrada constantemente nas diversas formas de negócio. Tudo aquilo que envolve contato é possível ser realizado eletronicamente. Pessoas, empresas, governo, não importa, todos vão criando formas de "conversa eletrônica". Não existe produto ou serviço isoladamente. Existem produtos com uma parte de serviços e serviços com uma parte de produtos. Toda proposta tem uma parte tangível e outra intangível. Entre os dois, produtos e serviços, de uma maneira definitiva, o que mais cresce é a parte intangível da proposta, ou seja, o serviço. Empresas que estão obtendo sucesso têm um caminho voltado para seus clientes, conhecendo suas necessidades, seus sistemas econômicos, projetando produtos em conjunto, praticando ofertas mais flexíveis e aperfeiçoando, no seu dia-a- dia, cada vez mais as tecnologias de ligação, o uso de vídeo-conferência, páginas na Internet, internalizando a Intranet e, para muitos casos, franqueando a comunicação direta com seus clientes através da Extranet. Para estas empresas os Canais de Distribuição são verdadeiros parceiros e não adversários. Praticam muito mais a integração do sistema como um todo no lugar da egoísta interface e estão prontos para dar atendimento 24 horas por dia, tudo istoem busca de oferecerem efetivamente um valor superior a seus clientes. Para estas empresas os intermediários fazem parte de seu planejamento estratégico. E é olhando tudo isto que vem a importância do estudo da Logística. É o estudo da movimentação de bens e serviços do ponto de produção, seja ele qual for, ao ponto de consumo, não importa se numa indústria ou no consumidor final. É o estudo dos fluxos distributivos e a determinação das responsabilidades por sua execução. É o estudo de como agregar valor de utilidade de tempo e lugar aos produtos e na direção do consumidor a quem tudo deve ser direcionado e referenciado. É a forma de praticar o pensamento estratégico de colocar o produto (serviço) efetivamente disponível para o cliente consumidor de toda a Cadeia de Suprimentos, ganhando posicionamento destacado neste mercado cada vez mais igual e competitivo. Neste ambiente, três são as questões importantes que afetam diretamente o sucesso do marketing. E são três as questões que estão diretamente ligadas ao Estudo da Logística e da Distribuição, na ordem: Necessidades e Desejos do Cliente vêm antes do Produto ou Serviço. Um produto só é um produto quando seu usuário tem a possibilidade de usufruir sua proposta. Enquanto "caminha" pela Cadeia de Suprimentos ainda não é um produto, não tem qualquer valor. Produtos e Serviços só têm valor quando estiverem sendo utilizados pelo cliente. A Era do Marketing de Massa já era. Rentabilidade, de um modo geral, é mais importante do que volume. Após anos de Reengenharias, Downsizing etc., as empresas não têm para onde recorrer a fim de buscar custos mais competitivos. É através da aliança dos membros da Cadeia de Suprimentos que isto será possível. O Centro de Educação Profissional Diomício Freitas – CEDUP Curso: Técnico em Administração Disciplina: Logística e Distribuição Professor: Ricardo Costa Turma: 2 Fase _____ 11 desafio então é o entendimento de como obter vantagem competitiva dentro do estudo da movimentação da mercadoria na direção do consumidor final - o estudo, portanto, da Logística. As empresas que descobrirem esta forma serão vencedoras. Pode ser maravilhoso realmente o que a Tecnologia da Informação está trazendo para a Gestão Mercadológica das Empresas. Ela facilita principalmente o contato e os processos que dizem respeito à promoção, negociação e obtenção do pedido do cliente, parte importante das atividades logísticas e dos fluxos distributivos. Mas um fato não pode deixar de ser observado e que faz aumentar em muito a importância deste estudo. Enquanto a tecnologia da Informação provoca maior rapidez na obtenção do pedido do cliente, ela não provoca o mesmo ritmo no processo da entrega, criando aí problemas para as empresas. Afinal, até hoje não foi desenvolvida a tecnologia de tele-transporte. Se existisse, este processo eletrônico estaria completo. Ainda, por muito tempo, a mercadoria deverá caminhar fisicamente através dos meios de transporte. A antecipação da demanda, o estoque, continuará existindo. E o armazenamento físico da mercadoria continuará sendo necessário para atender as crescentes e diferenciadas necessidades dos clientes no tempo e lugar desejados por ele. Um desafio para os gestores destes novos tempos. Centro de Educação Profissional Diomício Freitas – CEDUP Curso: Técnico em Administração Disciplina: Logística e Distribuição Professor: Ricardo Costa Turma: 2 Fase _____ 12 2 ESTRUTURAÇÃO DA LOGÍSTICA EMPRESARIAL A logística empresarial estuda como a administração pode prover melhor nível de rentabilidade nos serviços de distribuição aos clientes e consumidores, através de planejamento, organização, controle efetivo para as atividades de movimentação e armazenagem que visam facilitar o fluxo de produtos em uma ampla área geográfica. Os consumidores não residem próximos de onde os bens ou produtos estão localizados. Este é o problema enfrentado pela Logística: diminuir o hiato entre a produção e a demanda, de modo que os consumidores tenham bens e serviços quando e onde quiserem, e na condição física que desejarem. Numa economia livre é responsabilidade dos empresários proverem os serviços logísticos necessários com eficácia e eficiência. Contudo, as empresas operam dentro de um ambiente que muda constantemente. Segundo Ronald Ballou, a logística empresarial estuda como a administração pode prover melhor nível de rentabilidade nos serviços de distribuição aos clientes e consumidores, através de planejamento, organização e controle efetivos para as atividades de movimentação e armazenagem, que visam facilitar o fluxo de produtos. A logística é um assunto vital. É um fato econômico que tanto os recursos quanto os seus consumidores estão espalhados numa ampla área geográfica. Além disso, os consumidores não residem se é que alguma vez o fizeram próximos donde os bens ou produtos estão localizados. Este é o problema enfrentado pela Logística: diminuir o hiato entre a produção e a demanda, de modo que os consumidores tenham bens e serviços quando e onde quiserem, e na condição física que desejarem. Para Gomes e Ribeiro (2004), a logística empresarial estuda o gerenciamento pode proporcionar melhor nível de rentabilidade aos ser viços de distribuição aos clientes, através do planejamento organizado e controle efetivo das atividades de movimentação e armazenagem, com o objetivo de facilitar o fluxo de produtos. 2.1 ATIVIDADES PRIMÁRIAS NA LOGÍSTICA As atividades primárias são assim consideradas porque ou elas contribuem com a maior parcela do custo total da logística ou elas são essenciais para a coordenação e o cumprimento da tarefa logística. Transportes: Para a maioria das empresas, o transporte é a atividade logística mais importante simplesmente porque ela absorve, em média, de um a dois terços dos custos logísticos. É essencial, pois nenhuma empresa moderna pode operar sem providenciar a movimentação de suas matérias-primas ou de seus produtos acabados de alguma forma. Sem transportes os mercados não podem ser atendidos e produtos permanecem no canal de distribuição para deteriorarem-se ou tornarem-se obsoletos. Transporte adiciona valor de "lugar" ao produto e refere-se aos vários métodos para se movimentar produtos. Algumas das alternativas populares são os modos rodoviário, ferroviário e aeroviário. A administração da atividade de transporte Centro de Educação Profissional Diomício Freitas – CEDUP Curso: Técnico em Administração Disciplina: Logística e Distribuição Professor: Ricardo Costa Turma: 2 Fase _____ 13 geralmente envolve decidir-se quanto ao método de transporte, aos roteiros e à utilização da capacidade dos veículos. Estoques e manutenção: Os estoques são materiais e suprimentos que uma empresa utiliza para a produção de seu produto ou suprir a necessidade da própria empresa. Nos estoques muitas vezes é possível encontrar matérias-primas, suprimentos, componentes, materiais em processo ou produtos acabados, que geralmente é feito um controle, tanto de processo como de disponibilidade dos itens. Geralmente, não é viável providenciar produção ou entrega instantânea aos clientes. Para se atingir um grau razoável de disponibilidade de produto, é necessário manter estoques, que agem como amortecedores entre a oferta e a demanda. O uso extensivo de estoques resulta no fato de que, em média, eles são responsáveis por aproximadamente um a dois terços dos custos logísticos, o que torna a manutenção de estoques uma atividade-chave da logística. Estoque agregavalor de "tempo". Para agregar este valor dinâmico, o estoque deve ser posicionado próximo aos consumidores ou aos pontos de manufatura. O número normalmente grande destes pontos de estoque e os altos custos associados a manter estes produtos armazenados em geral entre 25 e 30% do valor do produto por ano, podendo chegar a 2/3 dos custos logísticos. A administração de estoques envolve manter seus níveis tão baixos quanto possível, ao mesmo tempo em que, provê a disponibilidade desejada pelos clientes, de modo que não falte. Processamento de pedidos: Os custos de processamento de pedidos tendem a ser pequenos quando comparados aos custos de transportes ou de manutenção de estoques. Contudo processamento de pedidos é uma atividade logística primária. Sua importância deriva do fato de ser um elemento crítico em termos do tempo necessário para levar bens e serviços aos clientes. É também a atividade primária que inicializa a movimentação de produtos e a entrega de serviços. Estas três atividades logísticas colocadas em perspectiva é observada sua importância no que pode ser chamado de "ciclo crítico de atividades logísticas". O tempo requerido para um cliente receber um pedido depende do tempo necessário para entregar o pedido. Como o resultado final de qualquer operação logística é prover serviço por conseguir mercadorias para os clientes quando e onde eles quiserem estas três atividades são centrais para cumprir esta missão. Por isso, elas são chamadas de atividades primárias. 2.1.1 Atividades de apoio logístico Apesar de transportes, manutenção de estoques e processamento de pedidos serem os principais ingredientes que contribuem para a disponibilidade e a condição física de bens e serviços, há uma série de atividades adicionais que apoia estas atividades primarias. Centro de Educação Profissional Diomício Freitas – CEDUP Curso: Técnico em Administração Disciplina: Logística e Distribuição Professor: Ricardo Costa Turma: 2 Fase _____ 14 Armazenagem: Refere-se à administração do espaço necessário para manter estoque. Envolve problemas como localização, dimensionamento de área, arranjo físico, recuperação do estoque, projeto de docas ou baias de atracação e configuração do armazém. A armazenagem é o conjunto de funções de recepção, descarga, carregamento, arrumação e conservação de matérias-primas, pro-dutos acabados ou semi-acabados. Riscos de estoque com acidentes, roubo, desastres naturais, como chuvas que causam inundações, temporais e vendavais. A história do José do Egito. A prisão Enquanto esteve preso, José se relacionava com os demais presos, e fez fama de intérprete de sonhos, ao mostrar o significado dos sonhos de dois prisioneiros: o copeiro-chefe e o padeiro chefe do palácio real, que estavam presos sob acusação de conspiração contra o rei. Em determinado momento da história, o Faraó teve um sonho em que sete vacas magras comiam sete vacas gordas e permaneciam magras. Incomodado com o sonho, o Faraó convocou todos os sacerdotes do Egito, porém nenhum deles soube interpretar seu sonho. O copeiro-chefe do palácio real, que havia sido perdoado pelo Faraó, lembrou-se das interpretações de José a respeito dos sonhos, e falou sobre o prisioneiro, que foi chamado e disse que o sonho significava um período de fartura de sete anos, seguido de um período de seca igualmente de sete anos, pelo qual o Egito passaria. Manuseio de materiais: Está associada com a armazenagem e também apoia a manutenção de estoques. É uma atividade que diz respeito à movimentação do produto no local de estocagem - por exemplo, a transferência de mercadorias do ponto de recebimento no depósito até o local de armazenagem e deste até o ponto de despacho. São problemas importantes: seleção do equipamento de movimentação, procedimentos para formação de pedidos e balanceamento da carga de trabalho. Embalagem de proteção: Um dos objetivos da logística é movimentar bens sem danificá-los além do economicamente razoável. Bom projeto de embalagem do produto auxilia a garantir movimentação sem quebras. Além disso, dimensões adequadas de empacotamento encorajam manuseio e armazenagem eficientes. Obtenção: É a atividade que deixa o produto disponível para o sistema logístico. Trata da seleção das fontes de suprimento, das quantidades a serem adquiridas, da programação das compras e da forma pela qual o produto é comprado. É importante para a logística, pois decisões de compra têm dimensões geográficas e temporais que afetam os custos logísticos. Programação do produto: Enquanto a obtenção trata do suprimento (fluxo de entrada) de empresas de manufatura, a programação de produto lida com a distribuição (fluxo de saída). Refere-se primariamente às quantidades agregadas que devem ser produzidas e quando e onde devem ser fabricadas. Centro de Educação Profissional Diomício Freitas – CEDUP Curso: Técnico em Administração Disciplina: Logística e Distribuição Professor: Ricardo Costa Turma: 2 Fase _____ 15 Manutenção de informação: Nenhuma função logística dentro de uma empresa poderia operar eficientemente sem as necessárias informações de custo e desempenho. Tais informações são essenciais para correio planejamento e controle logístico. 2.2 CLASSIFICAÇÃO DAS EMBALAGENS A embalagem possui um impacto significativo sobre o custo e a produtividade dentro dos sistemas logísticos. Seus custos mais evidentes se encontram na execução de operações automatizadas ou manuais de embalagem e na necessidade subseqüente de descartar a própria embalagem. A embalagem é visualizada dentro do sistema logístico e seu papel nos mercados industrial e de consumo de forma a serem considerados: as três principais funções da embalagem: utilidade e eficiência de manuseio, proteção contra avarias e comunicação; materiais de embalagem tradicionais; tecnologias emergentes; implicações ambientais. O custo da embalagem afeta todas as atividades de logística desde o controle de estoque até a forma como são transportadas para que cheguem ao consumidor final. A importância das Embalagens na Logística Na busca por atender da melhor forma os clientes a exposição dos produtos nas gôndolas tendem a ser mais atraentes e informativos, não basta a simples exposição se estes produtos não acompanham algumas recomendações impostas pelos órgãos que regulam as atividades no setor e de certo que fazem os produtos ficarem mais atrativos. Portanto as embalagens reúnem alguns elementos considerados necessários tais como: “Informações sobre composições nutricionais, prazos de validade, fabricante, serviço de apoio ao consumidor, agência reguladora e advertências sobre como acondicionar, manusear e manter em local apropriado, etc...”. No âmbito da Logística essas embalagens também trazem algumas características que facilitam a sua movimentação e estocagem, mesmo que a preocupação seja Centro de Educação Profissional Diomício Freitas – CEDUP Curso: Técnico em Administração Disciplina: Logística e Distribuição Professor: Ricardo Costa Turma: 2 Fase _____ 16 reduzir os estoques a movimentação de transporte e atividades de carregamento e descarregamento nas docas devem ser acompanhadas se certos cuidados e acondicionamento das mercadorias para evitar avarias operacionais e outras perdas provenientes da má operacionalidade e gestão. A embalagem é vista como a reunião de quatro competências fundamentais: Marketing, Design, Logística e Meio Ambiente. Segundo especialistas a embalagem, vista sob aótica sistêmica, compreende o conjunto de operações, materiais e equipamentos utilizados com as finalidades de acondicionar, proteger, conservar, transportar e armazenar produtos ao longo das diversas Cadeias de Suprimentos. Assim contribui para satisfazer seus respectivos integrantes, com ética, com informação, respeito ao meio ambiente, atendendo aos direitos do consumidor com custos adequados. A logística trata a questão das embalagens da forma que ela merece, sendo um recipiente de proteção, agrupamento e facilitador no transporte e armazenagem, em logística as mais conhecidas e aplicadas são as embalagens para o consumidor, conhecidas como de marketing ou primária, embalagem industrial conhecida como de logística ou secundária, embalagem de convenção usada para acomodar os produtos, embalagem facilitadora e embalagem de Quinto Nível. Sendo que: Primárias: Envolvem diretamente o produto, é aquela que os clientes tocam e extraem as informações contidas a cerca do produto. Secundárias: Protegem a primária, geralmente embalagens maiores que compactam poucos produtos utilizadas para transporte e manipulação manual, por exemplo caixa de chocolate Bis. Terciárias: Caixas de papelão, madeira e plástico, também muito utilizadas na movimentação manual e de transporte, pois compacta em seu interior um maior número de produtos. Quaternárias: Facilitadoras na movimentação, pois concentra um número maior de unidades em seu interior. Paletes são exemplos ainda que abertos o perfeito acondicionamento de caixas de papelão podem facilitar o deslocamento de lugares ou até mesmo a transposição de um lugar a outro. Quinto Nível: Contêinerizada ou especiais para serem usadas em longas distancias. Muito utilizado tanto para transporte internacional de cargas via mares e oceanos e também com extensor de “estoques”. As embalagens além informar a natureza e especificações de cada produto são também capazes de protegê-los de avarias de todos os tipos, facilitam a movimentação nas docas de carga e descarga e reduzem os espaços ocupados na armazenagem, isso só é possível por meio da consolidação que é o montante Centro de Educação Profissional Diomício Freitas – CEDUP Curso: Técnico em Administração Disciplina: Logística e Distribuição Professor: Ricardo Costa Turma: 2 Fase _____ 17 compactado num mesmo recipiente, mas para que isso seja eficiente vejamos alguns materiais utilizados na sua operação. São diversos os tipos de materiais usados para acondicionar as mercadorias e dependendo do tipo de produto determinado material é mais apropriado que outros, pois cada produto tem suas próprias características. Além da proteção, essa compactação cria um centro de força sendo possível empilhar as caixas em um mesmo local aproveitando melhor o espaço físico tanto no armazém quanto no modal de transporte. Os materiais mais usados são: “papelões, plásticos, isopores, madeiras”. Papelão: Material dos mais utilizados nas operações logísticas, suas características principais são: proteger o conteúdo de choques, consolidar um montante dentro da caixa e empilhar essas mesmas caixas. Alcochoamento: Forração dos produtos para proteção no transporte e empilhamento em vários tipos de materiais os mais comuns são: plásticos bolhas, isopores, papelões e plástico resinite. Paletes: Material utilizado para consolidação de mercadorias semelhante a um estrado de madeira, de madeira, ferro, aço ou plástico, tem como característica principal facilitar o deslocamento das mercadorias pelos macacos hidráulicos e empilhadeiras. Contêineres: Uma forma de embalagem muito usada para transporte a longas distâncias assim como forma de extensão em alguns depósitos, semelhante a caixas são construídas em ferro ou aço suas dimensões são padrão e existentes em dois tipos sendo desde o modelo convencional até os conhecidos como Reefers “contêineres refrigerados”. Seja qual for a atividade logística a ser executada, as modalidades de transporte, o conhecimento das agências, os tipos de embalagens a serem usadas de forma eficiente ou os materiais que serão aplicados na proteção dos produtos, tudo isso é logística e quanto mais conhecimento a respeito melhor será o planejamento elaborado pelos gestores atuantes. Outro aspecto tem elevado a importância das embalagens, a questão Sustentabilidade e Logística Reversa que é o refluxo dessas embalagens, já se fala em Logística Verde, um selo que caracteriza as operações sustentáveis e dessa forma a elaboração de produtos e a consequente recolha dos descartes é objeto de atenção dos atuantes da área. No Brasil as embalagens celulósicas detêm 41% de participação, seguidas pelo Plástico - 29%, metal - 19%, vidro - 10% e madeira -1%. Ocupamos atualmente o 9º lugar no ranking dos países que reciclam papel, o que corresponde a 38,5% da produção anual de embalagens celulósicas. As embalagens além de atender as necessidades exigidas e ou necessárias e contribuírem para os operadores manipularem com mais facilidade é hoje objeto que visa atender as questões Centro de Educação Profissional Diomício Freitas – CEDUP Curso: Técnico em Administração Disciplina: Logística e Distribuição Professor: Ricardo Costa Turma: 2 Fase _____ 18 ambientais com um conjunto de ações educativas entre empresas e consumidores para o seu descarte consciente. Embalagem para o consumidor com ênfase no Marketing: O projeto final da embalagem é mais frequentemente baseado nas necessidades de fabricação e de marketing, negligenciando as necessidades de logística. O projeto da embalagem de consumo deve ser voltado para a conveniência do consumidor, ter apelo de mercado, boa acomodação nas prateleiras dos varejistas e dar proteção ao processo. Embalagem industrial com ênfase na Logística: Os produtos e as peças são embalados geralmente em caixas de papelão, caixas, sacos, ou mesmo barris, para maior eficiência no manuseio, são embalagens usadas pra agrupar produtos e são chamadas de embalagens secundárias. O peso, a cubagem e a fragilidade das embalagens secundárias utilizadas nas operações de linhas de produção determinam as necessidades de manuseio e de transportes. As embalagens secundárias devem ser projetadas de forma que sua cubagem seja totalmente preenchida para evitar avarias. A padronização da embalagem secundária proporcionou substancial redução do custo total, bem como a adoção de um sistema de manuseio muito mais eficiente, tanto no depósito como na loja varejista. Proteção contra avaria As embalagens secundárias apresentam importância relacionada à proteção dos produtos contra avarias durante o manuseio e a armazenagem, como também protege contra furtos. Para proteger a embalagem contra avarias é necessário adequá-la ao produto e selecionar seu material, levando em conta o grau desejado de proteção ao produto. É proibitivo, no entanto, o custo de proteção total para a maioria dos produtos, tendo como fatores determinantes do grau de proteção o valor e a fragilidade do produto. A fragilidade de um produto pode ser medida através de testes, tanto do produto como da embalagem, com o uso de equipamentos de choque e de vibração e seu resultado permite determinar o nível de acolchoamento ou de forração nas caixas. O ambiente físico que envolve um produto é o ambiente logístico e ele influencia e é influenciado pela possibilidade de avaria. Por este motivo deve ser estudado quanto as suas características físicas e aos fatores que o compõem. Neste ambiente ocorre a avaria por transporte, armazenagense manuseio. Nos depósitos próprios os produtos movem-se para seus destinos num ambiente relativamente controlado. Já com transportes fretados os produtos entram num ambiente sem controle. Quanto menos controle a empresa tiver sobre o ambiente físico, maiores devem ser as precauções com a embalagem para evitar avarias, portanto, o ambiente logístico influencia as decisões relativas ao projeto da embalagem. Existe quatro causas de avarias: as vibrações, os impactos, as perfurações e as compressões que podem ocorrer simultaneamente, esteja ele em trânsito ou sob Centro de Educação Profissional Diomício Freitas – CEDUP Curso: Técnico em Administração Disciplina: Logística e Distribuição Professor: Ricardo Costa Turma: 2 Fase _____ 19 manuseio, como também podem ocorrer falhas no empilhamento que podem causar avarias. Fatores externos como temperaturas elevadas, umidade e materiais estranhos podem acarretar avarias. Estes fatores externos estão fora de controle logístico e afetam o conteúdo das embalagens quando estes são expostos, podendo derreter, estragar, empolar, descascar e até fundir-se uns com os outros, perdendo cores. Utilidade e eficiência do manuseio de materiais A utilidade de uma embalagem está ligada à forma como ela afeta tanto a produtividade quanto à eficiência logística. Todas as operações logísticas são afetadas pela utilidade da embalagem, desde o carregamento do caminhão e a produtividade na separação de pedidos até a utilização do espaço cúbico no armazenamento e no transporte. A eficiência do manuseio dos materiais é fortemente influenciada pela natureza do produto, pela utilização e pelas características em termo de comunicação. Características dos produtos – A embalagem dos produtos sob determinadas configurações e as quantidades padronizadas contribuem para aumentar a produtividade das atividades logísticas. A redução do tamanho da embalagem, por exemplo, pode melhorar a utilização do espaço cúbico. O peso pode ser reduzido com alterações do produto da embalagem. Substituindo-se garrafas de vidro por garrafas de material plástico, por exemplo, pode aumentar significativamente a quantidade de garrafas que pode ser transportadas. Cargas unitizadas também possibilita a produtividade das atividades logísticas. Fixação de cargas: Pode aumentar a possibilidade de avarias se não for adequadamente fixada durante o manuseio ou transporte. Comunicação: É a função para a identificação do conteúdo da embalagem. Rastreamento: Um sistema de manuseio de materiais com bom nível de controle deve ter a capacidade de rastrear o produto no recebimento, na armazenagem, na separação e na expedição. O controle de toda movimentação reduz os níveis de perda e furto e pode ser muito útil para monitorar a produtividade dos funcionários. Instruções de Manuseio: Outro papel da embalagem para a atividade logística é transmitir instruções de manuseio e de prevenção contra avarias e/ou acidentes. 2.2.1 Unitização A unitização corresponde à transformação de mercadorias com dimensões menores em uma única unidade com dimensões padronizadas, o que facilita as operações de armazenagem e movimentação da carga sob a forma mecanizada podendo reduzir o congestionamento no ponto de destino. O manuseio dos materiais é facilitado pela verificação das mercadorias, em sua entrada e no rápido Centro de Educação Profissional Diomício Freitas – CEDUP Curso: Técnico em Administração Disciplina: Logística e Distribuição Professor: Ricardo Costa Turma: 2 Fase _____ 20 posicionamento para a separação de pedidos. Há vários tipos de unitização, sendo o contêiner o sistema mais avançado. As formas primárias de unitização permitem aproveitar a infra-estrutura existente e incluem a utilização de paletes, “marino-slings” e mais recentemente o “big-bag”. Paletes: são plataformas normalmente de madeira, com dimensões padronizadas, sustentadas por pés ou vigas do mesmo material, nas quais as mercadorias são empilhadas. A altura dos paletes deve ser tal, de modo a permitir a entrada de garfo de empilhadeira, mas também não deve ser excessiva para não roubar espaço nos compartimentos de carga. No transporte internacional carga e estrado são amarrados, de modo a formar um único conjunto, freqüentemente protegido por plástico retrátil (shrink-wrap), de modo a tornar a unidade impermeável, assim como dificultar a ocorrência de faltas e avarias. Todas as unidades de um embarque têm a mesma altura, embora variem segundo diferentes embarques. Marino-slings: são cintas de material sintético, que formam uma rede, com dimensões padronizadas, geralmente utilizadas para sacaria. Dependendo do embarque, seguem com a carga até o destino ou apenas até o porão do navio, quando são retirados. Big-Bag: são sacos de material sintético, com fundo geralmente circular ou quadrado, utilizados freqüentemente para produtos industrializados em grãos e pós, em substituição a sacaria. Permitem o reaproveitamento. O seu custo é superior ao dos marino-slings e por isso, em operações de comércio exterior, geralmente, não embarcam com a carga. A sua capacidade geralmente é superior à dos marinos- slings. Contâiner: Distintamente das demais formas de unitização citadas, o contêiner, que segue o padrão internacional estabelecido pela International Organization for Standardization (ISO), é um equipamento de transporte, e não apenas uma forma de acondicionamento de carga, tendo em vista que é parte integrante das unidades de transporte quer sejam vagões ferroviários, veículos rodoviários ou navios. Possui as seguintes características: - de natureza permanente e desta forma, resistente o bastante para permitir utilização repetida; - projetados especialmente para facilitar o transporte de mercadorias por uma ou mais modalidades de transporte, sem recarregamentos intermediários; - equipados com dispositivos que permitem sua pronta movimentação, particularmente sua transferência de uma modalidade de transporte a outra; - projetado de forma a ser facilmente enchido e esvaziado; O estudo dos aspectos relativos à construção do contêiner foi iniciado pela ISO já em 1961, de modo a determinar padrões internacionais para contêineres de carga. Este deve ser construído de tal forma que possa ser transferido de um meio de Centro de Educação Profissional Diomício Freitas – CEDUP Curso: Técnico em Administração Disciplina: Logística e Distribuição Professor: Ricardo Costa Turma: 2 Fase _____ 21 transporte para outro, de modo a permitir a automatização de sua movimentação, assim como a compatibilidade entre os sistemas de transporte nacional e internacional de contêineres. A vida útil mínima prevista do contêiner é de oito anos e a máxima de doze (dependendo do material utilizado na sua construção) uma vez que o contêiner é um equipamento durável e de uso repetitivo. Os dispositivos de canto têm um papel essencial, pois graças a eles os contêineres podem ser manipulados sem restrições pelos equipamentos intermodais. Constituem-se nas principais peças para içamento ou imobilização do contêiner sobre o veículo e no interior do navio. Sua resistência e posição padronizadas estão sujeitas e tolerâncias severas 2.2.2 Granéis sólidos, líquidos e neo-granéis Entende-se por granéis sólidos ou líquidos, todas as cargas não embaladas e que assumem a forma dos recipientes onde estão inseridos. Os granéis sólidos, transportados por via marítima, incluem basicamente minérios, farelos e grãos enquanto os líquidos sãorepresentados, principalmente, por petróleo e derivados. Os neo-granéis, por sua vez, são cargas sólidas, homogêneas, embarcadas em grandes volumes. Como exemplos, podem-se citar: açúcar ensacado, produtos siderúrgicos, CKD (Completely Knock-Down ou Complete Knock-Down), madeiras em bruto ou semimanufaturadas, celulose, papel em bobinas, veículos transportados em navios Roll-on/Roll-off - Ro-Ro (navios especiais para o transporte de veículos, carretas ou trailers etc). Trigo assim como soja, em farelo e grão, são os principais grãos comercializados no comércio marítimo de grãos. Geralmente, os navios utilizados possuem capacidade entre 50.000 e 75.000 Tonelagem de Porte Bruto - TPB, em parte, também, devido às condições dos portos e condições de armazenagem. Açúcar, a granel, geralmente é embarcado em pequenos graneleiros (de 12.000 a 25.000 TPB), enquanto o refinado usualmente é embarcado em “tweendeckers” (navios de carga geral), também na mesma faixa, em termos de tonelagem. No Brasil, o transporte marítimo de granéis líquidos é muito mais relevante no fluxo das importações do que no das exportações, o que explica a utilização de navios especializados para o transporte de produtos com características físicas distintas em cada sentido de tráfego. 2.2.3 Materiais tradicionais utilizados nas embalagens Sacos: são embalagens de papel ou de material plástico que dão proteção, na forma de embrulhos, podendo conter produtos soltos. São flexíveis e facilmente descartáveis. Suas desvantagens são a pouca proteção contra avarias e sua impossibilidade para uso com uma grande quantidade de produtos. Caixas de material plástico de alta densidade: são embalagens com tampa similar às caixas de uso doméstico. São rígidas, resistentes e oferecem proteção substancial aos produtos. Seus pontos fracos são a inflexibilidade, o peso e a necessidade de seu retorno à origem, por motivos econômicos. Centro de Educação Profissional Diomício Freitas – CEDUP Curso: Técnico em Administração Disciplina: Logística e Distribuição Professor: Ricardo Costa Turma: 2 Fase _____ 22 2.2.4 Tendências Emergentes A inovação tecnológica deu início ao renascimento da embalagem para fins logísticos. As empresas estão pesquisando, cada vez mais, materiais e formas alternativas de embalagem menos caras e mais criativas. Embalagem por acolchoamento: é um tipo de proteção tradicionalmente utilizado por empresas de mudanças, é ideal para embalar produtos de forma irregular. As vantagens são a ausência de quaisquer materiais de embalagem e de seus resíduos, a redução da cubagem e maior facilidade ao desembalar os produtos. Embalagens retornáveis: sempre fizeram parte dos sistemas logísticos. Tais embalagens geralmente são de aço ou plástico. A decisão de investir num sistema de embalagem retornável requer estudo da quantidade de ciclos de embarques e de custos de transporte versus custos de compra e descarte de embalagem sem retorno, bem como os custos futuros de separar, rastrear e limpar as embalagens para reutilização. Os paletes podem ser de madeira, plásticos e refrigerados e exigem grandes investimentos, pois se mal construídos podem se desfazer e causar avarias nos produtos. Existem estudos para aperfeiçoarem paletes de material plástico e refrigerado, uma vez que estes paletes possuem as mesmas funções dos antigos paletes de madeira, diferenciando destes por possuírem uma vida útil maior e serem mais resistentes. A embalagem shrink-wrap é uma embalagem à vácuo. Ela é executada colocando-se uma película pré-esticada sobre a carga unitizada de embalagens secundárias, película essa que é encolhida por meio de aquecimento, para fazer as embalagens aderirem à plataforma como um volume único. A embalagem stretch-wrap é uma embalagem também à vácuo. Ela é executada envolvendo-se a carga a uma película plástica esticada, fazendo-se a carga rodar e ser envolvida pela película, o que resulta numa carga única, embalada sob pressão 2.3 GESTÃO DA CAPACIDADE E DA DEMANDA EM SERVIÇOS LOGÍSTICOS É notório o significativo impacto que o serviço logístico tem sobre a satisfação do cliente, uma vez que o resultado de seu esforço é prestar um serviço que atenda e até mesmo supere as expectativas dos clientes. Dentre os atributos dos serviços logísticos consistentemente apontados como os mais valorizados pelos clientes, estão: Disponibilidade: a habilidade de atender aos pedidos dos clientes em um tempo determinado; Entregas no prazo: a habilidade de fornecer os produtos no prazo acordado, com pequena variabilidade; Comunicações: a habilidade de dar informações rápidas e relevantes a qualquer dúvida do cliente; Centro de Educação Profissional Diomício Freitas – CEDUP Curso: Técnico em Administração Disciplina: Logística e Distribuição Professor: Ricardo Costa Turma: 2 Fase _____ 23 Serviço pós-venda: a habilidade de resolver os problemas que o cliente possa vir a ter com o produto adquirido. Para atender a estes atributos o prestador do serviço precisa ter capacidade. A capacidade é o potencial produtivo de um processo. O número de entregas que podem ser feitas em um dia, o número de pedidos que podem ser processados em uma hora ou o número de atendimentos que um técnico pode fazer em uma semana são exemplos de medidas de capacidade. A capacidade fica determinada pelos recursos de que o sistema dispõe para desempenhar suas atividades. Espaço para armazenagem, veículos de entrega, investimento em estoque, técnicos para dar assistência aos clientes, etc., são exemplos de recursos que determinam a capacidade de prestação do serviço logístico. A gestão da capacidade em um sistema prestador de serviços é um dos principais desafios gerenciais. Para muitos especialistas em temas de serviços, a forma como a capacidade é gerenciada pode determinar se um negócio é rentável ou não. Isto porque o dimensionamento da capacidade afeta o desempenho da empresa, pois tem impacto nos investimentos e nos custos operacionais. Em função de certas características dos serviços, a capacidade é perecível, não pode ser estocada. Um assento vazio em um avião, uma vez encerrado o check-in do vôo, não pode ser estocado para um dia em que a demanda por aquele vôo supera a oferta de assentos. Um técnico que apenas tem duas visitas programadas para um dia não pode "estocar" suas horas ociosas para outro dia em que o número de solicitações de serviço supere sua capacidade de atendimento. É possível que o prestador de serviço experimente períodos de ociosidade em alguns ou todos os seus recursos e períodos de falta de capacidade de atendimento gerando insatisfação dos clientes, má percepção sobre a qualidade de seu serviço, vendas perdidas, etc. O equilíbrio perfeito entre oferta e demanda quase nunca é alcançado. Um exemplo que se repete a cada ano referente ao escoamento da produção de grãos no País comprova a complexidade da questão. Os engarrafamentos de até 100 km nas estradas do Paraná, provocando filas que chegam a mais de 4000 caminhões congestionando os acessos ao porto de Paranaguá cuja capacidade de processamento é de algo em torno de 500 caminhões por dia. Caminhões parados durante dias, motoristas irritados, tempo e dinheiro perdidos por muita gente, é normalmente o saldo de uma situação indesejável para todas as partes envolvidas. Soluções como o descarregamento em armazéns foi a maneira encontrada para liberar os caminhões. 2.3.1 PLANEJAMENTO LOGÍSTICO Segundo Campos (2007) num primeiro momento o planejamento logístico deve certificar-sedas fontes de informações se são verdadeiras ou não, na medida em que há necessidade de acessar informações fidedignas em níveis de velocidade condizentes com os requisitos para o devido atendimento requerido pelos processos logísticos, com base nos sistemas de informações disponíveis. Deve-se levar em Centro de Educação Profissional Diomício Freitas – CEDUP Curso: Técnico em Administração Disciplina: Logística e Distribuição Professor: Ricardo Costa Turma: 2 Fase _____ 24 conta informações dos Sistemas de Informações Logísticas (SIL) e um Subsistema de Informações Gerenciais (SIG), meios pelos quais se conseguem informações relevantes, ou seja, aquelas que são necessárias ao processo da administração da logística empresarial. No processo de planejamento logístico, deve levar em conta os mais variados efeitos decorrentes dessa ligação, observando o controle de todo o processo. O objetivo principal do planejamento logístico é prever o comportamento mercadológico e adaptar-se a possíveis mudanças com adequada antecedência, e não somente estabelecer um processo de reação a alterações de mercado. Considerando os riscos, os benefícios, os custos e o retorno sobre investimentos, já que sem uma orientação de planejamento, a organização é simplesmente executada pela onde de eventos ao invés de influenciar a forma de tais eventos. 2.3.2 ESTRATÉGIAS PARA GESTÃO DA CAPACIDADE EM SERVIÇOS Existem duas estratégias básicas para gerenciar a capacidade em serviços. A primeira consiste em "perseguir" a demanda. Se a demanda sobe, a capacidade sobe; se a demanda diminui, a capacidade também diminui. Trata-se de uma estratégia apropriada para serviços onde a sazonalidade é acentuada ou a flutuação da demanda é muita intensa e imprevisível. Sua adoção é indicada em processos intensivos em mão-de-obra abundante e pouco especializada e onde os investimentos em recursos físicos são mínimos. A segunda estratégia consiste em fixar a capacidade em um nível capaz de atender um determinado percentual da demanda máxima esperada. É a estratégia de nível de serviço. A decisão sobre o percentual deve levar em conta o tipo de serviço, o quanto os clientes estão dispostos a pagar pela disponibilidade, o quanto significa a falta de capacidade e o custo da ociosidade dos recursos quando a demanda é inferior ao nível de capacidade fixado. Assim, por exemplo, uma empresa preparada para atender em 24 horas todos os pedidos que chegarem até as 18 horas do dia anterior necessita uma capacidade superior a outra que diz que atende em 24 horas apenas os pedidos provenientes de determinada área geográfica. Certamente a primeira empresa dispõe de mais recursos, sejam eles pessoas, veículos ou tecnologia. Seu custo estrutural deve ser maior, mas talvez isto lhe dê a possibilidade de atender clientes mais exigentes, dispostos a pagar pela disponibilidade do serviço. Como todo serviço é constituído de processos, é possível que para determinado processo seja indicada a utilização da estratégia de acompanhamento da demanda e, para outro, o mais viável seja fixar a capacidade. As duas estratégias têm vantagens e desvantagens e o gerente esclarecido procurará, em quase todos os casos, afastar- se dos dois extremos. A figura 8.1 ilustra graficamente as duas estratégias básicas para gerenciar a capacidade em serviços. Centro de Educação Profissional Diomício Freitas – CEDUP Curso: Técnico em Administração Disciplina: Logística e Distribuição Professor: Ricardo Costa Turma: 2 Fase _____ 25 Figura 8.1: Estratégias básicas para gerenciar a capacidade em serviço No caso de serviços logísticos, a estratégia de acompanhamento da demanda tem limitações evidentes. Não é economicamente viável estar continuamente investindo e desinvestindo em instalações, equipamentos, pessoal, etc. Assim, a estratégia de nível de serviço é a mais indicada e o problema consiste então em decidir que percentual da demanda máxima esperada a empresa quer atender. Se a decisão é ter capacidade para atender o pico da demanda, isto significa assumir os custos de ociosidade nos períodos de demanda normal. Esta opção pode ser justificada quando as margens obtidas por ocasião da demanda máxima compensam o custo da baixa utilização nos períodos normais. Por outro lado, uma decisão por um nível de serviço inferior a 100% também pode ser sábia. A empresa assume que estar preparada para atender a totalidade da demanda é mais caro do que ela ganharia ao atender o percentual excedente sobre o nível decidido. 2.3.3 TRABALHANDO A CAPACIDADE O gerente de um serviço tem mais poder para trabalhar a oferta do que a demanda. Afinal, a oferta fica dimensionada a partir dos recursos da empresa e, obviamente, tais recursos são variáveis controláveis pela gerência. 2.3.3.1 Mecanismos para gerenciar a capacidade Serviços móveis/distribuir a capacidade em locais especiais: A flexibilidade de locação pode aumentar a utilização das instalações, alocando dinamicamente o Centro de Educação Profissional Diomício Freitas – CEDUP Curso: Técnico em Administração Disciplina: Logística e Distribuição Professor: Ricardo Costa Turma: 2 Fase _____ 26 fornecimento dos serviços mais perto da demanda potencial. É útil quando a demanda varia geograficamente por um período de tempo. Compartilhamento de capacidade, inclusive com competidores: Quando é necessário investir em equipamentos caros cuja capacidade é superior a necessidade, pode-se pensar em compartilhar seu uso com outras empresas que passam por situação semelhante. Tecnologia para economizar tempo: Pode aumentar significativamente a eficiência das instalações e aumentar a capacidade do sistema. Os códigos de barras e suas múltiplas aplicações constituem um bom exemplo de economia de tempo em operações de armazenagem. Já nas operações de transporte, os softwares de roteirização são um ótimo auxílio na otimização dos tempos de entrega ao programar eficientemente a coleta e entrega de encomendas. Pré-processamento de pedidos: A natureza de alguns serviços permite a execução de certas tarefas antes que o serviço seja realmente executado. Essas etapas pré-processadas constituem um "buffer" para enfrentar as horas de pico. A possibilidade do pré-processamento está altamente correlacionada com o grau de padronização dos produtos e processos. Muitas empresas de serviço usam o pré- processamento da informação para reduzir o tempo de serviço. Padronizar as operações em determinados períodos, inclusive eliminando certas atividades: Se a capacidade é escassa em alguns períodos, fazer um estudo das atividades que mais consomem capacidade e verificar oportunidades de padronizá-las. Algumas inclusive podem ser temporariamente eliminadas. Aumentar o quadro de funcionários e/ou empregar mão de obra em tempo parcial: é uma alternativa útil em alguns tipos de operações de serviços. Muitas empresas contratam mão de obra temporária para enfrentar a alta demanda nos últimos meses do ano. O ciclo do pico de demanda varia de acordo com o tipo de negócio que pode corresponder a certas horas do dia, certos dias da semana, certas semanas do mês ou certos meses do ano. A utilização de mão de obra em tempo parcial pode ser uma opção quando os picos de demanda ocorrem de uma forma previsível e consistente. A contratação temporária de mão de obra é um exemplo de estratégia de capacidade acompanhando a demanda. Empregados multifuncionais: uma vez que um sistema de serviços pode envolver a realização de atividades que requerem
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