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Pré projeto Mestrado em Educação

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JULIO HENRIQUE DE OLIVEIRA TEIXEIRA
A inclusão da pessoa com deficiência na educação superior: contribuições de Projetos Pedagógicos de Cursos - PPCs para o ensino e aprendizagem nos Países Latino - Americanos
Pré – Projeto de Pesquisa apresentado ao programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal da Fronteira Sul como requisito parcial de ingresso ao curso de mestrado.
Linha de Pesquisa: Políticas Educacionais
Orientador pretendido: 
Chapecó, SC
1 – IDENTIFICAÇÃO
Nome: Julio Henrique de Oliveira Teixeira
Linha de Pesquisa: Políticas Educacionais
Título do Projeto: A Problematização da inclusão da pessoa com deficiência na educação superior: contribuições de Projetos Políticos-Pedagógicos de Cursos - PPCs para o ensino e aprendizagem nos Países Latino – americanos.
Orientador pretendido: 
2 - Problema de pesquisa
A inclusão é o pressuposto que defende a não segregação dos alunos com deficiência, além de buscar o respeito à diversidade e a diferença em igualdade de oportunidades. Neste sentido, no que se refere ao processo pedagógico, como a Universidade Federal da Fronteira Sul atua em prol do processo de inclusão, mediante a superação de barreiras para o ensino e a aprendizagem? Qual modelo de inclusão os Países Latino-americanos adotam, a partir de seus projetos político-pedagógicos?
2.1 – Justificativa
A formação pedagógica dos professores universitários deve ser pensada de modo a contribuir para que estes desenvolvam uma prática pedagógica mais reflexiva e comprometida ética e politicamente com as exigências do contexto atual.
	Castanho e Freitas (2005, p.1) relatam que: "a universidade é um lugar onde os valores e práticas de educação inclusiva precisam ser vivenciados" e para isso os professores precisam de preparo que vai além do conhecimento científico, visto que no ambiente acadêmico, assim como em qualquer outro, temos singularidades e conflitos de valores.
	A Educação Inclusiva tem sido tema de reflexão e ansiedade para educadores em todos os níveis de ensino, pois pressupõe mudanças textuais/legais, simbólicas (curriculares, avaliativas etc), de representações sobre os sujeitos a serem incluídos e das identidades de todos os envolvidos no processo.
Inclusão exige rupturas e a busca de alternativas viáveis, pois também é certo que todos têm o direito de alcançar maiores índices de escolarização e uma política precisa ser urgentemente pensada para isto. E, como base para as reformulações, tornam-se necessárias investigações sobre as informações e formação dos docentes, as estruturas e os serviços existentes para atender a diferentes demandas, os resultados alcançados pelas experiências de inclusão vivenciadas pelas instituições de ensino, entre outras.
	Carvalho et al (2008), em revisão de literatura, compilou dados que sugerem que a postura do professor universitário precisa pautar-se na prática reflexiva, indo além das políticas públicas, pois a inclusão educacional só poderá se efetivar quando houver clareza sobre a condição da pessoa com necessidades especiais, suas habilidades e fragilidades.
Como afirmam Castanho e Freitas (2005), a qualificação do profissional no ensino superior como agente de inclusão exige conhecimentos que ultrapassam o científico, pois o docente irá se defrontar com incertezas, singularidades e conflitos de valores durante sua atuação, sendo, desse modo, essencial que tal profissional seja capacitado para enfrentar a realidade do contexto universitário.
Partindo do princípio de que a capacitação docente é um dos alicerces para a inclusão, os professores precisam estar capacitados para atender a todos os estudantes, sejam eles com necessidades educacionais especiais ou não. De acordo com Pacheco & Costas (2006), muitos dos professores que irão trabalhar com algum estudante com NEE adquirem informação sobre tal somente quando se deparam com ele na sala de aula. Isso demonstra que na formação desse professor não houve qualquer tipo de contato com temas que permeiam a educação especial, ou a condição específica do estudante. O resultado disso pode ser grande ansiedade por parte do professor de lidar com esse estudante, já que ele pode se sentir despreparado para dar o necessário apoio ao estudante
Na mesma direção, Vargas (2006) esclarece que a proposta de direitos iguais a todos só poderá ser colocada em prática a partir do reconhecimento da necessidade, tratamento diferenciado aos alunos, de acordo com suas demandas, no sentido de assegurar as necessidades educativas de um, de forma igualitária:
Pensar no diferente não significa unicamente atribuir ao sujeito mais ou menos capacidades e possibilidades. Significa, sim, deixar de lado parâmetros estabelecidos e trabalhar a partir do que seja ‘diferente’; proporcionando, assim, atendimento especializado para aqueles que dele precisarem. (Vargas, 2004, p. 24 apud Vargas, 2006).
Várias são as pesquisas científicas a respeito deste tema. Sendo importante ressaltar duas pesquisas encontradas no banco de teses da Capes. A primeira trata do processo inclusivo em uma instituição particular de ensino superior do Estado de São Paulo, e que tinha por objetivo verificar como ocorria a inclusão de alunos com deficiência nos cursos de graduação da Universidade Metodista de Piracicaba. A segunda pesquisa intitulada Ingresso e Permanência de Alunos com Deficiência em Universidades Públicas Brasileiras tinha por objetivo identificar as ações e iniciativas de universidades públicas brasileiras quanto ao ingresso e permanência de pessoas com deficiência, a fim de verificar as barreiras e os facilitadores encontrados pelos estudantes no quotidiano do ensino superior.
3 - Objetivo geral
Investigar de que modo os PPCs dos Cursos de Graduação na área de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Federal da Fronteira Sul e também das universidades latino-americanas dispõem sobre a inclusão das pessoas com deficiência visual no processo de ensino e aprendizagem.
3.1 - Objetivos específicos
	Analisar os projetos pedagógicos de cursos - PPCs dos Cursos de graduação na área de Ciências Humanas e Sociais no que se refere aos recursos para o processo de ensino e aprendizagem das pessoas com deficiência;
	Compreender a metodologia utilizada pelos professores em sua prática pedagógica em prol do ensino e a aprendizagem das pessoas com deficiência visual;
	Analisar a política de acesso e de permanência de estudantes com deficiência no ensino superior
4 – Fundamentação Teórica
O tema inclusão é amplamente discutido em vários aspectos da sociedade, inclusive em âmbito universitário, partindo de diversos conceitos, com temáticas diversificadas, em que ações são constantemente discutidas e planejadas, mas realizadas efetivamente de forma lenta, principalmente em meio educacional.
	No contexto universitário a inclusão enfrenta diariamente certos desafios, pois a sociedade, de um modo geral, possui estigmas historicamente construídos, caracterizado principalmente por uma trama de relações cujo elemento balizador é o poder, onde as pessoas e comportamentos estão sob constante controle e punição. Isto ocasiona consequências nos dias atuais, como, por exemplo, a formulação dos currículos escolares, a não receptividade da escola e dos colegas aos alunos deficientes, a dinâmica diferenciada adotada pelo docente em sala, a postura profissional dos docentes, a avaliação e principalmente o descrédito do saber deste aluno com deficiência.
Os sistemas escolares também estão montados a partir de um pensamento que a realidade, que permite dividir os alunos em normais e deficientes, as modalidades de ensino em regular e especial, os professores em especialistas nesta e naquela manifestação das diferenças. A lógica dessa organização é marcada por uma visão determinista, mecanicista, formalista, reducionista, própria do pensamento cientifico moderno, que ignora o subjetivo, o afetivo, o criador, sem os quais não conseguimos romper com o velho modelo escolar para produzir a
reviravolta que a inclusão impõe. (MANTOAN, 2008, p. 16).
A educação inclusiva pode ser considerada como um princípio e uma orientação geral para fortalecer a educação, pois visa a um desenvolvimento sustentável, aprendizagem ao longo da vida para todos e acesso igual de todos os níveis da sociedade às oportunidades de aprendizagem. (UNESCO, 2008)
O termo inclusão é recente e teve sua origem na expressão inglesa full inclusion, que pode ser traduzida por “inclusão plena”, “inclusão total” ou “inclusão integral”. Para Mrech (apud BRASIL, 1998, p. 37), educação inclusiva refere-se ao processo de inclusão dos alunos com deficiências e/ou com necessidades educacionais especiais ou de distúrbios de aprendizagem na rede comum de ensino em todos os níveis, da pré-escola ao ensino superior. Respeito às diferenças, tendo a igualdade como princípio básico, também é uma forma de enriquecimento humano, segundo Cury (apud BRASIL, 2002, p. 4). 
Na inclusão, buscar-se-á a inserção dos educandos de uma forma mais radical, completa e sistemática na vida social e educativa.
A inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais (NEE) requer professores capazes de promover sua aprendizagem e participação. No entanto, a maioria dos professores atuantes nos diversos níveis de ensino se encontra despreparada para assumir esta responsabilidade.
Na universidade, outra condição que às vezes atrapalha o atendimento das necessidades educacionais especiais de alguns alunos é o fato de o professor considerar que o programa de sua disciplina deve ser seguido sem alteração. Os professores devem refletir que não existe uma só maneira de ministrar e avaliar o processo de aprendizagem, buscando formas de diversificar o seu programa de disciplina. (RODRIGUES, 2004, p.3).
Cunha (1998) faz uma análise, de certo modo mais otimista, sobre as práticas pedagógicas dos professores universitários; pois considera que uma parcela de professores universitários tem uma visão tradicional de ensino, semelhante à analisada por Rodrigues (2004); no entanto, também há professores que estão testando uma nova proposta, na qual os alunos têm papel mais ativo, de busca e construção de conhecimento, pois estamos em fase de transição de paradigmas. Cunha considera que as práticas de ensino dos professores universitários estão se modificando em virtude da mudança de nosso paradigma científico, de questionamento aos princípios positivistas e, até mesmo, pela adoção de outras posturas científicas substitutivas. Nesta nova proposta de ensino, os professores são mais abertos ao diálogo com seus alunos, eles os ouvem e discutem suas dúvidas, estimulam-nos a realizar pesquisa e procuram lidar com o conhecimento de forma interdisciplinar, assumindo que este é transitório e construído historicamente.
Muito embora o Brasil legalmente e em termos de políticas públicas tenha assumido uma política inclusiva - haja vista o texto contido na LDB/96, a qual determina que a Educação Especial deva ser oferecida, preferencialmente, no ensino regular para atender as peculiaridades dos alunos que apresentem NEE. A partir da década de 2000 houve a diferenciação que expus anteriormente. Ainda, a Portaria nº 1.793 publicada em dezembro de 1994 recomendando que nos currículos dos cursos superiores, prioritariamente nos de Pedagogia e Psicologia, seja ofertada uma disciplina com conteúdo de Educação Especial que dê ênfase à integração do portador de NEE, verificamos, na pesquisa de Chacon (2001), em pesquisa, apresenta que poucas instituições de ensino superior até 2000 haviam se mobilizado para atender a referida Portaria.
Para Leontiev (1978, p. 272), a educação é o processo que possibilita a formação do indivíduo através de sua apropriação dos resultantes da história social e sua consequente objetivação nessa história.
Nesta seara, apesar de o Ministério da Educação estabelecer que o ambiente escolar tem como função primordial a aquisição dos conhecimentos e, consequentemente, a sua ampliação, para uma interpretação crítica do mundo e da sociedade, a dificuldade para o acesso ao conhecimento tem se apresentado como um problema para os sujeitos cegos. Eles foram considerados, por muito tempo, como pessoas incapazes de aprender pelo sistema tradicional e, portanto, em situação de desvantagem, "ocupando no imaginário coletivo a posição de alvo de caridade e de assistência social, e não de cidadãos com direitos e deveres" (Frassofn;Pietrochinski; Schulmeister, 2008, p. 182).
Em âmbito educacional, no que se refere ao atendimento educacional prestado às pessoas cegas ocorreram mudanças no decorrer da história, isto é, passou do descaso e da segregação ao atendimento assistencial por meio de instituições sociais ou religiosas, para a atual política de integração em escolas regulares, que acompanharam as mudanças ocorridas na Educação Especial, com vistas à inclusão dessas pessoas no ensino regular e na sociedade.
Importante ressaltar que o Ministério da Educação, ao propor as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica (BRASIL,2001), determina que as ações educacionais devem voltar suas atenções a uma educação para todos, respeitando a diversidade, estabelecendo os direitos ao exercício da cidadania, em busca do desenvolvimento de um Estado também para todos pois:
A construção de uma sociedade inclusiva é um processo de fundamental importância para o desenvolvimento e a manutenção de um Estado democrático. Entende-se por inclusão a garantia, a todos, do acesso contínuo ao espaço comum da vida em sociedade, sociedade essa que deve ser orientada por relações de acolhimento à diversidade humana, de aceitação das diferenças individuais, de esforço coletivo na equiparação de oportunidades de desenvolvimento, com qualidade, em todas as dimensões da vida. Como parte integrante desse processo e contribuição essencial para a determinação de seus rumos, encontra-se a inclusão social. (BRASIL, 2001, p. 22)
A partir do momento em que o professor universitário tiver conhecimento das características individuais dos alunos, de suas necessidades, dos recursos existentes para o seu ensino, e buscar estabelecer um bom relacionamento com estes sujeitos de direito, considerando-os como os demais alunos, estará sendo efetivada a inclusão.
5 - Metodologia
Para o desenvolvimento desta pesquisa na Universidade Federal da Fronteira Sul será realizado pesquisa bibliográfica sobre o tema de acordo com os seguintes itinerários de pesquisa;
	Pesquisa bibliográfica sobre o tema;
	Leitura e levantamento da legislação brasileira sobre a inclusão de pessoas com deficiência na educação superior;
	Análise dos Projetos Políticos Pedagógicos (PPP) ou equivalente na UFFS;
	Utilização da análise do conteúdo (Lawrance Bardin) nos documentos, objeto do estudo, ou seja, nos PPCs. Explicarei passo a passo o que fazer para alcançar os objetivos e responder a questão de pesquisa. Os demais objetivos serão alcançados com base em todos os demais procedimentos metodológicos.
6 - Cronograma
	Atividades
	2017
	2018
	2019
	Cumprimento de créditos por meio de disciplinas e atividades complementares
	X
	X
	
	Revisão do Projeto de Pesquisa
	X
	
	
	Qualificação do Projeto
	
	X
	
	Publicação em periódicos científicos
	X
	X
	
	Abertura do processo de defesa
	
	X
	
	Finalização da dissertação e entrega para avaliação da banca
	
	X
	
	Defesa da dissertação
	
	
	X
7 – Referências bibliográficas
BRASIL. Resolução CNE/CEB nº 2, de 11 de setembro de 2001. Institui diretrizes nacionais para a educação especial na educação básica. Diário Oficial da União, Brasília, 14 set. 2001. Seção 1E, p. 39-40. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CEB0201.pdf>. Acesso em: 25 ago. 2012.
CARVALHO, E., Fontoura, I., Tosato, M. G. e Silva, V. S. (2008). Qualificação de docentes em ensino superior na temática da Inclusão. XII INIC / VIII EPG – UNIVAP, pag. 01-04.
CASTANHO, D. M &; Freitas S. N. (2005). Inclusão e prática
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CHACON, M. C. M. Formação de recursos humanos em educação especial: respostas das universidades à recomendação da Portaria Ministerial n º 1793 de 27/12/1994. 2001. Tese (Doutorado em Educação) - Faculdade de Filosofia e Ciências, Universidade Estadual Paulista, Marília, 2001
CUNHA, M. I. O Professor universitário na transição de paradigmas. Araraquara: JM Editora, 1998.
FRASSON, A. C.; PIETROCHINSKI, A. R.; SCHULMEISTER, C. Auditory deficient people: his educative and social inclusion by Norbert Elias. In: SIMPOSIO INTERNACIONAL PROCESO CIVILIZADOR, 11, 2008, Buenos Aires. Anais... Buenos Aires: Universidad de Buenos Aires, 2008. p. 182-191.
LEONTIEV, A.N. O desenvolvimento do psiquismo. Lisboa: Livros Horizonte, 1978.
MANTOAN, Maria Teresa Eglér. Inclusão escolar: o que é? Por quê? Como fazer? 2. ed. São Paulo: Moderna, 2008.
RODRIGUES, D. A Inclusão na Universidade: limites e possibilidades da construção de uma Universidade Inclusiva. Cadernos de Educação Especial. Santa Maria, nº 23, 2004. Disponível em: http:// www.ufsm.br/ce/revista/ceesp . Acesso em: 25 marc 2007.
THOMA, A. S. (2006). A inclusão no ensino superior: “ – ninguém foi preparado para trabalhar com esses alunos (...) isso exige certamente uma política especial...”. GT Educação 1485 Especial, n. 15. 29. Reunião Anual da Anped, Caxambu, MG, 15 a 18 de outubro de 2006. Disponível em: www.anped.org.br e acessado em Outubro/2012.
VARGAS, G. M. S. (2006). A inclusão no ensino superior: a experiência da disciplina Prática Pedagógica – Prática de Ensino de uma turma de alunos cegos e com baixa visão. Ponto de Vista. Florianópolis. 2006. n.8. p.131-138.

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