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O Barroco no Brasil

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BARROCO 
O Barroco foi introduzido no Brasil por intermédio dos jesuítas. Inicialmente, no final do século XVI, tratava-se de um movimento apenas destinado à catequização. A partir do século XVII, o Barroco passa a se expandir para os centros de produção açucareira, especialmente na Bahia, por meio das igrejas. Assim, a função da igreja era ensinar o caminho da religiosidade e da moral a uma população que vivia desregradamente.
Nos séculos XVII e XVIII não havia ainda condições para a formação de uma consciência literária brasileira. A vida social no país era organizada em função de pequenos núcleos econômicos, não existindo efetivamente um público leitor para as obras literárias, o que só viria a ocorrer no século XIX. Por esse motivo, fala-se apenas em autores brasileiros com características barrocas, influenciados por fontes estrangeiras (portuguesa e espanhola), mas que não chegaram a constituir um movimento propriamente dito.  Nesse contexto, merecem destaque a poesia de Gregório de Matos Guerra e a prosa do padre Antônio Vieira representada pelos seus sermões.
O principal representante do barroco mineiro foi o escultor e arquiteto Antônio Francisco de Lisboa também conhecido como Aleijadinho. Suas obras, de forte caráter religioso, eram feitas em madeira e pedra-sabão, os principais materiais usados pelos artistas barrocos do Brasil. Podemos citar algumas obras de Aleijadinho: Os Doze Profetas e Os Passos da Paixão, na Igreja de Bom Jesus de Matozinhos, em Congonhas do Campo (MG).
 
Outros artistas importantes do barroco brasileiro foram: o pintor mineiro Manuel da Costa Ataíde e o escultor carioca Mestre Valentim. No estado da Bahia, o barroco destacou-se na decoração das igrejas em Salvador como, por exemplo, de São Francisco de Assis e a da Ordem Terceira de São Francisco.
 
No campo da Literatura, podemos destacar o poeta Gregório de Matos Guerra, também conhecido como "Boca do Inferno". Ele é considerado o mais importante poeta barroco brasileiro. 
 
Outro importante representante da Literatura Barroca foi o padre Antônio Vieira que ganhou destaque com seus sermões.
Padre Antônio Vieira nasceu em 1608, em Lisboa, e representa, sem dúvida, a maior expressão da eloquência sacra de Portugal e um dos maiores escritores de seu século. Foi para a Bahia, ainda pequeno, onde recebeu ordenação sacerdotal e começou a atuar na Companhia de Jesus, que era um movimento cristão de catequização indígena, que discriminava a escravidão pelos colonos, ao mesmo tempo que também utilizava a mão-de-obra indígena.
Antônio Vieira se destacou por ser um pregador facundo, principalmente no que diz respeito aos seus sermões. A respeito destes últimos, eram impregnados de filosofia, o que o levava a se considerar um filósofo que tratava apenas de assuntos cristãos. Por algum tempo esteve politicamente envolvido com a Inquisição, período no qual foi acusado até mesmo de traição por defender, além dos índios, os novos cristãos, principalmente os judeus. Sofreu condenação, dita como branda, por parte da Inquisição: ficou preso por dois anos (1665-1667) e foi impedido de dar palavra. Vieira usou seu dom da retórica para falar com o papa a respeito desta condenação, o qual o absolve de toda censura ainda existente. Logo após, Antônio Vieira foi a Roma, onde assumiu novamente seu papel oratório. Em 1681, decidiu regressar ao Brasil, onde faleceu, em 1697, no Colégio da Bahia.
 Podemos dividir a obra de Padre Antônio Vieira em:
• Profecias: constituintes de três obras: História do futuro, Esperanças de Portugal e Clavis prophetarum.
• Cartas: são cerca de 500 cartas, que tratam de assuntos sobre a relação de Portugal e Holanda, a Inquisição e os cristãos-novos. São tidos como documentos históricos importantes, já que tratam das diversas situações sócio-políticas da época.

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