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Historia da arte Daniel Telles

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O que foi o renascentismo?
Renascentismo, Renascença ou Renascimento é o nome dado ao período compreendido entre os séculos XIV e XVI, marcado pela transição entre a Idade Média e a Idade Moderna, decorrido inicialmente no território onde hoje está localizada a Itália e depois alastrado por toda Europa.
Tal transição é marcada principalmente pelo desenvolvimento das artes, da ciência, da economia e da política. Alguns preceitos e valores mudam radicalmente também neste período, por exemplo, o renascimento é antropocêntrico, enquanto anteriormente, na idade média o pensamento era teocêntrico. A razão, de acordo com os preceitos da época, era uma manifestação do espírito humano que colocava o indivíduo mais próximo de Deus. Outro ponto importante do movimento renascentista e expressado em suas obras é o humanismo. Esta característica pode ser observada na reprodução de cenas do cotidiano e na fiel reprodução dos traços e formas humanas nas obras do movimento. 
A força da Renascença pode ser explicada ainda pelo financiamento exercido pela classe burguesa, a qual, entusiasmada com as valorizações das ações humanas expressadas pelos artistas e ainda com o hedonismo, outra característica marcante da época, bancou e apoiou projetos de artistas e cientistas que despontaram entre os séculos XIV e XVI. 
Algumas referências do Renascimento podem ser citadas devidamente encaixadas no período histórico em que viveram. Para isso abordamos os três períodos do renascimento. Primeiramente o Trecento, transição entre idade média e renascimento, passada em Florença durante o Século XIV. Neste período destacam-se, no ramo da literatura, Dante Alighieri com sua obra prima “Divina Comédia” e Petrarca com “De África”, também são de suma importância as pinturas de Giotto di Bondoni, tais quais “A lamentação”e “Juízo Final”. 
O Quatrocento, já conta com representantes dentro e fora da Itália e se ocorre no Século XV. Destaca-se, neste período, a genialidade de Leonardo da Vinci e, no ramo literário, Erasmo de Roterdã.
No Cinquecento, período final do renascentismo, os valores já estão difundidos por toda Europa. Em Portugal destaca-se a literatura de Gil Vicente, na Alemanha os quadros de Hans Holbein, na França François Rabelais representa o período com sua obra literária. Já no campo da ciência, a teoria heliocêntrica defendida por Copérnico, Galilei e Bruno abalou o poderio da Igreja que, até então, monopolizava o saber. 
 O Renascimento foi um movimento extremamente necessário, ao passo que serviu para abrir o mundo para os homens. A intervenção humana em diversos campos impulsionou e até hoje serve como alavanca para mais e mais descobertas em diversos setores. Cabe dizer que a Renascença abriu o mundo às descobertas humanas que ocorrem com o passar do tempo. 
ANÁLISE DA OBRA:
Andrea Mantegna (Vicenza, 1431-1506)
São Jerônimo penitente no deserto,
1448 - 1451
AUTOR: Andrea Mantegna
DADOS BIOGRÁFICOS: Pádua, Itália, 1431 - Mântua, Itália, 1506
TÍTULO: São Jerônimo penitente no deserto
DATA DA OBRA: 1448 - 1451
TÉCNICA: Têmpera sobre madeira
DIMENSÕES: 51x40x4 cm
AQUISIÇÃO: Doação, Câmara Municipal de São Paulo, 1952
DESIGNAÇÃO: Pintura
NÚMERO DE INVENTÁRIO: MASP.00015
CRÉDITOS DA FOTOGRAFIA: João Musa
Incorporado à coleção do Museu de Arte de São Paulo em maio de 1952 e restaurado em 2008 por Christine Mouterde nos ateliês do C2RMF, em Paris, o painel renascentista retrata São Jerônimo cumprindo a missão a ele designada de traduzir a bíblia para o latim vulgar (vulgata).
O que se sabe é que o filósofo e gramático sonhou com sua missão e se dirigiu ao deserto onde traduziu a Bíblia solitariamente. É justamente este capítulo que é explorado por Mantegna na obra. Segundo a história, São Jerônimo carregou consigo até o deserto apenas um terço e alguns livros, retratos respectivamente da fé e da razão, elementos aliás que retratam o contexto em que a obra foi realizada. O terço pode ser visualizado no painel sendo seguro junto a mão direita do Santo e os livros são vistos sobre a pedra e apoiado à coxa direita do Santo. Ainda neste paralelo do ato atribuído ao personagem com o painel, vemos São Jerônimo (devidamente aureolado) abrigado sob uma caverna, onde efetuou seu trabalho. Abaixo dele há a figura de um leão com expressão mansa, dócil, aparentemente domesticado. A mesma figura do leão pode ser observada em outras obras que retratam a figura de Jerônimo, tal qual “Jerônimo e o Leão” de Hans Memling. O entendimento é de que Jerônimo é capaz de domesticar animais selvagens submetendo o instinto animal a freio da razão e da fé.
Outros elementos podem ser explorados na pintura. O chapéu vermelho depositado à esquerda do personagem principal, pode ser entendido como um elemento do traje de cardeal, no qual aliás Jerônimo é retratado em “Jerônimo escrevendo em seu estúdio” de Peter Paul Rubens. Ao somar o chapéu deixado de lado com as sandálias não vestidas por Jerônimo, cabe o entendimento da abdicação do cargo de cardeal e, claro, do reconhecimento que o cargo trazia, em favor de sua caminhada pelo deserto com o único intuito de cumprir a missão que lhe foi designada. 
Uma alegoria presente na obra é a da coruja empoleirada no topo da caverna. O animal reflete a sabedoria, inteligência. Na mitologia grega é considerado o animal de Atena. Ainda vê-se, dentro da caverna, uma vela acesa ao lado de uma cruz católica, o que reflete a religião. Este repartimento de elementos antropocêntricos e teocêntricos revelam exatamente este momento de transição de valores medievais para valores renascentistas, justamente o que ocorria na época. 
A fiel reprodução do personagem e a ideia de relatar episódios contados e vividos por figuras católicas demonstram o caráter renascentista da obra de Mantegna. 
Fontes:
http://joaomatosjr.blogspot.com/2010/10/trabalho-de-estudo-das-artes-obra-sao.html
https://brasilescola.uol.com.br/historiag/renascimento.htm
http://warburg.chaa-unicamp.com.br/artistas/view/663
https://masp.org.br/acervo/obra/sao-jeronimo-penitente-no-deserto
http://www.unicamp.br/chaa/rhaa/downloads/Revista%2015%20-%20artigo%208.pdf
https://pt.wikipedia.org/wiki/Andrea_Mantegna

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