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D) ECONOMIA POLÍTICA POLITICA FISCAL E POLITICA MONETÁRIA 16.11.2018

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POLITICA FISCAL E POLITICA MONETÁRIA
ECONOMIA POLÍTICA – AV 2 – 2018 para estudar
Na definição da política monetária nacional, a competência da União para emitir moeda será exercida exclusivamente pelo Banco Central.
No entanto, cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, dispor sobre todas as matérias de competência da União, especialmente sobre a moeda, seus limites de emissão, e montante da dívida mobiliária federal. Isso mostra a preocupação do legislador com excessos cometidos na política monetária que venham a comprometer a estabilidade de preços na economia.
Em relação à taxa de juros, a taxa SELIC passou a ter a finalidade de analisar as variações das operações do sistema, e, ao mesmo tempo, impor aos títulos um rendimento pelo investimento feito pelos tomadores das letras da dívida pública. 
Com isso, a taxa de juros aplicada aos títulos federais passou a ser um determinante para a economia, além de pautar as demais taxas de juros praticadas no mercado financeiro.
Na questão monetária, é fundamental estudar a inflação que apresenta impactos significativos sobre a vida da população. A política monetária deve ser utilizada para conter uma elevação dos preços praticados e manter a estabilidade na economia.
A ordem monetária na Constituição Federal brasileira
A Constituição Federal brasileira aborda a questão da moeda nos artigos a seguir:
Art. 48 XIII e XIV
“Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, [...], dispor sobre todas as matérias de competência da União, especialmente sobre: [...]
XIII - matéria financeira, cambial e monetária, instituições financeiras e suas operações;
XIV - moeda, seus limites de emissão, e montante da dívida mobiliária federal”.
Art. 164
“A competência da União para emitir moeda será exercida exclusivamente pelo Banco Central.
§ 1º. É vedado ao banco central conceder, direta ou indiretamente, empréstimos ao tesouro nacional e a qualquer órgão ou entidade que não seja instituição financeira.
§ 2º. O banco central poderá comprar e vender títulos de emissão do Tesouro Nacional, com o objetivo de regular a oferta de moeda ou a taxa de juros.
§ 3º. As disponibilidades de caixa da União serão depositadas no banco central; as dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e dos órgãos ou entidades do Poder Público e das empresas por ele controladas, em instituições financeiras oficiais, ressalvados os casos previstos em lei”.
Sistema Financeiro Nacional (SFN) – Autoridades Monetárias
Para regular a questão da moeda, tem-se as autoridades monetárias, que são: Conselho Monetário Nacional e Banco Central do Brasil. 
A seguir, conheça cada uma com mais detalhe.
Conselho Monetário Nacional (CMN)
É um órgão colegiado ao Ministério da Fazenda e é o órgão deliberativo máximo do Sistema Financeiro Nacional.
Ao CMN compete:
 Estabelecer as diretrizes gerais das políticas monetária, cambial e creditícia;
 Regular as condições de constituição, funcionamento e fiscalização das instituições financeiras;
 Disciplinar os instrumentos de política monetária.
A Lei nº. 4595/64 em seu art. 3º estabelece os objetivos da política do CMN. Observe:
A atual composição do Conselho Monetário Nacional CMN é constituída por:
O CMN é o órgão máximo de todo o sistema financeiro nacional. Entre as suas atribuições destacamos:
Banco Central do Brasil (Bacen)
É uma autarquia federal integrante do Sistema Financeiro Nacional e foi criado em 31 de dezembro de 1964, com a promulgação da Lei nº 4.595/64.
Atua como órgão executor da política monetária, além de exercer a regulamentação e fiscalização de todas as atividades de intermediação financeira no país.
Antes da criação do Banco Central, o papel de autoridade monetária era desempenhado pela Superintendência da Moeda e do Crédito (SUMOC), pelo Banco do Brasil (BB) e pelo Tesouro Nacional.
Destacamos alguns acontecimentos importantes relacionados ao Bacen:
1964- Após a criação do Banco Central, buscou-se dotar a instituição de mecanismos voltados para o desempenho do papel de "bancos dos bancos".
1985-Neste ano foi promovido reordenamento financeiro governamental com a separação das contas e das funções do Banco Central, Banco do Brasil e Tesouro Nacional
1986-Nesse ano foi extinta a conta movimento e o fornecimento de recursos do Banco Central ao Banco do Brasil passou a ser claramente identificado nos orçamentos das duas instituições, eliminando-se os suprimentos automáticos que prejudicavam a atuação do Banco Central.
1988- A Constituição Federal de 1988 estabeleceu dispositivos importantes para a atuação do Banco Central, entre os quais destacam-se o exercício exclusivo da competência da União para emitir moeda e a exigência de aprovação prévia pelo Senado Federal, em votação secreta, após arguição pública, dos nomes indicados pelo Presidente da República para os cargos de presidente e diretores da instituição. Além disso, vedou ao Banco Central a concessão direta ou indireta de empréstimos ao Tesouro Nacional
Dentre as atribuições do Bacen, destacam-se:
Instrumentos de Política Monetária
Os instrumentos de Política Monetária referem-se à atuação do governo sobre a quantidade de moeda e títulos públicos. São eles:
Emissões
Depósitos compulsórios
Operações com mercado aberto (open market)
Operações de redesconto
O Banco Central controla o montante de moeda na economia, decidindo sobre as necessidades de novas emissões e respectivos volumes.
O Banco Central poderá também afetar o fluxo de moeda pela regulamentação da moeda e do crédito, por exemplo, restringindo o crédito, fixando taxa de juros, prazos para o crédito ao consumidor etc.
Regulamentação dos Bancos comerciais
A Lei nº. 4.595/64 trata da regulamentação dos bancos comerciais. Destacamos alguns artigos que evidenciam esse processo, a seguir.
 Banco do Brasil tem função precípua de agente financeiro do Tesouro Nacional, podendo nesta atribuição, entre outros:
Receber a crédito do Tesouro Nacional, as importâncias provenientes de arrecadação de tributos e o produto das operações de crédito da União por antecipação da receita orçamentária;
Adquirir e financiar estoques de produção exportável;
Realizar pagamentos e suprimentos necessários à execução do orçamento geral da União;
Ser agente pagador e recebedor fora do país; executar os serviços bancários de interesse do Governo federal;
Conceder aval, fiança e outras garantias, consoante expressa autorização legal;
Executar os serviços de compensação de cheques e de outros papéis.
Natureza jurídica e finalidade da Taxa Selic
A taxa SELIC surgiu em 15 de junho de 1986, por meio da Resolução n.º 1.124, passando a traduzir um referencial aos rendimentos do Sistema Especial de Liquidação e Custódia.
Tem como finalidade analisar as variações das operações do sistema, e, ao mesmo tempo, impor aos títulos um rendimento pelo investimento feito pelos tomadores das letras da dívida pública.
A definição que melhor se enquadra à taxa em debate é a constante da Circular Bacen n.º 2.868/99, repetida na Circular Bacen n.º 2.900/99:
Títulos de Crédito
Pode-se dividir os títulos de crédito em duas grandes classes:
1 - Títulos públicos, que são emitidos pelo Poder Público, em que se destacam os Títulos da Dívida pública.
2 - Títulos particulares ou comerciais.
São títulos particulares ou comerciais, entre outros:
O novo Código Civil, Lei nº. 10.406/2002, trata nos arts. 887 a 926 sobre os títulos de crédito, classificando estes títulos como ao portador, à ordem (endosso) ou nominativo. Observe:
Os impactos da Inflação
Na questão monetária, é fundamental que estudemos a inflação que apresenta impactos significativos sobre a vida da população. A política monetária deve ser utilizada para conter uma elevação dos preços praticados na economia.
Podemos definir a inflação como:
Uma alta persistente e generalizada dos preços da economia. 
A alta de preçosdeve ser persistente, não podendo ser confundida com altas esporádicas de preços ocasionadas por flutuações sazonais.
As fontes de inflação costumam diferir, em função das condições de cada país, como por exemplo:
Tipo de estrutura de mercado (oligopolista ou monopolista):
Permite aumentos autônomos das margens de lucros das empresas, além de facilitar o repasse do aumento de custo ao preço do produto.
Desequilíbrio do Setor Público
Desequilíbrios do Setor Público levam ao déficit constante nas contas públicas. 
Se o Governo optar pela emissão de moeda esse desequilíbrio gerará inflação.
Estrutura das organizações sindicais
Os setores que possuem uma estrutura sindical mais forte poderão obter reajustes de salários acima dos índices de produtividade e da inflação, gerando maior pressão sobre os preços.
Grau de abertura da economia ao comércio exterior
Uma economia aberta ao comércio internacional, poderá permitir uma competição do produto fabricado internamente com o produto importado, resultando em menores os preços dos produtos.
Tipo de estrutura de mercado (oligopolista ou monopolista):
Permite aumentos autônomos das margens de lucros das empresas, além de facilitar o repasse do aumento de custo ao preço do produto.
Desequilíbrio do Setor Público
Desequilíbrios do Setor Público levam ao déficit constante nas contas públicas. Se o Governo optar pela emissão de moeda esse desequilíbrio gerará inflação
Tipos de Inflação
A inflação pode ser classificada em inflação de demanda e inflação de custos. Vamos conhecê-las a seguir.
Inflação de Demanda
Refere-se ao excesso de demanda agregada de mercadorias e serviços, tanto de consumo como de produção, em relação à oferta dessas mercadorias e serviços. A economia, quando está produzindo perto do pleno emprego de recursos, está mais sujeita ao processo inflacionário.
O aumento da demanda agregada pode ser ocasionada por:
Aumento dos investimentos.
Aumento dos gastos do governo.
Aumento das exportações.
Redução dos tributos.
Redução das importações.
Aumento da oferta da moeda.
As medidas de combate ao processo inflacionário devem se basear em instrumentos que provoquem:
Redução da demanda por mercadorias e serviços.
Redução dos gastos governamentais.
Aumento da carga tributária.
Controle sobre salários.
Restrição ao crédito.
Elevação da taxa de juros.
Inflação de Custos
A inflação de custos está associada a uma elevação dos custos de produção. O nível da demanda permanece constante, mas os custos de certos fatores de produção aumentam. Com isso, as empresas repassam o aumento de custo para o preço final do produto.
As causas mais comuns dos aumentos dos custos de produção são:
•Aumentos salariais;
• Aumentos do custo de matérias-primas;
• Estrutura monopolista ou oligopolista de mercado.
Teorias de inflação
Na teoria tradicional, a causa clássica da inflação decorre da Teoria Quantitativa da Moeda, proveniente da escola monetarista, na qual o aumento do meio circulante provoca o aumento geral dos preços. 
Ou seja, o valor ou o poder aquisitivo da moeda seria inversamente proporcional ao montante da moeda em circulação.
A inflação, portanto, seria provocada pelo aumento da oferta de moeda no mercado. Caso a emissão de moeda for intensa, é natural que os preços subam visto que, quanto maior for a quantidade de moeda em poder do público, maior a demanda e essa elevação da demanda acaba resultando no processo inflacionário.
A crítica feita à teoria monetarista situa-se na sua pretensão de querer elaborar uma teoria geral de inflação que seja aplicada a quaisquer realidades sem distinção. Essas escolas são consideradas ortodoxas, pois se contrapõem às teorias que procuram a origem dos processos inflacionários em outras variáveis observadas nas chamadas economias em processo de desenvolvimento.
Para teóricos como Osvaldo Sunkel, Aníbal Pinto e Ignácio Rangel, as pressões inflacionárias seriam originadas pela rigidez do mercado, que não seria capaz de atender à demanda da sociedade, de problemas exógenos ao sistema ou pela realimentação do próprio processo inflacionário, tornando a inflação sempre crescente e acumulativa. A saída se encontraria na redistribuição de renda que permitiria dar um novo dimensionamento à economia e poria fim aos conflitos de interesses existentes na sociedade.
Veja algumas consequências do processo inflacionário:
Atividade
Vamos exercitar os seus conhecimentos!
Leia a matéria jornalística “FMI apoia políticas monetárias não convencionais” e, em seguida, comente sobre os tópicos a seguir:
 A importância do Banco Central no Brasil e na Europa na questão monetária;
Os Bancos Centrais atuam como órgão executor da política monetária e como agente fundamental para manter a estabilidade da moeda.
 A importância da taxa de juros como instrumento de política monetária e para estimular o crescimento econômico.
A redução da taxa de juros vai estimular a retomada de crescimento nas principais economias e em particular no Brasil.
POLITICA FISCAL E POLITICA MONETÁRIA
No modelo produtivo brasileiro, o Estado participa direta e indiretamente através da transferência de renda, impostos, incentivos, subsídios, fornecimento de bens públicos, entre outras formas. Um aspecto relevante é analisar, por meio dos princípios gerais de tributação, a realidade tributária brasileira. Através da classificação dos tributos podemos distinguir o sistema tributário brasileiro e seu impacto sobre a ordem econômica.
A Dívida pública interna consiste na dívida realizada pelo governo com pessoas da sociedade para financiar os seus gastos que não são cobertos pela arrecadação de tributos ou quando o governo tem como objetivo exercer sua função estabilizadora na economia. Na realidade mundial atual, é importante analisar a estrutura da dívida interna para entender a eficácia ou não do financiamento das políticas governamentais.
A Constituição Federal de 1988 e a legislação complementar tratam da questão da tributação e do orçamento. Assim como é importante conhecer os princípios gerais de tributação, o mesmo acontece com os princípios gerais orçamentários para podermos criticar o modelo orçamentário adotado no país.
A atividade financeira do Estado
No sistema capitalista de produção, em que se inclui o modelo brasileiro, o governo se engaja na economia, modificando o perfil da sociedade, através da transferência de renda, impostos, incentivos, subsídios, fornecimento de bens públicos, entre outros.
Chamamos de política fiscal a administração, pelo governo, de seus gastos e receitas.
O desenvolvimento da atividade do governo na área fiscal envolve as seguintes funções:
Função distributiva
Quando o governo afeta a distribuição de renda através do sistema tributário ou por meio de programas governamentais. Ajustes distributivos tornam-se necessários ao se observar injustiça na distribuição da renda e da riqueza, e o governo implementa medidas fiscais (impostos e transferências) visando reduzir a desigualdade de renda.
No Brasil, o sistema de tributação progressiva do imposto de renda pessoal e de programas sociais se enquadram neste modelo.
Como categoria de função distributiva, observa-se, em primeiro lugar, os programas de assistência pública, em que o governo atua no sentido de prover condições mínimas de subsistência às famílias necessitadas. Em determinadas situações, torna-se imprescindível esta ajuda, em face das consequências negativas que a pobreza poderá causar à economia e ao meio ambiente. Em segundo lugar, observam-se os programas de seguro social, em que o governo assiste aos indivíduos que necessitam deste auxílio em função de alguma fragilidade frente à sociedade. A aposentadoria por idade, do trabalhador agrícola, e o seguro desemprego são exemplos de programas de seguro social.
Função alocativa
Quando o governo fornece bens e serviços públicos que não são oferecidos pelo setor privado ou são oferecidos em quantidade insuficiente. O bem ou serviçopúblico puro tem como característica a impossibilidade de excluir seu acesso por qualquer indivíduo e a ausência de custos pelo acesso de outro indivíduo aos seus benefícios. Portanto, o princípio da exclusão não se aplicaria ao bem ou serviço público puro, pois a participação de outro indivíduo não implicaria em redução do uso pelos demais. 
Como exemplos, incluem-se as praças públicas e o sistema de iluminação pública das rodovias.
A Constituição Federal brasileira de 1988 atribuiu responsabilidade adicional ao governo para fornecer educação e saúde à população, seja porque o setor privado não é capaz de atender toda a população, seja porque, pelo princípio da exclusão, parcela significativa da população poderia ser excluída de seu acesso pela incapacidade de arcar com os custos dos serviços.
A impossibilidade de uma parte da população em financiar o ensino de seus filhos em uma instituição particular, exige a atuação do governo no fornecimento de ensino público. O mesmo processo ocorre no que tange à saúde, em que o setor privado é incapaz de fornecer este serviço a toda população, e parcela da sociedade não dispõe de recursos para usufruir da rede privada de atendimento
Função estabilizadora
Quando o governo interfere na economia procurando alcançar um elevado nível de emprego, estabilidade de preços e um alto nível de crescimento econômico. O sistema de mercado impede que seja alcançado automaticamente o pleno emprego e a estabilidade de preços, tornando-se necessária a atuação do governo no desenvolvimento da função estabilizadora da política fiscal.
A irredutibilidade salarial existente em nossa legislação não permite um rápido ajuste quando se verifica um desequilíbrio no mercado de trabalho. Por outro lado, um desequilíbrio entre os níveis de demanda e oferta na economia, poderá gerar um processo inflacionário, com danos ao sistema de mercado. Em ambos os casos, é necessária a intervenção do governo para restaurar o equilíbrio no mercado.
Para obter um elevado nível de crescimento econômico, o governo poderá atuar no fornecimento de infraestrutura básica (estradas, portos etc.) ou na concessão de incentivos à produção e no financiamento de recursos de longo prazo ao setor privado.
Conceito de dívida pública interna
A dívida pública interna consiste na dívida realizada pelo governo com pessoas da sociedade para financiar seus gastos que não são cobertos pela arrecadação de tributos ou quando o governo tem como objetivo exercer sua função estabilizadora na economia.
Os bancos que desenvolvem atividades no mercado financeiro, mantêm, em suas carteiras, uma parte significativa dessa dívida, ao deterem títulos da Dívida Pública que lastreiam, basicamente, o endividamento do governo federal. Particulares ou empresas podem adquirir estes títulos da Dívida Pública, mas costumam comprar títulos nos bancos (títulos de renda fixa etc.) que dão suporte a estes títulos da dívida interna.
O Orçamento da União, dos estados e dos municípios é formado por:
O Superávit primário surge quando o montante de arrecadação de tributos excede o montante de gastos do governo.
O inverso corresponde ao déficit primário. Em relação ao déficit, podemos classificá-lo em:
Uma política fiscal em que haja déficit tem dois aspectos. 
Por um lado, pode levar a um estímulo da atividade econômica, pois o governo gasta mais e reduz tributos (política fiscal expansionista). Por outro, como essas duas medidas tendem a elevar a renda de que a população dispõe para consumir, o aumento de gastos do governo pode gerar muita acelaração na economia e acabar resultando em inflação.
A política fiscal para conter a inflação deve ser contracionista (redução dos gastos do governo e elevação dos tributos).
Classificação dos tributos
Podemos atribuir aos tributos duas classificações. Observe:
Primeira classificação--------------------Os tributos podem ser:
Segunda classificação--------------------Os tributos podem ser:
Princípios Gerais de Tributação
A tributação deve estar embasada nos seguintes princípios:
Princípio da Equidade
O tributo deve ser justo, ou seja, os indivíduos devem contribuir com uma parcela justa para arcar com o custo do governo.
A dificuldade em definir justiça na questão tributária resultou na coexistência de duas correntes de pensamento que resumem este conceito em:
Princípio do Benefício
Princípio da Capacidade de Pagamento
Cada indivíduo deve contribuir na proporção dos serviços públicos recebidos do governo. No caso do sistema tributário brasileiro, as taxas poderiam ser aplicadas a este princípio. Como exemplo, o indivíduo contribuiria com a taxa de lixo no montante despendido pelo governo para realizar a coleta de seu lixo.
A má distribuição de renda em determinadas regiões pode comprometer a equidade quando são aplicados valores semelhantes a indivíduos com rendas variadas.
Princípio da Neutralidade
O tributo, para ser ideal, não deve afetar os preços relativos praticados no mercado. A decisão de um investidor em alocar seu investimento em determinada região não deve ser baseada em vantagens tributárias e sim por fatores competitivos que venham atrair o capital.
Os incentivos fiscais concedidos nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, visando promover o desenvolvimento industrial da região e reduzir a desigualdade de renda, pode resultar no esvaziamento econômico em outras áreas, gerando os problemas sociais e econômicos advindos desse processo.
No entanto, a aplicação de alíquotas de imposto diferenciadas sobre o consumo de determinados bens (bebidas alcoólicas, cigarros etc.) poderá reduzir gastos governamentais em saúde ou melhorar a produtividade do trabalho, na medida em que aumenta os preços e reduz o consumo de bens que podem vir a causar danos à saúde.
A legislação tributária e orçamentária e o Direito Constitucional
A Constituição Federal de 1988 e a legislação complementar tratam sobre a questão da tributação e do orçamento. Observe:
Dos princípios gerais de tributação
O parágrafo 1º. do art. 145 da Constituição Federal de 1988 enfatiza a importância da progressividade dos tributos como princípio da equidade, privilegiando a capacidade de pagamento. Observe:
Além disso, a neutralidade e equidade na questão tributária estão presentes na Constituição Federal de 1988 em dois momentos:
No inciso II do art. 150, que veda à União, aos Estados, ao No inciso I do art. 151 que veda à União instituir tributo 
Distrito Federal e aos Municípios instituir tratamento desigual que não seja uniforme em todo território nacional ou que
entre contribuintes que se encontre em situação equivalente. implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito 
 Federal ou a Município, em detrimento de outro
 
Da natureza dos tributos
A definição de tributo está contida no art. 3º. do Código Tributário Nacional - Lei nº. 5.172/66 como:
Portanto, o tributo é uma prestação de caráter obrigatório, realizada em moeda, deve estar instituído em lei, não se constituindo em sanção de ato ilícito, devendo ser cobrada em atividade vinculada pelo Estado ou por entidades não estatais que tenham como objetivo o interesse público.
Os tributos admitidos em lei na Constituição Federal Brasileira são cinco. Observe:
Impostos
Taxas
Contribuições de melhoria
Contribuições sociais
Empréstimos compulsórios
Impostos
São tributos não vinculados à atuação do Estado. O art. 16 do Código Tributário Nacional define “imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte”.
Podemos citar como exemplo, o Imposto estadual sobre a Propriedade de VeículosAutomotores (IPVA) que não está vinculado a uma contraprestação ao contribuinte, podendo o Estado utilizar os recursos provenientes deste tributo com o objetivo de realizar pagamentos de salários dos funcionários públicos ou como instrumento de política monetária (redução do meio circulante).
Princípios orçamentários
Podemos destacar alguns trechos de legislações que tratam da questão orçamentária. Veja:
Constituição Federal de 1988
 No capítulo referente às finanças públicas, arts. 165 a 169, estão previstas  as condições orçamentárias.
 Os incisos I, II e III do art. 165 preveem que “as Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: 
 o plano plurianual;
 as diretrizes orçamentárias;
 os orçamentos anuais”.
 O parágrafo 4º. do mesmo art. prevê “os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos nesta Constituição serão elaborados em consonância com o plano plurianual e apreciados pelo Congresso Nacional”.
Lei no. 4.320 de 17/03/64 (Lei do Orçamento)
 Estabeleceu normas gerais de direito financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. A Lei do Orçamento contém a discriminação da receita e da despesa, evidenciando a política econômica financeira do governo.
Os princípios orçamentários previstos na Constituição Federal brasileira, na Lei do Orçamento e nas Leis de Diretrizes Orçamentárias (LDOs) são os seguintes:
Universalidade
Anualidade
Legalidade
Exclusividade
Especificação
Publicidade
Equilíbrio
Orçamento Bruto
Não vinculação das receitas
Unidade
Cada esfera de governo deve possuir apenas um orçamento baseado em uma única política orçamentária.
O art. 2º. da Lei no. 4.320/64 diz que “A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e da despesa, de forma a evidenciar a política econômico-financeira e o programa de trabalho do governo, obedecidos os princípios de unidade, universalidade e anualidade”. 
O Sistema Tributário Brasileiro
A descentralização tributária que vinha tomando forma desde os finais dos anos 1970, foi consolidada na Constituição Federal brasileira de 1988. A redução dos recursos da União no bolo tributário, mediante um aumento das transferências de tributos, e as restrições ao poder da União em conceder isenções nos impostos estaduais e municipais, promoveram, maior participação e autonomia tributária dos demais entes da federação na esfera tributária.
Entretanto, o Governo Federal incorporou outras funções na sociedade, de natureza social e trabalhista, ao mesmo tempo em que vinha perdendo participação na arrecadação tributária. Com isso, o Governo Federal provocou um aumento dos tributos não transferíveis, como as contribuições sociais, ao mesmo tempo em que os estados e municípios aumentaram o imposto sobre determinados bens e serviços como forma de fazer frente ao aumento de seus gastos.
- Política Fiscal: política de tributação (receitas) e gastos (despesas) do governo a fim de obter equilíbrio, desenvolvimento e justiça social (melhor distribuição de renda). Influi-se: 
1) Na receita pública: 
1.1) arrecadação de tributos (política tributária); 
1.2) tomada de empréstimos públicos (política de empréstimos públicos ou da dívida pública); 
1.3) venda de bens públicos (política de receita patrimonial) 
1.4) emissão de moeda (política de emissões orçamentárias) 
2) Na despesa pública: 
2.1) despesas correntes; 
2.2) despesas de investimentos; 
2.3) despesas de transferências 
- Política Monetária: medidas adotadas pelo país a fim de que os agentes econômicos disponham da quantidade de moeda adequada às suas atividades de modo que haja equilíbrio e expansão com estavilidade da moeda. Para isso utiliza-se como instrumentos: 
1) depósitos compulsórios ao BACEN 
2) reservas nos caixas dos bancos comerciais 
3) refinanciamento compensatório 
4) taxa de desconto 
5) taxa de redesconto 
6) Open Market 
7) Fixação da taxa de juros 
8) Racionamento do crédito 
9) Seletividade do crédito 
10) vendas a prestação 
11) ações por sugestão 
- Política Cambial: instrumento da política de relações comerciais e financeiras entre um país e outros países, influindo na taxa de câmbio ou nos incentivos e não-incentivos ao bens e serviços inseridos no comércio exterior (importações e expotações). 
Atividade
Vamos exercitar os seus conhecimentos!
Leia a matéria jornalística “Nova CPMF reforça sistema tributário que penaliza os mais pobres” e, em seguida, comente sobre os tópicos a seguir:
 O sistema tributário brasileiro e como ele afeta os princípios gerais de tributação;
Resposta: A injustiça de nosso sistema tributário faz com que a população mais pobre pague mais tributos proporcionalmente a sua renda em relação aos mais ricos.
 A necessidade de uma reforma tributária no país.
Resposta: Há, portanto, a necessidade de se tributar os mais ricos, fato que somente seria possível com uma reforma tributária.

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