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enfermagem e diagnósticos por imagem

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Enfermagem / Nursing
J Health Sci Inst. 2010;28(4):325-8 325
Atuação de enfermeiros em um Centro de Diagnóstico por Imagem
Practice nurses in Center of Image Diagnosis
Orcélia Pereira Sales1, Caritha Coelho do Couto Oliveira2, Maria de Fátima A.P. Spirandelli2, Mirian Teixeira Cândido2
1Instituto Brasileiro de Extensão Educacional, Goiânia-GO, Brasil; 2Enfermeira, Goiânia-GO, Brasil.
Resumo
Objetivo – Buscou-se conhecer a atuação das enfermeiras que trabalham no Centro de Diagnóstico por Imagem. Método – Estudo descritivo
de abordagem qualitativa aprovada pelo protocolo n. 463/2009. Resultados – No Brasil as radiações ionizantes e materiais radioativos são
regulamentados pela Comissão Nacional de Energia Nuclear. A competência do enfermeiro em radioterapia, medicina nuclear e serviços
por imagem foi estabelecido na Resolução nº 211/98 que destaca as funções: planejar, organizar, supervisionar, executar e avaliar todas as
atividades de enfermagem em clientes submetidas à radiação ionizante. Conclusão – Ressalta-se a escassez de trabalhos publicados sobre
o tema na enfermagem, por issso novos estudos devem ser realizados para contribuir como fonte de conhecimento e informação aos enfer-
meiros e profissionais da área de saúde.
Descritores: Diagnóstico por imagem; Serviço hospitalar de radiologia; Radiação ionizante; Enfermagem
Abstract
Objective – Our goal was to get familiar with the performance of the nurses that work in the Center of Image Diagnosis. Method – Descriptive
study of qualitative approach approved by protocol number 463/2009. Results – In Brazil, ionizing radiation and radioactive material are
regulated by the “Comissão Nacional de Energia Nuclear” (National Commission of Nuclear Energy). The competence of a nurse in radio-
therapy, nuclear medicine and imaging services was established by resolution number 211/98, which emphasizes the following functions:
plan, organize, supervise, execute and evaluate all the nursing activities involving clients exposed to ionizing radiation. Conclusion – We
want to point out the lack of published articles about this topic in nursing. Thus, new studies must be carried out to contribute to nurses and
professionals of the health area, as a source of information and knowledge.
Descriptors: Diagnostic imaging; Radiology department, hospital; Radiation, ionizing; Nursing 
Introdução
A evolução tecnológica na área da saúde iniciou-se com a revo-
lução industrial com o surgimento de máquinas e equipamentos
que substituíram ou diminuíram o trabalho bruto do homem1.
A área da saúde brasileira sofreu pressões por parte do governo,
indústria, clientes e da rápida evolução médica a partir dos anos
80, isso produziu transformações na qualidade dos serviços e mu-
danças no setor da saúde principalmente na área dos diagnósticos
por imagem2. 
O Brasil ainda não possui uma boa colocação no ranking dos
países que desenvolvem tecnologias de ponta, apesar de ter avan-
çado consideravelmente no diagnostico por imagem3.
O Centro de Diagnóstico por Imagem também chamada de Uni-
dade de Imagem é composta pelos seguintes serviços de apoio
diagnósticos: radiologia convencional; tomografia computadori-
zada; ultrassonografia; hemodinâmica e ressonância magnética4.
Este serviço é considerado uma área vital na dinâmica de fun-
cionamento hospitalar, pois possui um desenvolvimento técnico
cientifico de ultima geração que permite a eficiência no processo
de diagnóstico clínico ou cirúrgico das afecções com consequências
direta na seleção do tipo de tratamento para os pacientes4.
As ampliações dos serviços e conhecimentos na área da saúde
repercutem em avanços tecnológicos e no surgimento de novos e
modernos aparelhos utilizados dentro dos Centros de Diagnósticos
por Imagem, por isso é necessário que o enfermeiro amplie seus
conhecimentos e habilidades para acompanhar os avanços tecno-
lógicos tornando assim a sua atuação mais especializada5. 
As ações do enfermeiro na área da saúde vão além dos cuidados
tradicionalmente conhecido e por ter um trabalho diversificado
este profissional sempre é impulsionado na busca contínua de
atualizações dentro da área tecnológica5.
O Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) ampara através
da Resolução nº 211/98 a atuação do enfermeiro que trabalha nos
serviços de radiodiagnóstico. Nesta regulamentação os profissionais
são orientados sobre as medidas de proteção radiológicas e também
sobre o treinamento dos profissionais para o uso correto dos equi-
pamentos de proteção individual e radioproteção6. 
O interesse em pesquisar sobre esta temática surgiu com a ex-
periência de uma das autoras deste artigo que ao trabalhar como
técnica de enfermagem em uma Unidade de Imagem se deparou
com a ausência de um supervisor enfermeiro na unidade, sendo
supervisionada por um profissional biomédico. Mas durante o
curso de graduação em enfermagem da Universidade Paulista/Goiâ-
nia-GO percebeu a necessidade da presença de um enfermeiro
que atue na área de radiodiagnóstico, principalmente para cumprir
o que determina a Resolução COFEN 146/1992 que preconiza a
presença e responsabilidade de um enfermeiro nos locais onde
existem ações de enfermagem sendo executadas7.
Este estudo tem como objetivo conhecer a atuação das enfer-
meiras que trabalham no Centro de Diagnóstico por Imagem de
um hospital público em Goiânia-Goiás.
Método
Este estudo é descritivo com abordagem qualitativa que busca
compreender a subjetividade expressa no discurso das enfermeiras
sobre suas atuações no Centro de Diagnóstico por Imagem. Na
pesquisa qualitativa a intensidade das coisas é representada pelo
conhecimento e a descrição da experiência humana8-9.
A presente pesquisa foi realizada em um hospital público loca-
lizado no município de Goiânia-Goiás que possui desde 1999 um
Centro de Diagnóstico por Imagem. Esse hospital é um órgão pú-
blico da administração estadual de prestação de serviços de saúde
e ensino, classificado como Hospital Referência de Nível VIII, para
atendimentos terciários e quaternários em áreas especializadas de
diagnósticos e terapias. 
O Departamento de Enfermagem é formado por enfermeiras,
técnicas e auxiliares de enfermagem, totalizando 456 profissionais
de saúde. O Centro de Diagnóstico por Imagem possui equipa-
mentos de ultima geração sendo que alguns destes não estão dis-
poníveis em outros hospitais públicos da Região Centro-Oeste. Os
serviços oferecidos são: ecodoppler colorido, endoscopia, hemo-
dinâmica, litotripsia, radiodiagnóstico, retossigmoidoscopia, res-
sonância magnética nuclear, tomografia computadorizada, colan-
giografia, colonoscopia e ultrassonografia. 
A população desta amostra foi composta pelas enfermeiras que
trabalham exclusivamente no Centro de Diagnóstico por Imagem.
Os critérios de inclusão foram enfermeiros com idade entre 21 e
60 anos, pertencentes às raças branca, parda ou negra do gênero
masculino ou feminino. Como critérios de exclusão, não partici-
pariam deste estudo, enfermeiros menores de 21 anos e maiores
de 60 anos de idade, portadores de incapacidade mental. 
Percebeu-se um número reduzido de enfermeiras neste serviço,
portanto apenas duas enfermeiras que trabalham respectivamente
turno matutino e vespertino foram incluídas neste estudo.
Para atender a Resolução nº 196, de 10 de outubro de 1996, do
Conselho Nacional de Saúde que regulamenta e normatiza as pes-
quisas envolvendo seres humanos e que tem como referência os
quatro princípios básicos da bioética: autonomia, não maleficência,
beneficência e justiça10, esta pesquisa foi aprovada no Comitê de
Ética em Pesquisa Humana e Animal do Hospital Geral de Goiânia
(CEPHA-HGG) através do protocolo nº 463/2009. 
A coleta de dados fez-se através de um questionário semiestru-
turado com oito questões fechadas e duas questões abertas para
cumprir o objetivo de conhecer a realidade e a atuação das enfer-meiras no Centro de Diagnóstico por Imagem. O anonimato das
entrevistadas foi preservado através dos nomes Radiação Alfa e
Radiação Beta. Após esta etapa procedeu-se a minuciosas leituras
interpretativas das bibliografias e análise consultiva das respostas
nos questionários com a finalidade de construir os eixos temáticos
que foram divididos em: Eixo temático I que vislumbrou conhecer
a realidade das enfermeiras no Centro de Diagnóstico por Imagem;
e Eixo temático II que buscou conhecer a atuação das enfermeiras
no Centro de Diagnóstico por Imagem.
Finalmente para conhecer a interpretação dos sentidos e signifi-
cados expressos pelos sujeitos desta pesquisa procedeu-se a dis-
cussão com base no referencial teórico através de comparação,
isso permitiu destacar as semelhanças e diferenças obtendo assim
diversas conclusões que foram identificadas e retiradas de vários
estudos científicos11. 
Resultados e Discussão 
Após a análise dos dados obtidos com o questionário, chegou-
se aos seguintes eixos temáticos: Conhecendo a realidade das en-
fermeiras no Centro de Diagnóstico por Imagem; Atuação das en-
fermeiras no Centro de Diagnóstico por Imagem.
Eixo temático I – Conhecendo a realidade das enfermeiras
no Centro de Diagnóstico por Imagem
Nesta categoria foram agrupadas questões sobre a realidade da
enfermeira no Centro de Diagnóstico por Imagem. As enfermeiras
entrevistadas trabalham neste setor há mais de oito meses com
uma jornada de trabalho de 30 horas, uma é casada e a outra sol-
teira. Ambas disseram estar aptas e capacitadas para explicar e es-
clarecer os tipos de procedimentos a todos os pacientes. 
É fundamental que o enfermeiro esteja capacitado a orientar o
paciente sobre os procedimentos a serem realizados, esclarecendo
as dúvidas, reduzindo a ansiedade e o tempo de exposição radio-
lógica, assim como prestar todos os cuidados específicos direcio-
nados ao Centro de Diagnóstico por Imagem12.
Para a melhoria da saúde do paciente e da família o enfermeiro
realiza a consulta e prescrição de enfermagem que é um instrumento
importante para a implementação da Sistematização da Assistência
de Enfermagem. Na consulta de enfermagem o enfermeiro identifica
os problemas, prescreve e implementa ações que contribuem para
a promoção, prevenção, proteção da saúde, recuperação e reabili-
tação do paciente4,13. Especificamente neste Centro de Diagnóstico
por Imagem não existe a consulta de enfermagem. 
O especialista que trabalha na área da imagem precisa estar con-
tinuamente atualizado, isso exige muita dedicação através da parti-
cipação em eventos, reuniões cientificas e discussões de casos clínicos
com outros profissionais que atuam em outras áreas de conhecimento
destas novas tecnologias, pois estas técnicas são complexas e de-
mandam um nível de exigência que poucos profissionais conseguem
alcançar14. 
Constatou-se que as entrevistadas não participam de eventos, reu-
niões cientificas e discussões de casos clínicos sobre novas técnicas
e tendências futuras dos recursos diagnósticos. Todas foram unânimes
ao relatarem que o principal motivo que inviabiliza as atualizações
é a falta de eventos sobre a temática na Região Centro-Oeste.
Os profissionais especialistas da Radiologia e Diagnóstico por
Imagem devem possuir uma participação ativa nas reuniões multi-
disciplinares, discutindo e divulgando os novos métodos diagnós-
ticos permitindo aos outros profissionais o conhecimento e a indi-
cação do melhor exame para cada paciente14. 
A falta de um atendimento de apoio ao familiar dos pacientes
que são submetidos aos exames por imagem nesta unidade levou
as entrevistadas ao relato de estarem pouco capacitadas para a
elaboração e participação em protocolos de atendimentos ao pa-
ciente, família e comunidade. 
O enfermeiro é o responsável em realizar procedimentos técni-
cos, elaboração de questionários, orientações, protocolos, manuais,
administração do setor, organização, treinamento dos profissionais
de enfermagem, orientações e intervenções no preparo do paciente
antes, durante e depois do exame1. 
Todas as participantes desta pesquisa relataram não terem rece-
bido uma educação especializada na área de diagnóstico por ima-
gem. Isso acontece devido à inexistência de institutos de especia-
lização em Enfermagem para os Centros de Diagnósticos. O
profissional enfermeiro da região Centro-Oeste que precisar fazer
este tipo de especialização terá que se deslocar para o Estado de
São Paulo, pois no Brasil atualmente o único local que possui esta
especialidade é na Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa
de São Paulo que junto com o Instituto Fleury criaram o Curso de
Especialização em Enfermagem em Centro Diagnóstico. 
A entrevistada Radiação Alfa respondeu que possui treinamento
de proteção radiológica e informações sobre os riscos a que está ex-
posta. Já a entrevistada Radiação Beta refere que trabalha no local há
oito meses, mas ainda não recebeu este tipo de treinamento. 
A Resolução COFEN nº 211/98 dispõe sobre a atuação dos pro-
fissionais de enfermagem que trabalham com radiação ionizante
segundo as normas técnicas e de radioproteção estabelecidos pelo
Ministério da Saúde e pela Comissão de Energia Nuclear15. 
No Brasil a utilização das radiações ionizantes e dos materiais
radioativos e nucleares é regulamentada pela Comissão Nacional
de Energia Nuclear (CNEN). Por isso trabalhar com radiações ioni-
zantes e com materiais radioativos, exige conhecimento e respon-
sabilidade. As principais proteções radiológicas são: os acessórios
plumbíferos e o dosímetro6.
Os riscos que o profissional pode sofrer caso não utilize as proteções
individuais são: leucopenia o que ocasiona em resistências diminuídas
para as infecções; células linfáticas danificadas no baço; náuseas, vô-
mitos e úlceras; problemas na glândula tireóide, medula vermelha e
olhos; danos no sistema urinário e nos órgãos reprodutores4.
Todas as entrevistadas referiram ser capazes de diagnosticar e
intervir nas intercorrências relacionadas aos procedimentos de ad-
ministração de contraste, bem como identificar os fatores de risco
no desenvolvimento e prevenção das complicações.
O enfermeiro deve estar preparado técnico e cientificamente,
para reconhecer os agravos e complicações que possam surgir bem
como programar as intervenções necessárias e eficazes para reduzir
as complicações, pois é um profissional que atua diretamente aos
procedimentos de diagnóstico e administração de contraste16. 
Eixo temático II – Atuação das enfermeiras no Centro de
Diagnóstico por Imagem
A profissional enfermeira é parte integrante da equipe que trabalha
em um Centro de Diagnóstico por Imagem – junto com o médico
326 J Health Sci Inst. 2010;28(4):325-8Sales OP, Oliveira CCC, Spirandelli MFAP, Cândido MT.
radiologista, o técnico de radiologia, o técnico de enfermagem, os
tecnólogos em radiologia, os biomédicos e demais profissionais da
parte administrativa – e são preparadas teoricamente e cientificamente
para cuidar dos doentes em cada modalidade de diagnósticos17. 
Os efeitos biológicos produzidos pela ação das radiações ioni-
zantes no organismo humano são resultantes da interação dessas
radiações com os átomos e as moléculas do corpo. Nas respostas
sobre qual é a atuação do enfermeiro no gerenciamento da equipe
de enfermagem as seguintes descrições foram selecionadas.
“Reuniões�com�a�equipe,�escala�de�trabalho,�treinamento�com�o�manejo
do�glutaraldeído,�treinamento�com�relação�às�PCRs,�treinamento�quanto
ao�rodízio�nas�salas.”�(Radiação�Alfa)
“Coordena�a�equipe�de�enfermagem�de�acordo�com�a�escala�pré-esta-
belecida,� bem� como� as� dificuldades� e� problemas� enfrentados� pela
equipe�durante�os�procedimentos�realizados.”�(Radiação�Beta)
“Troca�de�sonda�vesical,�punções�venosas�periféricas�se�necessárias�e�identifi-
cações�de�fatores�de�risco�na�administração�de�contraste.”�(Radiação�Beta)A competência do enfermeiro em radioterapia, medicina nuclear
e serviços por imagem foram estabelecidos pela Resolução COFEN
nº 211/98 onde destaca entre outras funções do enfermeiro: planejar,
organizar, supervisionar, executar e avaliar todas as atividades de
Enfermagem, em pacientes submetidas à radiação ionizante, ali-
cerçados na metodologia assistencial de Enfermagem; participar de
programas de garantia da qualidade em serviços que utilizam ra-
diação ionizante, de forma setorizada e global; proporcionar con-
dições para o aprimoramento dos profissionais de Enfermagem
atuantes na área, através de cursos e estágios em instituições afins;
registrar informações e dados estatísticos pertinentes à assistência
de Enfermagem, ressaltando os indicadores de desempenho, inter-
pretando e otimizando a utilização dos mesmos e manter atualiza-
ção técnica e científica de manuseio dos equipamentos de radio-
proteção, que lhe permita atuar com eficácia em situações de rotina
e emergenciais, visando interromper e/ou evitar acidentes ou ocor-
rências que possam causar algum dano físico ou material15.
Sobre os procedimentos realizados pelas enfermeiras no Centro
de Diagnóstico por Imagem foi descrito: 
“O�enfermeiro�acompanha�os�exames�na�medida�do�possível,�faz�re-
quisições�dos�insumos�usados�(medicamentos,�filmes,�materiais�de�es-
critórios),�marcação�dos�exames� -� internos�e�externos�–�manutenção
dos�equipamentos,�ar�condicionado�entre�outros”.�(Radiação�Alfa)
“Aqui�nós�fazemos�curativos�os�de�grande�porte�também�são�acompa-
nhados�pelo�enfermeiro.”�(Radiação�Beta)
O desenvolvimento da ciência e o crescente emprego de tecnologia
em todas as áreas de conhecimento contribuíram para a evolução
das intervenções na área da saúde. Os avanços tecnológicos são
acompanhados por mudanças de paradigma na atenção à saúde e as
principais características enfatizam a redução de riscos, a reestrutu-
ração para redução dos custos e a integração dos sistemas de atendi-
mento devem ser prioridades no gerenciamento do enfermeiro18.
“O�apoio�e�diagnóstico�(...)�sofreu�varias�modificações�e�dentre�estas
modificações�está�a�inserção�do�enfermeiro�juntamente�com�a�equipe
multidisciplinar.�O� trabalho� da� enfermagem� sob� novo� foco� é� inicial
ainda� não� se� tem� uma�metodologia� que� nos� torne�mais� inserida� na
equipe�(porém�somos�reconhecidas�pelo�nosso�trabalho�e�interagimos
bem�com�todos�da�equipe).”�(Radiação�Beta)
A equipe de enfermagem está diretamente relacionada aos
procedimentos diagnósticos de administração de contrastes,
tanto no meio intra-hospitalar como ambulatorial, e tem papel
fundamental na identificação de fatores de risco para o seu
desenvolvimento e na prevenção de complicações relaciona-
das. Portanto, para que se estabeleça um planejamento ade-
quado da assistência de enfermagem, é necessário que se
apresente seu mecanismo, onde o enfermeiro deve estar ha-
bilitado cientificamente, para reconhecer estes agravos e, as-
sim, programar intervenções pertinentes, eficazes e que mi-
nimizem as complicações16. 
Os pacientes confiam na equipe de enfermagem em relação aos
cuidados necessários para a recuperação de sua saúde. E possuem
o direito de conhecer e exigir que as intervenções sejam direciona-
das para as suas necessidades por isso todos os pacientes devem
ser informados sobre os riscos e procedimentos aos quais são sub-
metidos. Estas ações fazem parte da rotina do enfermeiro que deve
executá-las com excelência no Centro de Diagnóstico por Imagem18. 
Apesar das enfermeiras que trabalham dentro do Centro de Diag-
nóstico por Imagem não possuírem contato permanente com o pa-
ciente deste serviço, isso não pode impedir a realização e promoção
de um atendimento personalizado com a melhoria da qualidade
dos cuidados de saúde.
Conclusões 
A evolução tecnológica da saúde garante a precisão de alguns
procedimentos e a qualidade dos exames de diagnósticos por ima-
gem. Do avanço dessa realidade surgiu um mercado que exige um
crescente numero de profissionais enfermeiros cientificamente pre-
parados para a assistência e pesquisa, que atuem com uma visão
humanizada e interdisciplinar, buscando qualidade no atendimento
e excelência nos resultados, participando de forma eficaz na gestão
de recursos, elaboração e execução de protocolos de assistência
para as soluções e gerenciamento dos problemas.
A atuação do enfermeiro no Centro de Diagnóstico por Imagem
deve estar embasada em conhecimento científico atualizado e com
técnica apropriada, a fim de que se alcance o resultado clínico de-
sejado e se promova a segurança e satisfação do paciente.
Ressalta-se a escassez de trabalhos publicados sobre o tema es-
pecificamente na área de enfermagem por issso novos estudos de-
vem ser realizados para contribuir como fonte de conhecimento e
informação aos enfermeiros e demais profissionais da área da saúde.
O enfermeiro deve participar da elaboração de pesquisas cien-
tíficas na área de enfermagem em exames diagnósticos sendo ne-
cessário também um novo olhar para as competências do enfer-
meiro na implantação da Sistematização da Assistência de
Enfermagem dentro do serviço hospitalar e principalmente no Cen-
tro de Diagnóstico por Imagem.
Portanto a atuação do enfermeiro no Centro de Diagnóstico por
Imagem ainda é um desafio a ser vencido por estes profissionais,
pois o sucesso deste serviço precisa estar ligado também a toda
equipe multidisciplinar que juntos desenvolvem estudos, pesquisas
e novos meios de cuidar/cuidado para os pacientes sob sua res-
ponsabilidade. 
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Endereço para correspondência:
Orcélia Pereira Sales
Av. São Salvador Qd. 51 Lt. 16 - Jardim Olímpico
Aparecida de Goiânia-GO, CEP 74922-110
Brasil
. 
E-mail: orceliasales@hotmail.com
Recebido em 25 de junho de 2010
Aceito em 16 de agosto de 2010
328 J Health Sci Inst. 2010;28(4):325-8Sales OP, Oliveira CCC, Spirandelli MFAP, Cândido MT.

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