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já ser um bom começo no caminho de uma padronização para troca de dados, ainda era complexo demais – da sua simplificação surgiu, em 1996, o XML. Foi um passo tão importante para a internet que já nasceu como um padrão do World Wide Web Consortium (W3C), a entidade que controla os padrões usados na web. 2.2 Manipulação de documentos XML Para melhor entender o funcionamento do XML, vamos começar com um exemplo de arquivo no formato texto apresentado no Quadro 1. Quadro 1 – Arquivo Texto Detergente Farinha de Trigo Sabão em Pó Olhando os dados do Quadro 1, podemos deduzir que se trata de uma lista de produtos. Mas produtos do quê e de onde? Pode ser uma lista de compras de supermercado, pode ser um conjunto de produtos no estoque de uma empresa...Poderíamos até mesmo complementar as linhas do arquivo com mais uma informação, como mostra o Quadro 2. Quadro 2 – Arquivo Texto Modificado Detergente, 5 Farinha de Trigo, 2 Sabão em Pó, 4 Vemos agora que, após a descrição do produto, temos uma vírgula seguida de um número. O que significa esse número? O preço de venda do produto? Ou sua quantidade de estoque? Android: Desenvolvimento para Dispositivos Móveis 12 Não podemos saber ao certo, pois estão faltando os metadados, ou seja, os dados sobre os dados – as informações sobre o que está especificado em cada linha. Poderíamos transformar a listagem do Quadro 2 em um arquivo XML, em que tudo ficaria mais claro, como no Quadro 3. Quadro 3 – Arquivo XML <estoque> <produto descricao=”Detergente” quantidade=”5” /> <produto descricao=”Farinha de Trigo” quantidade=”2” /> <produto descricao=”Sabão em Pó” quantidade=”4” /> </estoque> Agora sim, sabemos que se trata de um estoque! E que cada item é um produto, como uma descrição e uma quantidade. Experimente escrever o código XML do Quadro 3 em um arquivo de texto (que você pode criar com o bloco de notas no Windows), salvá-lo com a extensão .xml e abri-lo em um navegador (o Firefox e o Chrome são os que apresentam melhores resultados neste sentido). Você poderá ver sua estrutura como na Figura 6. Figura 6. Arquivo XML aberto no browser Firefox Android: Desenvolvimento para Dispositivos Móveis 13 Repare que o navegador “entende” a sintaxe do arquivo, separando os elementos e possibilitando que você expanda ou contraia cada um (clicando nos sinais de - e +). 2.3 APIs: DOM, SAX e TrAX Criar arquivos XML manualmente, como fizemos na seção anterior, não é prático nem desejável. De forma semelhante, ler e interpretar seus dados diretamente, também não é ideal – afinal de contas, o intuito é de que as informações possam ser extraídas automaticamente do arquivo XML. Para podermos usar os dados contidos em um arquivo XML em um programa, precisamos de um parser XML. O parser é capaz de extrair as informações de um arquivo XML e retorná-las em um formato adequado a um tipo de sistema ou linguagem (como um objeto em Java, por exemplo). Um dos modelos para o qual os dados de um documento XML podem ser extraídos é o DOM (Document Object Model). Trata-se de uma representação em árvore do documento XML, e é também usado em arquivos HTML. Veja, na Figura 7, um gráfico mostrando a hierarquia de uma tabela HTML dentro do DOM. Figura 7: Representação DOM de uma tabela Fonte: <http://www.w3.org/TR/WD-DOM/table.gif>. Acesso em: 13 out. 2014. Outra forma de se especificar a estrutura de um arquivo XML são os DTDs (Document Type Definitions) e XML Schemas. Podemos dizer que, quando precisamos de uma representação de dados maior e mais detalhada, o uso de DTDs e XML Schemas é mais interessante que DOM. À medida que começarmos a usar XML no Android, você verá que XML Schemas são as formas para representar os dados que utiliza. Android: Desenvolvimento para Dispositivos Móveis 14 Exercício do Módulo 1 1. Arquivo XML para dados de clientes • Crie em um editor de texto qualquer um arquivo XML adequado para guardar uma lista de três clientes de uma empresa. • Os dados dos dois primeiros clientes são os seguintes: ◊ Cliente código 12991 • Nome: Maria • Endereço: Rua das Roseiras 123 • Telefone: 2332-1231 • Data da última compra: 10 de julho de 2014 ◊ Cliente código 10112 • Nome: José • Endereço: Rua das Roseiras 123 • E-mail: jose@mail.com • Saldo: -800,00 • Para o terceiro cliente, especifique você mesmo os valores • Abra o arquivo em um navegador para validá-lo. 2. Validando um arquivo pelo navegador • Escreva o código abaixo em um arquivo texto, salve-o com a extensão .xml e abra-o em um navegador. Veja como os erros existentes no arquivo são identificados e impedem sua exibição (o que não ocorre com arquivo HTML). Java possui, há muito tempo, APIs próprias para a leitura e geração de arquivos XML. A SAX (Simple API for XML) é uma das opções, em que a leitura dos arquivos XML é feita de forma sequencial. Já a TrAX (Transformation API for XML), que faz parte da API JAXP, permite a conversão de um documento XML em outros formatos. (FAWCETT; QUIN, 2012) Dentro do Android, a maior parte da leitura e criação de arquivos XML é feita internamente pelo sistema operacional, evitando que o desenvolvedor precise utilizar diretamente API desse tipo. Android: Desenvolvimento para Dispositivos Móveis 15 Módulo 2 – Ambiente de Desenvolvimento Android Você já sabe neste momento que aplicativos Android são criados em Java. Mas não basta apenas ter o JDK instalado no seu computador para começar a criar seus apps – você precisa também do Android SDK. Ele contém o conjunto de APIs específicas deste sistema operacional, imprescindível para criar um aplicativo “com a cara do Android”. Neste módulo, você saberá como obter o Android SDK, instalá-lo e deixá-lo pronto para uso, assim como começar a criar seus próprios aplicativos em Java para o sistema do robô verde! Aula 3 – SDK Android, Eclipse e Integração ADT 3.1 Baixando e instalando o SDK Android Antes de mais nada, certifique-se de que você já tem o JDK instalado na máquina. Caso ainda não esteja, ou se você simplesmente deseja atualizar o seu JDK (o que é sempre uma boa ideia), acesse <http://www. oracle.com/technetwork/java/javase/downloads/index.html> e faça o download. Lembre-se de baixar a versão correta para seu sistema operacional, de 32 ou 64 bits, além de ajustar o link, caso este esteja desatualizado, ok? Vamos agora ao download do Android SDK, que contém as bibliotecas básicas para desenvolver em Java para Android. Acesse <http://developer.android.com> e procure pelo botão indicado na Figura 8. Android: Desenvolvimento para Dispositivos Móveis 16 Figura 8: Link para download do Android SDK Fonte: <http://developer.android.com>. Acesso em: 13 out. 2014. Na tela seguinte, a versão adequada do SDK para seu sistema operacional poderá ser baixada, bastando clicar no botão indicado na Figura 9. Android: Desenvolvimento para Dispositivos Móveis 17 Figura 9: Botão para download do Android SDK na versão do seu sistema operacional Fonte: <http://developer.android.com>. Acesso em: 13 out. 2014. Em seguida, você deverá concordar com os termos do download do Android SDK e escolher se deseja a versão de 32 ou 64 bits do pacote (Figura 10). Esta é uma etapa muito importante. Escolha adequadamente de acordo com a quantidade de bits do seu sistema operacional (e, consequentemente, do JDK que você baixou e instalou anteriormente). Android: Desenvolvimento para Dispositivos Móveis 18 Figura 10: Concordando com os termos e escolhendo a quantidade de bits Fonte: <http://developer.android.com>. Acesso em: 13 out. 2014. Finalmente começará o download. Quando concluir, você possuirá um arquivo .zip com nome adt- bundle-sistema_operacional-versao. Descompacte este arquivo em alguma pasta do seu computador, preferencialmente uma