Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Questões Discursivas - www.questoesdiscursivas.com.br E-book comprado por Valter Gomes Neves Junior - Proibida a transferência a terceiros HUMANISTICA, SOCIOLOGIA E FILOSOFIA 56 discursivas = 53 Questões Discursivas - www.questoesdiscursivas.com.br E-book comprado por Valter Gomes Neves Junior - Proibida a transferência a terceiros http://www.questoesdiscursivas.com.br O melhor site de questões discursivas de concursos públicos. Questões Discursivas - www.questoesdiscursivas.com.br E-book comprado por Valter Gomes Neves Junior - Proibida a transferência a terceiros Defensoria Pública Estadual - DPE-BA - Ano: 2017 - Banca: FCC - Disciplina: Humanística - Assunto: Humanística - ͞Dispositivo iŵpoƌtaŶte, pois autoƌiza e desiŶvidualiza o poder. Este tem seu princípio não tanto numa pessoa quanto numa certa distribuição concertada dos corpos, das superfícies, das luvas e, dos olhares; uma aparelhagem cujos mecanismos internos produzem a relação na qual se encontram presos os indivíduos. as cerimônias, os rituais, as marcas pelas quais se manifesta no soberano o mais poder são inúteis. Há uma maquinaria que assegura a dissimetria, o equilíbrio, a diferença. Pouco importa, consequentemente, quem exerce o poder" (FOUCALT, M. Vigiar e punir. 2007 p.167). No trecho citado, Michel Focault refere-se ao "dispositivo panóptico". Acerca deste dispositivo , segundo as análises do filósofo na obra vigiar e punir , pergunta-se: a- quais seus principais efeitos em instituições como, por exemplo, a prisão? ; b- o dispositivo panóptico está relacionado a quais mecanismos de poder? Explique. (Elabore sua resposta definitiva em até 30 linhas) - Resposta: Na avaliação das provas discursivas de caráter específico serão considerados o acerto das respostas dadas, o grau de conhecimento do tema demonstrado pelo (a) candidato (a), a fluência e a coerência da exposição e a correção (gramatical e jurídica) da linguagem. Abordagem esperada: A- apresentar os seguintes efeitos do dispositivo panóptico em instituições como, a prisão: - a criação de um sistema de visibilidade axial e a invisibilidade lateral, que tem por resultado imediato a garantia da ordem; - a indução, no detento, de um estado conheci em ti e permanente de visibiliza, que assegura o funcionamento automático do poder; - a sujeição real dos indivíduos, que decorre mecanicamente de uma relação fictícia, sendo desnecessário recorrer-se a força para obtenção dos comportamentos esperados; - um estabelecimento de diferenças e de classificações entre os indivíduos em função de suas características e de seu comportamento; - atuação sobre o comportamento dos indivíduos, permitindo realizar sobre esse comportamento experiências, modificações e treinamentos. B - indicar que o dispositivo panóptico está relacionado , segundo as análises de Foucault, aos mecanismos do poder disciplinar: - a explicação consiste em mostrar que tal dispositivo permite a concretização da disciplina dos corpos, na medida em que, por meio de um sistema de visibilidade completo e ininterrupto, favorece o controle das atividades dos indivíduos, controle do tempo, o controle dos comportamentos de cada um e o conjunto dos indivíduos, a produção de um saber sobre cada um e sobre o conjunto dos indivíduos. Defensoria Pública Estadual - DPE-BA - Ano: 2017 - Banca: FCC - Disciplina: Humanística - Assunto: Humanística - ͞Tal como todos os agrupamentos políticos que historicamente o procederam, o Estado consiste em uma relação de dominação do homem sobre o homem, fundada no instrumento da violência legítima (isto é, da violência considerada como legítima). O Estado só pode existir, portanto, sob condição de que os homens dominados se submetam a autoridade continuamente reivindicada pelos dominadores. (Weber, M. Ciência e política. Duas vocações. 2013 p. 57). O trecho acima infere-se na análise realizada por Max Weber, no ensaio "A política como voĐaçĆo͟, soďƌe a foƌŵa de agƌupaŵeŶto polítiĐo denominado Estado. acerca desta análise, pergunta-se: a - em que termos Weber explica a relação entre o Estado e a violência em nossos dias?; b - Segundo Weber, existem em princípio "três razões internas que justificam a dominação" , existindo , consequentemente , três fundamentos da legitimidade. Quais são elas? Explique. (Elabore sua resposta definitiva em até 30 linhas) - Resposta: Na avaliação das provas discursivas de caráter específico serão considerados o acerto das respostas dadas , o grau de conhecimento do tema demonstrado pelo (a) candidato (a), a fluência e a coerência da exposição e a correção (gramatical e jurídica) da linguagem. Abordagem esperada: A- mostrar que , segundo Weber , que é violência não seja o único instrumento de que o estado se vale, ela é seu instrumento específico. Para o autor, o Estado contemporâneo deve ser concebido como uma comunidade humana que, nos limites de um determinado território, reivindica "o monopólio do uso legítimo da violência física". Desse modo, seria próprio de nossa época o reconhecimento do direito de fazer o uso da violência somente nos casos em que o Estado o tolere. Em outros termos, o estado se transforma na única fonte do "direito" à violência. B - Explicar que , segundo Weber , as razões internas que justificam a dominação são as seguintes: - a autoridade que se funda em dono de pessoais e extraordinários de um indivíduo, ensejada pela devoção e pela confiança estritamente pessoais depositadas em alguém que ser singulariza por qualidades prodigiosas ou por heroísmo. Tal é o poder Questões Discursivas - www.questoesdiscursivas.com.br E-book comprado por Valter Gomes Neves Junior - Proibida a transferência a terceiros carismático, exercido pelo profeta e, no domínio político, pelo dirigente guerreiro eleito, pelo soberano escolhido através do plebiscito, pelo grande demagogo ou pelo dirigente de um partido político. - a autoridade do passado eterno, ou seja, os costumes santificados pela validez imemorial e pelo hábito enraizado nos homens, de respeitá-los. Tal é o poder tradicional, outrora exercido pelo patriarca ou o senhor de terras; - a autoridade que se impõe em razão da legalida, em função da crença na validez de um estatuto legal e de uma competência positiva, fundada em regras racionalmente estabelecidas. Tal é o poder legal, exercido pelo servidor do Estado. Magistratura Estadual - TJRS - Ano: 2016 - Banca: FAURGS - Disciplina: Humanística - Assunto: Humanística - A evolução do direito implicou uma mudança de paradigma na maneira de lidar com os conflitos, especialmente no sentido do reconhecimento da autocomposição em relação à tradicional forma heterocompositiva para a resolução de litígios. A) Com base na afirmação acima, explique tecnicamente o que constitui: i) heterocomposição; ii) autocomposição. B) Estabeleça, a partir da concepção trazida pelo Novo Código de Processo Civil, em vigor a partir de março de 2016, duas (2) diferenças entre os mecanismos de mediação e conciliação. C) A mediação e a conciliação são instrumentos efetivos de pacificação social, solução e prevenção de litígios, e a sua apropriada disciplina em programas já implementados no país tem reduzido a excessiva judicialização dos conflitos de interesses, a quantidade de recursos e de execução de sentenças (Res. 125/2010, CNJ). A partir da referida Resolução (125/2010), explique, sob a ótica da Psicologia Judiciária, como o mecanismo não adversarial, confidenciale voluntário, no qual um terceiro (imparcial) facilita e auxilia a construção de soluções mutuamente satisfatórias, pode aproximar o tempo da resolução do conflito jurídico (fático, externo, cronológico) e o tempo da elaboração do conflito psicológico (emocional, interior e lógico). Magistratura Federal - TRF4 - Ano: 2016 - Banca: TRF4 - Disciplina: Humanística - Assunto: Humanística - O jurista J.C. Gray (The NatureandSourcesof Law, 1902) dizia que ͞as leis sĆo foŶtes do Diƌeito, e ŶĆo paƌtes do Diƌeito͟. áo seu lado, J. Austin (The ProvinceofJurisprudenceDeteƌŵiŶed, ϭ9ϯϮͿ fƌisava Ƌue ͞o diƌeito ĐoŶstituĐioŶal Ġ apeŶas a ŵoƌal positiva͟, eŶƋuaŶto Hans Kelsen (Theoryof Law andState, 1949) visualizava por inteiro um sistema jurídico-legal e, assim, enfatizava que ͞a pƌiŵeiƌa Ŷoƌŵa geŶuíŶa iŶstituiŶdo a saŶçĆo está ĐoŶtida Ŷa seguŶda, e assiŵ poƌ diaŶte͟. EŶtĆo, paƌa H.L.á. Hart (O Conceito do Direito, 1961), o Direito passou a ser ͞uŵa uŶiĆo de ƌegƌas pƌiŵĄƌias e seĐuŶdĄƌias͟. Poƌ sua vez, em A Justiça de Toga, Ronald Dworkin, apegado à importância dos princípios e da própria e correta justiça aplicada nos tribunais, utilizou passagem histórica como figuƌa de ƌetſƌiĐa, paƌa ƌegistƌaƌ Ƌue, ͞QuaŶdo Oliveƌ Wendell Holmes era juiz da Suprema Corte, certa vez ele deu carona ao jovem LearnedHand, quando ia para o trabalho. Ao chegar a seu destino, Hand saltou, acenou para a carruagem que se afastava e gritou alegremente: ͚Faça justiça, juiz!͛ Holŵes pediu paƌa o ĐoŶdutoƌ Ƌue paƌasse e voltasse, paƌa a suƌpƌesa de HaŶd. ͚NĆo Ġ esse o ŵeu tƌaďalho!͛, disse Holŵes, deďƌuçado na janela. A carruagem então fez meia-volta e partiu, levando Holmes para o trabalho, que, supostamente, não consistia em fazeƌ justiça͟. Paƌa ŵuitos e, eŵ espeĐial, paƌa álf ‘oss, ͞hĄ uŵa ƌelaçĆo eŶtƌe o diƌeito vigeŶte e a ideia de justiça͟. PoƌtaŶto e sem dúvida, uma grande indagação jurídica por certo ainda persiste. Nesse sentido, disserte soďƌe ͞o Ƌue Ġ o diƌeito͟ e soďƌe ͞Đoŵo as ĐoŶviĐçƁes morais de um juiz podem influenciar seus julgamentos aĐeƌĐa do Ƌue Ġ o diƌeito͟. Eŵ sua ƌesposta deveƌĄ, necessariamente, também analisar e contextualizar: a) Justiça e Moral; b) Direito e Moral; c) Direito e Justiça; d) Política Jurídica. Magistratura Federal - TRF3 - Ano: 2016 - Banca: TRF3 - Disciplina: Humanística - Assunto: Humanística - A interpretação das normas jurídicas é uma matéria que se desenvolveu em três etapas fundamentais: a) a obra de Friedrich Schleiermacher, no início do século XIX; b) a hermenêutica clássica de Savigny, na segunda metade do século XIX, e ainda preponderantes na Alemanha atual; c) a Nova Hermenêutica, no século XX. O magistrado tem como parte essencial de seu oficio a interpretação das normas e a coerência argumentativa de suas decisões. Nesse sentido, responda: 1) Quais os critérios hermenêuticos clássicos de Savigny e como se deve operacionaliza-los na interpretação? 2) Qual o papel da lei na interpretação da norma? É possível desconsiderá-la na interpretação? Por que? Magistratura Estadual - TJRJ - Ano: 2016 - Banca: VUNESP - Disciplina: Humanística - Assunto: Humanística - CoŶheĐido juƌista aleŵĆo ĐoŶsideƌa Ƌue ͞á ƋualifiĐaçĆo Questões Discursivas - www.questoesdiscursivas.com.br E-book comprado por Valter Gomes Neves Junior - Proibida a transferência a terceiros jurídica da revolução é determinada pelo êxito. Se fracassarem a sua relevância é jurídico-penal, se triunfarem têm uma relevância jurídico-polítiĐa ;...Ϳ.͟ (ZIPPELIUS, Reinhold, Teoria Geral do Estado. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 1997, trad. COUTINHO, KarinnPreefke-Aires Coutinho, coord. CANOTILHO, J. J. Gomes). Partindo do pressuposto de que a tese está correta, justifique-a sinteticamente. Magistratura do Trabalho - TRT15 - Campinas - Ano: 2011 - Banca: TRT15 - Disciplina: Humanística - Assunto: Humanística - REDAÇÃO - ͞á" foi daŶçaƌiŶa e atƌiz de sedžo edžplíĐito eŵ uŵ teatƌo "B" ͞B͟. ápƌeseŶtava-se todas as noites, em um show ao vivo, de terça-feira a domingo, das 22:00 às 2:00. trabalhou durante um ano e meio e ao cabo deste período foi dispensada imotivadamente. "A", ingressou com ação trabalhista em face do teatro "B" postulando o reconhecimento do vínculo empregatício e a paga de todas as verbas laborais decorrentes. O juiz, profundamente religioso, exitou em proferir sentença favorável a reclamante, dado que estaria assim, a seu ver, chancelando ato pecaminoso. A luz da tradição filosófica de reflexo Acerca das escolhas morais, presente, por exemplo, nas obras de Aristóteles, Kant e Foucault, como você acha que o juiz deve agir? Em sua redação discorra sobre a influência, no ato de julgar, dos valores morais, da ética profissional, das crenças religiosas, da ideologia, das opiniões políticas e do ateísmo. Magistratura do Trabalho - TRT15 - Campinas - Ano: 2015 - Banca: TRT15 - Disciplina: Humanística - Assunto: Humanística - A ideia de justiça é um sentimento, um valor ou um direito? O que é justiça distributiva e justiça corretiva ou comutativa? A justiça se alcança pelos padrões de mérito, da capacidade ou da necessidade? Magistratura Federal - TRF3 - Ano: 2015 - Banca: CESPE - Disciplina: Humanística - Assunto: Humanística - A interpretação das normas jurídicas em uma matéria que se desenvolveu em três etapas fundamentais: a- a obra de Friedrich Schleiermacher, no início do século XIX. B - A hermenêutica clássica de Savigny, na segunda metade do século XIX, na segunda metade E ainda preponderantes na Alemanha atual. C - a nova hermenêutica, no século XX. O magistrado tem como parte essencial de seu ofício a interpretação das normas e a coerência argumentativa de suas decisões. nesse sentido responda: a - quais os critérios hermenêuticos clássicos de Savigny e como se deve operaliza-los na interpretação? B - Qual o papel da Lei na interpretação da Norma é possível desconsidera-la na interpretação? Por quê? Magistratura Estadual - TJDFT - Ano: 2016 - Banca: TJDFT - Disciplina: Humanística - Assunto: Teoria do Processo - Considere o texto a seguir e responda aos questionamentos que a ele segueŵ: ͞ás pƌiŶĐipais teoƌias da sociologia moderna são de tipo macrossociológico. (...). Duas são as principais correntes de teorias macrossociológicas: as teorias funcionalistas e as do conflito social. (...) Os funcionalistas consideram a sociedade como uma gƌaŶde ͚ŵĄƋuiŶa͛. Esta distƌiďui papeis e recursos aos seus membros, que são identificados Đoŵo as ͚peças da ŵĄƋuiŶa͛. á fiŶalidade da soĐiedade Ġ a sua reprodução por meio do funcionamento perfeito de seus vários componentes. (...) As teorias do conflito social entendem que na sociedade agem grupos com interesses estruturalmente opostos, que se encontram em situação de desigualdade e em luta perpétua pelo poder. (...) De uma forma geral, os teóricos do conflito explicam o funcionamento social usando a hipótese da estratificação soĐial͟. ;áŶa LuĐia “aďadell, IŶ MaŶual de “oĐiologia Jurídica, 6ª Edição, Ed. RT, SP, 2014). a) Faça breve definição de controle social, indicando as suas finalidades, tendo em conta a perspectiva liberal-funcionalista e a perspectiva da teoria do conflito social. b) Cite pelo menos quatro características do controle social realizado pelo Direito, sob a ótica funcionalista, explicando-as. Organize sua ƌesposta eŵ iteŶs ;͞a͟ e ͞ď͟Ϳ, eŵ ĐoƌƌespoŶdġŶĐia aos questionamentos acima. Magistratura Estadual - Concurso: TJRR - Ano: 2015 - Banca: FCC - Disciplina: Formação Humanística͞Eŵ suŵa, pode-se dizer que, na verdade, a questão da lacuna e dos limitesà integração é uma espécie de invenção do pensamento dogmático que permite, de um modo controlado, a decidibilidade de conflitos não regulados de forma positiva. O direito positivado pressupõe uma tendência em estreitar, em nome de valores da certeza e da segurança, o campo de atuação do intérprete. Ora, o conceito dogmático da lacuna, dos meios de integração e dos seus limites confere ao intérprete a possibilidade de se valer de fatores extra-positivos como se fossem positivos ou, ao menos, positiváveis. Ou seja, o conceito de lacuna alarga o campo da positividade a partir dele próprio. Ele funciona como uma regra permissiva, doutrinária, que autoriza o intérprete a se valer dos meios de integração nos limites que a própria doutrina parece reconhecer, mas Questões Discursivas - www.questoesdiscursivas.com.br E-book comprado por Valter Gomes Neves Junior - Proibida a transferência a terceiros na verdade estabelece: em caso de lacuna pode o intérprete... Assim, embora a lacuna seja definida como omissão ou falta de norma no ordenamento os fatores extra-positivos, como os ideais de justiça, as exigências de equidade, os raciocínios quase-formais. Ou seja, embora o conceito designe falta, ele oculta a superabundância de normas, assegurando-se, destarte, um dos princípios caracterizadores do legislador racional: a oŵŶiĐoŵpƌeeŶsividade͟ ;TĠƌĐio “aŵpaio Feƌƌaz JúŶioƌ, introdução ao Estudo do Direito. São Paulo, Atlas, 1996, 2ª edição, p. 307). Em sua abordagem do tema da interpretação do Direito, Tércio Sampaio Ferraz Júnior, no trecho acima citado, faz referência à questão da integração do Direito. Relativamente ao entendimento deste autor sobre o assunto, responda: a. A que se refere a integração do Direito? Explique. b. Considerando os diferentes modos de integração do Direito, identifique e explique os Đhaŵados iŶstƌuŵeŶtos ͞Ƌuase-lſgiĐos͟ de iŶtegƌaçĆo. Đ. Considerando os diferentes modos de integração do Direito, indique e explique os chamados instrumentos ͞iŶstituĐioŶais͟ de iŶtegração. (Elabore sua resposta definitiva em até 30 linhas) - Espelho: a. A integração do Direito refere-se à possibilidade de, por via hermenêutica, suprirem-se as lacunas do ordenamento. Segundo a dogmática hermenêutica, admita a incompletude do sistema normativo, ou seja, admita a existência de lacuna no ordenamento, caberá perguntar pelos modos de integração do direito e pelos limites impostos ao intérprete na tarefa de realizar esta integração. b. Indicação e explicação, segundo a caracterização realizada por Tércio Sampaio Ferraz Júnior, dos três instrumentos ͞ƋuaseàlſgiĐos͟àdeàiŶtegƌaçãoàdoàDiƌeito:àaà analogia, a indução amplificadora e a interpretação extensiva. A analogia se dá quando uma norma, estabelecida para uma determinada situação fática, é aplicável a uma conduta para qual não há norma, havendo entre ambos os supostos fáticos uma semelhança. A indução amplificadora, conjulgando os métodos da indução e da dedução, parte de casos particulares para obter uma generalização, da qual resultam princípios que serão aplicados, dedutivamente, a outros casos. A interpretação extensiva parte de uma norma existente na sua própria letra ou explicitamente no seu espírito. Estes três instrumentos exigem alguma forma de procedimento analítico e têm uma aparência de raciocínio formal. c. Indicação e explicação, segundo a caracterização realizada por Tércio Sampaio Ferraz júnior, dosà tƌġsà iŶstƌuŵeŶtosà ͞iŶstituĐioŶais͟à deà iŶtegƌaçãoà doà Direito: os costumes, os princípios gerais do direito e a equidade. O costume, que envolve tradições, crenças e opiniões, consiste na força conferida ao tempo e ao uso reiterado como reveladores de normas. Os princípios gerais do direito, diferentemente das normas, não são elementos do repertório do sistema normativo, mas fazem parte de suas regras estruturais, ou seja, dizem respeito à relação entre as normas no sistema, ao qual conferem coesão. A equidade pode ser caracterizada como o sentimento do justo concreto, em harmonia com as circusntâncias e adequado ao caso a que se refere. Estes três instrumentos apoiam-se na concepção de instituição e expressão argumentos materiais. Defensoria Pública Estadual - Concurso: DPE-SP - Ano: 2015 - Banca: FCC - Disciplina: Formação Humanística͞EstƌaŶhaŵeŶte, a história do encarceramento não segue uma cronologia ao longo da qual se sucedem logicamente: o estabelecimento de uma penalidade de detenção, depois do registro de seu fracasso, depois a lenta subida dos projetos de reforma, que chegar em uma definição mais ou menos coerente de técnica penitenciária, a implantação desse projeto, enfim a constatação de seus sucessos ou fracassos. houve na realidade uma superposição ou em todo caso uma distribuição desses elementos. e do mesmo modo que o projeto de uma técnica corretiva acompanhou o princípio de uma detenção punitiva, a crítica da prisão e de seus métodos aparece muito cedo (...)". (FOUCAULT, M. Vigiar e punir. São Paulo, Vozes, 1999, p.221). O trecho citado acima auxilia a compreender uma das importantes teses desenvolvidas pelo filósofo Michel Foucault em sua vigiar e punir, a saber: que a prisão, tal como configurado a partir do início do século XIX, ao mesmo tempo em que foi denunciada desde a sua origem como um fracasso da Justiça penal, tornou-se um sucesso institucional, uma vez que se tornou a forma punitiva que mais se difundiu e se multiplicou na época moderna. Explique essa tese, respondendo as seguintes indagações: a - Quais as principais críticas interessadas a prisão que, segundo as análises de Foucault , são contemporâneas a sua criação e consolidação no início do século XIX? Diante destas críticas, a que conclusão chega o filósofo? b - Por que, segundo a perspectiva de Michel Foucault , apesar de ter sido denunciado como um fracasso penal, a prisão manteve-se e difundiu-se, tornando-se uma forma punitiva Questões Discursivas - www.questoesdiscursivas.com.br E-book comprado por Valter Gomes Neves Junior - Proibida a transferência a terceiros generalizada a partir do século XIX? (Elabore sua resposta definitiva em até 25 linhas). - Espelho: ABORDAGEM ESPERADA: a resposta deverá, em seu conjunto, explicar a seguinte tese de Michel Foucault, presente na obra Vigiar e punir: desde a sua origem, a prisão (pena de encarceramento) pode ser considerada um fracasso penal, na medida em que não teria conseguido combater efetivamente a prática dos crimes, por outro lado, a prisão difundiu-se e consolidou- se como a principal forma punitiva da época moderna (século XIX e XX), na medida em que se configurou como uma instituição disciplinar. Para tanto, o candidato deverá responder as duas indagações propostas, do modo como se segue: 1 - citar e explicar brevemente as principais críticas interessadas a prisão que, segundas análise de Michel Foucault, são contemporâneas a sua criação e consolidação no início do século XIX. Estas críticas são as seguintes: a - as prisões não diminuem a taxa de criminalidade; pode-se aumentá-las, multiplicá- las ou transformá-las (as prisões), a quantidade de crimes e criminosos permanece estável ou aumenta. b - a retenção provoca a reincidência, depois de sair da prisão, se tem mais chance que antes de voltar para ela, os condenados são, em proporção considerável, antigos detentos. c - a prisão fábrica delinquentes: pelo tipo de existência que faz os detentos levarem, pela imposição de limitações violentas, pelo seu próprio funcionamento, s que se desenrolano sentido do abuso do poder. d - a prisão favorece a organização de um meio de delinquentes solidários entre si, hierarquizadas, prontos para cumplicidades futuras. e - as condições dadas aos detentos liberados condená-os fatalmente a reincidência: Porque estão sob a vigilância da polícia, porque tem designação de domicílio, ou proibição de permanência, porque só saem da prisão com o documento que tem de mostrar onde vão e que menciona a condenação que sofreram. f - a prisão fábrica indiretamente à delinquência, ao fazer a família do detento cair na miséria. A conclusão a que chegou ficou diante destas críticas consiste em que, desde a sua origem, a prisão moderna foi denunciada como um fracasso penal. 2 - o candidato deverá explicar que , segundo a perspectiva de Michel Foucault , apesar de ter sido denunciada como um fracasso no combate aos crimes (fracasso penal), a prisão manteve se difundiu se, tornando-se a principal forma punitiva da época moderna (sucesso institucional), acima de tudo porque ela se constituiu como uma instituição disciplinar. Isto significa que, através dos mecanismos de normalização, a instituição - prisão: a - não se destina a suprir as infrações, mas antes a distingui-las, a distribuí- las, a utilizá-las. b - Visa não tonto tornar dóceis os que estão prontos a transgredir as leis, mas tende a organizar a transgressão das leis numa prática geral das sujeições. c - corresponde à forma geral de uma aparelhagem para tornar os indivíduos dóceis e úteis, através de um trabalho preciso sobre o seu corpo. Defensoria Pública Estadual - Concurso: DPE-SP - Ano: 2015 - Banca: FCC - Disciplina: Formação Humanística Ao discutir sobre o "caráter científico" da Ciência do Direito, Tércio Sampaio Ferraz Júnior, em sua obra A Ciência do Direito, faz importantes considerações a respeito contra relativamente a essas considerações, responda: a - de que forma o autor problematiza o uso da ideia de sistematicidade como argumento para a afirmação da cientificidade da Ciência do Direito? b - Quais as principais considerações do autor acerca da Ciência do Direito compreendida como ciência interpretativa? c - Quais as principais considerações do autor acerca da Ciência do Direito compreendida como ciência normativa? (elabore sua resposta definitiva em até 25 linhas). - Espelho: ABORDAGEM ESPERADA: o candidato deverá apresentar as considerações de Tércio Sampaio Ferraz Júnior acerca do "caráter científico" da Ciência do Direito, segunda perspectiva desenvolvida pelo autor na obra A Ciência do Direito. Paratanto , deverá responder aos três itens solicitados pela questão tal como se segue: 1 - em sua resposta ao item 1 , o candidato deverá mostrar que o autor problematiza o uso da ideia de "sistematicidade" como argumento para a afirmação da cientificidade da Ciência do Direito da seguinte maneira: a - constatou que o caráter científico da ciência do direito foi comumente afirmado por entender-se que ela comporta conhecimentos sistemáticos , ou seja , conhecimentos metodicamente obtidos e comprovados. b - assim considera, a ciência do direito corresponderia a uma atividade ordenada segundo princípios próprios e regras peculiares, que por vezes procura o seu modelo nas chamadas ciências da natureza. c - este recurso ao modelo das ciências da natureza, que teria sido efetivamente utilizado sobretudo no século XIX, em parte conduziu o jurista a ocupar se apenas das relações lógico formais dos fenômenos jurídicos , deixando muitas vezes de lado o seu conteúdo empírico e axiológico. 2 - em sua Questões Discursivas - www.questoesdiscursivas.com.br E-book comprado por Valter Gomes Neves Junior - Proibida a transferência a terceiros resposta ao item 2, o candidato deverá mostrar que , segundo o autor uma vez que comumente a ciência do direito é vista pelos juristas como uma atividade sistemática que se volta principalmente para as normas , a necessidade de captação da norma na sua situação concreta faria da ciência jurídica uma ciência interpretativa. Nessesentido, à ciência do direito teria por tarefa interpretar textos e situações a ela referidos, tendo em vista uma finalidade prática. 3 - em sua resposta ao item 3, o candidato deverá mostrar que , segundo o autor , as teorias jurídicas da ciência do direito, como usualmente esta é praticada, comportam enunciados de natureza prescritiva. Nestesentido, à ciência do direito, além de interpretativa, apresenta-se também como ciência normativa. Na medida em que o jurista expõe diversas teorias referentes a um problema jurídico qualquer, ele não se limita a levantar possibilidades de, mas é forçado a realizar, por vezes, uma opção decisória. "isto porque (conforme afirma Tércio Sampaio Ferraz Júnior) sua intenção não é apenas conhecer , mas também conhecer tendo em vista as condições de aplicabilidade da Norma enquanto modelo de comportamento obrigatório". Magistratura Federal - Concurso: TRF5 - Ano: 2015 - Banca: CESPE - Disciplina: Formação Humanística Considerando a proibição do venire contra factum proprium (proibição de comportamento contraditório), responda, de forma fundamentada, qual norma jurídica deve nortear o julgamento, na esfera administrativa, de um caso que verse sobre relação jurídica continuada: (i) a norma cristalizada na jurisprudência do órgão julgador à época em que ocorreram os fatos jurídicos; (ii) a norma cristalizada na jurisprudência do órgão julgador à época do julgamento; ou (iii) outra solução. - Espelho: NÃO Magistratura Estadual - Concurso: TJAL - Ano: 2015 - Banca: FCC - Disciplina: Formação Humanística Dentre os temas clássicos da Sociologia Jurídica estão "Controle Social e o Direito" e "Direito e Transformação Social". Com vários trabalhos de sua autoria publicado no Brasil e significativa e qualitativa produção doutrinária nacional sobre sua obra, Niklas Luhmann é reconhecido como um dos mais destacados sociólogos do direito das últimas décadas. Luhmann parte do pressuposto de que a sociedade moderna é complexa e diferenciada funcionalmente. Com base nessas noções, define o sistema juƌídiĐo Đoŵo "opeƌativaŵeŶte feĐhado" e͟ cognitivamente aberto". A teoria de Luhmann reconstitui, em bases originais, os debates sobre a função social do direito e suas relações com o controle e à mudança social. a partir dessas colocações , responda: a - O que se entende por "complexidade"? b - O Ƌue sigŶifiĐa ͞difeƌeŶĐiaçĆo fuŶĐioŶal͟? Đ - O que quer dizer com a afirmação segundo a qual o direito é sistema "operativamente fechado"? d - O que significa "abertura cognitiva do sistema jurídico"? (Elabore sua resposta definitiva em até 30 linhas) - Espelho: ABORDAGEM ESPERADA: Na correção e julgamento das Provas Discursivas e de Sentença, a comissão Examinadora indicada pela Fundação Carlos Chagas considerará, em cada questão, o conhecimento sobre o tema, a utilização correta do idioma oficial e a capacidade de exposição. A - complexidade significativa excesso de possibilidades de comunicação, o que conduz à necessidade de "mecanismos seletivos" expõe o processo social a "elevada contingência". b - na sociedade contemporânea, a comunicação desempenha diferentes e específicas funções. a "diferenciação funcional" é a forma de diferenciação social moderna. em outras épocas , a diferenciação social foi "segmentária" , "geográfica" ou por "estratificação". No contexto moderno, o sistema jurídico desempenha a função de "estabilização e generalização congruente de expectativas norŵativas͟.à essa funçãodiferencia o direito de outros sistemas de comunicação. c - que as operações comunicativas do sistema jurídico mobilizam função, código comunicativo, elementos e centro de tomada de decisões específicos e internas ao sistema jurídico. d - que o sistema jurídico observa e é sensíveis "irritações" provenientes do ambiente externo ao sistema jurídico. Magistratura Estadual - Concurso: TJSP - Ano: 2015 - Banca: VUNESP - Disciplina: Formação Humanística DISSERTAÇÃO - ͞O pƌofissioŶal do Diƌeito, ao construir soluções para os casos, tem um dever analítico. Não bastam boas intenções, não basta intuição, não basta invocar ou elogiar princípios; é preciso respeitar o espaço de cada instituição, comparar normas e opções, estudar causas e consequências, ponderar as vantagens e desvantagens. Do contrário viveremos no mundo da aƌďitƌaƌiedade, ŶĆo do Diƌeito.͟ á paƌtiƌ do tƌeĐho Đitado, disserte sobre a proposição nele contida, abordando os seguintes pontos: a) o enquadramento da propositura nas Questões Discursivas - www.questoesdiscursivas.com.br E-book comprado por Valter Gomes Neves Junior - Proibida a transferência a terceiros escolas jusnaturalistas ou do positivismo jurídico; b) a relação que o texto estabelece entre princípios e normas; c) a relação que a solução baseada exclusivamente em princípios com os tipos de racionalidade jurídica expostos por Max Weber; d) o modo pelo qual o ƌespeito ͞ao espaço de Đada iŶstituiçĆo͟ ƌefeƌido Ŷo tedžto aĐaƌƌeta novos desafios para a legitimidade da jurisdição estatal. - Espelho: NÃO Magistratura Federal - Concurso: TJDFT - Ano: 2015 - Banca: CESPE - Disciplina: Formação Humanística Explique o Ƌue se eŶteŶde poƌ ͞Teoƌia do MíŶiŵo ÉtiĐo͟, abordando especialmente os seguintes aspectos: a) Qual sua importância para a filosofia do direito; b) Quais as principais críticas que se fazem a essa teoria; c) Qual ou quais teorias representam alternativas viáveis à Teoria do Mínimo Ético e as razões pelas quais dela se diferenciam. d) Fazer opção crítica pela teoria que entende mais adequada, explicitando os motivos que o levam a assim decidir. - Espelho: NÃO Magistratura Estadual - Concurso: TJPE - Ano: 2015 - Banca: FCC - Disciplina: Formação Humanística O pluralismo jurídico é tema relevante para sociologia do direito. Boa Boaventura de Souza Santos, por exemplo, diferencia o pluralismo jurídico clássico do novo pluralismo jurídico, típico de sociedades urbanas industrializadas (Para uma revolução democrática da Justiça. São Paulo, Cortez, 3a edição, 2011). José Eduardo Faria aponta para a importância do pluralismo jurídico numa economia globalizada (O direito na economia globalizada. São Paulo, Malheiros,1999). Antônio Carlos Wolkmer identifica o pluralismo jurídico como fonte de produção de uma nova cultura jurídica participativa (Pluralismo Jurídico. Fundamentos de uma nova cultura no Direito. São Paulo, Alfa Omega, 3ª edição, 2001). Responda fundamentadamente: (i) o que é "pluralismo jurídico"? (ii) por que organização,industrialização, globalização e participação são temas identificados com o "pluralismo jurídico"? (iii) Quais as vantagens e desvantagens do "pluralismo jurídico" para o enfrentamento dos desafios do "Acesso à Justiça" e da resolução dos conflitos sociais na atualidade? (elabore sua resposta definitiva em até 30 linhas). - Espelho: Abordagem esperada: na correção e julgamento da Prova Discursiva, a comissão examinadora considerará, em cada questão, o conhecimento sobre o tema, a utilização correta do idioma oficial é a capacidade de exposição. I- apresentação do conceito de pluralismo jurídico: sobreposição espacial intemporal de "normas jurídicas" estatais e não estatais. diferenciação entre monismo (estatalismo) e pluralismo jurídicos. Discussão sobre a pluralidade das fontes do direito. II - segundo os Defensores do pluralismo jurídico, a conflituosidade social moderna exige formas jurídicas dotadas de flexibilidade suficiente para responder as questões específicas que, muitas vezes, escapam a generalidade e abstração típicas das leis estatais. III - debate crítico sobre as virtudes e os problemas do pluralismo jurídico. Dentre as qualidades de, por exemplo, o destaque a maior aderência a padrões de comportamento social particulares e os cuidados com as necessidades econômicas de setores específicos.Dentre os problemas, identificação das incompatibilidades das normas de origem não estatal com os mecanismos de produção legislativa das democracias representativas e a multiplicação de conflitos entre normas provenientes de diferentes fontes, com a criação de dificuldades para manutenção da unidade e a consistência do ordenamento jurídico. Magistratura Estadual - Concurso: TJMS - Ano: 2015 - Banca: VUNESP - Disciplina: Formação Humanística Segundo construção doutrinária do direito, devido, especialmente, ao trabalho teórico de juristas como Ronald Dworkin e Robert Alexy, pode-se afirmar que a juridicidade ou normatividade dos princípios jurídicos passou por três fases distintas até chegar à posição atualmente consolidada. Explique quais são e o que caracterizam essas fases - Espelho: A primeira fase é a jusnaturalista que posiciona os princípios jurídicos em esfera abstrata e metafísica, inspiradores de um ideal de justiça, com dimensão ético-valorativa do Direito, dotado de quase ou nenhuma normatividade. Nessa fase, os princípios gerais do direito são concebidos como axiomas jurídicos ou normas da reta razão, normas universais de bem obrar. São os princípios de justiça, um Direito ideal, conjunto de verdades objetivas derivadas da lei divina e humana. (0,30 ponto) Na segunda fase, a juspositivista, os princípios são incorporados aos Códigos como fonte Questões Discursivas - www.questoesdiscursivas.com.br E-book comprado por Valter Gomes Neves Junior - Proibida a transferência a terceiros normativa subsidiária da inteireza dos códigos legais, válvulas de segurança que garantem o reinado absoluto das leis. Não são encarados como superiores às leis, mas delas deduzidos, supridores dos vazios normativos, como fontes integradoras do Direito e possuem precária normatividade. (0,40 ponto) A terceira fase, o pós- positivismo, deita suas origens nas últimas décadas do século XX, com a hegemonia axiológico-normativa dos princípios, agora positivados nos novos textos constitucionais, os quais assentam os principais padrões pelos quais se investiga a compatibilidade da ordem jurídica aos princípios fundamentais de estalão constitucional; aos princípios que dão fundamento axiológico e normativo ao ordenamento jurídico. Nesta fase, os princípios jurídicos conquistam a dignidade de normas jurídicas vinculantes, vigentes e eficazes para muito além da atividade integratória do direito. Magistratura Estadual - Concurso: TJRJ - Ano: 2014 - Banca: VUNESP - Disciplina: Formação Humanística ͞á sociedade brasileira é muito desigual. Logo, o juiz tem de ser parcial para poder ser imparcial. Deve ser um agente de tƌaŶsfoƌŵaçĆo soĐial͟. CoŵeŶte a afiƌŵaçĆo aĐiŵa, salientando sua posição. - Espelho: NÃO Magistratura Estadual - Concurso: TJMT - Ano: 2014 - Banca: TJMT - Disciplina: Formação Humanística ͞O exercício da magistratura deve ser norteado, entre outros, pelos princípios da imparcialidade, cortesia, segredo profissional, diligencia e integridade pessoal e pƌofissioŶal͟. Diga eŵ Ƌue ĐoŶsisteŵ os pƌiŶĐípios aƋui mencionados, e justifique se todos eles realmente constituem exigências deontológicas impostasà observância indeclinável dos magistrados brasileiros. - Espelho:à à ͞“iŵ,à todosà osà pƌiŶĐípiosà ŵeŶĐioŶadosà constituem exigências deontológicas obrigatoriamente à observância do juiz. O art.1º do Código de Ética da Magistratura Nacional (CEM) estabelece expressamente que o exercício da magistratura deve ser norteado, entre outƌos,à ͚pelosà pƌiŶĐípiosà ;...Ϳà daà Đoƌtesia,à ;...Ϳà doà segƌedoà pƌofissioŶalà;...Ϳà ;eͿàdaàdiligeŶĐia͛.àOàpƌiŶĐipioàdaàĐoƌtesiaà dizàƋueàoàŵagistƌadoà͚àteŵàoàdeveƌàdeàĐoƌtesiaàpaƌaàĐoŵà os colegas, os membros do MP, os advogados, os servidores, as partes, as testemunhas e todos quantos se ƌelaĐioŶeŵàĐoŵàaàadŵiŶistƌaçãoàdaàJustiça͛à;CEM,àaƌt.ϮϮͿ,à eà Ƌueà seà deveà utilizaƌà ͚à liŶguageŵà esĐoƌreita, polida, ƌespeitosaà eà ĐoŵpƌeeŶsível͛à ;CEMà ,à aƌt.ϮϮ,à §à úŶiĐoͿ,à eà ŵesŵoàƋuaŶdoàŶoàdeseŵpeŶhoàdeà͚atividadeàdisĐipliŶaƌ,à de correição e de fiscalização serão exercidas sem infringência ao devido respeito e consideração pelos ĐoƌƌeiĐioŶados͛à ;CEM,à aƌt.Ϯϯ). o principio do sigilo pƌofissioŶalàdeteƌŵiŶaàƋueàoà͚ŵagistƌadoàteŵàoàdeveƌàdeà guardar absoluta reserva, na vida pública e privada, sobre dados ou fatos pessoais de que haja tomado ĐoŶheĐiŵeŶtoà Ŷoà edžeƌĐíĐioà deà suaà atividade͛à ;CEM,à aƌt.à 27), e, quando integrantes de órgãos colegiados, devem ͚pƌeseƌvaƌà oà sigiloà deà votosà Ƌueà aiŶdaà Ŷãoà hajaŵà sidoà proferidos e daqueles de cujo teor tomem conhecimento, eveŶtualŵeŶte,à aŶtesà doà julgaŵeŶto͛à ;CEM,à aƌt.ϮϴͿ.à oà principio da diligencia ou dedicação impõe ao magistrado velaƌà ͚paƌaà Ƌueà osà atosà pƌoĐessuaisà seà Đeleďƌeŵà Đoŵà aà máxima pontualidade e para que os processos a seu cargo sejam solucionados em um prazo razoável, reprimindo toda e qualquer iniciativa dilatória ou atentatória à boa-fĠà pƌoĐessual͛à ;CEM,à aƌt.ϮϬͿ,à eà paƌa taŶtoà͚ŶãoàdeveàassuŵiƌàeŶĐaƌgosàouàĐoŶtƌaiƌàoďƌigaçƁesà que perturbem ou impeçam o cumprimento apropriado de suas funções especificas, ressalvadas as acumulações peƌŵitidasà ĐoŶstituĐioŶalŵeŶte͛à ;CEM,àaƌt.ϮϭͿ,à eà ƋuaŶdoà foƌà oà Đasoà deà ͚aĐuŵulaƌ,à deà ĐoŶfoƌŵidade com a CF, o exercício da judicatura com o magistério deve sempre priorizar a atividade judicial, dispensando-lhe efetiva disponibilidade e dedicação (CEM, art.21, §1º). O principio da integridade prescreve que o magistrado deve comportar-se na vida privada de modo a dignificar a função, cônscio de que o exercício da atividade jurisdicional impõe restrições e exigências pessoais distintas das acometidas aos cidadãos em geral (CEM, art.15). por isso, deve o magistrado recusar benefícios ou vantagens de ente público, de empresa privada ou de pessoa física que possam comprometer sua independência funcional (CEM, art. 18), e deve adotar as medidas necessárias para evitar que possa surgir qualquer duvida razoável sobre a legitimidade de suas receitas e de sua situação econômico-patrimonial (CEM, aƌt.à ϭϵͿ.͟à ;à Gaďaƌitoà doà Deseŵďaƌgadoƌà JosĠà Feƌƌeiƌaà Filho). Magistratura Estadual - Concurso: TJRN - Ano: 2014 - Banca: CESPE - Disciplina: Formação Humanística Discorra sobre a desjudicialização das relações sociais, abordando o seu conceito e os motivos que justificam sua adoção. Questões Discursivas - www.questoesdiscursivas.com.br E-book comprado por Valter Gomes Neves Junior - Proibida a transferência a terceiros Indique, ainda, três diplomas jurídicos (leis ou atos constitucionais) já elaborados com esse propósito. - Espelho: 1- Uso das normas do registro formal culto da língua portuguesa e capacidade de exposição - 0,00 a 0,25 - 2- Conhecimento do tema - 2.1 Conceito de desjudicialização das relações sociais 0,00 a 0,75 - 2.2 Motivos que justificam a adoção da desjudicialização das relações sociais 0,00 a 0,7- 2.3 Três diplomas jurídicos (leis ou disposições constitucionais) elaborados com o propósito de desjudicialização das relações sociais - 0,00 a 0,75 Magistratura Estadual - Concurso: TJDFT - Ano: 2014 - Banca: CESPE - Disciplina: Formação Humanística Discorra sobre os mecanismos autocompositivos, com foco nos fundamentos jurídicos da conciliação (0,15), nos princípios e estratégias da mediação (0,15) e na análise de técnicas, posturas (0,30), condutas e procedimentos (0,30) aptos a facilitar a mediação e a obter a solução conciliada dos conflitos. - Espelho: Os mecanismos autocompositivos são espécies de métodos alternativos de solução de conflitos, que têm como característica essencial a iniciativa das partes em construir uma solução para o embate. Os métodos que nos interessam, no caso, são: conciliação e mediação (em razão da delimitação estabelecida na questão): Conciliação: procedimento em que um terceiro (o conciliador) procura obter um consenso das partes em conflito e, com base nele, propõe um acordo que ponha fim ao embate. O conciliador não analisa as razões psicológicas que levaram ao conflito, mas busca delimitar, objetivamente, a questão em litígio, para tentar propor uma solução. (não foi exigido o conceito, mas será valorado em favor do candidato que o apresentar, de forma válida, em complemento à resposta específica sobre o que foi objeto de questionamento) Fundamentos jurídicos da conciliação - A conciliação, como valor prevalente na resolução de controvérsias, foi alçada a um status de princípio informativo do sistema processual brasileiro, não sendo novidade em nosso ordenamento jurídico, existindo desde a época das Ordenações Filipinas, em seu Livro III, Título XX, § 1º. Atualmente, há previsão expressa tanto no Código de Processo Civil (arts. 125, IV, 269, III, 277, 331, 448, 449 e 475-N, III e V), quanto no Código Civil (art. 840), na Lei de arbitragem – 9.307/1995 (arts. 21, § 4º e 28), no Código do Consumidor (arts. 5º, IV, 6º, VII e 107) ou, ainda, na Lei 9099/1995 dos Juizados Especiais, na qual se consagra como princípio jurídico (art. 2º). A Constituição Federal prevê a pacificação social como um dos objetivos fundamentais da República (art. 3º, I), atribuindo ao juiz, como agente político, a implementação de alternativas jurisdicionais, adequadas e céleres, para consecução deste objetivo (art. 5º LXXVIII). O Conselho Nacional de Justiça promove desde 2006 grande Movimento pela Conciliação, incentivando os Tribunais de Justiça, Tribunais Regionais Federais e Tribunais do Trabalho a promoverem conciliação em suas ações, inclusive com implantação de centros judiciais de solução de conflitos e núcleos permanentes de conciliação e mediação (Resolução 125 do CNJ). Mediação: nesse caso, um mediador neutro e imparcial facilita o diálogo entre as partes envolvidas, fazendo com que os próprios interessados solucionem o conflito. O mediador não tem a função de decidir o conflito, mas sim de propiciar condições para que as partes envolvidas possam dialogar a fim de que, juntas, possam realizar escolhas voluntárias e construir um acordo baseado no entendimento mútuo. A mediação não possui formas rígidas, mas sua realização profissional é caracterizada por métodos de abordagem elaborados e comprovados com rigor científico. (não foi exigido o conceito, mas será valorado em favor do candidato que o apresentar, de forma válida, em complemento à resposta específica sobre o que foi objeto de questionamento) O mediador deve seguir algumas estratégias para que o diálogo seja possível: a) controle do processo (interrompendo as partes quando necessário); b) deslocamento das emoções negativas para positivas; c) facilidade para migrar das posições enunciadas para fazer emergir os reais interesses dos participantes; d) concentraçãonas emoções positivas; e)reconhecimento e validação de sentimentos; d) desenho do futuro com base no sucesso das ações relacionadas com essas emoções. Focaliza-se o bom e trabalha-se para construí-lo. Podem ainda ser indicados como técnicas ou estratégias de mediação: a compreensão do caso (identificação de questões, interesses e sentimentos; fragmentação das questões; recontextualização); o tom da mediação (comunicação acessível, linguagem neutra e o ritmo da mediação); o empoderamento das partes (reforçar o que já foi realizado e enfocar no futuro – visão prospectiva da disputa) Obs.: relação apenas exemplificativa. Não esgota a matéria. Não há necessidade de indicação de todos os métodos. Poderão Questões Discursivas - www.questoesdiscursivas.com.br E-book comprado por Valter Gomes Neves Junior - Proibida a transferência a terceiros ser indicados alguns fundamentos da negociação (separar as pessoas do problema; ouvir ativamente; despolarizar o conflito. Afinal, mediação é negociação assistida por terceiros) Princípios da mediação: Para as partes: a) voluntariedade – a mediação somente será eficaz se os participantes estiverem exercendo seu direito de escolha. Qualquer das partes tem o direito de retirar-se da mediação a qualquer momento; b) livre decisão ou autodeterminação – As partes em disputa têm a faculdade, o direito e o poder de definir suas questões, necessidades e soluções e de determinar o resultado das tratativas, sendo de sua exclusiva responsabilidade as decisões que vierem a ser acordadas durante o processo de mediação. Para o mediador: a)imparcialidade – o mediador não defende nem representa qualquer das partes, mas cria espaços para recíproco respeito e escuta, não impedindo que se corrijam eventuais desequilíbrios entre os mediandos (evitar preconceitos, não julgar aparências, filtrar percepções tendenciosas, não influenciar opiniões); b) neutralidade – é a capacidade de respeitar as diferenças das pessoas, sem interferir nos conteúdos acordados, somente os adequando ao contexto legal; c) confidencialidade – o mediador tem dever de guardar sigilo sobre as informações obtidas no processo mediatório, exceto em casos que o próprio direito o autorize a denúncia, como maus-tratos, risco de morte ou delitos graves; d) profissionalização – formação profissional adequada ao manejo dos conflitos, na administração de disputas e na busca de soluções que equalizem os direitos e responsabilidades das partes. Obs.:Não há necessidade de definição, sendo suficiente a indicação dos princípios relacionados às partes e ao mediador para que a resposta seja considerada correta Técnicas e posturas que devem ser usadas para facilitar a mediação: a) condução ativa da entrevista: as interações verbais devem ser guiadas pelo mediador, com perguntas realizadas a fim de captar o estado emocional dos envolvidos, bem como para extrair as questões que constituem o cerne do conflito; b)estabelecimento de rapport: palavra francesa que designa uma relação de empatia com o interlocutor –estabelecimento de uma relação de confiança. O mediador deve inspirar uma empatia, um respeito pelas partes, o que não se confunde com amizade ou intimidade, até porque impera o dever de imparcialidade no procedimento; c) adequação comunicacional: ciente da singularidade de cada parte, o mediador deve adequar sua comunicação verbal e não verbal a fim de fazer com que as partes dialoguem. Para isso, é função do mediador observar detalhes importantes, como o nível sociocultural, econômico, grau de escolaridade, aspectos culturais, regionais, enfim, tudo o que possa ser útil para propiciar as interações que possam levar a um acordo; d) gerenciamento de emoções: é natural que os envolvidos em uma mediação não estejam em estado emocional confortável. É comum o aparecimento de frustrações, angústias, raiva, principalmente se o conflito for de natureza familiar. Por isso, cabe ao mediador gerenciar eventual agressividade e conduzir a mediação para canalizar emoções de forma positiva. A solução para o conflito pode ser ainda construída a partir de algumas condutas ou procedimentos: a) gerenciamento da comunicação verbal e não verbal: a comunicação é elemento essencial na formação do acordo. A escolha dos atos e das palavras guiará o êxito da solução; b) escuta dinâmica (ouvir ativamente as partes): escutar e entender o que está sendo dito, sem se deixar influenciar pelos pensamentos judicantes ou que contenham juízo de valor. Seleção cuidadosa das informações fornecidas pelas partes, pois em condições emocionais podem sofrer significativa alteração de sentido c) técnica de interrogação: a maneira como se pergunta é uma forma de determinar o fluxo de informações e as interações entre os envolvidos no conflito; d)sumário: sintetizar o que foi exposto pela parte oportuniza confirmação das declarações prestadas, bem como eventual retificação ou complementação de algum dado; e)isolamento dos envolvidos: dado o grau de animosidade inicial, nem sempre é possível estabelecer o imediato diálogo entre as partes. Por isso, recomenda-se a utilização de sessões individualizadas para conseguir obter os dados que as partes possam fornecer, além de prepará-las para um acordo; f)divisão do problema (fracionamento das questões): o conflito pode se apresentar de maneira bastante complexa. Se assim ocorrer, convém que o problema seja seccionado em questões menores, a fim de facilitar a resolução do litígio. Obs.: a resposta será considerada parcialmente correta se forem indicados técnicas, posturas, condutas e procedimentos sem definição mínima, diante do comando daà Ƌuestãoà deà ͞aŶĄlise͟à dessesà eleŵeŶtos.à Biďliogƌafia:à Vade Mecum Humanístico/ coordenação Alvaro de Azevedo Gonzaga, Nathaly Campitelli Roque –3ª ed. rev., atual. e ampl. – São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2012. Azevedo, André Gomma (org.).2009. Manual de Mediação Judicial (Brasília/DF: Ministério da Justiça e Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – Questões Discursivas - www.questoesdiscursivas.com.br E-book comprado por Valter Gomes Neves Junior - Proibida a transferência a terceiros PNUD). Fisher, Roger; Ury, William. Como Chegar ao Sim: a negociação de acordos sem concessões. Ed. Imago, 2005.1- Utilização correta do idioma oficial e capacidade de exposição - 2 Desenvolvimento do tema - 2.1 Mecanismos autocompositivos - 2.1.1 Fundamentos da conciliação - 2.1.2 Princípios e estratégias da mediação - 2.2 Análise de técnicas, posturas, aptas a facilitar a mediação - 2.3 Análise condutas e procedimentos aptos facilitar a obtenção da solução conciliada dos conflitos Magistratura Estadual - Concurso: TJSP - Ano: 2014 - Banca: VUNESP - Disciplina: Formação Humanística DISSERTAÇÃO - Disserte: a) sobre o conceito analógico de ͞diƌeito͟ e ďͿ os tipos de saďeƌ juƌídiĐo. - Espelho: NÃO Magistratura Estadual - Concurso: TJPR - Ano: 2014 - Banca: TJPR - Disciplina: Formação Humanística Disserte sobre a superação dos métodos de interpretação mediante puro raciocínio lógico-dedutivo e o método de interpretação pela lógica do razoável. Para tanto, desenvolva (i) o papel da norma, (ii) o papel do magistrado, (iii) cláusulas gerais e normatividade dos princípios, (iv) colisões entre normas e ponderação e (v) argumentação. - Espelho: (i) Na interpretação mediante puro raciocínio lógico-dedutivo (tradicional), os métodos tradicionais de interpretação normativa reduzem o papel da norma a prever hipóteses de incidência para solução dos problemasjurídicos. Na interpretação pela lógica do razoável (contemporânea) o papel da norma é dar um início de significação. (até 0,2) (ii) Na interpretação tradicional, o papel do juiz é identificar a norma aplicável ao caso concreto, por meio da subsunção. Na interpretação contemporânea, o papel do juiz é não apenas aplicar, mas co-criar a norma. (até 0,2) (iii) A interpretação contemporânea aprimora a aplicação das cláusulas gerais,, que são conceitos jurídicos indeterminados (ordem pública, interesse social, boa fé) e a normatividade dos princípios, em prol da aplicação dos valores que fundamentam e imantam o sistema ou o subsistema jurídico (dignidade da pessoa humana, razoabilidade, eficiência) (até 0,2) (iv) Para a interpretação contemporânea, as colisões de normas (inclusive constitucionais) são consideradas naturais, em razão da dialeticidade da constituição e do ordenamento (desenvolvimento x proteção ambiental, livre iniciativa x proteção ao consumidor). Por isso, ganha maior relevância a ponderação, assim entendidas as concessões recíprocas com busca da preservação normativa mútua ou escolha do direito prevalente no caso concreto, por meio da aplicação do princípio instrumental da razoabilidade (até 0,2) (v) A argumentação constitui meio de controle da legitimidade das decisões, especialmente nos casos díficeis em que o juiz deve optar por uma de vĄƌiasàsoluçƁesàpossíveis∕ƌazoĄveisà;atĠàϬ,ϮͿ Ministério Público Estadual - Concurso: MPE-PR - Ano: 2014 - Banca: MPE-PR - Disciplina: Formação Humanística Explique a afirmação de Ronald Dworkin (in Levando os Direitos a Sério, São Paulo: Martins Fontes, 2002), quando busca distinguir princípios de regras, de que estas últimas (regras) são aplicáveis à maneira do tudo-ou-nada. - Espelho: Regras são, normalmente, relatos objetivos, descritivos de determinadas condutas e aplicáveis a um conjunto delimitado de situações. Ocorrendo a hipótese prevista no seu relato, a regra deve incidir, pelo mecanismo tradicional da subsunção: enquadram-se os fatos na previsão abstrata e se produz uma conclusão. Dados os fatos que uma regra estipula, então ou a regra é válida, e neste caso a resposta que ela fornece deve ser aceita, ou não é válida, e neste caso em nada contribui para a decisão. Na hipótese do conflito entre duas regras, só uma será válida e irá prevalecer. Princípios, por sua vez, contêm relatos com maior grau de abstração, não especificam a conduta a ser seguida e se aplicam a um conjunto amplo, por vezes indeterminado, de situações. Os princípios frequentemente entram em tensão dialética, apontando direções diversas. Por essa razão, sua aplicação deverá se dar mediante ponderação: à vista do caso concreto, o intérprete irá aferir o peso que cada princípio deverá desempenhar na hipótese, mediante concessões recíprocas, e preservando o máximo de cada um, na medida do possível. Defensoria Pública Estadual - Concurso: DPE-PR - Ano: 2014 - Banca: UFPR - Disciplina: Formação Humanística Para nós, o objeto principal da justiça é a estrutura básica da sociedade, ou, mais precisamente, o modo como as principais instituições sociais distribuem os direitos e os deveres fundamentais e determinam a divisão das vantagens decorrentes da cooperação social. (John Rawls, Uma teoria da justiça). A teoria da justiça de John Rawls, Questões Discursivas - www.questoesdiscursivas.com.br E-book comprado por Valter Gomes Neves Junior - Proibida a transferência a terceiros apresentada em 1973, refundou os estudos em ciência política e direito acerca do tema, e ainda hoje é o parâmetro central de discussões sobre as relações entre justiça, igualdade e liberdade. a) Descreva os aspectos da teoria da justiça de Rawls que legitimaram as ações afirmativas. Fundamente adequadamente sua resposta. b) A teoria da justiça de Rawls refere-se às instituições básicas da sociedade. Partindo deste ponto, os institutos jurídicos que ampliaram o acesso à Justiça, consolidados em sede constitucional, são compatíveis com esta teoria? Fundamente adequadamente sua resposta, apontando ao menos dois destes institutos. - Espelho: Tópico a - Princípios da justiça de Rawls, especialmente o princípio da diferença; Até 1,0 - Neocontratualismo de Rawls, descrevendo o mecanismo rawlsiano; Até 0,5 - Papel do Estado e das instituições da sociedade Até 0,5 - “upeƌaçãoàdoàĐoŶĐeitoàdeà͞igualdadeà deà opoƌtuŶidades͟à átĠà Ϭ,ϱà - Relação com o regime democrático Até 0,5 - Tópico b - Institutos democráticos (Defensoria Pública; Juizados; Ministério Público; ações de controle de constitucionalidade; possibilidade de tutela coletiva; assistência jurídica gratuita); Até 1,0 - Acesso à justiça como bem a ser distribuído e cujo esquema de distribuição deverá ser melhorado pelas instituições básicas da sociedade; e a relação de tais institutos com a concepção rawlsiana de sociedade justa, qual seja, se o funcionamento de tais institutos incrementa a parcela de recursos (bens primários) dos membros menos favorecidos da sociedade. Magistratura Estadual - Concurso: TJAM - Ano: 2013 - Banca: FGV - Disciplina: Formação Humanística͞...poƌƋue o equitativo, embora superior a uma espécie de justiça, é justo, e não é como coisa de classe diferente que é melhor do que o justo. A mesma coisa, pois, é justa e equitativa, e, eŵďoƌa aŵďos sejaŵ ďoŶs, o eƋuitativo Ġ supeƌioƌ͟. (Aristóteles. Ética a Nicômaco. 1137b 5-10. In Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1973, p. 336). Explique a relação entre justiça, legalidade e equidade, segundo Aristóteles. - Espelho: Conforme exposto por Aristóteles na obra Ética a Nicômaco, a Justiça se realiza como uma relação de legalidade e de igualdade. Como, em certos casos, a generalidade da lei impede ou dificulta a realização da justiça, aquele que decide no caso concreto deve considerar a singularidade do caso e de seus agentes para tomar a decisão mais justa no contexto daquele caso. Para isso deve tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, visando manter a igualdade que produz a justiça. A resposta, para ser considerada correta, deveria essencialmente apresentar que para Aristóteles, conforme exposto na obra Ética a Nicômaco, a Justiça se realiza como uma relação de legalidade e de igualdade. Como, em certos casos, a generalidade da lei impede ou dificulta a realização da justiça, aquele que decide no caso concreto deve considerar a singularidade do caso e de seus agentes para tomar a decisão mais justa no contexto daquele caso concreto. Para isso deve tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, visando manter a igualdade que produz a justiça. Magistratura Estadual - Concurso: TJSC - Ano: 2013 - Banca: TJSC - Disciplina: Formação Humanística͞á linguagem é o que está dado e, portanto, não pode ser produto de um sujeito solipsista (Selbstsüchtiger), que constrói o seu próprio objeto de conhecimento. [...] Não hĄ ŵais uŵ ͚sujeito solitĄƌio͛; agoƌa hĄ uŵa ĐoŵuŶidade Ƌue aŶteĐipa ƋualƋueƌ ĐoŶstituiçĆo de sujeito͟ ;IŶ: “T‘ECK, Lenio Luiz. O que é isto – decido conforme minha consciência?. 3. ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2012. p. 17). A partir desse referente teórico, discorra, em atĠ ϯϬ ;tƌiŶtaͿ liŶhas, a ƌespeito de: aͿ ͞paŶpƌiŶĐipiologia͟ ; ďͿ pƌiŶĐípio da ͞ƌazoaďilidade͟; ĐͿ ͞deĐisioŶisŵo͟. - Espelho: NÃO Magistratura Estadual - Concurso: TJAM - Ano: 2013 - Banca: FGV - Disciplina: Formação Humanística ͞NiŶguĠŵ duvida que se espera dos juízes que se comportem de acordo com certos padrões de conduta dentro e fora dacorte. São eles meras expectativas de decoro voluntário a ser exercido sob um nível pessoal ou são eles as expectativas que necessitam ser observadas por um grupo profissional particular no próprio interesse e da comunidade? Como essa é uma observação fundamental, é necessário fazer algumas observações elementares. Formamos um grupo especial na comunidade. Compreendemos uma seleta parte de uma honrada pƌofissĆo. É‐Ŷos ĐoŶfiado, a Đada dia, o edžeƌĐíĐio de considerável poder. Seu exercício tem efeitos dramáticos sobre as vidas e fortunas daqueles que vêm até nós. Os cidadãos não podem ter certeza de que eles ou suas fortunas algum dia estarão sob nosso julgamento. Eles não desejarão que tal poder repouse em alguém cuja Questões Discursivas - www.questoesdiscursivas.com.br E-book comprado por Valter Gomes Neves Junior - Proibida a transferência a terceiros honestidade, habilidade ou comportamento pessoal seja questionável. É necessário para a continuidade do sistema da lei, como o conhecemos, que existam padrões de conduta dentro e fora da corte que se destinam a manter a ĐoŶfiaŶça ŶaƋuelas edžpeĐtativas͟.;THOMá“, J.B. JudiĐial Ethics in Australia. Sydney: Law Book Co, 1988. p.7.apud NAÇÕES UNIDAS [ONU]. Comentários aos Princípios de Bangalore de Conduta Judicial. Brasília: Conselho da Justiça Federal. 2008) Considerando o trecho da obra acima como mera reflexão inicial, à luz do Código de Ética da Magistratura Nacional, responda aos itens a seguir. A)Explicite os princípios norteadores do exercício profissional. B)Apresente as considerações oficiais que justificaram a adoção de um código específico para os magistrados. - Espelho: NÃO Magistratura Estadual - Concurso: TJAM - Ano: 2013 - Banca: FGV - Disciplina: Formação Humanística ͞O instrumento de aplicação das leis é o juiz, que está sujeito à dialética entre o Direito e a Moral [...] essa dialética pode ser estudada a partir dos três princípios da Ética moderna. O pƌiŵeiƌo Ġ o da uŶiveƌsalidade ‐ a ĠtiĐa ŶĆo pode ser uma hoje e outra amanhã. Há também o princípio da digŶidade, Ƌue diz Ƌue o ͚seƌ ƌaĐioŶal͛ ŶĆo pode seƌ tƌatado apeŶas Đoŵo ͚ŵeio͛, ŵas taŵďĠŵ Đoŵo o ͚fiŵ͛, para quem as leis se direcionam. E por último a autonomia ‐ a ŵoƌal Ġ uŵ pƌoduto da ƌaĐioŶalidade huŵaŶa͟. (Manuel Atienza. Trecho de palestra proferida no evento ͞ÉtiĐa Ŷo JudiĐiĄƌio: teŶdġŶĐias iŶteƌŶaĐioŶal e ŶaĐioŶal͟, Ŷo auditſƌio do “TJ. IŶfoƌŵativo Biŵestƌal do CJF Ŷ. ϱ ‐ 2007]). A relação entre Direito e Moral é tema recorrente no estudo jurídico, não obstante terem existido (e ainda persistam) divergências sobre esta questão. Relacione legalidade e moralidade tendo como base os principais elementos da teoria de Ronald Dworkin, conforme sua proposta original, mantida, pelo menos, até 2006. - Espelho: NÃO Magistratura Estadual - Concurso: TJSC - Ano: 2013 - Banca: TJSC - Disciplina: Formação Humanística A Filosofia do Direito, na discussão sobre o sentido das normas juƌídiĐas ;iŶteƌpƌetaçĆo do DiƌeitoͿ, ĐoŶĐlui Ƌue: ͞á interpretação é, portanto, fator de construção do sistema jurídico. É impossível pensar as tramas jurídicas sem a atividade edžegĠtiĐa.͟ ͞Deve-se repisar que interpretar é fazer da literal letra da lei um dado real da vida de existentes e palpáveis cidadãos e cidadãs. O estudioso do Direito que só aplica a lei em sua frieza (summus ius, summa iuria) desconhece a verdadeira razão de ser do Direito, vale dizer, seu potencial transformador e eƋuaŶiŵizadoƌ das ƌelaçƁes soĐiais.͟ ;Bittaƌ, Eduaƌdo Carlos Bianca. Curso de filosofia do direito. 8ª ed., São Paulo: Atlas, 2010, p. 591).O Superior Tribunal de Justiça já oďseƌvou Ƌue ͞ŶeŶhuŵ diƌeito, poƌ mais importante que seja, pode ser visto como absoluto, ficando sempre ĐoŶdiĐioŶado ao edžaŵe do ĐoŶtedžto fĄtiĐo͟ ;‘M“ ϭϯ.ϰ9ϲ- PR, Rel. Min. José Delgado).Argumente sobre a interpretação lógica (raciocínio razoável) e aplicação do Direito, observando e esclarecendo, quanto à última, suas foŶtes ;eŵ atĠ ϯϬ liŶhasͿ HuŵaŶístiĐa͟, iteŵ IV – Filosofia do Diƌeito, suďiteŵ ͞á iŶteƌpƌetaçĆo do Diƌeito. á Superação dos métodos de interpretação mediante puro raciocínio lógico-dedutivo. O método de interpretação pela lſgiĐa ƌazoĄvel͟, e iteŵ V – Teoria Geral do Direito e da PolítiĐa, suďiteŵ ͞Diƌeito oďjetivo e Diƌeito suďjetivo. Fontes do Direito objetivo. Princípios gerais de Direito. JuƌispƌudġŶĐia. “úŵula viŶĐulaŶte͟. - Espelho: NÃO Magistratura Estadual - Concurso: TJRJ - Ano: 2013 - Banca: TJRJ - Disciplina: Formação Humanística COTEJAR A FIGURA ARISTOTÉLICA DA RÉGUA DE LESBOS COM A APLICAÇÃO JUDICIAL DAS NORMAS POSITIVAS. - Espelho: NÃO Magistratura Federal - Concurso: TJDFT - Ano: 2013 - Banca: TJDFT - Disciplina: Formação Humanística Explicar o Ƌue se eŶteŶde poƌ ͞LſgiĐa do ‘azoĄvel͟, aďoƌdaŶdo, especialmente, os seguintes tópicos: a) Os principais elementos que a diferenciam da lógica formal ou matemática, aplicada ao direito. b) Qual sua importância, se alguma, para o trabalho do julgador? - Espelho: PARTE 1 – ͞LſgiĐaàdoà‘azoĄvel͟àĠàuŵàŵĠtodoà interpretativo das normas jurídicas, leva em conta critérios estimativos, de valor e finalísticos. PARTE 2 – Distinção com a Lógica Formal – Apreciação puramente racional x apreciação fundada em valores sociais e pessoais. Utilização de critérios de razoabilidade e proporcionalidade. PARTE 3 – importância para o trabalho do julgador – é de relevância importância para o trabalho do julgador, pois propicia decisões mais aperfeiçoadas ou mais justas. Questões Discursivas - www.questoesdiscursivas.com.br E-book comprado por Valter Gomes Neves Junior - Proibida a transferência a terceiros Defensoria Pública Estadual - Concurso: DPE-SP - Ano: 2013 - Banca: FCC - Disciplina: Formação Humanística Na oďƌa O Ƌue Ġ justiça?,Ŷo Đapítulo iŶtitulado ͞á doutƌiŶa da justiça de áƌistſteles͟, HaŶs KelseŶ aŶalisa aspeĐtos essenciais da doutrina aristotélica da justiça. Explicite a análise realizada por Kelsen relativamente aos seguintes pontos: a. A relação entre a virtude moral e a Doutrina do Meio em Aristóteles. B. A virtude da justiça em Aristóteles. B1. A justiça em sentido geral. B.2. A justiça em sentido particular(justiça distributiva e justiça corretiva). - Espelho: Espera-se que o candidato consiga explicitar a análise realizada pelo autor acerca da doutrina da justiça de Aristóteles. Além do conhecimento do conteúdo a ser explicitado, serão considerados os seguintes aspectos: clareza e correção da escrita (conhecimento do vernáculo), capacidade de síntese e coerência na forma de organização da resposta. A) O candidato deve capaz de explicitar a análise de Kelsen acerca da Doutrina do meio ( mesótes) enquanto critério utilizado por Aristóteles para definir e caracterizar as virtudes morais. B) 1. O candidato deve ser capaz de explicitar a análise de KelseŶà soďƌeà oà ĐoŶĐeitoà aƌistotĠliĐoà deà ͞à justiçaà eŵà seŶtidoà geƌal͟,à evidenciando a sua implicação com o problema da legitimidade. 2- O candidato deve ser capaz de explicitar a análise de Kelsen sobre o conceito aƌistotĠliĐoà deà ͞justiçaà eŵà seŶtidoà paƌtiĐulaƌ͟,à evidenciando a sua implicação com o problema da igualdade. Para tanto, deverá explicar as duas formas da justiça particular: a justiça distributiva e a corretiva. Defensoria Pública Estadual - Concurso: DPE-SP - Ano: 2013 - Banca: FCC - Disciplina: Formação Humanística No livro Vigiar e Punir, o filósofo Michel Focault analisa três formas punitivas historicamente situadas: o suplicio, as penas proporcionais aos crimes e a prisão. Segundo sua analise, cadauma destas formas punitivas vincula-se, em seus princípios, sua forma e seus efeitos, a uma deteƌŵiŶada ͞eĐoŶoŵia do podeƌ͟, taŵďĠŵ historicamente localizada. Explicite a análise realizada pelo autor sobre a forma punitiva consistente no suplício, considerando os seguintes aspectos: a. O que é o suplício. Os principais elementos que caracterizam essa forma punitiva. B. A relação entre o suplício e a descoberta de verdade do crime. C. A relacao entre a manifestação da verdade do crime e a forma da execução do suplicio(execução pública). D. O significado do suplicio Đoŵo uŵ ͞ƌitual polítiĐo͟. - Espelho: Espera-se que o candidato consiga explicitar a análise realizada pelo autor acerca da forma punitiva consistente no suplício ( pena física), enquanto expressão ĐoŶĐƌetaà daà ͞eĐoŶoŵiaà ͞à doà podeƌà soďeƌaŶo.à álĠŵà doà conhecimento do conteúdo a ser explicitado, serão considerados os seguintes aspectos: Clareza e correção da escrita (conhecimento do vernáculo), capacidade de síntese e coerência na forma de organização da resposta. A) O candidato deve ser capaz de definir o suplicio como uma pena corporal e caracteriza-la a partir dos seus principais elementos constitutivos: a produção de certa quantidade de sofrimento; a correlação entre o tipo de ferimento físico e a gravidade do crime, a pessoa do criminoso, bem como o nível social de suas vitimas.b) O candidato deve ser capaz de mostrar a relação entre a forma do suplicio e a determinação da própria verdade sobre o crime, ou seja, mostrar que no suplicio misturam- se um ato de instrução e um elemento de punição.c) O candidato deve ser capaz de mostrar que a execução pública do suplicio tinha função de realizar uma ŵaŶifestaçãoà ͞atual͟à daà veƌdadeà doà Đƌiŵe.à ássiŵ,à aà execução pública incluía os seguintes aspectos; o culpado era o arauto de sua própria condenação; o suplício seguia a cena da confissão; o estabelecimento de relações decifráveis entre o suplício (pena) e o crime; o suplicio constituía-se ao final de seu ritual, como uma derradeira prova. D) O candidato deve ser capaz de mostrar implicação entre a forma punitiva do suplicio e a ͞eĐoŶoŵia͟à doà podeƌà soďeƌaŶo.à áà edžpliĐitaçãoà dosà elementos que constitui o suplício como um ritual politico evidenciará o vinculo desta forma punitiva como o modelo do poder soberano Repetida - Magistratura Federal - Concurso: STM - Ano: 2013 - Banca: CESPE - Disciplina: Formação Humanística Para nós, o direito não pode prescindir de sua estrutura formal, tampouco de sua função normativa ou teleológica, de maneira que a conduta humana, objeto de uma regra jurídica, já se acha qualificada de antemão por esta, tal como o exigem a certeza e a segurança.Segundo os adeptos do Direito Livre, o juiz é como que legislador em um pequenino domínio, o domínio do caso concreto. Assim como o legislador traça a norma genérica, que deverá abranger todosos casos futuros, concernentes à matéria, caberia ao juiz legislar, não apenas por equidade, mas, toda vez que lhe parecer, por motivos de ordem científica, inexistente a lei apropriada ao caso específico: estamos, pois, no pleno domínio do arbítrio do intérprete. Questões Discursivas - www.questoesdiscursivas.com.br E-book comprado por Valter Gomes Neves Junior - Proibida a transferência a terceiros O Direito Livre, que ainda se debate e se discute, foi, como disse o juƌista italiaŶo Mas ásĐoli, ͞uŵa veŶtaŶia ƌoŵąŶiĐa Ƌue assolou os doŵíŶios da JuƌispƌudġŶĐia͟. O Ƌue se queria era antepor o valor do caso concreto à previsão racional da generalidade dos casos. Não se poderá dizer que o assunto já esteja superado: uns sustentam ainda hoje que a lei é lei e deve ser interpretada na sua força lógica, ao passo que outros pretendem transformar a lei em meras balizas na marcha da liberdade do intérprete, como reclama, exageradamente, o chamado Direito Alternativo. A teoria da interpretação, que prevaleceu até poucos anos atrás, procedia como a antiga Psicologia, que edžpliĐava as ideias Đoŵo ͞uŵa assoĐiaçĆo de iŵageŶs͟: começava pela análise de cada preceito para, paulatinamente, reuni-los e obter o sentido global da lei. Cumpre, ao contrário, reconhecer que o processo interpretativo não obedece a essa ascensão mecânica das partes ao todo, mas representa antes uma forma de captação do valor das partes inserido na estrutura da lei, por sua vez inseparável da estrutura do sistema e do ordenamento. É o que se poderia denominar hermenêutica estrutural. Fim da lei é sempre um valor, cuja preservação ou atualização o legislador teve em vista garantir, armando-o de sanções, assim como também pode ser fim da lei impedir que ocorra um desvalor. Ora, os valores não se explicam segundo nexos de causalidade, mas só podem ser objeto de um processo compreensivo que se realiza mediante o confronto das partes com o todo e vice-versa, iluminando-se e esclarecendo-se reciprocamente, como é próprio do estudo de qualquer estrutura social. Nada mais errôneo do que, tão logo promulgada uma lei, pinçarmos um de seus artigos para aplicá-lo isoladamente, sem nos darmos conta de seu papel ou função no contexto do diploma legislativo. Seria tão precipitado e ingênuo como dissertarmos sobre uma lei, sem estudo de seus preceitos, baseando-nos apenas em sua ementa. Essas considerações iniciais visam pôr em realce os seguintes pontos essenciais da hermenêutica estrutural: a) toda interpretação jurídica é de natureza teleológica (finalística) fundada na consistência axiológica (valorativa) do Direito; b) toda interpretação jurídica dá-se em uma estrutura de significações, e não de forma isolada; c) cada preceito significa algo situado no todo do ordenamento jurídico. Pois bem, dessa compreensão estrutural do problema resulta, em primeiro lugar, que o trabalho do intérprete, longe de reduzir-se a uma passiva adaptação a um texto, representa um trabalho construtivo de natureza axiológica, não só por se ter de captar o significado do preceito, correlacionando-o com outros da lei, mas também porque se deve ter presentes os da mesma espécie existentes em outras leis: a sistemática jurídica, além de ser lógico-formal, como se sustentava antes, é também axiológica ou valorativa. Miguel Reale. Lições preliminares de direito. 27.ª ed., São Paulo: Saraiva, 2004, p. 289-91 (com adaptações). Considerando que o fragmento de texto acima tem caráter unicamente motivador, disserte sobre a necessidade de superação dos métodos de interpretação mediante puro raciocínio lógico- dedutivo, abordando, necessariamente, os seguintes aspectos: 1- principais métodos de interpretação reconhecidos pela teoria da interpretação jurídica; [valor: 0,35 ponto] 2- crítica ao caráter lógico-dedutivo desses métodos; [valor: 0,60 ponto] 3- exigências contemporâneas para uma adequada interpretação das normas jurídicas. [valor: 0,85 ponto] - Espelho: 1 -Uso das normas do registro formal culto da língua portuguesa e capacidade de exposição 0,00 a 0,20 0,20 - 2.1 Principais métodos de interpretação reconhecidos pela teoria da interpretação jurídica 0,00 a 0,35 0,32 - 2.2 Crítica ao caráter lógico-dedutivo desses métodos 0,00 a 0,60 0,55 - 2.3 Exigências contemporâneas para uma adequada interpretação das normas jurídicas Magistratura Estadual - Concurso: TJPR - Ano: 2013 - Banca: PUC-PR - Disciplina: Formação Humanística Qual o principal objetivo da Política Judiciária Nacional de tratamento adequado dos conflitos de interesses instituída pelo Conselho Nacional de Justiça e quais os mecanismos propostos pelo
Compartilhar