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Caderno 1ª prova | Administrativo I (José Neto)

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Marília de Mattos Ivo Junqueira 
maridmij@gmail.com 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO I 
DOCENTE: JOSÉ NETO 
EMAIL: JOSOARESNETO@YAHOO.COM.BR 
 
DATA DA AVALIAÇÃO 1: 17 DE SETEMBRO 
DATA DA AVALIAÇÃO 2: 12 DE NOVEMBRO 
LEITURA OBRIGATÓRIA: GUSTAVO BINENBOJM, UMA TEORIA DO DIREITO ADMINISTRATIVO 
ANOTAÇÕES | 1ª PROVA 
Aula 1 
 
 Origem do Direito Administrativo 
 
 Formação do Estado Francês 
o A França acredita que o povo está sendo explorado, retira os monarcas do 
poder, cria um Conselho de Estado e assim passa a resolver os conflitos da 
sociedade (visão clássica); 
o Após a passagem do Estado absolutista para o Estado moderno, o Estado 
passou a ter regras que precisavam ser seguidas. No que tange ao Direito 
Administrativo, a França é um exemplo pioneiro no que tange à 
administração jurídica; 
o “Agora que tiramos os privilégios da monarquia e preconizamos os ideais 
franceses de Estado (liberdade, igualdade e fraternidade), temos que 
enfrentar o modo como o Estado vai lidar com essas regras.” Então, cria-se 
o Conselho de Estado Francês. Esse Conselho de Estado Francês possuía 
julgadores no âmbito administrativo indicados pelo novo regime (não era 
um órgão do poder judiciário, era um órgão administrativo). Esse Conselho 
de Estado Francês é como o berço do Direito Administrativo, pois assim foi 
se aprendendo na pratica, na jurisprudência, como se julga o Direito 
Administrativo; 
o Visão de Gustavo Binenbojm: não acredita na visão clássica. Para ele, a 
criação do Direito Administrativo foi “acidental” e protetiva. Foi algo que 
ocorreu para proteger os integrantes do novo regime, pois quando a 
burguesia assumiu o poder os juízes ainda eram monarcas. Então, os 
burgueses recém ingressos no poder criaram com os seus pares um 
Conselho onde só eles mesmos julgariam (visão crítica); 
o Através do Conselho de Estado, foi se consolidando a necessidade de 
melhor estudar essa forma de Direito. 
 
 
 Conceitos 
o Celso Antonio Bandeira de Mello: Direito Administrativo é ramo do 
Direito 
o Professor Marçal: Direito Administrativo como conjunto de normas 
jurídicas de Direito Público que disciplinam as atividades administrativas 
necessárias à administração 
 
 
Marília de Mattos Ivo Junqueira 
maridmij@gmail.com 
 
Aula 2 
 
 Regime jurídico administrativo 
o É um conjunto de leis que são construídas para tentar viabilizar as relações 
do Estado com o administrado de modo a se atender um interesse público. 
São princípios diferentes daqueles aplicados nas relações privadas; 
 
 
 Interesse público (Robert Alexy) 
o Primário: aquele que guarda relação com as políticas públicas que 
favorecem, beneficiam diretamente a sociedade. Por exemplo, quando 
a administração pública utiliza do dinheiro arrecadado para melhoria do 
saneamento básico ou do sistema de iluminação em determinadas 
comunidades. 
o Secundário: é uma forma de atender ao interesse público, entretanto 
esse ocorre quando a administração pública realiza atos que beneficiam 
diretamente a gestão ou a máquina estatal, podendo beneficiar 
indiretamente a sociedade. Por exemplo, quando se utiliza da verba 
para instalar novas máquinas em áreas de tratamento hídrico. Os 
interesses da máquina estatal estão sendo satisfeitos, mas 
indiretamente a sociedade também está sendo beneficiada com uma 
melhor qualidade de serviço oferecido. 
o Quando há um conflito entre interesse público primário e secundário, há 
um dever de ponderação. 
 
 Princípios implícitos do Direito Administrativo 
 
o Princípio da supremacia do interesse público sobre o particular 
 Também chamado de princípio da finalidade pública; 
 O que é, então, esse interesse público, se não a soma dos 
interesses individuais da sociedade? 
 Segundo Gustavo Binebojm, a supremacia dos direitos públicos 
requer, também, um dever de ponderação no caso concreto, 
tendo em vista que esse princípio não é absoluto. Essa 
ponderação pode ocorrer por meio de audiências públicas, 
debates abertos, dentre outros, quando os casos forem de 
grande impacto social. 
 
o Princípio da indisponibilidade do interesse público 
 Sugere que a administração pública, sobretudo o gestor público, 
não pode dispor pelos interesses e bens públicos, cabendo 
apenas geri-los e conservá-los em prol da sociedade. Os 
agentes públicos só podem atuar quando houver lei que 
determine a sua atuação e nos limites estipulados por essa lei; 
 
o Princípio da Razoabilidade 
 O administrador público conseguir atuar de maneira racional, de 
modo a realizar o interesse público da melhor forma possível no 
âmbito da administração; 
Marília de Mattos Ivo Junqueira 
maridmij@gmail.com 
 
o Princípio da Proporcionalidade 
 Desdobramento da razoabilidade; 
 As competências administrativas só podem ser validamente 
exercidas na extensão e intensidade proporcionais ao que seja 
demandado para o cumprimento daquela finalidade 
administrativa; 
 Para que a conduta seja proporcional, é necessário: 
 Adequação: o meio empregado na atuação deve ser 
compatível com o fim pretendido; 
 Exigibilidade ou necessidade: a conduta deve ser 
necessária, não havendo outro meio que cause menos 
prejuízo aos indivíduos para alcançar o fim público; 
 Proporcionalidade em sentido estrito: seria verificar e 
ponderar em situações em que existe uma possibilidade 
de gradação do ato administrativo, como por exemplo a 
aplicação de uma penalidade de advertência; 
 
o Princípio da motivação 
 A administração tem o dever de explicitar a fundamentação que 
leva à prática de um determinado ato administrativo. Por 
exemplo, se o gestor pretende realizar um concurso público, ao 
anunciar a abertura deste, é necessário motivar a necessidade 
de preenchimento das vagas, seja por óbito, demissão, ou 
carência de servidores; 
 Publicidade é pegar a motivação e tornar pública; 
 
o Princípio da boa-fé 
 A administração pública deve agir de boa fé na prática dos seus 
atos, não atuando de forma contraditória ou de modo a 
prejudicar ou causar surpresa/dano ao cidadão; 
 Tema 784 do STF: obrigação de convocar a quantidade 
de candidatos estipulada pelo edital ou quando houver a 
preterição da vaga existente; 
 
 
 Princípios basilares e expressos da Administração Pública 
 
o Legalidade 
 No Direito público, tudo aquilo que se faz, deve ser feito sobre 
uma autorização legal. Ao contrário, no Direito privado, o que 
não está juridicamente proibido está juridicamente permitido; 
 Há uma restrição de vontade, pois a conduta dos agentes 
públicos está “amarrada” aquilo que o povo quer, pois só podem 
atuar em consonância com a vontade geral; 
 É uma das principais garantias de respeito aos direitos 
individuais, pois assegura 
 Princípio da juridicidade (Gustavo Binebojm): não se pensa na 
administração somente vinculada à letra da lei, preconizando um 
Marília de Mattos Ivo Junqueira 
maridmij@gmail.com 
olhar mais amplo sobre a legitimidade, analisando também os 
princípios constitucionais correlatos (proporcionalidade, boa-fé, 
dentre outros). Também segundo Binebojm e Maria Sylvia, 
dessa forma ocorreria uma diminuição nas possibilidades, pois o 
legislador se veria obrigado a pensar nos princípios em conjunto 
à administração pública, beneficiando os cidadãos; 
 O ato é necessário? É proporcional? Vai alcançar o seu fim? 
 
o Impessoalidade 
 O princípio da impessoalidade preconiza que a administração 
pública deve agir de maneira imparcial, sem predileções nas 
suas escolhas administrativas, e sem qualquer tipo de atuação 
prejudicial à coletividade; 
 Não pode beneficiar ou prejudicar a coletividade; 
 Conformidadeaos interesses públicos; 
 Proibição de promoção pessoal; 
o Posição do TCU: para eventos de inauguração e 
divulgação das obras realizadas, é permitido a 
promoção, desde que não seja pessoal; 
 Se houver algum ato praticado pelo servidor público violando o 
princípio da impessoalidade, esse ato será considerado nulo, 
podendo gerar um ato de improbidade administrativa; 
 
o Moralidade 
 Espera-se que a administração pública e seus agentes hajam de 
acordo aos preceitos éticos que regem a administração. A 
administração atua de acordo com a moralidade quando age de 
boa-fé, de forma transparente, preconizando sempre a prática 
dos atos conforme o interesse público; 
 É possível violar a moralidade administrativa ao violar os 
padrões éticos mínimos quanto a administração pública. Essa 
violação pode levar a violação do ato praticada pelo gestor, 
ainda que seja um ato legal; 
 
o Publicidade 
 Os atos praticados pelos gestores públicos devem ser 
publicizados para que estes produzam efeitos, havendo também 
a exigência de transparência nos atos da administração e a 
publicação dos atos no Diário Oficial; 
 Atentar para não confundir publicidade com motivação; 
 É requisito de eficácia nos atos administrativos, pois o ato não é 
considerado ilegal se não é publicizado. O ato pode ser válido, 
mas por não ser publicizado não produzirá efeitos; 
 
o Eficiência 
 É um princípio que preza pela presteza, agilidade e rendimento 
funcional para atingir determinada finalidade pública; 
 Atua nos âmbitos de conduta do agente público e organização 
interna da Administração; 
 
 
Marília de Mattos Ivo Junqueira 
maridmij@gmail.com 
 Poderes da administração pública 
o Celso Antonio Bandeira de Mello os chama de poderes-deveres. São 
poderes instrumentais para vincular os atos da administração em prol 
do interesse público; 
 
o Poder discricionário 
 É um poder que confere arbitrariedade. Há uma conferência 
dada pela legislação que viabiliza a possibilidade de escolhas 
administrativas dentro da possibilidade de escolhas legais 
existentes; 
 Existe uma visão diante de um espectro neoconstitucionalista do 
poder discricionário através do qual se compreende que a 
tendência desse poder seria uma tendência à reduzir a 
discrionaridade; 
 
o Poder vinculado 
 É um poder conferido ao administrador para executar os atos 
administrativos de acordo com o que a lei prescreve, não 
havendo uma margem de escolha para a prática do ato; 
 
 
Aula 3 
 
 Poderes 
 
 Discricionariedade 
o “O poder da discricionariedade é dado à Administração Pública para 
que esta possa agir livremente, com base nos limites da lei e em defesa 
da ordem pública, garantindo a autoridade do público sobre o 
particular.” 
o Gustavo Binebojm: os neoconstitucionalistas entendem que o poder 
discricionário seria, de certa forma, reduzido e traria limitações no 
neoconstitucionalismo. 
 A doutrina pretende uma aplicação do Direito quanto 
ordenamento e não apenas quanto texto legal. Antes do 
neoconstitucionalismo, não se pode dizer que não havia limites, 
mas é fato de que o neoconstitucionalismo reforçou essa ideia 
de aplicação nos princípios, afunilando a visão do pensamento 
do administrador público; 
 O poder discricionário estaria limitado não só pela margem legal, 
como também pelos princípios constitucionais; 
 
 
 Poder hierárquico 
o É um poder que confere à administração pública a possibilidade de 
organizar a sua estrutura; 
Marília de Mattos Ivo Junqueira 
maridmij@gmail.com 
o A intenção é de tratar a organização pública como um organismo, onde 
cada parte tem a sua funcionalidade, porém é dependente de outra; 
o Delegação: a autoridade superior delegar competências aos 
subordinados; 
o Derrogação: a autoridade superior trazer para si, tomar para si, 
competências dos subordinados para que ele possa revisar; 
 
 Poder disciplinar 
o É uma espécie de desdobramento do poder hierárquico; 
o É a possibilidade de apurar e investigar eventuais infrações praticadas 
por servidores públicos, por agentes públicos; 
 
 Poder regulamentar 
o Faculta ao gestor público a possibilidade de trazer uma especificação a 
respeito do regramento jurídico existente para o exercício da atividade 
administrativa; 
 Exemplo: sites que regulam o imposto de renda ou título de 
eleitor. É impossível que a Constituição traga informações sobre 
para cada um desses sites. Portanto, a administração pública 
tem a possibilidade de trazer essas especificações; 
o 1. Não pode haver a criação de novos direitos e obrigações; 
o 2. Não pode, de forma alguma, contrariar a lei. Não se pode estender o 
que está posto na lei ou contrariá-la. Por exemplo, a lei diz que o 
imposto de renda deve ser recolhido anualmente, não podendo instituir, 
sem previsão, que será recolhido a cada dois anos; 
 
 Poder de polícia 
o É a administração pública utilizando da sua prerrogativa para fiscalizar 
através de um condicionamento das liberdades individuais; 
o É um poder que fiscaliza e visa limitar a conduta do cidadão no 
exercício de atividades privadas; 
o Exemplo: a vigilância sanitária analisa, em um restaurante, se a 
situação está de acordo com a lei. Fiscaliza a posição dos utensílios e o 
modo de uso da cozinha, por exemplo. É um poder de polícia, de 
fiscalização; 
 
 
 
Aula 4 
 
 Administração direta e indireta 
 
 Administração direta 
 Administração indireta 
o Autarquias 
o Fundações publicas 
o Sociedade mista 
o Empresa pública 
 
 Administração direta 
Marília de Mattos Ivo Junqueira 
maridmij@gmail.com 
o Esses entes tem as suas atribuições principais previstas na 
Constituição Federal; 
o São entes autônomos, possuem autonomia financeira e administrativa, 
ou seja, regem as suas finanças de acordo com a sua finalidade 
arrecadatória dos tributos e regulam a si próprios pela gestão das suas 
atividades de fomento e gerenciais (realização de concurso, por 
exemplo); 
o Esses entes se submetem a um controle interno e externo, devido à 
natureza pública da sua personalidade. Controle interno no que tange à 
sua diretoria e outros, e controle externo no que tange aos Ministério 
Público, ao Tribunal de Contas, ao Poder Judiciário, etc; 
o Elas se submetem ao regime jurídico de direito administrativo; 
 Fé pública; 
 Autoexecutoriedade; 
 
 
 
 
 Administração indireta 
o É um desdobramento da administração direta; 
o É a possiblidade dos entes da administração direta poderem criar novos 
entes que funcionarão como o seu braço direito, desde que essa 
criação se dê através de leis; 
o Não há subordinação entre a administração direta e administração 
indireta. O que há é um controle, é uma vinculação; 
o Os entes da administração direta (União, Estados, Distrito Federal e 
Municípios) possuem uma função política, ou seja, a possiblidade de 
criar leis, promover eleições, etc; 
o Tudo indica que mesmo que a Administração Direta quisesse tutelar 
todos os entes da Administração Indireta, isso não seria possível. Isso 
porque existem, por exemplo, bancos que são como sociedade mista, 
pertencentes à administração indireta. Não seria plausível que a 
Administração Direta intervisse no domínio econômico de maneira tão 
incisiva; 
o O regramento diferenciado de alguns entes da administração direta, 
quando exercendo atividades de domínio econômico, existem para a 
viabilização da concorrência dos entes da administração indireta, que o 
realizam por regra; 
 
 Autarquias e fundações públicas 
o As autarquias e as fundações públicas têm personalidade jurídica e são 
de direito público, pois realizam atividades típicas do Estado; 
o Descentralização administrativapor serviços; 
 
o Em relação as autarquias e fundações públicas: 
 São efetivamente criadas por lei específica. 
 São entes autônomos que possuem autonomia administrativa, 
funcional e financeira em relação ao ente criador; 
 Estão sujeitas a controle estatal, ou seja, à tutela, não havendo 
relação hierárquica. É um controle meramente finalístico; 
 A própria lei que as criam são efetivas para garantir os seus 
direitos e prover as suas obrigações; 
 Possuem autotutela: possibilidade de revogar ou renovar os 
seus próprios atos; 
Marília de Mattos Ivo Junqueira 
maridmij@gmail.com 
 Gozam de imunidade tributária recíproca. Por exemplo, os 
carros do IBAMA (autarquia federal) não pagam IPVA para o 
Estado. Assim como os imóveis do Estado não pagam IPTU 
para os municípios. As arrecadações do Estado e do Município 
não sofrem taxação de imposto de renda; 
 Os bens públicos, via de regra, são inalienáveis e 
impenhoráveis. Se alguém entra com uma ação contra uma 
autarquia, por exemplo, não se pode requerer ao juiz que 
penhore um dos bens para a satisfação da dívida. Vale ressaltar 
também que os prazos processuais da Fazenda Pública são 
prazos privilegiados, são dobrados; 
 
o Traços distintivos entre a autarquia e fundações públicas: 
 As autarquias, quando criadas, visam a especialização de uma 
atividade administrativa. Por sua vez, as fundações públicas 
servem para atividades de pesquisa, de fins educacionais, de 
promoção à saúde, dentre outras; 
 As fundações podem ser públicas ou privadas. A fundação 
publica de direito privado também é fiscalizada pelo MP e tem 
todas as outras prerrogativas da fundação de direito público 
 Direito público: Lei de Licitações 8.666; 
 Direito privado: é facilitado pela possibilidade da criação de um 
ordenamento jurídico próprio; 
 
 
 
 
o Sociedades de economia mista e empresas públicas 
 Intervenção da administração pública no domínio econômico. 
Realizam atividades que, na maioria das vezes, a administração 
direta (aquela criadora) não poderia, mesmo que quisesse, realizar 
essas atividades; 
 
o Sobre as sociedades de economia mista: 
 A sociedade de economia mista trata de pessoa jurídica de direito 
privado em que há a conjugação do capital público e privado em sua 
composição; 
 Há participação do poder público em sua gestão e a sua 
organização é obrigatoriamente na forma de sociedade anônima; 
 Realizam atividades econômicas, algumas delas próprias da 
iniciativa privada, outras que o Estado assume na qualidade de 
serviço público. 
 Para ser considerada uma sociedade de economia mista, 51% da 
sua formação deve ser por ações que dão direito a voto; 
 O que dá preferência à sociedade de economia mista é, 
exatamente, a possiblidade de conjugar o capital público e privado. 
O Banco do Brasil, por exemplo, necessita de grande investimento 
em sua atividade, tais quais são seriam capazes de exercer sem o 
capital externo e sem a necessidade de particulares para o auxílio 
na gestão; 
 As ações contra as sociedades de economia mista são ajuizadas na 
justiça comum; 
 Jurisprudência: os bens podem ser penhorados, caso a atividade 
exercida seja de cunho econômico. Caso a atividade seja estatal, os 
bens não podem ser penhorados; 
Marília de Mattos Ivo Junqueira 
maridmij@gmail.com 
 
 
o Sobre as empresas públicas: 
 São entes estatais que se constituem também como pessoa jurídica 
de direito privado, porém com um capital integralmente público; 
 A sua organização pode ser realizada sob qualquer forma admitida 
no direito empresarial; 
 Pode realizar atividades de natureza econômica, de livre 
concorrência no mercado, como também atividades que são 
assumidas na qualidade de serviço público; 
 O que destina o agente público a escolher entre a sociedade de 
economia mista à empresa pulica é a sua forma de organização do 
capital; 
 A Caixa, por sua vez, por uma escolha, optou por manter o modo de 
empresa pública. Isso ocorreu muito em parte por querer manter as 
atividades longe da gestão externa; 
 As ações contra as empresas públicas são ajuizadas na Justiça 
Federal ou na Justiça Especial; 
 
 
o Características comuns entre as sociedades de economia mista e as 
empresas públicas 
 Tanto a criação quanto a extinção se dão por previsão legal; 
 Ambas têm personalidade jurídica de direito privado; 
 Ambas estão sujeitas ao controle estatal, ou seja, à administração 
do ente que as criou; 
 Existe um controle finalístico (tutela) para as atividades realizadas; 
 Apesar de serem forças de direito, a doutrina entende que é 
obrigatória a realização de licitações (aquisição de bens) e 
concursos públicos (contratação de serviços de terceiros). Essa 
licitação não necessita, obrigatoriamente, que essas sociedades e 
empresas sujeitem-se a Lei de Licitações (8.666), permitindo (com a 
devida previsão legal) a criação de ordenamentos próprios, com o 
Banco do Brasil chegou. A essa exceção, a doutrina dá o nome de 
derrogação legal; 
 Não gozam de imunidade tributária. Os carros da Petróbras 
pagam IPVA ao Estado, os imóveis da Petrobrás pagam IPTU. 
 
 
 
Aula 5 
 
 Setores da administração pública 
 
 Primeiro setor 
o Governo em geral; 
o O setor público propriamente dito; 
o Compreende tanto a administração indireta quando a administração 
direta. 
 
 Segundo setor 
Marília de Mattos Ivo Junqueira 
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o Parcela da iniciativa privada que se relaciona de alguma forma com o 
poder público, seja através de licitações ou de convênios; 
 
 Terceiro setor 
o São criadas independentemente; 
o Uma gama de entidade sem fins lucrativos que tem por objetivo a 
realização de atividades de relevante interesse público. Normalmente, 
atividades de caráter filantrópico; 
o A intenção de abrir espaço para essas entidades do terceiro setor é 
para que a iniciativa privada possa alcançar com mais eficácia terrenos 
e ambientes em que o Estado aos quais a sua atuação não chega bem; 
o São áreas de atuação próprias da atuação do Estado, como saúde, 
pesquisa cientifica, assistência social, mas que o Estado não consegue 
dar conta; 
o O “sistema S” – SESI, SESC, SENAC, SENAI – foi o conjunto de 
instituições que deu início a esse setor; 
 
 
 Tipos de entidade do terceiro setor 
 
o Serviços sociais autônomos (sistema S) 
 
 Características 
 São chamadas de entidades paraestatais, pois exercem 
a atividade ao lado do Estado. O Estado não é titular, 
mas tem interesse em fomentar essa aplicação em prol 
do interesse público; 
 Não integram a administração pública, seja ela direta ou 
indireta; 
 Parafiscalidade: é a possibilidade dessas entidades 
arrecadar contribuições dos seus associados, ou 
daquelas pessoas que são beneficiadas por essas 
entidades; 
 Exemplos: SEBRAE, SESI, SENAI, SESC, SENAC; 
 
 Das regras 
 A criação desses serviços sociais autônomos se dá por 
lei; 
 Há obrigatoriedade de licitação na contratação de 
serviços terceirizados, mesmo que essa não siga a Lei 
8.666/93; 
 Os dirigentes dessas entidades podem ser punidos por 
atos de improbidade administrativa, porque de certa 
forma eles estão gerindo a administração pública; 
 É obrigatória a realização de um processo seletivo para 
prática desse serviço público; 
 É possível a impetração de mandado de segurança 
contra atos praticados por esses dirigentes; 
 Devem prestar contas ao tribunal de contas, pois estão 
manejando dinheiro público; 
Marília de Mattos Ivo Junqueira 
maridmij@gmail.com 
 
 
o Organizações sociais (OSs) 
 Não são instituídas por lei; 
 A entidade deve ser sem fins lucrativos. Entretanto, por vezes 
ela é superavitária. Esse excedente de capital, por sua vez,não 
é considerado lucro, pois é reinvestido na própria atividade. 
 A lei 9.637/98 atribui que quando uma organização se encaixa 
nos pré-requisitos ali previstos, elas podem ser consideradas 
organizações sociais; 
 Lei 9.637/98: “Dispõe sobre a qualificação de entidades como 
organizações sociais, a criação do Programa Nacional de 
Publicização, a extinção dos órgãos e entidades que menciona e 
a absorção de suas atividades por organizações sociais, e dá 
outras providências.” 
 A escolha para a caracterização, ou seja, para definir se aquela 
entidade vai ser considerada como organização social, é 
discricionária; 
 Desenvolve atividades na área de ensino, pesquisa cientifica, 
cultura, saúde e meio ambiente; 
 Quando uma dessas entidades passa a ser considerada uma 
organização social, o vínculo com o Estado se dá através de um 
contrato (contrato de gestão); 
 Através desse contrato de gestão, se estabelece metas e 
deveres que a entidade vai precisar desenvolver para 
continuar a ser considerada como Organização Social; 
 O contrato é um tipo de relação jurídica entre duas 
partes que tem vontades divergentes, 
 As organizações sociais podem receber bens públicos. Por 
exemplo, se existe uma escola de reforço para pessoas de 
escola pública e deficientes físicos para fornecer apoio à essa 
população, a entidade pode receber as cadeiras, mesas, enfim, 
os materiais necessários para a realização dessa atividade; 
 Também, é possível realizar uma cessão dos servidores 
públicos do Estado para essas entidades; 
 
 
o Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) 
 Lei 9.790/99: Dispõe sobre a qualificação de pessoas jurídicas 
de direito privado, sem fins lucrativos, como Organizações da 
Sociedade Civil de Interesse Público, institui e disciplina o 
Termo de Parceria, e dá outras providências. 
 São entidades privadas sem fins lucrativos, como todas do 
terceiro setor; 
 A escolha da administração pública é vinculada. Se os requisitos 
foram todos atendidos pela entidade privada, então a 
administração pública tem de considerar aquela entidade como 
OSCIP; 
 Chamado pela doutrina de convênio, o termo de parceria incide 
que não há a possibilidade de cessão de bens ou de servidores 
públicos. Também, não há uma dotação específica na OSCIP, 
ocorrendo de forma esporádica; 
Marília de Mattos Ivo Junqueira 
maridmij@gmail.com 
 Em comparação às OSs, temos que há uma restrição 
muito grande na O.S.C.I.P, com um controle mais rígido 
da situação; 
 Exemplo: Instituto Aliança da Criança e do Adolescente; 
 
 
 Atos administrativos 
 
 Introdução 
o É o reflexo de como a administração pública é vista na sociedade; 
o Não é possível enxergar a administração pública como um todo, pois 
ela se expressa através dos seus atos administrativos, tais quais são 
manifestações da sua vontade; 
 
 Conceito 
o Celso Antônio Bandeira de Mello: ato administrativo é toda 
manifestação unilateral de vontade da administração pública que, 
agindo através das prerrogativas inerentes ao regime jurídico 
administrativo, tem por finalidade adquirir, resguardar, modificar, 
transferir, extinguir ou declarar direitos ou impor obrigações aos 
administrados ou aos demais entes públicos; 
 
 Elementos / Requisitos 
o Sujeito 
 Esse elemento representa aquele sujeito ao qual a lei atribui a 
prática do ato administrativo; 
 Havendo uma violação ao elemento princípio/competência, há a 
invalidade do ato administrativo, ou seja, este será tornado nulo. 
Não será produzido efeitos desde o seu início, a não ser que 
haja uma possibilidade de convalidação (ajuste/conserto); 
 A doutrina denomina também de competência; 
 É um elemento que é considerado, sempre, vinculado; 
 
o Forma 
 É a maneira através do qual o ato administrativo deve se 
exteriorizar segundo preceito legal. A princípio, todo ato 
administrativo é formal; 
 Se a forma do ato for desrespeitada, via de regra o ato é nulo; 
 Os atos administrativos se dão por portarias de instauração; 
 É considerado, sempre, vinculado; 
 
o Motivo 
 São as razões, ou seja, as causas que justificam a prática do 
ato; 
 Não confundir motivo com motivação! O motivo é o elemento do 
ato, enquanto a motivação, por sua vez, é um princípio que visa 
a explicitação do motivo existente para a prática do ato; 
 Pode ser vinculado ou discricionário; 
 Tem duas vertentes, a parte fática e a parte legal/jurídica: 
 
o Objeto 
 É a prática do ato em si; 
Marília de Mattos Ivo Junqueira 
maridmij@gmail.com 
 Pode ser vinculado ou discricionário; 
 
o Finalidade 
 Seabra Fagundes: a finalidade como um resultado, como a 
consequência que se pretende atingir com a prática do ato. Há o 
motivo como antecedente, o objeto como a prática do ato em si, 
e a finalidade como a consequência imediata àquilo que se 
pretende alcançar; 
 É elemento, sempre, vinculado; 
 Finalidade geral/genérica: todos os atos administrativos 
visam alcançar o interesse público; 
 Finalidade especifica: cada ato se pretende alcançar algo 
diferente. Por exemplo, um ato punitivo administrativo 
visa reparar aquela ilicitude através da pratica da 
penalidade. Por sua vez, a nomeação dos candidatos 
visa preencher a vaga existente e compor o quadro da 
administração; 
 
 
 Quando se define se um ato é discricionário ou vinculado? 
o Discricionário é quando o administrador tem alguma possibilidade, ou 
seja, alguma margem de escolha para a prática do ato. Se um ato for 
discricionário, motivo e objeto podem ser discricionários, um ou outro ou 
ainda ambos. A esse eixo estritamente discricionário, a doutrina chama 
de mérito do ato administrativo; 
o Por sua vez, vinculado é quando todos os elementos estão previstos na 
lei de forma muito direcionada, sem margem de escolha para o 
administrador e para o sujeito. Se for um ato vinculado, é porque todos 
os elementos citados anteriormente são vinculados; 
 
 Exemplos da aplicação desses requisitos/elementos: 
o Nomeação de um candidato 
 Sujeito: autoridade competente; 
 Forma: publicação no diário; 
 Motivo: cargos vagos; 
 Objeto: nomeação; 
 Finalidade: preencher a vaga; 
o Licença para construir 
 Sujeito: o sujeito que a lei aplica como competente; 
 Forma: através de alvará de construção; 
 Motivo: por ser um ato negocial, o motivo é atender ao 
requerimento do interessado; 
 Objeto: concessão do alvará da licença; 
 Finalidade: viabilizar a construção;

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