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Biologia Aplicada - Livro-Texto Unidade II

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Unidade II
Unidade II
5 SOROLOGIA
5.1 Insetos
Constitui a classe de maior biodiversidade no globo terrestre.
5.1.1 Características gerais
A classe Insecta (do latim in = dentro; secare = dividir) tem como características:
• um par de antenas (díceros);
• três pares de patas (hexápodes);
• corpo nitidamente dividido em cabeça, tórax e abdômen.
Antena
Olho 
simples
Olho 
composto
Asa anterior
Asa posterior
Estigma
Ovipositores
Pata
AbdômenTóraxCabeça
Armadura 
bucal
Figura 50 – Inseto, desenho esquemático
Como todo artrópode, o inseto apresenta patas e apêndices articulados. Suas asas e patas originam‑se 
no tórax. A metameria ou segmentação do corpo é muito visível, mesmo externamente.
O inseto é um animal triblástico, porque apresenta três folhetos germinativos: o ectoderma, o 
endoderma e o mesoderma. Possui celoma verdadeiro, uma cavidade embrionária totalmente revestida 
pelo mesoderma. É esquizocelomado. O primeiro orifício que surge no seu desenvolvimento, o blastóporo, 
origina a boca. É um animal protostômio.
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5.1.2 Morfologia externa
A cabeça é o centro sensorial do animal. Nela estão localizados seus principais órgãos dos sentidos: 
as antenas e os olhos. As antenas são órgãos quimiorreceptores, que apresentam também as funções 
olfativas e tácteis.
Os olhos podem ser de dois tipos: simples (ocelos) e compostos (facetados).
Os olhos simples são no máximo três, enquanto os olhos compostos são dois, porém formados por 
15.000 a 25.000 unidades visuais, os omatídeos.
Células 
fotorreceptoras
Epiderme
Estrutura do ocelo
Olho composto em corte
Omatídeos
Lente
Fibras nervosas
Figura 51 – Olhos do inseto, animal do filo dos artrópodes
O tórax é o centro locomotor dos insetos. É formado por três segmentos: protórax, mesotórax e 
metatórax, com um par de patas por segmento. Cada pata é constituída pelos seguintes artículos: coxa, 
trocanter, fêmur, tíbia e tarso.
O inseto possui seis patas, sendo um animal hexápode. As patas dos insetos podem apresentar 
modificação para correr, saltar, nadar, patinar etc.
As asas são estruturas vivas ligadas ao tórax (meso e metatórax), mas não são membros verdadeiros, 
mas sim uma expansão lateral do tegumento. Em suas nervuras passam vasos, traqueias e lacunas 
sanguíneas (hemocelas).
Os tipos de asas são:
a) Membranosas: finas e transparentes (moscas).
b) Pergamináceas: finas, opacas, flexíveis e coloridas (barata).
c) Élitros: espessas e opacas (besouro).
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Unidade II
d) Hemiélitros: são élitros na base e membranosas na ponta (barbeiro).
O abdômen é o centro de nutrição dos insetos, desprovido de apêndices e com uma segmentação 
nítida. Os últimos segmentos nas fêmeas formam o ovopositor. Existem aberturas das traqueias, 
denominadas opérculos, localizadas lateralmente. Nas abelhas e vespas existem os ferrões.
O sistema digestório é do tipo completo e divide‑se em três partes: anterior (estomodeu), de origem 
ectodérmica, médio (mesodeu), de origem mesodérmica, e posterior (proctodeu), de origem ectodérmica. 
O estomodeu e o proctodeu têm revestimento quitinoso.
Possui boca, faringe, esôfago, papo, moela, estômago, intestino, ânus e, como órgãos anexos, as 
glândulas salivares.
O aparelho bucal é adaptado ao tipo de alimentação do animal:
• mastigador ou triturador (gafanhoto);
• lambedor (abelhas);
• sugador (borboleta);
• picador – sugador (pulgas);
• picador não sugador (mosca doméstica).
A respiração é do tipo traqueal. Nos insetos aquáticos, há quem respire o oxigênio da atmosfera, 
subindo de tempos em tempos; outros apresentam um sistema traqueal fechado, utilizando o O2 
dissolvido na água.
Traqueia
Espiráculo
Epitélio QuitinaEspiráculo 
aberto
Espiráculo 
fechado
Músculo 
oclusor distendido
Músculo 
oclusor 
contraído
Fragmento 
de traqueia
Traquéolas Músculo
Figura 52 – Sistema traqueal
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No sistema circulatório, a circulação é aberta ou lacunar. O coração é um órgão tubuloso, dorsal ao 
abdômen, apresentando pequenas câmaras contrácteis, as ventriculites.
O sangue é incolor, não transportando gases respiratórios; serve para a distribuição de alimentos.
Sistema 
nervoso
Aorta anterior Coração
Diafragma dorsal
Diafragma ventral
Figura 53 – Circulação do inseto
No sistema excretor, a excreção é feita por tubos de Malpighi, que eliminam especialmente ácido úrico.
Boca
Moela
Reto Ânus
Papo
Cecos gástricos
Instestino anterior
Túbulos de Malpighi
Intestino posterior
Figura 54 – Tubo digestório da barata. Observe que os túbulos de Malpighi recolhem o material de excreção do celoma e lançam no 
tubo digestório
O cérebro é anterior e está ligado aos gânglios subesofagianos por um anel nervoso; há ainda a 
cadeia nervosa ventral. Essa cadeia ganglionar é semelhante à dos anelídeos.
Cérebro
Cadeia 
nervosa
Figura 55 – Sistema nervoso
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Sistema sensorial
A visão dos insetos (olhos simples e compostos) distingue cores até ultravioleta; a sensibilidade 
auditiva é percebida por pelos e órgãos cordotonais das patas; a sensibilidade olfativa situa‑se nas 
antenas; a sensibilidade gustativa está nos palpos bucais e a sensibilidade táctil em cerdas de apêndices.
Reprodução
São animais dioicos; com dimorfismo sexual; as fêmeas são sempre maiores. A fecundação é interna e 
o desenvolvimento pode ser direto ou indireto, com metamorfose. Há casos de partenogênese (afídeos); 
de neotenia (térmitas) e poliembrionia (himenópteros).
Sistemática
A classe dos insetos apresenta mais de um milhão de espécies, sendo animais de grande sucesso 
evolutivo.
Subclasse 1 – Apterygota
Insetos sem asas e sem metamorfose (ametábolos).
• Ordem 1 – Thysanura
 Ex.: traça‑dos‑livros.
Subclasse 2 – Pterygotas
Insetos com asas e metamorfose. São divididos em dois grupos:
• 1° Grupo Hemimetábolos
 Com metamorfose parcial: ovo → ninfa → imago (adulto).
— Ordem 2 – Ortoptera
Ex.: gafanhoto e grilo.
— Ordem 3 – Ephemeroptera
Ex.: siriruira.
— Ordem 4 – Dermaptera
Ex.: tesourinha.
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— Ordem 5 – Odonata
Ex.: libélula.
— Ordem 6 – Isoptera
Ex.: cupim, térmitas.
— Ordem 7 – Phthiraptera
Ex.: piolho (Pediculus humanus), chato (Phthirus pubis).
— Ordem 8 – Hemiptera
Ex.: barbeiro, percevejo‑do‑mato, pulgão, cigarra.
— Ordem 9 – Dictyoptera
Ex.: louva‑a‑deus, baratas.
• 2° Grupo Holometábolos
Insetos com metamorfose completa: ovo →→ larva → pupa → imago (adulto). Nas borboletas e 
mariposas, as fases são denominadas: ovo → lagarta → crisálida → adulto.
— Ordem 10 – Lepidoptera
Ex.: borboleta, mariposa, bicho‑da‑seda, traça‑de‑roupa.
— Ordem 11 – Diptera
Tem duas subordens: Nematocera e Brachicera.
—Subordem 1 – Nematocera
Conhecidos como mosquitos. Possuem antenas longas.
Ex.: Cullex sp – principal vetor das filárias de W. bancrofti, causadora da elefantíase.
Aedes aegypti – vetor da febre amarela (virose).
Anopheles sp – vetor da malária.
Phlebotomus intermedius – vetor da úlcera de Bauru.
Simulidium – mosquito borrachudo.
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— Subordem 2 – Brachycera
Conhecidos como moscas. Possuem antenas curtas.
Ex.: Musca domestica – grande transmissora mecânica de germes.
Glossina palpalis – vetor da doença do sono.
Drosophila melanogaster – mosca das frutas.
Dermatobia hominis – a mosca do berne (é a larva do inseto).
— Ordem 12 – Siphonaptera
Ex.: pulga (Pulex irritans) e bicho‑de‑pé (Tunga penetrans), pulga do rato (Xenopsylla cheops), 
vetora da peste bubônica.
— Ordem 13 – Coleoptera
Ex.: besouro, joaninha, caruncho.
Figura 56 – Coleoptera (Joaninhas)
— Ordem 14 – Hymenoptera
Ex.: abelhas, vespas e formigas.
5.2 Artrópodes (classes: aracnídeos, quilópodes e diplópodes)
As aranhas fazem parte do grupo dos artrópodes, classe dos aracnídeos, não possuindo antenas. A 
maioria das espécies, que são cerca de 50.000, é terrestre e predadora. Os aracnídeos são octópodes, pois 
possuem oito patas.
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Figura 57 – Aracnídeo
5.2.1 Os aracnídeos
Aranhas, carrapatos e escorpiões são artrópodos da classe dos aracnídeos.
Características gerais
A classe Arachnida é formada por organismos cujo corpo se divide, geralmente, em cefalotórax e 
abdômen, não possuem antenas (áceros) e têm quatro pares de patas (octópodes).
É o terceiro grande grupo dos artrópodes; são, na maior parte dos casos, terrestres, vivendo sob 
troncos, pedras, buracos no solo, em vários habitats, desde o nível do mar até altas montanhas.
Morfologia externa
O cefalotórax possui seis pares de apêndices: o primeiro par apresenta as quelíceras, que servem para 
capturar a presa e, na maioria dos representantes da classe, terminam por uma pinça; o segundo par de 
apêndices apresenta os pedipalpos, que servem para a apreensão; e há também quatro pares de patas. 
O abdômen nunca apresenta apêndices.
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Abertura 
genital
Pedipalpo 
do macho
Bulbo 
genital
Fiandeiras
Ânus
olhos
Lâmina 
mastigadora
Lábio
Pedipalpo
Pedipalpo
Pedipalpo
Quelíceras
Quelíceras
Quelíceras
Quelíceras
Patas
Patas
Abdômen
Cefalotórax
VISTA DORSAL
VISTA VENTRAL
Cefalotórax
Espiráculos
Figura 58 – Aranha, artrópode da classe dos aracnídeos
Nas aranhas, o abdômen tem ventralmente as aberturas das filotraqueias e o poro genital. 
Posteriormente, ficam o ânus e as fiandeiras, que tecem os fios da teia.
A aranha segrega um líquido em glândulas especiais, que, em contato com o ar, se solidifica, formando 
fios com os quais ela constrói a teia. A construção da teia se desenvolve em várias etapas, começando 
com uma moldura, onde são presos “raios” que se entrecruzam no centro. A teia é uma armadilha usada 
pela aranha, pois pega insetos que, posteriormente, são armazenados em casulos especiais, conservando 
o alimento por algum tempo.
Nos escorpiões, existe um pós‑abdômen, cujo último artículo é inoculador do veneno.
Nos ácaros, não há uma nítida separação entre cefalotórax e abdômen.
O sistema digestório é do tipo completo e a digestão é extracorpórea nas aranhas, onde seus sucos 
digestórios são injetados no corpo das presas (local onde é feita a digestão do animal).
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Pericárdio
Cecos
Aorta 
anterior
Boca Filotraquéia Receptáculo 
seminal
Oviduto
Poro genital
Glândula 
sericígena
Glândula 
venenosa
Fiandeiras
Ovário
Bolsa 
estercoral
Túbulo de 
Malpigui
Óstio
Coração
Intestino
Ânus
Músculos
Cérebro
Palpo
FígadoOcelo
Espiráculo
Estômago
Figura 59 – Aranha: anatomia interna
A aranha não devora uma presa, pois apenas pode absorver líquidos. Injeta‑lhe saliva e depois aspira 
o líquido resultante da digestão dos órgãos da presa.
A respiração é feita por filotraqueias (pulmotraqueias), onde ocorre a hematose (troca de gases 
respiratórios). Em alguns ácaros a respiração é cutânea ou traqueal.
A circulação é lacunar e o coração, dorsal no abdômen. O “sangue” é formado por um plasma, 
contendo amebócitos e hemocianina como pigmento respiratório. É comum chamar de hemolinfa o 
líquido circulatório de alguns artrópodes.
No sistema excretor, a excreção é feita por um par de tubos de Malpighi, ramificados, e ainda um ou 
dois pares de glândulas coxais situadas no assoalho do cefalotórax (excretam por dutos que se abrem 
entre as pernas).
Sistema nervoso
Apresentam um cérebro ligado por um anel nervoso a uma cadeia ganglionar ventral, semelhante 
aos insetos.
Sistema sensorial
Como órgãos visuais, há os ocelos, com função táctil, os pedipalpos e células quimiorreceptoras nos 
apêndices.
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Unidade II
Filotraquéias
Glândula salivar
Gânglio cerebroide
Olhos laterais
Olho mediano
Cordão nervoso
Glândula 
venenosa
Gânglio 
subesofágico
Túbulo de 
Malpigui
Coração
Intestino
Gânglios
Ânus
Fígado
Figura 60 – Escorpião: anatomia interna
Glândulas venenosas
Nas aranhas, estão localizadas nas quelíceras; nos escorpiões, localizam‑se no télson, que tem a 
forma de um aguilhão inoculador.
Os acidentes por aranhas e escorpiões devem ser imediatamente socorridos. O veneno de certas espécies 
pode resultar em consequências graves, até na morte, quando as vítimas, principalmente crianças, não são 
devidamente socorridas. Para isso existem os soros antiescorpiônicos e antiaracnídicos específicos:
• Soro antiaracnídico: neutraliza o veneno de aranhas do gênero Loxosceles, Lycosa e Phoneutria 
e dos escorpiões do gênero Tityus.
• Soro antiescorpiônico: neutraliza o veneno dos escorpiões do gênero Tityus.
• Soro antiloxoscélico: neutraliza o veneno das aranhas do gênero Loxosceles.
Glândulas sericígenas
Localizam‑se no abdômen da aranha e terminam nas fiandeiras, onde produzem o fio utilizado para 
tecer a teia.
Reprodução
São animais de sexos separados, com dimorfismo sexual e fecundação interna. Nas aranhas, 
o macho utiliza o pedipalpo como órgão copulador. São ovíparos e vivíparos (escorpiões). Possuem 
desenvolvimento direto. Há partenogênese em alguns ácaros.
Sistemática
Os aracnídeos têm aproximadamente 30.000 espécies e as principais ordens são:
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Ordem 1 – Araneida
Engloba todas as espécies de aranhas, venenosas ou não. Os órgãos inoculadores de veneno são as 
quelíceras. Ex.: Dugesiella (tarântula); Latrodectus (viúva‑negra); Lycosa; Salticus (aranha papa‑mosca); 
Tenus (armadeira).
Tenus
Aphonopelma
Apocheiridium
Latrodectus
Eremobates
Lycosa
Salticus
phalangium
DermacentorOvissaco
Figura 61 – Classe Arachnida. Alguns representantes comuns nos seus habitat característicos; não na mesma escala
As aranhas são animais de vida livre e predadores, alimentando‑se, principalmente, de insetos. 
As caçadoras se locomovem em busca do alimento. A Lycosa derruba sua presa. A Salticus salta 
sobre ela. Outras caçam tecendo a teia, uma incrível “armadilha”. O veneno mata rapidamente os 
invertebrados. O veneno da Eurypelma pode matar pequenos vertebrados. A maioria das espécies 
de aranhas vive cerca de um ano, aproximadamente. Os principais inimigos das aranhas são as aves, 
os lagartos e certas vespas.
Ordem 2 – Scorpionida
São os escorpiões; todos são venenosos. Ex.: Tityus bahiensis (escorpião preto ou vermelho encontrado 
no campo).
Logo após o nascimento, os filhotes do escorpião sobem ao dorso da fêmea, permanecendo até 15 
dias sobre o corpo da mãe.
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Quelíceras
Espiráculo
Cefalotórax
Ferrão inoculador 
do veneno
VISTA VENTRAL
Opérculo 
genital
Palpos
1
2
3
4 Pente
Patas
Prossoma
Pós‑abdômen
Figura 62 – Escorpião: morfologia externa
O acasalamento desses animais é muito curioso. O macho deposita certa quantidade de 
espermatozoides no solo, no interior de uma bolsa, e agarra a fêmea com suas pinças, numa dança 
sexual, colocando‑a adequadamente para receber os espermatozoides.
Ordem 3 – Acarina
São os carrapatos parasitas da pele de mamíferos. Ex.: Sarcoptes scabiei (causador da sarna); Demodex 
folliculorum (é o “cravo” do rosto); e Amblyomma cajennense (é o carrapato).
Muitos ácaros são predadores de plantações. Danificam os pomares, as hortas, as plantas cultivadas, 
as ornamentais etc.
Os micuins são ácaros causadores de terrível prurido (coceira) no homem.
Há ácaros vetores de moléstias, como o transmissor da rickéttsia, agente etiológico da febre maculosa.
Sarcoptes scabiei
Amblyomma 
cajennense 
(carrapato estrela)
Demodex 
folliculorum
Figura 63 – Ácaros
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5.2.2 Quilópodes e diplópodes
Constituem um grupo de artrópodes que possuem o corpo alongado e com inúmeros pares de patas. 
São denominados miriápodes.
Os miriápodes possuem um par de antenas (díceros), respiram por traqueias e excretam por meio dos 
túbulos de Malpighi.
Compreendem duas classes: Chilopoda e Diplopoda.
Classe Chilopoda
Ex.: centopeias (lacraias).
Anatomia interna
Morfologia externa
Glândula 
acessória
Túbulo 
de Malpighi
Tubo 
digestório
Glândula 
salivar
Vesícula 
seminal
Testículo
Forcípula
Antenas
Olhos
Sistema 
nervoso
Figura 64 – Quilópodos, artrópodes venenosos
São venenosas, carnívoras, de movimentos rápidos, não se enrolam, possuem secção corporal 
achatada, suas antenas são longas e possuem um par de patas por segmento.
O primeiro par de patas é transformado em forcípulas (estruturas inoculadoras do veneno). Têm 
poro genital na região posterior do corpo. São ovíparas, com ou sem larvas.
As centopeias são animais predadores de insetos. Sua picada no homem é perigosa. São de hábitos noturnos.
Figura 65 – Centopeia liberando o exoesqueleto na ecdise
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Unidade II
A classe dos diplópodes não é objeto do nosso estudo por não ser venenosa. Assim, não será discutida 
neste livro‑texto.
5.3 Anfíbios
5.3.1 Conceito
Anfíbio é uma classe intermediária entre os vertebrados aquáticos e os terrestres. Estes animais são tetrápodas, 
ananmiotas e analantoidianos que vivem em ambiente úmido, não apresentando formas marinhas.
São pecilotérmicos (ectotérmicos), cuja fecundação ainda necessita da água do meio ambiente.
Os anfíbios constituem a forma de transição entre os vertebrados aquáticos (peixes) e os vertebrados 
terrestres (répteis). Apresentam pele úmida, viscosa e sem escamas, e seus membros são destituídos de 
garras. Existem formas terrestres e de água doce, com três grupos principais: anuros, urodelos e ápodes.
ápodesanuros
urodelos ou caudados
Salamandra
Cobra‑cega
Sapo
Figura 66 – Anfíbios
Os anuros não possuem cauda e compreendem sapos, rãs e pererecas. Os urodelos têm cauda, sendo 
as salamandras seus representantes mais conhecidos. Os ápodes não possuem membros, são animais 
serpentiformes chamados de cobras‑cegas.
5.3.2 Características gerais
Considerando o sapo, podemos observar externamente:
Pálpebra superior
Narina
Tímpano
Glândula 
paratoíde
Figura 67 – Aspecto geral do sapo comum
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BIOLOGIA APLICADA
• pele rugosa e úmida;
• presença de pálpebra e membrana nictitante;
• glândulas paratoides, contendo veneno;
• membrana timpânica;
• membros anteriores com quatro dedos curtos;
• membros posteriores, adaptados para o salto e que possuem cinco dedos;
• cloaca;
• cavidade bucal bem desenvolvida;
• narinas externas.
Figura 68 – Rana palustris, anfíbio anuro dos Estados Unidos
A pele de todos os sapos e rãs produz um veneno que causa tremenda irritação nas mucosas da boca, 
nos intestinos e olhos de seus agressores. Morder sapos e rãs é perigoso e doloroso. A cobra (figura a 
seguir) errou o bote e vai ter dificuldades para tentar engolir este sapo.
Figura 69 – Defesa
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Unidade II
Os Anfíbios têm duas formas de se proteger contra os seus predadores:
• Uma é camuflar‑se com cores ou desenhos da pele, que confundem o animal com o ambiente.
• Outra é produzir substâncias venenosas na pele.
As espécies venenosas não se camuflam. Costumam ter cores vivas e brilhantes que servem de 
advertência aos predadores.
Nos sapos, as glândulas produtoras de veneno são chamadas de glândulas paratoides, e se encontram 
atrás dos olhos. Se algum predador tentar engolir um sapo, a pressão em sua pele faz esguichar o 
veneno que intoxica o agressor.
Figura 70 – Espécime venenosa
Figura 71 – Espécime venenosa
5.3.3 Tegumento e esqueleto
A epiderme não é corneificada nos aquáticos e pouco corneificada nos terrestres. A pele é úmida 
devido à existência de numerosas glândulas pluricelulares que produzem e secretam muco.
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BIOLOGIA APLICADA
Glândula 
pluricelular
Pele de 
sapo
Camada córnea
Derme
Epiderme
Figura 72 – Glândulas pluricelulares mucíparas
No sapo, atingem grande desenvolvimento as glândulas paratóides, situadas dorsalmente atrás 
dos olhos e produtoras de uma substância tóxica para as mucosas. Contrariamente ao que muitos 
pensam, o sapo não é capaz de espirrar o veneno, que só é eliminado quando a glândula é apertada. Não 
apresentam escamas e o esqueleto é quase totalmente ósseo.
5.4 Ofídios
A classe Reptilia (do latim reptilis = que rasteja) é formada de organismos que, agrupados com as 
aves e os mamíferos, recebem a designação comum de amniotas. Em sua grande variedade de espécies, 
o grupo que tem apresentado maior interesse para o homem é o dos ofídios, em razão daocorrência de 
espécies venenosas. São animais triblásticos, enterocelomados, deuterostômios, cordados, gnatóstomos 
e pecilotérmicos (ectotérmicos).
5.4.1 Sistema esquelético
O crânio tem apenas um côndilo occipital. O esqueleto é quase completamente de natureza óssea. A 
coluna vertebral apresenta vértebras cervicais, dorsais, sacras (apenas duas) e caudais.
As cobras possuem a maior coluna vertebral que se tem notícia, com mais de 500 vértebras.
O osso característico é o transverso, que, nas cobras peçonhentas, tem função importante 
na articulação do dente de veneno. Quando a cobra abre a boca, o transverso empurra o dente 
para fora.
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Unidade II
Transverso
Dentário
Quadrado
Esquamosal
Figura 73 – Cinetismo e estreptostilia
 Observação
Cinetismo e estreptostilia: o cinetismo craniano representa os 
movimentos independentes que realizam os maxilares superiores, os 
palatinos e os pterigoides. A estreptostilia é a dupla articulação do quadrado, 
dando‑lhe grande mobilidade e permitindo às cobras abrir muito a boca.
Classificação das cobras
• Áglifas: dentes inoculadores ausentes; é o caso das cobras não venenosas (boipeva e cobra‑cipó).
• Opistóglifas: dentes inoculadores sulcados e situados na parte posterior da boca. Não conseguem 
injetar o veneno (muçurana, falsas‑corais).
• Proteróglifas: possuem dentes inoculadores sulcados e situados na parte anterior da boca (corais 
venenosas).
• Solenóglifas: os dentes inoculadores apresentam um canal que se abre nas extremidades (agulha 
de injeção). Estão localizados na porção anterior (jararaca, cascavel, surucucu etc.).
Com relação ao restante do aparelho digestório, aparecem esôfago bem dilatado, estômago (com 
moela nos crocodilianos), intestinos delgado e grosso, terminando em cloaca. Há a presença de glândulas 
salivares, fígado e pâncreas. De modo geral, os répteis se alimentam poucas vezes, mas, quando o 
fazem, ingerem grandes quantidades de alimento. Possuem digestão lenta e seu suco digestório é forte, 
digerindo até os ossos de suas presas.
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BIOLOGIA APLICADA
Proteróglifa
Dente 
sulcado
Dente 
canaliculado
Solenóglifa
OpistóglifaÁglifa
Figura 74 – Classificação das cobras
Figura 75 – Green Boa
A peçonha das cobras é produzida em glândulas salivares modificadas, chamadas bolsas de veneno. 
A pressão da mordida faz com que o veneno seja espremido para dentro do canal dos dentes injetores 
e inoculado na vítima.
5.4.2 Diferenças entre cobras peçonhentas e não peçonhentas
Cabeça
Nas P (peçonhentas) é chata, triangular, bem destacada. Nas NP (não peçonhentas) é estreita, 
alongada, mal destacada.
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Unidade II
Peçonheta Não Peçonheta
Figura 76 – Cabeça da cobra
Olhos e fosseta lacrimal
Nas P os olhos são pequenos, com pupila em fenda vertical; fosseta lacrimal entre os olhos e narinas. 
Nas NP os olhos são grandes, com pupila circular e fosseta lacrimal ausente.
Peçonheta Não Peçonheta
Fosseta lacrimal
Figura 77 – Olhos e fosseta lacrimal
Escamas do corpo
Nas P são alongadas, pontudas, imbricadas, com carena ou quilha mediana, dando ao tato 
impressão de aspereza. Nas NP as escamas são achatadas, sem carena, dando ao tato uma impressão 
de liso, escorregadio.
Peçonheta Não Peçonheta
Figura 78 – Escamas do corpo
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BIOLOGIA APLICADA
Teto da cabeça
Nas P existem escamas pequenas, semelhantes às do corpo. Nas NP aparecem placas grandes em vez 
de escamas pequenas.
Peçonheta Não Peçonheta
Figura 79 –Teto da cabeça
Cauda
Nas P ela é curta e afina bruscamente. Nas NP ela é longa e afina gradativamente.
Peçonheta Não Peçonheta
Figura 80 – Cauda
Reação
As P, quando perseguidas, mostram reação de ataque, enrolando‑se. As NP, quando perseguidas, 
fogem.
Hábitos
As P são noturnas e as NP, diurnas.
Movimentos
As P são vagarosas e as NP, rápidas.
Postura de filhotes
As P são ovovivíparas e as NP, ovíparas.
É muito importante lembrar que existem numerosas exceções para todos esses casos, de modo 
que o diagnóstico deve ser baseado num conjunto de características e não em uma apenas. Assim, por 
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Unidade II
exemplo, a presença de fosseta lacrimal indica certamente que se trata de cobra peçonhenta da família 
dos crotalídeos, mas as corais venenosas não a apresentam. Temos então de procurar outra peculiaridade 
que, no caso da coral peçonhenta, seria o tipo de cauda.
Quatro gêneros de cobras que causam acidentes peçonhentos no Brasil:
• gênero Bothrops (a representante mais conhecida é a jararaca);
• gênero Crotalus (a representante mais conhecida é a cascavel);
• gênero Micrurus (representado pela coral verdadeira); e
• gênero Lachesis (surucucu).
Quadro 4 – Diferenças entre as peçonhentas e as não peçonhentas
 Cobras peçonhentas Cobras não peçonhentas
Cabeça
achatada, triangular, bem destacada 
do corpo, com escamas pequenas 
como as do corpo.
estreita, de alongada a oval, mal 
destacada do corpo, com placas em 
lugar de escamas.
Olhos pequenos, com pupila em forma de fenda vertical. grandes, com pupila circular.
Fosseta lacrimal presente ausente
Escamas do corpo alongadas, pontudas, imbricadas, sensação de aspereza ao tato.
achatadas, lisas, não imbricadas, 
justapostas.
Cauda curta, afinando bruscamente. longa, afinando gradualmente.
Dentes com presas inoculadoras de veneno. sem presas, dentes todos do mesmo tamanho.
Movimentos vagarosos rápidos
Hábitos noturnos diurnos
Reprodução ovovivíparas ou vivíparas. ovíparas
Em perseguição enrodilha‑se (posição de ataque). foge.
Figura 81 – Jararacuçu (Bothrops), Brasil
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Figura 82 – Cascavel (Caudissona durissa), Brasil
Figura 83 – Sucuri (em inglês, Anaconda)
Figura 84 – Bothrops nieuwiedii, Brasil
Algumas cobras peçonhentas como as cascavéis, jararacas e surucucus →possuem um órgão especial 
para localizar outros animais no escuro. São as fossetas loreais, dois orifícios na cabeça, localizados entre 
os olhos e as narinas. Na falta de luz para os olhos, elas captam raios infravermelhos – os raios do calor 
emitido pelo corpo dos animais. Esses órgãos lhes servem para caçar ratos à noite.
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No Brasil, o ranking das peçonhentas é liderado pela coral verdadeira (Micrurus sp), uma parente 
distante da taipan (Oxyuranus microlepidotus), uma serpente australiana, que é a campeã mundial.
A taipan é tão perigosa que em uma só picada, ela libera veneno suficiente para matar mais de 100 
pessoas ou 250.000 camundongos! De acordo com o biólogo Otávio Marques, do Instituto Butantan 
(São Paulo), “ambas pertencem à família Elapidae, que conta com 240 espécies altamente venenosasem 
todo o planeta, exceto na Europa” (QUAL, [s. d.]).
Estima‑se que todos os anos ocorram, no mundo, de um a dois milhões de acidentes envolvendo 
seres humanos e cobras (venenosas e não venenosas), dos quais cerca de 50 mil resultam em morte.
Figura 85 – Coral
5.4.3 Mecanismo de ação dos venenos das cobras
Os venenos variam em função dos seus “princípios ativos”, determinando uma sintomatologia 
variável, segundo a espécie, quantidade de veneno e localização da picada:
• Neurotóxicos: atuam sobre o sistema nervoso, provocando dormência e insensibilidade no local 
da picada, paralisias musculares, perda da visão e prostração geral. Ex.: cascavel e coral.
• Hemolíticos: causam a hemólise e escurecem a urina. Ex.: cascavel.
• Proteolíticos: causam intensa dor no local da picada. Os tecidos sofrem necrose e podem 
gangrenar. Ex.: urutu e jararaca.
• Coagulantes: em pequenas doses, coagulam o fibrinogênio, o que impede a coagulação do 
sangue; em grandes doses, provocam coagulação intensa e fatal. Ex.: jararaca, jararacuçu, urutu, 
jararaca do rabo branco etc.
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BIOLOGIA APLICADA
Quadro 5 – Procedimento para diagnóstico clínico dos acidentes ofídicos
Gênero Tipo de Veneno Sinais e sintomas
Bothrops
Proteolítico
Sinais e sintomas precoces (imediatamente após): inchaço, dor viva e 
sangramento hemorrágico locais.
Sinais e sintomas tardios: bolhas, necrose (gangrena) e abscessos.
Coagulante Sinais e sintomas precoces: alteração no tempo de coagulação (TC).Sinais e sintomas tardios: sangramento de gengivas, olhos e ouvidos.
Crotalus
Neurotóxico
Sinais e sintomas precoces: “fácies neurotóxica”: diplopia (visão dupla), ptose 
palpebral (queda de pálpebra), anisocoria (dilatação da pupila) e mialgias (dores 
musculares).
Hemolítico Sinais e sintomas tardios: urina vermelha, cor de água de carne ou coca‑cola, oligúria (diminuição e parada da urina) e insuficiência renal aguda.
Micrurus Neurotóxico Sinais e sintomas precoces: diplopia, ptose palpebral, anisocoria e mialgias.Sinais e sintomas tardios: afeta o aparelho respiratório e leva à morte por asfixia.
Lachesis
Proteolítico Sinais e sintomas precoces: inchaço, dor viva e sangramento hemorrágico locais.Sinais e sintomas tardios: bolhas, necrose (gangrena) e abscessos.
Neurotóxico Sinais e sintomas precoces: hipotensão, bradicardia (pulso fraco) e diarreia.
Coagulante Sinais e sintomas precoces: alteração no tempo de coagulação.Sinais e sintomas tardios: sangramento de gengivas, olhos e ouvidos.
5.4.4 Soros antiofídicos
Os anticorpos são “armas químicas” que os seres vivos produzem sob medida para cada atacante.
Por esse motivo, muitos doentes se curam espontaneamente e sem medicamentos. O corpo deles 
produziu seu próprio medicamento, feito sob medida para atacar aquele determinado invasor.
Quem produz os anticorpos em nosso organismo é o sistema imunológico. Imunidade significa não 
poder ser infectado por uma certa doença ou envenenado por uma certa substância. O que nos torna 
imunes – às doenças infecciosas e aos venenos dos animais – são os anticorpos.
Depois de ter vencido um micróbio invasor ou um veneno animal, nosso organismo continua 
produzindo anticorpos contra esse micróbio ou veneno por muito tempo. Às vezes, por toda a vida, 
outras vezes, por décadas.
Por isso, os cientistas extraem esses anticorpos defensivos do sangue dos doentes que se curaram e 
os injetam nos que não estão resistindo bem àquela determinada doença. Ou seja, os pacientes que não 
estavam conseguindo produzir anticorpos são salvos pelos anticorpos daqueles que foram capazes de 
fabricá‑los bem. Essa é a origem dos “soros curativos”.
Como a indústria fabrica anticorpos?
Os anticorpos não são produzidos apenas em humanos. Anticorpos contra os venenos de cobras, 
aranhas e escorpiões, assim como aqueles contra muitos vírus e bactérias, são extraídos do sangue 
de cavalos.
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Unidade II
No início, os cavalos recebem doses mínimas desses venenos ou micróbios. O suficiente para 
produzirem apenas um pouquinho de anticorpos.
Depois, eles vão recebendo doses cada vez maiores, de forma que o cavalo nunca fique doente, mas 
produza quantidades cada vez maiores de anticorpos.
Passados alguns meses, o cavalo se torna uma verdadeira fábrica de anticorpos contra certo veneno 
animal ou contra certa doença infecciosa.
O soro (ou plasma) é a parte líquida do sangue, da qual extraímos os anticorpos. Esse soro, antes 
de ser usado em humanos, é testado e purificado. Já as hemácias – as células vermelhas do sangue do 
cavalo – são devolvidas ao animal para evitar os efeitos debilitantes da sangria. Um único cavalo pode 
produzir 15 litros de soro curativo.
Figura 86 ‑ O líquido que se forma nas bolhas após uma queimadura é o “plasma” do sangue
Os soros mais conhecidos são os antiofídicos, que neutralizam os efeitos dos venenos das cobras. Mas 
há também soros para o tratamento de doenças infecciosas, como difteria, tétano, botulismo e raiva.
Existe ainda um terceiro tipo de soro, que reduz a rejeição dos órgãos transplantados em cirurgias: 
são os soros antitimocitários.
Todos os soros – tanto os antiofídicos, quanto os para tratar as doenças infecciosas e para prevenir 
a rejeição nos transplantes de órgãos – são obtidos pelo mesmo processo. A única diferença é o tipo de 
substância injetada no cavalo (ou no porco) para induzir a produção de anticorpos.
Agem como anticorpos específicos:
• Soro anticrotálico: aplicado em acidentes com cascavéis.
• Soro antielapídico: aplicado em acidentes com corais.
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• Soro antibotrópico: aplicado em acidentes com urutu e jararaca.
• Soro antilaquético: aplicado em acidentes causados pela surucucu.
• Soro polivalente: é aplicado quando a cobra não é identificada.
A identificação da serpente causadora do acidente poderá ser feita diretamente ou pela sintomatologia 
apresentada em virtude da ação específica de cada veneno.
O veneno de algumas cobras é utilizado (misturado com vitamina B1) nos distúrbios nervosos da 
hanseníase; de modo semelhante, o veneno pode ser utilizado no combate à dor da angina do peito e 
hemorragias (principalmente do globo ocular).
Figura 87 – Extração do veneno
Nos Institutos Biológicos, como o Butantan (SP), são produzidos soros contra as picadas mais comuns 
no Brasil: de escorpiões, aranhas e cobras venenosas. Se você for picado por um deles, procure levar o 
animal com você ao hospital. Lembre‑se do que aprendeu: os soros são específicos.
 Lembrete
O soro curativo é uma injeção de anticorpos. Os anticorpos são “armas 
químicas” destinadas a matar os invasores do organismo, que podem ser 
venenos injetados por animais ou micróbios de doenças.
 Observação
Nem todos os venenos animais ou doenças infecciosas podem ser 
curados por meio de soros curativos. Muitos precisam do uso de antibióticos, 
remédios que não têm nada a ver com os soros curativos.
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5.4.5 O Instituto Butantan
A história do Instituto Butantan se confunde com a própria modernização do Estado de São Paulo. 
Em 1889, houve uma epidemia de peste bubônica no porto de Santos. Temendo que a doença atingisse 
a capital do Estado,o governo convocou o renomado Dr. Adolfo Lutz, diretor do Instituto Bacteriológico 
de São Paulo (atual Instituto Adolfo Lutz), para tentar controlar a epidemia.
A fazenda Butantan foi comprada para instalar um laboratório de produção de soro antipestoso e 
o assistente de Adolfo Lutz, o Dr. Vital Brazil — em conjunto com dois outros grandes sanitaristas, o Dr. 
Osvaldo Cruz e o Dr. Emílio Ribas — criou um plano para debelar a epidemia.
Em 1901, esse laboratório foi transformado no “Instituto Serumterápico do Estado de São Paulo”, e 
Vital Brazil, nomeado seu primeiro diretor. Posteriormente, se tornaria o atual Instituto Butantan.
Enquanto isso, sobretudo devido à expansão da cafeicultura em São Paulo, os trabalhadores 
rurais (na maioria imigrantes) eram frequentes vítimas de picadas de cobras venenosas. Essas 
serpentes comuns em toda aquela mata que estava sendo derrubada para plantar café constituíam 
um sério problema.
Assim, Vital Brazil, além de estudar a peste bubônica, iniciou suas pesquisas sobre venenos de 
serpentes, tema então pouco conhecido. O extenso trabalho que ele desenvolveu fez com que o Instituto 
Butantan rapidamente se especializasse no conhecimento de cobras, bem como na produção de soros 
antiofídicos (ofídios” é o nome científico das cobras). Com isso, o Butantan tornou‑se uma entidade 
líder no mundo científico.
Vital Brazil foi pioneiro em demonstrar a especificidade dos soros antiofídicos. Ou seja, que um soro 
específico para a picada de uma serpente venenosa europeia (por exemplo, uma víbora) é ineficiente 
para a picada de uma jararaca sul‑americana. Durante as inúmeras viagens que realizou para demonstrar 
a eficácia do soro antiofídico, a fama de Vital Brazil ganhou o mundo.
Figura 88 – Instituto Butantan
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BIOLOGIA APLICADA
Durante vários anos, o Instituto Butantan funcionou em dependências precárias e com poucos 
funcionários. Mesmo assim, de seus laboratórios brotaram importantes pesquisas no campo da 
herpetologia (o estudo dos répteis), microbiologia e imunologia.
A partir de 1914, com a construção da nova sede e a contínua (embora lenta) ampliação de recursos, 
o Butantan começou a se consolidar como a mais importante instituição de pesquisa biomédica do 
Estado de São Paulo, e uma das mais importantes do Brasil e do mundo.
6 CIÊNCIAS MORFOLÓGICAS MACROSCÓPICAS
A Ciência Morfológica, dentro das ciências Biológicas e da Saúde, trata‑se do estudo das formas 
biológicas dos seres vivos. Divide‑se em duas partes: a Macroscópica, que cuida da Anatomia, e a 
Microscópica, que é a Histologia. Esse estudo é uma ferramenta fundamental na identificação e 
classificação das espécies, levando em consideração as características anatômicas.
Neste momento, nosso estudo será voltado à parte Macroscópica. Serão apresentados conceitos básicos 
de anatomia para fundamentar outras disciplinas nas quais estes conhecimentos se farão necessários.
A Anatomia estuda a forma e a estrutura dos órgãos, que são formados pelos tecidos que se reúnem, 
tais como: estômago, coração, cérebro, pulmões etc.
Para nosso curso, o que irá nos interessar é a anatomia humana, pois com estes conhecimentos 
será possível analisar melhor os ambientes de trabalho, identificar riscos à saúde do trabalhador e 
compreender as formas de penetração no organismo humano e suas consequências.
A etimologia da palavra anatomia vem do grego: ana = em partes; tomein = cortar. Usam‑se 
métodos de dissecação, para se poder examinar as estruturas macroscópicas do corpo humano, sem a 
necessidade do uso de microscópio.
Para facilitar o estudo da anatomia humana, pode‑se separá‑la em áreas distintas. A anatomia 
humana macroscópica é o exame das estruturas do corpo que podem ser vistas sem um microscópio. 
Existem diversas abordagens para estudar a anatomia:
• Anatomia sistêmica: é o método de estudo do corpo por sistemas, como o cardiovascular, o 
respiratório etc.
• Anatomia regional: é o método de estudo do corpo por regiões, como cabeça, tórax e abdômen.
• Anatomia clínica: é o método que enfatiza a estrutura e a função à medida que se relacionam 
com a prática da medicina e outras áreas da saúde.
• Anatomia palpatória: é o método que investiga manualmente a superfície corporal. A prática 
das técnicas de contato manual proporciona ao profissional de saúde a habilidade de receber 
informações relativas de cada paciente.
Para nosso curso, neste momento, daremos ênfase à primeira abordagem, a Anatomia sistêmica.
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Unidade II
6.1 Sistema cardiovascular
6.1.1 Generalidades
O sangue (fluido circulante) apresenta, nos mamíferos, as seguintes funções:
• Transporte de substâncias alimentares da região de absorção (intestino) para as demais partes do 
corpo (células).
• Transporte de excretas para os órgãos excretores (rins) a partir das demais partes do corpo.
• Transporte dos gases respiratórios (oxigênio e dióxido de carbono) entre os pulmões e as demais 
partes do corpo.
• Transporte de hormônios (substâncias controladoras da atividade de certos órgãos).
Essas funções são desempenhadas pelo sistema circulatório (ou sistema de transporte) com eficiência 
e precisão nos animais vertebrados.
6.1.2 Coração
O coração é um órgão muscular cavitário com a forma de um cone truncado, do tamanho 
aproximado do punho do mesmo indivíduo. Repousa sobre o diafragma, entre a porção inferior 
dos dois pulmões, e está encerrado em uma membrana especial, o pericárdio, ocupando a região 
topográfica do tórax, conhecida como mediastino médio. Sua posição em relação à parede 
toráxica é mostrada em diagrama na figura a seguir. É coberto ventralmente pelo esterno e 
partes adjacentes da terceira à sexta cartilagem costal. O ápice do cone aponta para baixo, para 
frente e para a esquerda, estando cerca de dois terços do órgão à esquerda do plano mediano.
Veia e artéria subclaviais
Arco da aorta
Artéria pulmonar
Aurícula esquerda
Ventrículo esquerdo
Ventrículo direito
Átrio direito
Diagrama
Glândula tireoide
Veia braquiocefálica esquerdaVeia braquiocefálica 
direita
Veia cava 
superior
Figura 89 – Posição do coração. O coração e válvulas cardíacas projetadas na parede anterior do tórax, 
mostrando sua relação com as costelas, esterno e diafragma
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O coração do adulto mede cerca de 12 cm de comprimento por 8 a 9 cm de largura 
em sua parte mais larga e 6 cm de espessura. Seu peso no homem varia de 280 a 
340 gramas; na mulher, de 230 a 280 gramas. O coração quase sempre continua a 
crescer em peso e tamanho até um período avançado da vida; este aumento pode 
ser patológico.
A parede do coração é composta de três camadas: uma externa, o epicárdio; uma 
média, o miocárdio; e uma interna, o endocárdio. A camada superficial do epicárdio é 
a membrana serosa ou pericárdio visceral. É uma camada única de células mesoteliais 
escamosas, repousando sobre uma lâmina própria de delicado tecido conjuntivo. Entre 
o revestimento seroso e o miocárdio, há uma camada de denso tecido conjuntivo 
fibroelástico. Este último está entremeado com tecido adiposo, que preenche 
as fendas e sulcos, dando ao coração um contorno ligeiramente arredondado. Os 
grandes vasos sanguíneos e os nervos também estão contidos nesta camada. A 
cor vermelho‑escura do miocárdio é visível por meio do epicárdio, exceto onde há 
acúmulo de gordura. Aquantidade de gordura varia enormemente: raramente está 
ausente, exceto em indivíduos emaciados, e pode encobrir por completo o miocárdio 
nos indivíduos obesos.
Pericárdio
Aorta
Átrio direito
Átrio esquerdo
Artéria 
interventricular 
anterior
Artéria 
pulmonar
Figura 90 – Vista anterior do coração
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Unidade II
Veia cava inferior
Aorta
Átrio direito
Átrio esquerdo
Artéria 
interventricular 
posterior
Artéria 
coronária 
direita
Artéria coronária 
direita
Ventrículo 
direito
Ventrículo esquerdo
Veias pulmonares 
direitas
Veias pulmonares 
esquerdas
Ramo direito da 
artéria pulmonar
Ramo esquerdo da 
artéria pulmonar
Veia cava 
superior
Figura 91 – Vista posterior do coração
Veia cava inferior
Válvula tricúspide
Válvula na 
artéria aorta
Artéria aorta
Átrio direito
Átrio esquerdo
Musculatura 
ventricular 
(miocárdio)
Artéria pulmonar
Ventrículo direito
Ventrículo esquerdo
Veias 
pulmonares
Válvula na artéria pulmonar
Válvula bicúspide 
ou mitral
Septo 
interventicular
Veia cava 
superior
Figura 92 – Esquema do coração em corte longitudinal
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BIOLOGIA APLICADA
O miocárdio é composto de camadas e feixes de músculos cardíacos com um mínimo de 
outros tecidos, exceto no que se refere aos vasos sanguíneos.
O endocárdio é o revestimento interior do coração. Sua camada superficial é composta 
de células endoteliais escamosas e é contínua com o revestimento endotelial dos vasos 
sanguíneos. O tecido conjuntivo é bastante delgado e transparente sobre as paredes 
musculares dos ventrículos; é, porém, espessado nos átrios e nos pontos de inserção das 
válvulas. Contém pequenos vasos sanguíneos, partes do sistema especializado de condução, 
e alguns feixes de músculo liso.
Embora o coração seja bastante móvel e independente dos órgãos vizinhos, mantém‑se 
na sua posição correta dentro do tórax pela continuidade com os grandes vasos sanguíneos 
e por um saco membranoso fechado, o pericárdio.
Adaptado de: LACIC (2011, p. 5).
Pressão máxima ou sistólica
A contração do ventrículo esquerdo (sístole) bombeia sangue arterial para o interior da artéria 
aorta. Temos a pressão máxima ou sistólica, que corresponde a cerca de 120 mmHg. Popularmente, é 
mencionado o valor 12.
Pressão mínima ou diastólica
Quando o ventrículo esquerdo recebe sangue arterial (diástole) do átrio esquerdo, a pressão sanguínea 
no interior da artéria aorta diminui. Temos a pressão mínima ou diastólica, que corresponde a cerca de 
80 mmHg. Popularmente, é mencionado o valor 8.
6.1.3 Organização geral de circulação
A organização do aparelho circulatório está mostrada na figura a seguir:
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Unidade II
Válvula tricúspide Válvula mitral
Artéria aorta Artéria pulmonar
Arco aórtico
Órgãos Pulmão
Membro 
superior 
esquerdo
Membro 
superior 
direito
Pulmão direito Pulmão esquerdo
Veia pulmonar
Aorta descendente
Membros inferiores
Intestino
Bexiga
Figado
Veia porta
Cabeça e pescoço
Veia cava superior
Veia cava inferior
Veia cava
Coração
Rim
Figura 93 – Esquema da circulação pulmonar e sistêmica
No homem, como nos mamíferos, a circulação consiste de dois sistemas ligados em série: a grande 
circulação ou circuito sistêmico, e a pequena circulação ou circuito pulmonar.
PULMÕES CORPO
Sangue arterial
Sangue arterial
Sangue venoso
Sangue venoso
Pequena circulação ou pulmonar Grande circulação ou sistêmica
Figura 94 – Esquema de circulação dupla (AD: átrio direito; AE: átrio esquerdo; VD: ventrículo direito; VE: ventrículo esquerdo)
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BIOLOGIA APLICADA
Da mesma forma, o coração é composto por duas bombas: uma para os pulmões e outra para 
o resto do corpo. O sangue é bombeado pelo coração direito (lado direito do coração) em direção 
à artéria pulmonar, passando pelos capilares e veias pulmonares para ganhar o coração esquerdo 
(lado esquerdo do coração). O coração esquerdo expulsa o sangue para a aorta, de onde se escoa 
pelos ramos arteriais que o distribuem aos vários órgãos do corpo. Dos capilares destes órgãos, é 
o sangue drenado pelas veias, retornando ao coração direito via veias cavas superior e inferior. Na 
sua passagem pelos capilares pulmonares, o sangue ganha o oxigênio do ar contido nos pulmões e, 
ao mesmo tempo, livra‑se de gás carbônico. Nos capilares dos outros órgãos, supridos pelo coração 
esquerdo, o sangue cede oxigênio e remove gás carbônico dos tecidos. O fluxo de sangue que irriga 
os vários órgãos e tecidos depende da quantidade total fornecida pelo coração a cada minuto (débito 
cardíaco) e da proporção do débito enviada a cada um deles. A regulação do débito cardíaco, bem 
como da eventual distribuição do sangue aos tecidos, constituem assim os problemas centrais da 
fisiologia da circulação.
6.1.4 Vasos sanguíneos
Durante cada contração do coração, o sangue é expelido sob pressão dos ventrículos 
para a aorta e artéria pulmonar. A aorta é um tubo de grosso calibre cujas espessas paredes 
são formadas principalmente de tecido elástico; sua capacidade, como a de qualquer outra 
estrutura elástica, é determinada em grande parte pela pressão do sangue nela contida. 
Durante a expulsão de sangue que ocorre na sístole ventricular, a pressão na aorta aumenta, 
distendendo‑a e permitindo a acomodação no seu interior de grande parte do sangue expelido; 
o restante escapa pelas artérias. Na diástole ventricular, a tensão das paredes aórticas mantém 
o fluxo de sangue em direção às artérias; a aorta diminui então de tamanho, paulatinamente, 
até ser distendida por um novo batimento cardíaco. Com este comportamento puramente 
passivo, a aorta (e em menor grau seus ramos principais, que se lhe assemelham em estrutura) 
converte o fluxo intermitente gerado pelo coração num fluxo contínuo, embora pulsante, ao 
nível das artérias.
As artérias contêm, em suas paredes, musculatura lisa que contrai ativamente ou relaxa 
adequadamente quando estimulada. A proporção de tecido muscular para tecido elástico é mais elevada 
nas pequenas artérias, cujo diâmetro (especialmente nos ramos menores ou arteríolas) pode sofrer 
grandes variações independentemente da pressão da luz do vaso. O estado de constrição ou dilatação 
das arteríolas de um órgão é o principal fator determinante da proporção do débito cardíaco a ele 
destinado.
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Unidade II
Carótida externa direita
Artérias importantes Veias importantes
Tronco braquiocefálico
Subclávia direita
Axilar
Axilar
Aorta
Braquial
Ulnar
Radial
Ilíaca comum direita Ilíaca comum esquerda
Ilíaca externa direita
Femoral
Poplítea
Fibular
Tibial anterior
Tibial anterior
Safena magna
Poplítea
Ilíaca externa esquerda
Femoral
Radial
Ulnar
Porta
Cava inferior
Supra‑hepática
Basílica
Cava superior
Subclávia esquerda
Jugular interna
Cefálica
Tronco branquiocefálico 
esquerdo (cortado)Carótida comum direita
Figura 95 – Aparelho circulatório
 ObservaçãoO aparelho circulatório é responsável pelo fornecimento de oxigênio, 
substâncias nutritivas e hormônios aos tecidos; além disso, também exerce 
a função de transportar os produtos finais do metabolismo (excretas, como 
CO2 e ureia) até os órgãos responsáveis por sua eliminação.
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BIOLOGIA APLICADA
Os capilares apresentam um diâmetro em torno de 10 μm e o sangue neles contido é separado dos 
tecidos por uma única camada de células endoteliais achatadas que formam a parede capilar; neste 
ponto, ocorrem as trocas de substâncias entre sangue e tecidos. A despeito de suas finas paredes e da 
ausência de células musculares, os capilares são capazes de contração ativa, podendo, então, exercer 
pressões de 60 mmHg ou mais.
No homem, como em todos os vertebrados, o aparelho circulatório é formado por um sistema 
fechado de vasos sanguíneos, cujo centro funcional é o coração.
Alguns tecidos em estado de repouso apresentam‑se com a maioria de seus capilares fechados; 
durante a atividade, os capilares se abrem, tomando assim parte na regulação da distribuição de sangue 
aos órgãos. Embora sob controle nervoso, são os capilares os vasos que reagem principalmente às 
substâncias químicas liberadas durante a atividade pelos tecidos por eles supridos.
O sangue dos capilares é coletado em vênulas, que se juntam para formar as veias. As veias são largas 
e de paredes relativamente finas, oferecendo pouca resistência ao fluxo sanguíneo. São elas capazes 
de variação ativa de calibre; estão sob controle nervoso. As veias de pequeno e médio calibre contêm 
válvulas, o que não se observa nas de diâmetro muito pequeno ou nas veias maiores. As válvulas são 
pregas da parede íntima que se projetam na luz do vaso. Via de regra, duas destas pregas se defrontam 
num determinado ponto do vaso, e sua conformação é tal que, se o sangue for forçado em direção dos 
músculos de uma parte do corpo, as suas veias são espremidas e o sangue nelas contido é forçado a se 
deslocar na única direção que lhe é permitida, ou seja, a do coração.
Quando os músculos relaxam, o sangue novamente penetra nas veias, provenientes das artérias e 
leitos capilares. Este “bombeamento muscular” é um mecanismo importante que facilita o retorno do 
sangue venoso ao coração.
 Saiba mais
As doenças cardiovasculares têm grande participação nas mortes no 
País. Em algumas atividades e locais podemos encontrar desfibriladores 
para situações de emergência, mas é importante conhecer um pouco mais 
sobre o assunto.
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância. Abordagem de vigilância 
sanitária de produtos para saúde comercializados no Brasil: desfibrilador 
externo. BIT – Boletim Informativo de Tecnovigilância, Brasília, n. 1, jan./
fev./mar. 2011. Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/boletim_tecno/
boletim_tecno_fev2011/PDF/matriz_desfibri_que_temos04fev2011.pdf>. 
Acesso em: 28 jul. 2014.
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6.2 Sistema respiratório
6.2.1 Generalidades
O homem apresenta respiração pulmonar. No homem, o pulmão é alveolar, apresentando uma 
grande superfície de trocas gasosas.
Laringe
Traqueia
Brônquio
Pulmão
Conjunto de alvéolos
Diafragma
Figura 96 – Pulmão do homem
Aparelho respiratório
O ar, no aparelho respiratório humano, percorre o seguinte trajeto: fossas nasais ou boca → faringe 
→ laringe → traqueia → brônquios → bronquíolos → alvéolos pulmonares.
Nos alvéolos pulmonares ocorre a entrada de O2 e a saída de CO2, com a consequente passagem do 
sangue venoso a arterial (hematose).
Mecanismo da respiração
Os pulmões podem sofrer expansão e retração, e, consequentemente, sofrer diminuição ou 
aumento de sua pressão interna em relação à pressão atmosférica. Deste modo, quando os pulmões 
se expandem, aumentam o volume, há queda de pressão interna e, assim, o ar se desloca do 
exterior, por meio das vias respiratórias, para o interior dos pulmões — esta é a inspiração. Quando 
o pulmão entra em retração, diminui o volume, aumenta a pressão interna (também em relação 
à atmosférica) e, assim, o ar se desloca do interior dos pulmões, pelas vias respiratórias, para o 
exterior — é a expiração.
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ar ar
Diafragma
Inspiração Expiração
Figura 97 – Inspiração e expiração: participação da caixa torácica e do 
diafragma nos movimentos de inspiração e expiração
O mecanismo da respiração depende de contrações musculares rítmicas reguladas pelo sistema nervoso autônomo.
O centro respiratório está localizado no bulbo, e, por meio da medula, transmite os impulsos que chegam 
aos músculos respiratórios. Ele é, na verdade, constituído pelo centro inspiratório e pelo centro expiratório. 
A oscilação contínua dos impulsos nervosos originados nestes centros controla os ciclos respiratórios.
Quadro 6 – Respiração
Diafragma e músculos 
intercostais
Volume da 
caixa torácica
Pressão no interior 
dos pulmões
Fenômeno 
respiratório
contraídos aumentado diminuída inspiração
relaxados diminuído aumentada expiração
A entrada e a saída de ar
Tubo em Y1 2 3
Rolha
Bexiga
Bexiga
Garrafa
com 
fundo
móvel
Figura 98 – Experiência que simula os movimentos respiratórios dos mamíferos
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Unidade II
 Observação
Na figura anterior, a bexiga, colocada no fundo aberto da garrafa, 
representa o músculo denominado diafragma. Sua contração (2) ocasiona 
a entrada de ar, ou seja, a inspiração. Seu relaxamento (3) ocasiona a saída, 
ou seja, a expiração.
A atividade dos centros respiratórios é influenciada por fatores químicos. O dióxido de carbono, 
nesse caso, tem uma importância maior: um aumento ou diminuição da sua concentração no 
sangue faz aumentar ou diminuir o ritmo respiratório. A variação do pH leva a uma diminuição 
ou aumento de intensidade do ritmo respiratório. Na acidose sanguínea, o ritmo aumenta; na 
alcalose, ele diminui.
Figura 99 – Pulmão humano normal
Figura 100 – Pulmão afetado por enfisema
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BIOLOGIA APLICADA
6.2.2 Transporte de gases respiratórios pelo sangue
Oxigênio
O oxigênio inspirado se difunde nos pulmões por meio das membranas respiratórias e cai na corrente 
sanguínea para os demais tecidos do organismo.
Ele é transportado pelo sangue de duas maneiras diferentes:
• em solução no plasma (cerca de 3%);
• em combinação química com a hemoglobina das hemácias (cerca de 97%).
Tem maior importância fisiológica o transporte do oxigênio ligado à hemoglobina (oxiemoglobina).
A finalidade do pigmento respiratório é aumentar a capacidade do sangue de transportar oxigênio 
para os tecidos, já que a solubilidade deste gás no sangue é muito baixa.
Os pigmentos respiratórios são proteínas que em suas moléculas apresentam um átomo de metal. 
A maioria dos pigmentos respiratórios contém ferro em suas moléculas. É ao metal da molécula que o 
oxigênio se liga para ser transportado.
Dióxido de carbono
O transporte de dióxido de carbono é realizado nos tecidos. Na respiração intracelular, as células 
estão produzindo continuamente CO2, que se difunde finalmente parao sangue. O CO2 é transportado, 
pelo sangue, até os pulmões, onde se difunde para o ar alveolar.
O dióxido de carbono é transportado pelo sangue de três maneiras diferentes:
• em solução no plasma (cerca de 7%);
• em combinação com a hemoglobina e proteínas plasmáticas, formando compostos carbaminas 
(de 3% a 33%);
• na forma de íon bicarbonato (cerca de 60% a 90%).
Como se vê, a maior importância fisiológica é o transporte do dióxido de carbono na forma de íon 
bicarbonato.
Monóxido de carbono
O monóxido de carbono (CO) se combina com a hemoglobina, formando carboxiemoglobina, 
composto estável que não transporta mais o oxigênio às células. A inalação do CO, liberado, por exemplo, 
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Unidade II
nas combustões parciais de derivados do petróleo, pode ocasionar até a morte por asfixia. Nas células, 
há uma drástica diminuição na síntese de ATP, ou seja, de adenosina trifosfato.
6.2.3 O efeito da altitude
Quando um indivíduo, que vive em altitudes próximas à do nível do mar, viaja para locais com 
elevada altitude, onde o ar é rarefeito, apresenta algumas reações para compensar a diminuição da 
taxa de oxigênio transportado aos tecidos do corpo. Ocorre um aumento da frequência respiratória, dos 
batimentos cardíacos e da pressão arterial. Em longo prazo, a medula óssea aumenta a produção de 
hemácias na hematopoese, facilitando a aclimatação desse indivíduo.
6.3 Sistema nervoso
Todas as nossas sensações, sentimentos, pensamentos, respostas motoras e emocionais, a 
aprendizagem e a memória, a ação das drogas psicoativas, as causas das doenças mentais e qualquer 
outra função ou disfunção do cérebro humano não poderiam ser compreendidas sem o conhecimento 
do fascinante processo de comunicação entre as células nervosas (neurônios).
Neurônio, a 
célula nervosa
Cérebro humano
Figura 101 – Cérebro humano
6.3.1 Neurônio
O sistema nervoso é constituído por uma rede de unidades celulares denominadas neurônios (células 
nervosas). Os neurônios mostram uma variedade de forma e tamanho, porém possuem elementos 
comuns. Uma célula nervosa típica tem três partes principais: dendritos, axônio (cilindro‑eixo ou fibra 
nervosa) e corpo celular.
Os dendritos e o axônio (sempre único em cada célula) são prolongamentos do neurônio. Os dendritos 
conduzem o influxo nervoso em direção ao corpo celular. No axônio pode haver, além de membrana 
celular, duas outras bainhas: interna (bainha de mielina) e externa, celular (bainha de Schwann). Essas 
bainhas são interrompidas em intervalos regulares por estrangulamentos chamados nódulos de Ranvier, 
que têm papel importante na velocidade da condução nervosa.
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Nervo é um grande número de axônios, cada um originário de um neurônio diferente. O nervo não 
contém corpos celulares, pois estes estão localizados no encéfalo, na medula e nos gânglios nervosos.
6.3.2 Sinapse
As células nervosas e seus prolongamentos fazem contatos umas com as outras, por meio de pontos 
denominados sinapses. Na sinapse, o axônio terminal não está em contato direto (continuidade) com a 
membrana das ramificações do neurônio seguinte, mas existe aí uma fenda da ordem de 200 Å de largura. 
A transferência de um influxo nervoso por essa sinapse é feita por meios químicos. Uma característica 
importante é que a transmissão do impulso na sinapse se processa somente no sentido axônio – dendrito 
e nunca no sentido inverso. Desse modo, a sinapse atua como uma válvula de direção única.
Estímulo
Impulso 
nervoso
Impulso 
nervoso
Sinapse Neurônio
Neurônio
Vesículas com 
acetilcolina
Figura 102 – Sinapse
 Observação
Cromatólise é a degeneração do ergastoplasma do neurônio, decorrente 
de envelhecimento, traumatismos ou doenças.
Dendritos
Corpo celular
Núcleo
Figura 103 – Esquema de um neurônio
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6.3.3 Ato reflexo
Os movimentos coordenados mais simples que você pode executar (pestanejar, espirrar ou retirar bruscamente a 
mão de uma chapa aquecida) parecem reações involuntárias automáticas, que surgem rapidamente quando ocorrem 
certas modificações no ambiente. Você retira a mão da chapa aquecida antes mesmo de perceber que se queimou.
Essas reações involuntárias, que envolvem impulsos nervosos, são denominadas de reflexos. Neles, a 
transferência de informações percorre um caminho conhecido como arco reflexo.
Os fenômenos que se desenvolvem nas vias nervosas, desde o receptor, ao receber o estímulo, até o 
efetor, que dá a resposta final, são denominados de atos reflexos.
Quando é pequeno o número de neurônios envolvidos, tem‑se um ato reflexo simples e, ao contrário, 
quando há um grande número de neurônios envolvidos, chama‑se ato reflexo complexo. Todas as 
estruturas envolvidas no ato reflexo recebem, em conjunto, a denominação arco reflexo.
Um arco reflexo simples, como o reflexo patelar, ocorre da seguinte maneira: o órgão receptor do 
estímulo é o tendão do joelho. Um golpe desferido excita as extremidades nervosas (dendritos) dos 
neurônios, cujos corpos celulares estão localizados no gânglio raquidiano. Os axônios desses neurônios 
penetram na parte dorsal da medula e fazem sinapse com os dendritos dos neurônios motores.
Neurônio
motor
Gânglio
Raiz dorsalRaiz ventral
Sensorial
Receptor
Efetor
Figura 104 – Arco reflexo patelar: os efetores são músculos esqueléticos da coxa
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BIOLOGIA APLICADA
Os corpos celulares desses neurônios motores estão localizados na medula em sua parte ventral 
(anterior) e seus axônios partem da raiz anterior e vão excitar os músculos da coxa, provocando o 
movimento da perna; desenvolve‑se, assim, o reflexo patelar. Nos reflexos medulares mais complexos, 
há também a participação de neurônios associativos, localizados entre os sensoriais e os motores. Os 
axônios dos neurônios associativos do arco reflexo também entram em sinapse com neurônios que 
transmitem o impulso nervoso ao encéfalo, e assim tem‑se consciência do estímulo sofrido.
Um arco reflexo, como o descrito, envolve as seguintes estruturas:
• Receptor do estímulo: representado por corpúsculos sensoriais do tendão e inervados por 
dendritos dos neurônios sensitivos.
• Via sensitiva: representada pelos neurônios sensitivos que se dirigem para a medula pela raiz dorsal.
• Neurônio associativo: situado na medula e que transforma a informação sensorial em ordem de 
ação, que se propagará pelos neurônios motores. Nos reflexos complexos podem ocorrer vários 
neurônios de associação.
• Via motora: neurônios motores, que conduzem a ordem de ação para a contração dos músculos e 
saem da medula pela raiz ventral; chegam até o efetor.
• Efetor: realiza a resposta final ao estímulo e, neste reflexo patelar, está representado pelos 
músculos da coxa.
Os reflexos podem ser medulares e encefálicos. Nos reflexos medulares, como o patelar, a integração 
da informação ocorre na medula, e é sempre automática e involuntária. Reflexos encefálicos são 
complexos e a integração ocorre em neurônios associativos do encéfalo.
No reflexo salivar, os efetores são as glândulas salivares, que liberam a saliva na cavidade bucal.
Outros atos reflexos
Quando um feixe de luz incide no olho humano,há uma redução do diâmetro da pupila. No escuro, 
esse diâmetro aumenta. Trata‑se de um ato reflexo. A ausência desse reflexo pupilar pode ser um indício 
de lesões do sistema nervoso.
O ato “involuntário” de pestanejar também é reflexo. A aproximação brusca de um objeto ao globo 
ocular pode ocasionar um rápido movimento da pálpebra, protegendo o olho. Esse movimento palpebral 
também contribui na distribuição homogênea da lágrima pelo globo ocular, facilitando a sua lubrificação 
e dificultando o seu ressecamento.
Quando um indivíduo pisa em um objeto perfurante, como um prego, ocorre imediatamente um ato 
reflexo. O neurônio efetor conduz impulsos ao membro inferior, provocando uma flexão da perna, numa 
tentativa de protegê‑lo.
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Unidade II
Quando um pediatra levanta lentamente um bebê, ele se agarra fortemente aos dedos do médico, 
podendo até se manter “pendurado” pela mão.
Ao passar roupa, uma mulher encosta a mão no ferro “quente”. Imediatamente ela retira o seu 
membro superior do metal aquecido.
Os atos reflexos, além de proteger o organismo, contribuem para sua adaptação ao ambiente.
O reflexo condicionado
O fisiologista Pavlov realizou interessantes experiências em cães.
Antes de alimentar seu cão, ele tocava uma campainha. Pavlov repetiu esse experimento muitas 
vezes. Após um certo tempo, o cão já secretava saliva e suco gástrico ao ouvir o ruído da campainha. O 
animal foi condicionado.
Muitos domadores que se exibem em espetáculos de circo condicionam seus animais a apresentar 
certa reação em cena por meio de estímulos e sinais.
Quando o animal reage favoravelmente ao desejo do domador, ele o recompensa, por exemplo, com 
alimento. Se o animal reagir desfavoravelmente, o domador aplica‑lhe um castigo.
Parietal
OccipitalTemporal
Frontal
Figura 105 – Regiões do cérebro humano. Acredita‑se que a região occipital esteja relacionada à visão; a temporal, à audição; a 
parietal, ao olfato; e a frontal, à fala (fonação)
6.3.4 A divisão do sistema nervoso
Divisão anatômica
Em relação à posição, podemos dividir o sistema nervoso em central e periférico.
O sistema nervoso central compreende o encéfalo e a medula espinhal ou raquidiana. O periférico 
compreende nervos cranianos (do encéfalo), nervos raquidianos ou espinhais (da medula), gânglios 
sensoriais e simpáticos.
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BIOLOGIA APLICADA
Os neurônios (ou fibras) que conduzem impulso ao sistema nervoso central (encéfalo e/ou medula) 
são denominados neurônios aferentes ou sensitivos; aqueles que conduzem do sistema nervoso central 
aos afetores (músculos e glândulas) são chamados neurônios eferentes ou motores.
Conectando esses neurônios (aferentes e eferentes), no sistema nervoso central, geralmente existem 
neurônios de associação.
Os corpos celulares dos neurônios aferentes estão localizados em pequenas estruturas de tecido 
nervoso, que se localizam, aos pares, de cada lado da superfície dorsal da medula, em cada segmento. 
São denominados gânglios das raízes dorsais ou posteriores.
Os corpos celulares dos neurônios eferentes estão dentro da medula, na sua porção ventral (ou 
anterior), e suas fibras constituem a raiz ventral ou anterior.
Os neurônios aferentes que penetram no encéfalo têm seus corpos celulares nos gânglios, perto dele.
A atividade motora da musculatura esquelética é controlada por fibras do sistema nervoso periférico 
por meio de diferentes níveis do sistema nervoso central, cerebral ou medular.
O encéfalo e a medula espinhal são protegidos, respectivamente, pelo crânio e pela coluna vertebral.
Há também três meninges (membranas de tecido conjuntivo) protegendo o sistema nervoso central.
A meninge que está em contato direto com o encéfalo e a medula (mais interna) é a pia‑máter, a 
meninge média é a aracnoide e a mais externa é a dura‑máter.
O espaço entre a pia‑máter e a aracnoide está preenchido pelo líquido cefalorraquidiano, liquor ou 
líquido cérebro‑espinhal, cuja função é oferecer proteção ao tecido nervoso, atuando como amortecedor 
hidráulico contra choques e movimentos aos quais está sujeito. O líquido cefalorraquidiano preenche 
também os ventrículos cerebrais e o canal do epêndima (canal central).
A medula é um órgão com forma cilíndrica e estende‑se do bulbo até as vértebras lombares.
Substância cinzenta
Substância branca
Raiz posterior
Raiz anterior
Canal do 
epêndima
(Canal central)
Figura 106 – Representação esquemática de um corte transversal da medula espinhal
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Unidade II
O tecido nervoso da medula diferencia‑se numa porção interna, denominada substância cinzenta, 
constituída por neurônios e fibras amielínicas e por células de sustentação, a neuróglia ou gliócito.
A porção externa é constituída por fibras mielinizadas que correspondem aos axônios dos 
neurônios da substância cinzenta, fibras amielínicas e células de sustentação. A grande quantidade 
de fibras com mielina confere uma cor clara a esta parte da medula, que por isso é chamada 
substância branca.
A substância cinzenta, vista em corte transversal da medula, toma a forma da letra H dentro da 
substância branca.
O encéfalo está protegido pela caixa craniana.
Apresenta as seguintes regiões:
• Telencéfalo (hemisférios cerebrais, cuja camada mais superficial é o córtex).
• Diencéjalo (com o tálamo e o hipotálamo).
• Mesencéfalo (com os corpos quadrigêmeos e pedúnculos cerebrais).
• Metencéfalo (cerebelo).
• Mielencéfalo (bulbo).
Divisão fisiológica do sistema nervoso
Em relação ao funcionamento, o sistema nervoso pode ser dividido em voluntário e autônomo. 
O voluntário apresenta uma porção central, representada pelo córtex cerebral, e uma periférica, 
pelos nervos.
O sistema nervoso autônomo é dividido em sistema simpático e sistema parassimpático, que, de 
modo geral, têm ação antagônica sobre os órgãos que inervam, controlando‑os, respectivamente, por 
meio de adrenalina e acetilcolina.
É a parte do sistema nervoso responsável pelas funções viscerais do organismo. Trata‑se de um 
sistema essencialmente efetor, que regula e coordena, total ou parcialmente, a pressão arterial, a 
temperatura do corpo, a contração da musculatura lisa das vísceras, os batimentos cardíacos e outras 
atividades involuntárias. De modo geral, o sistema autônomo garante o equilíbrio do meio interno, ou 
seja, a homeostase.
A atividade autônoma (sistema autônomo) é, em maior parte, controlada pelo sistema nervoso 
central, principalmente pelo hipotálamo.
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BIOLOGIA APLICADA
6.3.5 Sistema nervoso autônomo simpático
É formado por diversos gânglios e fibras pré e pós‑ganglionares. Os gânglios estão divididos em dois 
grupos: laterais ou vertebrais, localizados ao lado da coluna vertebral, e correspondem embriologicamente 
à divisão segmentária da coluna; os colaterais se encontram em posição anterior à coluna vertebral e 
aproximadamente na altura do estômago.
As fibras pré‑ganglionares (ramos comunicantes brancos, devido à mielinização das fibras) originam‑se 
na medula, saem pela raiz ventral e fazem sinapse com diversos neurônios de um ou mais gânglios. As fibras 
pós‑ganglionares não são mielinizadas (daí serem chamadas de ramos comunicantes cinzentos) e

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