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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS DEPARTAMENTO DE QUÍMICA ORGÂNICA E INORGÂNICA RELATÓRIO DE AULA EXPERIMENTAL QUÍMICA GERAL PARA ENGENHARIA PROF: CRISTIANE OLIVEIRA TURMA: 2 A HORÁRIO: 08 ás10 horas NOME: TALLYS GONÇALVES PEREIRA MATRÍCULA: PRÁTICA: ÁCIDOS E BASES DATA DE REALIZAÇÃO DA PRÁTICA: 01/10/14 DATA DE ENTREGA DO RELATÓRIO: 10/11/14 1. OBJETIVOS Observar como potencial Hidrogeniônico (pH), se comporta á mudança de concentrações; Quantificar os valores nas quais ocorrem mudança de cores, em soluções na presença de indicadores; Determinar o pH de soluções salinas; Precisar o Ka (Constante de Ionização de um ácido fraco); Desenvolver uma solução tampão, e observar se a mesma obedece as características explicitadas na literatura; Titular ácido acético com Hidróxido de sódio, determinar a concentração do ácido e apresentar um indicador apropriado para verificar o pH da solução. 2. RESULTADOS E DISCUSSÃO PARTE A: MEDIDA DE pH DE SOLUÇÕES TIPICAMENTE ÁCIDAS OU BÁSICAS Inicialmente foram coletadas três amostras de Ácido Clorídrico (HCl) cada uma de 1 mL, no entanto as mesmas apresentavam três concentrações distintas : 1 Mol.L-1, 0,1 Mol.L-1 e 0,01 Mol.L-1. Feito isso foi feito uso do Violeta de Metila, indicador comumente usado para verificar viragens de pH entre 0 e 1. Na tabela abaixo estão apresentados os dados coletados com a verificação: Tabela 01: Análise de HCl Concentração Cor apresentada Valor de pH (Observado) 1 Mol.L-1 Verde 0 0,1 Mol.L-1 Azul Escuro 1 0,01 Mol.L-1 Violeta 2 HCl + H2O → CL- + H3O+ Como o ácido clorídrico é um acido forte, ele vai se dissociar completamente, assim a concentração de H+ inicial, é igual á final : pH = -log[H+] pH = -log[1] = 0 pH = -log[0,1] = 1 pH = -log[0,01] = 2 O mesmo procedimento foi repetido para o Ácido acético (HOAc), só que dessa vez o indicador utilizado foi o Amarelo de metila, especifico para viragens entre 2,8 a 4,4 aproximadamente. Tabela 02: Análise de HOAc Concentração Cor apresentada Valor de pH 1 Mol.L-1 Laranja 2 0,1 Mol.L-1 Amarelo 3 0,01 Mol.L-1 Amarelo claro 5 CH3COOH + H2O→ H3O+ + CH3COO- Nesse caso no entanto ele é um acido fraco, e por isso não é completamente dissociado, assim deve se calcular suas concentrações no estado de equilíbrio: Ka =1,8 x 10-5 Para Concentração de 1 Mol.L-1 CH3COOH H3O+ CH3COO- Inicio 1 0 0 Variação - x X x Equilíbrio 1 – x X x Como Ka =1,8x10-5 Ka = (x2)/(1-x) 1,8 x 10-5 = (x2)/(1-x) Supondo que x seja muito pequeno, o denominador tende a 1, assim não é necessário calcular equação do segundo grau, basta fazer x = pH = -log[0,004242] ≅ 2 Para Concentração de 0,1 Mol.L-1 CH3COOH H3O+ CH3COO- Inicio 0,1 0 0 Variação - x X X Equilíbrio 0,1 – x X X Como Ka =1,8x10-5 Ka = (x2)/(0,1-x) 1,8 x 10-5 = (x2)/(0,1-x) Supondo mais uma vez que x seja muito pequeno, o denominador tende a 0,1, assim não é necessário calcular equação do segundo grau, basta fazer x = pH = -log[0,001341] ≅ 3 Para Concentração de 0,01 Mol.L-1 CH3COOH H3O+ CH3COO- Inicio 0,01 0 0 Variação - x X X Equilíbrio 0,01 – x X X Como Ka =1,8x10-5 Ka = (x2)/( 0,01-x) 1,8 x 10-5 = (x2)/( 0,01-x) Supondo que x seja muito pequeno, o denominador tende a 0,01, assim não é necessário calcular equação do segundo grau, basta fazer x = pH = -log[0,0004242] ≅ 4 Em um terceiro experimento, a substancia analisada foi a amônia (NH3), que por sua vez requer o Amarelo de alizarina como indicador por ter faixa de viragem entre 10,1 e 12,0, aproximadamente. Tabela 02: Análise de NH3 Concentração Cor apresentada Valor de pH 1 Mol.L-1 Vermelho claro 11 0,1 Mol.L-1 Laranja 10 0,01 Mol.L-1 Amarelo claro 9 NH3 + H2O → NH4+ + OH - Como amônia é uma base fraca, a mesma não se dissocia completamente, assim é necessário calcular as concentrações no equilíbrio : Para Concentração de 1 Mol.L-1 NH3 NH4+ OH - Inicio 1 0 0 Variação - x X x Equilíbrio 1 – x X x Como Kb =1,8x10-5 Kb = (x2)/(1-x) = (x2)/(1-x) Nesse caso, como foi dada uma base, deve se calcular inicialmente se pOH, em seguida relacionar com o pH: pOH = -log[0,004242] ≅ 2, Como pH + pOH = 14, pH ≅ 12 Para Concentração de 0,1 Mol.L-1 NH3 NH4+ OH - Inicio 1 0 0 Variação - x X X Equilíbrio 1 – x X X Como Kb =1,8x10-5 Kb = (x2)/( 0,1 -x) = (x2)/( 0,1 -x) pOH = -log[0,001341] ≅ 3, Como pH + pOH = 14, pH ≅ 11 Para Concentração de 0,01 Mol.L-1 NH3 NH4+ OH - Inicio 0,01 0 0 Variação - x X X Equilíbrio 0,01 – x X X Como Kb =1,8x10-5 Kb = (x2)/( 0,01 -x) = (x2)/( 0,01 -x) pOH = -log[0,0004242] ≅ 4, Como pH + pOH = 14, pH ≅ 10 Todas as observações coletadas, evidenciaram a relação direta entre concentração de H+ na solução e o pH da mesma. pH = -log[H+] PARTE B: CONSTANTE DE DISSOCIAÇÃO DE UM ÁCIDO FRACO Uma solução de ácido acético foi preparada, pela diluição de vinagre em água em uma proveta (5 mL para 100 mL), em seguida, a mesma foi dividida em duas partes, e uma delas foi titulada com Hidróxido de sódio (NaOH) á uma concentração de 0,2 Mol.L-1.Durante a titulação, o indicador utilizado foi a Fenolftaleína, feito isso, o passo seguinte foi misturar as duas partes da solução anteriormente preparada(A titulada com NaOH e a não titulada), e foi o pH dessa junção que foi observado, tendo ele valor 5. Na equação química, o NaOH, não é incluído, porque nessa reação ele age apenas como “Observador”, não afetando a mesma. HOAc(aq) + OH-(aq) → OAc-(aq) + H2O(l) Quando a hidroxila reage com o ácido acético, ela passa a retirar íons H+, formando agua e um ânion OAc-, assim, no numerador do calculo da Constante de dissociação, só aparece a concentração de H+: Ka = Ka = ([H+]*[ OAc-])/([ HOAc]) No entanto, essa formula ainda pode ser reduzida, pois as concentrações de OAc- e HOAc, nessa situação são iguais, assim: Ka = [H+] Não se sabe inicialmente a concentração de H+, contudo o pH da mistura é conhecido e ele é igual á 5,assim, pela inversa do logaritmo: pH = - log[H+] 5 = - log[H+] [H+] = 0,00001 (Esse valor foi obtido utilizando a função “Antilog”) Ka = 1 x 10-5 Assim, é possível perceber que o valor obtido é próximo do que esta explicitado na literatura, 1,8x10-5. PARTE C: VERIFICAÇÃO DA PROPRIEDADE DE UMA SOLUÇÃO TAMPÃO Durante a titulação da parte B, um sal foi formado, a junção desse sal com seu respectivo ácido fraco, formou a conhecida Solução Tampão, em seguida foram adicionadas 5 gotas de uma solução de NaOH á 0,1 Mol.L-1,( caráter básico) á 25 mL dessa solução tampão, e a outros 25 mL foram adicionadas também 5 gotas, mas dessa vez foi o HCl (caráter ácido) com a mesma concentração, 0,1 Mol.L-1. Durante a realização desse procedimento, foram medidos três valores de pH á titulo de comparação : Tabela 04: Valores de pH e sua relação com a Solução Tampão. Situação pH Solução Tampão 4,74 Solução Tampão adicionada de NaOH 4,88 Solução Tampão adicionada de HCl 4,69 Por fim, em duas amostras de agua destilada , se repetiu o procedimento anterior adicionando NaOH á uma, e HCl na outra, obtendo os seguintes resultados: Tabela 05: Valores de pH e sua relação com a água destilada. Situação pH Água destilada 6,38 Água destilada adicionada de NaOH 10,88 Água destilada adicionada de HCl 2,61 Com esses resultados, é possível inferir que a solução preparada na parte B, realmente atua como uma solução tampão, devido a sua capacidade de “conservar” o valor do pH. Um pontoimportante a se destacar é que a solução tampão não é totalmente imune a variação de pH, no entanto, os valores obtidos com a adição da base e do ácido, são razoavelmente pequenos, ao ponto de se poder afirmar que o pH, quase não foi afetado. Já, com a água destilada, ficou bem clara, a sua incapacidade de agir como um tampão, visto que o valor de pH da mesma foi dramaticamente afetado com a adição de base e acido respectivamente. Vale ressaltar ainda, que o pH da água observado, não foi exatamente 7, porque a mesma estava em contato com a atmosfera, e por conseguinte com os gases dissolvidos nela, isso pode ter contribuído para essa discrepância com o valor ilustrado na literatura. PARTE D: MEDIDA DE pH DE SOLUÇÕES SALINAS Com algumas amostras de seis sais distintos dissolvidos em água e um potenciômetro devidamente calibrado, verificou se as seguintes leituras de pH : Tabela 06: Valores de pH de Soluções salinas. Solução pH NaCl (0,1 Mol.L-1) 6,29 NaOAc (0,1 Mol.L-1) 8,72 Na2CO3 (0,1 Mol.L-1) 11,32 NH4Cl (0,1 Mol.L-1) 5,47 ZnCl2 (0,1 Mol.L-1) 4,98 Cu(NO3)2 (0,1 Mol.L-1) 3,87 Esses valores podem ser melhor compreendidos, quando se relaciona a eles os conceitos de Dissociação e Ionização: Teoria da dissociação eletrolítica de Arrhenius: Quando uma substância dissolve-se em água, vai-se dividindo em partículas cada vez menores. Em alguns casos, essa divisão para nas moléculas e a solução não conduz a corrente elétrica. Em outros casos, a divisão vai além de moléculas; estas se dividem em partículas ainda menores, com carga elétrica, denominadas íons. Ionização: Como o próprio nome diz, é o ato de transformar átomos de carga neutra em seus respectivos íons. A energia necessária para transformar um átomo em íon varia de elemento para elemento. Essa transformação se dá devido ao elétron receber energia o suficiente para se libertar da nuvem eletrônica pertencente ao átomo. Tomando essas definições, é possível entender os fenômenos que ocorrem quando, por exemplo, algumas substancias são dissolvidas em água, e a partir dai compreender seu Potencial Hidrogeniônico (pH). NaCℓ (s) → Na⁺ (aq) + Cℓ⁻ (aq) A água é uma substância formada por moléculas polares, o polo negativo esta situado no átomo de oxigênio e o polo positivo está nos átomos de hidrogênio. A solução iônica é obtida da interação entre H2O e NaCl. E como o cloreto de sódio é uma união entre um acido e uma base forte, o sal resultante acaba adquirindo caráter neutro, no entanto seu pH não é exatamente 7, isso se deve ao fato que durante a realização da pratica, as substancias estavam em contato com a atmosfera, e por conseguinte com os gases presentes nela. A interação com o Dióxido de Carbono (CO2) aumentou a presença de íons H+, deslocando assim o valor do pH para valores menores que 7, como observado 6,29, valor característico de ácidos. NaOAc → Na+ + OAc- OAc- + H2O→ HOAc + OH- A dissociação do acetato de sódio produz o ânion OAc-, que ao interagir com a água produz íons de OH-, o que eleva o pH do meio, configurando assim um sal básico, como foi evidenciado com o valor coletado, 8,72. Na2CO3 + H2O → NaHCO3 + OH- + Na+ O Carbonato de sódio dissolvido em agua também produz moléculas de OH-, tornando o mesmo um sal básico, como foi indicado pelo seu valor de pH observado, 11,32. NH4Cl → NH4+ + Cl- NH4+ → NH3 + H+ Para determinar como se comporta o sal Cloreto de amónio, é necessário perceber que o mesmo apresenta duas dissociações consecutivas. Inicialmente origina o amónio, e em seguida, o mesmo também se dissocia gerando assim íons de H+, o que diminui o pH do meio, contribuindo para caracterizar tal sal como ácido, comprovando o valor observado 5,47. ZnCl2 + H2O → Zn (OH)2 + HCl Zn + H2O + H+ Sais como Cu(NO3)2 e ZnCl2 apresentam em sua composição os elementos de transição Cobre (Cu) e Zinco (Zn) , e uma das características desse tipo de elemento é que os mesmos quando dissolvidos em água, produzem íons de H+, o que configura os mesmos como sais ácidos, como bem mostraram os valores de pH coletados : 3,87 e 4,98 respectivamente. PARTE E: DETERMINAÇÃO DE ÁCIDO ACÉTICO EM VINAGRE Em uma bureta, foi preparada uma solução, de 0,2 Mol.L-1 de NaOH ; Em uma pipeta 1 ml de vinagre foi diluído em água, e em seguida foi adicionado o indicador apropriado. Por fim uniu se as duas substancias, e como era sabido o volume do NaOH,25 mL : ConcentraçãoAcido*VolumeAcido = ConcentraçãoBase*VolumeBase ConcentraçãoAcido = (0,2 * 0,025)/0,001 ConcentraçãoAcido= 5 Mol.L-1 NaOH + HC2H3O2 → NaC2H3O2 + H2O Como a reação observada produz um sal (NaC2H3O2), e este quando diluído em agua produzira íons OH-, assim, o meio adquire caráter básico, dai a necessidade de um indicador sensível a mudanças cor para valores de pH entre 8,2 e 9,8, como é a Fenolftaleína. 4. CONCLUSÕES Na parte A, Foi possível perceber também, que algumas leituras de pH apresentaram valores fora dos limites teóricos que o indicador pode quantificar, além de valores diferentes dos obtidos teoricamente com o calculo das concentrações de H+. Isso pode ter sido ocasionado por uma má interpretação das nuances das cores e sua comparação com o padrão. Na segunda parte da prática, a precisão do valor não foi muito alta, no entanto o valor de Ka encontrado experimentalmente realmente foi próximo, o que evidencia que as condições da realização da pratica podem ter sido decisivas na determinação final do valor, tais como arredondamentos e etc. Na terceira parte, foi produzido um tampão como era previsto, o mesmo agiu na adição de base e acido respectivamente como um regulador de pH, o que porém não aconteceu com a água já que com uma simples observação dos valores de pH coletados ficou nítido, o quanto as características do meio foram alteradas, durante a prática. Na seção relacionada, aos pH’s de soluções salinas, a montagem estequiométrica das reações, foi fundamental para se compreender os motivos pelas quais o meio foi alterado, visto que, em alguns casos, a diluição da mesma em agua produzia íons de H+, como foi o caso por exemplo do ZnCl2, o que tornou o meio acido, e em outros casos liberou OH-, como ocorreu com o Na2CO3, instalando caráter básico. Desse modo os valores de pH comprovaram as reações teóricas. Por fim, a determinação da concentração de Ácido acético em vinagre, foi possível graças a titulação e sua fórmula, pois durante a prática os valores de concentração da base, e os volumes de ambos já haviam sido coletados, por essa reação, o sal obtido, e sua possível reação com a água (Alcalinização da mesma) o indicador apropriado foi a Fenolftaleína, mediante á sua faixa de viragem padrão estabelecida para valores entre 8,2 e 9,8(Essencialmente básicos).
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