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RESUMO DIREITO EMPRESARIAL

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RESUMO DIREITO EMPRESARIAL
- AULA 01 EVOLUÇÃO HISTORICA DO DIREITO EMPRESARIAL: A primeira da evolução histórica do Direito Empresarial tem inicio na idade média, momento em que a igreja e o Estado formavam uma só realidade social. Assim nasceu o Direito empresarial como costumeiro. Naquele tempo era considerado os sujeitos do direito comercial os burgueses. Ao particulares (especialmente os comerciantes/ mercadores), se uniram, e começaram a regular suas relações por meio de normas próprias. Essa associação de mercadores eram as famosas corporações de oficio que se uniram para elaborar normas que seriam aplicadas aos membros daquela determinada associação. 
- AULA 02 TEORIA DA EMPRESA: O critério utilizado para fazer a diferenciação entre o Direito Civil e o Direito Comercial, foi a utilização da teoria da Empresa (surgimento da figura do empresário e da empresa). A teoria da empresa foi adotada pelo Novo Codigo Civil, substituindo então a teoria dos atos de comércio. Esta teoria abrange a atividade empresarial de um modo geral e não mais apenas aquelas atividades anteriormente definidas, ou quem pratica atos mercantis. Ao posicionar a teoria das empresas, o novo CC passa a regular relações jurídicas decorrente de atividades econômicas realizados entre pessoas de direito privado. Evidentemente, varias leis especificas ainda permanecem em vigor,mas o cerne do Direito Civil e Comercial passa a ser o Novo CC. Para a teoria da empresa o que importa é o modo pela qual a atividade econômica é exercida. 
1 – A Teoria Poliédrica (teoria da empresa)
Naquela ocasião, você descobriu que os Atos de Comércio sofreram muitas críticas, por sua dificuldade de adaptação à realidade dos mercados, fazendo surgir o anseio da comunidade jurídica por um novo paradigma para o Direito Comercial.
Um jurista italiano, chamado Alberto Asquini foi quem desenvolveu a primeira tese viável e didaticamente suficiente para modificar a natureza do Direito Comercial: a Teoria Poliédrica da Empresa.
Asquini era um dos subscritores do manifesto fascista, tendo essa ideologia permeado grande parte de sua atuação profissional e acadêmica, quando teve papel decisivo na elaboração do Código Civil italiano de 1942, que aplicou a teoria da empresa e serviu de referencia para o Código Civil brasileiro de 2002.
Perfis da Empresa
Um dos mais marcantes aspectos da teoria da empresa é a inexistência de um significado único para o termo “empresa”.
Teoria da empresa – conceito: Positivada no Código Civil de 2002, essa teoria estabelece que há uma diversidade de elementos juntos para formar o conceito de empresa. Daí Alberto Asquini ter definido os 04 perfis da empresa: subjetivo, funcional, objetivo e Corporativo.
1 – Perfil subjetivo
 
O primeiro perfil da empresa identificado por Asquini foi o perfil subjetivo segundo o qual a empresa necessita de um sujeito que a execute.
Esse sujeito é a pessoa física ou jurídica que chamamos de empresário, cujo conceito é dado pelo artigo 2.084, do Código Civil Italiano e artigo 966, do Código Civil brasileiro, nos seguintes termos:
Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou serviços”.
2 – Perfil funcional
 
Também, Asquini identificou na empresa um perfil funcional, identificando-a como a atividade econômica organizada, em que o empresário articula os fatores de produção (capital, insumos, trabalho e tecnologia).
3 – Perfil objetivo
 
Há, ainda, o perfil objetivo que identificaria a empresa com o conjunto de bens destinado ao exercício da atividade empresarial, ou seja, a empresa seria um patrimônio afetado a uma finalidade específica, o que se identifica com a atual ideia de estabelecimento empresarial.
4 – Perfil Corporativo
Por fim, haveria o perfil corporativo, pelo qual a empresa seria a instituição que reúne o empresário e seus colaboradores, formando um núcleo social organizado em função de um fim econômico comum.
Entretanto, o perfil corporativo não é compatível como Direito contemporâneo, tendo em vista que se consolidou o paradigma de que é impossível a existência de um fim econômico comum entre empresários e trabalhadores, Atualmente, parte-se da ideia de que há oposição de interesses desses agentes, além da hipossuficiência do trabalhador nessa relação.
Portanto, segundo o entendimento moderno, pode-se afirmar que empresa é a atividade econômica organizada por um empresário, por meio de um estabelecimento.
Conceito de Empresa e Empresário
O conceito de empresa, no Brasil, é algo que reclama a atenção dos operadores de direito, não por que seja algo controverso ou complicado, mas por que sua definição jurídica é diferente da forma como a palavra é falada popularmente. 
O que normalmente chamamos de Empresário o Direito define como Sócio;
O que normalmente chamamos de Empresa o Direito define como Estabelecimento;
O que normalmente chamamos de Objeto Social o Direito define como Empresa.
Então, segundo o Direito, o que é empresa e empresário?
De início, é importante perceber que o Código Civil não conceitua diretamente a empresa, limitando-se a definir quem é o empresário.
Isso acontece primeiro por que a empresa é pode se modificar, de acordo com o mercado; e, segundo, por que o empresário é quem efetivamente participa das relações jurídicas.
2 – Empresário
Então, a legislação não definiu diretamente a empresa, preferindo identificar o sujeito, a fim de que a atividade fosse conceituada de forma implícita:
Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.
Portanto, empresário é a pessoa física ou a pessoa jurídica que exerce profissionalmente a empresa.
Se o empresário for uma pessoa física, será um empresário individual e, se for pessoa jurídica, será uma sociedade empresária.
Além disso, se o empresário é quem exerce profissionalmente a empresa, então empresa é o que o Código Civil descreve como “atividade econômica organizada”.
Empresa → atividade econômica organizada.
Empresário → quem exerce profissionalmente a empresa.
Percebe-se, então, que a empresa é uma espécie de atividade econômica. De fato, devo adiantar que o Código Civil prevê a existência de 02 espécies de atividades: a organizada e a civil. Mas isso nós vamos entender mais adiante.
Antes, continue lendo e aprenda logo os elementos essenciais para a caracterização do empresário, de acordo com o conceito consagrado no Código Civil.
- AULA 3 EMPRESARIO INDIVIDUAL: A caracterização do empresário está no exercício da empresa (atividade econômica eorganizada), habitualidade, profissionalismo e finalidade lucrativa.
Empresário Individual se caracteriza pela atividade que exerce, trata-se de uma atividade que é organizada, que apesar de não ter sócios é exercida com habitualidade, pois não é esporádica e com profissionalismo, já que o empresário faz disso um meio de vida, de sobrevivência.
Conforme define o Art. 966 do Código Civil, considera-se empresário aquele que “exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços”. Em outras palavras é a pessoa que articula os fatores de produção (capital, mão de obra, insumos e tecnologia) de forma organizada para exercer uma atividade com bens ou serviços visando obter lucro (atividade econômica) e o faz de forma habitual, com o emprego de um conhecimento que ele detém.
Importante ressaltar que, nos termos do parágrafo único do art. 966 do Código Civil, não são considerados empresários aqueles que exercem profissão de natureza intelectual, como por exemplo: contadores, arquitetos, advogados, dentre outros, ainda que tenham auxiliares ou colaboradores, exceto se no exercício destas atividades constituir elemento de empresa, ou seja, se for perdida a pessoalidade do empreendedor no exercício das atividades, que passarão a ser exercidas pelos empregados, enquanto que o empresáriopassará apenas a administrá-lo, articulando os fatoress de produção.
É de suma importância frisar, que o empresário individual contrata mão de obra que o auxilia no empreendimento. Essas pessoas contratadas não são empresárias, mas prepostos do empresário. Os prepostos são empregados ou profissionais prestadores de serviços, responsáveis pela força de trabalho da empresa, atuando em nome do empregador.
Sendo assim, quando o empresário decide exercer uma atividade empresária, deve ele optar por exercê-la de forma isolada isto é, sem contar com a participação de sócios.
- AULA 4 OBRIGAÇÕES PROFISSIONAIS DO EMPRESARIO: Os empresários individuais e as sociedades empresárias, têm, basicamente, três obrigações fundamentais, para que suas atividades sejam legalmente amparadas: a) dever de arquivamento de seus atos constitutivos na Junta Comercial; b) dever de escrituração dos livros empresariais obrigatórios e; c) dever de levantar, periodicamente, o balanço patrimonial e de resultado econômico da empresa.
Para que possamos entender, da melhor maneira, o que representa cada ato acima descrito, temos que entender primeiramente o que é a Junta Comercial, que neste, são “órgãos existentes nos Estados e Distrito Federal, com jurisdição no respectivo território, e sede na capital”[1], e são comandadas pelo Departamento Nacional de Registro do Comércio (DNRC).
Estes, são subordinados a toda estrutura administrativa, oferecida pelos Estados, com exceção do Distrito Federal, que é subordinada ao DNRC; são competências das Juntas todo tipo de arquivamento e autenticação dos instrumentos de escrituração que possuem a empresa.
Já no tocante à escrituração dos livros empresarias, nos dispõe o artigo 1.179, “O empresário e a sociedade anônima empresária, são obrigados a seguir um sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros, em correspondência com a documentação respectiva, e a levantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado econômico”.
Mais que uma obrigação legal, a escrituração é instrumento essencial para o bom desenvolvimento da atividade empresária. A contabilidade é o cérebro, trocando em miúdos, da atividade negocial, pois da contabilidade “diz quase tudo da vida empresarial, do desempenho da atividade, de seu passado, de seu estado atual e de suas possibilidade – ou necessidades – futuras”[2]
Partindo, agora, para o último item das obrigações empresariais, temos o balanço patrimonial, uma tradução numérica da universidade jurídica do empresário ou da sociedade empresária, são, as relações jurídicas ativas (credor) e passivas (devedor).
Assim, já podemos destrinchar cada uma das obrigações inerentes ao empresário individual e as sociedades empresarias.
1.DO DEVER DE INSCRIÇÃO
A inscrição do empresário individual será feita no Registro Público das Empresas Mercantis, sendo obrigatória, será feita mediante requerimento dirigido à Junta Comercial contendo os requisitos do artigo 968, do Código Civil de 2002. Caso, a empresa tenha intenção de abrir uma sucursal, filial ou agência em lugar diverso, sujeito a jurisdição de outra Junta, será tomada o mesmo caminho acima referido.
Os documentos necessários para a realização do registro de uma empresa deverão ser apresentados à Junta Comercial no prazo de 30 dias, contados da data da lavratura dos atos respectivos. Requerido o registro além desse prazo, ele somente produzirá efeito a partir da data de concessão e não da lavratura do ato constitutivo. Feito o registro dentro do prazo legal, os efeitos se operam ex tunc, retroagindo à data da lavratura. Não feito em prazo legal, os efeitos serão apenas ex nunc, correndo a partir do arquivamento feito pela Junta Comercial.
2.DO DEVER DE ESCRITURAÇÃO
De acordo com o artigo 1.179, descrito acima, a empresa poderá usar um sistema de escrituração de livros, manual, mecanizado ou eletrônico.
As escriturações ficaram a cargo de um profissional contabilista, legalmente habilitado para exercer tal feito, a não ser que na localidade da empresa não exista nenhum. Nesse caso, o empresário deverá contratar profissional que entenda competentemente para o desenvolvimento de tal tarefa.
Além, de contar com o contabilista altamente habilitado para tal, ou, profissional que seja competente no assunto, o empresário contará com livros obrigatórios, que são de suma importância, subdivididos em comuns e especiais, estes são específicos para cada atividade, a título de exemplo, Livro de Registro de Duplicatas, Livro de Ações Nominativas das Sociedades Anônimas, Livros de Atas de Assembléias Gerais; aqueles independem da atividade exercida ou do tipo societário, haverá apenas um único exemplar, Livro Diário. Destarte, poderá contar, a seu critério, com livros facultativos que servem apenas para aprimorar o sistema de controle da atividade empresarial.
 DO DEVER DE LEVANTAMENTO DO BALANÇO PATRIMONIAL E DE RESULTADO ECONÔMICO
O levantamento do balanço patrimonial e de resultado econômico, deverá ser levantado anualmente, quando trata-se de empresário individual. Em tratando-se de sociedades anônimas, que distribuem dividendos a cada seis meses, o balanço deverá ser semestral.
O balanço patrimonial serve para demonstrar a situação real da empresa, indicando seu ativo e passivo, ou seja, todos os bens, créditos e débitos. Já o de resultado acompanhará o de balanço patrimonial e constarão crédito e débito.
Finalizando, o balanço patrimonial e de resultado econômico, são de extrema importância, para que seja avaliada, anualmente ou semestralmente, como a empresa está em relação a lucros, dividendos, bens etc.
- AULA 05 TEORIA GERAL DO DIREITO SOCIETÁRIO: Pessoas jurídicas
Explica Coelho que pessoa jurídica é um expediente do direito criado para facilitar a disciplina de certas relações entre os indivíduos e a sociedade. A pessoa jurídica não existe fora do direito, ou seja, fora dos conceitos tecnológicos típicos e compartilhados entre os membros da comunidade jurídica. 
De Plácido e Silva define pessoa jurídica como a expressão adotada em oposição à pessoa natural para indicar uma individualidade jurídica empregada para designar as instituições, as corporações, as associações e as sociedades que, em decorrência ou por determinação da lei, se personalizam, ganham individualidade própria para constituírem uma entidade jurídica diferente das pessoas que a formam ou a compõem.
O significado de jurídica é uma decorrência de sua encarnação da lei. Quando não é a pessoa jurídica inteiramente criada pela lei, ela adquire vida ou existência legal somente quando cumpre as determinações legais.
A pessoa jurídica surge quando o próprio Direito lhe confere a existência, criando-se-lhe ou confirmando a sua existência. O Direito determina ou dá vida a estas entidades formadas pela agremiação de pessoas físicas, homens ou mulheres, pela patrimonização de bens, ou para realizar, segundo as circunstâncias, realizações do próprio Estado.
Pessoa é o homem ou a mulher ou toda a instituição ou organização, personalizada, legalmente, para cumprir finalidades do Direito ou fins desejados por seus instituidores.
A qualificação de pessoa natural ou pessoa jurídica decorre da necessidade de especialização, ou seja, de acordo com a matéria de que é composta ou constituída a pessoa, haverá distinção entre as duas espécies.
Nas instituições, corporações, associações, ou sociedades, o fato de que decorre a personalização ou individualização é legal, é jurídico, pois que se funda no Direito. A expressão jurídica integra este sentido. Jurídicoé tudo o que se origina do Direito ou que nele se funda. É o legal, o aprovado, o instituído ou confirmado por lei.
Na literatura jurídica, também são usadas expressões, em substituição, ao significado de pessoa jurídica: pessoa moral, pessoa social, pessoa coletiva, pessoa fictícia, pessoa civil, pessoa legal, pessoa universal, pessoa incorpórea e pessoa de existência ideal.
As pessoas jurídicas são representadas pelas pessoas naturais. A representação,em regra, é dita de delegação por ser distinta, em sua formação e exercício, do mandato comum.
A representação da pessoa jurídica de Direito Privado, será determinada por seus estatutos e contratos.
 As pessoas jurídicas de Direito Privado são constituídas legalmente quando inscritas no ofício públicocompetente.
 Daí data o nascimento, que as investe na personalidade civil ou as torna uma individualidade jurídica.
 A extinção das pessoas jurídicas de Direito Privado se dá pela sua dissolução, voluntária ou forçada, sendo esta por força de lei e a primeira quando por deliberação válida de seus componentes. 
Os artigos 40 a 69 do Código Civil disciplinam as pessoas jurídicas no direito brasileiro. As pessoas jurídicas podem ser pessoas de direito público, interno ou externo, e de direito privado. 
As pessoas jurídicas de direito público interno são a União, os Estados, O Distrito Federal e os Territórios, os Municípios, as autarquias e as associações publicas, além das demais entidades de caráter público criadas por lei.
As pessoas jurídicas de direito público que forem criadas com estrutura de direito privado, regem-se, no que couber, quanto ao seu funcionamento, pelas normas do Código Civil.
As pessoas jurídicas de direito público externo são os Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público.
Já as pessoas jurídicas de direito privado são as associações; as sociedades; as fundações, as organizações religiosas; os partidos políticos e as empresas individuais de responsabilidade limitada. 
As pessoas jurídicas de direito público gozam de posição jurídica distinta decorrente da preponderância do interesse público tutelado pelo Poder Público, pelo Estado. As pessoas jurídicas de direito privado são tratadas de forma isonômica, ou seja, são consideradas com igualdade perante a lei. 
Conceito de Sociedade Empresária.
O conceito de sociedade empresária é construído sobre os alicerces da pessoa jurídica e da atividade empresarial. As sociedades empresárias são pessoas jurídicas. Em outras palavras, uma pessoa jurídica empresária é aquela que exerce atividades econômicas sob a forma de uma empresa. Entretanto, apenas as pessoas jurídicas que exploram atividades empresariais podem ser definidas na qualidade de sociedades empresárias. 
Explica Coelho que a caracterização de uma pessoa jurídica de direito privado não estatal como sociedade simples ou empresarial será o modo de exploração de seu objeto. Em outras palavras, o objeto social explorado sem empresarialidade, sem profissionalismo na organização dos fatores de produção, revela uma sociedade simples. A exploração empresarial do objeto social, no entanto, demonstra que a sociedade é uma sociedade empresária. 
O critério de identificação da sociedade empresária eleito pelo direito foi o modo de exploração do objeto social. Critério material que enfatiza o modo de exercício de atividades de uma empresa, na definição de sua natureza empresarial, só é excepcionado em relação à sociedade por ações porque está será sempre empresária[9], independentemente do seu objeto. 
As cooperativas nunca serão empresárias, também em decorrência da previsão do art. 982, do Código Civil.
Explica Coelho que, exceto nos casos das sociedades anônimas, em comandita por ações ou cooperativas, o seu enquadramento no regime jurídico empresarial dependerá apenas e tão somente da forma pela qual explora seu objeto. Uma sociedade limitada poderá ser empresária ou simples, se exercer atividade econômica organizada para produzir ou circular bens ou serviços – empresária – ou se não o fizer (atividade econômica) ou se dedicar os seus esforços para uma atividade econômica civil, quando será uma sociedade simples. 
Sociedade empresária será, então, a pessoa jurídica de direito privado não estatal, que explora empresarialmente seu objeto social ou adota a forma de sociedade por ações. 
Personalização da sociedade empresária. 
A pessoa jurídica não pode ser confundida com as pessoas que a compõem. Tem personalidade jurídica diferente da dos seus sócios, sendo elas pessoas independentes entre si e não podem ser confundidas. 
A sociedade empresária é um sujeito de direito personalizado e pode praticar atos ou negócios jurídicos aos quais inexiste uma proibição expressa. As sociedades pluripessoais ou as EIRELI’S (empresa individual de responsabilidade limitada) são pessoas jurídicas que não se confundem com seus sócios.
A personalização das sociedades empresariais causa três consequências básicas: titularidade negocial; titularidade processual e responsabilidade patrimonial.
Pela titularidade negocial a sociedade empresarial, ao realizar negócios jurídicos, o faz por meio de seu representante legal. Este último não faz parte do negócio jurídico, mas sim a sociedade por ele representada.
Já em relação à titularidade processual, a pessoa jurídica é capaz para ser parte em processos judiciais. Pode a mesma demandar ou ser demandada em juízo. As ações judiciais referentes aos negócios jurídicos da sociedade devem ser realizadas contra a pessoa jurídica e não contra seus sócios ou contra o seu representante legal. 
Finalmente, no que toca à responsabilidade patrimonial, fruto próprio da sua personalização, a sociedade terá seu próprio patrimônio, distinto com o patrimônio individual dos seus sócios individualmente considerados. A pessoa jurídica é um sujeito de direito personalizado e autônomo, respondendo com o seu patrimônio pelas obrigações que vier a assumir. Os sócios somente respondem pelas obrigações da sociedade em hipóteses excepcionais. 
As consequências da personalização da sociedade empresária são princípios reais de direito societário que estarão presentes nesta parte da disciplina do direito empresarial.
A personalidade jurídica da sociedade empresária não pode ser extinta a não ser após o término de um processo judicial ou extrajudicial
- AULA 06 DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURIDICA: A sociedade empresarial possui personalidade jurídica própria e, portanto, capacidade e vontade distintas das de seus sócios, o que, consequentemente, implica em uma responsabilidade patrimonial autônoma. A sociedade empresarial se forma pela manifestação de vontade de duas ou mais pessoas que resolvem unir esforços para a realização de um fim comum, qual seja, o exercício de uma atividade econômica, constituindo um organismo capaz de alcançar esse fim almejado. A problemática em torno do tema em comento surge quando a personalidade jurídica societária acaba servindo para “camuflar” fraudes e abusos de direito. Nesses casos, os sócios, revestidos dessa personalidade jurídica autônoma, contraem empréstimos, adquirem bens, visando, em verdade, ao aumento do patrimônio pessoal em detrimento do da sociedade empresária. Em consequência dessa atuação fraudulenta, a probabilidade de que não restem bens suficientes no patrimônio empresarial para a satisfação das obrigações empresariais é muito grande, ficando os credores com o prejuízo, e a sociedade empresária, via de regra, à beira da falência. A figura da desconsideração da personalidade jurídica surge com o objetivo de coibir esse uso indevido da pessoa jurídica, o dogma da separação patrimonial entre a pessoa jurídica e os seus membros não pode prevalecer se a pessoa jurídica tiver seus propósitos desvirtuados. A desconsideração da personalidade jurídica é uma forma de readequar a pessoa ao fim a que ela foi criada, ou seja, é uma forma de limitar e coibir o uso indevido da pessoa jurídica. Note-se que não se destrói a pessoa jurídica - que continua a existir, sendo desconsiderada apenas no caso concreto -, mas apenas se coíbe o desvio da sua função, cabendo ao juiz limitar-se a “confinar a pessoa jurídica à esfera que o Direito lhe destinou. Trata-se, por conseguinte, de medida excepcionalíssima, pois a regra é que prevaleça a autonomia patrimonial, sendo a desconsideração, portanto, uma exceção! Nesse sentido é o Enunciado 07 da Jornada de Direito Civil do Conselho daJustiça Federal - CJF e do Centro de Estudos Jurídicos do CJF: “7 – Art. 50: só se aplica a desconsideração da personalidade jurídica quando houver a prática de ato irregular e, limitadamente, aos administradores ou sócios que nela hajam incorrido.”
Apenas quando um valor maior é colocado em jogo é que a personificação será desconsiderada. Quando o interesse ameaçado é valorado pelo ordenamento jurídico como mais desejável e menos sacrificável do que o interesse colimado através da personificação societária, abre-se a oportunidade para a desconsideração sob pena de alteração da escala de valores. O juiz pode decretar a suspensão episódica da eficácia do ato constitutivo da pessoa jurídica, se verificar que ela foi utilizada como instrumento para a realização de fraude ou de abuso de direito. O primeiro diploma brasileiro a adotar a teoria da desconsideração da personalidade jurídica foi o Código de Defesa do Consumidor (Lei 8.078/90) que, em seu art. 28, estabelece: “O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade quando, em detrimento do consumidor, houver abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou contrato social.
A desconsideração também será efetivada quando houver falência, estado de insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provocados por má administração.” O parágrafo 5º desse dispositivo ainda determina que: “Também poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua personalidade for, de alguma forma, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados aos consumidores. 
A desconsideração também será efetivada quando houver falência, estado de insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica, provocados por má administração. E, por derradeiro, com a edição do Código Civil de 2002, a teoria da desconsideração passou a ser recepcionada no ordenamento jurídico brasileiro de forma mais abrangente, no seu artigo 50: “Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica. De acordo com a teoria maior da desconsideração (que é a regra geral no sistema jurídico brasileiro) não basta o descumprimento de uma obrigação por parte da pessoa jurídica, exige-se a prova de insolvência, a demonstração de desvio de finalidade (teoria subjetiva da desconsideração), ou a demonstração de confusão patrimonial (teoria objetiva da desconsideração). Caso contrário, se estaria extinguindo uma das maiores criações do direito, a pessoa jurídica, e desrespeitando-se o princípio basilar da autonomia patrimonial.
A desconsideração inversa da personalidade jurídica caracteriza-se pelo afastamento da autonomia patrimonial da sociedade, para, contrariamente ao que ocorre na desconsideração da personalidade propriamente dita, atingir o ente coletivo e seu patrimônio social, de modo a responsabilizar a pessoa jurídica por obrigações do sócio controlador.
Essa inversão da desconsideração da personalidade jurídica foi idealizada para evitar que o devedor oculte seu patrimônio pessoal na pessoa jurídica, evitando, com isso, o acesso dos credores aos seus bens. Os legitimados para propor a desconsideração da personalidade jurídica são os interessados e o Ministério Público, e os efeitos da desconsideração são aplicáveis àquelas relações obrigacionais certas e determinadas que estejam envolvidas com o pedido de desconsideração. 
O Anteprojeto de Código de Processo Civil trouxe um capítulo próprio dedicado ao instituto da desconsideração. O artigo 62 traz o seguinte texto: “Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado na forma da lei, o juiz pode, em qualquer processo ou procedimento, decidir, a requerimento da parte ou do Ministério Público, quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou dos sócios da pessoa jurídica.
- AULA 07 NOME EMPRESARIAL : Considera-se nome empresarial a firma ou a denominação adotada para o exercício de empresa.
Equipara-se ao nome empresarial, para os efeitos da proteção da lei, a denominação das sociedades simples, associações e fundações.
FIRMA
O empresário opera sob firma constituída por seu nome, completo ou abreviado, aditando-lhe, se quiser, designação mais precisa da sua pessoa ou do gênero de atividade.
A sociedade em que houver sócios de responsabilidade ilimitada operará sob firma, na qual somente os nomes daqueles poderão figurar, bastando para formá-la aditar ao nome de um deles a expressão "e companhia" ou sua abreviatura. Ficam solidária e ilimitadamente responsáveis pelas obrigações contraídas sob a firma social aqueles que, por seus nomes, figurarem na firma da sociedade de responsabilidade ilimitada.
Sociedade Limitada : Pode a Sociedade Limitada adotar firma ou denominação, integradas pela palavra final "limitada" ou a sua abreviatura.
A firma será composta com o nome de um ou mais sócios, desde que pessoas físicas, de modo indicativo da relação social.
A denominação deve designar o objeto da sociedade, sendo permitido nela figurar o nome de um ou mais sócios.
A omissão da palavra "limitada" determina a responsabilidade solidária e ilimitada dos administradores que assim empregarem a firma ou a denominação da sociedade.
Cooperativa
A Sociedade Cooperativa funciona sob denominação integrada pelo vocábulo "cooperativa".
Sociedade Anônima
A Sociedade Anônima opera sob denominação designativa do objeto social, integrada pelas expressões "sociedade anônima" ou "companhia", por extenso ou abreviadamente.
Pode constar da denominação o nome do fundador, acionista, ou pessoa que haja concorrido para o bom êxito da formação da empresa.
Sociedade em Comandita por Ações
A Sociedade em Comandita por Ações pode, em lugar de firma, adotar denominação designativa do objeto social, aditada da expressão "comandita por ações".
Sociedade em Conta de Participação
A Sociedade em Conta de Participação não pode ter firma ou denominação.
DISTINÇÃO
O nome de empresário deve distinguir-se de qualquer outro já inscrito no mesmo registro.
Se o empresário tiver nome idêntico ao de outros já inscritos, deverá acrescentar designação que o distinga.
VEDAÇÃO À ALIENAÇÃO
O nome empresarial não pode ser objeto de alienação.
O adquirente de estabelecimento, por ato entre vivos, pode, se o contrato o permitir, usar o nome do alienante, precedido do seu próprio, com a qualificação de sucessor.
SÓCIO FALECIDO, EXCLUSO OU RETIRANTE
O nome de sócio que vier a falecer, for excluído ou se retirar, não pode ser conservado na firma social.
EXCLUSIVIDADE DE USO DA FIRMA
A inscrição do empresário, ou dos atos constitutivos das pessoas jurídicas, ou as respectivas averbações, no registro próprio, asseguram o uso exclusivo do nome nos limites do respectivo Estado.
O uso previsto estender-se-á a todo o território nacional, se registrado na forma da lei especial.
Cabe ao prejudicado, a qualquer tempo, ação para anular a inscrição do nome empresarial feita com violação da lei ou do contrato.
CANCELAMENTO
A inscrição do nome empresarial será cancelada, a requerimento de qualquer interessado, quando cessar o exercício da atividade para que foi adotado, ou quando ultimar-se a liquidação da sociedade que o inscreveu.
- AULA 08 ATOS CONSTITUTIVOS DAS SOCIEDADES: O Contrato Social e o Estatuto Social. Como trataremos neste período das Sociedades Contratuais, estudaremos o Contrato Social. O contrato social é o elemento constitutivo das normas estabelecidas entre os sócios e o documento que será levado ao Registro Público de Empresas Mercantis.  Sua elaboração deve obedecer às normas legais, contendo cláusulas que são essenciais para seu arquivamento na JuntaComercial como, por exemplo, o nome da sociedade, qualificação dos sócios, indicação da sede, dentre outros. A doutrina estabelece elementos de validade para o contrato social e os classifica em elementos comuns e elementos específicos.
Elementos do Ato Constitutivo: São Elementos Comuns do Contrato Social e de acordo o artigo 104 do CC: 1. Agente capaz; 2. Objeto Licito; 3. Forma Prescrita ou não Defesa em Lei.
Quanto ao elemento capacidade é importante sinalizar a possibilidade de o menor integrar uma sociedade desde que as seguintes condições sejam respeitadas: o capital social deve estar totalmente integralizado e o menor não poderá assumir atos de administração da sociedade. Outra questão diz respeito à sociedade entre marido e mulher, em que a lei civil admite desde que não sejam casados sob o regime de comunhão universal ou de separação obrigatória de bens. Artigo 977 do CC.
São elementos específicos do contrato social:
Pluralidade de sócios;  2. Participação nos resultados;  3. Affectio societatis;  4. Capital social.
- AULA 09 CAPITAL SOCIAL: De acordo com o Art. 981. Celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados. O Capital Social consiste na contribuição dos sócios para a formação de um montante pecuniário pertencente à pessoa jurídica. Esta contribuição pode se ocorrer em espécie, bens ou créditos. Nestes dois últimos casos, a responsabilidade por eventuais vícios redibitórios, evicção ou não satisfação do crédito, recai sobre o sócio que apresentou o respectivo bem ou crédito como forma de realização do capital social. Excepcionalmente, temos a contribuição em forma de serviços, caso único previsto no Novo Código Civil, quando dispõe o legislador a respeito das sociedades simples. A finalidade do capital social é oferecer garantia aos credores. Na realidade, apesar de integrar o patrimônio da sociedade, em conjunto com outros bens, o capital social não se confunde com este. Isso ocorre porque o capital social é estático enquanto que o patrimônio é dinâmico. São três os princípios que regem o capital social: intangibilidade, veracidade e unicidade. No primeiro deles, o capital social mostra-se intangível, ou seja, não é um capital para ser utilizado como capital de giro. A veracidade determina que deva haver uma transparência entre o montante declarado no contrato social e o valor real existente do capital social. O último princípio perpetua que cada sociedade apresenta um único capital social. O capital social poderá ser modificado e, isso, não contraria o princípio da intangibilidade. Com efeito, a alteração só ocorre por provocação dos sócios, em procedimento assemblear anterior. A modificação poderá ser para o aumento ou para a redução do capital social, neste último caso, é necessária a notificação dos credores para que possam se manifestar a respeito. A notificação é necessária porque sendo o capital social uma garantia para os credores, devem esses tomar ciência que tal garantia está sendo reduzida. A não notificação aos credores acarreta a possibilidade do seu pedido de falência (Lei 11.101/2005).
- AULA 10 ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL: é o conjunto de bens reunidos do empresário que visa a exploração de atividade econômica. É imprescindível que o empresário organize seu estabelecimento para que possa iniciar suas atividades com fins lucrativos. Por conseguinte, o estabelecimento empresarial compreende bens indispensáveis ou úteis para o bom desenvolvimento da empresa.
O art. 1.142 do Código Civil de 2002 define estabelecimento empresarial:
“Considera-se estabelecimento todo complexo de bens organizado, para exercício da empresa, por  empresário, ou por sociedade empresária”.
A sociedade empresária, poderá possuir mais de um estabelecimento, sendo que o mais importante será a sede e o outro ou outros serão as filiais ou sucursais. Em todos os seus estabelecimentos, a sociedade empresária exercerá a sua atividade, bem como, cada um de seus direitos. Porém, tratando-se de competência judicial, o foro competente para a resolução de um conflito se dará conforme a origem da obrigação. E, no caso de pedido de falência ou de recuperação judicial, o foro competente será o do local onde se reúnem seus papéis e todos os documentos da administração, considerado estabelecimento principal do devedor empresário.
Natureza do Estabelecimento Empresarial: Tivemos várias teorias sobre a natureza do estabelecimento, contudo, para tal entendimento ressaltamos três pontos fundamentais:
1° o estabelecimento empresarial não é sujeito de direito;
2° o estabelecimento empresarial é uma coisa;
3° o estabelecimento empresarial integra o patrimônio da sociedade empresária.
Desta forma, não se pode confundir estabelecimento com sociedade empresária (sujeito de direito) e nem com a própria empresa (possuidora de atividade econômica). De acordo com o art. 1.143, CC 2002, temos:
“Pode o estabelecimento ser objeto unitário de direitos e de negócios jurídicos, translativos e constitutivos, que sejam compatíveis com a sua natureza”.
Desta forma, tanto o Código Civil, como a doutrina estruturam o estabelecimento empresarial como uma coisa coletiva, como universalidade de fato, uma vez que os bens integrantes do estabelecimento poderão ser vendidos tanto unificadamente, como no trespasse, quanto isoladamente. Ou seja, tais bens poderão ser objetos de diversas relações jurídicas, sejam elas autônomas ou unificadas.
Portanto, o estabelecimento empresarial é uma coisa que se diferencia da própria empresa, pois, esta, corresponde à atividade exercida pelo empresário. Vale ressaltar que por ser integrante do patrimônio da sociedade empresária, o estabelecimento é objeto de direito, podendo ser alienado, onerado, arrestado, penhorado ou objeto de seqüestro.
Elementos do Estabelecimento Empresarial: O estabelecimento empresarial é formado por elementos materiais (corpóreos) e imateriais (incorpóreos). Os elementos corpóreos compreendem os mobiliários, utensílios, máquinas, veículos, mercadorias em estoque e todos os demais bens que o empresário utiliza para o bom desenvolvimento e organização de sua atividade econômica.
Por sua vez, os elementos incorpóreos do estabelecimento empresarial compreendem, principalmente, os bens industriais, desenho industrial, marca , patente de invenção, modelo de utilidade, nome empresarial e título de estabelecimento.

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