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grupos sanguíneos

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F.C.M.S.C.S.P.
GENÉTICA MÉDICA
GENÉTICA DOS GRUPOS SANGUÍNEOS
ERITROCITÁRIOS (“ABO Clássico” e “Rh”)
professor decio cassiani altimari
*
OUTROS GENÓTIPOS E FENÓTIPOS ALÉM DOS DA HERANÇA MONOGÊNICA E MONOALÉLICA
A heredopatia será MONOGÊNICA quando o fenótipo (anômalo) for condicionado por um gene resultante de MUTAÇÃO, 
(que sempre será deletéria):
GENE NORMAL  MUTANTE DELETÉRIO
ALTERANDO
O FENÓTIPO NORMAL  FENÓTIPO ANÔMALO
CONCLUSÃO:
HERANÇA MONOGÊNICA E MONOALÉLICA 
 
*
HERANÇA POLIGÊNICA
A heredopatia será poligênica quando tal fenótipo envolver muitos genes para condicioná-la.
A MUTAÇÃO EM UM OU MAIS DESTES GENES LEVARÁ A UM FENÓTIPO ANÔMALO: 
*
GENÓTIPOS E FENÓTIPOS 
I.- na herança autossômica (monogênica monoalélica)
(recessiva ou dominante)
1. a mutação no gene normal resulta em um alelo recessivo (Exemplo: ALBINISMO)
GENE NORMAL = A ; GENE MUTANTE = a
GENÓTIPOS: AA, Aa e aa = 3
FENÓTIPOS: normal ou anômalo = 2
*
1
2. A mutação no gene normal resulta em um alelo dominante (Exemplo: ACONDROPLASIA)
GENE NORMAL = b ; GENE MUTANTE = B
GENÓTIPOS: BB, Bb e bb = 3
FENÓTIPOS: normal ou anômalo = 2
 Peter Dinklage Seneb, alto funcionário egípcio
*
‘
II.- na herança ligada a X (monogênica e monoalélica)
O MUTANTE É RECESSIVO  DALTONISMO
 GENE NORMAL = XD ; GENE MUTANTE = Xd
a) GENÓTIPOS DAS MULHERES: XDXD, XDXd e XdXd = 3
FENÓTIPOS das mulheres: normal ou anômala = 2
b) GENÓTIPOS DOS HOMENS: XDY e XdY = 2
FENÓTIPOS dos homens hemizigotos: normal ou anômalo = 2
2. O MUTANTE É DOMINANTE  Raquitismo Resistente a Vitamina D]
GENE NORMAL = Xr ; GENE MUTANTE = XR
a) GENÓTIPOS DAS MULHERES: XDXD, XDXd e XdXd = 3
FENÓTIPOS das mulheres: normal ou anômala = 2
b) GENÓTIPOS DOS HOMENS: XDY e XdY = 2
FENÓTIPOS dos homens hemizigotos): normal ou anômalo = 2
*
Detecção de daltônicos pelas LÂMINAS DE ISHIHARA
1
*
Ligado ao X dominante: 
Raquitismo resistente à vitamina D
Afetados  XRY, XRXR (raro), XRXr
Normais  XrY, XrXr
*
GENÓTIPOS E FENÓTIPOS NA HERANÇA MONOGÊNICA
mas POLIALÉLICA
um gene normal  várias mutações 
mais de um gene mutante 
(ou mais de um alelo mutante)
Cada mutante condicionará um fenótipo diferente, e em relação ao condicionado pelo gene normal!
(diferentes entre si, porém um tanto semelhantes, por atingirem um mesmo “campo” do organismo) 
1
*
Observação do Imunologista Karl Landsteiner
Em torno de 1900, Lansteiner admitiu que na membrana das células da espécie humana (como as hemácias por exemplo) e nos líquidos circulantes (como no soro) havia substâncias que chamou, respectivamente, de AGLUTINOGÊNIOS e de AGLUTININAS. 
Em diferentes indivíduos, estas substâncias colocadas em contato, podem provocar aglutinação 
das referidas células (inclusive as hemácias) 
SE TAIS INDIVÍDUOS FOREM INCOMPATÍVEIS. 
Por exemplo: em relação ao sangue de dois incompatíveis 
(considerando o que há em suas hemácias e em seu soro),
se os sangues de ambos forem “misturados”:
*
Proposta da aglutinação de Landsteiner:
1
*
Como se vê a incompatibilidade?
Na compatibilidade Na incompatibilidade
 
 Hemácias com Ag + Anticorpos => Aglutinação => Hemólise
 incompatíveis
 no soro
 
*
Proposta da Genética da Aglutinação de Landsteiner
1
GENE A  condiciona presença do Ag A 
GENE B  condiciona presença do Ag B
GENE i “silencioso”  não forma antígenos (A ou B)
(a formação das aglutininas, ou anticorpos, Landsteiner “deixou para resolver depois”)
De acordo com Landsteiner, estavam envolvidos três genes, não importando qual “mutou” 2 vezes;
Se A mutou para B e i
Se B mutou para A e i
Se i mutou para A e B
O que era certo é que :
GENE A (dominante) = GENE B (dominante) > i (recessivo)
*
Landsteiner propôs genótipos 
a estes fenótipos condicionados por 3 alelos:
6 genótipos e 4 fenótipos (Grupos A, B, AB e 0):
GrupoA = AA ou Ai = presença de ANTÍGENO A (e presença de anticorpo ANTI-B no soro)
Gruro B = BB ou Bi = presença de ANTÍGENO B (e presença de anticorpo ANTI-A no soro)
GrupoAB = AB	= presença dos ANTIGENOS A e B (e ausência de anticorpos ANTI-A e ANTI-B no soro)
Grupo 0 (“zero” e não O) = ii = ausência de ANTÍGENOS
 (e presença dos anticorpos ANTI-A e ANTI B no soro)	
*
Pesquisando-se o sistema Sanguíneo “ABO”
Deduziu-se que o Antígeno A eram dois, diferentes: 
A1 e A2  formados pelos GENES (alelos) A1 e A2 
GENÓTIPOS: A1A1, A2A2, A1A2, A1B, A2B, A1i, A2i, BB, Bi, ii 	 total 10
FENÓTIPOS: “grupos”: “A1”, “A2”, “A1,2”, “A1B”, “A2B”, “B”,“0” 	 total 7
Também deduziu-se que o Antígeno B eram dois, diferentes: 
B3 e Bx  formados pelos GENES (alelos) B3 e Bx
GENÓTIPOS: A1A1, A1A2, A1B3, A1Bx, A1i, A2A2, A2B3, A2Bx, A2i, B3B3, B3Bx, B3i, BxBx, Bxi, ii  total 15
FENÓTIPOS:“grupos”  “A1”, “A1A2” “A1B3”, “A1Bx”, “A2”, “A2B3”, “A2Bx”, “B3”, “B3Bx”, “Bx”, “0”  total 11
CONCLUSÃO ÓBVIA : 
QUANTO MAIOR O NÚMEROS DE ALELOS MAIOR SERÁ O NÚMERO DE GENÓTIPOS E 
MAIOR SERÁ O NÚMERO DE FENÓTIPOS
*
A teoria do Landsteiner (1900): 
“A espécie humana pode ser classificada em GRUPOS SANGUÍNEOS 
conforme os aglutinógenos (antígenos) da membrana das hemácias, 
e as aglutininas (anticorpos) presentes no soro”
FENÓTIPO aglutinogênio aglutinina genótipo frequência
(brancos EUA) (antígeno) (anticorpo)
GRUPO A		A anti-B AA ou Ai 42%
GRUPO B 		B anti-A BB ou Bi 9%
GRUPO AB	 A e B NENHUMA AB 3%
GRUPO 0 NENHUM anti A e anti-B ii 46%
 (ZERO)
RELEMBRANDO: 
LANDSTEINER PROPOS A RELAÇÃO DE DOMINÂNCIA ENTRE OS GENES:
GENE A (IA) = GENE B (IB) > GENE i (i)
 (codominantes) (silencioso)
*
QUADRO CLÁSSICO DE DOADORES E RECEPTORES “NORMAIS” NO SISTEMA ABO 
(esqueminha “roubado” de apostila de cursinho famoso)
*
NOS CONFORMES DAS RELAÇÕES DE DOMINÂNCIA PROPOSTA POR LANDSTEINER: 
	CASAIS POSSÍVEIS 	DESCENDENTES POSSÍVEIS
		A x A				A ou 0
		A x B				A, B, AB ou 0
		A x AB			A, B ou AB
		A x 0				A ou 0
		B x B				B ou 0
		B x AB			A, B ou AB 
		B x 0				B ou 0
		AB x AB			A, B ou AB
		AB x 0				A ou B
		0 x 0				0
PORÉM...
*
... algo “estranho” aconteceu ”Fenômeno Bombain”
Observado pela primeira vez nessa cidade da Índia:
 
*
Explicação dada por geneticistas
1.- Um gene Dominante (H) promoveria (a partir de substância precursora – SP) a formação de uma outra substância (H) que daria aos genes A e B a possibilidade de formarem os antígenos A e B;
2.- A homozigose de um mutante recessivo deste gene (h) como que inibiria a ação dos genes A e B e os antígenos A e B não se formariam;
*
CONTINUAÇÃO (com a participação do Gene H e da sua Substância H) 
 SUBSTÂNCIA PRECURSORA 
 (Glicoproteína)
 
 Gene H (dominante) PRESENTE  (genótipos HH e Hh) 
 
Produz-se H-TRANSFERASE
 
 alfa – 2 - L- fucosil - transferase + SUBSTÂNCIA PRECURSORA
 
 SUBSTÂNCIA H
 
 _____________________________________________________________________________________________
    
 GENE A GENE B GENES A e B GENE i (genótipos AA e Ai) (genótipos BB e Bi) (genótipo AB) (genótipo ii) 
    
 A-TRANSFERASE B-TRANSFERASE A e B-TRANSFERASES NENHUMA
     
 H + L - FUCOSE H + L - FUCOSE H + AMBOS RADICAIS H + ?
 
    
 Ag A Ag B Ags A e B SUBST. H 
 + SUBSTÂNCIA H + SUBSTÂNCIA H + SUBSTÂNCIA H APENAS
    
 GRUPO A GRUPO B GRUPO AB GRUPO 0 
 (com Anti-B) (com Anti-A) (sem Anticorpos) (com Anti-A e Anti-B)
A - TRANSFERASE = alfa – N – acetil D – galacotaminil TRANSFERASE
B – TRANSFERASE = alfa – D – galactosil TRANSFERASE
CADA TRANSFERASE “COLOCA” O RADICAL L-FUCOSE EM DIFERENTES LOCAIS DA SUBSTÂNCIA H 
 
*
“CAMPO DE AÇÃO” DAS A e B TRANSFERASES
1
*
continuação
 SUBSTÂNCIA PRECURSORA 
 (Glicoproteína)
 
 Gene H (dominante) AUSENTE  genótipo hh 
 
 Não se produz H-TRANSFERASE
 
 Não se forma SUBSTÂNCIA H
 
 ______________________________________________________________________________________________
    
 GENE A GENE B GENES A e B GENE i (genótipos AA e Ai) (genótipos BB e Bi) (genótipo AB) (genótipo ii) 
    
 A-TRANSFERASE B-TRANSFERASE A e B-TRANSFERASES NENHUMA
     
 ? + N-ACETIL-D ? + D-GALACTOSE ? + AMBOS RADICAIS NENHUM RADICAL
 GALACTOSAMINA 
    
 Sem antígeno A Sem antígeno B Sem antígenos A ou B Sem antígenos e sem Subst. H e sem Subst. H e sem Subst. H e sem Subst. H
 (com Anti-B) (com anti-A) (sem anticorpos) (com anti-A e antiB)
A AUSÊNCIA DE ANTÍGENOS FAZ COM QUE QUALQUER DOS GENÓTIPOS 
SE ASSEMELHEM AO “FENÓTIPO” GRUPO ZERO, MAS TRATAM-SE DE “FALSOS ZERO” 
PORQUE SE O “VERDADEIRO” NÃO TEM ANTÍGENOS, MAS TEM SUBSTÂNCIA H, 
AGORA AUSENTE (ALIÁS, EM TODOS OS GENÓTIPOS).
 
*
“Fenômeno Bombaim”
1
1
*
Resumo final sobre o “Fenômeno Bombaim”
Observado: A mulher do Grupo 0 [filha de casal B X 0 (o que é possível)], com marido do Grupo A, teve uma filha do grupo 0 e uma filha do Grupo AB (sendo que esta última ocorrência é “impossível” conforme as “normas” normais, isto é: indivíduos do Grupo “0” não podem ter filho “AB”). 
Confirmados todos os Grupos Sanguíneos dos seis indivíduos e eliminadas todas as possibilidades de “troca no berçário”, como explicar isso?
EXPLICAÇÃO DO GENETICISTA:
Os pais da mulher “0” eram heterozigotos Hh (circunstancialmente consanguíneos); deles nasceu a filha de Genótipo Bi; por ser, também, hh, ela não formou Substância H, daí seu Fenótipo “0” (mas não um “0” verdadeiro, e sim um “Falso 0”). Seu cônjuge, do Grupo A, tinha genótipo Ai e HH. Do casal nasceu a filha “problema”: Grupo AB. Tendo o gene H do pai, “formou” H-Transferase, que “formou” Substância H que, pela ação das A e B Transferases, “formou” os Antígenos A e B. 
Que prova laboratorial se usou para confirmar esse “dilema”? 
PROCEDEU-SE À PROVA INVERSA!
E que PROVA INVERSA é essa?
 
*
NA PROVA DIRETA PARA DETERMINAÇÃO DOS GRUPOS SANGUÍNEOS DO SISTEMA ABO PROCEDE-SE ASSIM:
Em lâmina coloca-se duas gotas (I e II) de sangue de grupo desconhecido (melhor usar apenas as hemácias). 
Sobre cada gota se aplica soro CONHECIDO: 
Na I, o Anticorpo Anti-A ; na II, o Anticorpo Anti-B:
 	 GOTA I		 GOTA II
	(+ Anti-A)	 (+ Anti-B) 
  
	aglutinou		não aglutinou	 Grupo A (tem Ag A)
	não aglutinou	aglutinou	 Grupo B (tem Ag B)
	aglutinou
aglutinou	 Grupo AB (tem Ags A e B)
	não aglutinou	não aglutinou	 Grupo 0 (não tem Ags)
*
Teste em lâmina
1
*
PROVA INVERSA:
Em lâmina coloca-se duas gotas (I’ e II’’) de SORO de grupo desconhecido; sobre cada gota se aplica HEMÁCIAS 
sabidamente dos Grupos A (com Antígeno A) e B (com antígeno B):
 
	 SORO I’		 SORO II’’
 (hem. com Ag A)	 (hem. com Ab B) 
  
	aglutinou		não aglutinou  Grupo B (o soro I’ tem Ac Anti-A)
	não aglutinou		aglutinou	  Grupo A (o soro II´ tem Ac Anti-B)
	aglutinou		aglutinou	  Grupo 0 (tem os dois Acs)
	não aglutinou		não aglutinou  Grupo AB (não tem Acs)
No caso BOMBAIN (com filha AB de mãe “0”): a Prova Inversa mostrou que a mãe,
tida como do Grupo 0, apesar do genótipo Bi, não tinha Ag B (daí o “aparente” fenótipo “0”), 
pois não tinha Substância H (já que genotipicamente era hh). 
[tinha Anticorpo Anti-A (como todo indivíduo genoípicamente B, no caso Bi)]
Atualmente a Prova Inversa está em desuso.
Usa-se o Anticorpo Anti-H:
se há Substância H, os fenótipos deverão corresponder aos genótipos. 
Se não há Substância H, o fenótipo será 0, 
mas é um “Falso 0” 
*
DOENÇA HEMOLÍTICA DO RECÉM NASCIDO - DHR
Doença cuja gravidade varia desde discreta hemólise até uma
anemia severa com hiperplasia dos tecidos hematopoiéticos
(fígado e baço são levados à hepatomegalia e esplenomegalia) 
 
Liberam-se células sanguíneas imaturas na circulação 
(eritrócitos imaturos presentes = eritroblastos)
[daí o sinônimo (errado) da DHR: “Eritroblastose Fetal”]
Da hemólise decorre uma profunda anemia, resultando em palidez, descompensação cardíaca, hidropisia fetal, 
fluido abdominal em excesso em vários compartimentos 
(no subcutâneo, pleura, pericárdio, peritônio etc). 
Tudo isso poderá levar à morte intrauterina 
ou logo após o parto.  
*
continuação
A hidropisia está relacionada à 
redução da albumina sérica decorrente da falência hepática. 
As alterações cardíacas contribuem para o desenvolvimento dos edemas e ascites. 
A icterícia que se apresenta logo após o parto 
(caso ocorra o termo) acontece porque a metabolização da bilirrubina não é satisfatória dada a intensa hemólise. 
Tal icterícia é incomum no momento do nascimento, 
pois a placenta consegue eliminar o derrame de bilirrubina. Na luz, havendo o acúmulo desta, ocorrerá o KERNICTERUS, 
uma lesão severa no Sistema Nervoso Central 
(encefalopatia bilirrubínica) dado o edema cerebral 
[o que é achado de necropsia (havendo óbito), com os hemisférios apresentando-se de cor amarelo brilhante].
*
ETIOPATOGENIA DA DHR ou DHP
de etiologia ainda desconhecida na década de 1940
 
 HEMÓLISE FETAL
  
 ANEMIA FETAL LIBERAÇÃO DE
  BILIRRUBINA
   		 
 FÍGADO (e Baço) CORAÇÃO NO FETO 
		 		 			  
 eritropoiese insuficiência 		  
Hepática (e esplênica) cardíaca 
  	  		 
síntese de obstrução ao  ICTERÍCIA
albumina fluxo de 	  	 NEONATAL
		 sangue 	  	
	 	  	  			 
pressão hipertensão	  
 oncótica portal	  	 
  	 	 		 
 HIDROPISIA FETAL KERNICTERUS
*
Recém-nascida com DHR
1
*
ENCÉFALO COM DERRAME DE BILIRRUBINA E A CONTRAÇÃO DO KERNICTERUS
‘
*
FATO OBSERVADO POR LANSTEINER E WIENER EM 1940
O quê o “pai” da Imunologia (Landsteiner) já sabia?:
- que as hemácias (como qualquer célula do organismo) têm antígenos na superfície de suas membranas
- 	que injetadas em indivíduo de outra espécie induzem a formação de anticorpos (resultado da “sensibilização”)
- 	a “sensibilização” era comprovada levando-se o soro do animal sensibilizado às hemácias do animal sensibilizador, ocorrendo aglutinação destas
O quê Landsteiner e Wiener fizeram em 1940?
- 	Sensibilizaram coelho com hemácias de macaco Rhesus
- 	O coelho (sensibilizado) formou anticorpos anti-hemácias de Rhesus (comprovados pela aglutinação das hemácias do macaco pelo s anticorpos presentes no soro do coelho)
O quê os dois fizeram de “estranho” depois disso?
- 	Verificaram o que o soro do coelho sensibilizado fazia com hemácias humanas: 
 
*
EXPERIMENTO IMUNOLÓGICO DE LANSTEINER/WIENER 
 	 
*
Sobre a aglutinação das hemácias humanas pelo soro do coelho sensibilizado pelo macaco Rhesus
AS HEMÁCIAS HUMANAS FORAM AGLUTINADAS
?????
PORÉM, NÃO DE TODOS OS INDIVÍDUOS TESTADOS:
?????
HOUVE AGLUTINAÇÃO EM 84% DOS TESTADOS!
?????
NOS 16% RESTANTES NÃO HOUVE AGLUTINAÇÃO
??????????????????????????????? 
Explicação:
*
DEZ CONCLUSÕES DE LANDSTEINER E WIENER
Nas hemácias do macaco há um Antígeno desconhecido até então;
2) Como era esperado, este antígeno provocou Anticorpogênese no coelho sensibilizado;
3) Como era esperado, o Anticorpo que o coelho produziu aglutinou hemácias do macaco;
Como este Anticorpo aglutinou hemácias humanas, concluiu que nestas hemácias devia existir 
um Antígeno “igual” ou muito parecido ao do macaco;
Como apenas 84% dos indivíduos da população humana apresentou aglutinação, apenas 
estes 84% dos indivíduos testados possuiriam tal Antígeno 
NOTINHA:	o “tal Antígeno” humano foi denominado “Fator 		Rh” em homenagem ao Macaco Rhesus
*
continuação das dez conclusões de LANDSTEINTER/WIENER
Quem possuía o “Fator Rh” seria denominado 
	“Rh Positivo” (ou “Rh+”)= 84% da população
Os 16% da população que não possuíam o “Fator Rh” seriam denominados 
	“Rh Negativos” (ou “Rh-”); 
8) Tal como fez o coelho, os indivíduos “Rh-” formam anticorpos “Anti-Fator Rh” (se forem sensibilizados por indivíduos “Rh+”);
9) 	A presença do “Fator Rh” é condicionada por um gene autossômico dominante R (tem quem chama o gene de D); 
Portanto: 	RR ou Rr  Rh+  DD ou Dd 
				 rr  Rh-  dd
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OUTRO FATO, OBSERVADO POR LEVINE E STETSON (1939)
(quando a ocorrência de DHR era alta, sem se conhecer sua etiologia)
Concepto de uma segunda gestação nasceu com DHR. A mãe precisou de transfusão sanguínea e o marido (ABO compatível) apresentou-se como doador. Houve choque transfusional. Procurando amigos, o marido conseguiu voluntários à doação, (todos ABO compatíveis com a mulher). MAS...
apenas 16% dos AB0 convocados tiveram sucesso na transfusão:
*
10 CONCLUSÕES DE LEVINE E STETSOM
O recém-nascido era possuidor de um Antígeno desconhecido até aquela data (e sem qualquer semelhança imunológicas com os Antígenos A e B.
A presença do Antígeno no concepto foi condicionada geneticamente, por herança “herdada” do pai.
Tal antígeno (em algum momento da gravidez, ou durante a gravidez, ou no parto da primeira gestação) “sensibilizou” a mãe. 
Esta iniciou a formação do respectivo Anticorpo (o Anticorpo Anti-hemácias fetais)
5)	Tais anticorpos, na segunda gestação, atravessaram a barreira placentária e provocaram hemólise no concepto, daí iniciando os sintomas da DHR
*
continuação 
A presença de tal anticorpo tornou a mãe incompatível com o sangue do pai (possuidor do Antígeno sensibilizador – e ainda sem nome)
Tal Antígeno está presente em 84% da população, população esta da qual faziam
parte o pai e o recém nascido deste caso observado
Tal Antígeno está ausente em 16% da população, população esta da qual fazia parte a mãe deste caso
Os integrantes destes 16% formam Anticorpos se sensibilizados por indivíduos componentes dos 84%
Os integrantes daqueles 84% não formam Anticorpos 
*
Finalmente a ETIOPATOGENIA DA DHR ou DHP!
A DOENÇA HEMOLÍTICA DO RECÉM NASCIDO (DHR) ou DOENÇA
HEMOLÍTICA PERINATAL (DHP) se inicia com a sensibilização da mãe por eritrócitos do concepto portador de antígenos de superfície que desencadeiam a formação de anticorpos no sistema imunológico materno (isto ocorre principalmente no momento do parto). A sensibilização inicial levam ‘a formação de anticorpos (imunoglobulinas) 
Porém, em uma segunda gravidez, a mãe com um significativo teor de anticorpos (imunoglobulinas do subtipo IgG, moléculas “pequenas”, de baixo peso molecular, que atravessam com facilidade a placenta) que ligam-se aos eritrócitos do concepto os hemolizam levando à DHR (ou DHP): 
*
Conclusões sobre a etiologia da DHR (ou DHP) após juntada dos trabalhos de LANDSTEINER & WIENER, e de LEVINE & STETSOM 
1ª) A DOENÇA HEMOLÍTICA DO RECÉM NASCIDO DECORRE DA AGLUTINAÇÃO, SEGUIDA DE HEMÓLISE, DE HEMÁCIAS DE CONCEPTO Rh+, PROVOCADA PELOS ANTICORPOS FORMADOS NA MÃE Rh- que foi sensibilizada pelo Antígeno “Fator Rh” do seu concepto Rh+ (herdado do pai que é igualmente Rh+). Geralmente tais Anticorpos foram “formados anteriormente”, pelo sistema imune da mãe, decorrente de alguma transfusão (ou sensibilização) prévia por sangue de um Rh+ ou em uma gravidez (ou parto) anterior. 
*
continuação
2ª) CONSIDERANDO QUE O GENE QUE CONDICIONA A FORMAÇÃO DO Ag “ FATOR Rh” É O DOMINANTE R (ou D) TEM-SE QUE:
	a) Os Rh+ que têm o Ag “Fator Rh”, apresentam os genótipos RR ou Rr (ou DD ou Dd)
	b) Os Rh-, que não têm o Ag “Fator Rh”, apresentam o genótipo rr (ou dd).
	ASSIM (teoricamente) O RISCO DE NASCER FILHO COM DHR É:
 Pai Rh+ homozigoto Pai Rh+ heterozigoto
 
*
GENÉTICA DO SISTEMA Rh
A PRESENÇA DO ANTÍGENO “ FATOR RH”, DECORRENTE DA PRESENÇA DE GENE DOMINANTE. 
ADMITE DUAS TEORIAS (NÃO CONFLITANTES):
1ª) Fisher/Race: estes autores propõem três locos gênicos (no cromossomo 9q) ocupados por três genes dominantes muito próximos (D, C, E) ou seus alelos recessivos (d, c, e). O Gene D condiciona o “Fator Rh” e seu alelo d é “silencioso” (como o “i” no Sistema AB0). Cada um dos genes (menos o “d”) forma seu Antígeno, mas interessa mesmo é o gene “D” formador do Antígeno “Fator Rh”. As “combinações” em cada cromossomo 9 são: CDE, CDe, CdE, Cde, cDE, cdE, cdE, cde. Normalmente, os indivíduo Rh- apresentam no par 9 a combinação cde/cde (as demais, com “dd” são muito raras; CdE/cdE = Rh-  raríssimo).
2ª) Wiener: este autor propõe um único loco, com 8 variações: Rz, R1, R2, R0, ry, r, r”, r. Em cada par cromossômico, as variações homozigotas ou heterozigotas com “R” resultarão na formação (ou presença) do “Fator Rh”. Normalmente, um indivíduo Rh- apresenta genótipo rr (as demais combinações recessivas são muito raras) , ry/r = Rh-  raríssimo 
*
FREQUÊNCIAS dos “GENÓTIPOS” cromossômicos (ou nos gametas) do SISTEMA RH
FISHER/RACE WIENER FREQUÊNCIA
		CDE			Rz		 muito baixa
		Cde*			R1*			40%
		cDE*			R2*			14%
		cDe			R0			3%
		CdE			ry		 muito baixa
		Cde			r’			1%
		cdE			r”			1%
		cde*			r*			40%
CONSIDERANDO-SE OS GAMETAS MAIS FREQUENTES (*):
*
A única “combinação” que resulta em Rh- corresponde a 16%
conforme dados de LANSTEINER & WIENER e LEVINE & STETSON 
*
DADOS SEM QUALQUER UTILIDADE SOBRE A 
FREQUÊNCIA “COMBINADA” ENTRE AB0 E Rh 
0+ > A+ > B+ > 0– > A- > AB+ > B- > AB- (eu)
*
VARIAÇÕES Á TOA SOBRE A FREQUÊNCIA ESPERADA 
DA OCORRÊNCIA DA DHR.
 
É fácil deduzir a frequência dos genes pois se:
“dd” ou “rr” => RH- vale 16% “d” (ou “r”) tem a frequência p de => 40% 
obviamente, a frequência q do “D” (“R”) vale 100% - 40% = 60%
 
Com estes valores e aplicando o equilíbrio de Hardy-Weinberg, tem-se 
Os Rh+ terão uma frequência populacional de 
DD (ou RR) = q2 + Dd (ou Rr) = 2pq
Os RH- serão os dd (ou rr) = p2 
ENTÃO: 
Rh+ = DD (ou RR) + Dd (ou Rr) = 0,36 + 0,48 => 84%
Rh- = dd (rr) = 0,16 => 16%
*
Mais: 
Lembrando que pai e mãe têm que ser Rh+ e Rh- respectivamente para que a DHR ocorra, existe 2 possibilidades de casais de risco:
Pai DD (ou RR) x Mãe dd (ou rr) 
e 
Pai Dd (ou Rr) x Mãe dd ou (rr) 
Lembrando também que do primeiro “cruzamento” 100% dos filhos serão Rh+ e do segundo apenas 50% serão Rh+, dos casais resulta:
 0,36 x 0,16 = 5,76% e 0,48 x 0,16 = 7,68/2 = 3,84%
TOTAL: 5,56 + 3,84 = 9,40 ≈ 10%
Conclusão: cerca de 10% das uniões na população humana deveriam “produzir” filhos com DHR. 
Mas se observa muito menos DHR na população. 
POR QUÊ?
*
Explicações do porque a frequência observada de ocorrência de DHR é (muito) menor que esperada?
Como o primeiro “produto” de casal de risco está preservado da DHR e muitos casais têm apenas um filho, isso diminui a frequência populacional. 
2)	Nos casais “de risco”, a placenta pode ser impermeável à passagem das IgG agressoras ao concepto o que diminui a frequência populacional.
3) 	O poder anticorpogênico do “Fator Rh” do concepto que sensibilizará a mãe pode variar, sendo que os anticorpos formados pela mãe podem ser mais... “amenos”, diminuindo a frequência populacional.
4)	O sistema imunológico das mães Rh- pode ser menos eficiente, diminuindo a frequência populacional da DHR.
Pode estar ocorrendo o EFEITO PROTETOR DO SISTEMA AB0
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SOBRE O “EFEITO PROTETOR DO SISTEMA AB0”
CONSIDERAÇÕES INICIAIS SOBRE ANTICORPOS, QUE QUIMICAMENTE SÃO IMUNOGLOBULINAS:
Os anticorpos do Sistema AB0 são “NATURAIS”, isto é, “nasce-se” com eles; além disso, as imunoglobulinas são do subgrupo das IgM (moléculas grandes, impermeáveis à placenta)
Os anticorpos do Sistema Rh são “IMUNES”, isto é, só existem em um indivíduo Rh- se ele for sensibilizado pelo “Fator Rh” de um indivíduo Rh+; além disso, as imunoglobulinas realmente efetivas no desencadeamento da DHR são do subgrupo das IgG (moléculas pequenas, permeáveis à placenta)
A ocorrência da DHR está diretamente vinculada ao par 
	Mãe RH-/Concepto Rh+
	E este par pode ser “compatível” em relação ao Sistema AB0 ou “incompatível” em relação a ele. 
ASSIM SENDO, TEM-SE:
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POSSIBILIDADES DE MÃE Rh- GRÁVIDA DE CONCEPTO Rh+
(quanto à compatibilidade e incompatibilidade no AB0)
par ABO incompatível par ABO compatível
  
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Resumo das possibilidades de “PROTEÇÃO” ou não conforme o “efeito protetor do sistema AB0” na ocorrência da DHR
quando a mãe Rh- está gestando concepto Rh+ 
 considerando apenas um quadrante (Concepto Rh+, e do Grupo A)
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UM ALERTA (PRECOCE), COM CINCO ANOS DE ANTECEDÊNCIA:
EM TRÊS CONCURSOS RECENTES PARA VAGAS DE RESIDÊNCIA EM HOSPITAIS-ESCOLA APARECERAM QUESTÕES SOBRE 
“Fenômeno Bombain”
E/OU SOBRE 
“Efeito protetor do Sistema ABO 
na incidência de DHR” 
PORTANTO, CUIDADO!!!
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