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LEP Tema 3 Direitos do advogado e atuação profissional (2)

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LEGISLAÇÃO E ÉTICA PROFISSIONAL
			 Prof. Me. Gustavo Angelelli
Tema 3: DIREITOS DO ADVOGADO E ATUAÇÃO PROFISSIONAL (continuação)
Estes slides servem apenas para orientação e não substituem a leitura
de textos (legislação, doutrina, jurisprudência, notícias etc.)
INSCRIÇÃO
1) Obrigatoriedade: Art. 3º, EAOAB
Art. 3º, EAOAB – O exercício da atividade de advocacia no território brasileiro e a denominação de advogado são privativos dos inscritos na Ordem dos Advogados do Brasil –OAB
2) Requisitos: Art. 8º, EAOAB – Para inscrição como advogado é necessário: 
I - capacidade civil;
II - diploma ou certidão de graduação em direito, obtido em instituição de ensino oficialmente autorizada e credenciada; (c/c 23, RGOAB)
III - título de eleitor e quitação do serviço militar, se brasileiro;
IV - aprovação em Exame de Ordem; (c/c art. 8º, § 1º, EAOAB, e Provimento 144/2011)
V - não exercer atividade incompatível com a advocacia;
VI - idoneidade moral; (c/c art. 8º, §§ 3º e 4º, EAOAB)
VII - prestar compromisso perante o conselho. (c/c art. 20, caput e § 1º, RGOAB)
3) Requisitos para estagiário: Art. 9º, EAOAB – Para inscrição como estagiário é necessário:
I - preencher os requisitos mencionados nos incisos I, III, V, VI e VII do art. 8º;
II - ter sido admitido em estágio profissional de advocacia.
4) Local da inscrição: Art. 10, EAOAB – A inscrição principal do advogado deve ser feita no Conselho Seccional em cujo território pretende estabelecer o seu domicílio profissional, na forma do regulamento geral. 
Inscrição suplementar: § 2º Além da principal, o advogado deve promover a inscrição suplementar nos Conselhos Seccionais em cujos territórios passar a exercer habitualmente a profissão considerando-se habitualidade a intervenção judicial que exceder de cinco causas por ano.
Transferência: § 3º No caso de mudança efetiva de domicílio profissional para outra unidade federativa, deve o advogado requerer a transferência de sua inscrição para o Conselho Seccional correspondente.
5) Cancelamento: Art. 11, EAOAB – Cancela-se a inscrição do profissional que: 
I - assim o requerer;
II - sofrer penalidade de exclusão;
III - falecer;
IV - passar a exercer, em caráter definitivo, atividade incompatível com a advocacia;
V - perder qualquer um dos requisitos necessários para inscrição.
§ 2º Na hipótese de novo pedido de inscrição - que não restaura o número de inscrição anterior - deve o interessado fazer prova dos requisitos dos incisos I, V, VI e VII do art. 8º. 
§ 3º Na hipótese do inciso II deste artigo, o novo pedido de inscrição também deve ser acompanhado de provas de reabilitação. 
6) Licenciamento: Art. 12, EAOAB – Licencia-se o profissional que: 
I - assim o requerer, por motivo justificado;
II - passar a exercer, em caráter temporário, atividade incompatível com o exercício da advocacia;
III - sofrer doença mental considerada curável.
7) Documento de identidade: Art. 13, EAOAB, c/c art. 32 a 34, RGOAB
Art. 13, EAOAB: O documento de identidade profissional, na forma prevista no regulamento geral, é de uso obrigatório no exercício da atividade de advogado ou de estagiário e constitui prova de identidade civil para todos os fins legais 
Art. 14. É obrigatória a indicação do nome e do número de inscrição em todos os documentos assinados pelo advogado, no exercício de sua atividade.
8) Cadastros Nacionais (CNA e CNSA): Arts. 24 e 24-A, RGOAB
Art. 24, RGOAB: Aos Conselhos Seccionais da OAB incumbe alimentar, automaticamente e em tempo real, por via eletrônica, o Cadastro Nacional dos Advogados - CNA, mantendo as informações correspondentes constantemente atualizadas. 
Art. 24-A, RGOAB: Aos Conselhos Seccionais da OAB incumbe alimentar, automaticamente e em tempo real, por via eletrônica, o Cadastro Nacional das Sociedades de Advogados - CNSA, mantendo as informações correspondentes constantemente atualizadas.
V. Resolução n. 05/2016: nome social
A SOCIEDADE DE ADVOGADOS
1) Tipos de sociedade: Art. 15, caput, EAOAB – Os advogados podem reunir-se em sociedade simples de prestação de serviços de advocacia ou constituir sociedade unipessoal de advocacia, na forma disciplinada nesta Lei e no regulamento geral. (redação dada pela Lei nº 13.247, de 12/01/2016)
2) Registro: Art. 15, § 1º, EAOAB – § 1º A sociedade de advogados e a sociedade unipessoal de advocacia adquirem personalidade jurídica com o registro aprovado dos seus atos constitutivos no Conselho Seccional da OAB em cuja base territorial tiver sede.
3) Código de Ética e Disciplina: Art. 15, § 2º, EAOAB – Aplica-se à sociedade de advogados e à sociedade unipessoal de advocacia o Código de Ética e Disciplina, no que couber.
4) Vedação: Art. 15, § 4º, EAOAB – Nenhum advogado pode integrar mais de uma sociedade de advogados, constituir mais de uma sociedade unipessoal de advocacia, ou integrar, simultaneamente, uma sociedade de advogados e uma sociedade unipessoal de advocacia, com sede ou filial na mesma área territorial do respectivo Conselho Seccional.
5) Clientes com interesses opostos: Art. 15, § 6º, EAOAB – Os advogados sócios de uma mesma sociedade profissional não podem representar em juízo clientes de interesses opostos. 
Art. 19, CED: Os advogados integrantes da mesma sociedade profissional, ou reunidos em caráter permanente para cooperação recíproca, não podem representar, em juízo ou fora dele, clientes com interesses opostos.
Art. 355, CP: Patrocínio infiel - Trair, na qualidade de advogado ou procurador, o dever profissional, prejudicando interesse, cujo patrocínio, em juízo, lhe é confiado: Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa. 
6) Mercantilização: Art. 16, EAOAB – Não são admitidas a registro nem podem funcionar todas as espécies de sociedades de advogados que apresentem forma ou características de sociedade empresária, que adotem denominação de fantasia, que realizem atividades estranhas à advocacia, que incluam como sócio ou titular de sociedade unipessoal de advocacia pessoa não inscrita como advogado ou totalmente proibida de advogar.
7) Responsabilidade subsidiária e ilimitada: Art. 17, EAOAB – Além da sociedade, o sócio e o titular da sociedade individual de advocacia respondem subsidiária e ilimitadamente pelos danos causados aos clientes por ação ou omissão no exercício da advocacia, sem prejuízo da responsabilidade disciplinar em que possam incorrer.
O ADVOGADO EMPREGADO
1) Isenção técnica e independência profissional: Art. 18, EAOAB – A relação de emprego, na qualidade de advogado, não retira a isenção técnica nem reduz a independência profissional inerentes à advocacia.
Parágrafo único. O advogado empregado não está obrigado à prestação de serviços profissionais de interesse pessoal dos empregadores, fora da relação de emprego.
2) Jornada de trabalho: art. 20, EAOAB – A jornada de trabalho do advogado empregado, no exercício da profissão, não poderá exceder a duração diária de quatro horas contínuas e a de vinte horas semanais, salvo acordo ou convenção coletiva ou em caso de dedicação exclusiva.
Hora extra: Art. 20, § 2º – As horas trabalhadas que excederem a jornada normal são remuneradas por um adicional não inferior a cem por cento sobre o valor da hora normal, mesmo havendo contrato escrito. 
Hora noturna: Art. 20, § 3º – As horas trabalhadas no período das vinte horas de um dia até as cinco horas do dia seguinte são remuneradas como noturnas, acrescidas do adicional de vinte e cinco por cento.
OS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
1) Direito aos honorários: Art. 22, EAOAB – A prestação de serviço profissional assegura aos inscritos na OAB o direito aos honorários convencionados, aos fixados por arbitramento judicial e aos de sucumbência
ESPÉCIES:
Contratuais/ convencionados/ pactuados: acordados entre o advogado e o cliente
v. Art. 22, § 3º – Salvo estipulação em contrário, um terço dos honorários é devido no início do serviço, outro terço até a decisãode primeira instância e o restante no final
Por arbitramento judicial: decorrente de controvérsia entre as partes sobre o valor devido de honorários de advogado, ocasião em que o juiz decide e arbitra
De sucumbência: Devidos pela parte que perde ao advogado da parte vencedora
2) Direito autônomo do advogado: Art. 23, EAOAB, c/c arts. 48, § 7º, e 51, CED
Art. 23. Os honorários incluídos na condenação, por arbitramento ou sucumbência, pertencem ao advogado, tendo este direito autônomo para executar a sentença nesta parte, podendo requerer que o precatório, quando necessário, seja expedido em seu favor.
2.1) Natureza alimentar 
S.V. n. 47. Os honorários advocatícios incluídos na condenação ou destacados do montante principal devido ao credor consubstanciam verba de natureza alimentar cuja satisfação ocorrerá com a expedição de precatório ou requisição de pequeno valor, observada ordem especial restrita aos créditos dessa natureza.
2.2) Título executivo e crédito privilegiado:
Art. 24. A decisão judicial que fixar ou arbitrar honorários e o contrato escrito que os estipular são títulos executivos e constituem crédito privilegiado na falência, concordata, concurso de credores, insolvência civil e liquidação extrajudicial.
2.3) Sucumbência recursal 
Art. 85, § 11, CPC. A decisão judicial que fixar ou arbitrar honorários e o contrato escrito que os estipular são títulos executivos e constituem crédito privilegiado na falência, concordata, concurso de credores, insolvência civil e liquidação extrajudicial. (...) § 11. O tribunal, ao julgar recurso, majorará os honorários fixados anteriormente levando em conta o trabalho adicional realizado em grau recursal, observando, conforme o caso, o disposto nos §§ 2º a 6º, sendo vedado ao tribunal, no cômputo geral da fixação de honorários devidos ao advogado do vencedor, ultrapassar os respectivos limites estabelecidos nos §§ 2º e 3º para a fase de conhecimento.
2.4) Acordo com a parte contrária:
Art. 24, § 4º, EAOAB. O acordo feito pelo cliente do advogado e a parte contrária, salvo aquiescência do profissional, não lhe prejudica os honorários, quer os convencionados, quer os concedidos por sentença.
3) Advogado substabelecido: Art. 26, EAOAB, c/c art. 51, § 1º, CED
Art. 26, EAOAB. O advogado substabelecido, com reserva de poderes, não pode cobrar honorários sem a intervenção daquele que lhe conferiu o substabelecimento.
Art. 51, § 1º, CED. § 1º No caso de substabelecimento, a verba correspondente aos honorários da sucumbência será repartida entre o substabelecente e o substabelecido, proporcionalmente à atuação de cada um no processo ou conforme haja sido entre eles ajustado.
4) Prescrição: arts. 25 e 25-A, EAOAB
Art. 25. Prescreve em cinco anos a ação de cobrança de honorários de advogado, contado o prazo:
I - do vencimento do contrato, se houver;
II - do trânsito em julgado da decisão que os fixar;
III - da ultimação do serviço extrajudicial;
IV - da desistência ou transação;
V - da renúncia ou revogação do mandato.
Art. 25-A. Prescreve em cinco anos a ação de prestação de contas pelas quantias recebidas pelo advogado de seu cliente, ou de terceiros por conta dele (art. 34, XXI).
5) Fixação de acordo com o CED:
5.1) Forma
Art. 48, § 1º, CED. O contrato de prestação de serviços de advocacia não exige forma especial, devendo estabelecer, porém, com clareza e precisão, o seu objeto, os honorários ajustados, a forma de pagamento, a extensão do patrocínio, esclarecendo se este abrangerá todos os atos do processo ou limitar-se-á a determinado grau de jurisdição, além de dispor sobre a hipótese de a causa encerrar-se mediante transação ou acordo. 
5.2) Valor mínimo (tabela)
Art. 48, § 6º, CED. Deverá o advogado observar o valor mínimo da Tabela de Honorários instituída pelo respectivo Conselho Seccional onde for realizado o serviço, inclusive aquele referente às diligências, sob pena de caracterizar-se aviltamento de honorários. 
5.3) Elementos
Art. 49, CED. Os honorários profissionais devem ser fixados com moderação, atendidos os elementos seguintes:
I - a relevância, o vulto, a complexidade e a dificuldade das questões versadas;
II - o trabalho e o tempo a ser empregados;
III - a possibilidade de ficar o advogado impedido de intervir em outros casos, ou de se desavir com outros clientes ou terceiros;
IV - o valor da causa, a condição econômica do cliente e o proveito para este resultante do serviço profissional;
V - o caráter da intervenção, conforme se trate de serviço a cliente eventual, frequente ou constante;
VI - o lugar da prestação dos serviços, conforme se trate do domicílio do advogado ou de outro;
VII - a competência do profissional;
VIII - a praxe do foro sobre trabalhos análogos.
5.4) Cláusula “quota litis”: v. art. 50
5.5) Dever de renúncia
Art. 54. Havendo necessidade de promover arbitramento ou cobrança judicial de honorários, deve o advogado renunciar previamente ao mandato que recebera do cliente em débito.
QUESTÕES DO EXAME DE ORDEM SOBRE O TEMA:
1) (IV Exame da Ordem Unificado – FGV) Os advogados Pedro e João desejam estabelecer sociedade de advogados com o fito de regularizar o controle dos seus fluxos de honorários e otimizar despesas. Estabelecem contrato e requerem o seu registro no órgão competente. À luz da legislação aplicável aos advogados, é correto afirmar que
a) o Código de Ética não se aplica individualmente aos profissionais que compõem sociedade de advogados.
b) é possível a participação de advogados em sociedades sediadas em áreas territoriais de seccionais diversas.
c) a procuração é sempre coletiva quando atuante sociedade de advogados.
d) podem existir sociedades mistas de advogados e contadores.
Alternativa correta: 
Fundamento legal: art. 15, § 4º, EAOAB 
b) é possível a participação de advogados em sociedades sediadas em áreas territoriais de seccionais diversas.
2. (XVII Exame da Ordem Unificado – FGV) Laura formou-se em prestigiada Faculdade de Direito, mas sua prática advocatícia foi limitada, o que a impediu de ter experiência maior no trato com os clientes. Realizou seus primeiros processos para amigos e parentes, cobrando módicas quantias referentes a honorários advocatícios. Ao receber a cliente Telma, próspera empresária, e aceitar defender os seus interesses judicialmente, fica em dúvida quanto aos termos de cobrança inicial dos honorários pactuados. Em razão disso, consulta o advogado Luciano, que lhe informa, segundo os termos do Estatuto da Advocacia, que salvo estipulação em contrário,
a) metade dos honorários é devida no início do serviço.
b) um quinto dos honorários é devido no início do processo judicial.
c) a integralidade dos honorários é devida até a decisão de primeira instância.
d) um terço dos honorários é devido no início do serviço.
Alternativa correta: 
Fundamento legal: art. 22, § 3º, EAOAB 
d) um terço dos honorários é devido no início do serviço.

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