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Atlas de Rochas Ornamentais 
da Amazônia Brasileira
Projeto Consolidação e Sustentabilidade da Produção de Rochas para 
Revestimento na Construção Civil da Região Amazônica
Autores
Ivan S. C. Mello
Cid Chiodi Filho
Denize K. Chiodi
Atlas de Rochas Ornamentais da Amazonia
XI
SUMÁRIO
CAPITULO 1 - CONCEITOS E DEFINIÇÕES 13
1.1 TIPOLOGIA DOS MATERIAIS ROCHOSOS NATURAIS 17
 Rochas Silicáticas (Granitos e Similares) 17
 Rochas Carbonáticas (Mármores, Travertinos e Calcários) 18
 Rochas Silicosas (Quartzitos, Cherts e Similares) 19
 Rochas Síltico-Argilosas Foliadas (Ardósias) 20
 Rochas Ultramáficas (Serpentinitos, Pedra-Sabão e Pedra-Talco) 21
1.2 PROSPECÇÃO E PESQUISA GEOLÓGICA DE JAZIDAS 23
 Programas Exploratórios Regionais 23
 Pesquisa de Detalhe 23
 Avaliação de Reservas 24
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 24
CAPITULO 2 - PANORAMA TÉCNICO-ECONÔMICO 25
DO SETOR DE ROCHAS ORNAMENTAIS
2.1 EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO MUNDIAL E DO MERCADO INTERNACIONAL 27
 Considerações Gerais 27
 Produção Mundial 27
 Mercado Internacional 28
 Principais Exportadores 28
 Principais Importadores 29
 
2.2 SITUAÇÃO BRASILEIRA 30
 Aspectos Setoriais de Interesse 30
 Perfil da Atividade Produtiva 30
 Distribuição da Produção Brasileira 32
 Exportações 32
 Importações 35
 Consumo Interno Aparente 36
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 37
CAPÍTULO 3 - CENÁRIO DA PRODUÇÃO E MERCADO 39
DE ROCHAS ORNAMENTAIS NA AMAZÔNIA
FONTES DE CONSULTA 45
CAPÍTULO 4 - ROCHAS ORNAMENTAIS E 47
PARA REVESTIMENTO DA AMAZÔNIA
4.1 CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES 49
4.2 MÉTODO DE TRABALHO 49
 Seleção de Alvos 50
4.3 CARACTERIZAÇÃO DE ALVOS E OCORRÊNCIAS CADASTRADAS 56
 Amapá 56
 Amazonas 56
 Maranhão 61
 Mato Grosso 64
 Pará 68
 Rondônia 71
 Roraima 76
 Tocantins 76
CPRM - Serviço Geológico do Brasil
XII
4.4 CONSIDERAÇÕES COMPLEMENTARES 82
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 83
 
CAPÍTULO 5 - NECESSIDADES E ESTRATÉGIAS PARA 85
O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DA PRODUÇÃO
DE ROCHAS ORNAMENTAIS NA AMAZÔNIA
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 93
OUTRAS FONTES DE CONSULTA 93
CAPÍTULO 6 - CATÁLOGO DE ROCHAS ORNAMENTAIS DA AMAZÔNIA 95
AMAPÁ 97
AMAZONAS 105
MARANHÃO 125
MATO GROSSO 133
PARÁ 171
RONDÔNIA 199
RORAIMA 239
TOCANTINS 259
APÊNDICE A - ENSAIOS E NORMAS PARA 281
CARACTERIZAÇÃO TECNOLÓGICA DE ROCHAS
FATORES DE DEGRADAÇÃO DOS REVESTIMENTOS 283
 
CARACTERIZAÇÃO TECNOLÓGICA DE ROCHAS 283
 Petrografia Microscópica 283
 Índices Físicos - Densidade, Porosidade e Absorção d’Água 284
 Desgaste Amsler 284
 Compressão Uniaxial Simples 284
 Resistência à Tração na Flexão 284
 Coeficiente de Dilatação Térmica Linear 284
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 286
APÊNDICE B - REFERÊNCIAS TECNOLÓGICAS DE ESPECIFICAÇÃO DE 289
ROCHAS ORNAMENTAIS E PARA REVESTIMENTO
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 294
APÊNDICE C - USOS RECOMENDADOS PARA OS MATERIAIS CADASTRADOS 295
Atlas de Rochas Ornamentais da Amazônia
Capítulo 1
Conceitos e Definições
Atlas de Rochas Ornamentais da Amazônia
15
Rochas podem ser definidas como corpos sólidos naturais, 
formados por agregados de um ou mais minerais¹. As rochas 
ornamentais e para revestimento, também designadas 
pedras naturais, rochas lapídeas, rochas dimensionais e 
materiais de cantaria, compreendem os materiais geológicos 
naturais que podem ser extraídos em blocos ou placas, 
cortados em formas variadas e beneficiados por meio de 
esquadrejamento, polimento, lustro, etc. Seus principais 
campos de aplicação incluem tanto o emprego em peças 
isoladas, como esculturas, tampos e pés de mesa, balcões, 
lápides e artefatos de arte funerária em geral, quanto em 
edificações, destacando-se, nesse caso, os revestimentos 
internos e externos de paredes, pisos, pilares, colunas, 
soleiras, etc.
Do ponto de vista geológico, as rochas são enquadradas 
em três grandes grupos genéticos: ígneas, sedimentares e 
metamórficas. As rochas ígneas, ou magmáticas, resultam 
da solidificação de material fundido (magma), em diferentes 
profundidades da crosta terrestre. As rochas sedimentares 
são formadas pela deposição química ou detrítica dos 
produtos da desagregação e erosão de rochas preexistentes, 
transportados e acumulados em bacias deposicionais de 
ambientes subaquáticos (fluviais, lacustres e marinhos) e 
eólicos (subaéreos). Rochas metamórficas são formadas 
pela transformação (metamorfismo) de outras preexistentes, 
normalmente como resultado do aumento da pressão e 
temperatura no ambiente geológico. 
Do ponto de vista comercial, as rochas ornamentais e 
para revestimento são basicamente subdivididas em granitos 
e mármores. Como granitos, enquadram-se, genericamente, 
as rochas silicáticas, enquanto os mármores englobam, 
lato sensu, as rochas carbonáticas. Alguns outros tipos 
litológicos, incluídos no campo das rochas ornamentais são 
os quartzitos, serpentinitos, travertinos, calcários (por vezes 
comercializados como limestones) e ardósias, também muito 
importantes setorialmente.
Granitos, lato sensu, são rochas ígneas, enquanto que os 
mármores são rochas metamórficas de origem sedimentar. 
Travertinos e calcários (limestones) são sedimentares, 
enquanto quartzitos e ardósias são metamórficas, também 
de origem sedimentar. Serpentinitos são rochas metamórficas 
de derivação magmática.
Também do ponto de vista comercial, rochas isótropas (sem 
orientação preferencial dos constituintes mineralógicos) são 
designadas homogêneas (Foto 1.1) e mais empregadas em 
obras de revestimento. Rochas anisótropas, com desenhos 
e orientação mineralógica, são chamadas movimentadas 
(Fotos 1.2 e 1.3) e mais utilizadas em peças isoladas. 
O padrão cromático é o principal atributo considerado 
para qualificação comercial de uma rocha. De acordo 
com as características cromáticas, os materiais são 
Capítulo 1
Conceitos e Definições
Foto 1.1 – Vermelho Brasília (Goiás): granito (biotita granito) 
homogêneo/isótropo.
Foto 1.2 – Porto Rosa (Minas Gerais): granito (anfibólio gnaisse) 
movimentado/anisótropo.
Foto 1.3 – Verde Van Gogh (Minas Gerais): granito (migmatito) 
movimentado, com padrão fantasia.
 ¹ Minerais, por sua vez, são elementos ou compostos químicos cristalizados e formados por processos inorgânicos naturais. A composição química, definida dentro de certos limites, 
propriedades e características próprias atribuem nome a cada tipo mineral, único entre as variedades existentes. Variedades essas que ocorrem de modo mais e menos comum, como 
constituintes dos diversos tipos de rochas.
CPRM - Serviço Geológico do Brasil
16
enquadrados como clássicos, comuns ou excepcionais. Os 
clássicos não sofrem influência de modismos e incluem 
mármores vermelhos, brancos, amarelos e negros, bem 
como granitos brancos, verdes, negros e vermelhos (Fotos 
1.4 e 1.5). Os comuns ou de “batalha”, de largo emprego 
em obras de revestimento, abrangem mármores beges e 
acinzentados, além de granitos acinzentados, rosados e 
amarronzados. Os materiais excepcionais são normalmente 
utilizados para peças isoladas e pequenos revestimentos, 
incluindo mármores azuis, violeta e verdes, além de 
granitos azuis (Fotos 1.6 e 1.7), amarelos, multicores e 
pegmatíticos, estes últimos definindo boa parte dos ora 
designados granitos exóticos (Fotos 1.8 e 1.9).
Os blocos extraídos nas pedreirastêm volume variável 
entre 5m3 e 8m3, podendo atingir, excepcionalmente, 12m3. 
Materiais com alto valor comercial permitem, no entanto, 
o aproveitamento de blocos a partir de 1m3, sobretudo por 
meio da serragem em talha-blocos. As dimensões-padrão 
especificadas para blocos de serragem em teares variam de 
2,4m x 1,2m x 0,6m (1,73m3) a 3,3m x 1,8m x 1,5m (8,9m3).
Os produtos comerciais obtidos a partir da extração de 
blocos e serragem de chapas, que sofrem algum tipo de 
tratamento de superfície (sobretudo polimento e lustro), são 
designados como produtos de acabamento especial (special 
finished products). Tal é o caso dos materiais que, no geral, 
aceitam polimento e recebem calibração, abrangendo os 
mármores, granitos, quartzitos maciços e serpentinitos.
Os produtos comerciais normalmente utilizados com 
superfícies naturais em peças não calibradas, obtidos quase que 
diretamente por delaminação mecânica e esquadrejamento de 
placas, são, por sua vez, designados produtos de acabamento 
simples (simple finished products). Para ilustração, no Brasil, é 
o caso dos produtos de quartzitos foliados (pedra São Tomé, 
pedra Mineira, pedra Goiana, etc.), pedra Cariri (calcários 
placóides), basaltos gaúchos, pedra Paduana ou Miracema 
(gnaisses folhiados), pedra Morisca, dentre outras (Foto 1.10).
Foto 1.4 – Branco Ceará (Ceará): granito (albita granito) branco.
Foto 1.5 – Ouro Brasil / New Venetian Gold (Espírito Santo): 
granito (granito gnaisse) amarelado.
Foto 1.6 – Azul Santa Vitória (Bahia): granito (sodalita sienito) 
azul movimentado.
Foto 1.7 – Blue Valley (Espírito Santo): granito (gnaisse a 
cordierita) azul escuro.
Atlas de Rochas Ornamentais da Amazônia
17
1.1 TIPOLOGIA DOS MATERIAIS ROCHOSOS NATURAIS
 
Rochas Silicáticas (Granitos e Similares)
Para o setor de rochas ornamentais e para revestimento, o 
termo granito designa um amplo conjunto de rochas silicáticas, 
abrangendo monzonitos, granodioritos, charnockitos, 
sienitos, dioritos, diabásios/basaltos e os próprios granitos, 
geradas por fusão parcial ou total de materiais crustais 
preexistentes (Fotos 1.11 e 1.12).
A composição mineralógica desses “granitos” é definida 
por associações muito variáveis de quartzo, feldspato, micas 
(biotita e muscovita), anfibólios (sobretudo hornblenda), 
Foto 1.8 – Mascarello (Minas Gerais): granito (granito 
pegmatóide) exótico “infiltrado”. 
Foto 1.9 – Delicattus (Minas Gerais): granito (pegmatito) exótico 
“feldspatado” .
Foto 1.10 – Pedra Morisca (Piauí): arenito conglomerático 
plaqueado.
Foto 1.11 – Preto Cotaxé (Espírito Santo): granito (gabro norito) 
preto não-absoluto.
Foto 1.12 – Verde Pavão / Green Peacock (Espírito Santo): granito 
(charnockito) verde-escuro.
CPRM - Serviço Geológico do Brasil
18
piroxênios (aegirina, augita e hiperstênio) e olivina. Alguns 
desses constituintes podem estar ausentes em determinadas 
associações mineralógicas. Diversos outros minerais apresentam-
se em proporções bem mais reduzidas, como mineráis acessórios. 
Quartzo, feldspatos, micas e anfibólios são os minerais dominantes 
nas rochas graníticas e granitóides (Fotos 1.13 e 1.14).
A cor negra, variavelmente impregnada na matriz das rochas 
silicáticas, é conferida pelos minerais máficos (silicatos ferro-
magnesianos), sobretudo anfibólio (hornblenda) e mica (biotita), 
chamados, no ambiente produtivo, de “carvão”. Nos granitos 
mais leucocráticos (claros), portanto com menor quantidade de 
minerais ferro-magnesianos, o quartzo e o feldspato compõem, 
em média, entre 85% e 95% da rocha.
A textura das rochas silicáticas é determinada pela granulometria 
e hábito dos cristais, e a estrutura é definida pela distribuição 
desses cristais. Composição, textura e estrutura representam, 
assim, parâmetros de muito interesse para a caracterização de 
granitos e sua distinção dos mármores.
Rochas Carbonáticas (Mármores, Travertinos e 
Calcários)
As principais rochas carbonáticas abrangem calcários 
(limestones) e dolomitos, sendo os mármores seus 
correspondentes metamórficos (Fotos 1.15, 1.16 e 1.17). Os 
calcários são rochas sedimentares compostas principalmente de 
calcita (CaCO3), enquanto dolomitos são também sedimentares 
formadas, sobretudo, por dolomita (CaCO3 .MgCO3).
A maior parte das rochas carbonáticas tem origem 
biológica ou mais propriamente biodetrítica, formando-se em 
ambientes marinhos pela deposição de conchas e esqueletos 
de outros organismos (corais, briozoários, etc.). Essas conchas 
e esqueletos são preservados como fósseis mais e menos 
fragmentados, perfeitamente reconhecíveis nas rochas pouco 
ou não metamorfizadas (Foto 1.18).
Processos deposicionais conduzidos por precipitação 
química e bioquímica direta de carbonatos, em ambientes de 
Foto 1.13 – Café Brasil (Bahia): granito (nefelina sienito) marrom, 
isento de quartzo.
Foto 1.14 – Amazon Star (Rondônia): granito com quartzo 
azulado.
Foto 1.16 – Champagne Veiado (Espírito Santo): mármore de 
massa grossa.
Foto 1.15 – Branco Extra (Espírito Santo): mármore de massa 
grossa.
Atlas de Rochas Ornamentais da Amazônia
19
água-doce (continentais), determinam a formação de rochas 
não-fossilíferas e bastante heterogêneas, como as dos tipos 
travertinos e margas (Foto 1.19).
Rochas carbonáticas representam, assim, materiais 
sedimentares e metassedimentares, constituídos por 50% ou 
mais dos minerais calcita e dolomita. Calcários (Foto 1.20), 
epicalcários e mármores calcíticos contêm calcita predominante, 
enquanto dolomitos, metadolomitos e mármores dolomíticos 
são rochas similares com predominância de dolomita. Impurezas 
comuns incluem argilas, quartzo, micas, anfibólios, matéria 
orgânica/grafitosa e sulfetos. É característica comum uma 
ampla variedade de cores, texturas, desenhos, cristalinidade e 
conteúdo fóssil.
Rochas Silicosas (Quartzitos, Cherts e Similares)
Quartzitos podem ser definidos como rochas metamórficas 
com textura sacaróide, derivadas de sedimentos arenosos, 
formadas por grãos de quartzo recristalizados e envolvidos 
ou não por cimento silicoso (Foto 1.21). Tanto quanto nos 
mármores, a recristalização mineralógica ocorre por efeito 
de pressão e temperatura atuantes sobre os sedimentos 
originais, tornando os quartzitos normalmente mais coesos 
e menos friáveis que os arenitos. Cherts são rochas silicosas, 
tanto microcristalinas quanto criptocristalinas, formadas pela 
precipitação química de sílica (SiO2) em ambientes subaquáticos 
(Fotos 1.22 e 1.23). Silexitos são rochas similares aos cherts, 
também de granulação muito fina (textura afanítica), por vezes 
resultantes de segregações metamórficas e hidrotermais. 
Os minerais acessórios (Fotos 1.24 e 1.25) mais comuns das 
rochas silicosas são as micas (filossilicatos), zircão, magnetita/
ilmenita e hidróxidos de ferro e de manganês. As feições 
estéticas dos quartzitos, sobretudo o padrão cromático, são 
determinadas pelos minerais acessórios.
Quartzitos com pequena participação de filossilicatos 
(normalmente mica branca) não desenvolvem foliação 
Foto 1.17 – Giallo Marfim (Santa Catarina): mármore de massa 
fina desenhado.
Foto 1.18 – Cappadocia (Paraná): mármore fossilífero com 
estromatólitos.
Foto 1.19 – Travertino Bege Bahia (Bahia): estrutura maciça.
Foto 1.20 – Bege Capri (Ceará): calcário plaqueado.
CPRM - Serviço Geológico do Brasil
20
metamórfica e planos preferenciais de partição. Esses 
quartzitos são, portanto, caracterizados como rochas maciças 
de textura sacaróide granoblástica, extraídos como blocos nas 
pedreiras e, posteriormente, serrados em chapas. 
Quando há mais micas isorientadas, os quartzitos desenvolvem 
textura sacaróide granolepidoblástica, com planos preferenciais 
de partição/delaminação aproveitados para extração direta de 
placas no maciço rochoso lavrado (Foto1.26). Vários quartzitos e 
metaconglomerados silicosos (Foto 1.27), que, conforme referido, 
constituem rochas metamórficas de derivação sedimentar, ainda 
são incorretamente chamados de granitos. 
Rochas Síltico-Argilosas Foliadas (Ardósias)
Ardósias são rochas metassedimentares, de baixo grau 
metamórfico, formadas a partir de sequências argilosas e 
síltico-argilosas. A definição científica de ardósia baseia-se, Foto 1.23 – Ônix Bamboo (Tocantins): chert / silexito desenhado.
Foto 1.21 – Green Salmon (Bahia): metarenito bege bandado.
Foto 1.22 – Iron Red (Minas Gerais): quartzito com hematita / 
formação ferrífera bandada / itabirito.
Foto 1.24 – Azul Boquira (Bahia): quartzito maciço com 
dumortierita.
Foto 1.25 – Sauípe (Bahia): quartzito maciço com fuchsita.
Atlas de Rochas Ornamentais da Amazônia
21
entretanto, na presença de planos preferenciais paralelos de 
partição, que proporcionam a “clivagem ardosiana”. 
Os planos de clivagem são formados pela isorientação de 
minerais placóides e prismáticos, compondo uma estrutura 
xistosa comum a boa parte das rochas metamórficas. A 
distinção das ardósias, entre as demais rochas com planos 
preferenciais de clivagem, é determinada por sua granulação 
muito fina e pela maior capacidade de partição em superfícies 
paralelas.
Seus principais constituintes mineralógicos incluem mica-
branca fina (sericita), quartzo, clorita e grafita. Quantidades 
variáveis, em geral acessórias, de carbonato, turmalina, titanita, 
rutilo, feldspato, óxidos de ferro e pirita podem ocorrer.
Sendo essencialmente constituídas por minerais estáveis, 
como o quartzo e filossilicatos (mica e clorita), as ardósias 
são resistentes à meteorização e, por isso, bastante duráveis. 
Algumas impurezas, sobretudo as carbonáticas, podem 
contribuir para a diminuição de durabilidade das ardósias, 
quando atacadas por soluções ácidas.
As variedades existentes são comercialmente tipificadas pela 
cor, anotando-se ardósias cinza, verde, roxa (vinho), preta 
e grafite (Fotos 1.28, 1.29, 1.30 e 1.31). As ardósias de cor 
cinza, preta e grafite podem dar origem à ardósia “ferrugem” 
(Foto 1.32), como resultado da oxidação de finas lamelas 
interestratificadas de pirita (sulfeto de ferro). 
Rochas Ultramáficas (Serpentinitos, Pedra-Sabão e 
Pedra-Talco)
Serpentinito, pedra-sabão e pedra-talco são designações 
técnicas e comerciais, aplicadas para variedades metamórficas 
Foto 1.26 – Pedra São Tomé (Minas Gerais): quartzito foliado 
branco.
Foto 1.27 – Marinace (Bahia): metaconglomerado polimítico 
verde.
Foto 1.28 – Ardósia (Minas Gerais): variedades texturais e 
cromáticas de ardósia cinza.
Foto 1.29 – Ardósia (Minas Gerais): variedades texturais e 
cromáticas de ardósia grafite e preta.
CPRM - Serviço Geológico do Brasil
22
de rochas ultramáficas. A constituição mineralógica dessas 
variedades é basicamente definida por serpentina, tremolita/
actinolita, clorita, talco e carbonato, em diversas associações, 
marcadas pela ausência de quartzo e feldspato.
Os serpentinitos têm cor verde-escuro ou vermelho-
escuro (Fotos 1.33 e 1.34), mostram mais resistência à 
abrasão e aceitam polimento, sendo assim utilizados para 
revestimentos. No setor de rochas ornamentais e para 
revestimento, os serpentinitos são comumente tratados 
como mármores verdes (por exemplo, Verde Alpi e Verde 
Guatemala).
A pedra-sabão, um pouco mais macia que os serpentinitos, 
tem coloração cinza-escura e destina-se, sobretudo, à elaboração 
de fornos domésticos, lareiras, pequenos revestimentos, panelas, 
caçarolas, chapas e grelhas para alimentos, além de outros 
usos decorativos. Sua principal característica é aceitar altas 
temperaturas (até 1.500oC) e reter calor, permanecendo aquecida 
por longos períodos. 
Foto 1.30 – Ardósia (Minas Gerais): variedades texturais e 
cromáticas de ardósia verde.
Foto 1.31 – Ardósia (Minas Gerais): variedades texturais e 
cromáticas de ardósia vinho/roxa.
Foto 1.32 – Ardósia (Minas Gerais): variedades texturais e 
cromáticas de ardósia ferrugem/multicolor ou rusty.
Foto 1.33 – Verde Dunito (Goiás): serpentinito.
Foto 1.34 – Rosso Sacramento (Minas Gerais): serpentinito.
Atlas de Rochas Ornamentais da Amazônia
23
A denominada pedra-talco é riscada pela unha e 
untuosa ao tato, exibindo aspecto mosqueado e cores que 
vão do marrom ao esverdeado. É utilizada principalmente 
para a confecção de objetos decorativos, destacando-se a 
arte estatuária.
 
1.2 PROSPECÇÃO E PESQUISA GEOLÓGICA DE 
JAZIDAS
As faixas potenciais e a forma de distribuição das rochas; 
a vocação dos terrenos para ocorrência de materiais 
comuns, clássicos, excepcionais e exóticos; as feições 
estéticas esperadas; o presumível quadro de reservas; as 
perspectivas de alteração estética dos materiais aplicados; 
a dimensão dos blocos lavráveis; e o próprio método 
mais recomendado de lavra, entre outros parâmetros de 
interesse, podem ser inferidos por meio de condicionantes 
geológicas regionais e locais. 
Tanto em programas exploratórios regionais quanto 
na pesquisa de detalhe, os levantamentos geológicos 
são orientados para a definição de bons materiais, 
em condições físicas e quantidades apropriadas para 
exploração. Todos os fatores interferentes negativos, para 
a qualificação de materiais, devem ser cuidadosamente 
avaliados antes de se atribuir favorabilidade a uma região 
ou alvo específico.
Programas Exploratórios Regionais 
Em âmbito regional, a simples distinção dos ambientes 
geológicos e dos domínios geotectônicos permite fixar bases 
previsionais para diferentes tipos de rochas. A coloração 
azul, por exemplo, muito valorizada comercialmente, é 
devida à presença de minerais como sodalita (em intrusões 
e complexos alcalinos, sobretudo sieníticos), dumortierita 
(em quartzitos), cordierita (em gnaisses) e quartzo 
azulado (em rochas vulcânicas, subvulcânicas e graníticas 
ácidas, associadas a ambientes de alta pressão). As rochas 
portadoras desses minerais estão, via de regra, associadas a 
ambientes específicos, caracterizáveis em mapas geológicos 
para efeito de prospecção.
Da mesma forma, os granitos movimentados e 
desenhados, com padrão fantasia, representam expressão 
de rochas gnáissico-migmatíticas, devendo ser assim 
procurados em faixas antigas de embasamento cristalino. 
Os granitos homogêneos, não movimentados, associam-se 
a corpos intrusivos com formas elípticas ou arredondadas, 
mais ou menos bem delimitadas no terreno, rastreáveis 
em fotos aéreas convencionais e imagens de satélite, por 
meio de estruturas circulares/semicirculares. Em muitos 
casos, assinaturas aerogeofísicas gamaespectrométricas 
(canais de U, Th, K, relações U/Th, Th/K e contagem total), 
além de composições coloridas falsa-cor de imagens de 
satélite, podem compor padrões amostrais de interesse 
para prospecção.
Para os mármores, algumas condicionantes geológicas 
importantes podem ser também mencionadas: 
• estruturas organógenas, do tipo estromatólito, que 
são, no Brasil, geneticamente associadas a paleoambientes 
específicos das faixas de dobramento proterozóicas 
portadoras de sequências carbonáticas, definem padrões 
estéticos movimentados e muito apreciados no mercado; 
• concentrações de matéria orgânica e outras impurezas 
contidas em sequências carbonáticas podem dar origem a 
mármores negros e com outros padrões cromáticos muito 
valorizados comercialmente;
• a massa fina de alguns mármores, como, por exemplo, 
daqueles explorados na região de Carrara, na Itália, parece 
ser mais característica dos materiais dolomíticos do que dos 
materiais calcíticos, pois estes últimos mostram tendência 
à recristalização, com aumento de grãos minerais durante 
o metamorfismo; e
• as rochas carbonáticas de caráter dolomítico são 
mais competentes que ascalcíticas durante os processos 
de deformação que acompanham o metamorfismo. Essa 
característica física implica o quebramento e a formação de 
veios, do tipo Arabescato, nos mármores dolomíticos, e em 
dobramento, nos mármores calcíticos. 
Todos os parâmetros mencionados, tanto para mármores 
quanto para granitos, podem ser geologicamente 
discriminados e utilizados nas campanhas de avaliação 
regional, representando guias prospectivos de interesse 
para materiais com algumas características estéticas 
desejáveis.
Programas exploratórios regionais constituem, assim, 
principalmente em áreas mais ínvias e geologicamente 
ainda pouco conhecidas, importante ferramenta para o 
desenvolvimento do setor de rochas ornamentais. Seus 
objetivos e a execução revestem-se de caráter institucional 
sendo, por isso, recomendados como ação governamental.
Pesquisa de Detalhe
Os objetivos da pesquisa de detalhe estão relacionados à 
qualificação dos materiais e à viabilização da lavra, sobretudo 
em maciços rochosos. Os trabalhos necessários envolvem 
reconhecimento e amostragem das variedades litológicas 
aflorantes, caracterização petrográfica de rochas selecionadas, 
tipificação e caracterização comercial dos materiais priorizados, 
cálculo aproximado de reservas, indicação de métodos de 
lavra, testes de serragem e polimento, bem como avaliação de 
mercado e divulgação comercial dos materiais selecionados. 
As variedades litológicas aflorantes devem ser avaliadas, 
priorizando-se as feições estruturais, composicionais e 
fisiográficas do maciço. Diferenciações litológicas muito 
acentuadas ocasionam problemas na tipificação comercial 
dos materiais, podendo dificultar a garantia de suprimento 
de padrões estéticos homogêneos. A capa de intemperismo 
pode ter espessura variável e produz alterações cromáticas, 
principalmente em granitos, merecendo por isso algum tipo 
CPRM - Serviço Geológico do Brasil
24
de verificação no terreno. A dimensão de blocos e matacões 
em superfície fornece uma noção preliminar sobre o grau 
de fraturamento do maciço, permitindo assim inferências a 
respeito do tipo de lavra e dimensão dos blocos lavráveis.
Amostras de pequeno volume coletadas em superfície, 
selecionadas e representativas, sem restrições estruturais 
e composicionais, devem ser utilizadas para a elaboração 
de placas de mostruário. Materiais que apresentarem bons 
resultados (fechamento, brilho, espelhamento, padrão 
cromático e desenho) podem ser submetidos a ensaios de 
caracterização tecnológica, a fim de definir sua adequação a 
padrões normatizados. 
Testes de serragem e polimento devem ser efetuados, com 
os materiais selecionados, em blocos de dimensões exigidas 
para o beneficiamento industrial (serragem em teares ou talha-
bloco e lustração das chapas em politrizes-padrão). Esses testes 
dependem de uma lavra-piloto e são efetuados mediante a 
efetiva caracterização de materiais com boa qualidade, que 
mostrem quantidade adequada para a lavra.
A lavra-piloto ou experimental é de fundamental importância 
para a conclusão da pesquisa de detalhe, da caracterização 
da jazida e do teste de mercado dos materiais. Com a lavra 
experimental, são determinados os índices esperados de 
recuperação na lavra final e definida a viabilidade econômica do 
empreendimento mineiro. Muitas vezes, a recuperação próxima 
à capa de alteração do maciço não reflete a realidade do corpo 
rochoso subjacente, sendo necessária a abertura de bancadas 
e, portanto, a remoção de volume mais considerável de estéril. 
Avaliação de Reservas 
Para a determinação preliminar e expedita de reservas, 
efetua-se o cálculo do volume da frente considerada, por 
meio da simulação de figuras geométricas (em relevos 
alongados) ou de seções transversais com bancadas 
hipotéticas (em relevos abobadados). Do volume calculado, 
subtrai-se 20% correspondentes a capeamentos de solo e 
imperfeições do relevo; do restante, subtrai-se 50% relativos 
a perdas presumíveis na lavra, estimando-se assim a reserva 
potencial teoricamente explotável. 
Como materiais aproveitados em volume, pequenas 
reservas de rochas ornamentais permitem longos períodos 
de exploração. Por exemplo, um maciço com apenas 
100m x 100m x 50m, desmontado a uma razão de 
1.000 m3/mês, tem reservas suficientes para 42 anos de 
atividade. Com uma taxa de recuperação de 50%, a lavra 
desse maciço permitirá a produção de 7,5 milhões m2 de 
chapas, durante a vida útil do empreendimento. 
Mais do que pela exaustão de suas reservas, um 
jazimento, ou pedreira, como o antes referido, encerrará suas 
atividades pela saturação de mercado do material extraído. 
A quantidade de reservas não é assim tão importante 
como a sua qualidade. Ao contrário das commodities 
minerais metálicas, no setor de rochas pode-se dispensar 
o atributo quantitativo como vetor principal de valorização 
ou valoração das jazidas. Isto é verdadeiro tanto para um 
jazimento específico quanto para o quadro de reservas de 
um país ou região, não fazendo muito sentido referir que 
essas reservas são suficientes para centenas ou milhares de 
anos de explotação.
Assim, é o mercado que quase invariavelmente determina 
o encerramento das atividades de uma pedreira ou polo 
produtor, não a exaustão de suas reservas. Mesmo nos 
materiais pegmatíticos exóticos, em que os corpos são 
relativamente pequenos e as reservas naturalmente reduzidas, 
a lavra não é normalmente paralisada pelo esgotamento da 
jazida, mas pelo deslocamento da empresa extratora para 
outras frentes com novos materiais. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CHIODI FILHO, C. Aspectos técnicos e econômicos do 
setor de rochas ornamentais. Rio de Janeiro: CNPq/Cetem, 
1995. 75 p. Série Estudos e Documentos, 28.
CHIODI FILHO, Cid, RODRIGUES, E. de P. Guia de aplicação 
de rochas em revestimentos. São Paulo: Abirochas, 2009. 
160 p.
Atlas de Rochas Ornamentais da Amazônia
Capítulo 2
Panorama Técnico-Econômico do
Setor de Rochas Ornamentais
Atlas de Rochas Ornamentais da Amazônia
27
2.1 EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO MUNDIAL E DO 
MERCADO INTERNACIONAL 
Considerações Gerais
A produção mundial noticiada de rochas ornamentais e 
para revestimento evoluiu de 1,8 milhão t/ano, na década 
de 1920, para um patamar atual de 105 milhões t/ano. 
Cerca de 41 milhões t de rochas brutas e beneficiadas 
foram comercializadas no mercado internacional, em 2009¹, 
destacando-se que o notável crescimento do intercâmbio 
mundial caracterizou as décadas de 1980 e 1990 como a 
“nova idade da pedra” e, o próprio setor de rochas, como 
uma das mais importantes áreas emergentes de negócios 
mineroindustriais. Em âmbito mundial, estima-se que o 
setor de rochas esteja atualmente movimentando transações 
comerciais de US$ 100-120 bilhões/ano.
Uma condicionante setorial relevante é o cada vez mais 
intenso controle ambiental das atividades produtivas, 
determinante para a necessidade de conservação de energia e a 
extração e o uso otimizados de matérias-primas. Cresce, assim, 
a oferta e demanda de tecnologias limpas para atividades 
extrativas e industriais; a elaboração de chapas mais delgadas 
para revestimentos em geral; e a oferta de materiais artificiais 
aglomerados, importantes para o aproveitamento de rejeitos e 
melhoria dos índices de recuperação na lavra e beneficiamento.
As projeções de consumo/produção e intercâmbio mundial, 
das matérias-primas minerais para construção civil, não 
apontam mudanças de paradigmas, sugerindo a manutenção 
da tendência de crescimento da demanda dos materiais 
rochosos naturais para revestimento. Estima-se que, no ano de 
2025, a produção mundial de rochas ornamentais ultrapassará 
a casa dos 400 milhões t, correspondentes a quase 5 bilhões 
m² equivalentes/ano, multiplicando-se por cinco o volume físico 
das transações internacionais anteo patamar de 2006 (Figura 2.1).
Produção Mundial
Segundo MONTANI (2010), a produção mundial estimada 
de rochas ornamentais, no ano de 2009, totalizou 104,5 
milhões t, correspondentes a cerca de 1,14 bilhões m² 
equivalentes de chapas com 2 cm de espessura. Essa produção 
envolveu 60,9 milhões t (58,2%) de rochas carbonáticas, 38,0 
milhões t (36,4%) de rochas silicáticas e 5,7 milhões t (5,4%) 
de ardósias e outras rochas xistosas (Tabela 2.1).
Como resultado do desenvolvimento de tecnologias mais 
adequadas para lavra e beneficiamento de materiais duros, a 
participação das rochas silicáticas no total da produção evoluiu 
de 10%, na década de 1920, para o patamar atual de quase 
40%. Um dos principais responsáveis por esse crescimento foi, 
sem dúvida, o Brasil, que, a partir da década de 1980, colocou 
centenas de novos granitos no mercado internacional.
A China foi a maior produtora mundial, em 2009, com 
31,0 milhões t. O segundo maior produtor mundial foi a 
Índia, com 13,2 milhões t. Seguem, com produção entre 
7,0-8,0 milhões t, o Brasil, a Turquia e a Itália. 
Figura 2.1 - Evolução e projeção da produção e do intercâmbio mundial de rochas ornamentais e para revestimento (2000-2025).
Fonte: MONTANI, 2007.
Capítulo 2
Panorama Técnico-Econômico do Setor de Rochas Ornamentais
1 As informações disponíveis sobre o mercado internacional, quando da elaboração deste texto (novembro/2010), são referentes ao ano de 2009 e devidas a MONTANI (2010).
CPRM - Serviço Geológico do Brasil
28
Ao longo da década de 2000, cresceu significativamente a 
produção de países extra-europeus, caso da China, Índia, Irã, 
Turquia e Brasil, enquanto permaneceu inalterada, ou até com 
leve declínio, a produção dos players europeus tradicionais, 
como a Itália, Espanha, Portugal e Grécia.
Mercado Internacional
A evolução recente do mercado internacional é mostrada na 
Tabela 2.2, em que se observa o aumento da participação das 
rochas processadas especiais (posição NCM2 6802) no total do 
volume físico comercializado. A maior parte dessa expansão 
está sendo canalizada pela China e Turquia, atualmente os 
maiores exportadores de rochas processadas (vide Figura 
2.3). A redução do volume físico do comércio internacional, 
em 2008, foi a primeira registrada desde o início formal da 
tabulação de dados mundiais, na década de 1970. 
Principais Exportadores
A China foi responsável por 28,6% do total do volume 
físico das exportações mundiais de rochas ornamentais em 
2009 (Tabela 2.3), tendo-se, na sequência, a Índia (12,9%), 
a Turquia (11,9%), a Itália (6,9%), o Egito (4,8%), a Espanha 
(4,8%) e o Brasil (4,1%). 
Mais especificamente, em 2009, o Brasil foi o segundo maior 
exportador de rochas silicáticas brutas (código NCM 2516), 
representadas por blocos de granito; o quinto maior exportador 
de rochas processadas especiais (código NCM 6802), relativas, 
sobretudo, a chapas polidas de granito; o terceiro maior 
exportador de produtos de ardósia (código NCM 6803), atrás 
da Espanha e China; e o sétimo maior exportador de rochas 
processadas simples (código NCM 6801), representadas, no 
caso brasileiro, quase que essencialmente por produtos de 
quartzitos foliados (pedras do tipo São Tomé). 
ANO
MÁRMORES GRANITOS ARDÓSIAS TOTAL
1.000 t % 1.000 t % 1.000 t % 1.000 t
1926 1.175 65,6 175 9,8 440 24,6 1.790
1976 13.600 76,4 3.400 19,1 800 4,5 17.800
1986 13.130 60,5 7.385 34,0 1.195 5,5 21.710
1996 26.450 56,9 17.625 37,9 2.425 5,2 46.500
1998 29.400 57,6 19.000 37,3 2.600 5,1 51.000
2000 34.500 57,8 21.700 36,3 3.450 5,9 59.650
2002 39.000 57,8 25.000 37,0 3.500 5,2 67.500
2004 43.750 53,9 33.000 40,6 4.500 5,5 81.250
2006 53.350 57,5 34.800 37,5 4.600 5,0 92.750
2008 61.000 58,0 38.300 36,5 5.700 5,5 105.000
2009 60.850 58,2 38.000 36,4 5.650 5,4 104.500
Fonte: compilado a partir dos dados de MONTANI (2010).
Tabela 2.1 
Produção Mundial de Rochas Ornamentais - Perfil Histórico.
Tabela 2.2 
Evolução do Mercado Internacional de Rochas Ornamentais e para Revestimento (2005-2009).
PRODUTOS /
CÓDIGO NCM
2005 2006 2007 2008 2009
1.000 t % 1.000 t % 1.000 t % 1.000 t % 1.000 t %
RSB 2516 10.266 28,5 10.562 25,5 11.429 24,7 10.816 23,9 8.909 21,7
RCB 2515 6.265 17,4 7.495 18,1 8.271 17,9 9.384 20,8 9.466 23,0
RPE 6802 14.582 40,4 18.138 43,8 21.150 45,8 19.791 43,8 18.199 44,3
RPS 6801 3.689 10,2 3.804 9,2 3.814 8,2 3.702 8,2 3.262 8,0
PA 6803 1.256 3,5 1.369 3,3 1.568 3,4 1.500 3,3 1.242 3,0
Total 36.058 100 41.368 100 46.232 100 45.193 100 41.078 100
RSB – rochas silicáticas brutas; RCB – rochas carbonáticas brutas; RPE – rochas processadas especiais; RPS – rochas processadas simples; 
PA – produtos de ardósia. 
Fonte: compilado a partir de MONTANI (2006 a 2010). 
2 Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM) é um sistema harmonizado, de codificação e classificação de mercadorias para comércio internacional, aplicado pelos países desse bloco 
econômico.
Atlas de Rochas Ornamentais da Amazônia
29
Principais Importadores
Na Tabela 2.4, são mostrados os 12 maiores importadores 
mundiais, responsáveis por 60,6% do total das importações 
efetuadas em 2009, o que revela a concentração de vendas em 
poucos mercados.
Existem, no caso, três perfis de mercados ou países 
importadores: 
a) países principalmente importadores de rochas brutas, que 
as beneficiam para atendimento do mercado doméstico e para 
exportações, como, por exemplo, a China e Itália. Esses países 
são também, invariavelmente, grandes produtores;
b) países importadores de rochas brutas e processadas, 
basicamente para atendimento do mercado doméstico como, 
por exemplo, o Reino Unido, Taiwan e a Alemanha. Esses países 
são, normalmente, produtores pouco expressivos; 
c) países principalmente importadores de rochas 
processadas, para atendimento do mercado doméstico 
como, por exemplo, o Japão, os EUA e a Coréia do 
Sul. Esses países, da mesma forma, são produtores e 
exportadores pouco expressivos.
A China foi a maior importadora mundial, em 2009, 
praticamente só adquirindo rochas brutas. Em segundo 
lugar ficaram os EUA, país importador quase só de 
rochas processadas. A variação anual registrada entre 
os anos de 2005 e 2007 traduziu o aquecimento da 
economia mundial e a pressão de demanda exercida 
por determinados mercados imobiliários, como os da 
China, dos EUA, do Golfo Pérsico e de alguns países da 
Europa. Com a mudança do cenário internacional, tanto o 
mercado americano, quanto outros importantes mercados 
importadores, sofreram retração em 2008 e 2009.
Tabela 2.3 
Principais Países Exportadores de Rochas Ornamentais - Evolução do Volume Físico e Participação Porcentual no Total Mundial 
(2005-2009).
PAÍSES
2005 2006 2007 2008 2009
1.000 t % 1.000 t % 1.000 t % 1.000 t % 1.000 t %
China 8.896 24,7 10.338 25,0 11.533 25,0 11.793 26,1 11.733 28,6
Índia 4.044 11,2 4.522 10,9 5.571 12,1 5.426 12,0 5.311 12,9
Turquia 3.045 8,4 4.041 9,8 4.736 10,2 4.886 10,8 4.868 11,9
Itália 3.122 8,7 3.261 7,9 3.342 7,2 3.154 7,0 2.835 6,9
Espanha 2.442 6,8 2.403 5,8 2.635 5,7 2.445 5,4 1.968 4,8
Egito 972 2,7 1.094 2,6 1.330 2,9 2.085 4,6 1.973 4,8
Brasil 2.157 6,0 2.536 6,1 2.475 5,4 1.990 4,4 1.673 4,1
Fonte: compilado a partir de MONTANI (2006 a 2010).
Tabela 2.4 
Principais Importadores Mundiais de Rochas Ornamentais – Volume Físico (2005-2009).
PAÍSES
2005 2006 2007 2008 2009
1.000 t % 1.000 t % 1.000 t % 1.000 t % 1.000 t %
China 4.554 12,6 6.007 14,5 7.245 15,7 8.207 18,2 8.166 19,9
EUA 3.727 10,3 4.943 11,9 5.277 11,4 3.956 8,8 3.147 7,7
Itália 2.483 6,9 2.738 6,6 2.655 5,7 2.307 5,1 1.594 3,9
Taiwan 1.896 5,3 1.931 4,7 1.608 3,5 1.484 3,3 1.312 3,2
Coréia do Sul 1.833 5,1 2.110 5,1 2.526 5,5 2.528 5,6 2.470 6,0
Alemanha 1.795 5,0 2.407 5,8 2.596 5,6 2.098 4,6 1.967 4,8
Japão1.735 4,8 1.563 3,8 1.459 3,2 1.238 2,7 1.223 3,0
Espanha 1.430 4,0 1.573 3,8 1.653 3,6 1.273 2,8 858 2,1
Holanda 1.308 3,6 1.3012 3,2 1.226 2,7 1.199 2,7 903 2,2
Bélgica 1.115 3,1 1.415 3,4 1.453 3,1 1.177 2,6 1.091 2,7
França 1.093 3,0 1.340 3,2 1.331 2,9 1.286 2,8 1.095 2,7
Reino Unido 994 2,8 1.336 3,2 1.387 3,0 1.185 2,6 991 2,4
Fonte: compilado a partir de MONTANI (2006 a 2010).
CPRM - Serviço Geológico do Brasil
30
2.2 SITUAÇÃO BRASILEIRA
Aspectos Setoriais de Interesse
Os produtos comerciais do setor de rochas ornamentais, 
incluindo blocos, não devem ser entendidos e tratados como 
commodities, mas sim como specialties ou manufaturas. 
A garantia de mercado, que traduz a efetiva capacidade de 
comercialização dos produtos do setor, é assim tão importante 
quanto a garantia de produção e beneficiamento de suas 
matérias-primas.
O setor de rochas é fundamentalmente integrado 
por micro e pequenas empresas3 de lavra (mineradoras), 
beneficiamento (serrarias), acabamento (marmorarias) e 
serviços, cuja realidade é muito distinta das grandes empresas 
do setor mineral. As micro e pequenas empresas brasileiras 
ainda não têm suas necessidades bem atendidas e entendidas 
pelos programas governamentais de fomento, que são 
tradicionalmente mais focados e dirigidos para as grandes 
empresas e projetos mineroindustriais de commodities. 
Pelo exemplo que se tem do Estado do Espírito Santo, a 
estruturação de Arranjos Produtivos Locais (APL’s) é um dos 
elementos mais importantes para o desenvolvimento do setor 
de rochas no Brasil. Essa estruturação depende, entre outras 
coisas, da verticalização da atividade produtiva, com lavra e 
beneficiamento das matérias-primas de interesse comercial. O 
fortalecimento dos APL’s só é dinamizado mediante concessão 
de incentivos fiscais e tributários, como base para atração de 
empreendimentos e desoneração da produção. 
São tecnicamente conhecidas as diversas possibilidades de 
aproveitamento de rejeitos/resíduos de rochas ornamentais 
como matéria-prima de uso industrial. É preciso promover a 
aproximação entre as indústrias potencialmente consumidoras 
desses resíduos e os possíveis fornecedores, em um trabalho 
conhecido como simbiose industrial. 
Em função da crise econômica internacional instalada em 
2008, barreiras tarifárias e, sobretudo, não tarifárias têm 
sido cada vez mais utilizadas como mecanismo de proteção 
de mercados. Constituem exemplos as taxas de importação 
mantidas pela China, já antes de 2008, para produtos 
acabados e semiacabados, que inviabilizam a entrada de 
chapas polidas brasileiras em seu mercado; a tentativa de 
desqualificação das telhas de ardósia brasileira no mercado 
europeu e, particularmente, na marca CE, por iniciativa 
de entidades e produtores concorrentes espanhóis; e a 
campanha movida contra a utilização de bancadas de granito, 
em ambientes internos, no mercado dos EUA, sob a alegação 
de que emitiriam gás radônio.
As bases competitivas desejáveis para o setor de rochas são 
sistêmicas e muitas vezes dependentes de fatores externos ao 
próprio setor, vinculados a políticas públicas e mecanismos 
institucionais de fomento para a atividade produtiva, como os 
que agora se tenta promover por meio do primeiro Atlas de 
Rochas Ornamentais da Amazônia. 
Perfil da Atividade Produtiva
A cadeia produtiva de rochas ornamentais e para 
revestimento envolve, em seu eixo principal, a extração 
de matérias-primas em pedreiras, seu desdobramento por 
Figura 2.2 – Cadeia produtiva de rochas ornamentais. 
Fonte: MELLO, 2004.
3 Sob qualquer critério de classificação, são muito raras, no setor de rochas, as empresas de médio porte e inexistentes as de grande porte.
Atlas de Rochas Ornamentais da Amazônia
31
serragem em produtos semiacabados e o recorte e preparação 
de produtos finais (Figura 2.2). Participam ainda, dessa cadeia 
produtiva, fabricantes de máquinas, equipamentos e insumos 
diversos utilizados pelos elos centrais, bem como fabricantes 
de produtos para limpeza e conservação, após aplicação e uso 
dos revestimentos.
As serrarias de blocos e polimento de chapas, junto com 
as marmorarias, shoppings da construção e depósitos de 
chapas, são os principais integrantes da estrutura de oferta 
(produção), enquanto que as construtoras e os consumidores 
individuais são os principais integrantes da estrutura de 
demanda (consumo). As serrarias constituem atualmente os 
principais fornecedores das construtoras e suas obras maiores, 
enquanto as marmorarias permanecem como fornecedoras 
preferenciais dos pequenos consumidores (consumidores 
individuais ou pequenas obras). Pode-se, ainda, observar 
que os denominados depósitos de chapas são os principais 
fornecedores dos materiais importados, apesar do crescimento 
das importações diretas efetuadas pelas grandes construtoras.
Estima-se que os negócios brasileiros do setor de rochas 
ornamentais, nos mercados interno e externo, inclusive 
relativos aos serviços e à comercialização de máquinas, 
equipamentos e insumos, tenham movimentado cerca 
de US$ 3,8 bilhões em 20094. Cerca de 10 mil empresas 
(Tabela 2.5), dentre as quais pelo menos 500 exportadoras, 
integram sua cadeia produtiva e respondem por 120 mil 
empregos diretos e 360 mil indiretos.
As marmorarias perfazem mais de 60% das empresas 
do setor e são responsáveis pela maior parte dos empregos 
agregados, conforme apontado na Tabela 2.6. Destaca-se 
que, no Brasil, é de apenas US$ 10 mil o custo estimado para 
a geração de um emprego direto no setor de rochas, contra 
algumas centenas de milhares de dólares, por exemplo, na 
indústria automobilística.
O parque brasileiro de beneficiamento tem capacidade 
instalada, de serragem e polimento de chapas, para 70 
milhões m²/ano, a partir de rochas extraídas em blocos e 
caracterizadas por gerarem a maior parte dos denominados 
produtos de processamento especial (special finished and 
semifinished products). Essa capacidade é acrescida de mais 
50 milhões m²/ano em produtos de processamento simples 
(simple finished products), obtidos principalmente a partir de 
rochas portadoras de planos naturais de desplacamento (ardósias, 
quartzitos e gnaisses foliados, calcários e basaltos plaqueados, etc.).
SEGMENTO Nº ESTIMADO DE EMPRESAS PARTICIPAÇÃO
Marmoraria 6.100 61,0%
Beneficiamento 2.000 20,0%
Lavra 900 9,0%
Exportadoras 500 5,0%
Serviços 400 4,0%
Indústrias de Máquinas, Equipamentos e Insumos 100 1,0%
Total 10.000 100%
Fonte: CHIODI FILHO (2009b).
Tabela 2.5
Empresas do Setor de Rochas Ornamentais Operantes no Brasil - 2009.
Tabela 2.6
Distribuição dos Empregos por Ramo de Atividade na Cadeia Produtiva do Setor de Rochas Ornamentais – 2009.
SEGMENTO Nº ESTIMADODE EMPREGOS PARTICIPAÇÃO
Marmoraria 60.000 50%
Beneficiamento 32.000 27%
Lavra 18.000 15%
Exportadoras 2.000 2%
Ensino e Serviços 4.000 4%
Indústrias de Máquinas, Equipamentos e Insumos 2.000 2%
Total 120.000 100%
Fonte: CHIODI FILHO (2009b).
4 Este texto foi elaborado em novembro/2010 sendo, portanto, de 2009 as últimas informações atualizadas para o Brasil.
CPRM - Serviço Geológico do Brasil
32
A maior parte das atividades de lavra e beneficiamento 
primário concentra-se em APL’s, como os de mármores e 
granitos do Espírito Santo, de ardósias e quartzitos foliados 
de Minas Gerais, de gnaisses foliados do Rio de Janeiro, de 
basaltos plaqueados do Rio Grande do Sul, de travertinos da 
Bahia, de calcários plaqueados do Ceará, etc. Os Estados da 
Região Sudeste do Brasil, com destaque para São Paulo, têm 
a maior concentração de marmorarias (cerca de 70% do total 
brasileiro), além da maior capacidade instalada para trabalhos 
de acabamento.
A estrutura de preços dos diversos produtos comerciais do 
setor de rochas é bastante diferenciada, entre os mercadosinterno e externo. Os preços de produtos brasileiros para o 
mercado interno são quase sempre inferiores àqueles praticados 
para o mercado externo, em uma proporção de até 1:3. Esse 
diferencial pode oscilar para menos, nos mármores (1:1), e para 
mais, nas ardósias (1:10). Os materiais e produtos brasileiros de 
primeira linha são preferencialmente exportados. 
Os produtos semiacabados, a exemplo das chapas polidas, 
agregam de três a quatro vezes mais valor de comercialização 
que o dos blocos das matérias-primas que lhes deram origem. 
Os produtos acabados, como tampos de pias, mesas e 
balcões, dentre outros, agregam até dez vezes mais valor que 
o de suas matérias-primas. A partir dos dados registrados para 
as exportações brasileiras de 2008 e 2009, apresenta-se na 
Tabela 2.7 o preço médio dos principais grupos de produtos 
colocados no mercado internacional. 
Distribuição da Produção Brasileira
A partir de estudos realizados pelo INSTITUTO METAS (2002), 
para o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), evidenciou-
se a existência de 18 aglomerações produtivas relacionadas 
ao setor de rochas ornamentais e de revestimento no Brasil, 
envolvendo atividades de lavra em 10 estados e 80 municípios 
da Federação (Tabela 2.8). Mais amplamente, foram registrados 
370 municípios com recolhimento da Compensação Financeira 
pela Exploração Mineral (CFEM), para extração de rochas 
ornamentais.
A Região Sudeste tem a maior concentração desses 
aglomerados, demonstrando a relação direta entre polos de 
produção e consumo regionais. Os Estados da Região Norte, 
que total ou parcialmente integram a área de abrangência 
da Amazônia Legal, constituem as últimas grandes fronteiras 
brasileiras para produção e beneficiamento de rochas 
ornamentais. 
A produção brasileira de materiais rochosos naturais, para 
ornamentação e revestimento, foi estimada em 7,6 milhões t, 
em 2009. Essa produção inclui granitos e similares, mármores, 
travertinos, ardósias, quartzitos maciços e foliados, basaltos 
e gabros, serpentinitos, pedra-sabão e pedra-talco, calcários, 
metaconglomerados polimíticos e oligomíticos, cherts, arenitos, 
xistos diversos, etc. Assume-se a existência de 1.400 frentes 
ativas de lavra, sempre a céu aberto e em maciço ou matacões, 
responsáveis por cerca de 900 variedades comerciais de rochas 
colocadas nos mercados interno e externo.
O perfil da produção brasileira, por tipo de rocha, é mostrado 
na Tabela 2.9, observando-se que os materiais comercialmente 
classificados como granitos correspondem a quase 50% do 
total produzido. A distribuição regional dessa produção é 
mostrada na Tabela 2.10, salientando-se que a Região Sudeste 
do Brasil responde por quase 70% do total. A distribuição da 
produção pelos Estados é mostrada na Tabela 2.11, tendo-se o 
Espírito Santo e Minas Gerais como os dois principais polos de 
lavra do Brasil.
Exportações 
A partir da década de 1990, o Brasil experimentou 
notável adensamento de atividades em todos os segmentos 
da cadeia produtiva do setor de rochas ornamentais e para 
revestimento5. Os principais avanços decorreram do aumento 
das exportações, que evidenciaram forte evolução qualitativa 
e quantitativa.
Qualitativamente, foi modificado o perfil das exportações, 
com o incremento da venda de rochas processadas 
semiacabadas, principalmente chapas polidas de granito, bem 
como produtos acabados de ardósias e quartzitos foliados. 
Tabela 2.7
Preço Médio dos Principais Produtos Brasileiros de Exportação no Setor de Rochas – (2008/2009).
Produtos Preço Médio Faixa de Variação do Preço Códigos Fiscais de Referência
Blocos de granito e similares US$ 540/m³ US$ 300 - 1.500/m³ 2516.12.00; 2516.11.00
Blocos de mármore e similares US$ 780/m³ US$ 600 - 1.200/m³ 2515.12.10 
Chapas polidas de granito US$ 46/m² US$ 30 - 200/m² 6802.93.90; 6802.23.00
Chapas polidas de mármore US$ 56/m² US$ 35 - 150/m² 6802.21.00; 6802.91.00
Produtos de ardósia US$ 13/m² US$ 10 - 25/m² 6803.00.00
Produtos de quartzito foliado US$ 17/m² US$ 12 - 40/m² 6801.00.00
Produtos de pedra-sabão US$ 80/m² US$ 60 - 120/m² 6802.29.00
Fonte: compilado a partir de consulta à base Alice (http://aliceweb.desenvolvimento.gov.br/), do MDIC – Ministério do Desenvolvimento, 
Indústria e Comércio Exterior.
5 Neste texto, designa-se como rocha ornamental e de revestimento apenas os materiais rochosos naturais, excluindo-se os produtos aglomerados/industrializados a partir de ligantes 
resinóides.
Atlas de Rochas Ornamentais da Amazônia
33
Tabela 2.8
Principais Aglomerações Produtivas do Setor de Rochas no Brasil.
REGIÃO AGLOMERAÇÕES IDENTIFICADAS ESTADO NÚMERO DE MUNICÍPIOS 
Sudeste
Pedra Paduana RJ 1
Ardósias Papagaio MG 8
Mármores e Granitos Cachoeiro de Itapemirim ES 8
Granitos Nova Venécia ES 6
Quartzitos São Thomé MG 6
Granitos Baixo Guandu ES 4
Granitos Medina MG 4
Granitos Candeias - Caldas MG 16
Granitos Bragança Paulista SP 4
Quartzitos e Pedra-Sabão Ouro Preto MG 4
Quartzitos Alpinópolis MG 2
Região Centro-Oeste Quartzitos Pirenópolis GO 2
Região Sul
Basaltos Nova Prata RS 7
Ardósias Trombudo Central SC 1
Região Nordeste
Travertinos Ourolândia BA 2
Granitos Teixeira de Freitas BA 2
Pedra Cariri CE 2
Pedra Morisca PI 1
Total 18 Aglomerações Produtivas de Rochas 10 Estados 80 Municípios
Fonte: INSTITUTO METAS (2002).
Tabela 2.9
Perfil da Produção Brasileira por Tipo de Rocha – 2009.
Fonte: CHIODI FILHO (2009b).
TIPO DE ROCHA PRODUÇÃO (MILHÃO t) PARTICIPAÇÃO
Granito e similares 3,6 47%
Mármore e Travertino 1,3 17%
Ardósia 0,7 9%
Quartzito Foliado 0,6 8%
Quartzito Maciço 0,2 3%
Pedra Miracema 0,2 3%
Outros (Basalto, Pedra Cariri, Pedra-Sabão, Pedra Morisca, etc.) 1,0 13%
Total estimado 7,6 100%
Tabela 2.10
Distribuição Regional da Produção Bruta de Rochas Ornamentais no Brasil - 2009.
REGIÃO PRODUÇÃO (MILHÃO t) PARTICIPAÇÃO
Sudeste 5,10 67,2%
Nordeste 1,78 23,4%
Sul 0,30 3,9%
Centro-Oeste 0,32 4,2%
Norte 0,10 1,3%
Total estimado 7,60 100%
FONTE: CHIODI FILHO (2009b), com atualizações.
CPRM - Serviço Geológico do Brasil
34
Quantitativamente, essas exportações evoluíram de 900 
mil t, em 1997, para 2,5 milhões t, em 2007, alavancadas 
pelas vendas de blocos para a China e de chapas polidas 
para os EUA.
No ano de 2006, o Brasil chegou, assim, a colocar-se como 
o quarto maior produtor e exportador mundial de rochas 
ornamentais e para revestimento, superando vários players 
europeus tradicionais e notabilizando-se pela excepcional 
geodiversidade de suas matérias-primas. O crescimento 
brasileiro foi simpático a uma expressiva rearticulação 
mundial do setor, marcada pelo deslocamento de atividades 
FIGURA 2.4 - Evolução anual do faturamento das exportações brasileiras de rochas ornamentais – 1998-2009. RSB: blocos de granito; 
RCB: blocos de mármore; RP: rochas processadas. (*) 2010 projetado. FONTE: CHIODI FILHO (2010), com atualizações.
de lavra e beneficiamento para países extraeuropeus, como 
China, Índia, Turquia, Irã e o próprio Brasil (Figura 2.3). 
Com a instalação da crise do mercado imobiliário dos 
EUA, em 2007, e posteriormente, já em 2009, com a 
recessão da economia mundial, recuaram tanto a produção 
quanto, sobretudo, as exportações brasileiras de rochas 
ornamentais. O volume físico dessas exportações recuou de 
2,5 milhões t, em 2007, para 1,99 milhões t, em 2008, 
e 1,67 milhões t em 2009, enquanto o faturamento caiu 
respectivamente de US$ 1,1 bilhão para US$ 955 milhões e 
US$ 724 milhões (Figura 2.4).
Os 12 principais destinos das exportações 
brasileiras de rochas ornamentais, em 2009, são 
mostrados na Tabela 2.12, em que se observa 
a grande concentração de vendas para os 
mercados dos EUA e da China. A participação 
dos EUA, no faturamento dessas exportações, 
recuou de60,5%, em 2006, para 50,1%, em 
2009. A participação da China é crescente, 
tendo alcançado 10,4% do faturamento e 
29,2% do volume físico das exportações em 
2009. 
De janeiro a novembro de 2010, as 
exportações brasileiras atingiram um 
faturamento de US$ 883,9 milhões, com 
variação positiva de 35,13%, em relação ao 
mesmo período de 2009. Essa elevação foi 
motivada pela recomposição do estoque 
de chapas nos EUA e pela ainda aquecida 
demanda de blocos na China. Estima-se que as 
exportações brasileiras de rochas ornamentais 
fechem o ano de 2010 com um faturamento 
próximo de US$ 940 milhões (vide Figura 2.4), 
correspondentes a uma expansão de 30% 
sobre a de 2009.
Figura 2.3 – Rearticulação mundial do setor de rochas ornamentais e de reves-
timento: evolução da participação relativa no mercado internacional de rochas 
processadas especiais – Código NCM 6802. 
Fonte: CHIODI FILHO, 2009b, com atualizações.
Atlas de Rochas Ornamentais da Amazônia
35
Importações
As importações brasileiras de rochas ornamentais 
evidenciaram dois picos de elevação ao longo dos últimos 15 
anos. O primeiro ocorreu em 1998, com 73,5 mil t importadas, 
e o segundo em 2008, com 91,2 mil t (Figura 2.5). Ambos 
coincidiram com períodos de aquecimento da economia e 
queda da cotação do dólar. 
Apesar de ainda estimulada pela valorização do Real e pelo 
aquecimento do mercado interno da construção civil, a taxa 
de variação das importações foi negativa, em 2009, refletindo 
o impacto da crise econômica internacional. A exemplo 
das exportações, essas importações de rochas ornamentais 
ganharam novo impulso em 2010, tendo-se registrado 81,2 
mil t e um incremento de 38,4%, no período de janeiro a 
novembro, se considerado o mesmo período de 2009. 
Figura 2.5 - Evolução do volume físico das importações brasileiras de rochas ornamentais – 1994-2009. (*) 2010 projetado. FONTE: 
CHIODI FILHO (2009a), com atualizações.
REGIÃO ESTADO PRODUÇÃO (1.000 t) TIPO DE ROCHA
Sudeste
Espírito Santo 3.000 Granito e mármore
Minas Gerais 1.800 Granito, ardósia, quartzito foliado, pedra-sabão, pedra-talco, serpentinito, mármore e basalto
Rio de Janeiro 200 Granito, mármore e pedra Paduana
São Paulo 100 Granito, quartzito foliado 
Sul
Paraná 100 Granito e mármore
Rio Grande do Sul 100 Granito, basalto e quartzito
Santa Catarina 100 Granito, ardósia e mármore
Centro-Oeste
Goiás 270 Granito, quartzito foliado, serpentinito
Mato Grosso 20 Granito
Mato Grosso do Sul 30 Granito e mármore
Nordeste
Bahia 600 Granito, mármore, travertino, arenito e quartzito
Ceará 430 Granito e pedra Cariri
Paraíba 350 Granito e conglomerado
Pernambuco 100 Granito e quartzito
Alagoas 130 Granito
Rio Grande Norte 100 Mármore e granito
Piauí 70 Pedra Morisca e ardósia
Norte
Rondônia 50 Granito
Roraima 10 Granito
Pará 20 Granito
Tocantins 20 Granito, chert (quartzito), serpentinito
Total Brasil 7.600
Tabela 2.11
Distribuição Estadual da Produção de Rochas Ornamentais no Brasil - 2009.
Fonte: CHIODI FILHO (2009b), com atualizações.
CPRM - Serviço Geológico do Brasil
36
PAÍS FATURAMENTO(US$ 1.000)
PARTICIPAÇÃO 
PERCENTUAL (%)
VOLUME FÍSICO
(TONELADAS)
PARTICIPAÇÃO 
PERCENTUAL (%)
EUA 362.695,68 50,1 454.292,72 27,2
China 75.049,05 10,4 488.207,28 29,2
Itália 41,847,79 5,8 153.133,94 9,2
Canadá 25.456,90 3,5 27.086,65 1,6
Reino Unido 18.927,96 2,6 47,111,50 2,8
Venezuela 18.898,29 2,6 29.554,35 1,8
Alemanha 18.255,87 2,5 42.469,38 2,5
México 16.868,30 2,3 26.743,12 1,6
Espanha 14.952,34 2,1 39.332,30 2,4
Holanda 10.216,86 1,4 21.099,62 1,3
Hong Kong 10.141,52 1,4 51.304,05 3,1
Taiwan 9.368,36 1,3 56.694,36 3,4
Fonte: compilado a partir de consulta à base Alice – MDIC (http://aliceweb.desenvolvimento.gov.br/) .
Tabela 2.12
Principais Destinos das Exportações Brasileiras de Rochas Ornamentais – 2009.
A maior parte das importações brasileiras de materiais 
rochosos naturais refere-se a chapas polidas de mármores, 
travertinos e calcários provenientes da Turquia, Espanha, Itália 
e Grécia. Tem-se observado crescimento, também bastante 
expressivo, de chapas aglomeradas, nesse caso importadas, 
sobretudo, da China. No período de janeiro a novembro de 
2010 essas importações totalizaram 25,4 mil t, o que representa 
aumento de 44,2% em relação a 2009.
Consumo Interno Aparente
A partir dos dados de produção, exportação e importação, 
é mostrado, na Tabela 2.13, o consumo interno aparente 
de rochas ornamentais, estimado em 59,3 milhões m² 
equivalentes (chapas com 2 cm de espessura), no ano de 
2009. Estima-se que esse consumo interno deva aproximar-se 
dos 70 milhões m² equivalentes em 2010.
Tabela 2.13
Consumo Interno Aparente de Rochas Ornamentais e para Revestimento no Brasil - 2009.
TIPO DE ROCHA CONSUMO (MILHÕES M2 EQUIVALENTES)* PARTICIPAÇÃO
Granito 27,0 46%
Mármore e Travertino 15,0 25%
Ardósia 5,0 9%
Quartzitos Maciço e Foliado 5,5 9%
Outros 5,4 9%
Mármores importados 1,4 2%
Total estimado 59,3 100%
(*) Chapas com 2 cm de espessura equivalentes. Fonte: CHIODI FILHO (2009b), com atualizações.
Tabela 2.14
Distribuição do Consumo Interno Aparente de Rochas Ornamentais no Brasil, por Estados e Regiões - 2009.
ESTADO/REGIÃO CONSUMO (MILHÕES M2 EQUIVALENTES)* PARTICIPAÇÃO
São Paulo 27,3 46%
Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais 14,2 24%
Região Sul 8,3 14%
Regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste 9,5 16%
Total estimado 59,3 100%
(*) Chapas com 2 cm de espessura equivalentes. Fonte: CHIODI FILHO (2009b), com atualizações.
Atlas de Rochas Ornamentais da Amazônia
37
A distribuição estimada desse consumo interno é 
apresentada na Tabela 2.14. O Estado de São Paulo respondeu 
por quase 50% do total, que atinge 70%, quando somados 
todos os Estados da Região Sudeste.
Tabela 2.15
Brasil: Repartição da Produção, Intercâmbio e Consumo Interno de Rochas Ornamentais - 2007/2009 (valores em 1.000 t).
PARÂMETROS 2007 2008 2009
Produção de Rochas Brutas 7.970 7.800 7.600
Importação de Rochas Brutas 14,34 21,20 15,53
Disponibilidade de Rochas Brutas 7.984,34 7.821,20 7.615,53
Exportação de Rochas Brutas 1.185,76 912,55 809,60
Rochas Brutas para Processamento 6.798,58 6.908,65 6.805,93
Rejeito de Processamento (41%) 2.787,42 2.832,55 2.790,43
Produção de Rochas Processadas 4.011,16 4.076,10 4.015,50
Importação de Rochas Processadas 62,57 70,04 51,08
Disponibilidade de Rochas Processadas 4.073,73 4.146,14 4.066,58
Exportação de Rochas Processadas 1.315,93 1.077,22 863,03
Consumo Interno 2.757,80 3.068,92 3.203,55
Consumo em m2 equivalente x 1.000.000 51,07 56,83 59,33
Consumo per capita (m2 x 2 cm espessura)* 0,28 0,31 0,31
Consumo per capita (kg)** 14,91 16,58 16,86
(*) 54 kg/m²; (**) 190 milhões de habitantes em 2009. Fonte: CHIODI FILHO (2009b), com atualizações.
A planilha de cálculo do consumo per capita, para os anos de 
2007 a 2009, é mostrada na Tabela 2.15. Mesmo ainda inferior 
a 20 kg/ano, o consumo per capita brasileiro já é significativo, 
em relação ao dos países economicamente mais desenvolvidos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CHIODI FILHO, C. Aspectos de interesse sobre o mercado 
interno de rochas ornamentais e de revestimento. Informe 
Abirochas, São Paulo, n. 22, 2006.
______ Balanço das exportações e importações brasileiras 
de rochas ornamentais em 2008. Informe Abirochas, São 
Paulo, n. 03, 2009a. 
______ O setor de rochas ornamentais e de revestimento. In: 
FENAFEG – Feira Nacional de Fornecedores e Empresas de 
Geologia, 4, 2009, São Paulo. Palestra..., São Paulo: Instituto 
de Geociências-USP, 2009b.
______ Síntese das exportações brasileiras de rochas 
ornamentais e de revestimento em 2009. Informe Abirochas, 
São Paulo, n. 01, 2010. 
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classificação de arranjos produtivos de base mineral 
e de demanda mineral significativa no Brasil. Belo 
Horizonte: MCT/CGEE/CNPq/Fiemg, 2002. 1 CD-ROM.
MELLO, I. S. C. A cadeia produtiva de rochas ornamentais e para 
revestimento: situação, desafios e alternativas para inovação e 
competitividade dos elos de produção. In: MELLO, I. S. C. (coord.) 
A Cadeia Produtiva de Rochas Ornamentais e para 
Revestimento no Estado de São Paulo. São Paulo: IPT, 
2004. p. 27-79.
MONTANI, C. Stone – repertorio economico mondiale. Milano: 
Faenza Editrice, edições de 1998 a 2009.
MONTANI, C. Stone – XXI rapporto: marmo e pietre nel 
mondo. Carrara: Aldus Casa di Edizioni in Carrara, 2010. 195 p.
Atlas de Rochas Ornamentais da Amazonia
Capítulo 3
Cenário da Produção e Mercado de 
Rochas Ornamentais na Amazônia
Atlas de Rochas Ornamentais da Amazonia
41
A produção estimada de lavra de rochas ornamentais na 
região amazônica ainda não ultrapassa 120 mil t/ano, o que 
corresponde a menos de 2% do total brasileiro (Figura 3.1). 
Atividades formais de lavra são noticiadas apenas nas porções 
sul-sudeste de Rondônia, norte-noroeste do Mato Grosso, 
centro-norte do Tocantins e sul do Pará (Foto 3.1). Novas 
frentes de lavra, experimentais, estão sendo desenvolvidas 
nos Estados de Roraima e Mato Grosso (Foto 3.2).
Figura 3.1 – Participação dos Estados na produção extrativa de rochas para revestimento no Brasil.
Foto 3.1 – Pedreira em maciço da Gramazon, desenvolvida sobre 
charnockitos com quartzo azul (granito Blue Star), próximo à localidade 
de Jarú, em Rondônia. Lavra em bancadas altas, com furação coplanar 
adjacente para os cortes de traseira. Fios diamantados são utilizados 
para cortes laterais e de levante.
Foto 3.2 – Lavra experimental da empresa Criúva Florestal 
e Mineradora, desenvolvida em maciço granítico próximo à 
localidade de Nova Bandeirante, no norte do Mato Grosso.
Capítulo 3
Cenário da Produção e Mercado de Rochas Ornamentais na Amazônia
CPRM - Serviço Geológico do Brasil
42
A maior parte da produção conhecida é de materiais exóticos, 
incluindo granitos com quartzo azul (Rondônia), metabasaltos 
com estrutura de pillow lava (Pará), cherts/quartzitos (Pará, Mato 
Grosso e Tocantins) e metaconglomerados polimíticos (Pará). O 
perfil dos materiais extraídos sugere que a atividade produtiva está 
ainda condicionada a produtos exóticos de alto valor agregado, 
devido aos elevados custos de produção e transporte vigentes. 
Esses materiais são lavrados na forma de blocos com dimensões 
adequadas para serragem de chapas em teares. A extração de 
paralelos e pedras marroadas, geralmente para calçamento e 
meio-fio, tem distribuição geográfica mais ampla do que a dos 
blocos, envolvendo rochas graníticas convencionais (Foto 3.3). 
Ainda mais restrito que a lavra de blocos, é o seu 
beneficiamento na região amazônica. Apenas a Gramazon 
Granitos da Amazônia, empresa instalada na cidade de Ji-Paraná, 
em Rondônia, possui planta industrial de beneficiamento, para 
serragem de blocos e produção de chapas e lajotas. 
A planta industrial da Gramazon opera com modernos 
equipamentos importados (Itália) e tem capacidade instalada para 
a produção de 22 mil m²/mês de chapas e lajotas. São utilizados 
teares multilâmina e talha-blocos multidisco, automáticos, além 
de politrizes multicabeça, também automáticas, para tratamento 
de chapas e bordas esquadrejadas (Fotos 3.4 a 3.14). 
Foto 3.3 – Exploração de pedra marroada e paralelos, por 
associados da Coopergran, a partir de matacões graníticos 
aflorantes nas proximidades de Alta Floresta (MT).
Foto 3.5 – Pátio de estocagem de blocos destinados à serragem em 
teares e talha-blocos na Gramazon. Observa-se que o carregamento 
de containers com produtos beneficiados é efetuada na própria 
empresa.
Foto 3.6 – Conjunto de teares multilâmina de aço, automáticos, 
utilizados para obtenção de chapas a partir da serragem de blocos 
na Gramazon.
Foto 3.7 – Talha-bloco multidisco, utilizado para elaboração de 
tiras e lajotas padronizadas na Gramazon.
Foto 3.8 – Serra-ponte automática utilizada para esquadrejamento 
de chapas na Gramazon.
Foto 3.4 – Galpão industrial da empresa Gramazon, localizada na 
cidade de Ji-Paraná (RO).
Atlas de Rochas Ornamentais da Amazonia
43
Os produtos comerciais da Gramazon são todos elaborados 
com materiais extraídos pela própria empresa, a maior parte dos 
quais em Rondônia e uma fração menor no Mato Grosso. Esses 
produtos são comercializados nos mercados interno (40% em 
volume) e externo (60% em volume), podendo ser encontrados em 
várias das grandes marmorarias instaladas nas capitais amazônicas 
e nas demais regiões brasileiras. 
As exportações diretas da Gramazon são efetuadas pelo porto 
de Manaus, depois de transporte hidroviário a partir de Porto Velho. 
Não são poucas as traders que adquirem produtos da Gramazon e 
depois os exportam, tanto por portos do Norte e Nordeste quanto, 
sobretudo, do Sudeste e, particularmente, de Vitória (ES).
As únicas exportações registradas para a região amazônica 
são, a propósito, do Estado de Rondônia e essencialmente devidas 
à Gramazon. No período de janeiro a outubro de 2010, essas 
exportações somaram US$ 773,8 mil, dos quais US$ 730,2 mil 
referentes a chapas polidas de granito (código fiscal 6802.93.90). 
A maior parte dos materiais extraídos nos Estados do Pará 
e do Tocantins é exportada. Essas exportações são de produtos 
beneficiados e creditadas a outros Estados da Federação em que o 
beneficiamento e o embarque são realizados. 
O mercado de materiais rochosos naturais de revestimento, da 
região amazônica e suas capitais, é preferencialmente atendido por 
marmorarias, apesar do avanço recente das serrarias do Espírito 
Santo no fornecimento direto às grandes construtoras. Cerca de 
80% dos materiais comercializados por essas marmorarias são 
Foto 3.9 – Inspeção de chapas polidas na Gramazon.
Foto 3.10 – Carregamento de chapas polidas para atendimento de 
mercado regional na Gramazon.
Foto 3.11 – Lajotas calibradas e polidas, acondicionadas em pallets 
cintados, para exportação, na Gramazon.
Foto 3.12 – Estação de tratamento de água e separação de lama 
da serragem e polimento, com uso de filtros-prensa na Gramazon.
Foto 3.13 – Corte de cubetes e pedra pavê, executado com prensa 
hidráulica, nas instalações da Gramazon. Todos os materiais são 
extraídos em áreas próprias da empresa.
Foto 3.14 – Aproveitamento de casqueiros (sobras laterais dos blo-
cos serrados em teares), para lajes de pavimentação, na Gramazon.
CPRM - Serviço Geológico do Brasil
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adquiridos como chapas polidas, procedentes do Estado do Espírito 
Santo (Foto 3.15); 10% vêm de outras regiões, principalmente do 
Nordeste do Brasil e, particularmente, do Ceará; e os restantes 10% 
são produtos da empresa Gramazon (granitos) ou importados 
(mármores), neste caso, também preferencialmente fornecidos 
por empresas do Espírito Santo. 
Algumas das maiores marmorarias já estão oferecendo chapas 
de produtos aglomerados (compound stones ou engineered 
stones), cujo consumo parece tender ao crescimento.
Importações diretas de materiais rochosos naturais, 
principalmente chapas polidas de mármores e travertinos 
europeus, têm sido efetuadas por empresas de Rondônia, do 
Amazonas, do Tocantins, do Pará, de Roraima e do Amapá. 
Observa-se aumento dessas importações (Tabela 3.1), como 
decorrência direta do aquecimento da demanda do mercado 
imobiliário. Pela mesma razão, é crescente a importação dos 
produtos artificiais de ornamentação e revestimento a base de 
rochas (aglomerados), que evoluiu de 74,9 t, em 2007, para 
320,6 t, em 2008, e alcançou 442,8 t, em 2009. 
A partir de contatos efetuados e entrevistas realizadas em 
marmorarias das cidades de Porto Velho (RO),Belém (PA) e 
Manaus (AM), foram percebidas questões de interesse relativas a 
esse segmento de atividades, destacando-se que: 
• o mercado imobiliário está superaquecido no Norte do País, 
o que é devido às grandes obras de infraestrutura em execução e 
à própria expansão das cidades da região. Como exemplo disso, a 
despeito de dificuldades de oferta, apenas no mercado da região 
metropolitana de Manaus, onde atuam cerca de 50 marmorarias 
e três distribuidoras de chapas, há uma demanda estimada em 
40 mil m²/ano a 50 mil m²/ano de rochas para revestimento;
• há dificuldade em contratar e manter pessoal qualificado. 
É evidente a demanda por treinamento para profissionais da 
marmoraria, em especial os acabadores e medidores;
 • os principais integrantes da estrutura de demanda são as 
construtoras, para grandes obras residenciais e comerciais, e os 
consumidores individuais, para obras menores de construção e 
reforma residencial;
• a maior parte das grandes obras está sendo diretamente 
atendida por serrarias do Espírito Santo e pela própria Gramazon, 
que fornecem o revestimento mais amplo de pisos e fachadas. Os 
consumidores individuais são atendidos pelas marmorarias, que 
oferecem recortes e acabamentos especiais, sob medida, para 
projetos residenciais;
• fachadas e outros revestimentos em granito são muito 
valorizados nas capitais da Região Norte. A demanda ainda é 
concentrada em materiais comuns ou de “batalha” como os de 
coloração cinza, amarelada, verde e negra, comercializados em 
uma faixa de preços entre R$ 150/m² e R$ 250/m² (vide Foto 
3.15). Os materiais nacionais mais caros podem, por sua vez, 
atingir R$ 380/m², enquanto o preço dos materiais importados 
varia de R$ 500-800/m²;
• o custo do frete tem forte impacto na formação do preço 
final dos produtos procedentes da Região Sudeste. Ilustra isso o 
fato que, seja por cabotagem ou rodovia, o custo do transporte de 
chapas, por exemplo, para Manaus, equivale a cerca de 30% de 
seu valor na origem, no Estado do Espírito Santo; 
• é muito difícil competir em preço com as cerâmicas, bastante 
utilizadas para o revestimento de áreas de banho. Está aumentando 
a oferta de chapas aglomeradas, apesar de seu preço bem mais 
elevado do que o de outros produtos de revestimento. Os preços 
dos produtos das rochas regionais, fornecidos pela Gramazon, são 
próximos entre si e mais elevados que os do Espírito Santo;
• obras maiores, principalmente governamentais, exigem 
caracterização tecnológica dos materiais de revestimento 
especificados. Poucas exigências são feitas pelos consumidores 
Foto 3.15 – Mostruário de materiais procedentes do Estado do 
Espírito Santo, oferecidos pela marmoraria Marbras, localizada em 
Porto Velho (RO).
Tabela 3.1 
Importações de Materiais Rochosos Naturais pela Região Amazônica.
ESTADOS IMPORTADORES 2006 2007 2008 2009 2010*
Amapá - - 0,1 - -
Amazonas 116,8 147,7 229,8 251,8 244,7
Pará 274,5 478,2 234,6 110,5 356,5
Rondônia - 23,3 218,1 739,0 486,4
Roraima - - 36,3 49,6 12,3
Tocantins - - - 24,3 97,9
Total 391,3 649,2 718,9 1.175,2 1.197,8
(*) Período janeiro-novembro
Fonte: Base Alice, do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
Atlas de Rochas Ornamentais da Amazonia
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individuais, o que acirra a concorrência baseada mais no preço do 
que na qualidade;
• apesar da alegada redução da margem de lucro das 
marmorarias contatadas, existe bastante expectativa de expansão 
das suas atividades. Isto está sendo determinado por um notável 
aquecimento da construção civil, em geral, e do mercado 
imobiliário, em particular. A demanda reprimida para imóveis 
residenciais parece ser, inclusive, mais acentuada na Região Norte 
do País;
• há um desconhecimento, quase absoluto, de fornecedores, 
especificadores e consumidores, do potencial amazônico para 
rochas de revestimento. Os únicos materiais regionais, conhecidos 
e mencionados pelos marmoristas, são os da Gramazon;
• é ainda pouco expressivo o nível de agregação tecnológica 
nas marmorarias, principalmente para máquinas, e equipamentos 
e insumos de corte a úmido, cuja utilização se tornou recentemente 
obrigatória por legislação trabalhista. Há grande dificuldade, 
manifestada, para incorporação dessas máquinas e instalações 
periféricas, pelos entraves de acesso a crédito e até pela escassez 
de oferta no mercado. 
O que sobressai, assim, em perspectiva, para a Região 
Amazônica, é o incremento da lavra de rochas ornamentais e 
a ampliação de seu consumo na própria região, que tem como 
principal exemplo a pedra Manaus (arenitos da Formação Alter 
do Chão), utilizada em várias obras arquitetônicas da cidade de 
Manaus (Fotos 3.16a e 3.16b). Tanto para esse objetivo quanto 
Foto 3.16 – Exemplo de utilização da pedra Manaus (arenito Alter 
do Chão): (a) em áreas de acesso ao Teatro Amazonas, localizado 
no centro da cidade de Manaus e inaugurado em 1896; (b) no 
detalhe, observa-se aplicação de peças irregulares (opus incertum) e 
retangulares almofadadas.
para exportação de produtos com maior valor agregado, é 
necessária a verticalização da cadeia produtiva, pela lavra e 
beneficiamento das matérias-primas.
Vale ainda destacar iniciativas como a do projeto Utilização de 
Artefatos de Pedra na Indústria da Construção Civil, capitaneado 
pela Companhia Matogrossense de Mineração (Metamat), com 
parceria do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), 
ora em desenvolvimento na região de Alta Floresta, norte do 
Estado do Mato Grosso. Com esse projeto, a Metamat prepara 
mão de obra para artesanato mineral com rochas e pedras coradas, 
em sintonia com as atividades da Cooperativa de Produção 
Comunitária de Artefatos de Pedra para Obra e Construção Civil 
(Coopergran), bem como promove bases para a nucleação de 
empreendimentos de rochas ornamentais (Fotos 3.17a e 3.17b).
(a)
(b)
FONTES DE CONSULTA
Entrevistas realizadas nas empresas Gramazon (Ji-Paraná, RO); 
Marbras (Porto Velho, RO); Marmoraria Bela Vista (Alta Floresta 
D’Oeste, RO); Italtop do Brasil (Manaus, AM); Granmarmore 
(Manaus, AM); Unigran (Manaus, AM); Muralha Mármores e 
Granitos (Manaus, AM); Metamat (Alta Floresta, MT); e no 12º 
Distrito do DNPM (Cuiabá, MT).
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio 
Exterior - MDIC. Base Aliceweb. Disponível em <http://
aliceweb.desenvolvimento.gov.br>. Acesso em 06 dez. 2010.
Foto 3.17 (a) e (b) – Instalações da Coopergran, em Alta 
Floresta (MT).
(a)
(b)
Atlas de Rochas Ornamentais da Amazônia
Capítulo 4
Rochas Ornamentais e para 
Revestimento da Amazônia
Atlas de Rochas Ornamentais da Amazônia
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Capítulo 4
Rochas Ornamentais e para Revestimento da Amazônia
4.1 CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES
A Amazônia Legal compreende uma área de 5,2 milhões 
de quilometros quadrados, equivalente a 61% do território 
brasileiro.
O primeiro imperativo para a prospecção de rochas 
ornamentais em região tão vasta, com características 
fisiográficas particulares e os desafios logísticos que 
caracterizam a Amazônia é determinar o que se busca e onde 
buscar os materiais de interesse.
Destaca-se nesse caso, a excepcional diversidade geológica 
dos terrenos que a compõem. Mesmo que as unidades líticas 
amazônicas sejam mostradas de modo bastante simplificado, 
como indicado na Figura 4.1 em agrupamentos maiores e 
mais abrangentes, cada uma delas representará um elevado e 
variado número de tipos rochosos.
Vale lembrar, também, que a extração de rochas 
ornamentais é amplamente praticada nos chamados terrenos 
cristalinos, aqueles que, na Figura 4.1, englobam todas as 
faixas com idades proterozoicas a arqueanas, de onde provém 
a maioria das rochas silicáticas (granitos, quartzitos e outros), 
ardósias e mármores. As unidades fanerozóicas, constituídas

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