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GEOLOGIA CICLOS GEOLÓGICOS Ciclo das Rochas e Tectônica Global Terra: um planeta dinâmico Os grandes ciclos geológicos Termos relacionados aos movimentos na listosfera: Deformação – é o produto da ação de forças (tensão, pressão) no interior da litosfera sobre um corpo rochoso. A deformação pode ser plástica ou frágil, dependendo da temperatura e pressão. A deformação plástica geralmente se mostra na forma de estruturas tais como dobras, foliações (orientação mineral formando planos) e lineações (orientação mineral formando linhas). >>A deformação plástica é a responsável pela recristalização mineral (transformação mineral no estado sólido), resultando nas rochas metamórficas. >>A deformação frágil é responsável por fraturas e falhas nos maciços rochosos. Tectônica – é o movimento no interior da Terra responsável pela deformação. Orogênese – deformação com grande amplitude, responsável pela geração de montanhas. Ex. Himalaia, Andes, etc. Epirogênese - movimento lento de ajuste das densidades (isostasia) das massas rochosas. Também pode gerar grandes elevações. Ex. Serra do Mar. A proposta de Alfred Wegener – 1912 (cientista alemão que se dedica aos estudos meteorológicos, astronômicos, geofísico e paleontológicos) Supercontinente chamado PANGEA que sofreu fragmentação e deriva Sustentação da proposta de Wegener: ? (1) Encaixe dos continentes; (2) Evidências fossilíferas; (3) Similaridades geomorfológica e geológica da costa; (4) Evidências paleoclimáticas. A deriva dos continentes e a teoria da tectônica global ou tectônica de placas As ideias do início do século XX sobre o aspecto geométrico dos continentes Modelos hipotéticos que explicavam a configuração dos continentes. Estes modelos foram substituídos pelo modelo proposto na teoria da tectônica global. O supercontinente PANGEA e sua divisão em dois continentes, Laurásia a norte e Gondwana a sul pelo Mar de Thetys (proposta revolucionária de Alfred Wegener). O encaixe perfeito entre os continentes foi uma das bases de sustentação da proposta de Wegener, mas esse encaixe já teria sido apontado pelo filósofo inglês Francis Bacon (1620). Presença de fósseis de Glossopteris e Mesosaurus em regiões da África e Brasil, cujas ocorrências se correlacionavam perfeitamente, ao se juntarem os continentes. Correlação de cadeias de montanhas entre as linhas da costa atuais. Evidências de glaciações há aproximadamente 300 Ma estão registradas no Sudeste do Brasil, Sul da África, Índia, Oeste da Austrália e Antártica. Deriva Continental: origem dos continentes e oceanos Wegener: “uma proposta ridícula para o seu tempo!?” ou “uma proposta a frente do seu tempo!?” Em 1915, Wegener* reuniu as evidências que encontrou para justificar a teoria da Deriva Continental, o que para ele já seriam provas convincentes, em um livro denominado A origem dos Continentes e Oceanos. Entretanto, Wegener não conseguiu responder a questões fundamentais, como por exemplo: • Que forças seria capazes de mover os imensos blocos continentais? • Como uma crosta rígida como a continental deslizaria sobre uma outra crosta rígida como a oceânica, sem que fossem quebradas pelo atrito? (na época não havia os conceitos de litosfera e astenosfera e as propriedades plásticas da astenosfera não eram conhecidas) • O livro de Wegener não foi considerado sério por grande parte do mundo científico! _________________________________ *Alfred Wegener morreu em 1930. Não viveu o suficiente para ver sua teoria se tornar uma das maiores descobertas do século 20. TECTÔNICA GLOBAL (Ciclo Tectônico) Uma versão científica moderna de uma idéia antiga anos de 1950: o ressurgimento da teoria da Deriva Continental. Teoria da Tectônica Global ou Tectônica de Placas (1968) Histórico A chave para explicar a dinâmica da Terra, ao contrário do que muitos cientistas pensavam, não estava nas rochas continentais, mas no fundo dos oceanos. Na década de 1940, durante a Segunda Guerra Mundial, devido às necessidades militares de localização de submarinos no fundo dos mares, foram desenvolvidos equipamentos, como os sonares, que permitiram traçar mapas detalhados do relevo do fundo oceânico, muito distintos da planície monótona com alguns picos e planaltos isolados que se imaginavam na época para o fundo do mar. Surgiram cadeias de montanhas, fendas, fossas ou trincheiras muito profundas, mostrando um ambiente geologicamente muito mais ativo do que se pensava. No final dos anos de 1940 e durante os anos de 1950 e início dos anos de 1960 foram descobertos: • Dorsal meso-oceânico – (Atlântico: 84.000 x 1.000 km) • Riftes – regime tensional • Fluxo térmico – mais elevado nas áreas contíguas de crosta oceânica, e que esta era uma zona de forte atividade sísmica e vulcânica • Geocronologia do fundo oceânico Relevo da Terra Geocronologia (idades) do fundo oceânico do Atlântico Norte (idades em milhões de anos) Teoria da Tectônica Global ou Tectônica de Placas (1968) Fundamentos A litosfera (ou a parte rígida da Terra) é constituída por aproximadamente 20 segmentos, chamados PLACAS, que derivam sobre um substrato mais denso, com comportamento plástico (Astenosfera). Teoria da Tectônica Global ou Tectônica de Placas (1968) << Estrutura da Terra • Tipos de limites entre as placas litosféricas • Limites divergentes • Limites convergentes • Limites transformantes Distribuição das placas tectônicas da Terra, com as velocidades (cm/ano) e os sentidos (setas) de movimento. Tipos de limites entre as placas litosféricas (detalhes) • Limites divergentes – as placas tectônicas afastam-se uma das outras com formação de nova crosta oceânica. Esses limites são marcados pelas dorsais meso-oceânicas. Ex.: Dorsal Meso-Atlântica. • Limites convergentes – as placas tectônicas colidem, com a mais densa mergulhando sob a outra, gerando uma zona de intenso magmatismo a partir de processos de fusão parcial da crosta que mergulhou. Nesses limites ocorrem fossas e províncias vulcânicas. Ex.: Placa do Pacífico x Placa Eurasiática – Japão (crosta oceânica) (crosta oceânica); Placa de Nazca x Placa Sul-America – Andes (crosta oceânica) (crosta continental); Placa Australiana-Indiana x Placa Eurasiática crosta continental) (crosta continental) – Himalaia • Limites transformantes (também chamados conservativos – as placas tectônicas deslizam lateralmente uma em relação à outra, sem destruição ou geração de crostas, ao longo de fraturas com deslocamento relativo conhecidas como falhas transformantes. Ex.: falha de San Andreas , na América do Norte: Placa do Pacífico (Los Angeles) x Placa Norte-Americana Tipos de limites entre placas litosféricas Limites divergentes: dorsais meso-oceânicas. Limites divergentes: ambiente. Limites divergentes: esquema da abertura de um oceano, a partir da ruptura da crosta continental e formação de crosta oceânica. Limites divergentes: abertura de um oceano moderno no leste africano (rift valleys africano). Limites convergentes: tipos de convergência entre os diferentes tipos de crosta. Tipos de limites convergentes: ambientes. As maiores cadeias de montanha da Terra estão relacionadas com limites convergentes entre placas litosféricas. Limites transformantes: algumas situações. Limites transformantes e o cenário de Los Ângeles e São Francisco (Califórnia – EUA). A destruição após o terremoto de 1906 em São Francisco. (detalhes em http://pubs.usgs.gov/gip/earthq3/when.html). Sustentação científica da teoria da Tectônica de Placas >> Paleomagnetismo >> Distribuição de terremotos e vulcões>> Geocronologia e deriva do assoalho oceânico Paleomagnetismo preservado em lavas vulcânicas de diferentes idades sugeriu (1950) caminhos diferentes para a migração do pólo da Terra. A movimentação das placas tectônicas foi a resposta plausível para os diferentes caminhos. Paleomagnetismo: polaridade normal e polaridade reversa presentes em rochas. Distribuição de focos de terremotos, coincidente com os limites de placas tectônicas (a distribuição de vulcões segue um padrão semelhante). Distribuição de focos de terremotos no limite entre as placas litosféricas Eurasiática e Pacífico (arquipélago do Japão). Sustentação científica da teoria da Tectônica de Placas Que forças movem as placas tectônicas? “ Uma das principais objeções à Teoria da Deriva Continental era que Wegener não conseguia explicar as forças que moveriam os continentes ! ” Na Teoria da Tectônica de Placas a força propulsora do movimento das placas litosféricas provem das correntes de convecção do manto. A Dança dos continentes Correntes de convecção do manto são os mecanismos que promovem o movimento das placas litosféricas. A convecção no manto refere-se a um movimento muito lento de rochas que, sob condições apropriadas de temperatura elevada, se comporta como um material plástico viscoso migrando lentamente para cima. Este fenômeno ocorre quando um foco de calor localizado começa a atuar, produzindo diferenças de densidades entre o material aquecido e mais leve e o material circundante mais frio e denso. A massa aquecida se expande e sobe lentamente. Para compensar a ascensão destas massas de material do manto, as rochas mais frias e densas descem e preenchem o espaço deixado pelo material que subiu, completando o ciclo de convecção. A ocorrência de “Hot Spots”, ou “Pontos Quentes”, é considerada uma indicação da existência de correntes de convecção do manto, que geram as chamadas “Plumas do Manto”. O arquipélago do Hawaii é um típico exemplo de “Hot Spot” na Placa Pacífico. Distribuição atual dos maiores “Hot Spot”. Possíveis localizações de “Hot Spots” que fragmentaram a Pangea. Representação esquemática da fragmentação da litosfera (crosta continental) acima de um “Hot Spot”. Posição das massas continentais desde a fragmentação da Pangea, há 200 Ma atrás. (cont.) – Posição das massas continentais desde a fragmentação da Pangea, há 200 Ma atrás. A dança dos continentes. Um processo geológico da importância e magnitude do supercontinente Pangea não ocorreu somente nos últimos 200 milhões de anos da história da Terra. As informações geológicas disponíveis, especialmente as geocronológicas, paleomagnéticas e geotectônicas, demonstram que a aglutinação e a fragmentação de massas continentais ocorreram diversas vezes no passado geológico e que o Pangea foi apenas a última importante aglutinação de continentes. Na figura abaixo, consta a reconstituição da aglutinação de blocos elaborada para os últimos 2 bilhões de anos.
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