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Ética Profissional Ética do Advogado Princípios Fundamentais Art. 2. O advogado, indispensável à administração da Justiça, é defensor do Estado Democrático de Direito, dos direitos humanos e garantias fundamentais, da cidadania, da moralidade, da Justiça e da paz social, cumprindo-lhe exercer o seu ministério em consonância com a sua elevada função pública e com os valores que lhe são inerentes. Art. 4. O advogado, ainda que vinculado ao cliente ou constituinte, mediante relac ̧ão empregatícia ou por contrato de prestac ̧ão permanente de servic ̧os, ou como integrante de departamento jurídico, ou de órgão de assessoria jurídica, público ou privado, deve zelar pela sua liberdade e independência. Se cair na sua prova que o advogado é obrigado a aceitar qualquer solicitação do cliente ou empregador, a alternativa está incorreta. O exercício da advocacia é incompatível com qualquer procedimento de mercantilização, além disso é vedado o oferecimento de serviços profissionais que implique, direta ou indiretamente, angariar ou captar clientela. Se cair na sua prova indícios de promoção pessoal ou profissional do advogado e vínculos com ramo empresarial, a alternativa está incorreta. O advogado deve manter sempre conduta integra e compatível para o exercício das suas atividades. COMO ESSE ASSUNTO FOI COBRADO EM PROVA: Questão – FGV/OAB – Exame de Ordem – Questão Inédita Sabendo que a figura do advogado é indispensável à administração da Justiça, em virtude do papel defensor do Estado Democrático de Direito, dos direitos humanos e garantias fundamentais, da cidadania, da moralidade pública, da Justiça e da paz social. É papel do advogado: a) Tentar a conciliação à qualquer momento, mesmo sem o consentimento do seu cliente. b) É facultativo ao advogado demonstrar o relatório de gastos e os comprovantes para o cliente no momento da prestação de contas. c) É permitido ao advogado divulgar os boletins informativos do escritório em todos os locais, sem violar a publicidade restrita e moderada. d) Atuar de modo a mitigar as desigualdades sociais, viabilizar soluções justas e adequadas para cada caso concreto, garantir a igualdade de todos, aplicar corretamente a lei e recorrer aos instrumentos judiciais disponíveis. A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. É papel do advogado atuar de modo a mitigar as desigualdades sociais, viabilizar soluções justas e adequadas para cada caso concreto, garantir a igualdade de todos, aplicar corretamente a lei e a recorrer aos instrumentos judiciais disponíveis, através de sua função pública e da sua atividade indispensável. Além disso, compete ao advogado atuar de acordo com os princípios éticos legais, sendo vedado a publicidade imoderada e irrestrita, devendo atuar de modo transparente com o seu cliente. Questão – OAB/FGV – Exame de Ordem – XI José é advogado de João em processo judicial que este promove contra Matheus. Encantado com as sucessivas campanhas de conciliação, busca obter o apoio do réu para um acordo, sem consultar previamente o patrono da parte contrária, Valter. Nos termos do Código de Ética, deve o advogado a) buscar a conciliação a qualquer preço por ser um objetivo da moderna Jurisdição. b) abster-se de entender- se diretamente com a parte adversa que tenha patrono constituído, sem o assentimento deste c) entender-se com as partes na presença de autoridade sem necessidade de comunicação ao ex adverso. d) participar de campanhas de conciliação e, caso infrutíferas, tentar o acordo extrajudicial diretamente com a parte contrária. A alternativa B está correta. Configura-se infração disciplinar a tentativa de conciliação ou entendimento com a parte adversa, sem o consentimento do cliente (Art. 2º, §único, letra “e”). A busca da conciliação, à todo e qualquer momento, não permite ao advogado violar os princípios éticos da relação com cliente, devendo comunicá-lo antes sobre a tentativa de conciliação, vedado alcançar o resultado sem a participação do contratante. Questão – OAB/FGV – Exame de Ordem – XV Fred, jovem advogado, é contratado para prestar serviços na empresa BBO Ltda., que possui uma assessoria jurídica composta por cinco profissionais do Direito, orientados por uma gerência jurídica. Após cinco meses de intensa atividade, é concitado a formular parecer sobre determinado tema jurídico de interesse da empresa, tarefa que realiza, sendo seu entendimento subscrito pela gerência. Após dez meses do referido evento, o tema é reapresentado por um dos diretores da empresa, que, em via para outro estado, havia consultado um outro advogado. Diante dos novos argumentos, o gerente determina que Fred, o advogado precarista, mesmo sem ter mudado de opinião, apresente petição inicial em confronto com o entendimento anteriormente preconizado. No caso, nos termos do Código de Ética da Advocacia, o advogado a) deve submeter-se à determinação da gerência jurídica. b) deve apresentar seu parecer ao conjunto de advogados para decisão. c) pode recusar-se a propor a ação diante do parecer anterior. d) pode opor-se e postular assessoria da OAB. A alternativa C está correta. Dentre os direitos e deveres do advogado encontra-se a possibilidade de recusar à pedidos de seus superiores sobre preceitos definidos e estipulados anteriormente, à exemplo, da tese defendida ou posicionamento sobre determinada matéria. Ao advogado é assegurado a independência técnica- profissional, não sendo-lhe obrigado a acolher demandas ou pleitos divergentes da sua opinião, assim qualquer orientação contrária a sua manifestação é permitido a recusa (Art. 4º, §único, EAOAB). INCOMPATIBILIDADE E IMPEDIMENTO • É a proibição TOTAL do exercício da advocacia. INCOMPATIBILI DADE • É a proibição PARCIAL do exercício da advocacia.IMPEDIMENTO O Conselho Federal determinou que as alterações no quadro de incompatíveis e impedidos são taxativos, afastado qualquer resolução ou provimento dos Conselhos Seccionais nesse sentido. Incompatibilidade A incompatibilidade veda o exercício da advocacia mesmo em causa própria. Veremos a seguir as atividades que são incompatíveis: Chefe do Poder Executivo. A incompatibilidade está vinculada ao cargo e não a pessoa. O cargo de Chefe do Poder Executivo é exercido pelos Prefeitos, Governadores, Presidente da República e seus substitutos legais. Enquanto permanecer no cargo ou função pública a incompatibilidade continua. O afastamento temporário não permite o exercício da advocacia. A incompatibilidade está vinculada ao cargo e não a pessoa. O cargo de Chefe do Poder Executivo é exercido pelos Prefeitos, Governadores, Presidente da República e seus substitutos legais. Enquanto permanecer no cargo ou função pública a incompatibilidade continua.O afastamento temporário não permite o exercício da advocacia. Membros da mesa do Poder Legislativo. Apenas os membros da mesa do Poder Legislativo são incompatíveis. A mesa é formada pelo Presidente, Vice-Presidente e Secretários nomeados para o cargo. Os membros do Poder Legislativo, como regra, são impedidos. Os membros da mesa do Poder Legislativo são incompatíveis. Mesa do Poder Legislativo Incompatibilidade Membros do Poder Legislativo Impedimento Membros de órgãos do Poder Judiciário. Todos os membros do Poder Judiciários são incompatíveis para o exercício da advocacia. Leia-se: membros do Poder Judiciário como os magistrados: juízes substitutos, juízes de Direito, desembargadores e os Ministros dos Tribunais. Os membros do Ministério Público também são incompatíveis, assim como os membros dos tribunais econselhos de contas, dos juizados especiais, da justiça de paz, bem como de todos os que exerçam função de julgamento em órgãos de deliberação coletiva da administração pública direta e indireta. Para que você consiga visualizar e compreender, são incompatíveis: IN C O M P A T I V É I S : JUÍZES SUBSTITUTOS E JUÍZES DE DIREITO; DESEMBARGADORES E MINISTROS DOS TRIBUNAIS; PROMOTORES DE JUSTIÇA, PROCURADORES DA REPÚBLICA E REGIONAIS Ocupantes de Cargos ou Funções de DIREÇÃO. Os cargos e funções de direção geram incompatibilidade para o exercício da advocacia nos seguintes órgãos: • Órgãos da Administração Pública direta ou indireta; • Fundações; • Empresas controladas ou concessionárias de serviço público; OCUPANTES DE CARGOS OU FUNÇÕES DE DIREÇÃO: Não se incluem no rol de incompatibilidade os que não detenham poder de decisão relevante sobre interesses de terceiro, a juízo do conselho competente da OAB, bem como a administração acadêmica diretamente relacionada ao magistério jurídico. As atividades estão relacionadas ao cargo ou função de direção. A seguir veremos a incompatibilidade nos cargos e funções, de qualquer natureza. Ocupantes de Cargos ou Funções Vinculados direta ou indiretamente ao Poder Judiciário Trata-se de função ou cargo exercidos em qualquer órgão do Poder Judiciário. Essa condição é estendida para qualquer cargo ou função, inclusive, para os cargos de psicólogo no Tribunal, assim como os técnicos de atividade judiciária, os analistas judiciários, os contadores judiciais, os assessores dos desembargadores, os seguranças e demais cargos auxiliares ligados ao Poder Judiciário. Todos os cargos e funções de qualquer natureza, desde que vinculados (direta ou indiretamente) ao Poder Judiciário. Serviços notariais e de Registro Encontram-se nessa situação de incompatibilidade os que exercem os serviços notariais e de registro (tabeliães, notários, registradores e escreventes de cartório extrajudicial). Atividade policial de qualquer natureza Todos os policiais estão incluídos nessa incompatibilidade, inclusive, os militares que estão na ativa. Aqueles que estão afastados definitivamente podem exercer a advocacia. Apenas o afastamento temporário impede praticar os atos privativos da advocacia. Portanto, são incompatíveis: A T I V I D A D E P O L I C I A L Policiais Federais (agentes, escrivãoes e delegados) Policiais civis (investigadores, comissários, delegados) Policiais militares e policiais rodoviários Corpo de bombeiro militar Perito criminal, datiloscopistas e médico-legista Os militares de qualquer natureza compreendem os das Forças Armadas: a) exército, b) marinha e c) aeronáutica. Não importa a patente. Todos são incompatíveis, desde que estejam na ativa. • Lançamento; • Arrecadação ou Fiscalização de Tributos; • Contribuições Para fiscais Ocupantes de Cargos ou Funções: Para facilitar a compreensão, são os cargos de: a)Auditores fiscais, b)Fiscais de receita previdenciária, c)Fiscais de renda e d)Fiscais do trabalho. Os gerentes e diretores de instituições financeiras públicas ou privadas são proibidos de exercer os atos da advocacia. Funções de gerência e direção COMO ESSE ASSUNTO FOI COBRADO EM PROVA: Questão – FGV/OAB – Exame de Ordem – XV Abelardo é magistrado vinculado ao Tribunal de Justiça do Estado K e requer licença para tratamento de questões particulares, pelo prazo de três anos, o que foi deferido. Como, antes de assumir o referido cargo, era advogado regularmente inscrito nos quadros da OAB, requer o seu reingresso, comprovando o afastamento das funções judicantes. Nos termos do Estatuto da Advocacia, assinale a afirmativa correta. a) A incompatibilidade com a advocacia persiste aposentadoria do cargo efetivo b) O afastamento temporário do cargo que gera a incompatibilidade permite inscrição provisória c) A incompatibilidade permanece mesmo que ocorra o afastamento temporário do cargo. d) O afastamento do cargo incompatível permite a inscrição após um período de três anos. A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. O Estatuto da Advocacia e da OAB no artigo 28, §1º, estabelece que “a incompatibilidade permanece mesmo que o ocupante do cargo ou função deixe de exercê-lo temporariamente”, significa dizer que a incompatibilidade vincula-se ao cargo e não ao servidor, de modo que o afastamento temporário não permite o desligamento da função exercida. Dessa forma, o magistrado não poderá exercer os atos privativos da advocacia pela vedação expressa do dispositivo em comento, podendo advogar apenas quando o afastamento for definitivo. Questão – FGV/OAB – Exame de Ordem – XIII Joel é Conselheiro do Tribunal de Contas do Município J, sendo proprietário de diversos imóveis. Em um deles, por força de contrato de locação residencial, verifica a falta de pagamentos dos alugueres devidos. O Conselheiro é Bacharel em Direito, tendo exercido a advocacia por vários anos na área imobiliária. Nesse caso, nos termos do Estatuto da Advocacia, o Conselheiro a) poderia atuar como advogado em causa própria b) deverá contratar advogado para a causa diante da situação de incompatibilidade. c) poderia advogar; recomenda-se, contudo, a contratação de advogado d) está com a sua inscrição como advogado suspensa A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. A função exercida nos órgãos de fiscalização tributária, especificamente, os auditores e conselheiros, são incompatíveis com o exercício da advocacia, devido à natureza jurídica e as atribuições exercidas. No presente caso, verifica-se a incompatibilidade do Conselheiro do Tribunal de Contas do Município por exercer o cargo efetivo e não poder atribuir a advocacia privada como sua atividade esporádica. Vejamos o artigo 28, inciso I e §único do Estatuto da Advocacia e da OAB: “São impedidos de exercer a advocacia os membros de órgãos do Poder Judiciário, do Ministério Público, dos tribunais e conselhos de contas, dos juizados especiais, da justiça de paz, juízes classistas, bem como de todos os que exerçam função de julgamento em órgãos de deliberação coletiva da administração pública direta e indireta, não incluindo, os docentes dos cursos jurídicos. Questão 3 – FGV/OAB – Exame de Ordem – VIII Além de advogado, João é professor da Universidade pública M", com natureza de autarquia, onde exerce as funções de coordenador acadêmico da graduação do Curso de Direito. Diante do prestigio acumulado, o seu escritório de advocacia vem a ter renome, atuando em diversas causas nas comarcas de influência da universidade. Essas circunstâncias indicam que o cargo ocupado pelo advogado seria um caso a) abrangido pelas normas que criam regras de incompatibilidade para administradores públicos b) não previsto, vez que a atuação como dirigente de entidade pública é irrelevante para o sistema de incompatibilidades. c) excepcionado diante da característica que o vincularia ao magistério jurídico d) incluído no rol de incompatibilidades por não permitir que o advogado exerça cargo administrativo nas universidades públicas. A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. Na questão apresentada, o exercício do magistério jurídico (professor universitário) e a advocacia é permitido pelo Estatuto da Advocacia e da OAB, por não violar os preceitos institucionais da atividade e não gerar conflitos de interesses e captação de clientela. Assim, o vínculo da advocacia com a de magistério jurídico é permitido e não configura incompatibilidade ou impedimento para o exercício.Trata-se de proibição parcial do exercício da advocacia, pois pode ser exercido em causa própria. Os servidores não podem exercer a advocacia contra a Fazenda Pública que os remunera ou à qual seja vinculada a entidade empregadora. Servidores da Administração direta, indireta e fundacional Membros do Poder Legislativo Os membros da mesa do Poder Legislativo são incompatíveis. São impedidos de advogar contra ou a favor das pessoas jurídicas de direito público, empresas públicas, sociedades de economia mista, fundações públicas, entidades paraestatais ou empresas concessionárias ou permissionárias de serviço público. Exceção Docentes Os docentes dos cursos jurídicos podem advogar, pois não se incluem nas hipóteses de impedimento. Licença A licença temporária não permite a quebra da incompatibilidade, pois a incompatibilidade permanece no cargo e não na pessoa. Aposentadoria A aposentadoria permite o ingresso na advocacia e a prática dos atos privativos do advogado. Com a Emenda Constitucional n. 45/2004 o inciso V foi acrescentado no artigo 95, parágrafo único e o parágrafo 6 ao artigo 128 proibindo a atuação dos magistrados e membros do Ministério Público aposentados ou exonerados perante o tribunal que se afastaram pelo período de três anos do afastamento. COMO ESSE ASSUNTO FOI COBRADO EM PROVA: Questão – FGV/OAB – EXAME DE ORDEM – XIV Ao requerer sua inscrição nos quadros da OAB, Maria assinou e apresentou declaração em que afirmava não exercer cargo incompatível com a advocacia. No entanto, exercia ela ainda o cargo de Oficial de Justiça no Tribunal de Justiça do seu Estado. Pouco tempo depois, já bem sucedida como advogada, pediu exoneração do referido cargo. No entanto, um desafeto seu, tendo descoberto que Maria, ao ingressar nos quadros da OAB, ainda exercia o cargo de Oficial de Justiça, comunicou o fato à entidade, que abriu processo disciplinar para apuração da conduta de Maria, tendo ela sido punida por ter feito falsa prova de um dos requisitos para a inscrição na OAB. De acordo com o EAOAB, assinale a opção que indica a penalidade que deve ser aplicada a Maria. a) Maria não deve ser punida porque, ao tempo em que os fatos foram levados ao conhecimento da OAB, ela já não mais exercia cargo incompatível com a advocacia. b) Maria não deve ser punida porque o cargo de Oficial de Justiça não é incompatível com o exercício da advocacia, não tendo Maria, portanto, feito prova falsa de requisito para inscrição na OAB. c) Maria deve ser punida com a pena de suspensão, pelo prazo de trinta dias. d) Maria deve ser punida com a pena de exclusão dos quadros da OAB. A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. Os membros do Poder Judiciário, do Ministério Público, dos Tribunais e Conselhos de Contas são incompatíveis com a advocacia, mesmo em causa própria, configurando infração disciplinar de exclusão o uso de falsa prova de qualquer dos requisitos para inscrição na OAB (Art. 28, inciso II, EAOAB); (Art. 34, inciso XXVI, EAOAB) e (Art. 38, inciso II, EAOAB). Não é tolerável a omissão ou falsificação dos requisitos para inscrição na OAB, sendo considerado nulo todos os atos praticados e aplicável a pena de exclusão dos quadros da OAB por violar os preceitos institucionais, morais e éticos da advocacia. Questão – OAB/FGV – EXAME DE ORDEM – XIV Cláudia, advogada, inicialmente transitou pelo direito privado, com assunção de causas individuais e coletivas. Ao ser contratada por uma associação civil, deparou com questões mais pertinentes ao direito público e, por força disso, realizou novos estudos e contatou colegas mais experientes na matéria. Ao aprofundar suas relações jurídicas, também iniciou participação política na defesa de temas essenciais à cidadania. Por força disso, Cláudia foi eleita prefeita do município X em eleição bastante disputada, tendo vencido seu oponente, o também advogado Pradel, por apenas cem votos. Eleita e empossada, motivada pelo sentido conciliatório, convidou seu antigo oponente para ocupar cargo em comissão na Secretaria Municipal de Fazenda. A partir da hipótese apresentada, observadas as regras do Estatuto da OAB, assinale a opção correta a) A prefeita exerce função incompatível com a advocacia; b) O secretário municipal pode atuar em ações contra o município; c) A prefeita deve pedir autorização para exercer a advocacia; d) O secretário municipal pode atuar em pleitos contra o Estado federado. A alternativa A está correta. Na situação apresentada, a posse da advogada em cargo político do Poder Executivo torna-se incompatível para o exercício dos atos privativos da advocacia. Desse modo, a nomeação como prefeita lhe afasta dos quadros da OAB pela incompatibilidade da sua atividade. Vejamos o artigo 28, inciso I, do Estatuto da Advocacia e da OAB: “O chefe do Poder Executivo e membros da Mesa do Poder Legislativo e seus substitutos legais são incompatíveis. Questão – OAB/FGV – EXAME DE ORDEM – XIII Juarez da Silva, advogado, professor adjunto de Direito Administrativo em determinada Universidade Federal, foi procurado, na qualidade de advogado, por um grupo de funcionários públicos federais que desejavam ajuizar determinada ação contra a União. Pode Juarez aceitar a causa, advogando contra a União? a) Não. Juarez não pode aceitar a causa, pois está impedido de exercer a advocacia contra a Fazenda Pública que o remunera. b) Sim. Juarez poderá aceitar a causa, pois o impedimento de exercício da advocacia contra a Fazenda Pública que remunera os advogados que são servidores públicos não inclui a hipótese de docentes de cursos jurídicos. c) Sim. Juarez poderá aceitar a causa, pois não há nenhum tipo de impedimento para o exercício da advocacia por servidores públicos. d) Não. Juarez não poderá aceitar a causa, pois exerce o cargo de professor universitário, que é incompatível com o exercício da advocacia. A alternativa B está correta. Os docentes dos cursos jurídicos não são impedidos de exercer a advocacia (Art. 30, §único, do EAOAB). A situação apresentada é excepcional pela ausência de vinculo do professor universitário com a União Federal, sendo permissivo ao magistério jurídico exercer os atos privativos da advocacia. O artigo 28, inciso I e §único, do Estatuto da Advocacia e da OAB determina o impedimento da advocacia pelos servidores da administração direta, indireta e fundacional, contra a Fazenda Pública que os remunere ou à qual seja vinculada a entidade em pregadora, não incluindo, os docentes dos cursos jurídicos. Infrações Disciplinares Exercer a profissão quando impedido de fazê-lo, ou facilitar, por qualquer meio, o seu exercício aos não inscritos, proibidos ou impedidos. Os atos da advocacia somente podem ser exercidos por advogados regularmente inscritos no quadro da OAB. O bacharel em direito, aprovado no exame de ordem, não pode exercer a advocacia, enquanto não preencher os requisitos do artigo 8 da OAB. São nulos os atos privativos de advogado praticados por pessoa não inscrita na OAB, sem prejuízo das sanções civis, penais e administrativas. São também nulos os atos praticados por advogado impedido - no âmbito do impedimento - suspenso, licenciado ou que passar a exercer atividade incompatível com a advocacia. As infrações disciplinares são aplicáveis a todos os profissionais regularmente inscritos na OAB, não abrangendo os que exercem ilegalmente a profissão. Para os não inscritos, aplica-se a legislação penal comum, extensivo aos regularmente inscritos, em observância ao princípio da separação dos poderes. O exercício de atividade incompatível com a advocacia não impede a aplicação da infração disciplinar, sendoregistrado no cadastro do advogado e aplicado após a regularização nos quadros da OAB. Manter a sociedade profissional fora as normas e preceitos estabelecidos nesta lei. Nós sabemos que os advogados podem reunir-se em sociedade simples de prestação de serviços de advocacia ou sociedade unipessoal de advocacia. Apenas os advogados regularmente inscritos na OAB podem montar uma sociedade, afastado o registro por bacharéis em direitos ou pessoas impedidas. O registro da sociedade é realizado no Conselho Seccional da OAB em cuja base territorial tiver sede. Valer-se de agenciador de causas, mediante a participação nos honorários a receber. Angaria ou captar causas, com ou sem a intervenção de terceiros. A indicação do profissional deve ser realizada a partir da experiência e dos títulos acadêmicos. A indicação de advogado mediante o pagamento de honorários é vedada pelo nosso ordenamento, pois configura captação de clientela. Assinar qualquer escrito destinado a processo judicial ou para fim extrajudicial que não tenha feito, ou em que não tenha colaborado. Talvez, na prática, você já tenha visto isso acontecer, não é mesmo? Pois é. Essa situação configura infração disciplinar punível com a sanção de censura. O advogado não pode subscrever peças sem tomar conhecimento e ser responsável pelo ato judicial ou extrajudicial. O advogado que assina qualquer petição e não atua no processo viola o dispositivo legal e responde disciplinarmente. Lembre- se: A prática jurídica é computada com a experiência e atuação do advogado e não pelo número de petições assinadas sem qualquer envolvimento. Advogar contra literal disposição de lei, presumindo-se a boa-fé quando fundamentado na inconstitucionalidade, na injustiça da lei ou em pronunciamento judicial anterior. Deturpar o teor de dispositivo de lei, de citação doutrinária ou de julgado, bem como de depoimentos, documentos e alegações da parte contrária, para confundir o adversário ou iludir o juiz da causa. Prestar concurso a cliente ou a terceiros para a realização de ato contrário à lei ou a destinado a fraudá-la. Qualquer alteração no teor do dispositivo configura infração disciplinar. Diante de irregularidades ou violação constitucional o advogado tem o direito de petição e pode advogar contra dispositivo de lei como, por exemplo, o objeto da ação direta de inconstitucionalidade (ADI). Violar, sem justa causa, o sigilo profissional. Configura infração disciplinar a violação do sigilo profissional sem justa causa. Nós já sabemos que o advogado pode quebrar o sigilo em duas hipóteses: a) ameaça contra vida/honra do advogado ou de qualquer outra pessoa e b) quando autorizado pelo cliente. Estabelecer entendimento com a parte adversa sem autorização do cliente ou ciência do advogado contrário. Esse é tópico mais cobrado em prova. O advogado não pode conciliar com a outra parte, sem o consentimento do seu cliente. Em hipótese alguma, ok? O interesse é exclusivamente do seu cliente e não importa se o acordo for mais vantajoso ou não, pois quem decide é a pessoa que te contratou. Prejudicar, por culpa grave, interesse confiado au seu patrocínio. Acarretar, conscientemente, por ato próprio, a anulação ou a nulidade do processo em que funcione. O advogado responde todos os prejuízos causados ao cliente, seja por dolo - com intenção de prejudicar - ou por culpa - sem a intenção. A responsabilidade do advogado é ilimitada e subsidiária. Abandonar a causa sem justo motivo ou antes de decorridos dez dias da comunicação da renúncia. A renúncia é realizada pelo advogado, sem a necessidade de justificativa, sobre o desligamento do processo ao cliente. Após a notificação da saída do processo, o advogado deve continuar como patrono durante 10 dias corridos, para que o cliente tenha tempo hábil para contratar outro advogado. Se o advogado for substituído durante esse período, a sua permanência no processo é facultativa. Todavia, se o advogado não for substituído e não cumprir o prazo até o final, configura abandono de causa. Após a notificação da saída do processo, o advogado deve continuar como patrono durante 10 dias corridos, para que o cliente tenha tempo hábil para contratar outro advogado. Se o advogado for substituído durante esse período, a sua permanência no processo é facultativa. Todavia, se o advogado não for substituído e não cumprir o prazo até o final, configura abandono de causa. Recusar-se a prestar, sem justo motivo, assistência jurídica, quando nomeado em virtude de impossibilidade de Defensoria Pública. O advogado é obrigado a prestar assistência jurídica, pois exerce função social e é indispensável a administração da justiça. A recusa a prestação do serviço deve ser sempre justificada para não acarretar sanção disciplinar. Fazer publicar na imprensa, desnecessária e habitualmente, alegações forenses ou relativas a causas pendentes. Nós já sabemos que a publicidade do advogado deve ser sempre discreta e moderada. Portanto, a divulgação das informações processuais configura infração disciplinar. Todas os fatos deverão ser confirmados pelo cliente. Nenhuma informação adicional pode distorcer a realidade dos fatos, uma vez que o advogado responde solidariamente pelos danos junto com o cliente. Fazer, em nome do constituinte, sem autorização escrita deste, imputação a terceiro de fato definido como crime. Deixar de cumprir, no prazo estabelecido, determinação emanada do órgão ou de autoridade da Ordem, em matéria da competência desta, depois de regularmente notificado. Deixar de pagar as contribuições, multas e preços de serviços devidos à OAB, depois de regularmente notificado a fazê-lo. Para exercer os atos da advocacia o advogado deve estar regularmente inscrito nos quadros da OAB. Qualquer descumprimento das obrigações legais como, por exemplo, o não pagamento da anuidade, configura infração disciplinar. Locupletar-se, por qualquer forma, à custa do cliente ou da parte adversa, por si ou interposta pessoa. O advogado não pode tomar iniciativa, sem antes consultar o interesse do constituinte (cliente/empregador). Além disso, o advogado não pode obter ganhos superiores ao do seu cliente. Recusar-se, injustificamente, a prestar contas ao cliente de quantias recebidas dele ou de terceiros por conta dele. Nós vimos que a revogação do instrumento de procuração exige a devolução dos documentos e da prestação de contas ao cliente e que a revogação não impede o recebimento dos honorários de forma proporcional a prestação dos serviços. Reter, abusivamente, ou extraviar autos recebidos com vista ou em confiança. Nós vimos que a revogação do instrumento de procuração exige a devolução dos documentos e da prestação de contas ao cliente e que a revogação não impede o recebimento dos honorários de forma proporcional a prestação dos serviços. Incidir em erros reiterados que evidenciem inépcia profissional. Manter conduta incompatível com a advocacia Manter conduta incompatível com a advocacia Praticar crime infamante. Todos esses atos violam os princípios éticos do advogado e configuram infração disciplinar. Como já vimos esse assunto vamos avançar para o próximo tópico. COMO ESSE ASSUNTO FOI COBRADO EM PROVA: Questão – FGV/OAB – Exame de Ordem – XVI Pedro, em determinado momento, recebeu uma proposta de Antônio, colega de colégio, que se propôs a agenciar a indicação de novos clientes, mediante pagamento de comissão, a ser retirada dos honorários cobrados aos clientes, nos moldes da prática desenvolvida entre vendedores da área comercial.Com base no caso relatado, observadas as regras do Estatuto da OAB, assinale a afirmativa correta. a) O advogado pode aceitar a sugestão, tendo em vista a moderna visão mercantil da profissão. b) Caso a Seccional da OAB autorize, registrando avença escrita entre o advogado e o agenciador, é possível. c) Sendo publicizada a relação entre o advogado e o agenciador, está preenchido o requisito legal. d) Há vedação quanto ao agenciamento de clientela, sem exceções. A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. De acordo como artigo 34, inciso IV e V, EAOAB, constitui infração disciplinar “valer-se de agenciador de causas, mediante a participação nos honorários a receber ou angariar ou captar causas, com ou sem a intervenção de terceiros”. No caso em comento, configura-se a captação de clientela pela exigência de cobrança de honorários na indicação de clientes para o colega advogado. O Estatuto veda expressamente a captação de clientela, seja de forma empresarial ou econômica, pois o exercício da atividade deve ser exercido com cautela, restrição e moderadamente. Questão – OAB/FGV – Exame de Ordem – 2010.2 Caio, advogado, inscrito na OAB-SP, após aprovação no concorrido Exame de Ordem, atua em diversos ramos do Direito. Um dos seus clientes possui causa em curso perante a Comarca de Tombos/MG, tendo o profissional comparecido à sede do Juízo para praticar ato em prol do seu constituinte. Estando no local, foi surpreendido por designação do Juiz Titular da Comarca para representar Tício, pessoa de parcos recursos financeiros, diante da ausência de Defensor Público designado para prestar serviços no local, por falta de efetivo suficiente de profissionais. Não tendo argumentos para recusar o encargo, Caio participou do ato. Diante desse quadro: a) o ato deveria ter sido adiado diante da exclusividade da atuação da Defensoria Pública b) o advogado deveria ter recusado o encargo, mesmo sem justificativa plausível c) a recusa nesses casos poderá ocorrer, com justo motivo; d) a recusa poderia ocorrer diante da ausência de sanção disciplinar. A alternativa C está correta. Estabelece o artigo 34, inciso XII, do EAOAB que a infração disciplinar ocorre quando o advogado “recusar-se a prestar, sem justo motivo, assistência jurídica, quando nomeado em virtude de impossibilidade da Defensoria Pública, passível da sanção de censura”. No presente caso, a recusa pelo advogado é permitido, por não configurar violação ao Estatuto, uma vez que o profissional já tinha outra audiência marcada para o mesmo dia. Questão – OAB/FGV – Exame de Ordem – XVII O advogado F recebe do seu cliente WW determinada soma em dinheiro para aplicação em instrumentos necessários à exploração de jogo não autorizado por lei. Nos termos do Estatuto da Advocacia, a infração disciplinar a) decorre somente se o advogado exige o valor para aplicação ilícita. b) surge diante do recebimento para aplicação ilícita c) incorre, pois se trata de mero ilícito moral d) é descaracterizada por ausência de previsão legal. A alternativa B está correta. De acordo com o artigo art. 34, inciso XVIII, do EAOAB constitui infração disciplinar “solicitar ou receber de constituinte qualquer importância para aplicação ilícita ou desonesta”. No caso em comento, o recebimento da quantia ilícita da exploração de jogo configura a infração disciplinar, sendo aplicável nos casos de recebimento ou solicitação. O Estatuto veda expressamente o envolvimento do advogado em causas que viole os princípios éticos e morais da advocacia. Sanções Disciplinares As sanções disciplinares estão previstas no artigo 35 do EAOAB e consistem em: ✓ Censura ✓ Suspensão ✓ Exclusão ✓ Multa Todas as sanções devem constar no assentamento do inscrito, após o transito em julgado da decisão, não podendo ser objeto de publicidade e de censura. Censura INFRAÇÕES DISCIPLINARES PUNÍVEIS COM CENSURA: I- exercer a profissão, quando impedido de fazê-lo, ou facilitar, por qualquer meio, o seu exercício aos não inscritos, proibidos ou impedidos; II - manter sociedade profissional fora das normas e preceitos estabelecidos nesta lei; III - valer-se de agenciador de causas, mediante participação nos honorários a receber; IV - angariar ou captar causas, com ou sem a intervenção de terceiros; V - assinar qualquer escrito destinado a processo judicial ou para fim extrajudicial que não tenha feito, ou em que não tenha colaborado; VI - advogar contra literal disposição de lei, presumindo- se a boa-fé quando fundamentado na inconstitucionalidade, na injustiça da lei ou em pronunciamento judicial anterior; VII - violar, sem justa causa, sigilo profissional; VIII - estabelecer entendimento com a parte adversa sem autorização do cliente ou ciência do advogado contrário; IX - prejudicar, por culpa grave, interesse confiado ao seu patrocínio; X - acarretar, conscientemente, por ato próprio, a anulação ou a nulidade do processo em que funcione; XI - abandonar a causa sem justo motivo ou antes de decorridos dez dias da comunicação da renúncia; XII - recusar-se a prestar, sem justo motivo, assistência jurídica, quando nomeado em virtude de impossibilidade da Defensoria Pública; XIII - fazer publicar na imprensa, desnecessária e habitualmente, alegações forenses ou relativas a causas pendentes; XIV - deturpar o teor de dispositivo de lei, de citação doutrinária ou de julgado, bem como de depoimentos, documentos e alegações da parte contrária, para confundir o adversário ou iludir o juiz da causa; XV - fazer, em nome do constituinte, sem autorização escrita deste, imputação a terceiro de fato definido como crime; XVI - deixar de cumprir, no prazo estabelecido, determinação emanada do órgão ou de autoridade da Ordem, em matéria da competência desta, depois de regularmente notificado XXIX - praticar, o estagiário, ato excedente de sua habilitação A censura pode ser convertida em advertência, em ofício reservado, sem registro nos assentamentos do inscrito, quando presente circunstância atenuante. A censura é registrada no assentamento profissional do advogado, mas não é publicada. Para fins de atenuação, são consideradas as seguintes circunstâncias: C I R C U N S T Â N C I A S A T E N U A N T E S : Falta cometida na defesa de prerrogativa profissional; Ausência de punição disciplinar anterior; Exercício assíduo e proficiente de mandato ou cargo em qualquer órgão da OAB; Prestação de relevantes serviços à advocacia ou à causa pública. • Os antecedentes profissionais do inscrito, as atenuantes, o grau de culpa por ele revelada, as circunstâncias e as consequências da infração são consideradas para o fim de decidir: ✓ Sobre a conveniência da aplicação cumulativa da multa e de outra sanção disciplinar; ✓ Sobre o tempo de suspensão e o valor da multa aplicáveis. Suspensão INFRAÇÃO DISCIPLINAR PUNÍVEL COM SUSPENSÃO: XVII - prestar concurso a clientes ou a terceiros para realização de ato contrário à lei ou destinado a fraudá-la; XVIII - solicitar ou receber de constituinte qualquer importância para aplicação ilícita ou desonesta; XIX - receber valores, da parte contrária ou de terceiro, relacionados com o objeto do mandato, sem expressa autorização do constituinte; XX - locupletar-se, por qualquer forma, à custa do cliente ou da parte adversa, por si ou interposta pessoa; XXI - recusar-se, injustificadamente, a prestar contas ao cliente de quantias recebidas dele ou de terceiros por conta dele; XXII - reter, abusivamente, ou extraviar autos recebidos com vista ou em confiança; XXIII - deixar de pagar as contribuições, multas e preços de serviços devidosà OAB, depois de regularmente notificado a fazê-lo; XXIV - incidir em erros reiterados que evidenciem inépcia profissional; XXV - manter conduta incompatível com a advocacia; Prazo de suspensão A suspensão acarreta ao infrator a interdição do exercício profissional, em todo o território nacional, pelo prazo de trinta dias a doze meses, de acordo com os critérios de individualização previstos neste capítulo. Prestação de contas A suspensão perdura até que satisfaça integralmente a dívida, inclusive com correção monetária. Erros reiterados A suspensão perdura até que preste novas provas de habilitação. Exclusão A exclusão é aplicada quando houver aplicado, por três vezes, a penalidade de suspensão e nos seguintes casos: INFRAÇÃO DISCIPLINAR PUNÍVEL COM EXCLUSÃO: XXVI - fazer falsa prova de qualquer dos requisitos para inscrição na OAB; XXVII - tornar-se moralmente inidôneo para o exercício da advocacia; XXVIII - praticar crime infamante; Aprovação dos membros do Conselho Seccional Para a aplicação da sanção disciplinar de exclusão, é necessária a manifestação favorável de dois terços dos membros do Conselho Seccional competente. Multa A multa, variável entre o mínimo correspondente ao valor de uma anuidade e o máximo de seu décuplo, é aplicável cumulativamente com a censura ou suspensão, em havendo circunstâncias agravantes. A multa é aplicada somente com a censura ou suspensão. Fique atento! Dicas para lembrar a sanção disciplinar Para facilitar a memorização, quando a infração tratar de ato a sanção aplicável é a censura. Quando a infração tratar de dinheiro, carga de autos e inépcia profissional aplica-se a suspensão e quando for crime aplica-se a exclusão. A multa será aplicada nos casos de censura e suspensão para agravar a penalidade. Vejamos o quadro abaixo: DISPOSTIVO LEGAL DICAS SANÇÃO Art. 34, I a XVI e XXIX Ato Censura Art. 34, XVII a XXV Dinheiro, Carga e Inépcia profissional. Suspensão Art. 34, XXVI a XXVIII Crime Exclusão Art. 39 Censura e Suspensão Multa Reabilitação A reabilitação ocorre após um ano do cumprimento da sanção disciplinar com base em provas efetivas de bom comportamento. Nos casos da prática de crime, o pedido de reabilitação depende também da correspondente habilitação criminal. As sanções disciplinares de suspensão ou exclusão impedem o exercício do mandato profissional. Prescrição Prescrição A pretensão à punibilidade das infrações disciplinares prescreve em cinco anos, contados da data da constatação oficial do fato. Prescrição intercorrente Aplica-se a prescrição a todo processo disciplinar paralisado por mais de três anos, pendente de despacho ou julgamento, devendo ser arquivado de ofício, ou a requerimento da parte interessada, sem prejuízo de serem apuradas as responsabilidades pela paralisação. Interrompe-se a prescrição ✓Pela instauração de processo disciplinar ou pela notificação válida feita diretamente ao representado; ✓Pela decisão condenatória recorrível de qualquer órgão julgador da OAB COMO ESSE ASSUNTO FOI COBRADO EM PROVA: Questão – OAB/FGV – Exame de Ordem – XV Antônio recebe Paulo, um antigo cliente do escritório de advocacia onde presta serviços. Após a entrevista, o preenchimento de relatório com os dados pessoais do cliente e a requisição dos documentos necessários, Antônio realiza a análise final dois dias depois da entrevista com o cliente e verifica que existe norma legal que contraria, expressamente, a pretensão apresentada. Sobre o caso, observadas as regras do Estatuto da OAB, assinale a afirmativa correta. a) O advogado pode postular contra texto expresso de lei. b) O advogado deve aconselhar o cliente a procurar o Ministério Público para propor ação contra a lei. c) O advogado pode se opor à norma expressa, aduzindo a sua inconstitucionalidade. d) O advogado deve indicar ao cliente a desistência da ação, por não portar solução para o problema. A alternativa C está correta. Estabelece o art. 34, inciso VI, do EAOAB que configura infração disciplinar quando o advogado “atuar contra literal disposição de lei, presumindo-se a boa-fé quando fundamentado na inconstitucionalidade, na injustiça da lei ou em pronunciamento judicial anterior”. O Estatuto da Advocacia veda expressamente a atuação ao dispositivo contrário de lei ou quando altera a sua interpretação. Questão – OAB/FGV – EXAME DE ORDEM – Inédita. A lei 13.245/16 alterou o Estatuto da Advocacia e da OAB para regulamentar o acesso do advogado nos autos de flagrante e investigações perante as autoridades policiais e estabelecer garantias na assistência dos clientes. De acordo com esse instrumento normativo, assinale a alternativa correta: a) O acesso do advogado a investigação de qualquer natureza é limitado aos documentos físicos; b) O advogado não pode ter acesso aos autos de flagrante sem procuração nos autos; c) Nos autos sujeitos a sigilo é obrigatório o advogado apresentar procuração para ter acesso aos autos de flagrante e investigação de qualquer natureza. d) A autoridade responsável pela condução da investigação não pode delimitar o acesso do advogado aos elementos de prova relacionados a diligências em andamento e ainda não documentados nos autos, quando houver risco de comprometimento da eficiência, eficácia ou finalidade das diligências. A alternativa B está correta. Fundamentação: Art. 7, inciso XIV e XXI e parágrafo 10, 11 e 12 do Estatuto da Advocacia e da OAB. É direito do advogado examinar em qualquer instituição responsável por conduzir investigação, mesmo sem procuração, autos de flagrantes e de investigações de qualquer natureza, findos ou em andamento, ainda que conclusos a autoridade responsável, podendo tomar apontamentos em meio físico ou digital. Apenas quando houver comprometimento da eficiência, eficácia ou finalidade das diligências, a autoridade responsável poderá delimitar o acesso do advogado. Regra geral: o advogado não precisa de procuração para ter acesso aos autos. Exceção: É obrigatório a procuração nos procedimentos sigilosos. Questão – OAB/FGV – EXAME DE ORDEM – Inédita. Para a inscrição do advogado nos quadros na OAB é necessário o preenchimento do artigo 8, do Estatuto da Advocacia e da OAB. À luz desse entendimento, assinale afirmativa correta: a) O Exame de Ordem é regulamentado em resolução do Conselho Seccional da OAB; b) O estágio profissional de advocacia tem duração de três anos, realizado nos últimos dois anos do curso jurídico, nas instituições de ensino superior pelos Conselhos da c) OAB, ou por setores, órgão jurídicos e escritórios de advocacia credenciados pela OAB; d) A inscrição do advogado pode ser cancelada se assim o requerer, se sofrer penalidade de exclusão, houver o falecimento ou exercer, em caráter definitivo, atividade incompatível com a advocacia e se perder qualquer um dos requisitos necessários para a inscrição; A alternativa C está correta. Fundamentação: Art. 8 ao 14, do Estatuto da Advocacia e da OAB. O Exame de Ordem é regulamento por provimento do Conselho Federal da OAB. O estágio profissional tem duração de dois anos, realizado nos últimos dois anos da graduação e a declaração de idoneidade moral deve obter dois terços dos votos de todos os membros do conselho competente. Ordem dos Advogados do Brasil A Ordem dos Advogados do Brasil é serviço público federal independente, dotada de personalidade jurídica e forma federativa. Tem natureza jurídica de instituição pública sui generis, ou seja, não mantém vínculo com nenhum órgão da Administração Pública e é isento de impostos,tendo imunidade tributária total com relação a rendas, bens e serviços. A Ordem dos Advogados do Brasil tem como finalidade: FINALIDADES DA OAB: Defender a Constituição, a ordem jurídica do Estado democrático de direito, os direitos humanos, a justiça social, e pugnar pela boa aplicação das leis, pela rápida administração da justiça e pelo aperfeiçoamento da cultura e das instituições jurídicas. Promover, com exclusividade, a representação, a defesa, a seleção e a disciplina dos advogados em toda a República Federativa do Brasil. Compete à OAB fixar e cobrar, de seus inscritos, contribuições, preços de serviços e multas e constitui título executivo extrajudicial a certidão passada pela diretoria do Conselho competente, relativa a crédito previsto. O pagamento da contribuição anual à OAB isenta os inscritos nos seus quadros do pagamento obrigatório da contribuição sindical. Cargos e Funções O cargo de conselheiro ou de membro de diretoria de órgão da OAB é de exercício gratuito e obrigatório, considerado serviço público relevante, inclusive para fins de disponibilidade e aposentadoria. Os Presidentes dos Conselhos e das Subseções da OAB têm legitimidade para agir, judicial e extrajudicialmente, contra qualquer pessoa que infringir as disposições ou os fins desta lei. A exclusividade da representação dos advogados pela OAB não afasta a competência própria dos sindicatos e associações sindicais de advogados, quanto à defesa dos direitos peculiares da relação de trabalho do profissional empregado. Os Presidentes dos Conselhos da OAB e das Subseções podem requisitar cópias de peças de autos e documentos a qualquer tribunal, magistrado, cartório e órgão da Administração Pública direta, indireta e fundacional. Os cargos da Diretoria do Conselho Seccional têm as mesmas denominações atribuídas aos da Diretoria do Conselho Federal. Os cargos da Diretoria da Subseção e da Caixa de Assistência dos Advogados têm as seguintes denominações: Presidente, Vice-Presidente, Secretário, Secretário Adjunto e Tesoureiro. Vacância dos cargos Ocorrendo vaga de cargo de diretoria do Conselho Federal ou do Conselho Seccional, inclusive do Presidente, em virtude de perda do mandato, morte ou renúncia, o substituto é eleito pelo Conselho a que se vincule, dentre os seus membros. Órgãos da OAB São órgão da OAB o Conselho Federal, os Conselho Seccionais, as Subseções e as Caixas de Assistência dos Advogados. O Conselho Federal, dotado de personalidade jurídica própria, com sede na capital da República, é o órgão supremo da OAB. Os Conselhos Seccionais, dotados de personalidade jurídica própria, têm jurisdição sobre os respectivos territórios dos Estados-membros, do Distrito Federal e dos Territórios. As Subseções são partes autônomas do Conselho Seccional, na forma desta lei e de seu ato constitutivo. Portanto, não tem personalidade jurídica própria e estão vinculadas ao Conselho Seccional. As Caixas de Assistência dos Advogados, dotadas de personalidade jurídica própria, são criadas pelos Conselhos Seccionais, quando estes contarem com mais de mil e quinhentos inscritos. Criação dos Conselhos Seccionais Os novos Conselhos Seccionais serão criados mediante Resolução do Conselho Federal. Patrimônio O patrimônio do Conselho Federal, do Conselho Seccional, da Caixa de Assistência dos Advogados e da Subseção é constituído de bens móveis e imóveis e outros bens e valores que tenham adquirido ou venham a adquirir. A alienação ou oneração de bens imóveis depende de aprovação do Conselho Federal ou do Conselho Seccional, competindo à Diretoria do órgão decidir pela aquisição de qualquer bem e dispor sobre os bens móveis. A alienação ou oneração de bens imóveis depende de autorização da maioria das delegações, no Conselho Federal, e da maioria dos membros efetivos, no Conselho Seccional. Lista Tríplice A elaboração das listas constitucionalmente previstas, para preenchimento dos cargos nos tribunais judiciários, é disciplinada em Provimento do Conselho Federal. Concurso Público A OAB participa dos concursos públicos, previstos na Constituição e nas leis, em todas as suas fases, por meio de representante do Conselho competente, designado pelo Presidente, incumbindo-lhe apresentar relatório sucinto de suas atividades. Incumbe ao representante da OAB velar pela garantia da isonomia e da integridade do certame, retirando-se quando constatar irregularidades ou favorecimentos e comunicando os motivos ao Conselho. COMO ESSE ASSUNTO FOI COBRADO EM PROVA: Questão – OAB/FGV – Questão Inédita A respeito da composição da Ordem dos Advogados do Brasil, assinale a opção correta: A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) é serviço público, mas não é dotada de personalidade jurídica. A OAB mantém vínculo hierárquico com os órgãos da Administração Pública. Os Conselhos Seccionais, dotados de personalidade jurídica própria, têm jurisdição sobre os respectivos territórios dos Estados-membros, do Distrito Federal e dos Territórios. As Subseções têm personalidade jurídica e não se vincula ao Conselho Seccional. GABARITO: ALTERNATIVA C. A OAB é serviço público, dotada de personalidade jurídica e forma federativa. Entretanto, não possui vínculo hierárquico ou funcional com a Administração Pública, sendo composta dos seguintes órgãos: a) Conselho Federal; b) Conselho Seccional; c) Subseções e as Caixas de Assistência dos Advogados. Apenas as Subseções são autônomas e vinculadas ao Conselho Seccional, pois os demais órgãos possuem personalidade jurídica.
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