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AULAS Princípios Gerais de Economia

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PRINCÍPIOS GERAIS DE ECONOMIA
CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES
ESCOLHAS E NECESSIDADES HUMANAS:
AS PESSOAS TENDEM A ESCOLHER O QUE É MELHOR PARA SI?
ÓBVIO QUE SIM !!!!
O HOMEM TEM A LIBERDADE DE ESCOLHER PLENAMENTE?
1 – SIM ( )
2 – NÃO ( )
RESTRIÇÕES
QUAIS SÃO OS FATORES QUE LIMITAM AS ESCOLHAS DAS PESSOAS?
1 – LIMITAÇÕES FINANCEIRAS;
2 – ESCASSEZ DE RECURSOS NATURAIS;
3 – LIMITAÇÕES LEGAIS;
4 – FALTA DE INFORMAÇÃO SOBRE DETERMINADOS TEMAS
ETC. 
CUSTO DE OPORTUNIDADE
As restrições nos obrigam a fazer escolhas;
Dessas escolhas decorre o “Custo de Oportunidade”;
“Custo de Oportunidade”: é o custo de algo em termos de uma oportunidade renunciada. Por exemplo: abdicar momentos de lazer para estudo, que pode lhe levar a um emprego melhor no futuro.
CONCEITO DE ECONOMIA
É a ciência que estuda como os recursos escassos das sociedades são alocados tendo por base as decisões individuais dos consumidores, trabalhadores, firmas, etc
DIVISÕES DA ECONOMIA
MICROECONOMIA: Ramo da economia que tem por base a análise das escolhas individuais efetuadas por empresas, consumidores, trabalhadores etc. 
A análise microeconômica nos ensina como são determinados: os preços, os salários, empregos, o quanto é produzido e o que é produzido etc. 
MACROECONOMIA: Ramo da economia que tem por base a análise das políticas de governo e políticas públicas que influem nas escolhas e no cotidiano das pessoas. 
A análise macroeconômica trata de questões como: crescimento econômico, moeda, inflação, investimentos, dívidas do governo, desemprego, taxa de câmbio, balança comercial etc.
Em tempos remotos da humanidade, o homem para satisfazer suas necessidades, utilizava o “Escambo”.
Era um sistema baseado em trocas;
As trocas se realizavam não para o lucro, mas para a sobrevivência material. Produzia-se comida não para vendê-la e, a partir da venda, obter lucro. Produzia-se para consumir.
As necessidades humanas conjuntamente com a escassez ou abundância de determinados bens, é que fazem determinar a valoração destes pela sociedade .
Ex: Quando um produto é escasso e a procura dos indivíduos por tal produto é alta, tal produto tende a ser mais valorizado. 
PRIMÓRDIOS DO SURGIMENTO DAS ATIVIDADES ECONÔMICAS
Ainda em épocas remotas alguns produtos considerados de maior valor passaram a ser utilizados como referência para as trocas. 
Foi o caso do gado bovino e do sal, que de tão importantes na época acabaram ganhando status de moeda corrente.
Com o passar do tempo, realizar a troca através das próprias mercadorias tornou-se uma tarefa difícil, graças ao tamanho, peso ou grande quantidade de produtos. Os que eram usados como referência começaram a tornar-se inconvenientes na hora da troca.
SURGIMENTO DO DINHEIRO E DAS MOEDAS
Foi para resolver esse problema e facilitar a troca de produtos que surgiu o dinheiro, um objeto simbólico que possui um valor implícito. 
A sua primeira forma de uso foi materializada nas moedas, feitas de objetos metálicos de longa durabilidade e que podiam ser fracionadas. 
As primeiras moedas eram feitas de metal e produzidas artesanalmente, mas logo ganharam formas definidas e marcas que serviam para indicar o seu valor. 
Seu uso como objeto que pudesse substituir produtos fez crescer os mercados consumidores e mais adiante facilitou o acúmulo de riquezas que beneficiou os comerciantes.
Modo de Produção baseado na Terra;
A Terra era o principal meio de produção, do qual o homem provia as suas necessidades;
O feudo era a grande propriedade trabalhada por camponeses que aravam não apenas a terra arrendada, mas também a terra do senhor.
O feudo era uma unidade autossuficiente, era o espaço em que ocorriam as relações de vassalagem entre o servo e o seu senhor.
ECONOMIA NA IDADE MÉDIA - FEUDALISMO
O servo não era um escravo: não podia ser vendido ou ter sua família desmembrada. 
O servo fazia parte da propriedade, e só passava a ter outro patrão se a terra fosse vendida. E se imaginarmos que, àquele tempo, não eram comuns as transações imobiliárias, podemos alcançar a real dimensão do relacionamento entre servo e senhor. 
O servo muda de senhor, mas não de terra e, portanto, não pode ser expulso e dela não pode escapar.
O QUE ERA O SERVO? 
ESTRUTURAÇÃO DO FEUDO 
O feudo tinha suas próprias regras e leis, e elas serviam para reger tudo e todos. O senhor feudal era quem decidia sobre casamentos, litígios e conflitos. Ele resolvia o que, como plantar e quanto colher. 
Em algumas regiões da Europa, o senhor feudal tinha o direito “da primeira noite”, ou seja, podia desvirginar a noiva que morasse em sua propriedade, ou que fosse esposa de alguém que more nas suas terras. Longe de ser mero capricho, esse direito selava seu papel de senhor absoluto e também consagrava a continuidade da vassalagem por meio da suspeita em relação à paternidade dos filhos do servo.
ESTRUTURA SOCIAL DO PERÍODO FEUDAL 
CLERO E A NOBREZA 
SERVOS E OUTROS 
TIPO DE SOCIEDADE ESTAMENTAL;
SEM POSSIBILIDADES DE MOBILIDADE SOCIAL;
MOVIMENTAÇÃO ECONÔMICA DO PERÍODO FEUDAL EM SEUS PRIMÓRDIOS 
Essencialmente tudo o que era necessário para a sobrevivência podia ser produzido dentro do próprio feudo.
O comércio era inexistente e, quando ocorria, era baseado no escambo, ou seja, na troca de mercadorias sem que qualquer dinheiro fosse utilizado, necessariamente, como meio de pagamento ou padrão de referência.
Inicialmente, a vida econômica ocorria dentro dos muros do próprio feudo, não havendo quaisquer relações comerciais com o que era exterior.
Ocorre que, chegou um momento em que o que se produzia nos feudos não dava para satisfazer as necessidades humanas, o que fez com as trocas de mercadorias, bens ou serviços se intensificassem entre outros feudos;
Então, começaram a surgir as feiras, onde comerciantes de um determinado feudo se deslocavam para outros feudos, para vender seus produtos;
A partir de então que se intensificaram o fluxo de moedas, as trocas comerciais 
Os senhores feudais, donos das terras onde se realizavam as feiras, tinham direito a receber comissões pelos negócios lá efetuados; assim, eles eram receptivos às atividades comerciais por que elas traziam lucro e prosperidade.
Esse comércio também ensejaria o surgimento de uma figura muito importante: o trocador de dinheiro, responsável pela troca e pelo câmbio entre as várias unidades monetárias.
Já se pode perceber: lentamente, a economia sem mercado transformava-se em economia de vários mercados, já bem distante do sistema autossuficiente dos feudos.
Devagar, apareciam pequenas aberturas na estrutura feudal de imobilidade social: surgiam comerciantes e “banqueiros”; crescia uma população urbana que não se encontrava aprisionada pela vassalagem e tampouco tinha uma relação visceral com a terra.
MUDANÇAS ESTRUTURAIS IMPLEMENTADAS PELO DESENVOLVIMENTO DO COMÉRCIO 
Surgimento de uma nova forma de acumulação de riqueza, através da acumulação de moeda (dinheiro);
Surgimento de uma nova classe social = BURGUESIA = “BURGOS” = COMERCIANTES;
Os mercadores se reúnem em corporações. Eles se autointitulam possuidores de direitos monopolistas que normatizarão as atividades comerciais (nas feiras) ou profissionais: às suas leis, seus membros se sujeitam, sob pena de expulsão. Os artesãos, e outros profissionais, também se organizarão em corporações, chamadas de guildas.
Surgimento de uma nova forma de acumulação de riqueza, através da acumulação de moeda (dinheiro);
Surgimento de uma nova classe social = BURGUESIA = “BURGOS” = COMERCIANTES;
Os mercadores se reúnem em corporações. Eles se autointitulam possuidores de direitos monopolistas que normatizarão as atividades comerciais (nas feiras) ou profissionais: às suas leis, seus membros se sujeitam, sob pena de expulsão. Os artesãos, e outros profissionais, também se organizarão em corporações, chamadas de guildas.
SURGIMENTO DAS CORPORAÇÕES DE OFÍCIO OU GUILDASAs guildas funcionavam como centros onde o aprendiz era treinado no ofício, segundo as normas e tradições da categoria.
 Esse treinamento, que chegava a durar mais do que uma década, lhe assegurava o conhecimento das artes secretas do seu ofício, além do direito de exercer sua profissão e ter proteção em caso de necessidade.
Nas guildas, os meios de produção (ferramentas e utensílios necessários para a fabricação das mercadorias) pertencem aos artesãos que produzem e comercializam o fruto do seu trabalho. 
O espírito é de fraternidade, e não de concorrência: se algum membro introduzir alguma inovação, todos devem ter acesso à mudança. “Patentes” ou “diferenciais produtivos” são práticas desleais, e passíveis de punição.
Nas guildas, reunir-se-ão padeiros, pintores, curtidores de couro, ferreiros, açougueiros, fruteiros, cirurgiões, jornaleiros, entalhadores, costureiros, sapateiros, etc.
DECORRADA DO MODO DE PRODUÇÃO FEUDAL. PRINCIPAIS MOTIVOS.
PESTES, DOENÇAS, EPIDEMIAS;
CRUZADAS;
GUERRAS ENTRE POVOS;
DESENVOLVIMENTO DO COMÉRCIO, SURGIMENTO DA BURGUESIA;
MUDANÇA NA LÓGICA DE ACUMULAÇÃO DE RIQUEZA: A riqueza agora não era medida pela propriedade possuída, mas pelo dinheiro possível de ser ganho com a atividade comercial. 
O golpe de morte no sistema feudal ocorre justamente no momento em que se percebe ser a terra também uma mercadoria.
PRIVATIZAÇÃO DAS TERRAS E SURGIMENTO DOS PRIMEIROS ESTADOS NACIONAIS
1 – DA PRIVATIZAÇÃO DA TERRA (CERCAMENTO DOS CAMPOS)
Na Inglaterra do Século XVII, foi instituída a Lei de Cercamento (Enclosure Acts), que consistia em uma crescente ação de privatização das terras que eram de uso comum dos camponeses, através do cercamento desses locais realizado por poderosos senhores locais.
As terras comunais inseriam-se em uma tradição econômica de utilização comunitária que remontava à Idade Média, e sua privatização representou a ruptura das relações de um emergente modo de produção capitalista com o antigo mundo feudal. 
Os camponeses que utilizavam as terras de forma comunal e dela extraíam madeira, caça e outros produtos, viram-se privados dessa fonte de recursos. 
A incapacidade de produção em seus pequenos lotes de terras obrigou esses camponeses a abandoná-las, sendo então apropriadas pelos grandes proprietários, e a tentar melhores condições de vida nas cidades. 
2 – FORMAÇÕES DOS PRIMEIROS ESTADOS NACIONAIS
As rígidas estruturas do sistema feudal, constituíam verdadeiros entraves ao desenvolvimento da principal atividade dos burgueses, o comércio;
A existência de diferentes moedas, tributos, pesos e medidas e leis que variavam de feudo para feudo, bem como as revoltas camponesas pelos fatos destes terem sido expropriados da terra, dificultavam a expansão das atividades comerciais;
Portanto, havia um grande interesse por parte da burguesia de instituir um poder forte e centralizado, que pudesse suplantar a autoridade da nobreza, eliminando o particularismo feudal. 
BURGUESIA + REI + EXÉRCITOS (MERCENÁRIOS) = ESTADOS NACIONAIS; 
INCREMENTO E INOVAÇÃO DOS PROCESSOS PRODUTIVOS (MEIOS DE PRODUÇÃO). SURGIMENTO DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
Além da intensa movimentação comercial, os burgueses que estavam em ascensão, traçaram estratégias de desenvolvimento de suas estruturas econômicas;
Assim, ao passo que a burguesia acumulava capital, foi adquirindo grandes quantidades de terras para instalação de suas fábricas, sobretudo nos centros urbanos, com vistas à produção em larga escala, decorrentes das inovações tecnológicas implementadas no processo produtivo, substituindo a técnica da manufatura pela produção por máquinas;
O processo de inovação em relação à fabricação de novos produtos também foi fundamental, o que ensejou o desenvolvimento de novos processos de produção de ferro, maior eficiência da energia da água, uso crescente da energia a vapor, bem como do desenvolvimento das ferramentas; 
Outro fator preponderante nesses incrementos foi a substituição da madeira e de outros biocombustíveis pelo carvão. Emergia então nesse contexto, a Revolução Industrial no Século XVIII.
FISIOCRACIA
Teoria econômica que a riqueza das nações era derivada unicamente do valor de "terras agrícolas" ou do "desenvolvimento da terra" e que produtos agrícolas deveriam ter preços elevados;
O teve como principais expoentes François Quesnay (1694-1774) e Anne Robert Jacques Turgot (1727-1781);
Os fisiocratas introduziram (ao menos no campo econômico) a ideia de ordem natural, até por influência da mecânica newtoniana e dos desenvolvimentos da medicina: acreditava-se numa ordem da natureza que se responsabilizaria por manter tudo em equilíbrio.
MERCANTILISMO
Teoria econômica que se desenvolveu com a intensificação do comércio;
Para alguns estudiosos, não chegou a constituir uma doutrina, um sistema de ideias, mas um conjunto coerente de práticas e ações;
Foi na verdade, um conjunto de mediadas variadas, adotadas por diversos Estados modernos, visando a obtenção de recursos e riquezas necessários à manutenção do poder absoluto; 
PRINCIPAIS DIRETRIZES DA POLÍTICA MERCANTILISMO
A) METALISMO: Concepção que identifica a riqueza e o poder de um Estado à quantidade de metais preciosos por ele acumulados. A exploração de ouro e prata viabilizou-se com a exploração direta das colônias ou com a intensificação do comércio externo.
B) BALANÇA COMERCIAL FAVORÁVEL: Nível de exportação superior ao de importações;
C) PROTECIONISMO: Política de estímulo às exportações tanto nas metrópoles quanto nas colônias; 
PROCESSO DE MUDANÇA DA MENTALIDADE DA SOCIEDADE – ÉTICA CATÓLICA X ÉTICA PROTESTANTE
No período medieval, a Igreja Católica, com vistas à manutenção de seus interesses e dos interesses dos nobres proprietários de Terras, pregava a “pecamização” do lucro.
Conforme afirma Huberman (1986, p. 47): 
	“A Igreja ensinava que, se o lucro do bolso representava a ruína da 	alma, o bem-estar espiritual é que estava em primeiro lugar. “Que 	lucro terá o homem, se ganhar todo o mundo e perder sua alma?” 	Se alguém obtivesse, numa transação, mais do que o devido, estaria 	prejudicando a outrem, e isso estava errado. São Tomás de Aquino, 	o maior pensador religioso da Idade Média, condenou a “ambição 	do ganho”. Embora se admitisse, com relutância, que o comércio 	era útil, os comerciantes não tinham o direito de obter numa 	transação mais do que o justo pelo seu trabalho”.
REFORMA PROTESTANTE
CAUSAS: 
Durante o feudalismo a igreja fora a maior detentora de propriedades em vários países da Europa, que eram obrigados a remeter vários tributos para Roma;
No processo de formação das Monarquias Nacionais, a igreja passou, então a ser considerada em cada Estado um empecilho ao desenvolvimento econômico, além de personificar a própria estrutura feudal decadente;
Sendo assim, pelo fato de muitas monarquias terem feito alianças com a burguesia, não era interessante para essa nova configuração política estar sob os ditames da igreja católica;
Os principais percussores da reforma protestante foram Lutero e Calvino;
Algumas causas econômicas para a aceitação da Reforma foram o desejo da nobreza e dos príncipes de se apossar das riquezas da igreja romana e de ver-se livre da tributação papal que, apesar de defender a simplicidade, era a instituição mais rica do mundo. 
Também na Alemanha, a pequena nobreza estava ameaçada de extinção em vista do colapso da economia senhorial. Muitos desses pequenos nobres desejavam as terras da igreja. Somente com a Reforma, estas classes puderam expropriar as terras
PRINCIPAL OBRA NO MOVIMENTO PROTESTANTE: “95 TESES DE LUTERO”
21 – Erram os pregadores de indulgências quando dizem que pelas indulgências do papa o home fica livre de todo o pecado e que está salvo;
27 – Enganam os homens que dizem que, logo que a moeda é lançada na caixa, a alma voa do purgatório;
33 – Deve-se desconfiar daqueles que dizem que as indulgênciasdo papa são um inestimável dom divino pelo qual o homem se reconcilia com Deus;
36 – Qualquer cristão verdadeiramente arrependido tem plena remissão do castigo e do pecado; ela é-lhe devida sem indulgência; 
32
CONSIDERAÇÕES ELEMENTARES: TRABALHO, MEIOS DE TRABALHO, OBJETOS DE TRABALHO, 
1 - TRABALHO: É a atividade do homem dirigida no sentido da produção da riqueza material. É a atividade do homem orientada no sentido de adaptar os materiais da natureza para satisfação de suas necessidades. Trabalhando o homem adquire conhecimento e se organiza socialmente.
2 – MEIOS DE TRABALHO: Todas as coisas que auxiliam o homem a exercer sua ação sobre os objetos de trabalho, adaptando-os para satisfação de suas necessidades. Ex: máquinas, equipamentos, edifícios, ferrovias, rodovias, hidrelétricas etc.
3 – OBJETOS DE TRABALHO: São todas as coisas sobre as quais se exerce o trabalho do homem, mediante o uso dos meios de trabalho. Ex: matérias primas, solo agrícola, jazidas, etc
MEIOS DE PRODUÇÃO, FORÇAS PRODUTIVAS 
1 – MEIOS DE PRODUÇÃO: Conjunto dos meios de trabalho e os objetos de trabalho
2 – FORÇAS PRODUTIVAS: Habilidades e conhecimentos do homem com os meios de produção.
MODO DE PRODUÇÃO 
É como os homens interagem entre si para produzir, contraindo vínculos, relações mútuas, o que forma as relações de produção;
Portanto, a interação das relações de produção com as forças produtivas, é que especificam o modo de produção de determinadas sociedade, num determinado espaço e tempo histórico; 
Na verdade a produção se realiza mediante mecanismos de controle social do trabalho que é a base da exploração da capacidade produtiva dos trabalhadores;
MODO DE PRODUÇÃO CAPITALISTA
É um modo de produção baseado na propriedade privada, que permite a acumulação privada de riqueza;
O sistema capitalista é acionado por empresas que operam por meio da compra do tempo das pessoas;
Tal fenômeno, é o que Marx denomina de “objetivação” do sujeito”, que desconstrói a identidade do indivíduo; 
A QUESTÃO DO TRABALHO NA SOCIEDADE CAPITALISTA
O salário pago aos trabalhadores é incorporado aos custos da produção;
Portanto, o que é pago pelos capitalistas diminui o seu lucro final, e eles tenderão a contratar o menos possível ou demitir quando for possível;
Logo, o sistema funciona entre uma pressão de demanda por postos de trabalho e uma pressão para reduzir o número dos trabalhadores e a renda do trabalho; 
AS PESSOAS TÊM LIBERDADE DE ESCOLHER O TRABALHO?
Difunde-se a ideia que os trabalhadores detém a liberdade de escolha entre os seus empregos o que raramente corresponde à realidade;
A questão da empregabilidade está umbilicalmente ligada ao crescimento econômico de determinada localidade, pois as oportunidades de emprego são determinadas pela demanda de trabalho por parte dos capitalistas e do governo; 
FORMAS DE MOBILIDADE NO MERCADO DE TRABALHO
A) - HORIZONTAL: Trânsito entre situações equivalentes. Ex: entre lojas ou fábricas;
B) VERTICAL: Ascender na escala social passando para empregos melhores ou melhor remunerados. Na prática são restritos a pequenos estratos de trabalhadores. 
MECANISMOS DE FUNCIONAMENTO DO SISTEMA CAPITALISTA NA CONCEPÇÃO DE MARX
A) MECANISMO DE FUNCIONAMENTO DE PRODUÇÃO DA MAIS VALIA:
1 – Capitalista identifica um produto que quer produzir e cujo modo de produzir ele conhece;
2 – Esse conhecimento lhe permite dividir as tarefas para produzir;
3 – O capitalista contrata para produzir imediatamente mas paga salário no fim do mês;
4 – Mediante observação da produção o capitalista pode melhorar a eficiência do grupo com menos horas, obtendo mais resultados
5 – O capitalista paga salários na faixa dos salários médios do mercado;
6 – A diferença entre o resultado financeiro e o custo do salário pago ao trabalhador e outros custos = Lucro.
B) CONCEITO DE MAIS VALIA:
Mais-valia significa portanto parte do valor da força de trabalho dispendida por um determinado trabalhador na produção 
e que não é remunerado pelo patrão. 
Também pode ser classificada como o excesso de receita em relação à despesas.
Em resumo é o resultado da expropriação da maior parte do produto do trabalho produzido pelo homem. 
A QUESTÃO DA “PAUPERIZAÇÃO”, DO “EXÉRCITO DE RESERVA” E DO “DESEMPREGO”
A existência de um grupo permanente de desempregados, “o exército de reserva”, é indispensável no capitalismo
Um número significativo de desempregados, com baixa oferta de empregos, contribui para o achatamento dos salários.
MERCADO ABERTO. CONCENTRAÇÃO DE MERCADO (MONOPÓLIO E OLIGOPÓLIO)
A) MERCADO ABERTO: Em que todos concorrem;
B) MERCADO MONOPÓLIO: Em que um faz o preço;
C) MERCADO DE OLIGOPÓLIO: Poucos determinam os preços para maioria;
OBSOLESCÊNCIA PROGRAMADA. MERCADORIA COMO FETICHE
A) Obsolescência programada é a decisão do produtor de propositadamente desenvolver, fabricar e distribuir um produto para consumo de forma que se torne obsoleto ou não-funcional especificamente para forçar o consumidor a comprar a nova geração do produto.
B) Mercadoria como Fetiche (MARX): O valor social construído e embutido na mercadoria, que faz criar a falsa sensação de necessidade para fomentar o consumo. 
OCUPAÇÃO; EMPREGO; FORMALIDADE E FORMAS DE DESEMPREGO 
1) OCUPAÇÃO: é o engajamento do trabalhadores a produção, compreendendo diferentes regimes de trabalho e remuneração.
1.1 – TIPOS:
AUTÔNOMA: O indivíduo trabalha autonomamente;
EMPREGO: Denota atividades regulares de trabalho criadas por empresas e governo, que possui regras de funcionamento estáveis de funcionamento, cuja relação é contratual
A qualidade de um emprego varia de um lugar para outro, a depender da legislação trabalhista e da tradição;
Estabilidade varia com a conjuntura econômica, mas em geral está condicionada à tendência de substituir pessoas por máquinas; 
DESEMPREGO 
É a ausência de emprego;
1.1 – TIPOS:
FRICCIONAL: movimento de trabalhadores entre empregos;
EMPREGO: Trabalhadores perdem seus empregos e não têm outro;
FORMALIDADE E INFORMALIDADE
São desdobramentos da “questão do emprego” e do “desemprego”
FORMALIDADE: Esfera de trabalho regular e institucionalizado; 
INFORMALIDADE: Trabalho que se opera fora das regulamentações oficiais do mercado de trabalho;
 
 Na verdade é a expressão do desemprego que compele as pessoas 
 as pessoas a percorrerem alternativas de sobrevivência. 
RELFEXÃO SOBRE A INFORMALIDADE
INFORMALIDADE DA ELITE: Quando setores ricos e influentes da sociedade agem à margem da lei. Ex: Sonegação de imposto, evasão de divisas, contravenção;
INFORMALIDADE DOS POBRES: Decorrente da pobreza.
Na verdade há setores mais agressivos de mercado que acionam um subsistema que elabora estratégias de exploração dos trabalhadores informais.
ENTENDIMENTO DA DINÂMICA DA SOCIEDADE CAPITALISTA: MODELO DO FLUXO CIRCULAR
MODELO ECONÔMICO DO FLUXO CIRCULAR
Empresas
Famílias
Mercado de
fatores de
produção
Mercado de 
bens e serviços
Consumo
Receita
Salários, aluguéis, lucro
Renda
Venda de bens e serviços
Compra de bens e serviços
Trabalho, terra, capital
Insumos de produção
Custo 
de vida
Renda
Familiar
Custo de 
Produção
CONCEITO DE FLUXO CIRCULAR
1 – CONCEITO: 
Modelo econômico que serve para explicar o fluxo de recursos na economia proveniente das relações entre empresas e famílias nos mercados de bens e de fatores de produção.
2 – COMPONENTES
A) MERCADO DE BENS: Naquele no qual adquirimos bens e serviços das empresas. Ex: Supermercados, cantinas, consultórios médicos, shoppings etc. 
B) MERCADO DE FATORES DE PRODUÇÃO: No qual as empresas contratam fatores de produção. Ex: empregados, máquinas, instalações, fábricas, terra, matéria-prima.
C) EMPRESAS: São os intermediários entre os mercados de produção e osmercados de bens e serviços;
C) FAMÍLIAS: São os consumidores de bens e serviços das empresas, bem como são aqueles que fornecem os fatores de produção para o mercado de produção. 
DO LIBERALISMO ECONÔMICO
1 - CONTEXTUALIZAÇÃO
 Na passagem do modo de produção feudal para o sistema capitalista, quando um quantitativo enorme de pessoas foi expropriada da terra e obrigada a vender sua força de trabalho para as fábricas, o processo de produção agora é coletivo e, do operário, não é, mais esperada vontade própria ou aptidão especial, mas apenas destreza e obediência às exigências das máquinas;
 Os incrementos tecnológicos provocaram a especialização do trabalho que, assim dividido, facilitava a introdução de novas inovações, caracterizando um processo cumulativo e irreversível em termos do aumento da produtividade, de concentração da produção e da acumulação;
2 – CONTEXTUALIZAÇÃO POLÍTICA
 No século XVIII, ocorreu um acontecimento histórico de extrema importância para o mundo ocidental, que foi a revolução francesa;
Nesse contexto, a burguesia capitalista se organizou politicamente mobilizando o povo, para derrubar o regime político do absolutismo monárquico;
No absolutismo monárquico, a figura do rei se confluía na figura do Estado, que interferia em todos os aspectos da sociedade civil, sobretudo na economia;
 Vale ressaltar, que a burguesia, financiou o movimento “iluminista”, que dentre os seus ideais políticos, pregava o afastamento do Estado das questões atinentes à Sociedade Civil;
 Essa concepção de separação do Estado da Sociedade Civil, era denominada de “Liberalismo Político”. Destaca-se nesse contexto a obra de John Locke, qual seja, “Sobre o Segundo Tratado do Governo”; 
3 - LIBERALISMO ECONÔMICO:
O liberalismo Econômico é um desdobramento da doutrina do liberalismo político;
 Doutrina Política e Econômica que vigorou no Século XVIII, tendo como principal teórico Adam Smith, tendo como influência o individualismo filosófico e político da revolução francesa; 
Tal doutrina pregava o Estado em sua versão mínima , e tinha como traço característico dispensar, tanto quanto possível, a presença do Estado na vida do homem, em prol das liberdades públicas; 
Adam Smith concebe as bases do liberalismo econômico em sua obra intitulada “A Riqueza das Nações”; 
3 – PILARES ELEMENTARES DO LIBERALISMO ECONÔMICO
Propriedade Privada;
Liberdade Pessoal;
Iniciativa Individual;
Empresa Privada;
Interferência Mínima do Governo;
Pois bem, com base nos pilares ora citados, esse liberalismo clássico irá defender a interferência mínima do Estado na Economia, o comportamento econômico individual baseado no autointeresse e buscará leis explicativas dos fatos econômicos;
Diferentemente da fisiocracia, o liberalismo entende que não é apenas a agricultura que cria riqueza, ao passo que a origem desta se encontra em todos os ramos da atividade econômica;
Para Smith, a riqueza é dada pela relação entre a produção anual de um país, que será consumida por um determinado número de pessoas;
Assim, a riqueza é dada pela relação entre a produção anual e a população;
DA TEORIA DA DIVISÃO DO TRABALHO DE ADAM SMITH
Adam Smith exemplifica sua teoria no processo de produção de um alfinete:
“Um operário desenrola o arame, outro o endireita, um terceiro o corta, um quarto faz as pontas, um quinto o afia nas pontas para a colocação da cabeça do alfinete; para fazer uma cabeça de alfinete requerem-se três ou quatro operações diferentes; montar a cabeça já é uma atividade diferente, e alvejar os alfinetes é outra; a própria embalagem dos alfinetes também constitui uma atividade independente. Assim, a importante atividade de fabricar um alfinete está dividida em aproximadamente 18 operações distintas, as quais, em algumas manufaturas, são executadas por pessoas diferentes, ao passo que, em outras, o mesmo operário às vezes executa duas ou três delas. [...] Se, porém, tivessem trabalhado independentemente um do outro, e sem que nenhum deles tivesse sido treinado para esse ramo de atividade, certamente cada um deles não teria conseguido fabricar 20 alfinetes por dia, e talvez nem mesmo 1 (SMITH, 1996, p. 66)”. 
Smith afirma que “a divisão do trabalho, reduzindo a atividade de cada pessoa a alguma operação simples e fazendo dela o único emprego de sua vida, necessariamente aumenta muito a destreza do operário.”   
Além disso, os trabalhadores não perderiam tempo passando de uma atividade a outra – sua cabeça estaria voltada unicamente para aquela simples atividade a ele atribuída. Movimento que, inclusive, aumenta as chances de o operário realizar mais rapidamente a tarefa, além de pensar em possíveis soluções como a invenção e o aprimoramento de máquinas, que facilitariam seu trabalho.
Na visão de Adam Smith, a divisão do trabalho – em todas as áreas da produção, leva a riqueza universal às camadas mais baixas da população. 
Todavia, deve ser levada em consideração a extensão da divisão do trabalho, que nunca irá ultrapassar o poder de troca – pois, efetivamente, a produção não deve ser maior do que a demanda – ou não haverá estímulo a produzir, já que será impossível permutar toda a produção. Justamente por isso a extensão do mercado deve ser proporcional à riqueza e a reduzida densidade demográfica da região. Logo, o sentido é que o mercado do mundo todo seja aberto à produção.
DA TEORIA DA AUTORREGULAÇÃO – “MÃO INVISÍVEL”
Para Smith, o sistema econômico tende ao equilíbrio natural;
Ou seja, ao buscar seu próprio interesse, cada agente tem também que considerar o interesse do outro: um bom exemplo é o de um comerciante que diminui o preço de sua mercadoria se os clientes optam por outro comerciante que venda mais barato;
A busca pelo progresso individual, motivada pelo autointeresse, que resulta no crescimento das cidades, no aumento da eficiência econômica e no acúmulo da riqueza material; 
Segundo Heilbroner e Milberg (2008, p. 75),
“Smith mostrou que o sistema de mercado é um processo autorregulador. A bela consequência de um mercado competitivo é que ele é seu próprio guardião. Se preços ou lucros saírem de seus níveis “naturais”, determinados pelos custos, haverá forças que os reconduzirão à linha. Surge, então, um paradoxo curioso. O mercado competitivo, que tem em seu ápice a liberdade econômica individual, é ao mesmo tempo o mais rígido supervisor econômico”.
OUTROS PENSADORES CLÁSSICOS DA ECONOMIA
1 – THOMAS MALTHUS:
Para ele, é visível que, como consequência dos desenvolvimentos da revolução industrial, a acumulação do capital e da renda terra se faz a partir do arrocho do salário dos trabalhadores;
Outro pensamento importante deste pensador é que o aumento da população cresce a taxas geométricas, enquanto a produção de alimentos cresce a uma taxa aritmética, e que em pouco tempo haveria milhões de esfomeados no mundo;
2 – DAVID RICARDO: PRINCIPAIS TEORIAS
Teoria do Valor - Trabalho: o valor económico de uma mercadoria (ou, mais exactamente, de uma mercadoria "reproduzível" - grande parte dos teóricos do valor trabalho deixam de lado mercadorias não reproduzíveis, como obras de arte, etc.) é determinado pela quantidade de trabalho que, em média, é necessário para a produzir, incluindo aí todo o trabalho anterior (para produzir suas as matérias primas, máquinas, etc.). 
Teoria da Distribuição: a aplicação conjunta de trabalho, maquinaria e capital no processo produtivo gera um produto, o qual se divide entre as três classes da sociedade: proprietários de terra (sob a forma de renda da terra), trabalhadores assalariados (sob a forma de salários) e os arrendatários capitalistas (sob a forma de lucros do capital).
C) Vantagens Comparativas: constitui a base essencial da teoria do comércio internacional. Demonstrou que duas nações podem beneficiar-se do comércio livre, mesmo que uma nação seja menos eficiente na produção de todos ostipos de bens do que o seu parceiro comercial. 
Pois, Ricardo defendia que nem a quantidade de dinheiro em um país nem o valor monetário desse dinheiro era o maior determinante para a riqueza de uma nação. 
Segundo o autor, uma nação é rica em razão da abundância de mercadorias que contribuam para a comodidade e o bem-estar de seus habitantes. Ao apresentar esta teoria, usou o comércio entre Portugal e Inglaterra como exemplo demonstrativo. 
CONSEQUÊNCIAS DA POLÍTICA DO LIBERALISMO ECONÔMICO 
PROBLEMAS TRAZIDOS PELO LIBERALISMO:
 Desequilíbrios contínuos gerados pela livre concorrência, ao invés do equilíbrio automático da oferta e da procura;
 Inexistência da garantia da justa renda, do preço justo, do justo lucro, do justo salário, diante da concentração de capitais e do capitalismo de grupos;
 O sistema capitalista aproveitava-se das facilidades que lhes eram dadas pelo regime de iniciativa privada, sem o devido controle por via de qualquer regulamentação, os fortes oprimiam os fracos; 
 A classe trabalhadora sufocada e oprimida pelos graves problemas sociais, foi buscar proteção do Estado, mobilizando-se para reivindicar condições de vida dignas;
 O Estado de Bem-Estar Social, caracteriza-se então pela intervenção do Estado na sociedade e na economia para efetivação de políticas sociais, com vistas à realização da justiça social; 
 Esse estado teve influência precípua das ideias socialistas, que pregava a noção de solidariedade social, que tinha como premissa básica a responsabilidade de todos pelas carências ou necessidades de qualquer indivíduo ou grupo social; 
A FALÊNCIA DO MODELO LIBERAL ENSEJOU A CONCEPÇÃO DO WELFARE STATE 
1 – PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL – 1914 – 1918;
2 – CRISE DA BOLSA DE VALORES NOVA YORK EM 1929:
As empresas industriais desempregavam pessoas e aumentavam as quantidades de produtos produzidos. Não havia quem comprasse, não havia como gerar receitas. Dessa forma, não havia como devolver o capital anteriormente investido pela população no mercado de ações.
Então, se produzia muito e não havia pessoas para consumir face às altas taxas de desemprego. Ou seja, se não havia consumo, não havia geração de renda, de lucro
CONTEXTUALIZAÇÃO DO SURGIMENTO DO WELFARE STATE E DO KEYNESIANISMO
As empresas então foram obrigadas a rebaixar as suas próprias margens de lucros vendendo produtos a preços baixos para escoar a produção;
A redução dos lucros das empresas gerou endividamento e falência destas, por não honrarem com o pagamento de dinheiro capitado nos bancos e nas bolsas de valores que foram tomados para investimentos; 
Para piorar a situação, o monopólio, estrutura na qual operava a maior parte do mercado, tinha como característica a imposição de obstáculos à entrada de novas empresas;
A sociedade industrializava-se cada vez mais, era esperado que os salários dos trabalhadores da indústria fossem maiores em comparação aos dos trabalhadores agrícolas. 
 As sociedades estavam mais concentradas nos centros urbanos do que nos rurais, o consumo de produtos industrializados era maior do que o dos produtos agrícolas, gerando superprodução dos produtos agrícolas e diminuindo os lucros dos empresários desse setor.
CRISE NO SETOR AGRÍCOLA
O setor de serviços dava suporte e assistência às indústrias;
Para que as empresas do setor de prestação de serviços pudessem operar, eram necessários trabalhadores que, de forma muito provável, deveriam ser “roubados” do setor da indústria;
Como esses trabalhadores somente mudariam de emprego se a relaçãode salário fosse melhor, ou seja, se o setor de serviços pagasse salários maiores, percebia-se que os lucros nesse setor eram baixos se considerados os pagamentos de salários elevados, comparativamente aos salários industriais;
Lucros baixos remetiam à baixa remuneração do investimento em ações na bolsa de valores.
CRISE NO SETOR DE SERVIÇOS
Diante de todo esse cenário, constatou-se que o modelo econômico clássico tinha inúmeras falhas, de modo que a ausência total de regulamentação do mercado pelo Estado, gera desequilíbrios entre a produção, renda, consumo e geração de empregos, pois o mercado por si só não consegue gerar estabilidade;
E foi justamente nesse contexto que em 1933, Roosevelt assumiu a presidência dos Estados Unidos, e implementou medidas para aplacar a crise econômica a qual os E.U.A estava mergulhada;
KEYNESIANISMO
Para tanto, elaborou um plano de governo que ficou conhecido como “New Deal”, baseado nas ideias do economista britânico John Keynes;
A Teoria econômica de Keynes portanto, pregava a intervenção do Estado na Economia, com vistas a aplacar as distorções provocadas pelo mercado; 
De forma resumida, o New Deal procurou consertar o desequilíbrio na economia por meio de algumas estratégias:
• Criação de um grandioso e ambicioso programa de obras públicas a serem executadas por órgãos públicos e empresas estatais: estradas, escolas, hospitais, aeroportos e toda uma infinidade de obras de infraestrutura;
• Criação da Previdência Social e elaboração de leis sociais para a proteção dos trabalhadores e desempregados;
• Criação do salário mínimo;
• Diminuição da jornada de trabalho e manutenção dos salários;
• Compra de estoques de cereais e sua posterior queima, para manter a remuneração dos setores da economia envolvidos com o setor primário;
• Arbitragem dos conflitos entre empresários, forçando-os a concretizar acordos sobre os níveis de produção e preços;
• Renegociação e perdão das dívidas dos pequenos proprietários;
Concessão de crédito aos fazendeiros.
Acompanhe o raciocínio: para que o governo possa construir uma escola, ou um hospital, por exemplo, precisa inicialmente de um espaço geográfico, um local físico. 
Terá, então, que adquirir uma fábrica fechada em função da crise anterior; ao comprar o imóvel, o governo está, portanto, repassando renda a uma família que pode voltar ao mercado de consumo. 
Agora, é necessário construir a escola ou o hospital: o governo terá que adquirir, no mercado de construção civil, todos os materiais necessários à construção; 
Também terá que contratar pessoas que trabalharão nas obras. 
Cada um desses profissionais receberá um salário como forma de remuneração de sua atividade, podendo então voltar ao mercado de consumo de mercadorias.
Por outro lado, os empresários, incentivados também pelo governo com subsídios à produção, retomam o interesse na continuidade de seus negócios, percebendo agora que a sociedade também retorna ao mercado de consumo.
 Assim, empresas voltam a empregar outras pessoas e a produzir. O círculo do incentivo se fecha.
SISTEMAS ECONÔMICOS
LIVRE INICIATIVA
1 – LIVRE INICIATIVA:
Nenhum agente econômico – empresas como produtoras ou vendedoras
de mercadorias ou famílias como fornecedoras de fatores de produção e consumidores de mercadorias –, preocupa-se em desempenhar o papel de gerenciar o bom funcionamento do sistema de preços.
Ocupa-se, isso sim, em resolver, isoladamente, seus próprios negócios e sobreviver apenas no ambiente concorrencial imposto pelos mercados, tanto na venda e compra de produtos finais como na dos fatores de produção.
Há uma espécie de mão invisível agindo sobre os mercados, operando como um coordenador das atividades econômicas e sociais.
A livre iniciativa ajuda a responder ao problema econômico fundamental: o que e quanto produzir? Como produzir? Para quem produzir?
1 – O Que e Quanto Produzir: 
O que e quanto produzir é decidido pela procura dos consumidores no mercado, ou seja, são os consumidores quem dão sinais de mercado às empresas do que elas precisam produzir. Assim, o agente principal nesse processo é o consumidor, pois sua atuação determinará quais produtos serão produzidos.
2 – Como Produzir:
Já a questão de como produzir é determinada pela concorrência entre os produtores e pelo emprego do método de fabricação mais eficiente ou mais barato, em que o produtor mais eficiente derrotaráo produtor mais ineficiente.
3 – Para quem Produzir :
Por fim, a questão para quem produzir será respondida pela oferta e demanda no mercado de fatores de produção, ou seja, pelo montante de renda individual.
2 – Qual o papel do Estado nesse modelo?
O papel do Estado nesse modelo surge apenas para regulamentar essas atividades e não para intervir diretamente.
3 – ELEMENTOS DO MODELO DE LIVRE INICIATIVA
CAPITAL;
PROPRIEDADE PRIVADA DO MEIOS DE PRODUÇÃO;
DIVISÃO DO TRABALHO POR MEIO DA ESPECIALIZAÇÃO DO TRABALHO E DA MECANIZAÇÃO DA PRODUÇÃO;
EXISTÊNCIA DE MOEDA;
4 – FILOSOFIA DESSE SISTEMA
Nessa sociedade, o agente busca individualmente solucionar o seu problema econômico por meio das trocas. Para isso, ele racionalmente dá em troca à sociedade – no mercado – o que detém, recebendo em troca – também no mercado – o que necessita e não detém. Ou seja, nessa sociedade, para Smith (1983, p. 50):
[...] não é da benevolência do açougueiro, do cervejeiro ou do padeiro que esperamos nosso jantar, mas da consideração que eles têm pelo seu próprio interesse. Dirigimo-nos não à sua humanidade, mas à sua autoestima, e nunca lhes falamos das nossas próprias necessidades, mas das vantagens que advirão para eles.
ECONOMIA PLANIFICADA
É O TIPO DE SISTEMA ADOTADO EM ECONOMIAS FECHADAS E GERALMENTE DITATORIAIS;
TÍPICO DE PAÍSES DE ORIENTAÇÃO SOCIALISTA OU COMUNISTAS;
TODAS AS FORÇAS PRODUTIVAS SÃO MONOPOLIZADAS PELO ESTADO;
Quem responde ou decide o problema econômico fundamental –, o que será produzido e quanto, como será produzido e para quem será produzido – é um órgão planejador central
O princípio que norteia essas decisões é o socialista, que prevê que cada um deve contribuir/consumir de acordo com sua capacidade e seu trabalho.
ECONOMIA SOCIAL DE MERCADO
1 – CONCEITO:
Alfred Müller-Armack descreveu a Economia Social de Mercado (ESM) como a “combinação do princípio da liberdade de mercado com o princípio da equidade social”. O objetivo do conceito, por conseguinte, é unir as maiores vantagens de um mercado livre, como por exemplo a produtividade alta ou a livre iniciativa individual, com um forte componente social.
É um sistema oriundo do Welfare State (Estado de Bem Estar Social);
É o sistema econômico adotado pelo Brasil; 
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
I - a soberania;
II - a cidadania;
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V - o pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:
I - soberania nacional;
II - propriedade privada;
III - função social da propriedade;
IV - livre concorrência;
V - defesa do consumidor;
VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação; 
VII - redução das desigualdades regionais e sociais;
VIII - busca do pleno emprego;
IX - tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no País. 
Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica, independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei.
A Constituição Federal de 1988, adotou a ideologia da economia social de mercado, e por isso o direito de propriedade deixou de ser um direito subjetivo do proprietário para se transformar na função social do detentor da riqueza (Duguit).
DIREITO DE PROPRIEDADE
CONCEITO DE FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE
Celso de Mello:
“O direito de propriedade não se reveste de caráter absoluto, eis que sobre ele, pesa grave hipoteca social, a significar que, descumprida a função social que lhe é inerente, legitimar-se-á a intervenção estatal na esfera do domínio privado”.
Art. 5° Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
 
XXII – é garantido o direito de propriedade;
XXIII – a propriedade atenderá a sua função social;
EXEMPLOS DE INTERVENÇÃO ESTATAL PARA EFETIVAR A FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE PRIVADA
1 – PROPRIEDADE RURAL: O Art. 186 da Constituição Federal, diz que a propriedade rural atende a sua função social quando atende simultaneamente os seguintes requisitos:
I - aproveitamento racional e adequado;
II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente;
III - observância das disposições que regulam as relações de trabalho;
IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.
Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei.
Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem- estar de seus habitantes.
 
§ 4º - É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:
 
III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais.
2 – USUCAPIÃO DE IMÓVEL RURAL: Art. 191 da Constituição Federal:
“Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como seu, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra, em zona rural, não superior a cinqüenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade”.
3 – USUCAPIÃO DE IMÓVEL URBANO: Art. 183 da Constituição Federal: 
“Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e cinqüenta metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural”.
9 – COMPETÊNCIA TÉCNICA E MERITOCRACIA
A escolha das pessoas para ocupar determinados cargos é baseada no mérito e na competência técnica e não em preferências pessoais;
A seleção, a admissão, a transferência e a promoção dos funcionários são baseadas em critérios de avaliação e classificação válidos para toda a organização e não em critérios particulares e arbitrários; 
10 – ESPECIALIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO
A burocracia se baseia na separação entre a propriedade e a administração;
Os membros do corpo administrativo estão separados da propriedade dos meios de produção;
O dirigente não é necessariamente o dono do negócio ou grande acionista da organização, mas um profissional especializado na sua administração; 
11 – CONSEQUÊNCIAS PREVISTAS DA BUROCRACIA
Previsibilidade do comportamento humanos;
Padronização dodesempenho dos participantes;
 
12 – OBJETIVO
 Máxima eficiência da Organização
TEORIA CLÁSSICA
1 – Iniciou-se na França em 1916 e teve como fundador o francês Henri Fayol (1841-1925);
2 – A concepção da Teoria Clássica da Administração de Fayol originou-se concomitantemente com a Teoria Científica de Taylor (EUA); 
ANTECEDENTES HISTÓRICOS
1 – TEORIA CIENTÍFICA: Busca da Eficiência pela ênfase na tarefa realizada pelo operário - Taylor;
2 – TEORIA BUROCRÁTICA: Busca pela Eficiência pela Divisão do Trabalho, Normatização de Procedimentos e Meritocracia - Weber;
3 – TEORIA CLÁSSICA: Busca pela eficiência com ênfase na Estrutura da Organização - Fayol; 
ESTUDO COMPARATIVO
A Teoria Clássica da Administração parte do todo organizacional e da sua estrutura para garantir eficiência a todas as partes envolvidas, fossem elas órgãos (seções, departamentos etc) ou pessoas (ocupantes de cargos e executores de tarefas);
Parte da Abordagem global e universal da empresa, inaugurando uma abordagem anatômica e estrutural que rapidamente suplantou a abordagem analítica e concreta de Taylor; 
CONCEPÇÃO
 Estrutura Organizacional;
 Visão do Homem Econômico;
 Busca da Máxima Eficiência.
PILARES BÁSICOS DA TEORIA DE FAYOL
FUNÇÕES ADMINISTRATIVAS (FAYOL)
Fayol define o ato de administrar como: “prever”, “organizar”, “comandar”, “coordenar” e “controlar”
— Prever: visualizar o futuro e traçar um programa de ação;
— Organizar: constituir o organismo material e social da empresa;
— Comandar: dirigir e orientar o pessoal;
— Coordenar: unir e harmonizar todos os atos e esforços coletivos;
— Controlar: verificar para que tudo ocorra conforme as regras estabelecidas e as ordens dadas.
PRINCÍPIOS GERAIS DA ADMINISTRAÇÃO PARA FAYOL 
1 - Divisão do trabalho – especialização dos funcionários, o que favorece a eficiência produção.
2 - Unidade de Comando – um funcionário deve receber ordens de apenas um chefe, o que evita contraordens.
3 - Disciplina – regras de conduta e de trabalho válidas pra todos os funcionários. Ausência de disciplina gera uma atmosfera de caos na organização.
4 - Prevalência dos Interesses Gerais – os interesses gerais da organização devem prevalecer sobre os interesses individuais.
5 - Remuneração – deve ser suficiente para garantir a satisfação dos funcionários e da própria organização.
6 - Ordem – deve ser mantida em toda a organização, preservando um lugar pra cada coisa e cada coisa em seu próprio lugar.
7 - Espírito de equipe – o trabalho deve ser conjunto, facilitado pela comunicação dentro da equipe. Os integrantes de um mesmo grupo precisam ter consciência de classe para que defendam seus propósitos.
GESTÃO PÚBLICA E GESTÃO PRIVADA
PAPEL DO GESTOR - FAYOL
Desenvolve os planos estratégicos e operacionais que julga mais eficazes para atingir os objetivos da organização;
Concebe as estruturas e estabelece as regras, as políticas e os procedimentos mais adequados aos planos desenvolvidos;
Implementa e coordena a execução dos planos por meio de determinado tipo de comando e de controle;
DEFINIÇÕES DE GESTÃO PÚBLICA
Hely Lopes Meirelles (Direito Administrativo Brasileiro, Ed. Malheiros):
1 – OBJETIVO: Instrumentos de Governo funcionalizados para atendimento dos interesses da coletividade;
2 – SUBJETIVO: é o conjunto de órgãos a serviço do Estado agindo in concreto para satisfação de seus fins de conservação, de bem-estar individual dos cidadãos e de progresso social”.
 José Afonso da Silva (Curso de Direito Constitucional Positivo, Ed. Malheiros):
“Administração Pública é o conjunto de meios institucionais, materiais, financeiros e humanos preordenados à execução das decisões políticas. 
Essa é uma noção simples de Administração Pública que destaca, em primeiro lugar, que é subordinada ao Poder Político e à política de governo estabelecida por um determinado grupo; 
Em segundo lugar, que é meio e, portanto, algo que se serve para atingir fins definidos;
Em terceiro lugar, denota seus aspectos: um conjunto de órgãos a serviço do Poder Político e as operações, atividades administrativas”.
PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência ...
1 – LEGALIDADE:
“Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei” (art. 5º, II da CF).
O Princípio da legalidade aparece simultaneamente como um limite e como uma garantia, pois ao mesmo tempo que é um limite a atuação do Poder Público, visto que este só poderá atuar com base na lei, também é uma garantia a nós administrados, visto que só deveremos cumprir as exigências do Estado se estiverem previstas na lei. Se as exigências não estiverem de acordo com a lei serão inválidas e, portanto, estarão sujeitas a um controle do Poder Judiciário.
 
Segundo o princípio da legalidade, o administrador não pode fazer o que bem entender na busca do interesse público, ou seja, tem que agir segundo a lei, só podendo fazer aquilo que a lei expressamente autoriza e no silêncio da lei esta proibido de agir. Já o administrado pode fazer tudo aquilo que a lei não proíbe e o que silencia a respeito. Portanto, tem uma maior liberdade do que o administrador. 
 
Assim, se diz que no campo do direito público a atividade administrativa deve estar baseada numa relação de subordinação com a lei (“Administrar é a aplicar a lei de ofício”, “É aplicar a lei sempre”) e no campo do direito privado a atividade desenvolvida pelos particulares deve estar baseada na não contradição com a lei.
 
2 – IMPESSOALIDADE:
Determina que o Gestor Público deve ter sua conduta orientada para o interesse público, em detrimento de interesses particulares, próprios ou de terceiros, sob pena de ser caracterizado pelo desvio de finalidade e, portanto nulo.
Exemplos de Aplicação do Princípio da Impessoalidade: 
A) Impessoalidade para ingressar na Administração Pública: O administrador não pode contratar quem quiser, mas somente quem passar no concurso público, respeitando a ordem de classificação. O concurso pode trazer discriminações, mas não gratuitas, devendo assim estar relacionada à natureza do cargo.
 
B) Impessoalidade na contratação de serviços ou aquisição de bens: O administrador só poderá contratar através de licitação. O edital de licitação pode trazer discriminações, mas não gratuitas. 
 
C) Impessoalidade na liquidação de seus débitos: A Administração tem que respeitar a ordem cronológica de apresentação dos precatórios para evitar privilégios. Se for quebrada a ordem pode gerar seqüestro de verbas públicas, crime de responsabilidade e intervenção federal.
 
D) Publicidade nos meios de comunicação de atos do governo:
“A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo, ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridade ou servidores públicos” (art. 37, §1º da CF).
 
A publicidade dos atos de governo deve ser impessoal em razão dos interesses que o Poder Público representa quando atua. Tal publicidade é uma obrigação imposta ao administrador, não tendo qualquer relação com a com a propaganda eleitoral gratuita.
 
3 – MORALIDADE:
A Moralidade é percebida no comportamento do bom administrador. É a conduta ética do administrador. É o respeito aos ditames éticos da “boa” gestão pública; 
É o agir em conformidade com Lei; 
Hipóteses exemplificativas de imoralidade administrativa:
 
Atos de improbidade administrativa que importem em enriquecimento ilícito (art. 9º da Lei 8429/92). Ex: Utilização em obra ou serviço particular, de veículos, materiais ou equipamentos públicos.
 
Atos de improbidade administrativa que importem em prejuízoao erário (art. 10 da Lei 8429/92). Ex: Aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço superior ao do mercado.
 
Atos de improbidade administrativa que atentem contra os princípios da Administração (art. 11 da Lei 8429/92). Ex: Fraude à licitude de concurso público.
 
Na hipótese dos atos de improbidade administrativa que importem em enriquecimento ilícito (art. 12, I da Lei 8429/92):
 
 Perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio
 Ressarcimento integral do dano, quando houver
 Perda da função pública
 Suspensão dos direitos políticos de 8 a 10 anos
 Pagamento de multa de até 3 vezes o valor do acréscimo patrimonial
 Proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de 10 anos
 
Na hipótese dos atos de improbidade administrativa que causem prejuízo ao erário (art. 12, II da Lei 8429/92):
 
 Ressarcimento integral do dano.
 Perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta circunstância.
 Perda da função pública.
 Suspensão dos direitos políticos de 5 a 8 anos.
 Pagamento de multa civil de até 2 vezes o valor do dano.
 Proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de 5 anos. 
Na hipótese dos atos de improbidade administrativa que atentem contra os princípios da Administração Pública (art. 12, III da Lei 8429/92):
 
 Ressarcimento integral do dano, se houver.
 Perda da função pública.
 Suspensão dos direitos políticos de 3 a 5 anos.
 Pagamento de multa civil de até 100 vezes o valor da remuneração percebida pelo agente.
 Proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de 3 ano
4 – PUBLICIDADE:
A Administração tem o dever de manter plena transparência de todos os seus comportamentos, inclusive de oferecer informações que estejam armazenadas em seus bancos de dados, quando sejam solicitadas, em razão dos interesses que ela representa quando atua. 
 
“Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado” (art. 5º, XXXIII da CF). O prazo para que as informações sejam prestadas é de 15 dias (Lei 9051/95).
 
“A lei disciplinará as formas de participação do usuário na Administração direta e indireta, regulando especialmente o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X e XXXIII” (art. 37, §3º, II da CF). 
Também é condição de eficácia dos atos administrativos. Ou seja, para que produzam efeitos, é necessário que sejam levados ao conhecimento do público, através da imprensa oficial; 
 
Exceções ao princípio da publicidade:
Tendo em vista que algumas informações deverão permanecer em sigilo, podemos concluir que o princípio da publicidade não é absoluto.
 
Informações que comprometam o direito a intimidade das pessoas (art. 37, §3º, II da CF): 
“São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação” (art. 5º, X da CF).
5 – EFICIÊNCIA 
Conceito:
A Administração Pública deve buscar um aperfeiçoamento na prestação dos serviços públicos, mantendo ou melhorando a qualidade dos serviços, com economia de despesas.  - Binômio: qualidade nos serviços + racionalidade de gastos.
 
É relevante lembrar que mesmo antes da inclusão deste princípio na Constituição com a emenda constitucional 19/98, a Administração já tinha a obrigação de ser eficiente na prestação de serviços. Ex: Lei 8078/90; Lei 8987/95.
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
1 – Administração Pública Patrimonialista: 
 Apresenta características predominantes do período feudal. Naquele período, o patrimonialismo atendia ao interesse da classe dominante.
 Na forma monárquica de governo, a administração se manifesta na apropriação privada dos bens públicos, tanto no caráter material (usurpação do patrimônio público) como no intangível (o próprio exercício do poder), mediante o qual o governante torna-se um Senhor que tudo pode; 
O Estado seria sua propriedade particular em detrimento dos direitos dos cidadãos os quais, em troca, recebiam benesses ao invés de exigir serviços e benefícios a eles devidos pelo poder público (MAJONE, 1999).
2 – Administração Pública Burocrática: 
 A administração pública burocrática surge como uma protetora da coisa pública em relação às especulações pautadas em interesses particulares.
 É um sistema de frenagem aos excessos da administração pública patrimonialista. 
 Nesse âmbito, o atendimento às necessidades do cidadão fica em segundo plano, pois, nessa forma de administração, a burocracia se constitui como um fim em si mesma (MAJONE, 1999).
2 – Administração Pública Burocrática: 
 A administração pública burocrática surge como uma protetora da coisa pública em relação às especulações pautadas em interesses particulares.
 É um sistema de frenagem aos excessos da administração pública patrimonialista. 
 Nesse âmbito, o atendimento às necessidades do cidadão fica em segundo plano, pois, nessa forma de administração, a burocracia se constitui como um fim em si mesma (MAJONE, 1999).
3 - Administração pública gerencial: 
Surge com olhos na satisfação do cidadão-cliente. 
Redireciona o foco dos processos para o real objetivo de existência da administração, a saber, satisfazer a sociedade em suas vitais necessidades (MAJONE, 1999).
DIFERENCIAÇÃO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E PRIVADA

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