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Processo penal - Esquemas

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INQUÉRITO POLICIAL
Bibliografia:
Processo penal: Rogério Sanches, Ed: Juspodivm.
Curso de direito processual penal, Ed: Juspodivm: Nestor Távora.
1 – Considerações iniciais;
	Todo o edital vai se prestar ao estudo da persecução penal, sendo que esta é a perseguição do crime. A perseguição do crime se divide em:
	PRIMEIRO MOMENTO - Inquérito policial;
	SEGUNDO MOMENTO - Processo penal.
OBS: Papel da polícia: Art. 144/CF.
Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos:
I - polícia federal;
II - polícia rodoviária federal;
III - polícia ferroviária federal;
IV - polícias civis;
V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.
Polícia administrativa ou polícia ostensiva: Busca prevenir a prática de crimes.
	- Polícia militar, polícia rodoviária federal/estadual, polícia ferroviária federal/estadual e a polícia marítima. 
Polícia judiciária: Estadual ( civil
	 Federal ( federal
Polícia civil: Estadual/ Federal ( As duas tem por objetivo auxiliar o poder judiciário. E, também têm a função de produzir o inquérito policial.
Art. 144, § 4º - às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem, ressalvada a competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as militares.
A polícia civil passou a ser presidida por delegados de carreira, isso a partir de 1988, sendo que este delegado deve obrigatoriamente ser também bacharel em direito.
	A polícia civil tem a função de elaborar os inquéritos policiais, com o objetivo de apurar crimes.	
2 – Conceito e finalidade do Inquérito Policial;
	 
Inquérito policial: Notitia criminis ( É quando qualquer do povo noticia um crime às autoridades. 
INQUÉRITO POLICIAL
É um procedimento administrativo preliminar presidido pela autoridade policial, que tem por objetivo apurar a autoria e a materialidade (existência) da infração, e que tem por finalidade contribuir na formação da opinião delitiva da autoridade competente (promotor), titular da ação penal. 
A opinião delitiva nada mais é do que o convencimento do titular da ação.
Portanto, deve-se lembrar que o inquérito é uma ferramenta de filtro, ajudando no convencimento do titular da ação, quanto ao início ou não do processo. 
TITULAR DA AÇÃO PENAL: Ministério público.
3 - Natureza jurídica: O que é este instituto? 
É o procedimento de natureza administrativa, que será regido pelo direito administrativo. O objetivo do processo penal é descobrir a persecução penal.
CARACTERÍSTIVA
1) Procedimento inquisitivo 
Não há contraditório e amplo defesa dentro inquérito policial, porque é apenas uma fase investigatória, sendo um mero procedimento administrativo. No inquérito policial não há contraditório e ampla defesa pois não existe lide (litígio), não existem partes. 
	- Autoridade investigativa: delegado
	- Suspeito: indiciado
	O inquérito é administrado com concentração de poder em autoridade única (delegado). 
2) Procedimento discricionário 
No inquérito policial há uma margem de conveniência e de oportunidade, ou seja, há uma liberdade conferida pela lei. Não há um rol dizendo que o delegado deve seguir à risca, somente o art. 6º e 7º/CPP que o delegado pode seguir.
O IP é discricionário porque o delegado irá conduzir as investigações da forma que ele entende mais eficiente, da forma que ele entender mais conveniente. 
   Art. 6o Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá:
I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais; (Redação dada pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994) (Vide Lei nº 5.970, de 1973)
II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos criminais; (Redação dada pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994)
III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias;
IV - ouvir o ofendido;
V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo III do Título Vll, deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por duas testemunhas que Ihe tenham ouvido a leitura;
VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações;
VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras perícias;
VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes;
IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e social, sua condição econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer outros elementos que contribuírem para a apreciação do seu temperamento e caráter.
Art. 7o Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de determinado modo, a autoridade policial poderá proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a ordem pública.
OBS.: O delegado tem margem de conveniência e oportunidade, ele conduzirá as investigações da forma que achar necessário.
 O delegado pode negar qualquer diligência requerida (pedido) pela vítima ou acusado, exceto o exame de corpo de delito (perícia).
 Se o juiz ou promotor requisitar (ordem) alguma diligência ao delegado, este estará obrigado a cumpri-la, porém não há hierarquia entre essas autoridades, o delegado só está obrigado a cumprir porque a lei assim determina. Se esta requisição feita pelo juiz ou pelo promotor não for cumprida pelo delegado, ele pode responder por prevaricação (art. 319/CP). 
Art. 6 e 7/ CPP ( O delegado está obrigado a cumprir, sendo rol taxativo, porém não necessita ser nesta mesma ordem, pois o delegado tem margem de conveniência. 
O art. 7/ CPP é um procedimento administrativo e sigiloso, cabendo ao delegado velar por esse sigilo, não se aplicando o princípio da publicidade. A idéia do sigilo é para acarretar uma maior efetividade nas investigações.
3) Sigiloso
Serve para preservar a imagem das pessoas que estão sendo investigadas, pessoas estas que são presumivelmente inocente. Assim, cabe ao delegado velar pelo sigilo colocado no inquérito policial, porém, deve-se observar que o inquérito policial nasce sigiloso, não sendo necessário dizer que esse procedimento é sigiloso.
Sigilo externo: é aquele aplicado aos terceiros desinteressados (imprensa).
Sigilo interno: é aquele aplicado aos interessados. Esse sigilo interno é frágil, pois não atinge o acesso aos autos, sendo plenamente possível aos interessados (juízes, promotores, advogado dos suspeito).
Súmula Vinculante 14 
É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.
OBS.: Combate ao arbítrio (mandado de segurança).
Pessoas não submetidas ao sigilo
Exceto para: - o membro do MP;
	 - o juiz;
	 - o advogado do suspeito ( (advogado tem o direito de consultar os autos do inquérito policial: está previsto no estatuto da OAB, porém o advogado não tem o direito de ver o teor das interceptações telefônicas feitas antes delas serem transcritas no inquérito policial). 
Quando o delegado, arbitrariamente, impede o advogado de consultar os autos cabíveis, o advogado pode impetrar mandado de segurança (direito líquido e certo).
	De acordo com o art. 201, parágrafo 6º, do CPP, pode o juiz de oficio ou por provocação decretar o segredo de justiça protegendo a vítima, para que informações, não sejam com a imprensa.
        Art. 201, § 6o  O juiz tomará as providências necessárias à preservação da intimidade, vida privada,honra e imagem do ofendido, podendo, inclusive, determinar o segredo de justiça em relação aos dados, depoimentos e outras informações constantes dos autos a seu respeito para evitar sua exposição aos meios de comunicação. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
4) Procedimento escrito
	Os atos produzidos oralmente serão reproduzidos a termo, sendo que o que prevalece são os autos documentais.
Reforma do Código 
	- procedimento do inquérito policial novo.
	Áudio visual: os atos do inquérito policial podem ser documentados de outras maneiras, sendo por áudio visual. Portanto, havendo estrutura tecnológica, o delegado poderá documentar o inquérito, com a captação de som e imagem além da estenotipia (resumo de palavras por símbolos). 
5) Procedimento indisponível
	O delegado de polícia em nenhuma hipótese pode arquivar o inquérito policial, sendo que ele deve ser remetido ao juiz, o qual o juiz é que deverá arquivar o inquérito policial a requerimento do ministério público.
Portanto, todo inquérito iniciado deve ser concluído e remetido à autoridade competente.
OBS.: Filtro: É possível que o delegado denegue a instauração do inquérito se o fato visivelmente não ocorreu ou é atípico.
6) Procedimento dispensável
	O IP não é obrigatório para que o processo penal se inicie, porque o promotor não necessita dele para oferecer denúncia, quando houver uma prova que indique a materialidade e autoria do fato, que não seja o inquérito. Assim, o processo pode ser deflagrado sem a prévia realização do inquérito policial.
INQUÉRITOS NÃO-POLICIAIS
São aqueles realizados por outros órgãos distintos da polícia civil.
	CPI ( Inquérito parlamentar (procedimento investigatório), que será remetido para o órgão do MP ao final das investigações. A CPI apura fato certo e por prazo determinado.
	
	MILITARES ( Realizado por um oficial de carreira militar, sendo feito para apurar crimes militares. A polícia civil não apura crime militar.
OBS.: As polícias civil ou federal não estão autorizadas a presidir a investigação daqueles que tem foro por prerrogativa de função, como é caso de um deputado federal. As autoridades que gozam de foro privilegiado terão o inquérito presidido pelo ministro ou pelo desembargador do tribunal em que elas gozam do foro privilegiado.
Crimes praticados por membros do MP
	A presidência da investigação caberá ao procurador geral. Caso seja um membro do MP quem irá presidir será o procurador geral.
Crime praticado por juiz
	A investigação será presidida pelo presidente do respectivo tribunal.
MINISTÉRIO PÚBLICO
	O STF, em recente decisão, concluiu que o MP pode investigar por meio de inquérito que conviverá harmonicamente com o inquérito policial. Além disso, o promotor que investiga não é suspeito, nem está impedido para atuar na fase processual.
	As investigações criminais por parte do MP são uma decorrência implícita da constituição federal (art. 129, VI e VIII/CF). O STF se valeu da teoria dos poderes implícitos, pois se a constituição confere ao promotor o poder de processar (art. 129, I/CF) implicitamente, também lhe confere o poder de investigar. 
Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:
VI - expedir notificações nos procedimentos administrativos de sua competência, requisitando informações e documentos para instruí-los, na forma da lei complementar respectiva;
VIII - requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito policial, indicados os fundamentos jurídicos de suas manifestações processuais;
( STJ e doutrina (amplamente majoritária): dizem que o MP pode realizar investigação. 
Súmula 234/STJ.
Inquérito ministerial
	Segundo o supremo, em recente decisão, o MP possui legitimidade para presidir investigação criminal que conviverá harmonicamente com o inquérito policial, além disso, o promotor que investiga não é suspeito, nem está impedido de atuar na fase processual.
Súmula: 234
A participação de membro do Ministério Público na fase
investigatória criminal não acarreta o seu impedimento ou suspeição
para o oferecimento da denúncia.
ARQUIVAMENTO DO IP
O IP somente pode ser arquivado por determinação judicial a requerimento do MP, quando não houver causa. Se o juiz não concordar, deve enviar a peça ao procurador geral que pode oferecer denúncia, designar outro órgão do MP que estará obrigado a oferecer denúncia, ou ainda insistir no arquivamento (art. 28/CPP). O pedido de arquivamento realizado pelo titular da aça penal privada é causa de extinção da punibilidade. Somente pode ser reaberto o procedimento arquivado por falta de provas se caso surgirem novas provas. Sendo que contra o arquivamento do IP cabe correição parcial. Verificando esses apontamentos pode-se dizer que o IP é um procedimento indispensável. 
Se o delegado perceber que o fato é atípico, ele não deverá instaurar o IP, porém, se o IP for instaurado e depois o delegado perceber que o fato era atípico, deverá remeter ao juiz para que este, o juiz, arquive o inquérito. 
NOTITIA CRIMINIS
É a comunicação da ocorrência de uma infração à autoridade que tem atribuição para atuar.
Destinatários:
I – Delegado;
II - MP, sendo que: - oferece denúncia ou requisita que o delegado instaure o IP;
III - Juiz, sendo que: - requisita que o delegado instaure o IP ou remete a NOTITIA CRIMINIS ao MP. 
MODALIDADES
Classificação da NOTITIA CRIMINIS
Direta ou de cognição imediata: é aquela atribuída às forças armadas, realizada diretamente pela polícia, ou pela imprensa. 
OBS.: NOTITIA CRIMINIS apócrifa ou inqualificada: é aquela decorrente da chamada “denúncia anônima”. A notícia crime apócrifa é uma maneira válida de noticiar um crime. Sendo que não fere dispositivo constitucional que veda o anonimato. 
Indireta ou de cognição mediata: é aquela que conta com a colaboração de terceira pessoa identificada. 
I - Vítima ou seu representante legal ( É feita através de um requerimento (pedido).
Denegação
Forma de combate a um indeferimento do requerimento ( Se o delegado não quiser instaurar o IP, diante do requerimento da vítima, caberá recurso administrativo endereçado ao delegado chefe ou delegado geral (secretário de segurança pública). 
II - O juiz e o promotor requisita (ordena) a instauração do IP, sendo que o delegado estará obrigado a instaurar o IP. E, a vítima ou seu representante legal requere (pedido) a instauração do inquérito, sendo que este requerimento poderá ser negado pelo delegado, o qual se este negar, a vítima poderá entrar com um recurso administrativo ao delegado chefe.
OBS.: Caso o delegado não instaure o inquérito por desobedecer à ordem do juiz ou do promotor, ele poderá responder por prevaricação (art. 319/CP).
DELAÇÃO
Crimes de APPI ( O terceiro desinteressado presta uma delação (delatio criminis), e esse terceiro só pode prestar essa delação se o crime for de ação penal pública incondicionada. 
REPRESENTAÇÃO OU REQUISIÇÃO
Crimes de APPC ( à representação da vítima ou à requisição do Ministro da Justiça. 
Portanto, para um terceiro levar ao conhecimento da autoridade policial a delação de um crime, o crime deve ser de ação penal pública incondicionada, sendo que se tratar de crime de ação penal pública condicionada necessita desses requisitos de procedibilidade (representação da vítima ou requisição do ministro da justiça).
Notitia criminis com força coercitiva: É aquela extraída da prisão em flagrante. 
Direta: Feita pela polícia, ou seja, prisão em flagrante obrigatória.
 Indireta: Prisão feita por qualquer do povo, prisão em flagrante facultativa. Essas duas modalidades estão previstas no art. 302/CPP.
ATRIBUIÇÃO: É o poder conferido em lei para que a autoridade possa atuar (cabe a qualquer cargo, exceto ao juiz que tem competência). 
OBS.: Competência cabe ao juiz. 
Critério territorial: é aquele que atua na circunscrição do delito.
OBS.: Circunscrição é a delimitação territorial da atuaçãodo delegado. 
Critério material ou da especialidade: são as delegacias especializadas em determinados tipos de infrações.
Critério em razão da pessoa: a atribuição seria definida em razão da figura da vítima (entendimento do professor Luiz Flávio Gomes). 
VALOR PROBATÓRIO
 
Não é possível o juiz tomar sua decisão apenas com base no inquérito policial (art. 155/CPP).
Sendo que o IP tem valor probatório meramente relativo, serve para sustentar uma denúncia (inicial acusatória), pois o IP não é passível de contraditório e ampla defesa, sendo cabível, estes, apenas na fase processual. Por isso, o juiz não pode condenar com base apenas em provas produzidas no inquérito policial, pois neste não há os princípios constitucionais do contraditório e da ampla defesa.
Art. 5, LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
Elementos de migração
	
Elementos migratórios são aqueles extraídos do inquérito policial, e que poderão eventualmente servir de lastro para eventual condenação. 
REFORMA DO CPP
        Art. 155.  O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)
Excepcionalmente, elementos trazidos do IP podem ser validamente transplantados para o processo, tendo o status de prova a ser valorada na sentença. 
I - PROVAS CAUTELARES: São aquelas que necessitam de determinação judicial, como: interceptação telefônica. Elas são motivadas por questões de necessidade e urgência. Sendo que elas poderão ser levadas ao processo e submetidas ao contraditório e à ampla defesa. Essas provas cautelares são passíveis de periculum in mora.
II - PROVAS IRREPETÍVEIS: São provas que foram colhidas na fase do IP e não podem ser repetidas na fase processual, sendo aquela que se não for colhida imediatamente irá desaparecer em razão da incidência do tempo, sendo que dentro do processo será respeitado o contraditório (contraditório diferido, postergado) e a ampla defesa. 
Ex: Perícia nas lesões corporais provocadas na vítima de estupro. 
Essas provas dificilmente poderão ser reproduzidas na fase processual, devendo ser colhidas na fase de inquérito policial.
III - INCIDÊNCIA DE PRODUÇÃO ANTECIPADA DE PROVA: É instaurada perante o juiz, na expectativa de que sejam colhidas imediatamente provas na fase do IP, e nesta fase de produção já irão estar presente as partes. Esses elementos colhidos na fase investigativa se submetem ao contraditório e à ampla defesa.
Ex: testemunha com 95 anos que pode não estar mais presente até o início do processo, pode vir a morrer. 
INDICIAMENTO
É quando há um principal suspeito do delito, sendo esta pessoa indiciada. Portanto, é a comunicação ao indivíduo que ele é o principal suspeito do delito.
OBS.: CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL: Não há mais a figura do curador prevista para o indivíduo entre 18 e 21 anos de idade, esta questão está revogada tacitamente. 
        Art. 15.  Se o indiciado for menor, ser-lhe-á nomeado curador pela autoridade policial.
OBS.: Artigo revogado tacitamente. 
PROCEDIMENTO
INÍCIO DO INQUÉRITO POLICIAL
 
PORTARIA
É a peça escrita que consagra a deflagração do inquérito policial.
Contém: 
O fato que será apurado;
Os envolvidos: suspeito e vítima;
Diligências que serão realizadas;
O delegado determina a instauração do IP. 
EVOLUÇÃO:
DILIGÊNCIAS:
 Artigos 6º e 7º/CPP.
   Art. 6o Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá:
I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais; (Redação dada pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994) (Vide Lei nº 5.970, de 1973)
II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos criminais; (Redação dada pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994)
III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias;
IV - ouvir o ofendido;
V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo III do Título Vll, deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por duas testemunhas que Ihe tenham ouvido a leitura;
VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações;
VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras perícias;
VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes;
IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e social, sua condição econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer outros elementos que contribuírem para a apreciação do seu temperamento e caráter.
Art. 7o Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de determinado modo, a autoridade policial poderá proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a ordem pública.
ENCERRAMENTO:
	RELATÓRIO
A realização do relatório encerra o inquérito policial, que será enviado para o juiz (prestação de contas), remetendo o juiz para o MP, para que o promotor possa oferecer a denúncia ou não. Deve-se lembrar de que o delegado faz o relatório sem prestar opiniões pessoais, somente noticiando os fatos das investigações, portanto, trata-se de peça eminentemente descritiva.
Nada impede que o delegado aponte artigo de lei, e ressalte as pessoas que ele indiciou. 
RELATÓRIO
O relatório é uma peça descritiva, que irá indicar de forma resumida as diligências que foram realizadas e as que não foram realizadas por algum motivo relevante, sendo que o delegado não pode pôr no IP sua opinião, pois é peça descritiva apenas. O relatório é uma verdadeira prestação de contas. Neste caso nada impede que o delegado indique o artigo de lei que descreve aquele determinado crime.
Feito isto, o delegado enviará as peças do IP ao juiz (central de inquérito), ao qual este abrirá vistas ao MP, que irá: denunciar, se houver indícios de autoria e materialidade do crime. Se o promotor entender que não há tais requisitos (indícios de autoria e materialidade do crime) poderá requisitar novas diligências, remetendo ao juiz o inquérito para que este remeta ao delegado para que se realize as novas diligências. Terminadas as diligências feitas pelo delegado, este enviará ao juiz, repassando rapidamente ao promotor. Feito todo este processo o promotor, ainda assim, pode entender que não há indícios de autoria e materialidade do crime pedindo o arquivamento do inquérito ao juiz. Se o juiz concordar arquivará o processo (ato complexo, somatório de forças, “pedido de homologação do MP e arquivamento pelo juiz”), ato este chamado de homologação, porém se o juiz discordar do pedido de arquivamento e entender que há crime, ele deverá remeter peças do Inquérito Policial ao procurador geral, ao qual este poderá pedir o arquivamento, ou designar outro órgão do MP para que denuncie, sendo que este novo promotor designado estará obrigado a denunciar, pois ele atua por delegação como se fosse o próprio procurador geral. E, também o próprio procurador geral poderá pedir o arquivamento, sendo que somente neste caso o juiz estará obrigado a arquivar o IP. 
OBS.: A designação de outro promotor e não aquele que atuava no caso deve-se em respeito ao princípio da independência funcional. 
Está de acordo com o disposto no artigo 28 do código de processo penal.
OBS.: Central de inquérito é órgão do MP que recepciona e distribui os autos do IP que foram remetidos pela autoridade policial. 
Art. 28/CPP – Se o órgão do MP, ao invés de apresentar a denúncia, requerer oarquivamento do IP ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa do IP ou peças de informação ao procurador geral (em caso da polícia estadual: procurador geral de justiça; em caso da polícia federal: câmara de coordenação e revisão do MP federal), e este oferecerá denúncia, designará outro órgão do MP para oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então o juiz estará obrigado a atender. 
OBS.: Importante: na esfera estadual os autos serão remetidos ao procurador geral de justiça, porém na esfera federal os autos do inquérito policial serão remetidos à câmara de coordenação e revisão do Ministério Público Federal (procurador geral da república). 
Promotor que não tem atribuição para atuar
	Cabe ao promotor requerer a remessa dos autos ao órgão competente. Essa remessa será requerida ao juiz, tendo o juiz duas alternativas: 
I - Se o magistrado concordar com o pedido entendendo que o promotor não tem atribuição para atuar, ele vai deferir;
II - Agora, é possível que o magistrado venha a discordar do pedido, fazendo com que invoque o art. 28 do CPP.
OBS.: Cabe ao delegado oficiar ao instituto de identificação e estatística para o controle dos índices de criminalidade (observação puramente burocrática). 
  Art. 23.  Ao fazer a remessa dos autos do inquérito ao juiz competente, a autoridade policial oficiará ao Instituto de Identificação e Estatística, ou repartição congênere, mencionando o juízo a que tiverem sido distribuídos, e os dados relativos à infração penal e à pessoa do indiciado.
OBS.: Central de inquérito: É um órgão do MP que recepciona e distribui entre os promotores os inquéritos remetidos pela polícia.
Portanto, o relatório é uma peça descritiva que vai resumir as diligências realizadas, indicando até mesmo aquelas diligências que não foram feitas por algum motivo relevante. 
PRAZO PARA ENCERRAMENTO DO IP
        Art. 10.  O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela.
Polícia estadual: 
I. Preso: 10 dias ( Improrrogáveis.
II. Solto: 30 dias ( Prorrogáveis: necessita de autorização judicial, pelo tempo e pela quantidade de vezes que o juiz quiser.
Polícia federal: 
I. Preso: 15 dias ( Prorrogáveis por mais 15 dias uma única vez. Necessita de autorização judicial.
II. Solto: 30 dias ( Prorrogáveis por quantas vezes o juiz quiser. 
OBS.: Se o suspeito está preso, o prazo é contado de acordo com o art. 10 do CP, e se ele está solto, o prazo é contado de acordo com o parágrafo 1º do art. 798 do CPP.
Contagem de prazo(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 798.  Todos os prazos correrão em cartório e serão contínuos e peremptórios, não se interrompendo por férias, domingo ou dia feriado.
        § 1o Não se computará no prazo o dia do começo, incluindo-se, porém, o do vencimento.
Legislação Especial
Tráfico de drogas:
	- Preso: 30 dias ( Prorrogáveis uma vez por igual período, autorizado pelo juiz com oitiva do MP.
	- Solto: 90 dias ( Prorrogáveis uma vez por igual período, autorizado pelo juiz com oitiva do MP.
	Portanto, na lei de drogas (11.343/06) os prazos são duplicados.
OBS.: Se o prazo acabar em final de semana ou feriado, ele não se prorroga para o dia útil subsequente, pois as delegacias funcionam em sistema de plantão. 
Vícios do IP
	Os vícios do inquérito policial devem ser combatidos pelo advogado do suspeito, contudo, não possuem a força para contaminar o futuro processo iniciado.
	Como o IP é um mero procedimento dispensável, os vícios não têm a força de contaminar o processo penal (STF) causando sua nulidade.
Atribuição
	
	É o poder conferido em lei à autoridade policial.
Critérios que definem a atribuição da autoridade policial
1 – Critério territorial: Por este critério, o delegado com atribuição é aquele que atua na circunscrição da consumação do delito. Circunscrição é a delimitação territorial da atuação do delegado.
	Nas comarcas com mais de uma circunscrição, estão dispensadas as precatórias entre delegados. 
2 – Critério material: Por este critério, há delegados especialistas no combate a um determinado tipo de infração.
Ex: Delegacia de homicídios/ delegacia de drogas. 
	Há a divisão da atuação da polícia civil estadual e da polícia civil federal.
	O art. 144, parágrafo 1º, I da CF autoriza que a polícia federal investigue crimes estaduais, que exijam retaliação uniforme por sua repercussão interestadual ou internacional. A lei que disciplina este artigo é a lei 10.446/02.
Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos:
§ 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se a: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
I - apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens, serviços e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras infrações cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacional e exija repressão uniforme, segundo se dispuser em lei;
O artigo primeiro da lei 10.446/02 elenca as hipóteses em que a polícia federal está autorizada a intervir, sem prejuízo da atuação da polícia estadual, além disso, o ministro da justiça, em situações semelhantes não disciplinadas, poderá autorizar a intervenção.
Art. 1o Na forma do inciso I do § 1o do art. 144 da Constituição, quando houver repercussão interestadual ou internacional que exija repressão uniforme, poderá o Departamento de Polícia Federal do Ministério da Justiça, sem prejuízo da responsabilidade dos órgãos de segurança pública arrolados no art. 144 da Constituição Federal, em especial das Polícias Militares e Civis dos Estados, proceder à investigação, dentre outras, das seguintes infrações penais:
I – seqüestro, cárcere privado e extorsão mediante seqüestro (arts. 148 e 159 do Código Penal), se o agente foi impelido por motivação política ou quando praticado em razão da função pública exercida pela vítima;
II – formação de cartel (incisos I, a, II, III e VII do art. 4o da Lei no 8.137, de 27 de dezembro de 1990); e
III – relativas à violação a direitos humanos, que a República Federativa do Brasil se comprometeu a reprimir em decorrência de tratados internacionais de que seja parte; e
IV – furto, roubo ou receptação de cargas, inclusive bens e valores, transportadas em operação interestadual ou internacional, quando houver indícios da atuação de quadrilha ou bando em mais de um Estado da Federação.
Parágrafo único. Atendidos os pressupostos do caput, o Departamento de Polícia Federal procederá à apuração de outros casos, desde que tal providência seja autorizada ou determinada pelo Ministro de Estado da Justiça.
3 – Critério pessoal (LFG): A atribuição da polícia seria definida em razão da figura da vítima.
Ex: Crime contra a pessoa/crime de racismo. Delegacia de violência contra mulher.
PROCEDIMENTO DO INQUÉRITO POLICIAL
Uma vez concluído o inquérito policial, ele será remetido ao juiz, e nos crimes de APPI e APPC remeterá ao MP. 
MINISTÉRIO PÚBLICO
VERIFICA SE HÁ:
	- indícios de autoria
	- materialidade do crime 
Nestes casos se o MP entender que há indícios de autoria e há materialidade do crime, irá denunciar, sendo aqui oferecida a denúncia. 
Se o órgão do MP entender que não há indícios de autoria e materialidadedo crime: 
	I - remeterá o IP ao juiz, para que o juiz remeta à autoridade competente para que se realizem novas diligências (delegado). 
Como não há um prazo neste caso, o juiz irá fixar um prazo para o delegado abordar essas novas diligências.
O delegado após ter cumprido, remete ao juiz, que remeterá ao promotor para oferecer denúncia. 
O PROMOTOR:
II - Não há crime a apurar: este requere o arquivamento do IP ao juiz:
O JUIZ:
( Concorda com o pedido de arquivamento e homologa o pedido sendo arquivado o IP (ato complexo de vontades);
( O juiz discorda com o pedido de arquivamento, onde:
	- o juiz remete ao procurador geral de justiça (esfera estadual); ou
	- o juiz remete à câmara de coordenação e revisão do MP federal (esfera federal).
O PROCURADOR GERAL:
I - oferece denúncia ele próprio;
II - designa outro órgão do MP para oferecer denúncia (este promotor está obrigado a oferecer denúncia) ( aqui rege o princípio da independência funcional: é a designação de outro membro do MP e não aquele que atuava; ou 
III - requisita ao juiz que arquive o inquérito policial ( sendo que somente aqui o juiz estará obrigado a arquivar o IP. 
SÚMULA Nº 524
 
ARQUIVADO O INQUÉRITO POLICIAL, POR DESPACHO DO JUIZ, A REQUERIMENTO DO PROMOTOR DE JUSTIÇA, NÃO PODE A AÇÃO PENAL SER INICIADA, SEM NOVAS PROVAS.
&
        Art. 18.  Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base para a denúncia, a autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia.
Portanto, nesses casos ocorre o seguinte: o IP arquivado não poderá ser reaberto, salvo se surgirem novas provas, e a autoridade policial poderá continuar realizando novas diligências, mesmo que o IP já esteja arquivado.
Segundo o supremo, o arquivamento, em regra, não implica na absolvição, e, portanto, não faz coisa julgada material, tanto é verdade que se surgirem novas provas, o promotor está apto a oferecer denúncia, desde que o crime não esteja prescrito. 
OBS.: O arquivamento segue a Cláusula “rebus sic stantibus” ( É a cláusula como as coisas estão. Se as coisas mudarem pelo surgimento de novas provas, o promotor oferecerá denúncia. 
Já o art. 18/CPP autoriza ao delegado, mesmo que arquivado o inquérito policial, a realizar diligências na expectativa de colher alguma prova nova. 
Definitividade do arquivamento
Exceção
Pedido de arquivamento do IP: STF ( Se o promotor requerer o arquivamento do IP com base da prova da atipicidade do fato (não há crime), ou requerer o arquivamento alegando extinção da punibilidade (art. 107/CP), a decisão do juiz homologando o pedido funciona como uma decisão de absolvição (decisão de mérito) fazendo coisa julgada material. Portanto, não poderá haver denúncia mesmo se surgirem novas provas, porque esse pedido de arquivamento funciona como decisão absolutória. 
OBS.: Se no caso de a certidão que declarou a morte do acusado (extinção da punibilidade), posteriormente, tiver sido declarada falsa, e o acusado ainda estiver vivo, poderá ser reaberto o processo, não fazendo coisa julgada material. 
OBS.: Se o pedido de arquivamento já é feito pelo próprio procurador geral de justiça, atribuição originária, resta ao tribunal arquivar (homologar) o IP, não sendo aplicado o art. 28/CPP. 
 
INCOMUNICABILIDADE DO PRESO
Foi declarada inconstitucional. O art. 21/CPP previa a incomunicabilidade que era a impossibilidade de o preso ficar sem acesso às informações do mundo exterior, determinada pelo juiz, pelo prazo de 3 dias, sem prejuízo do acesso ao advogado. 
Art. 21.  A incomunicabilidade do indiciado dependerá sempre de despacho nos autos e somente será permitida quando o interesse da sociedade ou a conveniência da investigação o exigir.
Pois bem, este dispositivo foi declaro inconstitucional, pois a CF declarou expressamente em um dispositivo sua inconstitucionalidade, sendo inadmitida a incomunicabilidade nem em estado de defesa (âmbito regional). Art. 136, parágrafo terceiro, inciso quarto. Portanto, o instituto da incomunicabilidade não foi recepcionado, ele ,então, se encontra revogado de forma tácita.
É vedado a incomunicabilidade do peso em caso de estado de defesa.
A lei 10.792/03 – que inseriu no Brasil o regime disciplinar diferenciado (RDD ( para presos de alta periculosidade) não admite nem no estado de defesa a incomunicabilidade do preso.
TERMO CIRCUNSTANCIADO DE OCORRÊNCIA – TCO
O termo circunstanciado de ocorrência apura crimes com pena máxima não superior a 2 anos e nas contravenções penais (pena máxima de até 5 anos de prisão simples), não há inquérito policial, e sim se abre termo circunstanciado de ocorrência. Assim, o TCO substitui a instauração de inquérito policial, nas infrações de menor potencial ofensivo e contravenções penais. 
Auto de prisão em flagrante em crime de menor potencial ofensivo
Lavra-se termo circunstanciado de ocorrência (TCO), quando a infração for de menor potencial ofensivo. O TCO vai trazer uma breve narrativa dos fatos, o qual vai indicar os envolvidos, eventuais testemunhas, sendo remetido imediatamente para os juizados especiais criminais.
Há a substituição do IP na infração de menor potencial ofensivo.
	- crimes com pena máxima de até 2 anos; e 
	- todas as contravenções penas.
Art. 69 da lei 9.099/95 – JECRIM
        Art. 69. A autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência lavrará termo circunstanciado e o encaminhará imediatamente ao Juizado, com o autor do fato e a vítima, providenciando-se as requisições dos exames periciais necessários.
        Parágrafo único. Ao autor do fato que, após a lavratura do termo, for imediatamente encaminhado ao juizado ou assumir o compromisso de a ele comparecer, não se imporá prisão em flagrante, nem se exigirá fiança. Em caso de violência doméstica, o juiz poderá determinar, como medida de cautela, seu afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a vítima. (Redação dada pela Lei nº 10.455, de 13.5.2002))
Vícios do Inquérito Policial
Segundo o STF e o STJ, os vícios ocorridos no IP devem ser combatidos, inclusive por intermédio de HC, mas eles não têm o condão de anular o futuro processo. 
Os vícios do inquérito são endoprocedimentais, ou seja, os vícios do inquérito estão acoplados no próprio inquérito, não tendo o condão de macular o processo penal. 
Exceção
Se os elementos migratórios estiverem viciados e forem utilizados para condenar, haverá nulidade da respectiva decisão. 
Fundamento do pedido de arquivamento do IP
Falta de justa causa: É a ausência completa de indícios de autoria e da materialidade do crime.
Ausência das condições da ação ou pela ausência dos pressupostos processuais; 
Se o fato é atípico (não há crime);
Se estiver ocorrido à extinção da punibilidade.
AÇÃO PENAL
É o direito público subjetivo previsto na constituição federal de exigir de o Estado juiz que ele aplique a lei ao caso concreto, punindo o infrator.
PROCESSO 
Processo é uma ferramenta amparada pela lei, utilizando-se do contraditório e da ampla defesa, somado pela relação jurídica processual. É o instrumento para viabilizar a punição.
É a interação aos sujeitos processuais.
Sujeitos processuais: 
Juiz; e
As partes.
 
OBS.: São requisitos para os direitos válidos para condições da ação. 
Condição da ação
São requisitos para o exercício válido do direito de ação. 
Modalidades da ação penal (LIP)
Legitimidade:
	“Ad causam” ( Legitimidade para a causa é quem deve funcionar no pólo ativo e no pólo passivo do processo (autor e vítima). Sendo o MP, em regra, o dono da ação (sujeito ativo), e excepcionalmente a vítima. Já no pólo passivo há a figura do réu.
Interesse de agir:
	É a necessidade de bater às portas do judiciário, valendo-se do meio adequado e pretendendo um provimento útil. 
Interesse de necessidade: É o reconhecimento de que a pena só pode ser aplicadaapós o exercício regular da ação. 
Interesse de adequação: É a exigência de que a parte selecione a ação correta para o caso concreto.
OBS.: Precisamos lembrar quando não exista risco a liberdade de locomoção o “Habeas Corpus” não será a ação adequada e sim o mandado de segurança, pois este protege direito líquido e certo (súmula: 693, 694, 695/STF).
Ex: Pessoa jurídica no pólo passivo da ação.
SÚMULA Nº 693
 
NÃO CABE "HABEAS CORPUS" CONTRA DECISÃO CONDENATÓRIA A PENA DE MULTA, OU RELATIVO A PROCESSO EM CURSO POR INFRAÇÃO PENAL A QUE A PENA PECUNIÁRIA SEJA A ÚNICA COMINADA.
SÚMULA Nº 694
 
NÃO CABE "HABEAS CORPUS" CONTRA A IMPOSIÇÃO DA PENA DE EXCLUSÃO DE MILITAR OU DE PERDA DE PATENTE OU DE FUNÇÃO PÚBLICA.
SÚMULA Nº 695
 
NÃO CABE "HABEAS CORPUS" QUANDO JÁ EXTINTA A PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE.
	
Interesse útil: A ação é útil quando tiver esperança de pena.
( Somente se aplica a ação na esperança de haver pena: Ex: crime prescrito: impossível de processar e punir. Se já extinta a punibilidade do crime não haverá interesse útil de ação.
Possibilidade jurídica do pedido:
	É aquela prevista em lei. É aquele fato praticado pelo criminoso que deve estar previsto na lei como crime (princípio da anterioridade).
Justa causa (novo): 
É a necessidade de lastro probatório mínimo para o exercício da ação pena. 
- Indícios de autoria; e
- Materialidade do crime.
( Se houver o exercício da ação, mas não tem as condições da ação: o processo será extinto. 
Ausência de uma ou algumas das condições da ação: Se o juiz percebe no curso do processo que as condições da ação não estão presentes, ele deverá extingui-lo sem julgamento de mérito, declarando a parte carecedora da ação (Ministério Público). 
Modalidades de ação penal
	
Classificação quanto ao titular do direito de ação. 
Ações Públicas e Ações Privadas
Ações Penais Públicas
1 – Conceito;
2 – Princípios;
3 – Espécies (modalidades).
1º) CONCEITO 
Ação Penal Pública é aquela titularizada, privativamente, pelo Ministério Público, com base no art. 129, I da CF, e, também, com base na lei 11.719/08, art. 257, I do CPP.
Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:
I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei;
Como a CF consagra no MP a titularidade privativa da ação pública, resta concluir que o art. 26 do CPP, conferindo legitimidade aos delegados e aos juízes não foi recepcionado (revogação tácita).
        Art. 26.  A ação penal, nas contravenções, será iniciada com o auto de prisão em flagrante ou por meio de portaria expedida pela autoridade judiciária ou policial.
OBS.: A lei 11.719/08 também diz que o MP é titular da ação pública. 
Art. 257.  Ao Ministério Público cabe: (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008). 
        I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma estabelecida neste Código; e (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). 
        II - fiscalizar a execução da lei. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). 
Processo judicialiforme
 	Era a possibilidade de a ação pública ser exercida pelo delegado ou pelo juiz sem provocação do MP, o que passou a ser incompatível com a constituição federal. Portanto, o art. 26/CPP não foi recepcionado pela CF, já que a ação pública é exercida privativamente pelo MP (revogação tácita).
        Art. 26.  A ação penal, nas contravenções, será iniciada com o auto de prisão em flagrante ou por meio de portaria expedida pela autoridade judiciária ou policial.
2º) PRINCÍPIOS DA AÇÃO PENAL PÚBLICA:
Princípio da obrigatoriedade ou da compulsoriedade: O promotor está obrigado a oferecer denúncia sempre que houver os requisitos legais;
Indícios de autoria e prova da materialidade do crime.
O exercício da Ação Penal Pública é um dever funcional do MP.
OBS.: Princípio da obrigatoriedade mitigada ou princípio da discricionariedade regrada: Este princípio se apresenta pelo instituto da transação penal (art. 76 da lei 9.099/95), permitindo ao promotor o oferecimento de uma medida alternativa ao suspeito em troca do não início do processo.
        Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal pública incondicionada, não sendo caso de arquivamento, o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multas, a ser especificada na proposta.
Princípio da indisponibilidade: O promotor não pode desistir da ação que ele tenha proposto (iniciado).
        Art. 42.  O Ministério Público não poderá desistir da ação penal.
OBS.: Princípio da indisponibilidade mitigada: Apresenta-se pelo instituto da suspensão condicional do processo (art. 89 da lei 9.099/95) permitindo que por iniciativa do promotor o processo seja suspenso por um prazo de 2 a 4 anos, sendo que ao final cumpridas todas as obrigações, por parte do réu, ocorrerá a extinção da punibilidade.
        Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano, abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão do processo, por dois a quatro anos, desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime, presentes os demais requisitos que autorizariam a suspensão condicional da pena (art. 77 do Código Penal).
OBS.: O promotor pode pedir a absolvição do réu, e mesmo o promotor pedindo a absolvição do réu, o juiz pode condená-lo. Inclusive o MP pode impetrar HC em favor do réu. E também, o MP pode recorrer de decisão absolutória, sendo que ele não está obrigado a recorrer, porém, se ele recorre, não poderá desistir do recurso, pois o recurso é indisponível, sendo um desdobramento do direito de ação.
	A apresentação de um recurso é montada dentro da estratégia da parte, contudo, se o promotor recorrer não poderá desistir do recurso, já que este é um desdobramento do direito de ação. 
Deve-se frisar que estas posturas do MP não são incompatíveis com o princípio da indisponibilidade.
        Art. 576.  O Ministério Público não poderá desistir de recurso que haja interposto.
Princípio da divisibilidade: 
I - Posição do STF e STJ – A ação penal pública seria divisível, pois o MP pode desmembrar a ação oferecendo denúncia contra parte dos infratores e depois aditando (complementando) a mesma para lançar os demais infratores no processo (corrente adotada para fazer prova do CESPE/UNB). 
II - Posição da doutrina (princípio da indivisibilidade) – Para a doutrina majoritária, a ação penal pública é indivisível, pois o MP tem o dever de denunciar todos os infratores desde que existam elementos do crime. 
Princípio da intranscendência ou princípio da pessoalidade: Os efeitos da ação não podem passar a figura do réu (expressão de pessoalidade).
Art. 5º, XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;
OBS.: Outros princípios, chamados de princípios acidentais (adotados pelo doutrinador Fernando Capez):
5. Princípio da autoritariedade: O MP que é o titular da ação penal, é autoridade pública. 
6. Princípio da oficialidade: O titular da ação penal pública é um órgão oficial do Estado, o ministério público.
7. Princípio da oficiosidade: O promotor atua em regra “ex officio”, sem a necessidade de prévia manifestação de vontade, ou seja, sem autorização de quem quer que seja. 
3º) ESPÉCIES:
Modalidades de Ação Penal Pública
Ação penal pública incondicionada
	Nesta ação, o promotor age de ofício. A ação penal pública incondicionada é aquela que o MP irá atuar de ofício, independentemente de autorização ou manifestação de vontade de quem quer que seja.
	O crime será de ação penal pública incondicionada quando a lei nada falar sobre a ação que seria cabível, pois se o crime for de ação penal privada ou pública condicionadaà representação o artigo de lei deve dizer que tipo de ação será aplicado. 
DA AÇÃO PENAL
Ação pública e de iniciativa privada
Art. 100 - A ação penal é pública, salvo quando a lei expressamente a declara privativa do ofendido. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
OBS.: Processo judicialiforme: Era a possibilidade de a ação penal ser declarada por portaria baixada pela autoridade policial ou pelo próprio juiz. Porém, este instituto não foi recepcionado pela constituição federal. 
        Art. 26.  A ação penal, nas contravenções, será iniciada com o auto de prisão em flagrante ou por meio de portaria expedida pela autoridade judiciária ou policial.
OBS.: Artigo tacitamente revogado. 
        Art. 531.  O processo das contravenções terá forma sumária, iniciando-se pelo auto de prisão em flagrante ou mediante portaria expedida pela autoridade policial ou pelo juiz, de ofício ou a requerimento do Ministério Público. 
Ação penal pública condicionada
É aquela titularizada pelo membro do Ministério Público que depende, contudo, de uma autorização do legítimo interessado para que a persecução penal possa ser iniciada. 
Nesta ação não será aplicado o princípio da oficiosidade, pois neste caso o promotor não atua ex ofício e sim por provocação.
Modalidades de condicionamento: 
1º – Representação: É uma autorização e também um pedido, para começar a persecução penal. Sem a representação não pode ter ação, inquérito, nem ao menos lavratura de auto de prisão em flagrante, sendo esta uma condição de procedibilidade. Trata-se aqui, portanto, de uma ação penal pública condicionada à representação. 
Natureza da representação ( É uma condição de procedibilidade, ou seja, nada da persecução pode ser feito.
OBS.: Policiais que encontram um agente cometendo um crime, cuja ação seria pública condicionada à representação, podem prender essa pessoa e levá-la à delegacia, sendo que, na delegacia, a vítima precisaria autorizar a lavratura do auto de prisão em flagrante, funcionando como um requisito de procedibilidade esta autorização, caso contrário o auto de prisão em flagrante não poderá ser lavrado. 
2º – Legitimidade: 
I - Destinatários: Os destinatários são o delegado, o juiz e o membro do Ministério Público. Caso os destinatários sejam o juiz ou o promotor, eles requisitarão ao delegado para que ele inicie o Inquérito Policial. 
II - Legitimidade ativa: A legitimidade ativa para representar é da vítima. A vítima tem a legitimidade ativa ou o seu representante legal, caso esta seja menor de 18 anos. 
Emancipação
Menor emancipado não pode representar, pois a emancipação civil não gera efeito no campo penal (a lei é taxativa). Porém, se o menor está emancipado, deve-se nomear um curador especial para ele, sendo que o curador vai representar em nome do menor. Portanto, a emancipação não gera nenhum reflexo na esfera penal, devendo-se nomear um curador especial.
Sucessão do direito de representar
Morte ou declaração de ausência da vítima: Linha sucessória (CADI) ( Cônjuge (ou companheira), ascendente, descendente e irmão. Este rol é preferencial e taxativo. Portanto, caso o legitimado na ação falecer ou for declarado ausente, a sucessão passará para o cônjuge (companheiro), ascendente, descendente e irmão, ordem preferencial e de forma taxativa. 
OBS.: Recentemente, em prova do CESPE, a companheira foi excluída desse rol, observar essa questão.
        Art. 31.  No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o direito de oferecer queixa ou prosseguir na ação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.
Pessoa jurídica
Representação da pessoa jurídica: Vítima de crime de ação penal pública condicionada à representação.
	As pessoas jurídicas serão representadas pelas pessoas que estão designadas no estatuto ou se o estatuto nada disser, serão os diretores ou sócios administradores. 
        Art. 37.  As fundações, associações ou sociedades legalmente constituídas poderão exercer a ação penal, devendo ser representadas por quem os respectivos contratos ou estatutos designarem ou, no silêncio destes, pelos seus diretores ou sócios-gerentes.
Prazo: 
- Representação: O prazo para representar é de 6 meses, sendo este um prazo decadencial (art. 107/CP). ( Conta-se no momento que a vítima vier a saber quem é o autor do crime. Não interessa o dia em que o crime se consumou. 
        Art. 38.  Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu representante legal, decairá no direito de queixa ou de representação, se não o exercer dentro do prazo de seis meses, contado do dia em que vier a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do art. 29, do dia em que se esgotar o prazo para o oferecimento da denúncia.
DECADÊNCIA 
Prazo fatal
I - não se suspende;
II - não se prorroga;
III - não se interrompe.
Forma de contagem do prazo decadencial
Prazo ( Conta-se o dia do começo e exclui o dia do final (prazo penal). É penal, pois caso a representação não seja feita haverá a extinção da punibilidade (art. 107/CP). 
Contagem de prazo (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Ex: Se o prazo acabar num feriado ou num domingo, perde-se a competência para representar. 
RETRATAÇÃO
3º – Retratação da representação: É cabível quantas vezes forem necessárias, desde que dentro do prazo de 6 meses e que o promotor não tenha oferecido a denúncia, pois a partir desde momento (oferecimento da denúncia) a vítima não poderá mais se retratar. 
OBS.: Cabe retratação da retratação da representação.
Retratação da representação: 
	I - dentro do prazo decadencial de 6 meses; e 
	II - antes do oferecimento da denúncia. 
Rigor formal
O STF e o STJ entendem que a representação não possui rigor formal. A representação tem forma livre, tanto pode ser apresentada oralmente, quanto por escrito. Então, a representação possui forma, porém esta forma é oral e não necessita ser escrita. E há de se observar que a vítima pode retratar-se quantas vezes quiser, desde que dentro do prazo de 6 meses e antes do oferecimento da denúncia.
Violência Doméstica
Art. 1o  Esta Lei cria mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do § 8o do art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Violência contra a Mulher, da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher e de outros tratados internacionais ratificados pela República Federativa do Brasil; dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; e estabelece medidas de assistência e proteção às mulheres em situação de violência doméstica e familiar.
( Lei Maria da Penha: 11.340/06 – A mulher pode se retratar, porém deve ser feita uma audiência específica. 
	Há uma diferença nesta lei: a retração pode ser feita até o recebimento da denúncia pelo juiz. 
AUDIÊNCIA ESPECÍFICA: 	
	- Com presença obrigatória do juiz e do promotor;
	- até o recebimento da denúncia pelo juiz.
Art. 16.  Nas ações penais públicas condicionadas à representação da ofendida de que trata esta Lei, só será admitida a renúncia à representação perante o juiz, em audiência especialmente designada com tal finalidade, antes do recebimento da denúncia e ouvido o Ministério Público.
4º – Eficácia objetiva da representação: É o reconhecimento de que se a vítima indica o nome de parte dos criminosos nada impede que o promotor denuncie outras pessoas que não foram indicadas. Sendo que estas outras pessoas também contribuíram para o crime, afinal o aspecto subjetivo será definido pelo promotor.
Não Vinculação 
O promotor não está vinculado à representação. Pois, a representação é sinônimo de pedido.
	I - ao artigo de lei que foi sugerido;
	II - seo promotor entender que não houve crime ele estará autorizado a pedir o arquivamento do processo (art. 28/CPP).
Em razão da dependência funcional do MP, pode-se concluir que o promotor poderá pedir o arquivamento se entender que não há crime a apurar ou alterar os artigos de lei sugeridos pelo advogado da vítima.
	A representação deve ser encarada como um pedido, e não vincula o promotor pelos seguintes fundamentos:
	I - se o promotor entender que não há crime, ele irá pedir o arquivamento do processo;
	II - o promotor não está vinculado ao artigo de lei sugerido pelo advogado da vítima, pois este artigo de lei indicado pelo advogado da vítima é uma mera sugestão.
REQUISIÇÃO
1º – Requisição do Ministro da Justiça:
A requisição é um pedido e ao mesmo tempo uma autorização de natureza política apresentada pelo Ministro da Justiça, e que condiciona o início da persecução penal (a requisição é uma condição de procedibilidade). 
A requisição do Ministro da Justiça é uma condição de procedibilidade, sendo que o Ministro defende o interesse político do Estado. Portanto, sem a requisição do Ministro da Justiça não haverá inquérito, processo ou até mesmo lavratura do auto de prisão em flagrante.
2º – Legitimidade:
- Destinatário: É o Ministério Público ( Procurador Geral da República. 
- Ativa: Ministro da Justiça.
3º – Prazo
O Ministro da Justiça não tem prazo pré-determinado para fazer a requisição, porém o crime não pode estar prescrito, pois caso isso já tenha ocorrido ele não poderá mais requisitar. Sendo assim o Estado perde o direito de punir seu infrator.
Portanto, não há prazo decadencial, pois o Ministro da Justiça pode requisitar a qualquer tempo enquanto o crime não estiver prescrito.
4º – Retratação:
Segundo Luis Flávio Gomes, na posição mais moderna, o ato comporta retratação em analogia ao que ocorre com a representação da vítima (mais adotada doutrinariamente).
OBS.: Para tourinho filho, a requisição do Ministro da Justiça é irretratável, não só porque comprometeria a imagem do nosso país, mas também porque não há previsão legal (é o entendimento que vem sendo pedido em provas). 
OBS.: vale ressaltar que o STF e o STJ nunca julgaram esta matéria. 
Portanto, não cabe retratação para o Ministro da Justiça, portanto não cabe retratação da requisição do MJ, pois a lei não disciplina a matéria. 
5º – Eficácia objetiva:
Se o Ministro da Justiça requisita apenas contra parte dos infratores, nada impede que o MP denuncie outras pessoas.
Sendo assim, eficácia objetiva da requisição do Ministro da Justiça é o reconhecimento de que o Ministério Público está autorizado a denunciar pessoas distintas daquelas indicadas pelo Ministro da Justiça na sua requisição.
6º – Não vinculação:
Não há vinculação. O Ministério Público não está vinculado ao Ministro da Justiça:
	I - ao artigo de lei sugerido; e 
	II - se o Ministério Público entender que não há crime vai pedir o arquivamento. O Ministério Público pode alterar a sugestão legal feita pelo Ministro da Justiça.
Então, a requisição do Ministro da Justiça não vincula o Ministério Público, pois na verdade esta requisição do Ministro é um pedido, pois o Ministério Público tem independência funcional. 
Ação penal privada
Conceito
É aquela ação que será exercida pela própria vítima ou pelo seu representante legal, na condição de substituição processual. Pois a vítima pede em nome próprio o direito de punir que pertence ao Estado.
 
( A vítima é a dona da ação: Querelante.
( O réu é o querelado.
OBS.: Se falar em querelante ou querelado, estamos diante da ação penal privada.
Peça inicial
A peça que inicia a ação penal privada é a queixa-crime. Queixa crime é a petição inicial realizada pelo advogado.
PRINCÍPIOS
Princípio da oportunidade ou conveniência
Por este princípio, a vítima exerce a ação privada se ela quiser, sendo que ela não está obrigada.
Institutos Correlatos
OBS.: Institutos que revelam o princípio da oportunidade.
I – Decadência 
Ocorre quando a vítima não exerce a ação privada no prazo que a lei lhe confere: 6 meses.
	Sendo 6 meses contados do conhecimento da autoria da infração, ou seja, no dia que ela veio a saber quem é o infrator.
Prazo fatal: Não se interrompe, não se prorroga e não se suspende.
	Então, a decadência se caracteriza pela perda da faculdade de exercer a ação privada, em razão do decurso do prazo de seis meses (regra), contados do conhecimento da autoria do crime. 
Portanto, havendo a decadência ocorrerá a extinção da punibilidade (art. 107/CP).
II – Renúncia 
Ocorre quando a vítima declara expressamente ou tacitamente que não vai exercer a ação, ou quando ela pratica um ato incompatível com a vontade de fazê-lo. Deve-se lembrar que a renúncia é irretratável, pois a sua consequência é a extinção da punibilidade.
	Renúncia
	Expressa 
	Tácita 
São atos unilaterais, sendo que não necessita de aceitação do acusado, basta à vítima renunciar que haverá a extinção da punibilidade (art. 107/CP). 
O princípio da oportunidade ocorre na fase pré-processual.
Princípio da disponibilidade
A vítima pode desistir da ação penal privada que já está em curso. Este princípio ocorre na fase processual e não mais na fase pré-processual. 
Institutos que podem ser explorados 
São institutos que materializam o princípio da disponibilidade.
I – Perdão
É ato de boa vontade. O perdão pode ser expresso ou tácito. Porém, esse ato é BILATERAL, pois necessita da vontade da vítima e da aceitação do acusado para gerar efeito. O perdão declarado e aceito extingue a punibilidade do querelado.
Bilateralidade 
É o reconhecimento de que o perdão só vai surtir o efeito jurídico pretendido (extinção da punibilidade) se o réu aceitá-lo, e ele pode fazer tanto de forma expressa, quanto de forma tácita. Portanto, para que o perdão surta o efeito jurídico pretendido, qual seja, a extinção da punibilidade, é fundamental que o réu aceite, e esta aceitação tanto pode ser expressa quanto tácita. 
OBS.: Se o perdão for aceito haverá a extinção da punibilidade (art. 107/CP).
	O perdão pode ser oferecido de forma expressa ou tácita, e também pode ser aceito de forma expressa ou tácita.
OBS.: Procurador: tanto a oferta quanto a aceitação do perdão podem ocorrer por intermédio de procurador, pressupondo-se a existência de poderes especiais. 
Procedimento 
Apresentado o perdão nos autos, o réu será intimado, e terá 3 dias para dizer se aceita, e caso ele se omita, presumi-se que ele tenha aceitado (aceitação tácita).
OBS.: Perdão judicial em crime culposo: É ato unilateral, cabendo ao juiz perdoar o agente nas hipóteses legalmente autorizadas, como acontece com os crimes de lesão culposa e homicídio culposo, e tem por consequência a extinção da punibilidade. 
	Portanto, não se pode confundir o perdão da vítima com o perdão judicial, que é cabível nos crimes de ação penal pública, e independe de aceitação do réu.
II – Perempção 
É a desistência de continuar com a ação penal privada, sendo exercida de forma negligente.
	É a sanção processual ocasionada pelo descaso da vítima na condução da ação privada, ocorrendo assim a extinção da punibilidade (art. 107/CP).
Hipóteses que levam à perempção:
Art. 60.  Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar-se-á perempta a ação penal:
        I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do processo durante 30 dias seguidos;
        II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não comparecer em juízo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado o disposto no art. 36;
        III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do processo a que deva estar presente, ou deixar de formular o pedido de condenação nas alegações finais;
        IV - quando, sendo o querelantepessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar sucessor.
	Em todos esses casos, ocorrerá a perempção, extinguindo assim a punibilidade do réu (essas hipóteses de perempção não são taxativas).
Princípio da indivisibilidade
A vítima querendo exercer a ação penal privada deve exercer a ação contra todos os acusados, sendo que, ou processa todos ou não processa ninguém. A renúncia ou perdão de um criminoso, neste caso, aproveita a todos.
OBS.: Se a vítima, voluntariamente, não processa todos os infratores conhecidos, ela estará renunciando ao direito em favor dos não processados, ocasionando a extinção da punibilidade em benefício de todos. Por sua vez, se a omissão é involuntária, caberá à própria vítima aditar a ação, incluindo os demais réus. Desta feita, se a vítima perdoa parte dos infratores, o ato se estenderá a todos que desejem ser perdoados.
Fiscalização
	Cabe ao Ministério Público, como custos legis fiscalizar o respeito à indivisibilidade. 
Consequências do desrespeito ao princípio da indivisibilidade
	Caso a vítima sabendo quem são todos os infratores processe apenas parte deles, ela estará renunciando ao direito de processar em favor dos não processados, ocorrendo assim à extinção da punibilidade para todos. Porém, se a vítima processar todos, caso ela deseje apresentar o perdão a alguns deles, o benefício se estenderá a todos que aceitar. 
	Por sua vez, se a vítima processou parte dos criminosos porque não conhecia todos, cabe a ela aditar (complementar) a ação para lançar os demais réus.
OBS.: Cabe ao MP fiscalizar o respeito ao princípio da indivisibilidade. 
Princípio da intranscendência 
Os efeitos da ação penal privada não vão ultrapassar a figura do réu. Até porque a responsabilidade penal é pessoal. Este princípio acomete a ação penal pública também. 
OBS.: Ocorre também o princípio da impessoalidade aqui.
MODALIDADES DE AÇÃO PENAL PRIVADA
AÇÃO PENAL PRIVADA EXCLUSIVA OU PROPRIAMENTE DITA
	É aquela exercida pela vítima ou pelo seu representante legal nas hipóteses expressamente contempladas na lei. 
( Diferencia-se das outras ações privadas por quê:
	Esta ação admite sucessão por morte ou ausência da vítima. Sendo exercida pelo cônjuge (companheiro), ascendente, descendente e irmão (CADI).
	Linha sucessória 
	Cônjuge (companheiro), ascendente, descendente e irmão.
AÇÃO PENAL PRIVADA PERSONALÍSSIMA
	É aquela que só a vítima tem legitimidade, e mais, absolutamente, ninguém. 
	Esta ação não pode ser representada pelo cônjuge ou companheira, ascendente, descendente ou irmão, pois é uma ação personalíssima da vítima, sendo, portanto, que se ela morrer ou não puder representar ocorrerá a extinção da punibilidade da vítima.
É o caso do crime do art. 236/CP – induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento.
Induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento
Art. 236 - Contrair casamento, induzindo em erro essencial o outro contraente, ou ocultando-lhe impedimento que não seja casamento anterior:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Parágrafo único - A ação penal depende de queixa do contraente enganado e não pode ser intentada senão depois de transitar em julgado a sentença que, por motivo de erro ou impedimento, anule o casamento.
OBS.: Na ação personalíssima o exercício do direito valerá à vítima e a ninguém mais, sendo que no crime de induzimento a erro ao casamento o prazo da ação é de 6 meses contados da sentença civil transitada em julgado que anule o casamento, e não no dia em que a vítima veio a saber quem é o criminoso.
AÇÃO PENAL PRIVADA SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA
	Ocorre quando o promotor não oferece a denúncia no prazo legal. Portanto, será exercida pela vítima ou seu representante em razão da inércia do MP em atuar nos prazos que a lei lhe confere.
Prazos do MP:
	- Réu preso: 5 dias para oferecer a denúncia;
	- Réu solto: 15 dias para oferecer a denúncia.
	O MP tem este prazo para:
			- Oferecer denúncia;
			- Requisitar diligências;
			- Requerer pedido de arquivamento.
	Se o promotor não requerer estas hipóteses no prazo legal, haverá a hipótese de ação penal privada subsidiária da pública.
Prazo:
	Segue a regra geral, sendo de 6 meses contados do esgotamento do prazo que o promotor possuía para atuar.
Somente começa a contar este prazo quando houver a inércia do promotor.
Por exemplo: quando passar 6 dias quando o réu estiver preso ou 16 dias quando o réu estiver solto para oferecer denúncia, requisitar novas diligências ou pedir o arquivamento do inquérito ou processo, a vítima poderá ingressar com a ação penal privada subsidiária da pública.
	Portanto, o prazo é contado do esgotamento do prazo que o promotor dispunha para atuar.
OBS.: A ação penal privada subsidiária da pública é cláusula pétria (CF).
Art. 5º, LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal.
Art. 60, § 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:
I - a forma federativa de Estado;
II - o voto direto, secreto, universal e periódico;
III - a separação dos Poderes;
IV - os direitos e garantias individuais.
Poderes do MP na ação penal privada
	O promotor funciona como fiscal da lei. Portanto, o promotor deve atuar em todos os atos do processo, sendo que o promotor tem o poder de retomar a ação caso o querelante for desídio com o processo.
OBS.: Na ação penal privada subsidiária da pública não cabe perdão do querelante nem perempção. Pois caso o querelante seja negligente não poderá ocorrer a extinção da punibilidade, sendo neste caso retomada a ação pelo MP.
	O promotor funciona, na ação penal privada subsidiária da pública, como um interveniente adesivo obrigatório, tendo amplos poderes, seja para propor prova, apresentar recursos, aditar (complementar) a ação (3 dias), sendo que neste caso pode até mesmo incluir mais réus e ainda se a vítima fraquejar o promotor irá afastá-la, retomando a ação como parte principal.
OBS.: O promotor dispõe de três dias para aditar a ação.
	A todo tempo, sendo a vítima desidiosa, o MP poderá afastá-la do processo e retomar a ação. 
Ação penal subsidiária: É indisponível: não cabe perempção nem perdão do querelante.
	Percebendo o promotor quando recebe vistas dos autos que ele não foi desidioso e por isso a APPrivada não teria cabimento, ele, o promotor, está autorizado a repudiar a ação proposta pela vítima (queixa crime substitutiva) e na sequência oferecer denúncia. Ocorrendo, então, a chamada denúncia subsidiária.
        Art. 29.  Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a ação como parte principal.
OBSERVAÇÕES
A ação penal cabível nos crimes contra os costumes
	Estupro e atentado violento ao puder ( Em regra são crimes de ação penal privada.
Exceção:
	Excepcionalmente são crimes de ação penal pública incondicionada e condicionada à representação.
CONDICIONADA
	À representação se a vítima for pobre.
INCONDICIONADA
	- Se ocasionar lesão grave ou morte,
	- Se houver abuso de poder familiar;
	- Se houver abuso das relações de tutela ou curatela.
Ação penal
Art. 225 - Nos crimes definidos nos capítulos anteriores, somente se procede mediante queixa.
§ 1º - Procede-se, entretanto, mediante ação pública:
I - se a vítima ou seus pais não podem prover às despesas do processo, sem privar-se de recursos indispensáveis à manutenção própria ou da família;
II - se o crime é cometido com abuso do pátrio poder, ou da qualidade de padrasto, tutor ou curador.
§ 2º - No caso do nº I do parágrafo anterior, a ação do Ministério Público depende de representação.
SÚMULA Nº 608NO CRIME DE ESTUPRO, PRATICADO MEDIANTE VIOLÊNCIA REAL, A AÇÃO PENAL É PÚBLICA INCONDICIONADA.
	STF e STJ entendem que esta súmula se aplica em caso de estupro e atentado violento ao pudor.
	
OBS.: O crime de estupro e de atentado violento ao puder será de ação penal privada.
A ameaça não gera violência real, mas sim violência moral. Portanto, neste caso o crime será de ação penal privada.
	Violência real
	Violência moral (ameaça)
	Agressão física ( Ação penal pública incondicionada.
	Configura violência presumida, sendo de ação penal privada este crime. 
OBS.: Violência presumida: É de ação penal privada.
Presunção de violência
Art. 224 - Presume-se a violência, se a vítima: Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90
a) não é maior de catorze anos;
b) é alienada ou débil mental, e o agente conhecia esta circunstância;
c) não pode, por qualquer outra causa, oferecer resistência.
Ação penal nos crimes contra a honra do funcionário público
	Os crimes contra a honra são: calúnia, difamação e injúria. Em regra esses crimes são de ação penal privada.
	Porém, quando forem cometidos contra funcionários públicos no exercício das suas funções, poderão ser de ação penal privada ou de ação penal pública condicionada à representação. Está de acordo com a súmula 714/STF.
SÚMULA Nº 714
 
É CONCORRENTE A LEGITIMIDADE DO OFENDIDO, MEDIANTE QUEIXA, E DO MINISTÉRIO PÚBLICO, CONDICIONADA À REPRESENTAÇÃO DO OFENDIDO, PARA A AÇÃO PENAL POR CRIME CONTRA A HONRA DE SERVIDOR PÚBLICO EM RAZÃO DO EXERCÍCIO DE SUAS FUNÇÕES.
	Esta é a chamada legitimidade concorrente.
INICIAL ACUSATÓRIA ( Petição inicial (tema).
	É a petição oferecida pelo titular do direito de ação para que o processo seja iniciado.
APPI e APPC – Denúncia
AP Privada – Queixa crime.
 	Essas são as petições iniciais.
Requisitos formais:
        Art. 41.  A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas.
Rejeição da inicial acusatória:
	O JUIZ:
- recebe a denúncia: Inicia-se o processo.
Recebimento: Uma vez oferecida à inicial acusatória, caso o juiz entenda os requisitos da lei (art. 41/CPP), o juiz irá recebê-la dando início ao processo. Não cabe recurso contra recebimento de denúncia ou queixa crime, cabe, dependendo do caso concreto, hábeas córpus.
- Rejeição: Tem cabimento quando o juiz percebe que a denúncia ou a queixa crime não atendem aos requisitos legais (art. 43/CPP – revogado, sendo agora o art. 395/CPP). Contra a rejeição da denúncia ou queixa crime, cabe recurso em sentido estrito.
Hipóteses de rejeição: da denúncia ou da queixa.
Art. 395.  A denúncia ou queixa será rejeitada quando:  (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).
        I - for manifestamente inepta; (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
        II - faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal; ou  (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
        III - faltar justa causa para o exercício da ação penal. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
Prazo:
	Denúncia e queixa crime.
Queixa crime:
	Petição inicial na ação penal privada. Deve ser apresentada em 6 meses contados do conhecimento da autoria do criminoso.
Ação penal privada subsidiária da pública: 6 meses contados do dia que o promotor encerrou o prazo para atuar.
( Nos crimes contra a honra praticados pela imprensa o prazo é de 3 meses, contados da publicação ou veiculação da notícia.
Denúncia:
	Prazo geral: - acusado preso: 5 dias;
		 - acusado solto: 15 dias. Esses prazos do MP são improrrogáveis.
Tráfico de drogas: 10 dias estando o acusado preso ou solto para o promotor oferecer denúncia.
Imprensa: 10 dias estando o acusado preso ou solto.
JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA
Jurisdição 
Ação de dizer o direto ( Poder judiciário.
Competência 
É a medida da jurisdição. É a quantidade de poder conferida por lei a um juiz ou tribunal.
Classificação da competência
Espécies
ESTRUTURA
Competência material
	Será conferida pela qualidade do que será julgado.
Competência material em razão da matéria – “Ratione materie”;
Competência material pelo lugar do crime – “Ratione loci”;
Competência material em razão da pessoa (cargo) – “Ratione personae”.
Competência funcional
	É estabelecida por uma distribuição de tarefas dentro do processo.
Competência funcional pelo objeto do juízo
Competência funcional pelas fases do processo
Competência funcional pelos graus de jurisdição
Competência material em razão da matéria (Ratione materie)
	A competência material em razão da matéria (ratione materie) permite encontrar qual é a justiça competente para julgar o caso, sendo ela a justiça comum (estadual ou federal) ou a justiça especial.
Justiça comum
Justiça comum estadual: Justiça residual. Irá julgar tudo que as outras justiças não julgarem no caso concreto.
Justiça comum federal: 
- Art. 108/CF ( Tribunais regionais federais; e
- Art. 109/CF ( Justiça federal de primeiro grau.
Justiça especial
Justiça militar
	Somente julga as infrações militares. É também conhecida como justiça castrense, e não se mistura com as demais justiças.
Art. 79.  A conexão e a continência importarão unidade de processo e julgamento, salvo:
        I - no concurso entre a jurisdição comum e a militar;
OBS.: São crimes comuns julgados pela justiça comum:
Abuso de autoridade por policial militar: Policial militar que cometer o crime de abuso de autoridade será julgado pela justiça comum e não pela justiça militar.
Crimes dolosos contra a vida: Se for cometido por policial militar será julgado pela justiça comum, ou seja, pelo tribunal do júri, se for cometido contra civis.
Policial que facilita a fuga de preso: Será julgado pela justiça comum.
Abuso de autoridade
Crimes dolosos contra a vida
Facilitação da fuga de preso
	São todos crimes comuns e por isso serão julgados pela justiça comum, e não pela justiça militar.
Competência
	Competência da justiça militar
	Estadual
	Federal
	Julga os polícias militares e os bombeiros militares que cometa crime militar.
OBS.: Nunca um civil será julgado pela justiça militar estadual.
	Julga os membros das forças armadas: Marinha, exército e aeronáutica.
OBS.: Julga os civis que praticarem crime militar.
Ex: Civis que invadem o comando do exército para furtar armas (CF).
Competência da justiça eleitoral
	Irá julgar todas as infrações eleitorais (código eleitoral), e também as infrações comuns conexas com as infrações eleitorais.
Infração comum conexa infração eleitoral ( A competência para julgar é da justiça eleitoral.
OBS.: Justiça do trabalho não julga crime, somente julga HC em caso de prisão civil.
Competência pela natureza da infração
Por este critério o nosso legislador poderá estabelecer qual é o órgão competente para apreciar um determinado tipo de infração, como acontece em dois exemplos trazidos da própria constituição federal.
Órgão competente para julgar
Crimes dolosos contra a vida: Competência do tribunal do júri.
Infrações de menor potencial ofensivo: JECRIM ( Juizados especiais criminais, lei 9.099/95.
Conceito: Por este critério o nosso legislador poderá selecionar o órgão competente para julgar algumas infrações que se aproximem por sua natureza.
Art. 5º, XXXVIII/CF – Competência do tribunal do júri. Irão julgar os crimes dolosos contra a vida.
Lei – 9.099/95 – JECRIM – Juizado especial criminal.
Crimes dolosos contra a vida: 
	- Homicídio (art. 121/CP)
	- Induzimento, Instigação e Auxílio Suicídio (art. 122/CP)
	- Infanticídio (art. 123/CP)
	- Aborto (art. 124 a 128/CP
OBS.: O tribunal do júri julga os crimes dolosos contra a vida e os conexos com estes.
STF e STJ

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