Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
SINAPSE Nosso objetivo é compreender o funcionamento de uma sinapse química excitatória. Vamos utilizar como exemplo a sinapse neuromotora tanto porque ela é bastante simples como porque está relacionada à contração muscular. A sinapse neuromotora é a que acontece entre um neurônio motor chamado motoneurônio-𝝰 e uma fibra muscular esquelética. Ao contrário da grande maioria das sinapses, ela é 100% eficiente, pois é exatamente 1 motoneurônio que enerva 1 fibra muscular (miócito/célula muscular) e a quantidade de neurotransmissores liberadas pelo motoneurônio é sempre suficiente para estimular a fibra muscular. O corpo do motoneurônio se localiza no corno ventral da medula espinal, e seu axônio se prolonga através de nervos que partem da parte ventral da medula até os músculos (olhar imagem). Os motoneurônios-𝝰 podem recebem sinais vindos tanto diretamente de neurônios sensoriais periféricos (comportamento reflexo) quanto do córtex motor encefálico, localizado no giro pré-central - são a via final comum do processamento do comportamento motor e, por isso não precisam processar a informação, mas apenas tranduzem o sinal para a fibra muscular se contrair. A especialização entre a o terminal pré-sináptico do motoneurônio-𝝰 e a fibra muscular se chama junção neuromuscula, ou placa motora. SINAPSE NEUROMOTORA: MECANISMO 1. Quando o potencial de ação chega ao terminal pré sináptico, abre canais para cálcio dependentes de voltagem. Como a concentração de cálcio extracelular é muito maior que a intracelular, há grande influxo de cálcio. 2. No terminal pré-sináptico há vesículas (de que falamos no outro texto) de constituição lipídica que armazenam o neurotransmissor acetilcolina. Essas vesícuals estão encoradas à membrana pré sináptica, voltadas à fenda sináptica, por proteínas contráteis (como molas) sensíveis ao cálcio. Quando se ligam ao cálcio, essas proteínas alteram sua conformação, aproximando as vesículas da membrana pré-sináptica 3. O cálcio que entra pelos canais dependentes se voltagem se liga a essas proteínas. As vesículas, se aproximando da membrana pré-sináptica, fundem-se a ela, exocitando a acetil- colina na fenda sináptica. 4. Ao mesmo tempo há um mecanismo para parar a exocitose de acetil-colina - a membrana pré- sináptica possui também bombas de cálcio-ATPase sensibilíssimas a pequenas variações na concentração de cálcio intracelular. Assim que o cálcio entra através do canal dependente de voltagem, a bomba começa a expulsá-lo. Quando o canal se fecha, a bomba restabelece a concentração de cálcio intracelular. Sem cálcio, a exocitose é interrompida. 5. Acetil-colina em grande quantidade, assim que exocitada, se difunde através da fenda sináptica. Muitas das moléculas atingindem seus receptores (receptores nicotínicos) inseridos na membrana da pós-sináptica fibra muscular. Outras moléculas não os atingem; e ainda outras atingem outra proteína na membrana da pós-sináptica fibra muscular: a acetil-colina- esterase. Essa proteína é uma enzima que degrada a acetil-colina em acetil e CoA, e também é um mecanismo para cessar o estímulo à contração muscular. O acetil é reconduzido ao terminal pós sináptico por uma rede de túbulos que existe na fenda sináptica e reutilizado na síntese de acetil-colina; enquanto o CoA pode ser utilizado no ciclo de Krebs. 6. O receptor nicotínico para acetil-colina é também um canal proteico permeável a sódio, que se abre justamente quando ligado à acetil-colina. Quando aberto, aumenta a permeabilidade da membrana da fibra muscular ao sódio, gerando um grande influxo de sódio e assim causando uma alteração na sua voltagem 7. Essa alteração é forte o suficiente para abrir canais para sódio dependentes de voltagem (disparando um potencial de ação) que existem ao longo da fibra muscular inteira. Essa , por sua vez, desencadeará a abertura de canais de cálcio dependentes de voltagem no retículo endoplasmático da fibra muscular (r. sarcoplasmático), íon que atuará na contração muscular.
Compartilhar