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INSTITUTO FEDERAL NORTE DE MINAS GERAIS CAMPUS ALMENARA CURSO ANÁLISE E DESENVOLVIMENTO DE SISTEMAS IRENE CÂNDIDA DOS REIS ALVES DESENVOLVIMENTO DE UMA APLICAÇÃO WEB PARA A GESTÃO DE MICROEMPRESAS DE FABRICAÇÃO DE BISCOITO ALMENARA MINAS GERAIS – BRASIL 2017 i IRENE CÂNDIDA DOS REIS ALVES DESENVOLVIMENTO DE UMA APLICAÇÃO WEB PARA A GESTÃO DE MICROEMPRESAS DE FABRICAÇÃO DE BISCOITO Documento apresentado a banca examinadora designada pelo Colegiado do Curso Tecnólogo em Análise e Desenvolvimento de Sistemas – ADS, do IFNMG – Campus Almenara, como parte dos requisitos necessários à obtenção do grau de Tecnólogo Analista de Sistemas. Orientador: Prof.º Marcos Vinícius Montanari ALMENARA MINAS GERAIS – BRASIL 2017 ii IRENE CÂNDIDA DOS REIS ALVES DESEOLVIMENTO DE UMA APLICAÇÃO WEB PARA A GESTÃO DA MICROEMPRESA DE FABRICAÇÃO DE BISCOITO Documento apresentado a banca examinadora designada pelo Colegiado do Curso Tecnólogo em Análise e Desenvolvimento de Sistemas – ADS, do IFNMG – Campus Almenara, como parte dos requisitos necessários à obtenção do grau de Tecnólogo Analista de Sistemas. Aprovado em: _____________________________ ____________________________ Rafael Porto Viana João Ramon Alves Costa Prof. Convidado Prof. Convidado ___________________________ Marcos Vinícius Montanari Prof. Orientador ALMENARA MINAS GERAIS – BRASIL 2017 iii Dedico este trabalho primeiramente а Deus, por ser essencial em minha vida, autor de meu destino, meu guia, socorro presente na hora da angústia, a minha mãezinha querida e meu pai que sempre lutaram para que os filhos pudessem ter uma formação acadêmica, ao meu esposo Carlos Gonzaga, aos meus filhos Eric, Igor e Isis, aos netos João e Pietro, a minha nora Cíntia e meu genro Henrique, enfim toda família dos Cândidos, que de forma especial е carinhosa deram força е coragem, apoiando-me nos momentos de dificuldades. iv Agradecimentos A minha família, pela confiança e motivação. Aos meus amigos e colegas Ricardo Ferreira, Hyller Bandeira, Tiago Carvalho, Jardel dos Santos, pela força e vibração em cada semestre vencido. Ao meu colega Thiago Alves Moreira, participante da equipe desenvolvimento do Aplicativo de Gestão Online. Aos professores, obrigada pelo conhecimento transmitido, principalmente, ao professor Daniel Bulhões e professor orientador Marcos Vinícius Montanari, por terem me feito a acreditar que eu sou CAPAZ. Enfim, a todos que colaboraram para a realização e finalização desse trabalho. v SUMÁRIO LISTAS DE FIGURAS ................................................................................................. vi LISTAS DE TABELAS ................................................................................................ vii LISTA DE SIGLAS ..................................................................................................... viii RESUMO ........................................................................................................................ ix 1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 1 2 ASPECTOS GERAIS DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS NO CENÁRIO NACIONAL ..................................................................................................................... 2 2.1 Conceituação e classificação de Micro e Pequenas empresas ............................................... 2 2.2 Características das Micro e Pequenas empresas .................................................................... 3 3 GESTÃO DE NEGÓCIO E SUA IMPORTÂNCIA PARA COMPETITIVIDADE DAS MICRO E PEQUENA EMPRESA ............................... 6 4 MATERIAIS E MÉTODOS ...................................................................................... 8 4.1 Aplicativo de Gestão Online ................................................................................................. 8 4.2 Descrição técnica no desenvolvimento do Aplicativo de Gestão Online ............................ 13 4.3 Engenharia de Software ....................................................................................................... 14 4.4 Aplicação da metodologia a XP no desenvolvimento do Aplicativo de Gestão Online ...... 16 4.4.1 Planejamento incremental ................................................................................................. 18 4.4.2 Desenvolvimento test-first ................................................................................................ 19 4.4.3 Projeto Simples ................................................................................................................. 20 4.4.4 Refactoring ........................................................................................................................ 20 5 RESULTADO E DISCUSSÃO ................................................................................ 20 5.1 Descrição do Caso ............................................................................................................... 21 5.2 Análise Teórica do Caso ...................................................................................................... 22 6 RESULTADO OBTIDOS ........................................................................................ 23 7 CONCLUSÃO ........................................................................................................... 24 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................ 25 vi LISTAS DE FIGURAS Figura 1 - Módulo Sistema – Controle de Acesso de Grupos de Usuários ............................. 10 Figura 2 - Módulo Sistema – Registro de Login dos Usuários ............................................... 10 Figura 3 - Módulo Estoque – Entrada de Material .................................................................. 11 Figura 4 - Módulo Produção – Cadastro de Produtos ............................................................. 11 Figura 5 - Módulo Vendas – Cadastro de Clientes ................................................................. 12 Figura 6 - Tela Módulo Financeiro – Contas a Pagar ............................................................. 12 Figura 7 - Estórias de Usuário ................................................................................................. 18 Figura 8 - User story mapping ................................................................................................. 19 Figura 9 - Teste de aceitação ................................................................................................... 20 vii LISTAS DE TABELAS Tabela 1 - Critérios de classificação do tamanho das micro e pequenas empresas no Brasil ... 2Tabela 2 - Características das Micro e Pequenas empresas brasileiras ..................................... 3 Tabela 3 - Causas das mortalidades das empresas..................................................................... 6 Tabela 4 - Módulos, funcionalidades e descrição do Aplicativo de Gestão Online .................. 9 Tabela 5 - Princípio do Extreme Programming (XP) .............................................................. 17 Tabela 6 – Releases ................................................................................................................. 19 viii LISTA DE SIGLAS ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento GE – Grandes Empresas HTTP – Hypertext Transfer Protocol IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IDE – Integrated Development Environment ou Ambiente de Desenvolvimento Integrado) LC – Lei Complementar MERCOSUL – Mercado Comum do Cone Sul MPE – Micro e Pequenas Empresas MTE - Ministério do Trabalho e Emprego do Governo Federal MVC – Model – View – Controller OSI – Open System Interconnection PHP – Personal Home Page RAIS - Relação Anual de Informações Sociais RUP – Rational Unifield Process SEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas SIMPLES - Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte XP – Extreme Programming ix RESUMO A questão norteadora dessa pesquisa centra-se na importância do desenvolvimento de um aplicativo online para a gestão de microempresa de fabricação de biscoito. Tendo por base as características do problema, optou-se pelo método de análise fatorial com estratégia em pesquisa quantitativa baseada no levantamento de dados mediante a aplicação de questionários. O público alvo foi constituído dos empresários da microempresa de fabricação de biscoito na cidade de Mata Verde, visando identificar os principais fatores que influenciam na gestão com a utilização do Aplicativo de Gestão Online. Ao final dessa pesquisa, pode-se concluir que implantação do Aplicativo de Gestão Online na fábrica de biscoitos, obteve um conceito positivo diante dos seus clientes e funcionários, além disso, pode-se perceber que com o uso do aplicativo, a fábrica tem potencial e capacidade de crescer adotando novas tecnologias para o crescimento organizado. Palavras-chaves: gestão, software, web, micro e pequenas empresas. 1 1 INTRODUÇÃO As micro e pequenas empresas têm um papel muito importante na economia de países em desenvolvimento como o Brasil. Pesquisa divulgada no site Empresômetro Inteligência de Mercado (2016), mostra que essas empresas somaram 15.628.689 unidades em funcionamento no ano de 2016, correspondendo a 93,9% das empresas instaladas no país e seu faturamento atingiu mais de 800 bilhões de reais. O SEBRAE (2017), afirma que a principal importância das micro e pequenas empresas estão na geração de postos de trabalho, sendo que, nos primeiros cinco meses de 2017, as MPE acumularam saldo positivo de 135,9 mil novos empregos, enquanto as GE eliminaram 127,4 mil postos de trabalho. Segundo Vettorato, Favan e Montanha (2014), para alcançar essas estatísticas, as microempresas abertas, tem que manter um bom controle financeiro e para isso deve ter um bom controle sobre seus clientes, vendas e estoque. Levando em consideração que um sistema de gestão é essencial, independentemente do tamanho ou área de atuação da empresa e que sistemas comerciais muitas vezes possuem uma complexidade elevada e não são direcionados para todos os tipos de empresas, o presente trabalho teve como objetivo o desenvolvimento do Aplicativo de Gestão Online para o gerenciamento de microempresas que atuam na fabricação de biscoitos. Para tratar as questões a que se propõe, este estudo organizou-se da seguinte forma, no segundo capítulo buscou-se analisar os aspectos históricos e gerais das microempresas no cenário nacional, delineando sobre as dificuldades e suas perspectivas em relação do uso da tecnologia na sua gestão. Já o terceiro capítulo, abordou a questão da gestão de negócio e sua importância para competitividade da empresa no mercado de consumo. No quarto capítulo, retratou os materiais e métodos utilizados para a solução do problema. No quinto capítulo foi exposto a descrição do caso e a analise teórica do caso. Por último, no sexto capítulo, apresentou a análise dos dados obtidos na pesquisa de campo realizada junto a uma microempresa de fabricação de biscoitos. 2 2 ASPECTOS GERAIS DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS NO CENÁRIO NACIONAL 2.1 Conceituação e classificação de Micro e Pequenas empresas Ainda hoje há muita divergência quanto a conceituação e classificação de micro e pequenas empresas, isso porque cada país adota formas diferentes de classificá-las. Costa e Leandro (2013) afirmam que “entender o que é uma micro ou pequena empresa depende do critério que será adotado para classificá-las”. No Brasil há vários critérios para definir e classificar micro e pequena empresa, de acordo com a Tabela 1, micro e pequenas empresas pelo Estatuto da Microempresa e Empresa de Pequeno Porte (Lei nº 9.841/99) e pelo SIMPLES (Lei nº 9.317/96), utilizam como forma de classificação a receita bruta anual. O MERCOSUL, ANVISA, Banco Nacional do Nordeste, Previdência Social o que defini é a receita bruta e o número de empregados das micro e pequenas empresas. Já para o SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e a RAIS/MTE (Relação Anual de Informações Sociais / Ministério do Trabalho e Emprego do Governo Federal) classificam as empresas tendo por base o número de empregados que compõe suas estruturas. Tabela 1 - Critérios de classificação do tamanho das micro e pequenas empresas no Brasil ÓRGÃO /CRITÉRIO MICROEMPRESA PEQUENAS EMPRESAS Estatuto Geral da Micro e Pequena Empresa Até R$ 360 mil de acordo com LC 139/2011 Entre R$ 360 mil e R$3,6 milhões de acordo com LC 139/2011 MERCOSUL (Indústria): número de empregados e faturamento anual Até 10 empregados Até US$ 400 mil De 11 a 40 Até US$ 3,5 milhões MERCOSUL (Comércio e Serviço): número de empregados e faturamento anual Até 5 empregados Até US$ 200 mil De 6 a 30 Até US$ 1,5 milhões ANVISA: Faturamento Anual Até R$ 360 mil de acordo com LC 139/2011 Entre R$360 mil e R$3,6 milhões de acordo com LC 139/2011 Banco Nacional do Nordeste: Receita Operacional Bruta Anual Até R$ 360 mil Entre R$360 mil e R$3,6 milhões BNDES: Receita Operacional Bruta Anual Até R$ 2,4 milhões com a Carta Circular n. 11/10 Entre R$ 2,4 milhões Previdência Social: índice calculado pelo valor médio dos últimos seis meses da massa salarial declarada pela GFIP Até 400 salários mínimos 3 dividida pelo valor do salário da respectiva competência de fiscalização. SEBRAE (Industria e Construção Civil) número de empregados Até 19 De 20 SEBRAE (Comércio e Serviço) número de empregados Até 9 De 10 a 40 Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – Secretaria de Comércio Exterior – Departamento do Comércio Exterior (Indústria) Critério: número de empregados e valor exportado no período considerado. Prevalece o resultado apurado no maior porte. Até 10 empregados Até US$ 400 mil De 11 a 40 empregados Até US$ 3,5 milhõesMinistério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – Secretaria de Comércio Exterior – Departamento do Comércio Exterior (Indústria) Critério: número de empregados e valor exportado no período considerado. Prevalece o resultado apurado no maior porte. Até 5 empregados Até US$ 200 mil De 6 a 30 empregados Até US$ 1,5 milhões Fonte: (COSTA; LEANDRO, 2013). A Fábrica de Biscoitos, objeto desse estudo, é uma microempresa, haja vista que a mesma possui 5 empregados e tem um faturamento anual de duzentos e quarenta mil reais. 2.2 Características das Micro e Pequenas empresas Há três tipos de especificidades que caracterizam Micro e Pequenas empresas brasileiras, segundo Leone apud Cesarino e Compamar (2015), ou seja, organizacionais, decisionais e individuais. Tabela 2 - Características das Micro e Pequenas empresas brasileiras Especificidades Organizacionais Especificidades Decisionais Especificidades Individuais • Pobreza de recursos; • Gestão centralizadora; • Situação extra organizacional • Incontrolável; • Fraca maturidade organizacional; • Fraqueza das partes no mercado; • Estrutura simples e leve; • Ausência de planejamento; • Tomada de decisão intuitiva; • Horizonte temporal de curto prazo; • Inexistência de dados quantitativos; • Alto grau de autonomia decisória; • Onipotência do proprietário/dirigente; • Identidade entre pessoa física e jurídica; • Dependência perante certos funcionários; • Influência pessoal do proprietário / dirigente; 4 • Fraca especialização; • Estratégia intuitiva; • Sistema de informações simples • Racionalidade econômica, política e familiar. • Simbiose entre patrimônio social e pessoal; • Propriedade dos capitais; • Propensão a riscos calculados. Fonte: Leone apud Cesarino e Compamar (2015) Já o IBGE (2003) caracteriza as Micro e Pequenas Empresas como: • Baixo volume de capital empregado; • Altas taxas de natalidade e mortalidade; • Presença significativa de proprietários, sócios e funcionários com laços familiares; • Grande centralização do poder decisório; • Não distinção da pessoa física do proprietário com a pessoa jurídica, inclusive em balanços contábeis; • Registros contábeis pouco adequados; • Baixo nível de terceirização; • Baixo emprego de tecnologias sofisticadas; • Baixo investimento em inovação tecnológica; • Dificuldade de acesso a financiamento de capital de giro; • Dificuldade de definição dos custos fixos; • Alto índice de sonegação fiscal; • Contratação direta de mão-de-obra; • Utilização intensa de mão-de-obra não qualificada ou sem qualificação. Observando as características abordadas acimas, pode-se observar que há muitas semelhanças entre as abordagens de Leone apud Cesarino e Compamar (2015) e do IBGE (2003) no que tange aos aspectos de caracterização das Micro e Pequenas empresas brasileiras, pois ambas as fontes possuem traços preponderantes na análise das micro e pequenas empresas, tais como gestão informal, escassez de recursos e baixa qualidade gerencial. Dessa análise Cesarino e Compamar (2015) caracteriza as Micro e Pequenas Empresas da seguinte forma: • Gestão informal: O patrimônio pessoal e empresarial se confunde, o que compromete a avaliação tanto do desempenho, quanto da formulação de estratégias, bem como a análise detalhada da situação financeira da empresa. 5 • Baixa qualidade gerencial: São mínimas as chances de se obter uma qualidade de gerencia razoável, pois a falta de qualidade “reflete diretamente na ausência de informações sobre processos, controles; desconhecimento do mercado e incapacidade de construção de uma estratégia competitiva e dificuldade de tomada de decisões com avaliação de riscos”. • Escassez de recursos das Micro e Pequenas Empresas brasileiras: “São escassas em recursos e têm dificuldade de angariar financiamentos tanto públicos como privados. Aliado a isso, há alta sonegação de impostos e tributos comerciais”. 6 3 GESTÃO DE NEGÓCIO E SUA IMPORTÂNCIA PARA COMPETITIVIDADE DAS MICRO E PEQUENA EMPRESA Como foi descrito no capítulo anterior, as Micro e Pequenas empresas por ter uma gestão informal e baixa qualidade gerencial, tem pouco controle do negócio, consequentemente, menos competitividade o que possibilita a falta de prosperidade e o fechamento em pouco tempo. Nesse sentido Velden (2004) afirma que os determinantes da mortalidade das empresas podem ter relação com falhas gerenciais na condução dos negócios, oriundas da falta de capital de giro (descontrole de fluxo de caixa), problemas financeiros (alto endividamento), ponto inadequado (falta de planejamento) e falta de conhecimentos gerenciais em si. Chiavenato apud Fabre, Silva e Cavalcanti (2016) apontam as possíveis causas para a mortalidade nas empresas, de acordo com a Tabela 3. Tabela 3 - Causas das mortalidades das empresas Inexperiência – 72% Incompetência do empreendedor Falta de Experiência de campo Falta de experiência profissional Experiência desequilibrada Fatores econômicos – 20% Lucros insuficientes Juros elevados Perda de mercado Mercado consumidor restrito Nenhuma viabilidade futura Vendas Insuficientes – 11% Fraca competitividade Recessão econômica Vendas Insuficientes Dificuldade de estoques Despesas excessivas – 8% Dividas e cargas demasiadas Despesas operacionais Outras causas – 3% Negligencia Capital insuficientes Clientes insatisfeitos Fraudes Ativos insuficientes Fonte: Chiavenato apud Fabre, Silva e Cavalcanti (2016) 7 O SEBRAE (2016) descreve que as principais causas são as falhas gerenciais e de planejamento do negócio. O planejamento diz respeito à capacidade de organizar e prever os efeitos de uma série de eventos, atuando assim de forma preventiva às possíveis consequências indesejáveis, resultante dos mesmos. O grande benefício do planejamento é a redução dos efeitos das incertezas em um processo a ser considerado. Trata-se de um delineamento, uma percepção provável do cenário esperado e os meios para alcançá-lo. Para de Oliveira apud Sousa e Qualharini (2007), o planejamento estratégico é “uma metodologia gerencial que permite estabelecer a direção a ser seguida pela organização, visando o melhor grau de interação com o ambiente, considerando ainda a capacitação da organização para este processo de adequação”. Para Rosa (2016), o grau de planejamento depende do tamanho da empresa, e no caso das Micro e Pequenas empresas o plano ideal mistura os quatro tipos básicos de enfoque: estratégia, operações, orçamentação financeira e previsões. Devido a essa natureza, cada caso tem suas particularidades e não é possível estabelecer um modelo padrão de elaboração, sendo sugerido dimensionar apenas a profundidade das informações orientando-se pelo tipo de público com o qual se deseja comunicar e enfatizando as áreas que justificam o negócio pretendido 8 4 MATERIAIS E MÉTODOS Para o alcance dos objetivos do presente estudo, foi utilizada a metodologia da pesquisa qualitativa do tipo exploratória, haja vista que nesse tipo de pesquisa, segundo Roriz apud Vieira (2011), "o pesquisador busca, basicamente, levantar opiniões, crenças, significado das coisas nas palavras dos participantes da pesquisa, mantendo a neutralidade". Para a coleta de dados, realizou-se entrevista semiestruturada com a proprietária da Fábrica de Biscoitos. O roteiro utilizado para coleta de dadosfoi a entrevista desenvolvida com base nos conceitos e teorias apresentados no referencial teórico deste estudo, cuja duração foi em média cinquenta minutos. A fim de complementar as informações obtidas pela entrevista, utilizou-se um questionário estruturado, que possibilitou análise complementar aos dados da entrevista. 4.1 Aplicativo de Gestão Online O Aplicativo de Gestão Online é um sistema online que tem por objetivo controlar o estoque, armazenar o cadastro de clientes, fornecedores, produtos produzidos e contas a pagar da fábrica de biscoitos. A aplicação está dividida em cinco módulos, sistema, estoque, produção, financeiro e vendas com suas devidas funcionalidades como mostra a Tabela 4. Para a segurança do acesso de usuários ao aplicativo foi implementado um controle de usuários como mostra Figura 3, onde o administrador geral do aplicativo no módulo sistema, cadastra cada usuário em um determinado grupo referente a área em que atua na empresa. Cada grupo tem permissão de acessar somente ao módulo do aplicativo e as funcionalidades que lhe forem permitidas pelo administrador geral do aplicativo. O aplicativo também conta com uma lista com nome, data e hora de último acesso do usuário, como pode ser observado na Figura 4. O módulo estoque, apresentado na Figura 5, é o módulo onde se registra as entradas de todo material que da fábrica, sendo especificada a categoria do material, a quantidade, número da nota fiscal, o fornecedor, seus devidos impostos e valor. Quando a quantidade de material é lançada, o aplicativo automaticamente soma à quantidade existente no estoque à lançada, resultando no valor total do material em estoque. As saídas do material do estoque também são registradas. A cada saída de material, a quantidade é deduzida automaticamente. Cada material tem o seu número mínimo de itens que deverão permanecer em estoque. Quando material chega ao valor mínimo é emitido um alerta para a reposição do material no estoque. 9 Tabela 4 - Módulos, funcionalidades e descrição do Aplicativo de Gestão Online Modulo e objetivo Funcionalidades Descrição Sistema: Tem por objetivo fazer o controle de acesso ao sistema, para maior segurança. Administração Adiciona, edita, exclui, atualiza, ativa e desativa os dados da unidade gestora Controle de Acesso Adiciona, edita, exclui, atualiza, ativa e desativa os usuários do sistema e o grupo a que pertence, ou seja, a áreas em que trabalha na fabrica Ferramentas Adiciona, edita, exclui, atualiza, ativa e desativa o controle de acesso para cada grupo de usuários Estoque: Controla a entrada e saída de material do estoque e o estoque mínimo de cada material em estoque. Cadastro Adiciona, edita, exclui, atualiza o cadastro de fornecedores; Adiciona, edita, exclui, atualiza o cadastro de material com sua devida categoria Entrada Adiciona, edita, exclui, atualiza a entrada de material no estoque Saída Adiciona, edita, exclui, atualiza a saída de material do estoque Produção: Cadastra os produtos produzidos pela fábrica e o material necessário para a produção do produto. Cadastro Adiciona, edita, exclui, atualiza os produtos produzidos pela fábrica e os ingredientes gastos em cada produto Vendas: Manter o cadastro de cada cliente da fábrica com seus devidos dado. Cadastro Adiciona, edita, exclui, atualiza clientes Financeiro: Controlar as contas a pagar e o status de cada uma delas Cadastro Adiciona, edita, exclui, atualiza fornecedores Contas a pagar Adiciona, edita, exclui, atualiza contas a pagar Os produtos produzidos na fábrica têm o seu registro no módulo produção. A Figura 6 mostra a tela do módulo produção com a lista de produtos que são produzidos e a tela para editar a descrição e quantidade dos materiais utilizados para a produção do produto. O módulo de venda, como mostra a Figura 7, traz a opção para o cadastramento dos clientes da fábrica, sejam eles pessoas jurídicas ou físicas, com todos os seus dados, facilitando o contato do vendedor com o cliente. A Figura 8 apresenta o módulo financeiro onde pode ser feito o controle de contas a pagar com todas as especificações necessárias para um bom controle. O sistema lista todas as 10 contas a pagar cadastradas com o nome dos fornecedores, valor do débito, a data do pagamento e o status da conta a pagar para uma melhor gestão das contas a pagar. Figura 1 - Módulo Sistema – Controle de Acesso de Grupos de Usuários Figura 2 - Módulo Sistema – Registro de Login dos Usuários 11 Figura 3 - Módulo Estoque – Entrada de Material Figura 4 - Módulo Produção – Cadastro de Produtos 12 Figura 5 - Módulo Vendas – Cadastro de Clientes Figura 6 - Tela Módulo Financeiro – Contas a Pagar 13 4.2 Descrição técnica no desenvolvimento do Aplicativo de Gestão Online Para o desenvolvimento da aplicação foi usado o sistema operacional Linux Ubuntu Versão 12.4. Sistema operacional lançado em 2005 pela empresa Canonical. É um sistema operacional de código aberto, simples de usar e indicado para fins pessoais ou profissionais, construído a partir do núcleo Linux. A IDE (Integrated Development Environment ou Ambiente de Desenvolvimento Integrado) usada para o desenvolvimento da aplicação foi o Netbeans. IDE gratuita de código aberto, que permite o desenvolvimento de aplicações web, desktop Java e mobile. Fornecendo um grande conjunto de ferramentas para desenvolvedores PHP e C/C++. O Sistema Gerenciador de Banco de dados utilizado foi o MariaBD 10.1.19. Um banco de dados de código aberto de alto desempenho, que oferece disponibilidade e escalabilidade. A comunicação entre os servidores e estações, utilizará o protocolo HTTP (Hypertext Transfer Protocol), protocolo da camada de aplicação do modelo OSI (Open System Interconnection). A versão do protocolo de comunicação via internet utilizará o ipv6, versão mais atual do protocolo de internet. O Aplicativo de Gestão Online, deverá ser utilizado através dos navegadores Internet Explore, Mozilla Firefox, Google Chrome e Opera. A linguagem de programação utilizada foi PHP 7.1(Personal Home Page) e os frameworks Bootstrap (estrutura web de front-end free e de código aberto para construir sites e aplicativos web), JQuery (biblioteca de funções JavaScript que interage com o HTML), Ignite UI (framework front-end). A arquitetura utilizada segue o padrão MVC (Model – View – Controller). Esta arquitetura "auxilia os desenvolvedores a construírem as aplicações separando seus principais componentes, a manipulação e armazenamento dos dados, as funções que irão trabalhar com as entradas dos dados e a visualização do usuário" (LEMOS et al, 2013). Foram utilizados o padrão de projeto Factory Method que cria instâncias de classes derivadas, Singleton que garante que a classe só tenha uma instância, Abstract Factory que cria instâncias de muitas classes, several classes, pertencentes a diferentes famílias. 14 4.3 Engenharia de Software "Engenharia de software é uma disciplina da engenharia cujo foco está em todos os aspectos de produção de software, desde os estágios iniciais da especificação do sistema até sua manutenção, quando o sistema está sendo usado" (SOMMERVILLE, 2011). Sommerville (2011), define software como programa de computador e documentação associada que pode ser desenvolvido para um cliente especifico ou para o mercado em geral. E um bom software deve atender as funcionalidades e o desempenho desejado pelo usuário, ser confiável,fácil de manter e usar. A engenharia de software é definida por Sommerville (2011) como uma abordagem sistemática para a produção de software, que não se preocupa apenas com os processos de desenvolvimento de softwares, mas também com o gerenciamento de projetos de software, desenvolvimento de ferramentas, métodos e teorias para apoiar a produção de software. Sendo que os métodos e as técnicas podem variar dependendo das empresas que estão desenvolvendo o software, do tipo de software, e pessoas envolvidas no desenvolvimento. Processo de desenvolvimento ou metodologia de desenvolvimento de software é um conjunto de atividades e resultados associados que auxiliam na produção de software. Mesmo tendo vários tipos de processos de software ou metodologias de desenvolvimento de softwares, algumas atividades são comuns em todos eles: • Especificação dos Requisitos: Nesta fase se define os requisitos (funcionalidades) e as restrições do software. • Projeto e Implementação: O software é projetado e programado de acordo com os requisitos especificados. • Validação de Software: O software é verificado para garantir que todos os requisitos especificados foram implementados. • Evolução de software: O software é modificado para continuar sendo útil ao cliente. Segundo Sommerville (2011), há uma diferença entre desenvolver um software para uso pessoal e um software para outras pessoas. Um código pessoal não necessita do uso dos métodos e práticas da engenharia de software. Já um software desenvolvido para outras pessoas é necessário o uso dos métodos e práticas da engenharia de software. Ele lista alguns motivos para a utilização da engenharia de software, tais como a dependência da sociedade de sistemas de software avançados e a necessidade de produzir sistemas confiáveis econômica e rapidamente, ser mais barato a longo prazo usar métodos e técnicas da engenharia de software 15 do que simplesmente escrever programas como se fosse um projeto pessoal e ter que fazer mudanças depois que o software começa a ser usado. Para Pressman (2001), as metodologias tradicionais são consideradas metodologias pesadas por serem orientadas a documentação, ou seja, ter como base a produção de documentos e modelos a cada fase do processo para guiarem a programação. Exigindo muito tempo para serem gerados, dificultando o controle do projeto quando há necessidade de mudanças nos requisitos se fazendo necessário o retorno ao início para a alteração da documentação. De acordo com Soares (2004), devido à complexidade e burocracia das metodologias tradicionais, algumas empresas de desenvolvimento de software pequenas, optam pelo não uso de metodologia, o que afeta muitas vezes a qualidade, o custo e o prazo de entrega do produto. Em 2001 com a reunião de dezessete especialistas em desenvolvimento de software é firmada a aliança conhecida como Manifesto Ágil. Surge as metodologias ágeis como opção de metodologia leve para as pequenas e medias empresas de desenvolvimento de software, tendo como características principais o desenvolvimento iterativo e incremental, adaptativo, a comunicação com o cliente e envolvidos e a redução de documentos que muitas vezes não são usados nem atualizados. Bonato (2002) apud Paulk (1999), diz sobre as metodologias ágeis: "Tais metodologias se colocam com um meio-termo entre a ausência de processo e o processo exagerado". Só é feita a documentação necessária e podendo a mesma ser automatizada. O código fonte por exemplo, bem estruturado e de qualidade pode ser usado como um documento. As metodologias ágeis são indicadas para pequenas empresas de desenvolvimento que possuem equipes pequenas e desenvolvem projetos pequenos. Os projetos podem ser classificados pelo seu o tamanho: • Pequenos – Quando envolvem 3 a 5 pessoas e tem duração de seis meses; • Muito pequenos – Quando envolvem 2 a 3 pessoas e tem duração de 4 meses; • Minúsculo – Quando envolvem 1 a 2 pessoas e tem duração de 2 meses. Percebe-se que diante dessa classificação ainda existe dois grupos de projetos, muito pequenos e minúsculos, que mesmo a aplicação da metodologia ágil não seja eficiente, podendo a aplicação de todas as suas práticas e atividades serem prejudiciais andamento do projeto. A solução para este problema surge com utilização do processo de desenvolvimento de software adaptativo, ou seja, a organização traça seu próprio método de gestão para o desenvolvimento de software, sendo definidas apenas atividades ou tarefas que permitam o 16 processo fluir produtivamente. Garantindo a agilidade do processo produtivo, diminuição do tempo de produção, a redução dos custos e a otimização e utilização de recursos tanto materiais e humanos disponíveis. "A utilização de uma metodologia ou processo de produção adaptado às realidades enfrentadas pela pequena organização é de fundamental importância para a sobrevivência e crescimento" (BERNI, 2010). 4.4 Aplicação da metodologia a XP no desenvolvimento do Aplicativo de Gestão Online Extreme Programming é uma metodologia de desenvolvimento de software, criada por Kent Beck, Ron Jeffties, e Ward Cuningham a partir de um projeto realizado na Daymler- Crysley em 1996. Considerada uma metodologia leve que segue a filosofia do Manifesto ágil. Proporciona um ambiente de desenvolvimentos agradável, através de suas práticas e valores. Tendo como objetivo garantir a satisfação do cliente e cumprimento dos prazos, por meio de um desenvolvimento rápido do projeto. Os quatro valores da XP determinam o comportamento e critérios que a equipe envolvida no projeto deve ter para o sucesso do desenvolvimento, sendo eles: • Comunicação - Deve ser constante entre desenvolvedores e cliente de preferência pessoalmente. • Feedback - São liberados os releases (pequenas versões funcionais) para que o cliente avalie se está de acordo com o especificado. • Simplicidade – Desenvolver apenas as funcionalidades necessárias que serão utilizadas. • Coragem – Para que todos os valores acima sejam cumpridos. A XP tem por base um conjunto de práticas, ou seja, atividades que devem ser seguidas pela equipe. Essas práticas podem ser observadas na Tabela 5. 17 Tabela 5 - Princípio do Extreme Programming (XP) Princípios ou práticas Descrição Planejamento incremental Os requisitos são gravados em cartões de estórias e as estórias que serão incluídas em um release são determinadas pelo tempo disponível e sua relativa prioridade. Os desenvolvedores dividem essas estórias em 'Tarefas'. Pequenos releases Em primeiro lugar, desenvolve-se um conjunto mínimo de funcionalidades útil, que fornece o valor do negócio. Releases do sistema são frequentes e gradualmente adicionam funcionalidade ao primeiro release. Projeto Simples Cada projeto é realizado para atender às necessidades atuais e nada mais. Desenvolvimento test-first Um framework de testes iniciais automatizados é usado para escrever os testes para uma nova funcionalidade antes que a funcionalidade em si seja implementada. Refatoração Todos os desenvolvedores devem refatorar o código continuamente assim que encontrarem melhorias de código, isso mantém o código simples e manutenível. Programação em pares Os desenvolvedores trabalham em pares, verificando o trabalho do outro e prestando apoio para um bom trabalho sempre. Propriedade coletiva Os pares de desenvolvedores trabalham em todas as áreas do sistema, de modo que não se desenvolvam ilhas de expertise. Todos os conhecimentos e todos os desenvolvedores assumem responsabilidade por todo o código. Qualquer um podemudar qualquer coisa Integração continua Assim que o trabalho em uma tarefa é concluído, ele é integrado ao sistema como um todo. Após essa integração, todos os testes de unidade do sistema devem passar. Ritmo sustentável Grandes quantidades de horas-extra não são consideradas aceitáveis, pois o resultado final, muitas vezes, é a redução da qualidade do código e da produtividade a médio prazo. Cliente no local Um representante do usuário final do sistema (o cliente) deve estar disponível todo o tempo à equipe de XP. Em um processo de Extreme Programming, o cliente é um membro da equipe de desenvolvimento e é responsável por levar a ela os requisitos de sistema para implementação. Fonte: Sommerville (2011) Para garantir a fluidez do processo de desenvolvimento do Aplicativo de Gestão Online, para a fábrica de Biscoitos, sendo o projeto considerado muito pequeno, segundo a 18 classificação feita por Paulk, por possuir apenas dois componentes na equipe (a autora desse projeto que também exerce o papel de gerente de projeto, um desenvolvedor) e o tempo de duração do projeto ser de três meses; fez-se necessário a adaptação da metodologia ágil Extreme Programming, de acordo com os recursos materiais e humanos para o desenvolvimento do projeto, deixando algumas práticas de serem realizadas tais como a programação em pares, código coletivo, Stand up meeting e cliente no local. 4.4.1 Planejamento incremental Nas primeiras reuniões de planejamento se fizeram presente a equipe desenvolvedora e um representante do cliente, que possui experiência e conhecimento do negócio por atuar na mesma área comercial que o cliente. O levantamento de requisitos feita segundo a metodologia XP indica, através de cartão com estórias de usuário, como mostra a Figura 9, escritas anteriormente a reunião pelos futuros usuários do sistema, estimadas pelo desenvolvedor e priorizadas pelo representante do cliente. Foram escritas cinquenta estórias de usuários sendo algumas modificadas no decorrer do projeto e outras consideradas pelo cliente desnecessárias. Figura 7 - Estórias de Usuário Com os cartões de estórias de usuários em mãos estimadas e priorizadas a equipe desenvolvedora organizou o user story mapping (mapa das estórias de usuário), técnica criada por Jeff Patton para organizar as estórias de usuária de uma forma que ajuda a compreensão da funcionalidade do sistema e facilita a organização dos releases como mostra a Figura 10. Ficando os releases organizadas como mostra a Tabela 6. 19 Figura 8 - User story mapping Tabela 6 – Releases Release 01 Release 02 Release 03 Release 04 Cadastro de unidade gestora Cadastro de fornecedor Cadastro de produto Saída de produto Controle de acesso de grupo Cadastro de material Cadastro de material para produto Controle de usuário Entrada de material Cadastro de municípios Criação de menus e aplicação Contas a pagar Cadastro de Cliente 4.4.2 Desenvolvimento test-first A metodologia XP tem em sua filosofia alguma praticas que devem ser praticadas ao estremo e uma delas é o teste. A XP recomenda aplicação de dois testes: o teste de aceitação que tem por objetivo verificar se resposta do sistema à funcionalidade implementada atendem a necessidade de forma correta. Escrito pelo cliente no verso de cada cartão de usuário e implementada pelo desenvolvedor, como mostra o exemplo na Figura 11 e o teste de unidade podendo ser esse automatizado, com o objetivo de verificar se os resultados gerados por uma classe estão corretos. Para o teste de unidade foi usada uma ferramenta de teste automatizada PHPUnit integrada a IDE Netbeans. 20 Figura 9 - Teste de aceitação 4.4.3 Projeto Simples A simplicidade do projeto é um dos princípios do XP que foi seguido no desenvolvimento do Aplicativo de Gestão Online. Somente as funcionalidades necessárias para o uso atual do cliente é que foram implementadas, mesmo sabendo-se que no futuro haverá a necessidade de acrescentar novas funcionalidades à aplicação. 4.4.4 Refactoring A IDE Netbeans, usada para o desenvolvimento do projeto Aplicativo de Gestão Online, oferece recursos de refatoração automatizando está tarefa, diminuindo o esforço do desenvolvedor, tornando o desenvolvimento mais produtivo e menos propicio a erros. 5 RESULTADO E DISCUSSÃO Neste capitulo será apresentado os resultados do uso do Aplicativo de Gestão Web na fábrica de biscoito. Através da análise da entrevista e questionário aplicado na fábrica de biscoitos junto a proprietária antes da implantação do aplicativo, pode ser percebido alguns problemas principalmente na área de estoque, que procurou-se corrigir através da implantação do aplicativo. Foi aplicado outro questionário após a implantação do aplicativo para a confirmação de que os resultados esperados foram alcançados. 21 5.1 Descrição do Caso A Fábrica de Biscoitos atua no mercado deste 2006, na fabricação e distribuição de biscoitos de polvilhos. É uma microempresa que traz em sua cultura todas as características de microempresa citadas nos capítulos anteriores. Como muitos empreendimentos no Brasil, nasceu sem um planejamento prévio ou cálculo de risco, na busca de superar a falta de emprego e a necessidade da proprietária e esposo de obterem um sustento familiar. Atualmente, a empresa faz a venda de seus produtos na forma de pronta entrega e atacado para uma média de cinquenta clientes com personalidade jurídica e física em cidades vizinhas e circunvizinhas do seu município domiciliar, não possuindo cadastro manual ou eletrônico de seus clientes, dificultando o conhecimento do número de clientes ativos e o contato com os mesmos para vendas antecipadas e cobranças. Produz em média noventa quilos de biscoitos diariamente. Este valor é conhecido pela administração da fábrica por possuir um controle manual de produtos produzidos. Porém, quando o produto vai para o estoque perde-se o controle de sua saída. A empresa também não possui um cadastro dos produtos que a mesma produz, nem registro dos ingredientes gastos para a produção de cada produto. Causando dificuldade quando há a dispensa e contratação de novos funcionários para a área de produção. Apesar do faturamento ter crescido desde o início da empresa até os dias atuais chegando ao valor bruto anual de duzentos e quarenta mil reais, a mesma só possui um livro caixa onde são anotadas as entradas e saídas das finanças da fábrica e um caderno onde são anotadas as contas a pagar de forma desorganizada. Não há na fábrica controle de estoque. Não é conhecido a quantidade de material que entra ou sai do estoque, dificultando a obtenção de informações importantes, causando com frequência o desperdício na produção, falta de produto prontos para a venda, compra de material desnecessário, falta de material necessário para o bom andamento da empresa e prejuízos financeiros. A fábrica não possui um cadastro de fornecedores, dificultando o contato com os mesmos para a compra de produtos. Ficando à mercê daqueles que lhe vem a porta para vender. Faz as compras sem a cotação devida, comprando muitas vezes produtos acima do preço sem poder para negociação, causando perda financeira e aumento no custo do produto. 22 5.2 Análise Teórica do Caso Campos e Cazarini (2014), afirmam que as microempresas que não necessitam de sistemas de informações complexo, mas precisam de informações de forma apropriada, tem buscado na tecnologia da informação a adoção de algum tipo de sistema de informaçãoque as auxilie a enfrentarem o mercado dinâmico e competitivo, para garantir a habilidade e rapidez nas mudanças. A proprietária da fábrica de Biscoitos vem sentindo ao longo desses anos a necessidade da adoção de um sistema que lhe possibilite a redução de custos e a melhoria no processamento dos dados das áreas básicas da empresa: produção, venda, estoque, financeiro e obtenção informações seguras sobre as mesmas. Bigaton (2003) diz que implementação de um sistema informação em uma empresa deve se planejada de acordo com a cultura, tamanho, ramo atividade, tecnologia disponível e compatível com as suas necessidades de informações do contexto em que está inserida. Seguindo esse pensamento e um acompanhamento de dois dias nas áreas funcionais da empresa, a fim de ter uma visão básica sobre os principais aspectos que orientam a possiblidade da implantação de um sistema na fábrica de biscoitos, decidiu-se pelo desenvolvimento uma aplicação web, sob medida com o uso de ferramentas gratuitas e de baixo custo, para a gestão da Fábrica de Biscoitos. Respeitando a cultura da fábrica de biscoito que não tem por costume registrar ou controlar as atividades realizadas na mesma, seja de forma manual ou informatizada. Ficou de comum acordo entre a equipe desenvolvedora e a cliente (proprietária da fábrica), que o aplicativo de Gestão Online, seria o mais simples possível até que o costume da fábrica fosse alterado. Podendo assim no futuro ser adicionado ao Aplicativo de Gestão Online, funcionalidades que gerem informações de tomada de decisões como relatórios, fluxos de caixa, etc. 23 6 RESULTADO OBTIDOS Segundo as informações colhidas através do questionário aplicado após um mês da implantação da Aplicação de Gestão Web, a fábrica de biscoitos obteve um conceito positivo diante dos seus clientes e funcionários. Mostrou que a fábrica tem interesse e capacidade de crescer adotando novas tecnologias para o crescimento organizado. Alguns benefícios já no início puderam ser notados, apesar das dificuldades para a coleta dos dados e formação do cadastro de fornecedores e clientes. Assim que chega o material seja para o consumo próprio, matéria-prima ou embalagens é dada a entrada de material no estoque. E quando a área de produção requisita o material para a produção a baixa é realizada imediatamente. Após a produção dos produtos é feita a entrada de produtos prontos no estoque e quando é feita as vendas é dada a baixa no estoque. O que mais trouxe satisfação a proprietária é poder acessar o aplicativo de qualquer lugar, em qualquer dispositivo que tenha acesso a internet. Não precisando estar dentro da fábrica para ter o acesso as informações. 24 7 CONCLUSÃO Através deste trabalho pode-se concluir que a tecnologia da informação é uma ferramenta essencial para o crescimento organizado de uma empresa. Por esse motivo deve-se dedicar em construir softwares de qualidade que venha agregar valor. Os aplicativos web, hoje tendência no mercado, tornou fácil e barato o custo da informatização das microempresas, sendo necessário para a implantação do aplicativo a compra de um endereço DNS, um host web e um dispositivo com acesso à internet. O desenvolvimento de um projeto desde a sua concepção até a sua implantação não é uma tarefa fácil, principalmente para equipes pequenas e inexperientes como a que atuou neste trabalho. Muitas dificuldades foram encontradas. O uso da metodologia ágil XP, foi de estrema importância para que muitas dessas dificuldades fossem superadas e o desenvolvimento do projeto fosse concluído no prazo determinado, com custo baixo e satisfizesse a necessidade atual do cliente. A XP tem como seus valores a comunicação, feedback, simplicidade e coragem. Na maioria das literaturas pesquisada definem coragem como algo para cumprir todos outros três valores. Essa definição só passou a ser clara mediante o desenvolvimento desse projeto, principalmente no quesito simplicidade, fazer o que é necessário para hoje, sem querer prevê o futuro. Mesmo sabendo que existem funcionalidades que no futuro o cliente irá precisar, tivemos a coragem de deixar o futuro para o futuro. 25 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ACOMSISTEMA. Disponível em http://www.acomsistemas.com.br/blog/controle-de-vendas- o-crescimento-da-sua-empresa-na-ponta-lapis/. Acessado em 27 julho 2017. BECK, K. Exteme Programming Explained:Embrace change. Addison-Wesley, 1999. BIGATON, A. L. W. ESCRIVÃO F. E. Gestão estratégica da informação na pequena empresa. Anais. Porto Alegre: ABEPRO, 2003. Disponível em http://www.abepro.org.br/biblioteca/ENEGEP2003_TR0904_0384.pdf. Acesso em 10 de maio de 2017. BONATO, A S. F. Extreme Programming. Qualidade e Confiabilidade de Software- Extreme Programming Brasil. São Paulo - dezembro de 2002 CAMPOS, R. R.; CAZARINI, E. W. Aspectos técnicos de instalação de sistemas integrados de gestão desenvolvidos sob o modelo de software livre: perspectiva de utilização na pequena empresa. 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