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Os movimentos sociais de rua no Brasil

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As ruas e a Democracia
Ensaios sobre o Brasil contemporâneo.
Marco Aurélio Nogueira
Intenção: refletir sobre a situação politica que se agudizou no Brasil depois dos protestos de junho de 2013.
As massas surpreenderam ao irem as ruas. As razões de sua efervescência: capitalismo globalizado; historia nacional e na conjuntura politica;
Introdução
Protesto e paz social;
Brigou-se por quase tudo;
Revolta: sem agenda, mas com um grito de indignação e angustia;
Ignorou parlamentares; sindicatos e partidos políticos: enfim, toda forma de institucionalização;
De modo espontâneo e improvisado: contra o governo; todos os governos; o sistema politico;
Crise: corroeu a representação politica, pondo em xeque a legitimidade dos governos;
Crise com determinações amplas. O sistema politico é uma ponta de um iceberg, protagonista de tudo que há de perverso;
O arranjo politico de pessoas, grupos e classes, interesses econômicos e organizações que se associaram para governar o país;
Crise: é mais que crise politica é de um sistema perverso: economicos; socioculturais; politicos; éticos; institucionais, governamentais.
Crise não surgiu derrepente:
- impulsionada pelos governos: falhas graves e desempenho mediocres; gestão e politicas publicas; comunicação e dialogo com a população; corrupção; 
- partidos: associações parasitarias, sem vida e sem ideias; falta de politicidade junto a sociedade;
Agigantamento do contraste entre a miseria e os gastos desnecessários; desperdicio e o uso de recursos públicos pela elite politica e administrativa; 
Distanciamento da sociedade;
Complicar: ficou mais grave: com o PT;
Marcou a história em sentido positivo: ajudou a mudar a face social; deu mais espaços aos excluidos;
Contudo: ator politico não pode ser analisado pela ótica da virtude e inocência;
Fez politica e ao fazer mergulhou fundo no sistema e perdeu o frescor da juventude. Parte da crise;
1995: todas as energias para conquista da presidência;
2002: coalizões a direita; operar o velho jogo politico; distanciou-se da sociedade civil; perdeu vigor e carência programatica; sistema de poder: pacto informal: grande capital; trabalhadores incluidos, pobres, sob a liderança de Lula; ampla coalizão parlamentar e cooptação de lideranças populares.
Poltica de combate a miseria; assistencialismo paternalista e direitos de cidadania: produziu efeitos sociais importantes;
Não modificou a estrutura do país e gerou mais e novos problemas: um país mais complexo e exigente;
O PT: acumulou poder e se afirmou como o único partido progressista; era a única esquerda do Brasil; 
Transformações sociais importantes por dentro do capitalismo;
Monopolizou o campo reformista e da esquerda; 
Deslocou as demais propostas para o centro ou para a letargia;
Baixa capacidade hegemonica: não formulou uma nova ideia de politica, de democracia e de economia; não disseminaram culura; não promoveram uma nova direção intelectual e mora para a sociedade;
Não conseguiram se contrapor ao neoliberalismo;
Defenderam um projeto de poder e não de hegemonia;
Governos petistas (clientelismo, patrimonialismo e corrupção) = frustação e indignação com privilégios para grandes empresas, impunidade dos mais ricos, gastos exorbitantes enriquecimento de dirigentes políticos.
A sociedade mudou: dinâmica; mobilidade; novas culturas e expectativas; funciona mais em rede; 
Centros do poder: perderam força; 
Conflito social: reconfigurado pela digitalização da vida; modificações no mundo do trabalho;
Processo: capitalismo globalizado e modernidade radicalizada: dificuldade para compreender o que passou;
O que falta é analise politica da situação concreta: visão de conjunto das molas que movem as pessoas;
Hipermodernidade: nova politica (a margem de partidos) repleta de tendências pré-politicas niilistas;
O autor não romantiza os protestos (não anuncio de uma democracia revitalizada). Eles foram “terra de ninguém” (protagonismo de grupos e individuos); 
Vozes da revolta: demandas; intolerância e incompreensão; disseram muita coisa, mas não forneceram soluções;
Despertaram consciência; mas não anunciaram uma revolução;
Impossível saber se continuarão mobilizadas, se conseguem ir muito longe: mudanças substânciais;
Efeito positivo: não desprezar; A vida politica não será mais a mesma, mesmo que demora para mudar;
A agenda politica está posta: outra politica;
Reforma em sentido forte: é um desafio; mas não resolverá;
Politicas públicas de qualidade: capacidades de gestão; formulação e de avaliação e controle; politicas de Estado aberta ao conjunto da sociedade.
São Paulo, setembro de 2013. 
Nogueira. 
Junho de 2013: manifestações surpreenderam;
Estopim: aumento do valor dos bilhetes do metrô (SP); ação policial de repressão;
Revolta: contra o sistema;
Manifestações: dificuldade de ganhar estabilidade e ficar ativas;
Crise de representação e legitimidade;
Certeza: a representação política ruiu: divorcio entre o Estado e a sociedade;
I - BRASIL 2013: as vozes das ruas e os limites da política. 
Cansaço tem suas raizes no processo de redemocratização;
Eleição de Collor de Mello;
O PT;
Eleição de Lula;
Governos FHC, Lula e Dilma: desconstruções de seus planos;
Crise: manutenção do modelo economico;
Últimos 15 anos: perversão sistêmica, principalmente quando o PT assumiu o poder;
As ruas não tiveram outra opção: revolta contra tudo e todos.
Modelo de governança e crescimento: não mudou a estrutura e gerou novos problemas;
“Transformismo”: programa limitado de reformas, permanência no poder e cooptação da membros da oposição;
Novidade: PT como protagonista;
Desenvolvimento fraco: inadimplencia;
Auge e esgotamento de um ciclo.
Modelo vivo: figura carismatica de Lula;
Entre 2003 e 2010: boom das economias capitalistas;
Brasil: sensação de que o Brasil havia entrado no primeiro mundo;
Contraste entre o discurso oficial e o que de fato a população sentia: viver de esperança;
Endividamento: comprometeu o sonho de consumo de muitos;
Faltaram articuladores: os partidos politicos foram ultrapassados pela nova sociedade;
Politicas governamentais progressistas: um país melhor; complexo e exigente;
2009-2010: um ciclo começou a esgotar: 
- redução do crescimento da China;
- fim do periodo de juros internacionais baixos;
- valorização do dólar;
- Limitações do mercado interno brasileiro;
Economia com crescimento em ritmo baixo: não aumento da arrecadação; limite a ação empreendedora do governo (politicas sociais e investimento em infraestrutura);
MODELO SOCIAL DESENVOLVIMENTISTA BRASILEIRO: CONTRADIÇÕES:
1 – Peso do capital transnacional elevado;
2 – concentração de esforço em commodities;
3 – o atraso tecnologico e as deficiências na infraestrutura;
4 – a redução da desigualdade de renda foi real e positiva;
5 – as politicas públicas não se sofisticaram...
Inflação;
Anuncio precoce da candidatura a reeleição;
Aumentos;
Problemas e ruidos;
O que estava adormecido irrompeu a luz do dia;
PT: esquerda e Lula;
Hegemonia e poder;
Crise: governos; partidos; Estado e sociedade. 
Falhas e fragilidades
Lula: desenvolvimentismo turbinado;
Discurso oficial: sociedade, movimentos e opinião pública se acomodaram;
Oposições: desorientadas e sem capacidade;
A concentração de renda; da propriedade e do padrão econômico-social vigente piorou a situação;
As redes sociais: projetaram a insatisfação e a decepção para as ruas;
Mudança na sociedade brasileira;
O Brasil tornou-se urbano;
Jovens brasileiros;
Grandes cidades: vítimas das opções governamentais;
Vozes urbanas: articuladas em rede;
As pessoas foram as ruas;
Lula: político; Dilma: tecnica;
O centro politico: carecia de articulação; coordenação e liderança.
Cidades, redes e violência
Dilma: medidas para amenizar o conflito e os desgaste: pacto nacional; depois 5 eixos de atuação: reforma politica; saúde; educação; transportes públicos e responsabilidade fiscal;
Procurou mostrar iniciativa e pediu solidariedade ao governo;
Carências do governo: não solução as problemas apontados pelas ruas: precária articulação politica; improvisada e pressa; atrito com o Congresso; 
Reações e perspectivas 
Reações em cadeia na sociedade; queda dos índices de popularidade; aprofundou a distancia entre governo e opinião publica; índice de confiança nas instituições: falta de credibilidade; 
Julho: tem ainda margem de manobra; não descontrole da economia; nem inflação alta; oposições com seus próprios problemas; 
Agosto: protestos refluiram; mal-estar não se desfez – crise politica: dificuldades na economia; volta da inflação e endividamento dos consumidores; pessimismo no cenário internacional; 
Questões destacadas:
1. futuro da preponderância de Lula na esquerda brasileira, no PT e na sociedade;
2. desgaste no PT: entrega ao jogo politico tradicional e fisiologia das coalizões nos últimos 13 anos;
3. capacidade de resposta de Dilma nos meses que restam do seu governo;
4. a politicidade das ruas pode se compor com a politicidade dos políticos e do Estado;
Saldo das ruas: o principal consistiu na onstrução de uma comunidade não essencializada e indeterminada, formação em ato da vontade coletiva apoiada na intersubjetividade e pressupostos pragmáticos. (CARVALHO, 2013).
Indignados: em comum tudo esta conectado, a rapidez dos acontecimentos, a juventude dos participantes, a internet, o desejo de liberdade;
Junho: grito de angustia coletiva – mau funcionamento do Estado de bem-estar; 
Não revolucionario; mas nova dialética política;
Novos ativistas: outro tipo de politica;
Carcteristicas:
Novos e velhos ativistas
- politica de cidadãos; não só de políticos, militantes, partidários, entidades;
Atuação mais livre e horizontal;
Ninguém no comando;
Assembleias abertas em praças e ruas;
Festa e determinação # disciplina militantes;
Cada um é livre para seguir o que pensa;
Não ódio de classe, nem ordem unida # indignação e vontade de mudar;
Novas formas de engajamento: jovens;
Característica essencial: questionamento do ativismo tradicional (organizações, classes e causas gerais);
Novo ativista: direitos, reconhecimento; não por poder;
Não sacrifica a vida pessoal (causa coletiva, gloria de uma organização);
Não se referência por lideres ou ideologias;
Age festivamente e sem rotinas fixas;
Sátira e do deboche;
Multifocal: abraça várias causas simultaneamente;
Muitos atuam de modo pragmatico: voluntáriso profissionais: buscam mais resultado do que rivalizam-se com o sistema;
Ambiente: redes sociais, ferramenta conectividade;
O novo ativismo deve tentar para reforma democratica da sociedade, Estado e da política;
Evolução solitária: fechado em causas especificas e busca de autoexpressão: ruído e efervescência; perderá em termos de eficácia e efetividade;
Ainda é fundamental combinar ações e promover convergências: os conflitos de classe permanecem; as estruturas de poder ainda emitem ordens, pressionam e coragem;
Espanha: “nossos sonhos não cabem em suas urnas”.
Vitória do Partido Popular de centro direita: alerta
Nova esquerda (ruas) cobrando o que a esquerda tradicional deixou de valorizar;
Movimentos animados em rede – ameaça de diluição:
Questão: se cada um pretende mudar as coisas a seu modo como produzir uma ação coletiva?
Tragico: se esse ativismo se pusesse contra a democracia representativa;
Vida liquida: sem partidos; ou a possibilidade de uma segunda chance;
Julho: Dia Nacional de lutas: foco no trabalho X junho: direitos e politicas publicas;
Instabilidade: mas recordações ao brasileiros – não parece propenso a uma nova fase autoritária;
Duas teses: golpe em marcha; captura da pauta dos manifestantes pela mídia conservadora;
Houve ingenuidade nas ruas, mas não falta de seriedade ou burrice;
Em manifestações horizontais, multicêntricas, com baixo poder de agenda, há sempre uma tendência de risco: alimentam uma violência que não é política, costumam ser instrumentalizada pela direita e somente gera recrudescimento da repressão policial.;
Questão: se a violência esta diretamente nas ruas e faz parte da vida cotidiana, porque não apareceria em manisfestações que tem a cara das ruas?
Mídia: privilegia imagens, sensações e percepções; não monopoliza o pensamento e as escolhas das pessoas: SERÁ? 
Protestos demarcaram uma zona vazia da sociedade;
Palavra de ordem: (?) queremos um Estado aberto as pessoas; menos dependente do capital; disvinculado de multinacionais, bancos e empresários; mais social e menos economico; circulação urbana livre; ampla e irrestrita; mais parques e menos shoppings; internet livre; respeito ao direitos de todos; serrviços públicos de qualidade e universais; mais cidadãos e menos consumidores; mais Estado e menos mercado.
Futuro em aberto
Brasil: esta hoje em um ponto de inflexão: protestos disseram: tudo precisa ser diferente a partir de agora; o país não vai bem; o discurso positivo é desmentido pelos fatos; os brasileiros querem mais dos governantes (não querem tirar eles do poder ?); ao inves da reforma politica; Transformação: outro sistema politico (?); sociedade brasileira: graves deficits organizacionais: sem articuladores (?); partidos: semivivos (organização); programáticos, poderão progredir (?)
O Brasil ainda não conheceu a democracia: a sociedade que se democratiza pede muitas coisas; O que virá pela frente está inteiramente em aberto;
Refluxo das ruas: o sistema retomou o controle da situação;
Setembro: mais médicos; o STF (violência verbal); Câmara dos deputados (não cassação de mandato); 
O governo ao mesmo tempo mergulhou em uma maré positiva: Mais médicos. PIB cresceu 1.5%: mais oxigênio para Dilma; a dificuldade da oposição: Marina e o PSDB – desprezando as janelas que se abriram; 
Recomposição e mesmice
A vozes de junho: agenda basica: país encontre outro rumo; reformatação do Estado; pacto social – o resultado disso de algum modo aparecerá, quem sabe já nas eleições de 2014?? 
Frase: “a mesmice e a recomposição passiva do sistema somente servirão de alimento e combustivel para o engajamento nefasto o mal-estar que corrói a cidadania” (NOGUEIRA, 2013). 
“A mesmice e a recomposição passiva do sistema somente servirão de alimento e combustível para o engajamento nefasto o mal-estar que corrói a cidadania” (NOGUEIRA, 2013).

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