3 Cabanagem e Ciclo da borracha

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Cabanagem (1835-1840)
A rebelião popular que mais matou índios. Os fazendeiros que estavam do lado do governo central, aliaram-se aos cabanos (negro, escravo, mestiço, branco pobre e índio) devido à crise econômica que havia se estabelecido na região pela má administração e negligência do governo.
Os cabanos pretendiam obter melhores condições de vida. Já os fazendeiros e comerciantes, que lideraram a revolta, pretendiam obter maior participação nas decisões administrativas e políticas da província (província Grão-Pará).
No ano de 1835, os cabanos ocupara a cidade de Belém, capital da província, e colocaram na presidência Félix Malcher. Fazendeiro, Malcher fez acordo com o governo regencial, traindo o movimento. Revoltados, os cabanos mataram Malcher e colocaram no lugar o lavrador Francisco Pedro Vinagre (Sucedido por Eduardo Angelim).
Contando com o apoio inclusive de tropas de mercenários europeus, o governo central brasileiro usou toda a sua força para reprimir a revolta, após 5 anos de sangrentos combates a revolta acabou sem que os cabanos conseguissem atingir seus objetivos.
Ciclo da borracha (1880-1912)
O interesse comercial pelo látex aumentou significativamente a partir da segunda metade do séc. XIX. Com a vulcanização da borracha, por Charles Goodyear, tornou-a mais resiste e elástica.
Origem no Brasil: Drogas do sertão. O Brasil passou a exportar toneladas de borracha, principalmente para as fábricas de automóveis norte-americanas. As principais regiões produtoras eram os estados do Pará e Amazonas.
O trabalho utilizado na produção era o do indígena e do caboclo. Com o tempo, essa mão-de-obra tornou-se insuficiente. Os governos locais passaram a importar mão-de-obra nordestina por meio de propagandas enganosas.
Sistema de aviamento
Sistema socioeconômico que regula as relações entre os elementos que formam a economia gomífera. O aviador adianta bens de consumo e alguns instrumentos de trabalho ao produtor, e este restitui a dívida com produtos extrativos e agrícolas.
Elementos: Exportador/ Aviador/ Seringalista/ Seringueiro/ Regatão
Exportador: Estrangeiro. Comprava a borracha do aviador e vendia o produto de acordo com a sua cotação nas bolsas de Valores em Nova York e Londres.
Aviador: A maioria era brasileira. Comerciante que fornecia instrumentos de trabalho e bens de consumo para o seringal* em troca da borracha. Representava o “elo” do sistema de aviamento.
*Seringal: Latifúndio. Cidades que surgiram a partir do ciclo da borracha: Rio Branco, Benjamim Constant e Boca do Acre.
Seringalista: Dono do seringal, patrão do seringueiro e usurpador de terras.
Seringueiro: A maioria era nordestina. Trabalhador que praticamente escravizado, procurava manter sua dignidade.
Regatão: Comerciante que realizava uma atividade alternativa. Trocava remédios, latas de conserva e outros produtos por borracha com o seringueiro. Era um comércio clandestino, o qual o regatão, muitas vezes, supria as necessidades do seringueiro, embora buscasse lucro.
Crise, a concorrência asiática
Em 1876, sementes da seringa foram levadas a Inglaterra por Henry Wichham. As sementes foram plantadas na Malásia, colônia inglesa. A produção organizada e inteligente na Malásia desbancou a produção Amazônica.
O dinheiro da borracha não foi usado devidamente. Não houve investimento sólido e rentável.
Gov. federal: Utilizou para embelezar o Rio de Janeiro, construir ferrovias e retirar o país da crise do encilhamento (crise do governo do Marechal Deodoro na República Velha);
Gov. Pará: Foi utilizado em Belém. A cidade tornou-se típica representante da Belle-époque (1820-1920). Construção do teatro da paz (1878)
Gov. Amazonas: Foi usado em Manaus. A cidade tornou-se a “Paris dos Trópicos” com imponentes monumentos, destacando-se: O palácio da justiça (1900) e o teatro Amazonas (1896)
Consequências
Povoamento da Amazônia;
Genocídio indígena;
Revolução Acreana e a anexação do Acre ao Brasil (1889-1903)
Desenvolvimento de transportes fluviais na região Amazônica.
A libertação dos escravos no Amazonas
Os negros tiveram pouca participação na produção de riquezas na Amazônia devido à grande quantidade de mão-de-obra indígena, com preços baixos. Além do mais. Foi criada, em 1873, a Sociedade Emancipadora Amazonense, cuja finalidade era arrecadar fundos para libertar os escravos.
No dia 24 de maio de 1844, foram libertados os escravos de Manaus. E, em 10 de julho do mesmo ano, foi a vez da libertação dos escravos da província.