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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL SERRA DOS ÓRGÃOS CENTRO UNIVERSITÁRIO SERRA DOS ÓRGÃOS CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS-CCHS CURSO DE GRADUAÇÃO EM DIREITO DIANE DOS SANTOS CAVALIER A EXPLORAÇÃO INTRAFAMILIAR: PROTEÇÃO LEGAL DO TRABALHADOR IDOSO. TERESÓPOLIS 2017 � FUNDAÇÃO EDUCACIONAL SERRA DOS ÓRGÃOS – FESO CENTRO UNIVERSITÁRIO SERRA DOS ÓRGÃOS – UNIFESO CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS - CCHS CURSO DE GRADUAÇÃO EM DIREITO DIANE DOS SANTOS CAVALIER A EXPLORAÇÃO INTRAFAMILIAR: PROTEÇÃO LEGAL DO TRABALHADOR IDOSO. Monografia apresentada ao Curso de Graduação em Direito como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Direito, sob a orientação da Professora Ana Lucia Torres dos Santos. TERESÓPOLIS 2017 FUNDAÇÃO EDUCACIONAL SERRA DOS ÓRGÃOS – FESO CENTRO UNIVERSITÁRIO SERRA DOS ÓRGÃOS – UNIFESO CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS - CCHS CURSO DE GRADUAÇÃO EM DIREITO DIANE DOS SANTOS CAVALIER Monografia apresentada ao Curso de graduação em Direito do Centro Universitário Serra dos Órgãos como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Direito e submetida à avaliação da banca composta pelos seguintes membros: ___________________________ Professora Ana Lucia Torres dos Santos Orientador ___________________________ Prof. Ms. Siclano de Tal Membro-examinador ___________________________ Prof. Dr. Beltrano de Tal Membro-examinador Teresópolis ______ de _______________ de 2017. � DEDICATÓRIA � AGRADECIMENTOS EPÍGRAFE � RESUMO Nos dias que correm, o tema idoso tem buscado a atenção de diversas partes da sociedade, sendo que nas últimas décadas tem-se obtido um crescimento significante dessa população. Tem-se por envelhecimento, um processo que perdura ao ser humano, sendo inevitável, e aqueles que conseguirem alcançar idades mais avançadas, irão obter consigo todas as consequências que o peso da idade traz consigo. Diante disso, o Estatuto do Idoso veio para regulamentar, os direitos da população idosa, sendo ela om idade igual ou superior a 60 anos, onde busca por a disposição tratamentos integrais e de longos prazos, com medidas que buscam primordialmente o bem estar dos idosos. Ademais, tem como escopo promover a igualdade e justiça diante à sociedade para com a população idosa mais vulnerável. Muitas vezes o idoso sofre por ser subestimado, o que é contra o ideal do Estatuto. Este trabalho visa discorrer sobre a situação exploratória do idoso no âmbito familiar, pois muitos ainda permanecem trabalhando, ou retornam após se aposentarem por diversos motivos, dentre eles a ocupação de tempo ou necessidade de sustentar parentes, tendo como escopo esse último, onde se submetem a situações recarias de trabalho, e um ambiente familiar desfavorável a uma qualidade de vida descente. Palavras-Chave: Idoso; Mercado de trabalho; Qualidade de vida; Exploração. � SUMÁRIO 81. INTRODUÇÃO � 92. O ENVELHECIMENTO � 112.1 EXPECTATIVA DE VIDA � 142.2 O ENVELHECIMENTO NO BRASIL � 182.3 DEPRECIAÇÃO DO IDOSO � 233. PROTEÇÃO LEGAL AO IDOSO � 263.1 DIREITOS NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 DO IDOSO � 283.2 O ESTATUTO DO IDOSO � 313.3 POLÍTCAS PUBLICAS DE AMPARO AO IDOSO � 364. O IDOSO NO MERCADO DE TRABALHO � 374.1 O TRABALHADOR IDOSO E SEUS DESDOBRAMENTOS SOCIAIS � 404.2 O RETORNO DO IDOSO AO MERCADO DE TRABALHO E A QUESTÃO INTRAFAMILIAR. � 45CONCLUSÃO � 47REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS � � � �INTRODUÇÃO Seguindo uma propensão não só no brasil mas sim mundial, o número de idosos e a sua esperança de uma vida prolongada, nos últimos anos só vem aumentando na população brasileira. Em 2050, conforme o IBGE (instituto brasileiro de Geografia e Estatística- 2008), essa expectativa de vida, ao nascer, será de 81,3 anos e os maiores de 65 anos serão 18%, equiparando-se ao de 0 a 14 anos. ¹ Em acordo ao Estatuto do idoso (lei nº. 10.741 de 1º de outubro de 2003), institui-se idoso no artigo 1º da Lei, toda pessoa com idade igual ou superior a 60 anos. Muitos idosos permanecem no mercado de trabalho ou retornam a ele após a aposentadoria por vários motivos, entre eles: necessidade de uma renda adicional, ocupação do tempo ocioso, gosto pelo trabalho desenvolvido, ademais a indispensabilidade de sustentar parentes. IBGE (2007) constatou que quase 20% dos idosos aposentados no Brasil trabalham.� “A velhice carrega os estigmas da incapacidade funcional e social do indivíduo, reduzindo o idoso, muitas vezes, a um fardo para os seus responsáveis, concorrendo assim, à exclusão familiar e social, e à violência intrafamiliar”.� A sociedade subestima o idoso, impossibilitando-o através do ser “velho”, favorecendo a exploração sócio afetiva do idoso. Este trabalho visa discorrer, sobre a exploração intrafamiliar sofrida pelo idoso no âmbito familiar, a proteção legal do idoso como trabalhador. Considera-se violência e exploração intrafamiliar toda e qualquer ação ou omissão que prejudique o bem-estar, a integridade física e psicológica, ou a liberdade e o direito ao pleno desenvolvimento de um integrante do núcleo familiar. O ENVELHECIMENTO De acordo com a OPAS - organização Pan-americana de saúde, o envelhecimento tem como sua definição: [...] um processo sequencial, individual, acumulativo, irreversível, universal, não patológico, de deterioração de um organismo maduro, próprio a todos os membros de uma espécie de maneira que o tempo torne capaz de fazer frente ao estresse do meio-ambiente e, portanto, aumente sua possibilidade de morte. (BRASIL, 2006, p.08). Por não ser absoluta, tal definição varia de sociedade para sociedade, levando em conta também o período histórico no qual esteja inserida. Em conformidade nos dias atuais, a OMS (organização mundial da saúde), tem por sua definição para países que estão em desenvolvimento, que, idoso são as pessoas com 60 anos ou mais; e com 65 ou mais, para os países assim já considerados desenvolvidos. Envelhecer é um processo natural do ser humano, no qual aqueles que conseguirem alcançar uma idade considerada ‘’ mais avançada’’, experimentarão o peso da idade, e as consequências com ela carregadas: [...] Mais dia, menos dia e nosso Eu será trocado repentinamente. E o novo Eu terá a fisionomia de um monstro, será um Eu esquecido, doente, fraco, egoísta, sem fantasia, chato, feito, cansado, preguiçoso, desgastado, insensível e zangado [...] � De acordo com a opinião de vários autores, o envelhecimento é algo constante, com seu início ao nascer, e com seu fim na morte. Tem também como uma de variáveis definições, que o envelhecimento é definido por “um aumento do peso relativo das pessoas acima de determinada idade, considerada como definidora do início da velhice”� associa-se a um processo biológico onde percebe-se um déficit das capacidades, tanto físicas como mentais também, que se mostra muitofrágil. � Siqueira et al. (2002) acredita que a velhice, seja um fenômeno natural, sendo este, único e social, onde é estimado que o idoso terá problemas e consequentemente limitações biológicas. De acordo com algumas autoras, a velhice é muito mais rica e complexa do que as teorias cientificas tem dito a respeito a ela. Com o passar dos anos, e com o aumento da expectativa de vida, o termo ‘’terceira idade’’, cuja origem vem da França, utilizava-se para descrever a idade na qual a pessoa vinha a ser aposentar. Sendo assim de acordo com essa lógica, a primeira idade seria a infância onde não há capacidade de reprodução pelo ser, porém tem a possibilidade do crescimento; e a segunda idade seria a fase adulta, cujo ser tem a capacidade reprodutiva. Com o passar dos tempos, a expressão ‘’ terceira idade’’ passou a indicar a faixa etária, entre a vida adulta e a velhice.� De acordo com Camarano (2004), pela a qualidade de vida ter aumentado, e consequentemente o aumento da longa duração de vida, surgiu o termo ‘’quarta idade’’: “[...] A vida adulta se alongou, o que levou a que na Europa e nos Estados Unidos já se reconheça a existência da quarta idade, sendo a terceira idade considerada como nada mais do que o prolongamento da vida adulta.”� Conforme já explanado, o termo terceira idade faz referência as pessoas no Brasil com 60 anos ou mais. Muitas vezes, por esse termo ser bem complexo, posto como uma forma desfavorável, como se o idoso já estivesse no seu findar. Entretanto há uma forma de amenizar esse termo, trocando ‘’idade média’’ por ‘’idade ativa’’ ou também ‘’melhor idade’’ como muitas vezes usado. Oliveira et al. (2004) elucida que essa expressão terceira idade, teve inicio na década de 40, que tinha como objetivo de nomear as pessoas que chegaram aos 60 anos. Diz também, que na década de 90 com o surgimento do termo quarta idade, o termo terceira idade ficou bem ultrapassado. Imaginário (2004) deixa claro que, com os avanços científicos, e por consequência a melhora da qualidade de vida, é considerável a existência de uma quarta idade, onde abrangeria as pessoas com 80 anos ou mais. E completados 100 anos, o termo seria ‘’centenários’’. 2.1 EXPECTATIVA DE VIDA Sobre a expectativa de vida, o IBGE a define como o ‘’número médio de anos que um indivíduo com tal idade, esperaria viver a partir dessa idade, se estivesse sujeito a uma lei de mortalidade observada’’. � Refere-se ao número de anos que se calcula que um bebê recém-nascido possa viver, caso as taxas de mortalidade que foram registradas da população residente, no ano que nasceu, permaneçam as mesmas no decorrer de sua vida. Porem observa-se que a expectativa de vida, em nível mundial só vem crescendo. Esse aumento que fora percebido da expectativa de vida, gera sempre uma grande preocupação para a sociedade mundial, uma vez que a longevidade abrange questões como aposentadoria, Estado, impostos dentre outras coisas. Sendo assim, o envelhecimento há algumas décadas era rebatido somente em debates políticos, transforma-se em uma questão. Haddad (2001) diz que “o prolongamento da vida é visto como algo assustador e desafiador para a humanidade.”� Em 2000, no Brasil, para cada pessoa com idade ociosa (65 anos ou mais), existiam 12 pessoas com idade ativa (15 a 64 anos). Com essa expectativa de vida crescente, em 2050 estima-se que existirá pouco menos de 3 pessoas com idade relativamente ativa, para 1 com idade inativa. Isso irá poderá acarretar vários problemas na previdência social, pois irá haver mais favorecidos e menos contribuintes. Poderá também ocorrer transtornos nos pagamentos de aposentadorias com a menor arrecadação; por conseguinte problemas no mercado de trabalho, pois a oferta de mão de obra será menor, podendo então o empregador não encontrar os trabalhadores a qual precisa. Debert (2004) prediz projeções sombrias quanto ao crescimento demográfico da população idosa, e diz também que o ano de 2025 conforme alguns pesquisadores, como o ano da catástrofe, pois de acordo com o que vem acontecendo o Estado não terá recursos para arcar com os custos financeiros que a população idosa irá trazer consigo, tendo como consequência o aumento de impostos, e terá que diminuir os valores das aposentadorias para tentar assim equilibrar as finanças. Nos dias atuais, percebe-se que a longevidade, teve seu início em países da Europa Ocidental, no final do século XIX pra ser exato. Logo após, expandiu aos países desenvolvidos, e nas últimas décadas, aos países cuja fase era de desenvolvimento (CARVALHO, 2003). Esse crescimento da expectativa de vida, em especial nos países já desenvolvidos, fez com que sobreviesse o termo ‘’quarta idade’’, idosos com idade igual ou superior a 80 anos. Essa é a fração que mais cresce na maioria dos países, tendo em vista que a previsão para os próximos 20 anos, é que essa população se duplique.� O coeficiente que utiliza-se na medição do número de mortes é a taxa de mortalidade (sendo elas em geral, ou causadas por um fato em especifico) em determinada população, adaptada ao tamanho desta mesma população, por unidade de morte.� O período de 1975 a 2025 é considerado pela ONU (organização das nações unidas), como a Era do envelhecimento, principalmente em países em desenvolvimento, de acordo com Siqueira et al. (2002). A ONU nos mostra também que, de 1970 a 2000, onde os países são desenvolvidos, o número de idosos cresceu 54%, já nos países cujo desenvolvimento ainda não fora obtido, esse crescimento foi de 123%. Kliksberg (2000) compara a expectativa de vida dos 49 paises de alta carência, aos 26 dos países mais ricos do mundo. De acordo com tal comparação, conclui-se que a esperança de vida dos países mais ricos, supera os países pobres em 25 anos. Com essa pesquisa também foi constatado que a mortalidade total em pessoas nos representava em 8% nos países desenvolvidos e 73% nos países em desenvolvimento. No quesito longevidade, o autor Camarano (2004), acredita que ela ocorre de acordo com as melhores condições de saúde a que é atribuído, os benefícios da previdência social, também com o avanço tecnológico, a medicina terapêutica e também preventiva, junto com o estilo de vida saudável que coopera para que essa longevidade seja eficaz. Além do mais há outro fator que também incentiva para com a longevidade, sendo estes as políticas de saúde, onde incentiva-se através do estado, pois além de reduzir os custos com a saúde pública, ajudam os idosos a manterem uma qualidade de vida melhor. Já o autor Debert (2004) concorda com a ideia de que os cuidados com a saúde do ancião também seriam uma forma de o Estado reduzir custos com a saúde, entretanto completa dizendo que conforme o exposto o capitalismo tem com pretensão adquirir novos consumidores, sendo esses, os idosos, como potenciais usuários de produtos ou cosméticos de beleza, devido a sua idade avançada. Segue dizendo, que uma das formas de verificar a preocupação das sociedades atuais com os idosos é com a existência de programas brasileiros, sendo estes, escolas abertas, universidades para as pessoas com idade avançada e grupos de convivência de idosos, para que possam conversar, compartilhar experiências, colocar o cérebro sempre ativo. Porem de acordo ainda com a autora e demais autores que compartilham essa mesma ideia, isso não é suficiente para suprir tais necessidades, principalmente da terceira idade, na qual estamos falando, devido a complexidade que traz consigo, junto com uma necessidade de um estudo mais aprofundado sobre. Devido as melhores condições de vida e saúde, através do auxílio da medicina avançada, bem como o aumento da seguridade social, atualmente, ser idoso, é bem diferente comparado há poucas décadas, como por exemplo, em relação as doenças, dentre elas as cardiovasculares, que aparecem tardiamente, bem como as dificuldades auditivas e as de locomoção. Perante o exposto, percebe-se que o idoso tem sua participação mais arduamente no mercado de trabalho, sentindo se dispostoa continuar a trabalhar ou até mesmo ingressar em algo, achando-se útil para com a sociedade. A autora prossegue dizendo que, se o Brasil conseguir eliminar as mortes consideradas evitáveis e por causas externas em idosos, acredita que a expectativa de vida no país aumentaria 12,9 anos para os homens, e 11,6 anos para as mulheres. Seria até mesmo mais elevado, do que a expectativa de vida no Japão. De acordo com Veras (1988), os avanços da medicina favoreceram para com o aumento da expectativa de vida das pessoas, porem mesmo não sendo o ideal, houve melhorias significativas, sendo uma delas a parte nutricional, a da higiene, as condições sanitárias e ambientais, ainda mais se forem comparadas com as décadas passadas. Observa-se ai que em relação a números a expectativa de vida da mulher é superior ao do homem, mas não somente devido aos hormônios as mulheres inerentes, mas também a fatores externos, como por exemplo a maior exposição do homem a trabalhos de maiores riscos, acidentes de trânsito, homicídios, suicídios, vícios, e também pois a maior busca de atendimentos médicos por parte das mulheres, trazendo como consequência, um melhor estimativa. Contudo, percebe-se que o envelhecimento é um fenômeno inevitável; por isso é importante discorrer sobre o tema neste trabalho, como se pode ver subsequente. 2.2 O ENVELHECIMENTO NO BRASIL MOREIRA (2000), diz que o envelhecimento da população demograficamente, é o crescimento desta população possivelmente idosa, como vem se percebendo nos últimos anos, sendo uma dimensão que abrange a sua participação no total da população. De acordo com CARVALHO (2003) refere-se portanto, das mudanças na estrutura etária da população, onde as quais produzem um aumento significativa em relação as pessoas acima de determinada idade, tendo como variáveis, de sociedade para sociedade, dependendo assim dos fatores, sendo estes biológicos, culturais e ambientais. Na década de 40 no Brasil, a população era bem jovem, conforme as pesquisas, aproximadamente 52% estavam abaixo dos 20 anos, e somente 3% acima dos 65. No final da década de 60, ocorreu um ocaso da fecundidade, pois a mulher que, em 1970, tinha em média, 5,8 filhos, passa a possuir então 2,3 filhos no ano de 2000. Acredita-se que futuramente, quando for alcançada uma certa estabilidade, haverá uma quantidade de idosos bem inferior, entretanto esses não são os problemas, mas sim o peso em relação ao total da população, conforme CARVALHO (2003). Camarano (2004), nos relata que nas últimas seis décadas, o numero de pessoas com 60 anos ou mais, teve um grande aumento. Em 1940, esse número era de 1,7 milhão, passou para 14,5 milhões em 2000, e a acredita-se que em 2020 será em torno de 30,9 milhões. Mostra-se também que o próprio idoso está envelhecendo, onde a população dessas pessoas com 80 anos ou mais, está também crescendo. Para exemplificar esse crescimento da população idosa, são colocados dois fatores, sendo estes: alta fecundidade no passado, e redução da mortalidade na população idosa. Em relação ao aumento relativo dos idosos em 1991, representava 7,3% da população brasileira. De acordo com as estatísticas do IBGE (2002), em 2000, atingiu 8,6%, e, para 2020, estima-se 13%. Os impactos desse aumento da população idosa, serão refletidos na Previdência Social, com um número maior de solicitações por benefícios, como o auxílio doença e a aposentadoria, e na área da saúde, com um aumento de carecimento por serviços de saúde, especializados para os idosos. Freitas (2008) comenta que, a situação em que o Brasil se encontra, em relação ao processo do envelhecer, é desordenado e irreversível. Antes a expectativa de vida era de 39 anos (1940), nos dias atuais, é, de 72 anos para as mulheres, e 68 anos para os homens. Em relação à longevidade por gênero, afirma Debert (2004), que a mulher por se deparar com os anos, com as mudanças drásticas em seu organismo, e muitas vezes em seu corpo, devido a gravidez, amamentação, menstruação dentre outros, elas se adaptam melhores as mudanças que a velhice traz. Como já exposto anteriormente, muitos acreditam que há maior preocupação com a prevenção medica por parte do gênero feminino, e os maiores riscos onde o homem se encontra deparado, como, assassinatos, brigas, trabalhos onde apresentam perigo, dentre outros, fazem com que as mulheres tenham uma longevidade superior à do homem. Quando percebe-se a queda da taxa da fecundidade, percebe-se também que ela ocorreu em um processo mais rápido do que em alguns países europeus, nos quais essa queda foi menos abrupta e de forma sustentada. Carvalho (2003) cita como exemplo, a Inglaterra, que levou 100 anos para ter uma queda na tava de fecundidade total a 58%, enquanto o Brasil para obter uma queda de 60% leva-se então 30 anos. Foi em 1960, que ocorreu esse declínio na taxa de fecundidade de forma rápida, onde pode-se perceber um aumento na expectativa de vida entre os que já habitavam (CARVALHO, 2003). Em seus estudos, Cerqueira (2003), também relata essa queda, em um primeiro momento, como se fosse um fenômeno resultante do processo do envelhecimento. Já Haddad (2001), acredita que o país em pouco tempo ira somente repor a população, pois de acordo com as estatísticas comprovadas, a cada ano, o crescimento populacional vem decaindo, fazendo com que apenas o número de idosos aumente. De acordo com as estatísticas do IBGE (2008), a taxa de natalidade no Brasil, começou a ter sua decadência na década de 60. Tendo como fundamentais, dois fatores para essa diminuição, sendo estes: a utilização de métodos anticonceptivos orais pelas mulheres, e as transformações que ocorreram na sociedade, inclusive nas famílias. Já em relação ao crescimento populacional, Camarano (2004) fala que, desde a década de 60, o crescimento no Brasil vem diminuindo. Tendo como último registro de uma taxa de crescimento mais elevada, em 1950, onde fora registrado pelo país um crescimento anual de 3,1%. Logo após, houve então um declínio, atingindo a 1,6% ao ano. Foi a partir de 1940 que foi registrada a elevação da taxa de crescimento dos idosos, onde que na década de 50, essa taxa de crescimento, atingia valores superiores a 3% ao ano, podendo chegar a 3,4%, entre 1991 e 2000. Se formos comparar em um intervalo de 25 anos, ex (1980 a 2005), o crescimento total, mais o da população idosa, percebe que o crescimento da população idosa foi de 126,3%, sendo apenas 55,3% do crescimento do total da população, “Nesse mesmo intervalo, o segmento de 80 anos a mais cresceu a um ritmo relativamente maior do que a população idosa total, apresentando um crescimento de 246,0%.”� Em conformidade, com Beltrão, Camarano e Kanso (2004), a estimativa que o agrupamento de idosos, possa atingir uma massa de aproximadamente 30,9 milhões de pessoas, podendo vir a constituir 14% da população brasileira em 2020, podendo assim ocupar o sexto lugar na classificação mundial. Esse aumento na taxa de crescimento, fez com que na virada do século, a população de idosos, apresentasse oito vezes maior o crescimento, quando comparada a taxa de crescimento dos mais jovens. � Se o que vier ao caso, manter a atual dinâmica, em 2030, o total de idosos irá ultrapassar o numero de jovens, sendo esses entre 15 e 29 anos. � É importante destacar que a população de idosos está crescendo mais rapidamente do que a de crianças. Em 1980, existiam aproximadamente 16 idosos para cada 100 crianças. Em 2000, essa relação aumentou para 30 idosos por 100 crianças, praticamente dobrando em 20 anos. Isso ocorre devido ao planejamento familiar e consequente queda da taxa de fecundidade, e também pela longevidade dos idosos. Dados do IBGE� mostram que as pessoas estão vivendo mais. O grupo com 75 anos ou mais teve o maior crescimento relativo (49,3%) nos últimos dez anos, em relação ao total da população idosa. Entretanto a sociedade não está preparada para essa mudança no perfil populacional e, embora as pessoas estejam vivendo mais, a qualidade de vida não acompanhaessa evolução. A Política Nacional do Idoso assegura, em seu art. 2º, direitos que garantem oportunidades para a preservação de sua saúde física e mental, bem como seu aperfeiçoamento moral. Na constituição de 1998, a Política Nacional do idoso, e do Estatuto do idoso de 2003, acredita que o respaldo aos idosos, seja não só de responsabilidade familiar, mas também do estado e da sociedade. As normas e leis que são elaboradas pelo Estado, tem como foco a proteção ao idoso, fornecendo benefícios que possam garantir sua participação na comunidade, lutar por sua dignidade, resguardar seu conforto, e por fim assegurar o direito à vida. Entretanto, mesmo o Estando dando provimentos para os mais idosos, ainda assim esses provimentos não são suficientes. Comparada à responsabilidade familiar para com o idoso, a do Estado é bem especifica, e reduzida. 2.3 DEPRECIAÇÃO DO IDOSO Existem muitos jeitos de desprestigiar o idoso; o próprio significado do termo “velho”, segundo Ferreira (2000), tem vários significados, como: “muito idoso, antigo, gasto pelo tempo, experimentado, veterano, desusado, obsoleto.”� Nessa breve definição, são percebidos vários sentidos negativos para a palavra “velho”, e, muitas vezes, o idoso também é visto na sociedade como esses sinônimos. De acordo com Fontaine (2000), o envelhecimento equivale ao conjunto de processos dinâmicos que ocorrem no organismo após a sua fase de desenvolvimento e que se relacionam com transformações morfológicas, fisiológicas, psicológicas e sociais consecutivas à ação do tempo. Ramalho (2010) diz que, na terceira idade, as pessoas precisam se manter ativas, estimuladas, produtivas e com boa saúde, pois o ser interior e o corpo necessitam de atenção, afinal, aqueles seres capazes de conservar um alto padrão intelectual e emocional conseguem manter a sua criatividade e intelectualidade na velhice. Porém, o estímulo necessário, muitas vezes, é negado, visto que, no mercado de trabalho, as pessoas acreditam que o idoso precisa dar lugar aos jovens. Dessa forma, a aposentadoria pode ser interpretada de duas formas: a pessoa já trabalhou muito e precisa de descanso, boa aposentadoria e afazeres mais prazerosos, ou deve ser excluída, pois já não é útil. Mas, no mercado de trabalho, a maior rapidez e a resistência física são uma das poucas qualidades nas quais o jovem é superior, pois a pessoa mais velha pode realizar várias tarefas devido à sua experiência, à tranquilidade e à paciência. Também no quesito assiduidade o idoso é superior, pois, muitas vezes, é a única convivência social que possui, considerando os colegas como uma família (ZIMERMAN, 2000). Quanto à idade para a aposentadoria, Cardoso (2011) coloca a questão da aposentadoria compulsória no serviço público, a qual constava na Constituição de 46 e ainda não foi alterada, visto que o profissional deverá se afastar assim que completar 70 anos. Existe uma severa discussão nos sindicatos, nas associações de defesa dos idosos, dentre outros, que reivindica o aumento da idade para aposentadoria de 70 para 75 anos. Algumas das justificativas seriam que o profissional poderia contribuir por mais 5 anos com sua sabedoria e experiência, e que haveria economia para o país, uma vez que esses trabalhadores contribuiriam por mais tempo para a Previdência Social. O que também pode reforçar esse argumento seria a maior longevidade alcançada pela população brasileira nas últimas décadas. Mas essa reivindicação não é uma unanimidade, pois alguns preferem a situação vigente, ou seja, aposentadoria compulsória aos 70 anos, conforme o art. 40 da Constituição Federal de 1988; outra parcela sugere alteração na lei, elevando a idade da aposentadoria para 75 anos. Para Lindoso (2002), em se tratando de idosos, o mercado de trabalho é excludente e discriminatório, pois o desemprego, em relação ao trabalhador em comum, já é elevado e segue uma lógica neoliberal que privilegia o mercado. Os jovens também encontram dificuldades em adentrarem no mercado de trabalho, muitas vezes, devido à falta de experiência profissional, principalmente em se tratando do primeiro emprego. Quando se verifica os idosos que estão no mercado de trabalho, nota-se que os aposentados têm mais incidência no setor primário, como fazendeiros e agricultores. Os não aposentados são, na maioria, do setor terciário, e estão no comércio, na prestação de serviços ou atuam como autônomos (advogados, médicos, barbeiros etc.), sendo esse setor o que mais absorve mão de obra idosa. Já o setor secundário é o que emprega menos; nele, estão os cargos da administração e da direção de negócios. Camarano (2004) coloca como fatores dificultadores para a inserção do idoso no mercado de trabalho a carência de qualificação e o baixo nível educacional. Comenta ainda que, no Brasil, dos idosos ativos, 49% localizam-se no setor de serviços e 39% são encontrados nas atividades agrícolas. Lima (2011) comenta outros problemas que a aposentadoria pode provocar, como a crise existencial; o afastamento do mercado de trabalho tende a gerar certa satisfação no início, mas, com o passar do tempo, aparecerão problemas como angústia, marginalização e isolamento, além da diminuição dos proventos, o que também pode afetar a qualidade de vida e a saúde. Já Silva et al. (2007) dizem que, no mercado de trabalho, um dos fatores difíceis para os idosos é a tecnologia informatizada, pois o idoso não tem muita habilidade tecnológica. Diferentemente dos jovens, os quais conseguem se adaptar rapidamente a tais processos. A carência de especialização e o projeto neoliberal que se consolida no Brasil também têm contribuído para dificultar o acesso do idoso ao mercado de trabalho. O autor comenta ainda que os idosos crescem em número, em longevidade e em capacidade intelectual e produtiva, entretanto, apesar dos muitos estudos existentes, a sociedade ainda dá pouca importância a esse percentual da população. Em relação ao decorrer da velhice, e normal que a maioria das pessoas mais velhas, contraponha ao ser chamada de ‘’velha’’. Entende-se como envelhecimento, um processo influenciado por fatores diversos, sendo estes; classe social, cultura, padrões de saúde coletiva e individual, gênero, eentre outros. Muitas famílias não escutam os idosos, o que os tornam cada vez mais reprimidos e excluídos. É necessário paciência, pois essa classe etária precisa de cuidados especiais que, com o passar do tempo, aumentam. À medida que vamos envelhecendo, vemos a família se alterando e, em especial, a posição de cada membro dentro dela. Os papéis vão se modificando e a relação de dependência torna-se diferente. [...] A família deve ajudar o velho a viver não só mais como melhor, de forma a não se tornar um peso para si e para os que o cercam, e sim uma pessoa integrada no sistema familiar.� As mudanças sociais ocorridas no período fazem com que o idoso tenha uma crise de identidade, acontecendo uma diminuição da autoestima. Pode ocorrer depressão, isolamento e outros malefícios (ZIMERMAN, 2000). Para Lindoso (2002), a idade não pode ser fator de exclusão, pois ela é um processo individual, no qual não é comprovada a diminuição da inteligência com o passar dos anos, pois dependerá da educação, da vitalidade, dos cuidados físicos, mentais e emocionais de cada ser. Camarano e Pasinato (2004) dizem que, geralmente, o envelhecimento é associado à dependência e aos problemas sociais, chegando a ser colocado como uma ameaça às economias e à própria democracia. Mas existe outro pensamento que diz que os idosos podem contribuir para o desenvolvimento econômico por meio das suas aposentadorias, ajudando no orçamento familiar, nos trabalhos voluntários, no cuidado com os netos e outros. Sobre gênero, para as mulheres que viveram um período de restrições por parte dos pais, a velhice e a aposentadoria significam liberdade, período para fazerem aquilo que não conseguiram na juventude. Para outros, são vistas de forma pejorativa, como o relato a seguir: [...] aos 60 anos, quandome aposentei, por livre e espontânea vontade, queria sentir o prazer de uma vida boêmia, sem preocupações [...] Os primeiros seis meses foram uma lua de mel particular. Mas depois de seis meses, eu vi que a vida não tinha sentido. Eu precisava arranjar alguma coisa para fazer, que eu gostasse. Quando parei de trabalhar, só pensava em aproveitar, mas sem objetivos. Foi um momento de sofrimento para mim. Então eu comecei a procurar algo que me interessasse, independentemente do sustento.� Zimerman (2000) diz que a ´padronização, é um preconceito estigmatizante, e uma das piores violências que se pode cometer contra idosos. São frases ou nomes pejorativos ou não, como “velho chato” ou simplesmente chamar um idoso de vovô ou vovó. Isso despersonaliza o ser que possui nome, hábitos e direito em algo sem valor. Sobre a discriminação e o processo de envelhecimento, Schirrmacher (2005) comenta que: “Ao contrário do que ensinavam as religiões e algumas filosofias através dos milênios, nós não fizemos nada de errado. As rugas em sua face, seus cabelos grisalhos e as doenças de seu corpo não são uma punição, e também não significam nada. Mostram apenas que a natureza já não se interessa pelo ser que está envelhecendo.”� Para averiguar o começo da velhice, é bem complexo, pois é difícil englobar a todos, pois há muitas diferenças entre os tipos de idosos, e também o tipo da velhice. De acordo com Schneider (2008), a característica individual é um fator de mais facilidade para determinar algo, do que a idade. Com esse raciocínio fica mais difícil determinar quando começa a velhice. Conforme o Estatuto do Idoso (BRASIL, 2003), as pessoas que são reconhecidas como idosas, possui idade igual ou superior a 60 anos. Porem para se obter alguns benefícios, como a gratuidade de transporte público, só é concedido aos maiores de 65 anos. Normalmente a pessoa que é consideravelmente idosa, é quando já possui uns 60 anos, independentemente de sua situação biológica, psicológica e também social. Conforme Schneider (2008) o conceito de idade possui diversas variáveis, não sendo uma boa causa para o desenvolvimento humano. Para que se possa definir a velhice, ela não se abstém apenas por tempo, mas sim pelas condições físicas que a ela é confrontado perante a idade mais avançada, assim como as condições mentais, funcionais, e acima de tudo a saúde, o que vale afirmar que duas pessoas podem possuir a mesma idade cronológica, porem o sua idade biológica, possui diferenças relevantes. Resta-nos perceber que o envelhecimento compreende como um processo bem complexo, variado pelas idades diferentes, tanto cronológica, quanto biológica. PROTEÇÃO LEGAL AO IDOSO Meados do século XIX, Conforme Beauvouir (1990), o trabalhador idoso, sendo ele expulso de seu trabalho, seria como se fosse abandonado à própria sorte, por não possuir um amparo adequado, para assim prover a sua própria subsistência. Nos países mais desenvolvidos, trouxe consigo a manutenção do papel social e com ele a reinserção dos idosos, sendo que a seguridade social ficava responsável pelas rendas, através de seus meios. Nos países que ainda buscam desenvolvimento, e no Brasil, muitas questões ficaram a se resolver, tais como a pobreza, e a exclusão da população mais idosa; somente após muito anos, o Brasil começa a perceber essa situação e tomar medidas para que assim compense esse desapreço com os idosos (BEAUVOIR, 1990). Marco legal que fora reconhecido mundialmente, fazendo correlação aos diretos dos idosos, foi em 10 de Dezembro de 1948, onde a Assembleia Geral das Nações Unidas anunciou a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Esse documento, além de declarar que ‘’ todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos’’, diz ainda mais em seu artigo 25, sobre os direitos universais dos idosos. Toda pessoa tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e a sua família saúde e bem-estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis, e direito à segurança, em caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de perda dos meios de subsistência em circunstâncias fora do seu controle. (ONU, 1948).� De acordo com Camarano e Pasinato (2004), o início das políticas públicas para os idosos, só irá acontecer com a 1ª Assembleia Mundial sobre o Envelhecimento, no ano de 1982, em Viena, onde almejam como resultado, gerarem objetivos, sendo estes como: garantir segurança econômica, social, autonomia e integração dessa população ao desenvolvimento das nações, inclusive tendo o idoso como um potencial consumidor. No ano de 1966, foi criado o INPS - Instituto Nacional de Previdência Social. Em 1974, criaram-se o Ministério da Previdência Social, desprendendo questões previdenciárias e de aposentadorias das empresas e dos sindicatos. Os sindicatos não obtiveram recursos financeiros, concentrando as suas lutas nos trabalhadores, deixando assim a questão das aposentadorias para o Ministério do Trabalho e o Ministério da Previdência (HADDAD, 2001). Entretanto o Brasil já contava com uma política de bem-estar social, que trazia consigo a previdência social, educação, saúde e habitação. Meados década de 70, a Lei nº 6.119/74, fora instituída uma renda mensal vitalícia cujo valor era de 50% do salário mínimo, com as condições de que era para os maiores de 70 anos onde já houvessem contribuído para a previdência, por no mínimo um ano. No final dessa década, o INPS começou então a apoiar os lugares de socialização, fazendo então com que os idosos se organizasse em associações (RODRIGUES, 2005). Nesse período o Brasil passou a introduzir os cursos mais técnicos, sendo eles de graduação e pós-graduação pesquisas e quaisquer disciplinas voltadas para área do envelhecimento. Em 1974, o Governo dá início apoiando o idoso através do INPS. Durante a década de 70, o Governo Federal cria benefícios não contributivos para idosos menos rentáveis: as aposentadorias rurais e a Renda Mensal Vitalícia (RMV), para trabalhadores carentes urbanos ou rurais. As RMVs foram as primeiras políticas para a proteção ao idoso necessitado no Brasil, conforme Camarano explica. Até findo momento, as políticas brasileiras para o idoso, eram voltadas para os idosos desprotegidos. Porém, de acordo com os autores (Camarano e Pasinato), em 1976, o Ministério da Previdência e Assistência Social, publica o primeiro documento do Governo Federal em nível nacional, cujo nome se deu como Política Social para o Idoso, contendo critérios básicos para uma política social voltada ao idoso, tendo como objetivo, identificar o estado em que o idoso brasileiro vive e do apoio para atender às carências desse público onde a idade já se encontra avançada por muitas vezes. De acordo com Camarano e Pasinato (2004), ainda que mudanças ocorram com o idoso para com a sociedade brasileira, relata-se que no ano de 1977, já existia a organização social denominada Associação Cearense Pró-Idosos (Acepi), cujo total objetivo, era esse, de lutar pelos direitos dos idosos em parceria com o Governo Federal, juntamente com a Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas (Cobap), criada em 1984, e com a Associação Nacional de Gerontologia (ANG), em 1985, ambas priorizando ações de atenção ao idoso. Nesse mesmo período, ocorre o aumento dos conselhos, organizações, comitês e comissões que assistiam a Administração Pública quanto ao idoso. O final da década de 80 fora marcado pela crescente obtenção dos direitos sociais e por movimentos dos idosos na luta pela cidadania no Brasil. A participação social vem com tamanha contribuição na construção de uma nova imagem do idoso, eliminando a velha cultura de solidão e inutilidade dessa população. Haddad (2001) fala que aposentados e pensionistas envolveram o poder público – Congresso Nacional Tribunal de Contas da União, Superior Tribunal de Justiça e o Supremo Tribunal Federal – recorrendo a ações judiciais para o recebimento dos 147%.Isto fez com que o Governo averiguasse várias ações para que amenizasse a situação da Previdência. Foi com a Constituição Federal de 1988 que aposentados e pensionistas adquiriram outros meios legais para lutarem pelos seus direitos respaldados assim pela lei. O processo de construção das políticas foi atingido com a universalização dos direitos legitimados pela Constituição Federal de 1988. Tal período, o Brasil rompia com a ditadura militar e voltava a se tornar democrático. Aparece então um novo contexto social, com direitos e garantias baseados na Declaração Universal dos Direitos Humanos, declarada em 1948, o que significou também um marco para os direitos dos idosos, pois, no seu artigo 25, a Declaração diz que: Toda pessoa tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e a sua família saúde e bem-estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis, e direito à segurança, em caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de perda dos meios de subsistência em circunstâncias fora do seu controle. (ONU, 1948). � 3.1 DIREITOS NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 DO IDOSO O Brasil foi pioneiro na implementação de politicas, que garantiam a renda do trabalhador. Com a Constituição, a Previdência Social começa a ser percebida como um seguro social, e a Assistência Social se torna uma política pública não contributiva e de direito. Camarano e Pasinato (2004) comentam que, como o Brasil é signatário do Plano Internacional de Ação para o Envelhecimento, realizado em 1982, o país precisou implementar políticas em prol dos idosos. Anterior ao Plano, a população brasileira já lutava pelos direitos e o apoio governamental aos idosos, que visava estabelecer ações práticas, científicas e políticas em favor dos idosos. Diante desse cenário, somente com a Constituição de 1988 as políticas para os idosos obtiveram avanço significativo, tal seguridade social desprende-se da ideia trabalhista e assistencialista, passando a repensar mais sobre o direito de ser cidadão, tendo como normas básicas à universalização, a igualdade de benefícios não só urbanos, mas principalmente rurais também. Nos avanços que foram conquistados com a Constituição Federal de 1988, citam-se vários trechos que fazem referência aos idosos bem como aos seus direitos, como no artigos 3, inciso IV, que diz que o Estado deve fornecer o bem à todos, sem distinção de idade; o artigo 7, inciso XXX, proíbe diferenças salariais e critérios de admissão por idade; o artigo 14 declara como facultativo o voto para pessoas com mais de 70 (setenta) anos; o artigo 195 remete ao fato de que a seguridade social terá recursos provenientes da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios; o artigo 196 deixa claro, a saúde é um direito de todos e obrigação do Estado, com acesso à todos sem distinção de raça, sexo e idade; o artigo 201 prevê cobertura da previdência em casos em que ocorra a invalidez, a morte e a idade avançada (BRASIL, 1988). Já o artigo 203 destaca uma política pública de assistência social ao necessitado, sem a obrigatoriedade de contribuição, visando proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice. O inciso V garante um salário mínimo mensal ao idoso que não consiga garantir a sua sobrevivência, ou no caso em que a família não possa faze-la. O artigo 229 prevê o dever dos filhos maiores, no cuidar e auxiliar os pais na velhice, necessidade ou doença. O artigo 230 expõe o dever da família, da sociedade e do Estado, garantindo a inserção desses na sociedade, defendendo a dignidade e o bem-estar e assegurando o direito à vida. No parágrafo 1º é comentado que programas de apoio aos idosos devem ser executados, de preferencia em suas casas; e, no 2º parágrafo, que os maiores de 65 anos possuem a gratuidade nos transportes coletivos urbanos. Mesmo diante de tais conquistas trazidas pela Constituição Federal de 1988, a família continuou sendo a principal responsável pelo idoso, podendo inclusive ser penalizada, conforme consta no Capítulo III, artigo 244, do Código Penal, sobre os crimes contra a família, no qual fixa pena de detenção de 01 (um) a (quatro) anos e multa àquele que não favorecer o sustento do familiar inválido ou para a pessoa maior de 60 anos, sem justa causa (BRASIL, 1984). NA Constituição de 1988 criou-se um sistema de garantias da cidadania, obtendo sobre muitos dos princípios que foram expostos na Declaração Universal dos Direitos Humanos, definindo assim um novo modelo de proteção social, um sistema de seguridade social. Assim sendo um grande avanço nas políticas de proteção social aos idosos brasileiros, desprendendo a rede de proteção assistencialista e passando a obter uma modalidade de direito de cidadania. Camarano e Pasinato (2004) dizem que: A ONU aprovou em 1992, a Proclamação sobre o Envelhecimento, e colocou o ano de 1999 como o Ano Internacional dos Idosos, com o slogan “sociedade para todas as idades”, fazendo da data um marco sobre as questões ligadas ao envelhecimento. No Ano Internacional dos Idosos, países membros das Nações Unidas comprometeram-se a colocar os cinco princípios básicos em favor dos idosos: dignidade, independência, participação, auto realização e cuidados. Ainda na década de 1990, os idosos já faziam parte, ainda que timidamente, das conferências mundiais sobre gênero, população, meio ambiente e outros. Mais tarde, os idosos tornaram-se um seguimento ativo e atuante na busca de direitos e do bem-estar para a sociedade.� 3.2 O ESTATUTO DO IDOSO Foi ratificado a Lei Federal nº 10.741 em de outubro de 2003, instituindo o Estatuto do Idoso, legalizando os direitos da faixa populacional brasileira com idade igual ou maior a 60 anos. O Estatuto propõe-se dispor tratamento integral e de prazo duradouro, que almejam o bem-estar dos idosos. Tem como objetivo promover igualdade e justiça social para a população idosa mais vulnerável. Camarano e Pasinato (2004) expressam que, antes de ser legalizado o Estatuto do Idoso, a legislação referente à eles eram ineficazes. O Estatuto do Idoso unificou leis e políticas existentes, incorporando elementos, com visão integralista e medidas que objetivam o bem-estar da população idosa, de forma igual e especializada. O Estatuto foi importante na política pública brasileira sendo um veículo legal, contendo 118 artigos para a segurança dos idosos. Alguns desses artigos defendem como crimes e sanções o não cumprimento das determinações previstas na Política Nacional do Idoso. Alguns desses elencado abaixo: No Título I, nas disposições preliminares, define-se quem é o idoso, colocando-o como cidadão, com prioridades de direitos e de atendimentos. O Título II diz respeito aos direitos fundamentais, como a vida, a liberdade, o respeito e dignidade; versa também sobre os alimentos, a saúde, a cultura, a educação, o esporte e o lazer, transporte, trabalho, previdência e assistência social. O Título III comenta sobre as medidas de proteção, definindo quando e quem deve aplicá-las. O Título IV diz respeito à política de atendimento ao idoso, com as corresponsabilidades de órgãos públicos e privados da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, regulando a ação de entidades de atendimento com normas e sanções. No Título V, do acesso à justiça, são dadas prioridades ao atendimento dos idosos e às competências do Ministério Público nos atendimentos. O Título VI fala sobre os crimes, identificando seus tipos, classificando-os e estabelecendo sanções. No Título VII, das disposições finais e transitórias, são inclusos, no Código Penal, os crimes e o aumento da pena em 1/3 (um terço) para crimes cometidos contra idosos; diz-se sobre as fontes de recursos públicos para programas e ações que atendam aos idosos; incluem-se, no censo demográfico do Brasil, dados referentes aos idosos e se prevê projeto de lei para revisão dos critérios de concessão do Benefício de Prestação Continuada,previsto na LOAS, visando à garantia de desenvolvimento socioeconômico do país (BRASIL, 2003). Fazendo uma breve averiguação nos artigos do Estatuto do Idoso, são comentados: artigo 1º, quem é considerado idoso no Brasil, ou seja, aqueles com 60 anos ou mais; artigo 3º, os responsáveis pelo cuidado com o idoso, como a família, a comunidade, a sociedade e o Poder Público; o artigo 4º proíbe qualquer tipo de negligência, discriminação, opressão, crueldade ou violação de direitos; nos artigos 8º e 9º é garantido o direito à vida e ao envelhecimento ativo, dignamente, visando que o Estado é o responsável por proteger a vida e a saúde do idoso por meio de políticas públicas; no artigo 10, assegura-se o direito à liberdade e ao respeito; os artigos 11 aos 14 descrevem sobre o fornecer alimentos ao idoso necessitado e, no caso onde a família não tiver condições financeiras para favorecer essa devida assistência alimentar, a obrigação transfere-se para o poder público, mediante disposto na LOAS, de 1993. O artigo 15 reza que a saúde é garantida pelo SUS (Sistema Único de Saúde), tendo o idoso acesso universal e igualitário, sendo incluso o atendimento em sua residência, a gratuidade de medicamentos, especialmente os de uso contínuo, tal como próteses, órteses e demais recursos utilizados para determinados tratamentos, a habilitação ou a reabilitação. No 3º parágrafo expõe a proibição da cobrança de valores diferentes cobrados pelos planos de saúde, em razão da idade. Mas, mesmo com tal proibição, a lei não é cumprida pelos planos de saúde. Os artigos 20 e 25 versam sobre a educação, a cultura, o esporte e o lazer, estimulando a socialização, aprimorando intelectualmente e tecnicamente, promovendo desconto de 50% em diversos eventos, dentre outros. Os artigos 26 e 28 dizem que o idoso tem direito à atividade profissional, cabe o Poder Público, ter a responsabilidade pela capacitação dos idosos, estimulando a contratação por parte das empresas privadas para a admissão dos idosos. O artigo 27 ainda prevê, como primeiro critério de desempate em concurso público, a concessão da vaga ao candidato de idade mais elevada. Sendo assim nos artigos seguintes, o estatuto prevê garantias como o uso de transporte coletivo interestadual, 5% de vagas em estacionamentos públicos, ao idoso cabe o direito à moradia, segurança, vestuário e alimentação, acesso a higiene, o contato com seus entes queridos, educação, esporte, lazer, cultura, saúde e morte digna. O estatuto integralizou os atendimentos ao idoso, e sancionou leis que preveem penalidades á agressões cometidas contra o idoso, por meio deste é proibido a discriminação, humilhação, não prestar assistência de saúde, exploração financeira entre outros. Cabíveis a penalidade de reclusão prevista em lei. Diante das diversas disposições existentes no Estatuto do Idoso, Velazco e Romero (2000) ressaltam a política de atendimento e as medidas de proteção ao idoso, que são aplicadas quando os direitos forem ameaçados ou violados, representando um fator de diferenciação e ao mesmo tempo de igualdade considerável, sendo vinculada à justiça social, significando ser uma igualdade entre as partes não iguais. O Estatuto do Idoso trouxe à população idosa vários benefícios. O caminho percorrido até a legalização desses direitos data da década de 1970, na qual os idosos iniciaram suas queixas e se organizaram em associações e movimentos sociais, cobrando das instâncias públicas a implementação de políticas voltadas a esse segmento. Após essa década, o tema envelhecimento obteve grande destaque em vários congressos e nas pautas das políticas públicas e sociais. Posteriormente, mais especificamente em 2011, segundo Camarano e Pasinato (2004), houve a V Caravana Nacional de Direitos Humanos, realizada pela Comissão de Direitos Humanos, cujo intuito era fiscalizar e conhecer asilos e instituições de idosos no Brasil. Foram visitadas, ao todo, 28 instituições nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Pernambuco. A partir dessas visitas, pode-se perceber o abandono dos idosos pelas famílias e instituições, além disso foi observado também, indícios de abusos físicos, apropriação de pensões e aposentadorias pelas instituições, maus tratos, carências alimentares, falta de higiene, estrutura física inapropriada, dentre outras atrocidades. A partir de pesquisas, levando em consideração os relatos dos idosos, as comprovações, dos relatórios e das fotos, a Câmara dos Deputados recomendou a criação do Conselho Nacional do Idoso e da Coordenação Nacional da Política do Idoso; além da aplicação do Programa Nacional de Cuidadores de Idoso, da desativação de instalações exclusivamente asilares e a criação de Casas-Lares, Hospitais-Dia e Centros de Convivência; a fiscalização das instituições responsáveis pelos idosos através do Poder Público, de acordo com a legislação e normas vigentes e a outorga de normas básicas para funcionamento dessas instituições. Sendo assim, várias políticas públicas destinadas aos idosos puderam ser criadas, implementadas e contudo efetivadas. 3.3 POLÍTCAS PUBLICAS DE AMPARO AO IDOSO De acordo com o autor Giovanni (2008), as políticas de cunho social, são bem abrangentes e são encontradas na previdência social, estipuladas por categorias especiais, como idosos, órfãos etc.; nas políticas de habitação, lazer e educação, dentre outras. A política social define-se por seus objetivos e por decisões especificas da área da política social, tendo como exemplo a criação de programas para transferência de renda, alterações na política previdenciária e outros. Essas políticas sociais, historicamente, englobam: política de emprego e renda, previdência, saúde, educação e de assistência social. O autor fala tambem sobre o processo de mercantilização dos benefícios e serviços que fez com que esses fossem ligados a contribuições e seguros. Dessa forma, as políticas sociais passaram a serem consideradas aquelas totalmente realizadas pelo Estado ou por organizações do terceiro setor que atendam à população mais pobre. As demais formas, feitas pelo mercado, não são consideradas políticas sociais. Na forma reducionista, as políticas sociais são consideradas, erroneamente, políticas para os pobres, pois existem várias políticas sociais que atendem à população como um todo, como no caso das políticas de educação e de saneamento básico. Giovanni (2008) afirma que as políticas sociais são conhecidas, popularmente, como tudo o que satisfaz o cidadão, entretanto, não diz respeito à política econômica. Comenta também que essa separação é um erro, pois, nos termos, não existem limites delineados inicialmente, e também é um tipo de preconceito de certas correntes de pensamento que veem os aspectos econômicos como uma “conspiração” dos que obtém mais poder para a reprodução do capital. Contudo, Schwartzman (2004) afirma que: No Brasil, as políticas sociais possuem três gerações. A primeira geração são políticas de ampliação e de extensão de benefícios e direitos sociais, as quais tiveram o seu início na década de 1930 e obtiveram êxito na Constituição Federal de 1988, com direitos sociais na educação, proteção ao trabalhador, saúde, entre outros. A segunda geração foi no Governo de FHC (Fernando Henrique Cardoso), continuado pelo Governo Luiz Inácio, com simplificação e redistribuição de recursos na área social. As reformas de terceira geração teriam, além da distribuição de recursos sociais, maior qualidade nos serviços prestados. Dentre as propostas, teriam distribuição de recursos diretamente à população carente; acesso facilitado dos pobres ao microcrédito para compras imobiliárias; apoio à produção popular; unificação das polícias civil e militar para melhora da segurança pública, entre outros. Giovanni (2008) comenta que a política social também tem um caráter de cunho evolutivo e é definida por componentes históricos, como as formas de proteção social que deram início no século XIX. Ela tem um conceito maisamplo, o de sistema de proteção social, o qual está presente em todas as sociedades humanas. Esse sistema serve para proteger parte ou um todo dos membros de uma sociedade que passam por questões naturais, sociais e até mesmo biológicas, como velhice, doença, dificuldades ou privações. Os sistemas de proteção social tidos por modernos surgiram depois da Revolução Industrial e se espalharam pela Europa, mas sua origem está ligada às antigas formas de proteção da questão da pobreza, firmadas na tradição, nos princípios de caridade cristãos e na fraternidade. No passado, era difícil encontrar algum tipo de sistema de assistência, tendo como exemplo a Inglaterra que, no ano de 1573, cobrava taxa sobre a propriedade fundiária para que pudesse atender aos pobres. Mas as assistências aos pobres eram, basicamente, aleatório, residuais, consideradas como algum tipo de benesse e concedidas às pessoas tidas por sem mérito. Dessa forma, os beneficiários eram marginalizados de acordo com Giovanni (2008). Nos dias atuais, os sistemas de proteção social, obtiveram grandes e significativas modificações, pois passaram a ser regulados por normas do Estado; benefícios passaram a cobrir riscos, como doenças, acidentes e morte; seu campo de aplicação, que era para algumas categorias profissionais, passou a se ampliar; e poderes públicos passaram a financiar programas voluntários. Esses programas de proteção social ficaram conhecidos, no Pós Segunda Guerra, como Welfare States.� Conforme Bucci (2006), esses sistemas tiveram a sua origem na Ciência Política e na Ciência da Administração Pública. Mas as políticas públicas têm sido estudadas na Ciência do Direito, especificamente, na Teoria do Estado, do Direito Constitucional, do Direito Financeiro ou do Direito Administrativo. Além do mais, a política pública não é algo de fácil reconhecimento, devido as suas distinções nos suportes legais. Ela pode ser apresentada em disposições constitucionais, em leis, em normas infra legais, em decretos e portarias, até mesmo como contrato de concessão de serviço público. Uma atributo das políticas públicas é que, além de serem ligadas ao Governo, elas possuem metas ou resultados como traço definidor, mas nem toda política pública contém metas ou resultados. Para o direito, considera-se a política pública lei: [...] a política pública é definida como um programa ou quadro de ação governamental, porque consiste num conjunto de medidas articuladas (coordenadas), cujo escopo é dar impulso, isto é, movimentar a máquina do governo, no sentido de realizar algum objetivo de ordem pública ou, na ótica dos juristas, concretizar um direito.� A elaboração das políticas públicas é de responsabilidade do Poder Executivo, sendo definida pelo Poder Legislativo. Entretanto, o debate da aplicação das políticas públicas é levado para o lado jurídico, pois é nele que está inserido o poder de coerção da norma jurídica pelo direito, principalmente nos direitos sociais. Diante disso, o direito tem papel importante na formulação das políticas públicas, pois ajuda a ressaltar as expressões da atuação governamental. Bercovici (2006) comenta que as políticas públicas têm por fundamento concretizar direitos por meio de prestações positivas do Estado, as quais são a prestação de serviço público, visando ao desenvolvimento econômico e social, com eliminação das desigualdades. Entretanto, para que isso aconteça, é necessário um plano de desenvolvimento; para isso, deve haver planejamento da Administração Pública. Um outro conceito de acordo com Giovanni (2008), seria que a política pública, é criada por uma modalidade particular de interferência estatal, firmada num ambiente vasto de conhecimentos técnicos sobre a realidade social vivida, e por um outro lado, um conjunto de formas diversificadas de interação para com a sociedade. Já Bucci (2006) pressupõe que as políticas públicas advém de programas de ação governamental, onde visa coordenar os meios estando estes a disposição do Estado e também as atividades privadas, cujo ideal seja a realização de objetivos politicamente determinados e socialmente relevantes para esse meio. Logo após, essa formulação original sofre acréscimos e evolui para uma presunção mais completa: Política pública é o programa de ação governamental que resulta de um processo ou conjunto de processos juridicamente regulados – processo eleitoral, processo de planejamento, processo de governo, processo orçamentário, processo legislativo, processo administrativo, processo judicial – visando coordenar os meios à disposição do Estado e as atividades privadas, para a realização de objetivos socialmente relevantes e politicamente determinados. Como tipo ideal, a política pública deve visar à realização de objetivos definidos, expressando a seleção de prioridades, a reserva de meios necessários à sua consecução e o intervalo de tempo em que se espera o atingimento dos resultados.� O autor Schwartzman (2004) diz que a implantação de políticas públicas depende de vários fatores, como os emergenciais de curto prazo, que precisam de um enfrentamento realista; os preferenciais e prioritários: partidos, instituições de poder e movimentos sociais que influenciam governo e opinião pública; e a realidade econômica e social, que deve ser levada em conta. Sendo o prazo longo ou médio, as políticas públicas devem ter uma descrição mitigada, certeira, e com clareza em relação aos problemas, para que assim possa ser criada maneiras para enfrenta-los. O autor também deixa claro em sua observação que a política econômica é importante no auxílio às políticas públicas, pois uma política econômica fraca não irá tratar as questões sociais, como a criação de empregos, e, consequentemente, não irá conseguir investir recursos públicos na criação e na inserção de políticas públicas. � O IDOSO NO MERCADO DE TRABALHO A Crescente evolução do envelhecimento da população brasileira nos traz diversos desafios, onde envolve relação de trabalho com trabalhadores mais idosos cria um problema de grande relevância, devendo ser discutido e severamente analisado, cujo objetivo seja diminuir a discriminação, a exclusão social e a vulnerabilidade tais quais estes estão a mercê, fazendo assim com que haja mais facilidade para sua inserção e permanecia no mercado de trabalho. Ramos et al.afirmam: Estudos evidenciam que cada vez mais as pessoas idosas precisam ou querem se manter no mundo do trabalho, situação que parece se distanciar do previsto para pessoas nessa faixa etária, pois a sociedade, de forma geral, espera que elas se encaminhem para a aposentadoria e para o afastamento do mundo laboral. (p. 507) No Brasil, a população mais idosa encontra-se sensível, mesmo que ainda haja amparo progressivo que relaciona-os a eles, há vários deles ainda sendo ignorados pela sociedade, que nos traz a percepção de que ainda com leis vigentes, mesmo havendo normas de proteção para com eles, tendo em vista o modo que ainda são tratados pelo resto da sociedade, percebe-se que não modificou, deixando muito a desejar, pois faz com que continue havendo a severa, e ‘’cruel’’ exclusão. Podemos perceber também, até mesmo no nosso dia a dia, que apesar de muitos idosos já se aposentarem, muitos deles continuam no ramo de trabalho, muito desses até mesmo informal, seja para complementar o baixo valor do benefício que recebe, seja para se sentirem uteis, fazendo com que continuem ativos na sociedade, aumentando assim sua longevidade lhe trazendo bem estar. Dados do IBGE nos mostra que a informalidade encontra-se presente na população idosa em 71,7% dos casos, deixando explicito a necessidade do mercado de trabalho se adaptar, gerando novos empregos para que assim supra a grande procura dos idosos no Brasil, cidadãos que por muitas vezes não tiveram oportunidades, tendo um baixo nível de escolaridade, ou um nível inferior de qualificação que é exigido no mercado sendo porém suscetívelà reciclagem.� Sendo assim, seguindo a abordagem da OMS para o envelhecimento ativo, foi criado o Decreto Federal nº 8.114, de 30 de setembro de 2013, que estabelece o Compromisso Nacional para o Envelhecimento Ativo, sendo uma de suas regras, presentes no artigo 3º, a “ampliação de oportunidades para aprendizagem da pessoa idosa”,� a fim de que haja melhorias na valorização dessas pessoas. Devido aos desafios enfrentados pela nossa população (que está envelhecendo de forma veloz), como baixa qualificação, classificação da terceira idade, senilidade, características próprias do processo de envelhecimento, entre outros, faz-se necessária a implementação de políticas públicas mais específicas. Diante desse contexto, é de altíssima relevância adequar o ambiente de trabalho e as atividades a serem realizadas às características típicas da velhice, que por sua vez proporcione aos trabalhadores uma melhor qualidade de vida e adaptação à situação da aposentadoria, quando lograda. O TRABALHADOR IDOSO E SEUS DESDOBRAMENTOS SOCIAIS Ao trabalhador idoso lhe é atribuído uma depreciação o qual o sistema capitalista vem reproduzindo. No que tange a relação com a aposentadoria, o idoso já não mais possui sua força de trabalho como antes, como consequência a dificuldade da venda de seu trabalho, e mesmo que ainda consiga retornando para o trabalho, não há contribuição com o processo de acumulação, pois sua intensidade já não é mesma, diante disso para o capital é como se o idoso se tornasse improdutivo. � A negativa quanto ao estereótipo em relação a reimplantação do idoso no mercado de trabalho, são elementos que comprometem a situação do idoso: No imaginário social, ser velho está representado por idéias e visões que condicionam e reproduzem um pensar sobre o idoso enquanto indivíduo inapto, incapaz, imprestável - improdutivo. Percepção esta que se mostra notadamente discriminada como resultado das relações sociais deterioradas e determinadas pelo sistema produtivo (PAZ, apud ALVARENGA, 2001, p.37). No que diz respeito ao trabalho, esses idosos na busca pelo emprego, diversas vezes, quiçá na maioria delas sofrem preconceitos. Podemos destacar como exemplo os anúncios, onde é delimitado pelas empresas a idade que deseja, fazendo com que ocorra a exclusão do idoso à esse meio, deixando de lado não só os direitos, como garantias contra esse ato, sem levar em conta a experiência do mesmo. Estando os idosos tachados, sendo vítimas de preconceitos, estando até mesmo à margem da sociedade, no final acabam por aceitar esse rotulo imposto pela sociedade, que diz que não são capazes e improdutivos, ocasionando transtornos que levam ao isolamento, até mesmo a depressão. No tocante ao trabalhador idoso, há uma alusiva compreensão diante do seu afastamento da vida social, pois um dos motivos principais para esse acontecimento, de modo que não único deles, é o seu insucesso ao lograr ao mercado de trabalho. Pois como ressaltado nesse trabalho, essa realidade refere-se diante da própria atividade econômica capitalista, tendo como suposição que o trabalhador de mais idade, não lhe é mais aprazível, não tendo mais o valor de uso necessário, cujo princípio é o acumulo de capitais. TRT-10 - RECURSO ORDINARIO RO 1028200601710005 DF 01028-2006-017-10-00-5 (TRT-10) Data de publicação: 31/08/2007 Ementa: AUSÊNCIA DE MANIFESTAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO. AÇÃO EM QUE É PARTE PESSOA IDOSA. LEI Nº 10.741 /2003. "O artigo 75 da Lei nº 10.741 /2003 (Estatuto do Idoso) determina a atuação obrigatória do Ministério Público nos processos em que presentes os direitos e interesses previstos naquela lei. Com efeito, em relação ao direito do trabalho, a Lei nº 10.741 /2003 prevê normas que vedam a discriminação do idoso, assim como a criação de programas que estimulem o trabalho do mesmo de acordo com as suas condições físicas, intelectuais e psíquicas (arts. 26/28). No presente caso, a matéria não trata de desrespeito a tais normas, sendo desnecessária a atuação do Ministério Público prevista no artigo do Estatuto do Idoso". (Procurador Maurício Correia de Mello, membro do Ministério Público do Trabalho) Encontrado em: Por tais fundamentos, ACORDAM os Juízes da Egrégia Terceira Turma do Tribunal Regional do Trabalho..., rejeitar a preliminar de nulidade argüida e, no mérito, negar-lhes provimento. Ementa aprovada�. Fato é que infelizmente o trabalhador idoso é marcado pelo não reconhecimento de sua capacidade, por serem mais vividos podendo assim dizer, detentores de inúmeras experiências, sua vivencia de grande riqueza, não a material, mas a de sabedoria, experiências, praticas, e mesmo diante disso percebe-se que sua realidade tem um enorme peso na sua caracterização, sendo arraigado pelo descredito e preconceito. Diante de tamanhas dificuldades, o idoso que não conseguir a reinserção em um trabalho formal, acaba se sujeitando as informalidades para que assim possa prover sua sobrevivência, ou até mesmo contribuição para com a sua família. Com base nas acentuadas modificações ocorridas com a reestruturação produtiva e a inclusão das políticas neoliberais, podemos ver com uma frequência significativa inúmeros idosos que trabalham informalmente em áreas diversas, que vão desde atividades domesticas à serviços cujo tempo não lhe é estabelecido sendo ambos sem vínculos empregatícios. O aumento da exploração forçosa do trabalho verificada no século XX, em suas últimas décadas, tem como consequência a reestruturação de produção do capital e de sua crise, não há valoração na força de trabalho do idoso, tendo em vista que a sua intensidade de trabalho, de nada tem a ver com a logística do capital atual. Mesmo assim, seguindo tal logica, a informalidade que o trabalhador de sujeita, é de grande utilidade para a capital, pois irá consumir esse trabalhador idoso, mesmo que diante de condições bastante precárias. Com isso, na contratação do idoso que ocorre não por suas habilidades e experiências, mas sim pelo interesse de seu trabalho ser mais barato, trazendo vantagens ao capital, pois não há garantias trabalhistas, podendo a qualquer momento ser dispensado. Percebe-se que de acordo com a lógica exposta do capital, onde transforma o trabalhador idoso cujo meio é somente a obtenção de lucro, fazendo com que seja ainda mais triste tal situação. Teixeira (2008) é vigorosa quando diz: “A valorização do trabalhador, em especial dos envelhecidos, requer uma transformação radical; impossível obter esses resultados [...] deixando sem alterações o sistema capitalista” (p. 309). Contudo percebe-se que o trabalhador, especificamente idoso, tem enfrentado um processo de total desrespeito e socialmente injusto, pelo qual vem sendo tratado, por obterem uma idade mais avançada, mesmo querendo trabalho, de forma justa e honesta, havendo vigor em seu trabalho, sofrem esse preconceito. Se pararmos para pensar nessas circunstancias situando-as no nosso cenário brasileiro, esses fatos ganharão proporções bastante dramáticas. O envelhecimento Da população brasileira é significativo e gradativo, contudo, se hoje há esse sofrimento para com o idoso por conta dessa realidade enraizada no mercado de trabalho, num futuro próximo como estará a situação socioeconômica para com esses idosos? Conforme Camarano (2004), um desafio importantíssimo é que seja assegurado a continuidade no processo de desenvolvimento socioeconômico, baseado em princípios que sejam capazes de garantir um grau econômico mínimo, para que assim sejam capazes de manter uma condição digna para com o idoso. O RETORNO DO IDOSO AO MERCADO DE TRABALHO E A QUESTÃO INTRAFAMILIAR. Como podemos perceber o aumento da velhice e consequentemente do número de idosos (pessoas com 60 anos ou mais) é de repercussão mundial. Onde crescem também o número de aposentados, cujo vocábulo remete, teoricamente, no quesito de recolhimento ao interior da habitação, dos aposentos. Entretanto, não é sempre assim, pelo menos em relação aos brasileiros aposentados, onde ocorre o retorno do mesmoao mercado de trabalho Vários autores costumam correlacionar esse fenômeno a condições de natureza socioeconômica, ressaltando a questão do aumento de renda e suas necessidades. (Camarano, 2001; Carrera-Fernandez & Menezes, n.d.; Damasceno & Cunha, n.d.) e de fatores similares, tais como o idoso e sua posição na família, no sentido de ser o chefe do lar (Damasceno & Cunha, n.d.) ou o interesse do empregador ao contratar um idoso diante das vantagens financeiras que o mesmo traz (Camarano, 2001). Menciona-se também à intervenção de fatores sociodemograficos, podendo citar como, por exemplo, as condições de saúde melhoradas ao se aposentarem (Camarano, 2001), escolaridade, idade e sexo (Camarano, 2001; Carrera-Fernandez & Menezes, n.d.; Damasceno & Cunha, n.d.) onde atuariam no sentido de distinguir entre a menor ou maior inserção do idoso aposentado no mercado de trabalho. O pressuposto socioeconômico se respalda no fato de que a benesse da aposentadoria seria insuficiente, ou não satisfatório, para atender as demandas necessitadas para uma sobrevivência do aposentado e de sua família dependente de sua renda. Camarano (2001) averiguou que a renda do trabalho dos idosos aposentados teve uma relevância bem significativa no seu próprio rendimento ou no de seus familiares dependentes. Segundo o autor, em 1998, a renda oriunda de seus trabalhos (aposentados) equivalia aproximadamente 50% de seus rendimentos, sendo esses variados de acordo com o gênero. Esse tópico é abordado diante do retorno do idoso ao mercado de trabalho, fazendo então com que sofra uma exploração financeira. Conforme dados da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência de Republica (SDH) nos mostram que só em Minas Gerais, em dois anos apenas, a violência financeira contra o idoso já aposentado aumentou em 4 vezes, onde em 2011 foram 318 denúncias, saltando para 1.328 registros no ano passado. Já são 417 notificações desse tipo de exploração ao idoso. O terceiro estado com mais denúncias é Minas Gerais, registrando 43% relacionados à violência financeira, envolvendo os idosos maiores de 60 anos, perdendo apenas para a violência psicológica e financeira. Essa violência financeira vai desde o uso indevido da renda ou benéfico do idoso até mesmo certos tipos de pressões psicológicas para conseguir com que ele entre em empréstimos ou mesmo dividas, para com terceiros ou mesmo os próprios familiares, contudo há envolvimento de fraudes também. De acordo com alguns especialistas com experiência nesse assunto, dizem que é normal o idoso se submeter a empréstimos para obter sossego em casa. O que ocorre também é que os próprios parentes que recebem a aposentadoria como uma forma de administrar o dinheiro do idoso, não lhes prestam a devida assistência que deveriam ser prestadas. Em outras situações é uma opção do próprio aposentado ser responsabilizado pelos gastos de sua família, se responsabilizar e ter um bom ambiente familiar. Familiares como filhos, netos e sobrinhos se apoderam da aposentadoria do idoso, em muitos casos estes são internados em casas de repouso ou até mesmo abandonados. Os familiares portanto desviam a aposentadoria desses idosos para uso pessoal, em igual o idoso que retorna ao mercado de trabalho, vê sua renda ser usada pelos seus familiares, que muitas vezes não trabalham e praticam violência financeira ao idoso. É garantido no Estatuto do Idoso� sanções contra a violência financeira. No seu Artigo 102 é previsto o crime contra a violência financeira com o seguinte texto: “Apropriar-se de ou desviar bens, proventos, pensão ou qualquer outro rendimento do idoso, dando-lhes aplicação diversa da de sua finalidade”. Pena: reclusão de um a quatro anos e multa. O Artigo 104 detalha o mau uso sobre o salário de aposentadoria dos idosos ocasionados por terceiros: “reter o cartão magnético de conta bancária relativa a benefícios do idoso, bem como qualquer outro documento com objetivo de assegurar recebimento ou ressarcimento de dívida”. Pena: detenção de seis meses a dois anos e multa. Nos Artigos 106 e 107 explicam orientando sobre o ato de fazer uma procuração para fins ilícitos. Com essa procuração, podendo ser particular ou realizada em cartório, a pessoa idosa que não quiser mais ter o trabalho de resolver suas coisas ou for incapaz de gerir bens transfere seus direitos para uma outra pessoa, que geralmente é a mais próxima à ela. Havendo coerção ou induzimento para que a pessoa idosa assine tal procuração, poderá haver uma punição. Pena: reclusão de dois a quatro ou cinco anos. O Artigo 108 trata especialmente de documentos como testamentos, que só podem ser assinados com o consentimento do idoso. “Lavrar ato notarial que envolva pessoa idosa sem discernimento de seus atos, sem a devida representação legal”. Pena: reclusão de dois a quatro anos. O Artigo 110 nos mostra as mudanças no Código Penal relacionadas aos crimes contra idosos. Conforme a legislação (Art. 61 do Código Penal), houve a inclusão do idoso entre as circunstancias da pena agravada. Se um crime fora cometido contra uma criança, uma mulher ou uma pessoa com mais de 60 anos, a punição será aumentada. Pena: nos homicídios culposo e doloso, por exemplo, aumenta-se em a pena em 1/3 em relação à sanção original, caso o crime for contra uma pessoa maior de 60. TJ-ES - Agravo de Instrumento AI 00216149820168080035 (TJ-ES) Data de publicação: 22/06/2017 Ementa: EMENTA AGRAVO DE INSTRUMENTO. IDOSOS. SOBRINHA. EXPLORAÇÃO FINANCEIRA. POLÍTICA NACIONAL DO IDOSO. CURADORIA ESPECIAL. RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO. I. O instituto da curadoria especial previsto no artigo 10, § 2º, da Lei nº 8842 ⁄94, diferentemente da figura prevista no Código Civil, não se presta à representação dos idosos para todos os atos da vida civil, restringindo-se, expressamente, à gerência dos bens. Precedente deste TJES. II. Na hipótese, a severa dilapidação do patrimônio do casal, agregada às alienações e transferências de bens móveis e imóveis procedidas em favor da recorrida e de familiares próximos a esta após a outorga, pelos idosos, de procuração com amplos poderes, indica a prática de exploração financeira pela agravada. III. A agravante é pessoa capaz e não apresenta limitações evidentes para gerir seus bens, circunstância que lhe afasta a necessidade de nomeação de curador especial. IV. Por outro lado, diante dos fortes indícios de incapacidade de Avelino Pinto Lobo para exercer os atos da vida civil e, especialmente para gerir seus bens, dever-lhe-á, com vista à proteção de sua dignidade, ser mantida a nomeação de Fernanda Caliman Lobo Gusmão, sua filha, como curadora especial. V. Recurso conhecido e parcialmente provido, com o fito de limitar a curadoria especial exercida por Fernanda Caliman Lobo Gusmão apenas a Avelino Pinto Lobo. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Desembargadores da Egrégia Primeira Câmara Cível, por unanimidade, conhecer e, por maioria, dar parcial provimento ao recurso, nos termos do voto do DES. SUBS. MARCELO MENEZES LOUREIRO, designado para a lavratura do presente acórdão. Vitória⁄ES, de de 2017. PRESIDENTERELATOR DESIGNADO�. Diante do aumento significativo do envelhecimento populacional que vem ocorrendo no decorrer de um processo bem visível de reorganização estrutural da família. Segundo Gordilho et al.(2000, p. 13), “as projeções em relação ao grupo etário com 60 anos e mais de idade apontam para um crescimento de 130% no período de 2000 a 2025”. Diante disso, essa realidade exposta surge em núcleos familiares onde lhe é recebido de volta pelo idoso os entes ao espaço que lhes pertence, sendo então a pessoa idosa a responsável pela ampliação da família com a sua chegada. A implantação de um ambiente doméstico cujo não se tem a velhice de uma maneira negativa, e onde possa sanar as necessidades do idoso, podendo acompanhar o ritmo e estilo de vida dos demais integrantes que na família habitam requer adaptações que decorrem o caminho que poderá levar a situações derisco. Tueth (2000, p. 104). Fazendo alusão a um levantamento de características epidemiológicas, considera-se que no caso os fatores de risco mais claros nos casos que vitimiza o idoso através da exploração financeira correspondem a uma faixa etária de 75 anos, ser do sexo feminino, haver isolação social e apresentar danos intelectivos. CONCLUSÃO Nosso país vêm vivenciando, nas últimas décadas, um crescimento na perspectiva de vida das pessoas, no qual a verdade no envelhecer da população torna-se um dos fundamentais desdobramentos da atualidade. O contexto torna-se mais agravante quando, unindo as diferenças sociais, temos a carência de conhecimento, o preconceito e a inexistência do respeito à pessoa idosa. A idade traz com o tempo as marcas da inabilidade funcional e social do ser, diminuindo este idoso, em muitas situações, a um peso para os seus cuidadores, ocasionando desta forma, ao afastamento familiar e social, e à agressão intrafamiliar. Acredita-se como agressão intrafamiliar cada e toda atitude ou desinteresse que acometa o conforto, a plenitude física e psicológica, ou a autonomia e o direito ao absoluto progresso de um participante da base familiar. A maioria dos idosos se mantem no mercado de trabalho, ou somente retornam a ele após se aposentarem por diversos motivos, dentre eles: necessidade de uma renda adicional, ocupação do tempo ocioso, prazer pelo trabalho que desenvolve, ou a necessidade de sustentar parentes, trazendo a responsabilidade para si do sustento deles. O trabalho é uma forma de ação básica do ser humano, pois permite o bem-estar diante da sua própria essência e da sociedade. Nesse contexto, através do trabalho o idoso se sente, de fato, um indivíduo que resolve questões prático-conscientes, mesmo em meio as suas dificuldades. Dessa forma, este se torna uma ferramenta capaz de sanar as carências do ser humano, no mesmo momento em que cria novas necessidades. Em relação ao abuso financeiro do idoso, esse estudo apresenta a agressão que muitos idosos sofrem por meio do apoderamento inadequado de seus pertences. Fato é que esses indivíduos sustentam netos e filhos, e muitas vezes tem sua renda comprometida por empréstimos de familiares em seus nomes, e suas aposentadorias usurpadas por aqueles que neste momento da vida caberia o cuidado e atenção a este familiar. Conceituar o envelhecer como um ganho é importante, pois permite assegurar políticas públicas voltadas aos idosos que os garanta manter uma vida com qualidade e dignidade. Em nossa sociedade, que gera e retrata a diferença social e preconceito, existe a carência de atitudes políticas para que assegure os direitos sociais dos cidadãos idosos sejam adequadamente respeitados. Há uma necessidade de estimular o respeito à pessoa idosa e valorar a sua importância da sua respeitabilidade social, devendo ser extinta todas as formas de abandono para com o mesmo. O papel da família não é somente reprodutivo, mas sim proveniente de afetos e solidariedade, isto é, virtudes que vão além de meros laços sanguíneos. Com o passar do tempo, os idosos se tornam cada vez mais impotentes, frágeis e indefesos, onde nem sempre são acolhidos pela sua família. Sendo até mesmo, muitas vezes coagidos a morarem em asilos, onde lá são esquecidos pelos seus entes queridos. Porem em outras situações são submetidos a dispor para seus familiares a sua vida financeira, em troca de um afeto ou uma solidariedade, tendo como consequência a sua dependência maior do trabalho. Mesmo após a criação especifica de uma legislação onde há amparo ao idoso, através do Estatuto do Idoso, a realidade que vivenciamos é que deve ser garantido ao idoso a sua dignidade de sobrevivência. Em especial de maneira que assegure uma vida plena, de afetos e felicidade principalmente, não só de direitos, seja no meio de sua família, ou na sociedade, tendo essas as mais diversas expressões existentes. É válida a reflexão que mesmo as leis de amparo ao idoso sejam eficientes, estas não são o bastante para assegurar a valorização e sobretudo o respeito que esses nobres trabalhadores merecem. Dessa maneira, isso é um problema que ultrapassa os limites legais, alcançando a moral da sociedade. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS AMARANO, A. A. et al. "Como vive o idoso brasileiro?", in CAMARANO, A. A. (org.). Muito além dos 60: os novos idosos brasileiros. Rio de Janeiro: IPEA, 1999. BEAUVOIR, S. de. A velhice. Trad. De Maria Helena Franco Martins. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1990. BERCOVICI, G. Planejamento e políticas públicas: por uma nova compreensão do papel do Estado. In: BUCCI, Maria Paula Dallari (Org). Políticas Públicas: reflexões sobre o conceito jurídico. 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