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7. CASO CONCRETO AULA 08 Embargos de Terceiros

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NOME: PAMELLA NEGREIROS VIEIRA MATRÍCULA: 201401325181
CASO CONCRETO 08:
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 04ª VARA CIVEL DA COMARCA DE ITAPERUNA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO.
Embargos de Terceiro por dependência ao processo nº 6002/2015
	JOSÉ AFONSO, nacionalidade, solteiro, engenheiro, portador da cédula de identidade nº ..., expedida pelo, em ..., inscrito no Cadastro de Pessoas Físicas sob o nº..., residente e domiciliado em Mucurici, residente na rua Central, nº 123, bairro Funcionários, CEP, endereço eletrônico, vem por seu advogado abaixo assinado, com escritório na rua, nº ..., Bairro, Cidade, Estado, CEP, endereço eletrônico, para fins do artigo 77, inciso V do Código de Processo Civil, opor:
EMBARGOS DE TERCEIRO
pelo rito especial, em face de CARLOS BATISTA, nacionalidade, solteiro, contador, portador da cédula de identidade nº ..., expedida pelo, em ..., inscrito no Cadastro de Pessoas Físicas sob o nº..., residente e domiciliado na Rua Rio Branco, nº 600, Bairro, Itaperuna, Rio de Janeiro, CEP, endereço eletrônico, pelos fatos e fundamentos a seguir:
 DOS FATOS
	O embargante adquiriu de Lucia Maria, por instrumento Particular de Compra e Venda, a casa de número 123, situada à Rua Central, Bairro Funcionários, na cidade de Mucurici, Espírito Santo. 
O referido instrumento fora assinado em 10/01/2015, sem clausula de arrependimento, ficando ajustado o preço de R$ 300.000,00 (trezentos mil reais) depositados em uma única parcela em conta bancária da vendedora. 
Com o objetivo de lavrar a escritura pública definitiva, o embargante, ao extrair as certidões, foi surpreendido com a existência de penhora gravando o imóvel adquirido, observando que a ordem foi emanada por este Douto Juízo nos autos da execução apensa. 
Considerando que o executado daqueles autos possui outros patrimônios e que o embargante está a sofrer ato constritivo incompatível com seus direitos, alternativas não lhe restaram que não opor os presentes embargos de terceiros. 
DOS FUNDAMENTOS:
A Súmula de nº 84 do STJ autoriza a oposição de embargos de terceiros fundados em alegação de posse advinda de compromisso de compra e venda de imóvel, mesmo que tal compromisso não tenha sido levado à registro. 
O art. 674 do CPC autoriza a utilização do procedimento especial dos embargos de terceiros sempre que determinada pessoa, que não for parte em um processo, sofrer constrição ou ameaça de contrição sobre bens que possua ou sobre os quais tenha direito incompatível com o ato constritivo. 
No caso em exame, o embargante adquiriu os direitos da propriedade imobiliária cuja a contrição foi requerida pelo embargado. Como se vê, a transação foi regularmente realizada, de boa fé, com o pagamento integral do preço ajustado.
A doutrina e a jurisprudência, já vinham admitindo a oposição de embargos de terceiro pelo titular inquestionável do domínio:
	
 “A finalidade dos embargos de terceiro é mantida e esclarecida pelo art. 674, que combina as regas contidas nos arts. 1.046 e 1.047 do CPC de 1973. Nesse sentido, o caput é mais claro ao evitar o rol descritivo do CPC de 1973 (embora não taxativo) e prever o cabimento dos embargos de terceiro sempre que houver constrição ou ameaça de constrição sobre bens ou sobre direitos incompatíveis com o ato constritivo. Também o é ao acentuar o caráter preventivo ou repressivo que os embargos podem assumir. Os §§ 1º e 2º indicam diversas hipóteses em que o interessado se legitimará para a apresentação dos embargos de terceiro. Merece destaque, a este propósito, a previsão do inciso II do § 2º, segundo a qual tem legitimidade ativa para os embargos de terceiro ‘o adquirente de bens cuja constrição decorreu de decisão que declara a ineficácia da alienação realizada em fraude à execução’. Também chama a atenção em idêntico contexto a regra do inciso III do mesmo § 2º. De acordo com ela, os embargos de terceiro podem ser propostos por ‘quem sofre constrição judicial de seus bens por força de desconsideração da personalidade jurídica, de cujo incidente não fez parte’. A previsão, ao ser lida, como deve ser, em conjunto com o novel incidente regulado pelos arts. 133 a 137, confirma o acerto do entendimento de que aquele incidente tem como objetivo transformar em parte o terceiro para fins de responsabilização judicial (direta) perante o credor. Tanto que, de acordo com o art. 137 do novo CPC, ‘acolhido o pedido de desconsideração, a alienação ou a oneração de bens, havida em fraude de execução, será ineficaz em relação ao requerente’.”. (Bueno, Cassio Scarpinella – Novo Código de Processo Civil anotado/Cassio Scarpinella Bueno. São Paulo: Saraiva, 2015. p. 425).
	
 “São cabíveis embargos de terceiro, em favor de quem, embora não tendo a posse, é titular inquestionável do domínio de bem que por tal circunstância, não pode sofrer no processo, apreensão judicial” (TJPR/RT 538/175), e, “É razoável, quando menos, o entendimento de que o titular inquestionável do domínio, embora não tendo a posse, pode utilizar embargos de terceiro, e tal posição não nega vigência aos preceitos pertinentes no Código de Processo Civil” (STF/RT 542/259).
DA LIMINAR- ATRIBUIÇÃO DO EFEITO SUSPENSIVO:
Nos termos do art. 676 do CPC, o juiz, quando restar demonstrado o domínio e a posse, determinará a suspensão das medidas constritivas sobre os bens litigiosos objetivo dos embargos. 
No caso em apresso, o compromisso firmado entre o embargante e a Sra. Lúcia Maria demonstra de forma suficiente que o embargante adquiriu os direitos sobre a propriedade que foi constrita, motivo pelo qual requer desde já a suspensão dos atos executivos sobre o bem, conforme art. 678 do CPC.
DAS PROVAS:
Ante o exposto, requer: 
Que seja determinada a suspensão dos atos constritivos sobre o imóvel do embargante, localizado na cidade de Mucurici, Espírito Santo, à Rua Central, nº 123;
A citação do embargado, com observância do art. 677, parág. 3º do CPC, para que, querendo, contestar os embargos no prazo de 15 dias, conforme art. 679, CPC;
A procedência total do pedido para desconstituir a penhora sobre o imóvel do embargante situado à Rua Central, nº 123, na cidade de Mucurici, Espírito Santo,
A condenação do embargado ao pagamento das custas processuais e honorário de sucumbência. 
DAS PROVAS:
Conforme art. 677 do CPC, requer o embargante a juntada da prova documental que demonstra, de forma sumária, a sua posse e seu domínio sobre o bem, tal como a sua qualidade de terceiro. Outrossim, requer a produção de todas as provas que se fizerem necessárias, na amplitude do art. 369 do CPC.
VALOR DA CAUSA:
Atribui-se à causa o valor de R$ 300.000,00 (trezentos mil reais)
Nestes termos,
Pede Deferimento.
Local e data
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ADVOGADO
OAB/UF

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