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TEORIA GERAL DO CRIME
1. Nexo de Causalidade
Relação entre ação/omissão e o resultado;
Teoria adotada pelo Código Penal: 
Teoria da equivalência dos antecedentes causais – art. 13, CP.
Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido.
Para a referida teoria, tudo o que contribui para o resultado é causa. 
Art. 19 do CP: Para não punir objetivamente toda e qualquer pessoa envolvida na cadeia de contribuição para o resultado (ex: pais, fabricante de armas) o Código Penal elenca que somente responderá pela prática delituosa aquele que agir, no mínimo, com culpa.
Art. 19 - Pelo resultado que agrava especialmente a pena, só responde o agente que o houver causado ao menos culposamente.
1.1 Classificação:
Causas dependentes – Quando o resultado for oriundo da ação do agente. 
Causa que por si só produz o resultado.
Causas independentes – São causas que sozinhas (isoladas) não produzem o resultado, mas podem (ou não) contribuir para o mesmo.
As causas independentes distinguem-se em CAUSAS ABSOLUTAMENTE INDEPENDENTES e CAUSAS RELATIVAMENTE INDEPENDENTES:
Causas absolutamente independentes – são as causas que não produzem o resultado nem contribuem para a sua ocorrência. Ou seja, o resultado se opera sem relação alguma com a conduta. Dessa forma, o resultado não pode ser atribuído ao agente, mas o agente pode responder pelos atos praticados.
a.1) Preexistentes – anteriores a conduta. 
a.2) Concomitante – simultâneo a conduta. 
a.3) Superveniente – após a conduta. 
b) Causas relativamente independentes – somente tem o condão de produzir o resultado quando associada a conduta do agente. Portanto, as causas estão, de alguma maneira, ligada a conduta do agente. Dividem-se em:
 b.1) Preexistentes – antecedentes à conduta. 
b.2) Concomitante – simultâneo à conduta. 
b.3) Superveniente – após a conduta. 
1.2 Relevância da omissão
- Art. 13, §2º, CP. Omissão penalmente relevante – a posição de garantidor.
- O tema refere-se aos intitulados crimes omissivos impróprios ou comissivos por omissão. Para sua configuração, estaremos diante do agente que:
- Tem o dever legal de agir;
- Possibilidade de agir;
- Pode evitar o resultado;
§ 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem:
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; 
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; 
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado.
Comentam-se as referidas alíneas:
“a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância” – incluem-se nesta alínea os bombeiros, policiais, médicos, os pais, salva-vidas;
“b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado” – refere-se às relações contratuais e não contratuais (fáticas). Incluem-se nestas hipóteses o segurança, a babá, o guia;
2. Conduta.
	A conduta representa todo comportamento humano voluntário (agir determinado pela vontade, direcionando a conduta para a obtenção de uma finalidade) e consciente (consciência real acerca da consequência de seu ato).
	
2.1. Formas de condutas:
		a) Ação – Pressupõe um agir. 
b) Omissão – Representa uma não ação. 
- Classificação:
b.1) Omissivo próprio: Inobservância de norma mandamental.
b.2) Omissivo impróprio: Crimes de resultado.
			- Requisitos:
				- Possibilidade de agir;
				- Evitabilidade do resultado;
				- Dever legal de agir – Art. 13, § 2°.
2.2. Ausência de ação ou omissão.
		- Pressupõe uma não conduta – atipicidade.
		- Causas de ausência de ação:
			a) Coação física irresistível: 
			b) Movimentos reflexos: Ataque epilético
			c) Estado de inconsciência: sonambulismo, embriaguez letárgica.
2.3. A conduta dolosa – Art. 18, inciso I, do CP:
	A Teoria Finalista da Ação retira a análise o elemento subjetivo do crime (dolo ou culpa) da culpabilidade, trazendo o mesmo como elemento da conduta. Assim, a ausência de elemento subjetivo do crime não pressupõe um crime não culpável, mas sim, a inexistência de crime, por ausência de conduta.
	No que se refere ao dolo, o mesmo é definido pela presença da consciência (conhecimento dos elementos constitutivos do fato) e pela voluntariedade (vontade de realizar a conduta e obter o resultado).
2.3.1. Espécies de dolo:
a) Dolo Direto: (Art. 18, inciso I, do CP) Quando o agente deseja o resultado.
b) Dolo eventual: (Art. 18, inciso I, segunda parte, do CP) Quando o agente não quis diretamente o resultado, mas assumiu o risco de produzi-lo.
b.1) Elementos do dolo eventual:
	- Conduta – Ação ou omissão (voluntária e consciente).
	- Nexo causal;
	- Resultado;
	- Previsibilidade do resultado – probabilidade de ocorrer.
	- Aceitar o resultado – Assumir os riscos (é mais que correr riscos, trata-se, na verdade, de um consentimento prévio, caso ele ocorra).
2.3.2. Dolo genérico e específico.
	A grande maioria dos crimes previstos na lei penal, exigem apenas a presença dos elementos acima mencionados (voluntariedade e consciência), para que possam existir. Assim, uma vez agindo de forma voluntária e estando consciente quanto a prática das elementares do tipo penal, o agente poderá responder criminalmente pela sua conduta podendo receber uma pena, conforme previsto em cada tipo penal. Estes crimes são punidos apenas pelo dolo genérico (EX: art. 121 do CP, art. 128 do CP, entre outros)
Todavia, em algumas condutas típicas, além da presença dos elementos integrantes do dolo genérico (os quais deverão estar presentes em qualquer conduta dolosa), a lei exige a presença de uma intenção específica do agente para que o crime exista. São os chamados delitos de intenção, os quais, estando ausente, na conduta, o fim específico exigido pela lei, não subsiste o crime. Estes crimes são identificados pelas expressões “para obter vantagem”, “para causar dano”, “com intenção de...”. Tais expressões traduzem uma intenção (objetivo) que deve nortear a conduta do agente. Se o mesmo praticar o crime sem a intenção exigida pelo tipo, teremos o chamado erro de tipo, o qual exclui o dolo da conduta. (EX: Art. 131 do CP, art. 180 do CP, entre outros).
2.4. A conduta culposa – Art. 18, inciso II, do CP.
	A conduta culposa trata-se de conduta não intencional, representada pela inobservância de dever objetivo de cuidado, manifestada numa conduta produtora de um resultado não desejado, mas objetivamente previsto.
	Trata-se de uma conduta dirigida a um fim lícito, porém, mas mal dirigida – inobservância de cuidado.
2.4.1. Modalidades de culpa:
	a) Imprudência;
- Conduta comissiva arriscada, perigosa.
- Se o agente fosse prudente, ele poderia prever o resultado e evita-lo.
a) Negligência;
- Representada por uma conduta omissiva;
- É o caso do agente que podendo agir (tomar as cautelas necessárias) para evitar o resultado, deixa de fazê-lo.
Imperícia;
- Representa a falta de aptidão para a realização de uma conduta. 
2.4.2. Elementos da culpa:
a) Conduta – Ação ou omissão.
	- Voluntária;		 lícita
	- Consciente.
b) Resultado – Dano.
	- Não existe crime culposo sem resultado. Porém só há crime quando ele não quer o resultado, nem assume o risco de produzir o mesmo, mas que ocorre por descuido do agente.
c) Nexo de causalidade;
	d) Previsibilidade objetiva do resultado;
		- O resultado não precisa ser previsto, mas deve ser previsível.
	e) Inobservância do dever de cuidado;
		- Causar o resultado, por si só, não configura o crime. A reprovação não está no resultado e sim na conduta. Assim, o crime culposo é punido por se tratar de um comportamento inadequado.
	f) Conexão entre o desvalorda ação e o desvalor do resultado.
		- Considerando que no crime culposo a punição se origina pela reprovabilidade da conduta e não do resultado (tendo em vista que este não era desejado) e, a conduta possui uma finalidade lícita, o nexo deve existir entre a observância de cuidado e o resultado. Assim a causa do crime culposo não é a simples prática da conduta (qual é lícita), mas sim, a inobservância do dever de cuidado. (EX: Num homicídio de trânsito, a causa da morte não é o ato de dirigir veículo, mas sim, o excesso de velocidade, por exemplo).
2.4.3. Espécies de culpa:
a) Culpa inconsciente ou sem representação;
- É a culpa propriamente dita. O sujeito age de forma descuidada, não prevendo o resultado que, na ocasião, era previsível.
b) Culpa consciente ou com representação;
- É a culpa com previsão. Situação em que o sujeito deixa de observar os devidos cuidados, mesmo prevendo o resultado. O que caracteriza a culpa consciente é a certeza do sujeito de que o resultado não ocorrerá ou, na eminencia de ocorrer, poderá evita-lo.
	c) Culpa imprópria;
- Decorre de erro de tipo permissivo evitável. Situação em que o agente acredita estar praticando uma conduta lícita e, imprudentemente ou negligentemente, age, causando um resultado desejado, porém, que acreditava ser lícito.
3. Resultado – Consequência da conduta.
	
3.1 Teorias:
	a) Naturalista: O resultado é uma modificação no mundo exterior.
	
		a.1) Classificação:
			1) Crime material: Crime em que o tipo penal descreve uma conduta e um resultado necessário para a consumação do crime;
EX: Furto – Art. 155 do CP;
EX: Homicídio – Art. 121 do CP.
			2) Crime formal: O tipo penal descreve uma conduta e um resultado, não exigindo que este ocorra para que o crime esteja consumado;
EX: Extorsão – Art. 158 do CP.
 			3) Crime de mera conduta: O tipo penal não descreve um resultado. Pune-se pela simples prática da conduta típica.
EX: Omissão de socorro – Art. 135 do CP;
EX: Embriaguez – Art. 306 do CTB.
b) Jurídica: O resultado, mesmo não se exteriorizando, é considerado a lesão ou a ameaça de lesão ao bem jurídico protegido pela lei.
		b.1) Classificação:
			1) Crime de dano: Para a consumação do crime, há a necessidade da ocorrência de uma resultado naturalístico – Lesão ao bem jurídico; 
EX: Furto – Art. 155 do CP;
EX: Homicídio – Art. 121 do CP.
		
			2) Crime de perigo: Para a consumação do crime, não há a necessidade de lesão, basta a exposição do bem jurídico a perigo.
				- Perigo abstrato:
				- Perigo concreto:
EX: Perigo de contágio venéreo – Art. 130 do CP.
 
4. Tipicidade
	- Relação de enquadramento entre o fato exteriorizado e o tipo penal.
4.1. Tipo penal – Elementos.
	
Objetivos: 		Descrição da conduta a ser concretizada;
Subjetivo: 		Representa a intenção (vontade) do agente;
Normativos:	Termos que exigem conceituação mais detalhada.
4.2. Tipo penal – Funções.
Selecionadora: Selecionada quais as condutas serão consideradas criminosas.
Garantia: Somente é crime o que perfeitamente se encaixa da lei.
Motivadora: Compromisso ético-social. A norma deve incentivar a todos a obedecer as regras de convivência social. 
4.3. Modalidades de tipicidade:
Imediata: Quando a adequação existe pela incidência e apenas um tipo penal, sem a necessidade de recorrer a outra norma, para que se configure a tipicidade;
Mediata: Somente há tipicidade quando o fato se enquadra em mais de um tipo. Para haver tipicidade, há a necessidade da utilização de outra norma.
4.4 Tipicidade material e formal:
Formal: Enquadramento do fato na lei;
Material: Necessidade de lesão ao bem jurídico.
5. Iter criminis – Consumação e tentativa.
	É o caminho do crime – fases em que a prática criminosa se desenvolve.
 Cogitação Preparação Execução Consumação
I____________I____________I____________I
5.1 Fase interna - Cogitação.
	Momento em que o sujeito idealiza o crime. Surge a ideia de praticar o crime na mente (pensamento) do sujeito. Não há exteriorização de nenhum ato.
5.2 Fase externa:
a) Preparação: Exteriorização da ideia com a preparação da prática criminosa. Não há relevância para o Direito Penal.
	
b) Execução: É o início da prática criminosa. Momento em que o agente pratica a conduta que se amolda no tipo penal (critério formal) ou quando o bem jurídico passa a sofrer risco. (critério material).
	c) Consumação – Art. 14, inciso I, do CP: Ocorre quando se fazem presentes na conduta do sujeito, todos os elementos descritos no tipo penal.
5.3 Momento da consumação:
Condutas comissivas:
Crime de dano: No momento da ocorrência do resultado lesivo.
Crime formal ou de mera conduta: No momento da prática da conduta.
Crime culposo: Depende da existência do dano para existir.
Crimes omissivos:
Próprios: Crimes de mera conduta. Se consumam com a sua prática.
Impróprios: Crimes matérias e somente se consumam com o resultado.
	Classificação:
	1) Crime de dano: Para a consumação do crime, há a necessidade da ocorrência de uma resultado naturalístico – Lesão ao bem jurídico; 
	2) Crime de perigo: Para a consumação do crime, não há a necessidade de lesão, basta a exposição do bem jurídico a perigo.
		- Perigo abstrato:
		- Perigo concreto:
3) Omissivos próprios: Inobservância de norma mandamental.
		- Crimes de mera conduta.
	4) Omissivos impróprios: Crimes de resultado.
	- O sujeito não pratica a conduta nuclear, mas responde pelo resultado quando, podendo, deixa de evitar o resultado.
		- Requisitos de punibilidade:
- Possibilidade de agir;
			- Evitabilidade do resultado;
			- Dever legal de agir – Art. 13, § 2° do CP.
5.4 Crime tentado – Art. 14, inciso II, do CP.
	Ocorre quando: Iniciada a execução, o crime não se consuma por circunstancias alheias à vontade do agente. Neste caso o sujeito terá uma redução de pena de um a dois terços.
5.4.1. Requisitos:
	a) Inicio da execução do crime:
	b) Ausência de consumação – sem resultado.
	c) Circunstâncias alheias à vontade do agente.
5.4.2. Espécies de tentativa:
	a) Perfeita: Quando o agente exaure todos os atos de execução. 
	b) Imperfeita: Quando o sujeito não consegue terminar a execução da conduta.
	c) Branca: Quando a vítima (ou o bem jurídico desta) não é atingida.
	d) Cruenta: Quando a vítima (ou o bem jurídico) são lesados pela conduta.
5.4.3 Crimes que não admitem a tentativa:
Crimes culposos (Art 121, § 3°, do CP).
Crimes preterdolosos (art. 129, § 3° do CP).
Crimes omissivos (art. 135 do CP).
Crimes de consumação instantânea (condutas verbais – Art. 140 do CP).
Contravenções penais – Art. 4° da LCP.
6. Desistência voluntária e arrependimento eficaz – Art. 15 do CP.
	O sujeito inicia a execução da conduta, mas:
a) Desiste do crime ou;	 evitando o resultado 
b) Se arrepende de cometê-lo.
	Diferença entre tentativa e desistência ou arrependimento:
- Na tentativa ele quer, mas não pode;
	- Na desistência ou arrependimento, ele pode, mas não quer.
	a) Desistência – O sujeito ainda não realizou toda a execução e desiste e o bem jurídico não foi lesado. Podendo continuar, ele desiste do crime.
	b) Arrependimento – Supõe que o sujeito realize toda a execução, mas impede a consumação do crime.
6.1 Requisitos:
Voluntariedade: É a vontade do agente que impede a consumação.
Eficácia: O resultado deve ser efetivamente evitado.
6.2 Efeito da desistência ou arrependimento:
	O sujeito responde pelos atos praticados (se estes constituírem crime). É incompatível com a tentativa, pois é a vontade do agente que impede a consumação do delito. Por isso que quando a lei fala em “ato praticado”, está se referindo ao ato que, até o momento da desistência ou o arrependimento, já esteja consumado.
7. Arrependimento posterior – Art. 16 do CP.
	Não exclui o crime,mas permite uma redução de pena.
”Art. 16 do CP: Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparando o dano ou restituindo a coisa, até o recebimento da denúncia ou queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços.”
7.1 Requisitos:
Reparação do dano ou restituição da coisa;
Ato do sujeito ou pessoalidade (e não de terceiro).
Voluntariedade: 
Crime sem violência ou grave ameaça;
Ato anterior ao recebimento da denúncia ou queixa.
8. Crime impossível – Art. 17 do CP:
	Causa geradora da atipicidade do crime – Fato não punível (não criminoso). Situação em que o resultado jamais ocorrerá – por isso, nem a tentativa é punível.
8.1 Causas de exclusão do crime:
a) Ineficácia absoluta do meio: O meio empregado ou o instrumento utilizado jamais levará ao resultado.
b) Absoluta impropriedade do objeto material: Quando a pessoa ou coisa sobre o qual recai a conduta é completamente inidônea para causar o resultado.
9. Erro de tipo e erro de proibição – Distinção.
	O Erro pressupõe uma falsa percepção da realidade. Ocorre quando o sujeito ignora um fato ou circunstância que são relevantes para o crime.
	# Art. 20 do CP: Erro sobre as elementares do crime – Erro de tipo;
# Art. 21 do CP: Erro sobre o caráter ilícito do fato – Erro de Proibição.
Erro de tipo (art. 20, do CP): 
- É o erro sobe as elementares do crime. É a falsa percepção do sujeito quanto a realidade que o circunda.
Erro de tipo essencial:
	- Erro de tipo incriminador (Art. 20, caput); Exclui o dolo, mas se for:
	- Erro de tipo permissivo (Art. 20, § 1°).	 ESCUSÁVEL: Será atípico.
 INESCUSÁVEL: Poderá responder por crime culposo, se previsto.
	São situações em que a falsa percepção da realidade retira do sujeito a capacidade de perceber que está cometendo um crime. (age sem consciência da realidade). A falta de consciência exclui o dolo, mas permite a punição culposa se haver previsão legal e se tratar de erro inescusável (evitável).
9.1.1.1. Erro de tipo incriminador – Art. 20, caput, do CP.
	A falsa percepção da realidade recai sobre situação fática que se caracteriza como elementar ou circunstância do crime. (situação sem a qual o crime não existe). O erro pode recair sobre elementar (elemento sem o qual o crime não existe) ou circunstância (elementos que influenciam na pena).
9.1.1.2. Erro de tipo permissivo – Art. 20, § 1°, do CP.
	A falsa percepção da realidade recai sobre elemento que, se existisse, tornaria a conduta legítima (o erro incide sobre as causas de justificação). Apenas para lembrar, se o erro permissivo for escusável (inevitável), não haverá crime; se for inescusável (evitável), haverá a responsabilização por crime culposo, se previsto (culpa imprópria).
9.1.2. Erro de tipo acidental 
O erro do sujeito recai sobre elementos insignificantes. O sujeito percebe a prática do crime e, portanto, responde por ele (há consciência quanto a existência das elementares.
	Ocorre nos casos de:
		a) Art. 20, §3°, do CP: Erro sobre o objeto material;
		b) Art. 73 e 74, do CP: Erro na execução do crime. 
				- Aberratio ictus
				- aberratio criminis 
9.1.2.1. Erro sobre o objeto material (pessoa ou coisa) – Art. 20, § 3°, do CP.
	O erro recai sobre o objeto no qual incide a conduta. (Erro sobre a pessoa). Aqui o sujeito, por exemplo, mata a pessoa que, no entanto, não é aquele que deveria matar.
Nestes casos o sujeito responde como se tivesse praticado o crime contra a pessoa ou objeto pretendido.
9.1.2.2. Erro na execução – Art. 73 e 74 do CP.
a) Aberratio ictus – Erro na execução.
		- Não existe confusão mental quanto a pessoa a ser vitimada, mas ocorre um erro na conduta que faz com que o sujeito atinja pessoa diversa da que pretendia acertar. Responde conforme o art. 20, § 3°, do CP.
b) Aberratio criminis – Erro sobre o bem jurídico.
- Aqui o erro na execução recai sofre o bem jurídico tutelado pela lei. Aqui, o sujeito responde pelo resultado à título de culpa.
9.2 Erro de proibição (art. 21, do CP): 
É o erro sobre a ilicitude da conduta. O sujeito está consciente da realidade que o circunda, mas acredita que sua conduta não será ilícita.
	Exemplos entre erro de tipo e erro de proibição: 
Se o sujeito subtrai algo acreditando ser seu, incorre em erro de tipo;
Se subtrai algo acreditando que pode subtrair, incorre em erro de proibição.
Se o sujeito tem em casa droga sem saber que se trata de droga, é erro de tipo.
Se possui, pois acha que não e crime, haverá erro de proibição.
EXCLUDENTES DE ILICITUDE.
Conceito de ilicitude:
	A ilicitude consiste na contrariedade da conduta (fato) com o ordenamento jurídico.
	Ilícita é a conduta que:
a) Contraria a lei;		Ilicitude formal.
b) Lesando o bem jurídico da vítima, ou;		Ilicitude material.
c) Expondo o mesmo em risco.
Excludentes de ilicitude – Art. 23 do CP:
	
Estado de Necessidade – Art. 24 do CP;
Legítima defesa – Art. 25 do CP;
Estrito cumprimento do dever legal;
Exercício regular de direito.
Existem algumas causas supralegais de exclusão de ilicitude (Não previstas em lei). Por exemplo, o consentimento da vítima no crime de sequestro – Art. 148 do CP, ou o consentimento da vítima no crime de dano – Art. 163 do CP. (Tratam-se de bens disponíveis).
Excesso – Art. 23, parágrafo único:
	Consiste na desnecessária intensificação da conduta que a princípio é legítima.
O excesso pode ser:
a) Doloso (consciente): Responde por dolo em relação ao resultado do excesso. Situação em que o sujeito está consciente do exagero desnecessário.
b) Culposo (inconsciente): Incorre em erro de tipo permissivo. Situação em que o sujeito não se dá conta que esta se excedendo.
			- SE ESCUSÁVEL: Não será responsabilizado;
			- SE INESCUSÁVEL: Responde pelo resultado na forma culposa se o crime prevê a possibilidade desta espécie de punição.
Excludentes putativas – Erro de tipo permissivo (art. 20, § 1°, do CP):
	Configura-se nas situações em que o sujeito imagina (erroneamente) estar agindo amparado por excludente de ilicitude, quando, na verdade, não está (erro essencial sobre as circunstancias do fato).
O erro permissivo exclui o dolo, mas permite a punição pela forma culposa (excesso culposo), se o erro for inescusável e se a punição culposa estiver prevista em lei para o crime.
ESTADO DE NECESSIDADE – Art. 24 do CP:
	No Estado de necessidade a lei permite lesar um bem jurídico para salvar outro. É a situação em que há dois ou mais bens jurídicos (legítimos) em risco mas apenas um pode ser salvo.
2. Requisitos:
Os requisitos do art. 24 estão vinculados à situação de necessidade (o que caracteriza a necessidade) e à reação do agente (o que legitima a reação ou o que evita o excesso).
a) Requisitos vinculados à situação de necessidade.
Perigo atual:
	Perigo: é a probabilidade de dano ao bem jurídico.
	Concreto: O perigo deve ser concreto – existir na prática.
	Atual: Não pode haver intervalo de tempo entre o perigo e a reação.
Ameaça a direito próprio ou alheio:
	O sujeito pode salvar um bem jurídico seu ou de outrem. Qualquer bem jurídico protegido por lei, seja de quem for, pode ser objeto da excludente do Estado de Necessidade.
Conhecimento da situação justificante:
	É necessário que o sujeito, no momento da prática da conduta, tenha consciência do perigo e que está agindo para salvar um bem tutelado pela lei.
Perigo não provocado pelo sujeito:
	Aquele que provoca (dolosamente) o perigo não pode se beneficiar da excludente.
b) Requisitos vinculados à reação do agente.
Inexigibilidade de sacrifício do bem ameaçado (princípio da ponderação).
	Exige-se que o bem ameaçado (a ser salvo) seja de igual ou maior valor em relação ao que será lesado;
Se o bem a ser salvo se mostrar de menorvalor não haverá excludente, mas haverá redução de pena, conforme dispõe o § 2°, do art. 24 do CP. 
Inevitabilidade do perigo:
	A conduta lesiva deve ser o único meio de salvar o bem jurídico ameaçado.
Inexistência do dever legal de combater o perigo – Art. 24, § 1°, do CP:
	Não podem alegar estado de necessidade aqueles sujeitos que se enquadram no art. 13, § 2°, do CP. Tratam-se de pessoas que tem o dever legar de evitar o resultado.
Classificação:
	- Defensivo: Quando a reação se dá em relação ao causador do perigo;
		- Intenção é fazer cessar o perigo ou a ameaça.
	- Agressivo: Quando a reação se dá em relação a pessoa que não causou o perigo;
	- Próprio: Agente salva bem jurídico próprio;
	- De terceiro: O sujeito salva bem jurídico de outrem;
	- Real: Ameaça concreta ao bem jurídico que será protegido;
	- Putativa: Estado de necessidade imaginário – Erro de tipo permissivo.
LEGÍTIMA DEFESA – Art. 25 do CP.
Art. 25 do CP: Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.
Requisitos da Legítima defesa.
Agressão:
	a) É necessário que o sujeito esteja sofrendo ataque a um bem jurídico tutelado.
		- Não basta a mera provocação – Deve haver agressão.
	b) A agressão deve ser humana (conduta humana).
	c) A agressão (teoricamente) pode se dar contra qualquer bem jurídico:
Atualidade ou eminencia:
	a) Atual é a agressão presente – que está acontecendo.
	b) Eminente é aquele que está prestes a acontecer.
c) Passada: Não é legítima defesa. Reação a agressão passada configura vingança.
d) Futura: Ainda não houve agressão – Não configura legítima defesa.
Injustiça da agressão:
	Injusta é a agressão ilícita – Não autorizada por lei.
	É injusta mesmo que o agressor não tenha consciência da ilicitude (objetiva).
Legítima defesa de legítima defesa:
	- De regra não há possibilidade, eis que aquele que se defende age de forma justa.
	- Poderá haver:
- No caso de excesso (doloso ou culposo) da legítima defesa.
		- No caso de legítima defesa putativa.
O direito defendido (próprio ou de outrem):
	Age em legítima defesa aquele que for defender um direito (bem jurídico);
	O direito (bem jurídico) pode ser:
- próprio ou;
- De terceiro.
Uso dos meios necessários:
	
	É o meio menos lesivo que se encontra a disposição do agente.
O agente deve optar pelo meio menos lesivo dentre aqueles que são eficazes a conter a agressão.
Uso moderado:
	Critério de proporcionalidade.
	A reação deve ser estritamente suficiente para fazer cessar a agressão.
O uso desmoderado configurará o excesso:
Doloso (consciente): Responde por dolo em relação ao resultado do excesso.
- Situação em que o sujeito está consciente do exagero desnecessário.
Culposo (inconsciente): Incorre em erro de tipo. 
- Situação em que o sujeito não se dá conta que esta se excedendo.
			- SE ESCUSÁVEL: Não será responsabilizado;
			- SE INESCUSÁVEL: Responde pelo resultado na forma culposa se estiver previsto em lei a possibilidade de punição pela culpa.
	
Classificação
	- Real: Ameaça concreta ao bem jurídico que será protegido;
	- Putativa: Estado de necessidade imaginário – Erro de tipo permissivo.
- Próprio: Agente salva bem jurídico próprio;
	- De terceiro: O sujeito salva bem jurídico de outrem;
EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO E ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL
Exercício regular de direito:
	Trata-se de excludentes de ilicitude “em branco”.
		Necessitam de outra norma para complementar a sua redação.
		É a lei quem vai dizer qual é:
			a) O direito a ser exercido;
			b) O dever a ser cumprido.
Ofendículos e defesa predisposta:
	- Ofendículos são instrumentos utilizados para dificultar ou impedir o acesso.
		- Estão sempre visíveis – Servem de aviso.
		- Há autores que classificam como legítima defesa preordenada.
	- Defesa Predisposta são semelhantes aos ofendículos e tem a mesma finalidade.
		- No entanto não são perceptíveis;
		- Em regra configuram o excesso.
Estrito cumprimento do dever legal:
	- São obrigações definidas em lei aos agentes públicos.
	- Para cumprir o dever, a lei lhes autoriza até mesmo a prática de fatos típicos.
Requisitos:
Prévia ordem legal:
Atitude pautada dentro dos limites do dever imposto. 
Conduta praticada por agente público:
EXCLUDENTES DE CULPABILIDADE.
Culpabilidade:
	Juízo de reprovação que recai sobre o autor de um fato já considerado típico e ilícito.
Elementos (pressupostos) da culpabilidade (reprovação):
	- Imputabilidade penal:
		- Idade maior que 18 anos e;
		- Saúde mental;
	- Potencial consciência da ilicitude;
	- Exigibilidade de conduta diversa.
Princípio da coincidência:
	- Todos os elementos da ilicitude e culpabilidade devem estar presentes no momento da conduta do agente.
	
Excludentes de culpabilidade:
	Excluem a culpa e isentam o réu de pena. Na verdade, a exclusão da culpabilidade não exclui o crime, mas pressupõe uma isenção de pena.
	
	As excludentes de culpabilidade são:
		a) Inimputabilidade penal;
		b) Ausência de potencial consciência da ilicitude;
		c) Inexigibilidade de conduta diversa.
OBS: Excludentes de culpabilidade no código penal.
- Art. 20, § 1°, do CP (discriminantes putativas).
- Art. 21 do CP (erro de proibição): 
	- Art. 22 do CP (inexigibilidade de conduta diversa): 
	- Art. 26 a 28 do CP (inimputabilidade): 
IMPUTABILIDADE
	Trata-se da capacidade mental de entender o caráter ilícito do fato (reprovabilidade jurídica) ou determinar-se de acordo com esse entendimento (conter-se).
	
Causas legais de exclusão da imputabilidade:
Art. 26 do CP: Doença mental;
Art. 28 do CP: embriaguez completa resultante de caso fortuito ou força maior.
Art. 45 da Lei 11.343/06: Intoxicação ou dependência involuntária decorrente do consumo de drogas ilícitas;
Art. 27 do CP: Menoridade.
a) Art. 26 do CP: Doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado.
	Não há capacidade de compreensão da ilicitude do fato praticado;
	Deve ser provada por perícia médica psiquiátrica (Exame de insanidade mental do acusado – Art. 149 a 152 do CPP).
	Parágrafo único: Se a doença mental somente diminuiu a capacidade de consciência, o agente será imputável e a pena será apenas diminuída.
Consequências do exame de insanidade no processo penal:
Não constatada a doença – imputável;
Constatada a doença, mas que não interfere na consciência – imputável;
Doença que impossibilitou a consciência – Inimputável (Absolvição imprópria).
Doença que diminuiu a capacidade – Imputável (redução de pena);
Doença mental posterior ao fato – Suspende-se o processo (art. 152 do CPP). 
b) Art. 28, § 1° do CP: Embriaguez.
	Somente caracteriza-se como excludente quando for:
		a) Completa: Quando a embriaguez retira totalmente a consciência;
		b) Involuntária: O sujeito não pode ser bebidas por vontade própria.
		c) Resultante de:
a.1) Caso fortuito: Não se conhecia os efeitos da bebida;
a.2) Força maior: Coação física.
	
	- Art. 28, § 2° do CP: Se a embriaguez somente diminuiu a capacidade de consciência, o agente será imputável e a pena será apenas diminuída.
c) Art. 45 da Lei 11.343/06: Dependência ou intoxicação involuntária decorrente do uso de drogas ilícitas.
	- Sistemática idêntica ao do art. 28 do CP – Embriaguez.
	
d) Art. 27 do CP: Menoridade.
	Critério puramente biológico – idade inferior a 18 anos.
	Exclui a culpabilidade independentemente da análise psíquica.
	
POTENCIAL CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE.
	Trata-se da consciência jurídica – Saber que o fato praticado é ilícito.
	Diferencia-se da inimputabilidade, pois esta se refere a condições mentais.A potencial consciência da ilicitude se refere a condições culturais. São os casos dos imputáveis (perfeita saúde mental e maior de 18 anos) que não conhecem o caráter ilícito do fato por questões culturais.
	Trata-se do:
a) Erro de proibição (art. 21 do CP) ou;
b) Discriminantes putativas (Art. 20, § 1°, do CP).
INEXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA
	Para que se possa considerar uma conduta reprovável, é necessário que a pessoa tenha a possibilidade de agir de forma diversa, evitando o crime. Se restar demonstrado que o sujeito não tinha outra saída a não ser agir daquela forma, não será reprovável a sua conduta.
Causas legais de exclusão da exigibilidade de conduta diversa – Art. 22 do CP.
a) Art. 22 (primeira parte), do CP: Coação moral irresistível.
	Requisitos:
		a) Coação moral: Ameaça de mal grave e injusto.
			- A coação física exclui a tipicidade (ausência de conduta).
		b) Irresistível: É medida pela gravidade do mal que foi objeto de ameaça.
		c) Ponderação: Proporcionalidade entre o ato exigido e o mal prometido.
b) Art. 22 (segunda parte), do CP: Obediência hierárquica.
	Situação em que há relação de hierarquia entre autor da ordem e autor do fato criminoso. Ordem de superior não manifestamente ilegal.
Requisitos:
Relação de direito público (hierarquia);
Ordem superior de cunho ilícito;
Ilegalidade da ordem não manifesta.
OBSERVAÇÃO: Art. 28 do CP: A paixão ou a emoção não constituem-se em excludentes.

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