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CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA CELSO SUCKOW DA FONSECA CURSO TÉCNICO DECURSO TÉCNICO DE MECÂNICAMECÂNICA FRESAGEMFRESAGEM Prof. Carlos Travessa Março / 2013 pág.1 SUMÁRIO 1-Introdução: 2-Tipos de fresadoras: 3-Tipos de fresas: 3.1-Quanto à estrutura: 3.2-Quanto à forma geométrica 3.3-Geradoras de engrenagens 3.4-Quanto aos dentes 3.5-Quanto às faces de corte 3.6-Quanto ao ângulo de cunha (β) 3.7-Quanto à fixação da fresa ao eixo árvore 3.8-Propriedade dos materiais das ferramentas 4-Principais acessórios: 4.1-Parafusos e grampos de fixação 4.2-Calços 4.3-Cantoneiras de ângulo fixo ou ajustável 4.4-Morsas 4.5-Mesa divisora 4.6-Divisor universal com contraponto e kit helicoidal / diferencial 4.7-Mandril adaptador entre o cone do eixo árvore (padrão Morse ou ISO) e o cone da haste da ferramenta (padrão ISO ou Morse) 4.8-Mandril porta pinça, para ferramentas de haste cilíndrica 4.9-Mandril com chaveta longitudinal 4.10-Mandril curto com chaveta transversal 4.11-Mandril universal (Jacobs) 4.12-Ferramentas e dispositivos especiais - Cabeçote broqueador (bailarina) 4.13-Cabeçote chaveteiro 5-Funções do fluido de corte: 6-Métodos de fresagem 6.1-Movimento concordante ou discordante fresa / mesa da fresadora. 6.2-O fresamento pode ser de topo (frontal) ou tangencial. 7-Parâmetros de usinagem: 7.1-Velocidade de corte 7.2-Rotação da ferramenta 7.3-Velocidade de avanço 7.4-Profundidade de corte 8-O cabeçote divisor universal e suas possibilidades Divisão direta Divisão indireta Divisão diferencial (ver pág 23 - engren. cil. dentes retos) Acoplamento do divisor ao fuso da fresadora Divisão linear pelo divisor com mudança de escala mm x polegada Fresagem helicoidal Características do cabeçote divisor: 9-Divisão circular simples (Dc) = Divisão indireta 10-Divisão linear (Dl) pelo colar micrométrico da mesa da fresadora – 1º caso 11-Divisão linear (Dl) pelo disco divisor - 2º caso. Cabeçote divisor acoplado ao eixo da mesa da fresadora com relação 1:1 entre os eixos do divisor(ED) e do fuso(EF). 12-Divisão linear (Dl) pelo disco divisor girando junto com o sem-fim – 3º caso. Cabeçote divisor / eixo da mesa da fresadora com relação diferente de 1:1. Gira-se uma volta no conjunto. 13-Características geométricas de engrenagem cilíndrica e cremalheira de dentes retos 14-Características geométricas da engrenagem cilíndrica de dentes helicoidais 15-Características geométricas do parafuso sem-fim 16-Confecção de engrenagens por geração – processos Rhenannia e Fellows Anexos: Catálogo do cabeçote divisor HIDALGO Tabela de números primos Bibliografia Prof. Carlos Travessa Março / 2013 pág.2 FRESAGEM 1-Introdução: Fresagem é um processo de usinagem feito com ferramentas especiais chamadas fresas em máquinas fresadoras. A fresagem, assim como os demais processos de usinagem, consiste na retirada do excesso de metal, ou sobremetal, da superfície de uma peça, a fim de dar a esta a forma, a dimensão e o acabamento desejados. Na fresagem, a remoção do sobremetal da peça é feita pela combinação de dois movimentos simultâneos. Um dos movimentos é o de rotação da fresa. O outro é o movimento da mesa da fresadora, onde é fixada a peça a ser usinada. A fresagem é adequada a fabricação de peças prismáticas, ao contrário do torneamento que se volta a produção de peças de revolução. Em processos convencionais de usinagem a fresagem e o torneamento comumente se completam na execução de peças. 2-Tipos de fresadoras: Há várias maneiras de classificar as fresadoras, sendo a principal a que faz referência à posição do eixo árvore, eixo ao qual se fixa a fresa (ferramenta de corte), logo: Fresadora horizontal Fresadora vertical Eixo árvore paralelo a mesa Eixo árvore perpendicular a mesa Fresadora universal Fresadora ferramenteira Pode ser configurada como vertical ou horizontal Eixo árvore pode ser posicionado horizontal, vertical ou obliquamente à mesa. Prof. Carlos Travessa Março / 2013 pág.3 A fresadora ferramenteira possui ainda movimento axial do eixo-árvore, permitindo avançar a ferramenta sobre a peça, o que não ocorre com a fresadora vertical. Não detalharemos aqui todos os tipos e classificações de fresadoras, mas ressaltamos a existência de outros, como as geradoras de engrenagens abaixo: Fresadora Geradora Rhenannia Fresadora Geradora Fellows Dedicada à produção de engrenagens e peças especiais como cilindros ranhurados empregados na produção de papelão corrugado. Permite fresar engrenagens escalonadas em um mesmo eixo e engrenagens internas 3-Tipos de fresas: As fresas, a exemplo das fresadoras podem ser classificadas por inúmeros critérios. Citaremos alguns: 3.1-Quanto à estrutura: Inteiriças (de um só material) Com insertos (não intercambiáveis) Com dentes postiços (intercambiáveis) 3.2-Quanto à forma geométrica: Cilíndrica e de disco (fresamento tangencial ou de topo) Prof. Carlos Travessa Março / 2013 pág.4 Angular (fresamento tangencial ou de topo) De forma: Perfil Módulo ou Diametral Pich (engrenagens) Perfil Perfil Módulo / DP 3.3-Geradoras de engrenagens - Caracol ou HOB (geração de engrenagens pelo processo Rhenannia) - Pinhão Fellows (geração de engrenagens pelo processo Fellows) Rhenannia Fellows 3.4-Quanto aos dentes Retos Helicoidais Bi helicoidais 3.5-Quanto às faces de corte (define a(s) direção(ões) em que a fresa pode avançar) Prof. Carlos Travessa Março / 2013 pág.5 3.6-Quanto ao ângulo de cunha (β), que define a dureza da peça que podem usinar. Os tipos W(β=57°), N(β=73°) e H(β=81°) são indicados para usinar peças em ordem crescente de dureza. 3.7-Quanto à fixação da fresa ao eixo árvore, pode-se ter: Haste cilíndrica ou cônica, para mandril com chaveta longitudinal ou transversal 3.8-Propriedade dos materiais das ferramentas: Evolução dos materiais de ferramentas: - Aço ferramenta (1868) - Aço rápido (1900) - Stellite (1910) - Metal duro (1926) - Cerâmicas (1938) - Nitreto de boro cúbico (década de 50) - Diamante mono e policristalino (década de 70) Prof. Carlos Travessa Março / 2013 pág.6 4- Principais acessórios: Os principais acessórios utilizados nas operações de fresamento destinam-se a fixar e posicionar a peça, a saber: 4.1-Parafusos e grampos de fixação 4.2-Calços 4.3-Cantoneiras de ângulo fixo ou ajustável Prof. Carlos Travessa Março / 2013 pág.7 4.4-Morsas 4.5-Mesa divisora 4.6-Divisor universal com contraponto e kit helicoidal / diferencial 4.7-Mandril adaptador entre o cone do eixo árvore (padrão Morse ou ISO) e o cone da haste da ferramenta (padrão ISO ou Morse). 4.8-Mandril porta pinça para ferramentas de haste cilíndrica Prof. Carlos Travessa Março / 2013 pág.8 4.9-Mandril com chaveta longitudinal 4.10-Mandril curto com chaveta transversal 4.11-Mandril universal (Jacobs) - de pouca utilização em fresadoras, sendo comumente utilizado em furadeiras manuais. Não permite elevados torques, sendo limitado a operações leves. 4.12-Ferramentas e dispositivos especiais - Cabeçote broqueador (bailarina) É possível utilizar a fresadora para operação de mandrilamento, para tanto são necessários dispositivos especiais comumente chamados bailarinas. 4.13-Cabeçote Chaveteiro – pode ser acoplado à fresadora, transformando o movimento de giro do eixo árvore em movimento alternativo. Permite abertura de rasgos de chaveta e estrias internas. 5-Funções do fluido de corte: - Redução do atrito entre a ferramenta e o cavaco - Refrigeração da ferramenta - Refrigeração da peça Prof. Carlos Travessa Março / 2013 pág.9 - Expulsão dos cavacos gerados - Melhoria do acabamentosuperficial - Refrigeração da máquina-ferramenta - Melhorias de caráter econômico devidas a aumento da vida útil da ferramenta e da velocidade de corte 6-Métodos de fresagem 6.1-Movimento concordante ou discordante fresa / mesa da fresadora. O movimento da mesa da máquina ou movimento de avanço que leva a peça até à fresa pode ir de encontro (discordante) ou ser no mesmo sentido do movimento das arestas de corte enquanto estas atuam sobre a peça (concordante). A maioria das fresadoras possui mecanismo de acionamento da mesa por parafuso de acionamento e porca. Este conjunto apresenta folga crescente com o tempo de uso. No fresamento com movimento concordante os dentes da fresa impulsionam o conjunto peça/mesa da fresadora no sentido em que o parafuso de acionamento e a porca se afastam, isto é, eles se afastam até se tocarem no flanco oposto ao do movimento. Devido a variação da componente horizontal na força efetiva de corte, a mesa irá se deslocar de forma irregular, prejudicando o acabamento superficial da peça e a vida da ferramenta. 6.2-Fresamento de topo (ou frontal) / tangencial. No fresamento tangencial (a) o eixo da fresa é paralelo à superfície que está sendo gerada No fresamento de topo (b e c), a superfície da peça usinada está em um plano perpendicular ao eixo da ferramenta. 7-Parâmetros de usinagem: 7.1-Velocidade de corte Vc [m/min] - a velocidade de corte é definida em função de: material a ser usinado, tipo e material da fresa e do tipo de operação de usinagem Prof. Carlos Travessa Março / 2013 pág.10 efetuado. Os fabricantes de fresas fornecem tabelas com indicação de velocidades de corte adequadas à resistência do material a ser usinado, ao tipo de operação (desbaste ou acabamento) e à profundidade de corte, conforme exemplo abaixo: 7.2-Rotação da ferramenta n [rpm] - calcula-se a rotação da ferramenta (n) em função da velocidade de corte (Vc) e do diâmetro da mesma (d): n [rpm] = Vc [m/min] * 1000 π * d [mm] 7.3-Velocidade de avanço Va [mm/min] A capacidade da fresa remover material da peça é definida pelo avanço por dente da mesma (aD) [mm/dente] que é fornecido pelo fabricante da fresa e indica a capacidade máxima de remoção por aresta de corte, vide tabela: Prof. Carlos Travessa Março / 2013 pág.11 Obtido aD [mm/dente], multiplica-se aD pelo número de arestas de corte da fresa (Z), obtendo-se o avanço por volta (av) [mm/volta]: av [mm/volta] = aD [mm/dente] * Z [nº dentes] Obtidos os valores do avanço por volta (av) e rotação da ferramenta (n), calculamos a velocidade de avanço máxima pelo critério da capacidade de remoção: Va [mm/min] = av [mm/volta] * n [rpm] Obs.: há outros critérios para determinação de Va que não abordaremos nesta apostila. 7.4-Profundidade de corte Alguns autores adotam o valor prático de máxima profundidade de corte como de 1/3 da altura de corte da fresa. Com este valor como limite, e observando o sobremetal a ser retirado, isto é, a diferença entre as dimensões da matéria-prima e a peça, determina-se o número de passes e consequentemente a profundidade de corte nas etapas de desbaste e acabamento. Este é um dado prático, e depende muito da experiência do operador em identificar a resistência e robustez da fresadora, o sobremetal a remover, a resistência do material da peça e da ferramenta de corte além do acabamento superficial desejado que é fortemente influenciado pela vibração causada por elevadas taxas de remoção de material. Obs.: há outros critérios para determinação da Profundidade de corte que não abordaremos nesta apostila. Prof. Carlos Travessa Março / 2013 pág.12 8-O cabeçote divisor universal – este acessório aumenta enormemente as possibilidades de uma fresadora. Pode ser utilizado de diversas formas, a saber: Divisão direta – realizada diretamente no eixo que suporta a peça. Só permite divisão em número de partes que sejam submúltiplos das quantidades de ranhuras ou furos existentes no prato divisor. Após cada divisão, o prato é bloqueado na nova posição por meio de pino. Divisão indireta – realizada no eixo do sem-fim que aciona a corôa do eixo que suporta a peça. É mais utilizada que a divisão direta, pois permite maior número de divisões. Divisão diferencial – quando não há maneira de utilizar a divisão indireta, temos a divisão diferencial, que consiste em fazer o disco divisor girar acionado por trem de engrenagens acoplado ao eixo de fixação da peça. O giro pode ser no mesmo sentido ou no sentido oposto ao movimento da manivela. Acoplamento do divisor ao fuso da fresadora: Divisão linear pelo divisor acoplado ao fuso da fresadora. Possibilidade de mudança de escala: mm x polegada, para fabricação de escalas e cremalheiras no sistema inglês. Fresagem helicoidal Prof. Carlos Travessa Março / 2013 pág.13 Características do cabeçote divisor: -Divisão direta – utiliza-se disco com furos no eixo de fixação da peça. O disco tem que ter nº de furos múltiplo do de faces a dividir, usual 24 furos. -Relação de transmissão do divisor (RCD ou RD) – usual 1:40(1/40), existindo ainda: 1:60(1/60), 1:80(1/80) e 1:120(1/120). É a relação de transmissão entre o eixo da manivela e o de fixação da peça. O RCD e o disco para divisões indiretas (disco divisor), referência para o eixo da manivela (sem-fim), definirão o número de faces a usinar (ou dentes), ou utilizando-se a divisão diferencial, estes parâmetros associados à relação de engrenagens utilizada entre o eixo de fixação da peça e o disco divisor. -Disco divisor – usual 2 discos com séries de furos diferentes em cada face: Disco 1 [(Face A: 15,16, 17, 18, 19, 20), (Face B: 21, 29, 33, 39, 43, 49)]. Disco 2 [(Face A: 23, 27, 31, 37, 41, 47), (Face B: 42, 51, 53 e 57)]. -Engrenagens disponíveis para a montagem da grade – no cabeçote divisor Hidalgo DU170: 24, 24, 28, 32, 40, 44, 48, 56, 64, 72, 86 e 100. Em outros cabeçotes encontramos ainda: 25, 30, 80, 88, 120 e 127 dentes. A engrenagem de 127 dentes nos permite a conversão de milímetro para polegada, o que pode ser necessário para confecção de cremalheira ou régua graduada no sistema inglês. 9-Divisão circular simples (Dc) = Divisão indireta Permite a fresagem de grande número de faces ou dentes de engrenagem (Z). A relação de transmissão do divisor deve ser dividida pelo número de faces ou dentes que se quer obter. Os inteiros da divisão determinam o número de voltas inteiro e o resto da divisão, se houver, dividido pelos inteiros determina a fração de volta que se deve dar. Pd = passo divisor (depende do RCD), Pd = 1 / RCD Para RCD=1/40 → Pd = 40 (corresponde ao nº de voltas que se tem que dar na manivela do eixo do sem-fim para que a peça gire uma volta completa). Dc = Divisão circular, Dc = Pd/Zp, onde Zp = nº de faces ou dentes desejado Exemplos de divisão circular (Dc): Z=4 → Dc = 40 / 4, logo Dc = 10 voltas inteiras na manivela. Z=6 → Dc = 40 / 6, logo Dc = 6 voltas inteiras + 4/6 de volta na manivela. Escolhe-se então um disco divisor com série de furos múltipla do denominador da menor fração que se pode obter de 4/6 (ex: 18 furos), obtendo-se: 6 voltas e 12 espaços na série de 18 furos. Z=42 → Dc = 40 / 42, logo Dc = 20/21 de volta na manivela. Pode-se escolher as séries de 21 ou 42 furos. Para a série de 21 furos deslocaremos 20 espaços e para 42 furos deslocaremos 40 espaços. Prof. Carlos Travessa Março / 2013 pág.14 1ª Aula prática: Fresagem de prisma inscrito a círculo: Dados da fresa: Número de dentes (ZF)=________ Material da fresa (MF)=_________ Diâmetroda fresa (DF)=_________[mm] Avanço/dente (aD)=f(MF, MP, desbaste/acabam. e prof. corte) → (aD)=_______[mm/dente] Velocidade de corte (Vc)=f(MF, MP, DF, desbaste/acabam. e prof. corte) → (Vc)=____m/min Dados da Fresadora: RCD=1/40 Disco divisor: séries de __, __, __, __, __ e __ furos Dados da peça (prisma): Diâm. Ext.(DP)=________[mm] = diâmetro ao qual o prisma está inscrito Núm. lados(ZP)=________lados Material da peça (MP)=______________ Calcular: Ângulo do prisma (α)=360°/ ZP=360°/___ → α=___° Altura a cortar (Hc)=Dp/2[1-cos(α/2)]=__/2[1-cos(__°/2)] Hc=_________[mm] Rotação da fresa (n)=Vc[m/min]*1000/π* DF [mm], logo n=__*1000/3,14*__ → n=___[rpm] Velocidade de Avanço (Va)=aD[mm/dente]*ZF[nº dentes]*n[rpm]=____*____*____ → Va=_____[mm/min] Para efetuar a fresagem do prisma acima, usaremos o divisor em divisão indireta (Dc): Dc=Pd/ ZP, Pd=1/RCD → Dc=40/__=__ inteiros + __/__ = =___int+__/__ = __ voltas e __ espaços na série de __ furos. Fresagem de paralelepípedo: Dados da fresa: Número de dentes (ZF)=________ Material da fresa (MF)=_________ Diâmetro da fresa (DF)=_________[mm] Avanço/dente (aD)=f(MF, MP, desbaste/acabam. e prof. corte) → (aD)=_______[mm/dente] Velocidade de corte (Vc)=f(MF, MP, DF, desbaste/acabam. e prof. corte) → (Vc)=____m/min Dados da peça (paralelepípedo): Dimensões da peça: comp.(l)=___mm x altura(h)=___mm x largura(b)=___mm Material da peça (MP)=_____________ (σR=___Kgf/mm2) Dimensões da matéria-prima: L x H x B ou para tarugo, diâmetro DMP = Dp Calcular: Altura a cortar: Tarugo de ___” Hc/b=__(__passes) Hc/h=___ Tarugo de ___” Hc/b=___(__passes) Hc/h=___ Barra quadrada de ___” x ___” Hc/b=____ ; Hc/h=____ Rotação da fresa (n)=Vc[m/min]*1000/π* DF [mm], logo n=__*1000/3,14*__ → n=___[rpm] Velocidade de Avanço(Va)=aD[mm/dente]*ZF[nº dentes]*n[rpm]=____*__*___ → Va=____[mm/min] Prof. Carlos Travessa Março / 2013 pág.15 10-Divisão linear (Dl) pelo colar micrométrico da mesa da fresadora – 1º caso: Dl = (Pa/Pm) * nº de divisões do colar micrométrico, onde: Pa = passo a abrir, Pm(máquina) = Pv(vertical = eixo Z), Pt(transversal = eixo Y) ou Pf(fuso = eixo X) Exemplos: Pa=1mm, Pf=5mm, colar=250divisões: Dl=(1/5)*250 → Dl=50divisões no colar Pa=1mm, Pv=2,5mm, colar=125divisões: Dl=(1/2,5)*125 → Dl=50divisões no colar Pa=1mm, Pf=2,5mm, colar=100divisões: Dl=(1/2,5)*100 → Dl=40divisões no colar Pa=1mm, Pv=2mm, colar=100divisões: Dl=(1/2)*100 → Dl=50divisões no colar Obs.: Fresadoras VK300Ue VK420i: Pf(eixo X)=5mm, 250div, 0,02mm/div. Pt(eixo Y)=5mm, 250div, 0,02mm/div Pv(eixo Z)=2,5mm, 125div, 0,02mm/div Fresadora Veker FVK500F: Pf(eixo X)=2,5mm, 100div, 0,025mm/div. Pt(eixo Y)=2,5mm, 100div, 0,025mm/div Pv(eixo Z)=2mm, 100div, 0,02mm/div 11-Divisão linear (Dl) pelo disco divisor– 2º caso. Usa- se o cabeçote divisor acoplado pelo eixo do disco (ED) ao eixo da mesa da fresadora (EF), com relação 1:1 entre os eixos (ED) e (EF). (trava-se o eixo do sem fim, que servirá como referência, e gira-se o disco divisor): Dl=Pa/Pf Ex:1)Pa=1mm, Pf=5mm, disco div.= 20, 23, 33 e 43 furos Engren. Disp.: 24, 24, 25, 28, 30, 32, 40, 44, 48, 56, 64, 72, 80, (86) 88, 100,120 e 127 dentes Obs.: Engren. em negrito somente nos divisores antigos. 86 dentes só no novo. Dl=1/5 → Dl=1/5*4/4=4/20= 4 espaços na série de vinte furos, montando-se duas engrenagens iguais (24 e 24 dentes) nos eixos ED e EF. 12-Divisão linear (Dl) pelo disco divisor girando junto do sem fim - 3º caso. Usa-se o cabeçote divisor acoplado pelo eixo do divisor (ED) ao eixo da mesa da fresadora (EF). Relação diferente de 1:1 entre ED e EF. (dá-se sempre uma volta no sem fim / disco): Dl=Pa/Pf = Montagem de engrenagens Dl pode ser obtida por 3 tipos de montagens diferentes. Obs.: Conversão do sistema métrico / inglês com a engrenagem de 127 dentes (25,4x5), não disponível no divisor novo. Tipos de Montagens: 1º tipo – Montagem A/B: Com 1 ou 2 engr. interm. 2º tipo – Montagem A/BxC/D: 3º tipo – Mont. A/BxC/DxE/F: Prof. Carlos Travessa Março / 2013 pág.16 Exemplo: Pa=1mm, Pf=10mm → Dl=1/10 Com as engrenagens disponíveis não se consegue montagem para atender a esta relação com uma passagem (1º tipo), logo será feita montagem do 2º tipo: Dl=1/10=A/BxC/D Dl=1/2,5x1/4 = [(1x40)/(2,5x40)]x[(1x30)/(4x30)] = 40/100x30/120 ou 40/120x30/100 ou 30/120x40/100. Em resumo, teremos 2 engrenagens motoras de 40 e 30 dentes e duas engrenagens movidas de 100 e 120 dentes. Verificação da montagem: 1ª passagem = 40/100 = 2/5 de volta 2ª passagem = 30/120 = 1/4 de volta Total 1ª e 2ª pass. = 2/5x1/4 = 1/10 de volta Como o Pf = 10, teremos Pa=Pf x 1/10 = 1mm. Ao girar a manivela do divisor em 1 volta, haverá deslocamento de 1mm no eixo da mesa. No divisor novo as engrenagens disponíveis obrigam a montagem do 3º tipo (A/BxC/DxE/F): Dl = 1/10 = A/BxC/DxE/F = 1/2,5x1/2x1/2 = 1(24)/2,5(24)x1(24)/2(24)x1(32)/2(32), logo: Dl = 24/56 x 24/48 x 32/64, ou seja: engrenagens motoras 24, 24 e 32, engrenagens movidas 56, 48 e 64. Verificação da montagem: 1ª passagem = 24/56 = 2/5 de volta 2ª passagem = 24/48 = 1/2 volta 3ª passagem = 32/64 = 1/2 volta Total 1ª, 2ª e 3ª pass. = 2/5x1/2x1/2 = 1/10 de volta Como o Pf = 10, teremos Pa=Pf x 1/10 = 1mm. Ao girar a manivela do divisor em 1 volta, haverá deslocamento de 1mm no eixo da mesa. Exercícios: Ex.1 – Pa=1/8”, Pf=5mm Ex.2 – Pa=3/32”, Pf=5mm Ex.3 – Pa=3mm, Pf=1/8” Prof. Carlos Travessa Março / 2013 pág.17 Ex.4 – Pa=1/32”, Pf=1/8” Construção de escala graduada (exemplos). Este exemplo utiliza a divisão linear pelo colar micrométrico (1º caso) para deslocar o movimento transversal da mesa e com isso definir o comprimento dos riscos da escala e pelo cabeçote divisor acoplado ao fuso da fresadora (2º ou 3º caso) para deslocar o fuso do passo a abrir, que corresponde a menor divisão da escala. Exemplo 1: Parâmetros da Fresadora: Pt=4mm (passo transv.), Pf=4mm (passo do fuso), colar=40 divisões Engr. Disp.: 24, 24, 25, 28, 30, 32, 40, 44, 48, 56, 64, 72, 80, 88, 100,120 e 127 dentes. Deslocamento direção do fuso (Dl-3ºcaso) Dl = Pa/Pf = 1/16” / 4 = 1”/16 x ¼ = (25,4x5)/(16x5) x (1x25)/(4x25) = 127/80 x 25/100, logo: Montagem: A=127, B=80, C=25 e D=100 Ao girar a manivela do divisor em 1 volta a mesa se desloca 1/16”. Desl. direção transv. (Dl-1ºcaso) – Dl=Pa/Pt x nº div, do colar Risco A: Dl=18/4 x 40=4 voltas e 20 traços Risco B: Dl=14/4 x 40=3 voltas e 20 traços Risco C: Dl=10/4 x 40=2 voltas e 20 traços Risco D: Dl= 6/4 x 40=1 volta e 20 traços Exemplo 2: Parâmetros da Fresadora: Pt=5mm (passo transv.), Pf=5mm (passo do fuso), colar=250 divisões Engr. Disp.: 24, 24, 28, 32, 40, 44, 48, 56, 60, 64, 72, 86 e 100 dentes. Deslocamento direção do fuso (Dl-3ºcaso) Dl = Pa/Pf = 1/5 = 1/2,5x1/2 = (1x24)/ (2,5x24) x (1x24)/(2x24) = 24/60 x 24/48, logo: Montagem: A=24, B=60, C=24 e D=48 Ao girar a manivela do divisor em 1 volta a mesa se desloca 1mm. Desl. direção transv. (Dl-1ºcaso) Dl=Pa/Pt x nº div, do colar Risco A: Dl=11/5 x 250=2 voltas e 50 traços Risco B: Dl=9/5 x 250=1 volta e 200 traços Risco C: Dl=7/5 x 250=1 volta e 100 traços Prof. Carlos Travessa Março / 2013 pág.18 2ª Aula prática: Construção de escala graduada. 1ª régua (10 divisões – 3 comprimentos de traços) Parâmetros da Fresadora: Pt=___mm, Pf=___mm, colar=___ divisões Engr. Disp.: 24, 28, 32, 40, 44, 48, 56, 64, 72, 86 e 100 dentes. Dados da peça: Pa=___, A=___, B=___, C=___ Deslocamento direção do fuso (Dl-3ºcaso) Dl = Pa/Pf = ____ / __ = ___ x __ = (__x__)/(__x__) x (__x__)/(__x__) = __/__ x __/__, logo: Montagem: A=___, B=___, C=___ e D=___ Ao girar a manivela do divisor em __ volta(s) a mesa se desloca ____.Desl. direção transv. (Dl-1ºcaso) – Dl=Pa/Pt x nº div, do colar Risco A:Dl=__/__x__=__volta(s)e __ traços Risco B:Dl=__/__x__=__volta(s)e __ traços Risco C:Dl=__/__x__=__volta(s)e __ traços 2ª régua (20 divisões – 4 comprimentos de traços) Parâmetros da Fresadora: Pt=___mm, Pf=___mm, colar=___ divisões Engr. Disp.: 24, 24, 28, 32, 40, 44, 48, 56, 64, 72, 86 e 100 dentes. Dados da peça: Pa=___, A=___, B=___, C=___, D=___ Deslocamento direção do fuso (Dl-3ºcaso) Dl = Pa/Pf = ____ / __ = ___ x __ = (__x__)/(__x__) x (__x__)/(__x__) = __/__ x __/__, logo: Montagem: A=___, B=___, C=___ e D=___ Ao girar a manivela do divisor em __ volta(s) a mesa se desloca ____. Desl. direção transv. (Dl-1ºcaso) – Dl=Pa/Pt x nº div, do colar Risco A:Dl=__/__x__=__volta(s)e __ traços Risco B:Dl=__/__x__=__volta(s)e __ traços Risco C:Dl=__/__x__=__volta(s)e __ traços Risco D:Dl=__/__x__=__volta(s)e __ traços 3ª régua (16 divisões – 4 comprimentos de traços) Parâmetros da Fresadora: Pt=___mm, Pf=___mm, colar=___ divisões Engr. Disp.: 24, 24, 25, 28, 30, 32, 40, 44, 48, 56, 64, 72, 80, 88, 100,120 e 127dentes. Dados da peça: Pa=___, A=___, B=___, C=___ Deslocamento direção do fuso (Dl-3ºcaso) Dl = Pa/Pf = ____ / __ = ___ x __ = (__x__)/(__x__) x (__x__)/(__x__) = __/__ x __/__, logo: Montagem: A=___, B=___, C=___ e D=___ Ao girar a manivela do divisor em __ volta(s) a mesa se desloca ____. Desl. direção transv. (Dl-1ºcaso) – Dl=Pa/Pt x nº div, do colar Risco A:Dl=__/__x__=__volta(s)e __ traços Risco B:Dl=__/__x__=__volta(s)e __ traços Risco C:Dl=__/__x__=__volta(s)e __ traços Risco D:Dl=__/__x__=__volta(s)e __ traços Prof. Carlos Travessa Março / 2013 pág.19 13-Características geométricas de engrenagem cilíndrica e cremalheira de dentes retos (Sistema Módulo). Para transmitir movimento entre dois eixos paralelos, podemos imaginar a montagem de dois cilindros se tocando tangencialmente. Se o atrito entre eles for suficiente, a rotação de um imporá ao segundo um movimento de rotação em sentido inverso e proporcional a relação de diâmetros. Como o atrito entre os cilíndros não é suficiente para evitar o escorregamento, inserimos dentes de geometria tal que o contato se dá na posição de encontro destes cilindros. Aos diâmetros dos cilindros imaginários, denominamos diâmetro primitivo (Dp [mm]). Módulo (M [mm]) é a relação entre o passo e a constante π (3,1416). O módulo, junto com o número de dentes, determina a geometria dos dentes da engrenagem. A multiplicação do módulo pelo número de dentes (Z) resulta no diâmetro primitivo (Dp). Dp=MZ [mm]. Módulos normalizados: 0,3 – 0,4 -…- 0,9 – 1 – 1,25 -…- 3,75 – 4 – 4,5 -...-6,5 – 7…75. As engrenagens podem ser produzidas por geração em máquinas específicas como a fresadora Rhenannia com a utilização da fresa caracol ou HOB – processo hobbing ou Fresadora Fellows com a utilização da fresa Pinhão Fellows – processo shaping, ou ainda por fresas de forma em fresadoras convencionais. Ao lado temos o perfil aproximado das fresas Módulos de número 1 a 8. Observe que quanto maior o número de dentes mais o perfil se aproxima de uma reta. Este perfil é formado pelo processo de fabricação por geração. Para reduzir o número de ferramentas no processo de fabricação por fresa de forma, os perfis foram agrupados por número de dentes cujos perfis variam pouco, de forma a resultar em bom funcionamento das engrenagens produzidas. Campo de variação das fresas de forma: Para Módulo até 10(ou 9): 8 fresas de forma padrão Módulo Nº fresa 1 2 3 4 5 6 7 8 Dentes 12-13 14-16 17-20 21-25 26-34 35-54 55-134 135-∞ Para Módulo maior que 10(ou 9): 15 fresas de forma padrão módulo Nº fresa 1 1 1/2 2 2 1/2 3 3 1/2 4 4 1/2 Dentes 12 13 14 15-16 17-18 19-20 21-22 23-25 Nº fresa 5 5 1/2 6 6 1/2 7 7 1/2 8 Dentes 26-29 30-34 35-41 42-54 55-79 80-134 135-∞ Obs.: Alguns fabricantes de fresas Módulo adotam numeração invertida, isto é, a fresa para usinar engrenagens de 12 a 13 dentes ganha o nº 8 e a de 135 dentes a ∞ nº 1. Prof. Carlos Travessa Março / 2013 pág.20 O ângulo de pressão de uma engrenagem (φ [°]) é o ângulo que a tangente comum aos círculos primitivos faz com a linha de ação da força. Os ângulos de pressão mais comuns são 14°30` e 20°. Os requisitos mais elementares, mas não únicos, para que engrenagens operem bem e sem falha prematura é que possuam os mesmos módulos e ângulos de pressão. Largura do dente (Co [mm]): alguns autores consideram a faixa de 8 a 10 M como a ideal. Outros avaliam a forma como os eixos das engrenagens são apoiados e a qualidade dos mancais para definir uma relação entre a largura do dente e o diâmetro primitivo. Altura do dente (H [mm]) = 2 1/6 M ~ 2,166 M. A altura total do dente pode ser dividida em duas partes, a altura da cabeça (addendum) e a altura do pé (dedendum). O círculo primitivo divide o dente entre as dimensões acima. A cabeça do do dente mede o exato valor do módulo (há exceções). O pé do dente equivale a 1 1/6 M ~ 1,166M [mm]. O diâmetro externo da engrenagem (De) é dado por: De = Dp + 2M = M (Z + 2). Passo de uma engrenagem cilíndrica de dentes retos (P [mm]) corresponde ao arco medido ao longo da circunferência primitiva (diâmetro primitivo), entre 2 dentes consecutivos. P= πM [mm]. A espessura do dente (E [mm]) é o comprimento do arco de circunferência compreendido entre os flancos de um mesmo dente na altura do diâmetro primitivo. Distância entre centros (D) corresponde a metade da soma dos diâmetros primitivos. D=(Dp1+Dp2)/2 = (Z1+Z2)M/2. Relação de transmissão (i) = Dp1/Dp2 = n2/n1 = Z1/Z2. Exemplos: 1 - Par de engrenagens cilíndricas de dentes retos (div. indireta). Parâmetros Fresadora / Cabeçote divisor: RCD=1/40 → Pd=40, Disco: 17-27-37-47 Dados das engr.: D=105mm, i=3/4, Z1+Z2=70 dentes Dados para calcular parâmetros de usinagem: Mat. fresa=HSS; Øfresa=70,7mm; Zfresa=12 dentes Mat. peça=aço doce (60 Kgf/mm2) → Vc=18a22(20) m/min (tab. pág.11) aD=0,1mm/dente (tab. pág.12) n [rpm] = Vc [m/min] * 1000 = 20 x 1000 → n = 90 rpm π * d [mm] π x 70,7 Va [mm/min] = aD [mm/dente] * Z [nº dentes] * n [rpm] → Va=108 mm/min. Prof. Carlos Travessa Março / 2013 pág.21 Calcular: Engrenagem 1 Engrenagem 2 Módulo (M)=(2D)/(Z1+Z2) [mm] 3 Nº de dentes (Z) ; dados: i=Z1/Z2=3/4 e Z1+Z2=70 30 40 Altura do dente (H)=2,166M [mm] 6,498(*) Diâmetro prim. (Dp)=MZ [mm] 90 120 Diâmetro ext. (De)=M(Z+2) [mm] 96 126 Divisão circular (Dc) = Pd/Z 40/30=(4x9)/(3x9)= 1 volta + 9 espaços no disco de 27 furos 40/40 = 1 volta no divisor Capacidade da fresa (nº da fresa) 26-34 dentes (nº5) 35-54 dentes (nº6) (*)Obs.: A prof. corte para módulo até 3 pode ser toda a altura do dente. 2 – Cremalheira (utilizando divisão linear pelo colar do fuso da fresadora). Parâmetros da Fresadora: Pt=2mm, Colar de 100 divisões; Pv=4mm, Colar de 200 divisões. Dados da cremalheira: M=3mm,Mat.peça=aço doce(60 Kgf/mm2) Parâm.de usinagem: (fresa HSS mesmo Φ) n=90 rpm, Va=108 mm/min, prof. corte = H = altura do dente (M<=3) Calcular: P=πM = 3,14x3 = 9,42mm → Dl=Pa/Pt=9,42/2=4 voltas + 71 divisões (colar de 100) H=2,166M=6,498mm → Dl=Pa/Pv=6,498/4=1 volta +135 divisões (colar de 200) Nos casos acima Pa (passo a abrir) corresponde a P e H, que são o deslocamento linear que se pretende. Capacidade da fresa (nº da fresa) → 135 dentes a ∞ (nº8) 3 - Par de engrenagens cilíndricas de dentes retos (uma por divisão diferencial e outra por divisão indireta). Parâmetros Fresadora / Cabeçote divisor: RCD=1/40→Pd=40, Disco div.: 19-29-39-49 Engren. Disp.: 24, 24, 25, 28, 30, 32, 40, 44, 48, 56, 60, 64, 72, 80, 88, 100,120 e 127 dentes Dados do par de engrenagens:D=120mm, n1=637rpm, n2=403rpm, Z1+Z2=80 dentes Parâm.de usinagem: (fresa HSS mesmo Φ) n=90 rpm, Va=108 mm/min, prof. corte = H = altura do dente (M<=3) Calcular: Engrenagem 1 Engrenagem 2 Módulo (M)=(2D)/(Z1+Z2) [mm] 3 Nº de dentes (Z) ; dados: n1=637rpm, n2=403rpm e Z1+Z2=80 31 49 Prof. Carlos Travessa Março / 2013 pág.22 Altura do dente (H)=2,166M [mm] 6,498 Diâmetro prim. (Dp)=MZ [mm] 93 147 Diâmetro ext. (De)=M(Z+2) [mm] 99 153 Divisão circular (Dc) = Pd/Z 40/31=1 volta + 9/31 = impossível (1) 40/49= 40 espaços no disco de 49 furos Capacidade da fresa (nº da fresa) 26-34 dentes (nº5) 35-54 dentes (nº6) (1) Dc=Pd/Z, na confecção da engrenagem 1, com 31 dentes, Dc=40/31=1 volta + 9/31 de volta. Não é possível em divisão direta nem indireta com o disco divisor disponível. É necessário utilizar divisão diferencial. Nesta operação o disco divisor, que é a referência para o manípulo, gira acionado pelo eixo da corôa (eixo da peça). Na divisão circular por movimento diferencial (Dci) surge a figura do número de dentes imaginário (Zi). Devemos adotar Zi menor e próximo ao Zreal, neste caso Zreal=31, logo Zi=30 dentes. Dci=Pd/Zi=40/30=1 1/3=1 13/39 = 1 volta + 13 espaços no disco de 39 furos. O disco irá girar em sentido contrário a manivela acionado pela relação abaixo, que será a relação de transmissão entre o eixo da corôa (eixo da peça) e o eixo do disco divisor: Rc = Pd(Zi-Z1) = 40(30-31) = -40 = -80, onde o sinal neg. → 1 engren. intermediária. Rd Zi 30 30 60 Resumindo: Para fresar a engrenagem de 31 dentes acima será utilizado o divisor em montagem diferencial com engrenagem motora (eixo da peça ou da corôa ou árvore) com 80 dentes, engrenagem movida (eixo do disco divisor) com 60 dentes e uma engrenagem intermediária. Ou qualquer outro par de engr. disponível que resulte na mesma relação, como: 32/24, 40/30, 64/48. A engren. 2 de 49 dentes será feita por divisão indireta com o disco de 49 furos, avançando 40 espaços / dente. Obs.:Conforme dito, a divisão diferencial se faz necessária quando não é possível, pelo conjunto de discos divisores e passo do divisor (Pd) disponíveis, fresar uma engrenagem ou prisma pela divisão indireta. No caso do cabeçote divisor com Pd = 40 e com os discos divisores: Disco 1 [(Face A: 15,16, 17, 18, 19, 20), (Face B: 21, 29, 33, 39, 43, 49)]. Disco 2 [(Face A: 23, 27, 31, 37, 41, 47), (Face B: 42, 51, 53 e 57)], para os números de dentes (ou lados de um prisma) abaixo relacionados, teremos que utilizar a divisão diferencial. Relação de número de dentes, faces ou divisões, até 150, em que se necessita divisão diferencial: 59 61 63 64 67 69 71 73 75 77 79 81 83 87 89 91 93 96 97 99 101 103 107 109 111 113 117 118 119 121 122 123 125 126 127 128 129 131 133 134 137 138 139 141 142 143 144 146 147 149 150. No catálogo da HICOA, anexo a esta apostila, há tabela para divisão diferencial de 59 a 311 divisões, para os casos em que no cabeçote divisor deste fabricante não se pode fazer a divisão por outro método. Prof. Carlos Travessa Março / 2013 pág.23 3ª Aula prática: Fresagem de engrenagem cilíndrica de dentes retos (Div Indireta). Parâmetros Fresadora / Cabeçote divisor: RCD=1/40 → Pd=40, Disco div.: Disco 1 [(Face A: 15,16, 17, 18, 19, 20), (Face B: 21, 29, 33, 39, 43, 49)]. Disco 2 [(Face A: 23, 27, 31, 37, 41, 47), (Face B: 42, 51, 53 e 57)]. Engren. Disp.: 24, 24, 28, 32, 40, 44, 48, 56, 64, 72, 86 e 100 dentes Dados do par de engrenagens(não necessáriamente todos): D=____mm, n1=_____rpm, n2=______rpm, Z1+Z2=___ , i=___, M=___ Parâm.de usinagem: (fresa HSS Φ=70,7, Mpeça _________) n=___rpm, Va=____mm/min, prof. corte = H (M<=3) Calcular: Engrenagem 1 Engrenagem 2 Módulo (M)=(2D)/(Z1+Z2) [mm] Nº de dentes (Z) ; dados: n1=_______rpm, n2=_______rpm e Z1+Z2=____ Altura do dente (H)=2,166M [mm] Diâmetro prim. (Dp)=MZ [mm] Diâmetro ext. (De)=M(Z+2) [mm] Divisão circular (Dc) = Pd/Z Capacidade da fresa (nº da fresa) Desenhe a Montagem do trem de engrenagens: Prof. Carlos Travessa Março / 2013 pág.24 3ª/b Aula prática: Fresagem de engren. cilíndrica de dentes retos (Div. Diferencial). Parâmetros Fresadora / Cabeçote divisor: RCD=1/40 → Pd=40, Disco div.: Disco 1 [(Face A: 15,16, 17, 18, 19, 20), (Face B: 21, 29, 33, 39, 43, 49)]. Disco 2 [(Face A: 23, 27, 31, 37, 41, 47), (Face B: 42, 51, 53 e 57)]. Engren. Disp.: 24, 24, 28, 32, 40, 44, 48, 56, 64, 72, 86 e 100 dentes Dados do par de engrenagens(não necessáriamente todos): D=____mm, n1=_____rpm, n2=______rpm, Z1+Z2=___ , i=___, M=___ Parâm.de usinagem: (fresa HSS Φ=70,7, Mpeça _________) n=___rpm, Va=____mm/min, prof. corte = H (M<=3) Calcular: Engrenagem 1 Engrenagem 2 Módulo (M)=(2D)/(Z1+Z2) [mm] Nº de dentes (Z) dados: n1=______rpm, n2=______rpm e Z1+Z2=35 Altura do dente (H)=2,166M [mm] Diâmetro prim. (Dp)=MZ [mm] Diâmetro ext. (De)=M(Z+2) [mm] Divisão circular (Dc) = Pd/Z Obs.: discos de ___ e ___ furos não disponíveis. Com os discos disponíveis, uma das engrenagens terá que ser por Div. Diferencial,logo: Dci=Pd/Zi Rc/Rd = [Pd(Zi-Z1)]/Zi Dci=___= Capacidade da fresa (nº da fresa) Desenhe a Montagem do trem de engrenagens: Prof. Carlos Travessa Março / 2013 pág.25 4ª Aula prática: Fresagem de cremalheira de dentes retos (divisão linear pelo colar do fuso da fresadora). Parâmetros da Fresadora: Pf(x)=___mm, Colar de ___ divisões; Pt(y)=___mm, Colar de ___ divisões; Pv(z)=___mm, Colar de ___ div. Dados da cremalheira: M=3mm; Mat. cremalheira=_______ Dados para cálculo dos parâmetros de usinagem: Fresa M=___; Mat. fresa=___; Øfresa=___mm; Zfresa=___ dentes Calcular: Passo = P = πM = ___x___= ____ mm → Dl=(P/Pf) x nº div. colar = (____/__)x___ = ___ = __ volta(s) + ___ divisões (colar de ___ divisões) Obs.: A menor divisão do colar corresponde a 0,02mm e a do indicador digital de posição a 0,005mm. Arredondamento de aproximadamente 5 µm é satisfatório. Utilizando o indicador digital de posição este arredondamento é bastante minimizado, sendo insignificante perante a necessidade da aplicação e a repetibilidade da fresadora. H=2,166M=____mm → Dl=P/Pv=(____/___) x ___ div. colar =___volta(s) +___ divisões (colar de ___ divisões) Capacidade da fresa (nº da fresa) → 135 dentes a ∞ (nº8) Consultando a tabela de velocidade de corte indicada em função do material da peça (tabela da pág. 11), entrando com material da fresa, tipo de fresa e tipo de operação (desbaste ou acabamento), obtemos: Vc=___ m/min. Como o maior diâmetro da superfície de corte da fresa é de___mm, temos: n [rpm] = Vc [m/min] * 1000 = x 1000 → n=____rpm π * d [mm] π x ____ Consultando a tabela de avanço por dente indicada para fresas de aço rápido em função do material da peça (tabela da pág. 12), tipo de fresa e tipo de operação (desbaste ou acabamento), obtemos: ad=___mm/dente av [mm/volta] = aD [mm/dente] * Z [nº dentes] av = ___ x ___ = ____ mm/volta Va [mm/min] = av [mm/volta] * n [rpm] Va =___ x ___ → Va = ___ mm/min A profundidade de corte será igual a altura total do dente → H=_______mm Prof. Carlos Travessa Março / 2013 pág.26 14-Características geométricas de engrenagem cilíndrica e cremalheira de dentes helicoidais (Sistema Módulo). Os conceitos utilizados nas engrenagens de dentes retos são válidos para as de dentes helicoidais, sendo necessário agregar alguns novos. O ângulo de hélice (α), que para as engrenagens cilíndricas de dentes retos vale 0 (zero), determina novos valores na construção da engrenagem cilíndrica de dentes helicoidais. Valores típicos: 15 a 25° Um par de engren. helicoidais acopladas e em eixos paralelos terá que ter ângulos de hélice opostos,isto é, uma engrenagem terá hélice à direita e a outra à esquerda. Por definição hélice à direita corresponde a um parafuso de rosca direita e vice-versa. Para se produzir hélice à direita utiliza-se 1 engr. intermediária e a esquerda 2. O passo normal (P), medido em plano perpendicular ao eixo de abertura dos dentes, equivale ao módulo multiplicado pela cte π. P=Mπ. O passo aparente (Pa), que é a projeção do passo no plano perpendicular ao eixo de giro da engrenagem, é função do passo normal (P) e do ângulo de hélice (α). Pa=P/cos α O módulo aparente (Ma) é função do módulo normal (M) e do ângulo de hélice (α). Ma=M / cos α. O diâmetro primitivo de engrenagens de dentes helicoidais é obtido de forma diferente do que ocorre com as engrenagens de dentes retos, pois é calculado com o módulo aparente (Ma) e não com o módulo normal (M). Isto decorre do fato de que ao utilizarmos a fresa inclinada em relação ao eixo de giro da engrenagem, o vão aberto é mais largo do que o seria em movimento paralelo ao eixo, sendo necessário aumentar o Dp para que se mantenha a espessura do dente igual ao vão. Dp=Ma Z=[M / cos α] Z. O passo helicoidal (Ph) que equivale ao avanço linear obtido em deslocamento de uma volta na engrenagem, vale: Ph=Dp π / tgα. O diâmetro externo (De), que equivale ao diâmetro do blanque, é função do diâmetro primitivo (Dp) e da cabeça do dente (addendum=M). De=Dp + 2M=Ma Z + 2M=[M/cos α]Z+2M. A altura total do dente de engrenagens de dentes helicoidais segue a mesma regra das engrenagens de dentes retos, H=2,166M. Prof. Carlos Travessa Março / 2013 pág.27 Para determinação da fresa a utilizar para usinar a engrenagem de dentes helicoidais utilizaremos o conceito do número virtual de dentes (Zv), que é função do número de dentes e do ângulo de hélice (α). Zv=Z / cos3α. Como alternativa consultar o ábaco: A divisão circular (Dc) será determinada da mesma forma, isto é, em função do passo do divisor (Pd) que equivale ao inverso da relação do cabeçote divisor RCD (o mais comum é RCD=1/40→Pd=40). Dc= Pd/Z. O passo helicoidal da fresadora (PH) equivale ao deslocamento linear no fuso (eixo x) quando se dá uma volta no manípulo do cabeçote divisor, logo é função do passo do divisor (Pd) e do passo do fuso da fresadora (Pf=eixo x). PH=Pd x Pf. Para se ajustar o passo da fresadora (PH) ao passo que se deseja abrir (Ph) (Ph=passo helicoidal da engrenagem), faz- se a montagem das engrenagens (Mh), ligando o eixo do divisor ao eixo do fuso (eixo x). Mh=Ph / PH Obs.: Em fresagem helicoidal, pode-se, ligar o eixo da corôa (ou da peça) ao eixo do fuso (eixo x). Mas neste caso não se consegue dividir a peça em vários hélices Prof. Carlos Travessa Março / 2013 pág.28 Exemplo: Par de engrenagens cilíndricas de dentes helicoidais. Parâmetros Fresadora / Cabeçote divisor: Pf=5mm(colar250div.), Pv=2,5mm(colar125div.), RCD=1/40 → Pd=40, Divisor: Disco 1 [(Face A: 15,16, 17, 18, 19, 20), (Face B: 21, 29, 33, 39, 43, 49)]. Disco 2 [(Face A: 23, 27, 31, 37, 41, 47), (Face B: 42, 51, 53 e 57)]. Engren. Disp.: 24, 24, 28, 32, 40, 44, 48, 56, 64, 72, 86 e 100 dentes Dados engr.: D=39,91mm; Z1=12(hel.dir.); Z2=13(hel.esq.); α=20° Dados para calcular parâmetros de usinagem: Mat. fresa=HSS; Øfresa=70,7mm; Zfresa=12 dentes Mat. peça=aço doce (60 Kgf/mm2) → Vc=18 a 22 m/min (tab. pág.11) aD=0,1mm/dente (tab. pág.12) n [rpm] = Vc [m/min] * 1000 = 20 x 1000 → n = 108 rpm π * d [mm] π x 70,7 Va [mm/min] = aD [mm/dente] * Z [nº dentes] * n [rpm] → Va=84mm/min. Profundidade de corte → Pc = H = altura do dente (possível para até módulo 3) Calcular: Engrenagem 1 Engrenagem 2 Ângulo de hélice (α) α = 20° α = 20° Nº de dentes (Z) 12 13 Lado do hélice à dir.→1 eng. int. à esq.→2eng.int. Módulo normal (M)=(2Dcosα)/(Z1+Z2) [mm] 3 Passo normal (P) = Mπ [mm] 9,425 Passo aparente (Pa) = P/cos α [mm] 10,030 Módulo aparente (Ma) = M / cos α [mm] 3,193 Diâm prim. (Dp) = Ma Z = M Z / cos α [mm] 38,310 41,503 Diâmetro ext. (De)=M[(Z/cos α)+2] [mm] 44,310 47,503 Altura do dente (H)=2,166M [mm] 6,498 Passo helicoidal (Ph) =Dp π / tg α [mm] 330,674 358,231 Nº de dentes virtual (Zv) = Z / cos3α ~15 ~16 Capacidade da fresa / nº da fresa 14a16dentes/nº2 14a16dentes/nº2 Divisão circular (Dc)=Pd/Z 40/12 = 3 4/12 = 3 1/3 = 3 voltas e 13 espaços no disco de 39 furos 40/13 = 3 1/13 = 3 voltas e 3 espaços no disco de 39 furos Passo helicoidal fresadora (PH)=Pd Pf[mm] 40 x 5 = 200 Montagem das engrenagens (Mh)=Ph / PH 330,674/200=1,653 358,231/200=1,791 Desenhe a Montagem do trem de engr.(Mh): Para engr.1: A=44, B=40, C=48 e D=32 com 1 engr. intermediária. Para engr.2: A=86, B=24, C=24 e D=48 com 2 engr. intermediárias. Para a eng.1, temos: Mh=1,653~=1,65=11/ 10x15/10=11/10x3/2= 44/40x48/32=1,65 →Erro = 0,2% Para a eng.2, temos: Mh=1,791~=86/48= =86/24x24/48=1,7917 →Erro = 0,03% Prof. Carlos Travessa Março / 2013 pág.29 5ª Aula prática: Fresagem de par de engrenagens cilíndricas de dentes helicoidais. Parâmetros Fresadora / Cabeçote divisor: Pf=__mm(colar___div.), Pv=__mm(colar___div.), RCD=1/40 → Pd=40, Divisor: Disco 1 [(Face A: 15,16, 17, 18, 19, 20), (Face B: 21, 29, 33, 39, 43, 49)]. Disco 2 [(Face A: 23, 27, 31, 37, 41, 47), (Face B: 42, 51, 53 e 57)]. Engren. Disp.: 24, 24, 28, 32, 40, 44, 48, 56, 64, 72, 86 e 100 dentes Dados engr.: D=____mm; Z1=__(hel.___)e Z2=__(hel.___); α=__° Dados para calcular parâmetros de usinagem: Mat. fresa=_______; Øfresa=___mm; Zfresa=___dentes Mat. peça=____________________ → Vc=________ m/min (tab. pág.11) aD=____mm/dente (tab. pág.12) n [rpm] = Vc [m/min] * 1000 = x 1000 → n = ____ rpm π * d [mm] π x Va [mm/min] = aD [mm/dente] * Z [nº dentes] * n [rpm] → Va=____mm/min. Profundidade de corte → Pc = H = altura do dente (possível para até módulo 3) Calcular: Engrenagem 1 Engrenagem 2 Ângulo de hélice (α) α = ° α = ° Nº de dentes (Z) Lado do hélice → eng. int. → eng.int. Módulo normal (M)=(2Dcosα)/(Z1+Z2) [mm] Passo normal (P) = Mπ [mm] Passo aparente (Pa) = P/cos α [mm] Módulo aparente (Ma) = M / cos α [mm] Diâm prim. (Dp) = Ma Z = M Z / cos α [mm] Diâmetro ext. (De)=M[(Z/cos α)+2] [mm] Altura do dente (H)=2,166M [mm] Passo helicoidal (Ph) =Dp π / tg α [mm] Nº de dentes virtual (Zv) = Z / cos3α Capacidade da fresa (nº da fresa) dentes (nº ) dentes (nº ) Divisão circular (Dc)=Pd/Z Passo helicoidal fresadora (PH)=Pd Pf[mm] Montagem das engrenagens (Mh)=Ph / PH Desenhe a Montagem do trem de engr. (Mh): Prof. Carlos Travessa Março / 2013 pág.30 15-Características geométricas do parafuso sem-fim (Sistema Módulo) Até o momento vimos engrenagens cilíndricas e cremalheiras de dentes retos e helicoidais. Existem inúmeros outros tipos e variações de engrenagens como as cônicas com eixos a 90° (de dentes retos ou espirais) além de algumas que podemos considerar como um desenvolvimentos das cônicas com eixos a 90° de dentes espirais. São as engrenagens hipóides, espiróides (em forma de espiral) e o conjunto sem-fim / coroa. O par sem-fim / coroa pode ser visto como o caso particular das engrenagens cônicas com eixos a 90° em que os eixos não se cruzam por serem afastados dos valores do raio primitivo da coroa e do sem-fim somados. O par sem-fim / coroa pode ainda ser definido como engrenagens helicoidais com eixos reversos, normalmente a 90°. O par sem-fim / coroa permite elevadas relações de transmissão, ao passo que as engrenagens cilíndricas de dentes retos ou helicoidais operam no máximo em relações de transmissão da ordem de 5:1. Para se obter elevadas relações de transmissão com engrenagens cilíndricas, utiliza-se pinhões com reduzido número de dentes conjugados a coroas com elevadonúmero de dentes. A geometria deste conjunto apresenta o problema de interferência, que é a projeção da cabeça do dente da coroa sobre a região do pé do dente do pinhão. Reduz-se a interferência com aumento do ângulo de pressão e / ou com dentes de menor altura, “Sistema de Dentes Rebaixados” (Faires). O sem-fim pode ter uma ou múltiplas entradas (filetes), sendo a relação de transmissão resultado da divisão do número de entradas do sem-fim pelo número de dentes da coroa. Pares sem-fim / coroa com sem-fim de uma entrada (filete) tem baixo rendimento mecânico, porém apresentam uma característica por vezes necessária que é a auto- retenção, isto é, não se pode acionar o sem-fim pela coroa. O par sem-fim / coroa trabalha com movimento relativo deslizante, o que reduz o rendimento mecânico e obriga a uma melhor lubrificação do mesmo. Ainda devido ao movimento de deslizamento entre as partes, o material do sem-fim costuma ser aço de elevada dureza ou endurecido e da coroa bronze ou ferro fundido. Tanto o parafuso sem-fim quanto a coroa podem ter diferenças de geometria visando aumentar a área de contato entre os mesmos. O sem-fim pode ter perfil cilíndrico ou côncavo e a coroa pode apresentar 3 configurações diferentes: super- fície cilíndrica com dentes retos incli- nados do mesmo ângulo de inclinação do filete do sem-fim (fig.1); topo dos dentes côncavo, se adaptando ao núcleo do sem-fim (fig.2) e dentes totalmente côncavos, Prof. Carlos Travessa Março / 2013 pág.31 aumentando ao (máximo a área de contato (fig.3). Quanto maior a área de contato entre sem-fim e coroa, maior será a capacidade de transmissão de torque do conjunto. Note que para coroa com superfície côncava o diâmetro externo (De) não será o maior diâmetro da peça, pois este nome já é atribuído ao resultado da soma do diâmetro primitivo ao dobro do módulo, De=Dp+2M. A semelhança das engrenagens cilíndricas de dentes helicoidais, no par sem-fim / coroa o ângulo de avanço (hélice para alguns autores) (α) tem que ser igual para os componentes do par, porém o lado do hélice é o mesmo, pois trabalham em eixos perpendiculares. Logo o par sem-fim / coroa tem hélice a direita ou a esquerda para ambos. O ângulo de avanço do sem-fim é medido a partir de plano perpendicular ao eixo de giro do mesmo e não a partir do eixo de giro como na coroa e nas engrenagens helicoidais. Esta diferença permite a utilização do mesmo ângulo de avanço e será notada no formulário onde as projeções se alternam para sem-fim e coroa, isto é, quando uma grandeza varia pelo coseno do ângulo de avanço para o sem-fim o faz pelo seno para a coroa e vice-versa. O ângulo de pressão pode variar bastante, pois o conjunto pode ser fabricado por ferramentas especialmente produzidas. São usuais ângulos de pressão de 14,5°; 20°; 22,5° e 25° (Protec). O ângulo de avanço (hélice) é usualmente escolhido em função do ângulo de pressão. Faixas recomendadas para ângulos de avanço em função do ângulo de pressão (Protec): Ângulo de pressão [°] 14,5 20 22,5 25 Ângulo de avanço (hélice) [°] ≤ 12 12 - 20 20 - 25 ˃ 25 O parafuso sem-fim pode ser produzido em torno universal ou em fresadora, a depender do passo helicoidal (Ph). Parafusos de múltiplas entradas tem passo helicoidal de valores elevados, o que pode impossibilitar sua confecção em tornos. Para confeccionar sem-fim em fresadora, utiliza-se a fresa de forma módulo para 135 dentes - ∞ (fresa nº8), sempre. Nossa disciplina, fresagem, nos leva a buscar exemplo de produção de sem-fim em fresadora. A operação é semelhante a das engrenagens cilíndricas de dentes helicoidais, porém o ângulo de ajuste da mesa da fresadora é muito maior, pois este é o complemento do ângulo de hélice de engrenagens helicoidais, o que pode impedir a utilização de fresadora horizontal. Existe um acessório para fresadoras verticais ou ferramenteiras, chamado cabeçote ângulo reto, que acoplado a fresadora, transmite o movimento à 90°. O passo helicoidal do sem-fim (Ph) é o produto do passo axial pelo número de entradas. Prof. Carlos Travessa Março / 2013 pág.32 Como este tópico segue a sequência de estudo de engrenagens cilíndricas e cremalheiras de dentes retos e helicoidais,onde já discutimos detalhes comuns ao par sem-fim / coroa, passaremos agora a exemplo prático. Exemplo: Par de engrenagens sem-fim / coroa. Parâmetros Fresadora / Cabeçote divisor: Pf=5mm(colar250div),Pv=2,5mm(colar125div, RCD=1/40→Pd=40, Divisor: Disco 1 [(Face A: 15,16, 17, 18, 19, 20), (Face B: 21, 29, 33, 39, 43, 49)]. Disco 2 [(Face A: 23, 27, 31, 37, 41, 47), (Face B: 42, 51, 53 e 57)]. Engren. Disp.: 24, 24, 28, 32, 40, 44, 48, 56, 64, 72, 86 e 100. Dados do par S-F/C.: M=3; Zsf=8 entradas; Zc=49 dentes; ângulo de pressão=20°; α (ângulo de avanço ou hélice)=15°; hélices a direita Dados para calcular parâmetros de usinagem do sem-fim: Mat. fresa=HSS; Øfresa=70,7mm; Zfresa=12 dentes / Mat. sem-fim=aço duro (90 a 110 Kgf/mm2) → Vc=8 a 10 m/min (tab. pág.11) e aD=0,17mm/dente (tab. pág.12) • n [rpm] = Vc [m/min] * 1000 = 9 x 1000 → n = 41 rpm. π * d [mm] π x 70,7 • Va [mm/min] = aD [mm/dente] * Z [nº dentes] * n [rpm] → Va=84mm/min. • Profundidade de corte → Pc = H = altura do dente (possível para até módulo 3) Determinação das dimensões do par sem-fim / coroa: Sem-fim Coroa Ângulo de pressão [°] 20° Ângulo de hélice (α) [°] 15° Nº de entradas (Zsf) / dentes (Zc) 8 49 Relação de transmissão (i) = Zc / Zsf 6,125 Lado do hélice à direita Módulo normal (M) [mm] 3 Passo normal (P) = Mπ [mm] 9,425 Passo axial: Pasf=P/cosα; Pac=P/senα [mm] 9,757 36,415 Módulo axial: Masf=M/cosα; Mac=M/senα 3,106 11,591 D.prim: dpsf=(MxZsf)/senα; Dpc=(MxZc)/cosα 92,729 152,186 D.ext: Desf=dpsf+2M; Dec=Dpc+2M 98,729 158,186 Distância entre centros (D) = (dpsf + Dpc)/2 122,458 Prof. Carlos Travessa Março / 2013 pág.33 Largura da coroa (Lc) = 6 a 8 M [mm] --x-- 18 a 24 Compr. sem-fim (Lsf) = 2M/cosα(1+√ Zc)[mm] 50 --x-- Altura do dente (H)=2,166M [mm] 6,498 P.hel.:Phsf=(MπZsf)/cosα; Phc=(MπZc)/senα 78,058 1784,313 Nº de dentes virtual (Zv) = Z / cos3α não calcular ~54 Capacidade da fresa / nº da fresa 135-∞/nº8 sempre 35-54dentes/nº6 Divisão circular (Dc)=Pd/Z 40/8 = 5 voltas no manípulo a cada entrada (filete). 40/49 = 40 espaços no disco de 49 furos Passo helicoidal fresadora (PH)=Pd Pf[mm] 40 x 5 = 200 Montagem das engrenagens (Mh)=Ph / PH 78,058/200=0,390 1784,313/200=8,922 Desenhe a Montagem do trem de engr.(Mh): Para o sem-fim: A=40, B=56, C=24 e D=44 com 1 engr. intermediária. Para a coroa: A=100, B=40, C=86 e D=24 com 1 engr. intermediária. Para sem-fim, temos: Mh=0,390(tab.fresagem helicoidal) = 0,390 → A=40; B=56; C=24; D=44 →Erro = 0,1% Para a coroa, temos: Mh=8,922(tab.fresagem helicoidal) = 8,958 → A=100; B=40; C=86; D=24 →Erro = 0,4% Prof. Carlos Travessa Março / 2013 pág.34 6ª Aula prática: par de engrenagens sem-fim / coroa. Parâmetros Fresadora / Cabeçote divisor: Pf=5mm(colar250div),Pv=2,5mm(colar125div, RCD=1/40→Pd=40, Divisor: Disco 1 [(Face A: 15,16, 17, 18, 19, 20), (Face B: 21, 29, 33, 39, 43, 49)]. Disco 2 [(Face A: 23, 27, 31, 37, 41, 47), (Face B: 42, 51, 53 e 57)]. Engren. Disp.: 24, 24, 28, 32, 40, 44, 48, 56, 64, 72, 86 e 100. Dados do par sem-fim / coroa: M=__; Zsf=__entradas; Zc=___dentes; ângulo de pressão=___°; α (ângulo de avanço ou hélice)=___°; hélices á ________. Dados para calcular parâmetros de usinagem do sem-fim: Mat. fresa=HSS; Øfresa=70,7mm; Zfresa=12 dentes / Mat. sem-fim=___________ → Vc=_______ m/min (tab. pág.11) e aD=______mm/dente (tab. pág.12) • n [rpm] = Vc [m/min] * 1000 =__ x 1000 → n = ____ rpm. π * d [mm] π x 70,7 • Va [mm/min] = aD [mm/dente] * Z [nº dentes] * n [rpm] → Va=____mm/min. • Profundidade de corte → Pc = H = altura do dente (possível para até módulo 3) Determinação das dimensões do par sem-fim / coroa: Sem-fim Coroa Ângulo de pressão [°] Ângulo de hélice (α) [°] Nº de entradas (Zsf) / dentes (Zc) Relação de transmissão (i) = Zc / Zsf Lado do hélice Módulo normal (M) [mm] Passo normal (P) = Mπ [mm] Passo axial: Pasf=P/cosα; Pac=P/senα [mm] Módulo axial: Masf=M/cosα; Mac=M/senα D.prim: dpsf=(MxZsf)/senα; Dpc=(MxZc)/cosα D.ext: Desf=dpsf+2M; Dec=Dpc+2M Distância entre centros (D) = (dpsf + Dpc)/2 Prof. Carlos Travessa Março / 2013 pág.35 Largura da coroa (Lc) = 6 a 8 M [mm] --x-- Compr. sem-fim (Lsf) = 2M/cosα(1+√ Zc)[mm] --x-- Altura do dente (H)=2,166M [mm] P.hel.:Phsf=(MπZsf)/cosα; Phc=(MπZc)/senα Nº de dentes virtual (Zv) = Z / cos3α não calcular ~ Capacidade da fresa / nº da fresa 135-∞/nº8 sempre dentes/nº Divisão circular (Dc)=Pd/Z Passo helicoidal fresadora (PH)=Pd Pf[mm] 40 x 5 = 200 Montagem das engrenagens (Mh)=Ph / PH /200= /200= Desenhe a Montagem do trem de engr.(Mh): Para o sem-fim: A=___, B=___, C=___ e D=___ com __ engr. intermediária(s). Para a coroa: A=___, B=___, C=___ e D=___ com __ engr. intermediária(s). Para sem-fim, temos: Mh=____(tab.fresagem helicoidal) =______ → A=___; B=___; C=___; D=___ →Erro = ____% Para a coroa, temos: Mh=_____(tab.fresagem helicoidal) = ________ → A=___; B=___; C=___; D=___ →Erro = ____% Prof. Carlos Travessa Março / 2013 pág.36 Anexos: Abaixo temos o catálogo da HICOA, fabricante de cabeçote divisor, com 3 tabelas: 1-De divisões que são possíveis em divisão circular simples ou indireta(Dc). 2-De divisões que somente se pode fazer por movimento diferencial (Dci). 3-De fresagem helicoidal, onde a nomenclatura adotada para montagem helicoidal Mh é substituída pelo fator F (a posição das engrenagens A, B, C e D diverge da apostila) OBS.: A posição das engrenagens é diferente do adotado na apostila. Prof. Carlos Travessa Março / 2013 pág.37 Prof. Carlos Travessa Março / 2013 pág.38 Prof. Carlos Travessa Março / 2013 pág.39 Prof. Carlos Travessa Março / 2013 pág.40 Relação de números primos até 997 2, 3, 5, 7, 11, 13, 17, 19, 23, 29, 31, 37, 41, 43, 47, 53, 59, 61, 67, 71, 73, 79, 83, 89, 97, 101, 103, 107, 109, 113, 127, 131, 137, 139, 149, 151, 157, 163, 167, 173, 179, 181, 191, 193, 197, 199, 211, 223, 227, 229, 233, 239, 241, 251, 257, 263, 269, 271, 277, 281, 283, 293, 307, 311, 313, 317, 331, 337, 347, 349, 353, 359, 367, 373, 379, 383, 389, 397, 401, 409, 419, 421, 431, 433, 439, 443, 449, 457, 461, 463, 467, 479, 487, 491, 499, 503, 509, 521, 523, 541, 547, 557, 563, 569, 571, 577, 587, 593, 599, 601, 607, 613, 617, 619, 631, 641, 643, 647, 653, 659, 661, 673, 677, 683, 691, 701, 709, 719, 727, 733, 739, 743, 751, 757, 761, 769, 773, 787, 797, 809, 811, 821, 823, 827, 829, 839, 853, 857, 859, 863, 877, 881, 883, 887, 907, 911, 919, 929, 937, 941, 947, 953, 967, 971, 977, 983, 991, 997, Bibliografia: Tecnologia Mecânica - volume 4 - J M Freire – 1976 – LteCE Máquinas Operatrizes Modernas - volume 2 - Mario Rossi – Ed Hoelpi – 1970 Notas de aula dos Profs. Jessênio de Carvalho Lima e José Jorge Pereira - CEFET-RJ Protec – Desenhista de Máquinas - 46ª edição Máquinas – Formulário Técnico - A. L. Casillas – Ed. 1963 Elementos Orgânicos de Máquinas - Virgil M Faires – 2ª edição LteCE Apostila de Fresamento - UNIFEI - revisão 6 Apostila de Processos de Usinagem - Prof. Éder S Costa - CEFET-MG – 2006 Apostila de Fresagem - SENAI PR - 2001 Apostila de Processos de Usinagem - Rodrigo L Stoeterau - 2004 Apostila Telecurso 2000 - Processos de Fabricação - Fresagem Apostila de Fresagem da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões - Campus Erechim Catálogo de Ferramentas de Corte da Sandvik Coromant 2012 Catálogo do cabeçote divisor Hidalgo DU-170 da Hicoa Prof. Carlos Travessa Março / 2013 pág.41
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