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Crescimento e Desenvolvimento Humano – AULA 5 – Dos 7 aos 11 anos de idade (Idade escolar ou meia infância) OBS: ESTE É UM DIRECIONAMENTO DE ESTUDO E CONTEM APENAS UM RESUMO DO QUE FOI APRESENTADO EM AULA. POR SE TRATAR DE UM RESUMO, ESTE CONTÉM MAIS INFORMAÇÕES DO QUE CONSTA NOS SLIDES, PORÉM MENOS INFORMAÇÕES DO QUE CONSTA NA BIBLIOGRAFIA DO PLANO DE ENSINO, SENDO NESCESSÁRIAS PESQUISAS NAS FONTES CITADAS NO PLANO DE ENSINO OU EM DEMAIS FONTES CONFIÁVEIS (DE CUNHO CIENTÍFICO/ LITERÁRIO) PARA COMPLEMENTAÇÃO DO CONHECIMENTO. AS REFERÊNCIAS USADAS ESTÃO NO PLANO DE ENSINO. Dos sete aos onze anos de vida: principais características (O pleno desenvolvimento) Se alguém lhe pedisse para escolher os melhores anos da vida, você poderia escolher o período entre os 7 e os 11 anos e defender sua escolha de modo persuasivo. O desenvolvimento físico costuma se processar quase sem problemas, tornando fácil o domínio de dezenas de novas habilidades. A capacidade de aprendizado se aprimora em rapidez e qualidade, as crianças nessa idade estão ávidas por aprendizado, por raciocinar, chamamos esse período de “anos escolares” porque todas as culturas do mundo aproveitam o fato de que essas crianças estão prontas para, e ansiosas por, aprender. O raciocínio moral, a noção de certo e errado toma conta cada vez mais do raciocínio dessas crianças, porém sem as ambiguidades que tornam a moralidade complexa na adolescência. Por fim, o mundo social dessa fase da infância parece perfeito, uma vez que a maioria das crianças em idade escolar acha que os pais são úteis, os professores são justos, e os amigos, leais. Entretanto, nem toda criança sai desse período ilesa. Crescimento e desenvolvimento físico e motor As crianças crescem mais vagarosamente dos 7 aos 11 anos do que o fizeram e do que o farão mais tarde, na adolescência. Embora os quilos ganhos por ano sejam em maior volume do que os ganhos dos 2 aos 6 anos, o índice do aumento é menor. A cada ano, a criança comum de idade escolar bem nutrida ganha em torno de 2,5 kg e cresce 6 centímetros; por volta dos 10 anos ela pesa aproximadamente 32 quilos e mede 137 centímetros. A variação em tamanho, forma e taxa de maturação é determinada pelos genes, pela nutrição, pela família e pela política social. Nos dias de hoje conseguimos ver uma crescente ocorrência da obesidade infantil nessa fase, esta é causada pela interação de genes, pela falta de atividades físicas (incluindo o excesso do uso da TV e demais eletrônicos), pelos hábitos da família e pela própria pressão psicológica sobre a criança. Mais exercícios, em vez de dietas rigorosas, são a melhor solução. A maioria das crianças em idade escolar é bastante saudável. A asma, entretanto, que é agravada pela vida moderna (inclusive a maior incidência de poluentes caseiros e menor frequência de brincadeiras ao ar livre), é um impedimento que afeta a assiduidade da criança à escola e o seu bem-estar geral. DESENVOLVIMENTO DAS HABILIDADES As crianças em idade escolar podem dominar qualquer habilidade motora contanto que esta não exija a força, o tamanho ou o bom senso do adulto. Meninos e meninas são praticamente iguais em termos de potencial de habilidade motora. As diferenças entre uma criança e outra são mais uma questão de genes, prática, cultura e maturação do que do sexo. Todas as crianças devem ser fisicamente ativas, com atividades específicas direcionadas às habilidades motoras grossas que as crianças dessa idade estão fisicamente preparadas para dominar. A prática das habilidades motoras finas é tão importante quanto a das habilidades motoras grossas. É interessante notar que testes relacionados ao desempenho e aptidão cognitiva são menos tendenciosos e muitas vezes mais úteis do que as avaliações tradicionais. Devemos saber que existem muito mais tipos de inteligência e meios de avaliar o desempenho de um aluno pré-escolar do que a simples atribuição de nota a uma resposta dada a um questionamento sobre um conteúdo específico. O desenvolvimento cognitivo LEMBRAR, CONHECER E PROCESSAR Os processos de raciocínio das crianças em idade escolar são diferentes dos processos das crianças mais novas. A compreensão do “jogo do pensamento” dá às crianças em idade escolar a capacidade de direcionarem o pensamento e se tornarem aprendizes mais eficazes em instalações formais como a sala de aula. A abordagem do processamento da informação examina especificamente como a pessoa recebe, recorda e processa novas informações. Essa abordagem, inspirada pelo modelo do computador, considera que a memória de trabalho e os processos de controle em particular progridem na chamada “meia infância”. Uma notável melhora ocorre na capacidade das crianças em se concentrar na tarefa em andamento e ignorar distrações. Uma melhora cognitiva também é visível no aumento da capacidade de raciocínio mais rápido das crianças em idade escolar. Além disso, a base de conhecimentos cresce a cada ano escolar, tornando mais fácil a assimilação de novas informações. Alguns dos progressos do pensamento nos anos escolares são consequência da maturação do cérebro. No caso da maioria, entretanto, a experiência acumulada, a prática motivada e a instrução explícita ajudam as crianças a desenvolver habilidades cognitivas. ESTÁGIOS DO PENSAMENTO De acordo com Piaget, a mudança dos 5 para os 7 anos implica a mudança para o pensamento operacional concreto. Entre os 5 e os 7 anos, as crianças tornam-se capazes de aplicar princípios lógicos como identidade e reversibilidade a problemas de conservação, matemática, ciências e conhecimento social. Embora a teoria piagetiana englobe algumas qualidades essenciais do desenvolvimento do raciocínio das crianças de 7 a 11 anos, a maioria dos estudiosos do desenvolvimento acredita que as crianças mais velhas não são tão sistematicamente lógicas nem objetivas como a teoria de Piaget afirma. Além disso, fatores socioculturais podem exercer um considerável efeito no desenvolvimento cognitivo. A meia infância caracteriza-se pelo vivo interesse em questões quanto ao que é certo e o que é errado. A área específica de interesse varia segundo os padrões de moral dos pais, as convenções da cultura, o consenso do grupo de colegas (me diga com quem andas e te direi quem és) e, cada vez mais, o próprio código de desenvolvimento moral. APRENDIZAGEM E EDUCAÇÃO ESCOLAR A aptidão para idiomas continua a melhorar durante a meia-infância, em parte porque o maior desenvolvimento cognitivo torna mais fácil a aquisição do novo vocabulário. As crianças aprendem com sucesso a mudança de código, a capacidade de mudar de um modo de falar para outro, dependendo do contexto e da audiência. As comparações internacionais refletem variações substanciais no que e como os sistemas educacionais ensinam as crianças. Em termos gerais, contudo, as crianças em idade escolar são interessadas e capazes de aprender o que quer que sua comunidade considere importante. O desenvolvimento psicossocial A EXPANSÃO DO MUNDO SOCIAL Na meia-infância, as crianças abandonam sua estreia esfera social e sua inabalável auto-satisfação e ingressam em uma arena mais ampla, tal como descrevem todas as teorias do desenvolvimento. Erikson, por exemplo, chama esse período de “época de atividade”, e Freud afirmava que as preocupações sexuais estão latentes. As crianças em idade escolar desenvolvem uma visão multifacetada das interações sociais, tornando-se cada vez mais cientes das complexas personalidades, motivos e emoções subjacentes ao comportamento dos outros. Ao mesmo tempo, elas ficam mais capazes de ajustar seu próprio comportamento para interagiradequadamente com as outras pessoas. As crianças também desenvolvem concepções mais sofisticadas de si mesmas e de seu próprio comportamento. À proporção que se tornam mais conhecedoras da sua própria personalidade, das suas emoções, das suas aptidões e das suas deficiências, elas se auto-avaliam comparando-se com os demais. Isso contribui para um maior foco na competência, maior autocrítica e menor auto-estima. O GRUPO DE COLEGAS O relacionamento com os colegas proporciona oportunidades para o crescimento social porque os colegas estão no mesmo passo dos demais e devem aprender a se ajustar uns com os outros adequadamente. Durante os anos escolares, as crianças criam sua própria subcultura, com sua própria linguagem, seus próprios valores e códigos de comportamento. Normas muito específicas para conflitos e agressões são desenvolvidas por todas as sociedades de crianças. As amizades são mais selecionadas e exclusivas à medida que as crianças ficam mais velhas. Os psicólogos, e as próprias crianças, consideram ter alguns poucos amigos íntimos, ou, pelo menos, um melhor amigo, um importante indicador de saúde psicossocial. As crianças aceitas e as crianças rejeitadas diferem sob muitos aspectos. Um dos mais importantes é como elas interpretam uma situação social ambígua – como uma ameaça, um ataque, um engano inocente, ou uma proposta amistosa. A tirania – os esforços repetidos de crianças para infligir danos a uma outra criança – parece ser universal. Entre as meninas, as vítimas tendem a ser tímidas, e as atormentadoras, superagressivas; entre os meninos, as vítimas são fisicamente mais fracas e os tiranos têm tamanho acima da média. Com o passar do tempo, as vítimas podem desenvolver uma baixa auto-estima e os tiranos podem se tornar socialmente rejeitados e, eventualmente, criminosos. ENFRENTANDO OS PROBLEMAS Quase todas as crianças têm dificuldades em casa, na escola ou na comunidade. A maioria delas enfrenta essas dificuldades muito bem, enquanto os problemas são limitados em duração e grau e não dificultem muito o cotidiano. As famílias devem proporcionar suporte na meia-infância de cinco maneiras essenciais: sustento básico, educação, auto-estima, manutenção da amizade dos colegas e harmonia dentro de uma estrutura estável. O estilo da família pode ser aberto ou fechado, mas deve ser suficientemente flexível para suportar o temperamento da criança. O divórcio não é fácil para as crianças, mas não precisa causar danos permanentes se a renda familiar permanecer estável e se puderem ser feitos acordos satisfatórios de custódia. A maneira como as crianças enfrentam os problemas em suas vidas depende do número e da natureza das pressões que elas suportam, dos pontos fortes de suas diversas aptidões e do apoio social que elas recebem.
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